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4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Histopatologia UCX Carcinogênese Uma célula normal pode sofrer uma alteração no seu DNA, se dividindo de maneira desordenada e dando origem ao tumor. O CA ocorre quando essa célula defeituosa invade outros tecidos e órgãos. Célula normal → mutação induzida por carcinógeno → mutações condutoras → primeira célula canceroa → multiplicação descontrolada das células alteradas → acúmulo de células cancerosas → tumor Tumor benigno – policlonal Tumor maligno – monoclonal Quando é in situ: tirou com margem = curou Quando é invasivo: maior chance de formar metástases Câncer 1. Mutações do DNA – por agentes mutagênicos ou envelhecimento 2. Alterações epigenética são reversíveis – sem mutação. 3. Hipometilação global do DNA e hipermetilação de promotores – alteram função e expressão de genes essenciais, pois regulam processos celulares fundamentais (crescimento, senescência e sobrevivência) 4. Alterações genéticas passam para as células filhas – estão sujeitas a seleção Darwiniana – a que tiver mais vantagem na sobrevivência formará clones 5. As mutações conferem história natural e resposta às terapias às células cancerosas 6. Subclones vão dominar o local primário ou metástases – no diagnóstico, são heterogêneos (o que implica na agressividade e resposta ao tratamento). Epidemiologia Fatores ambientais: obesidade, tabagismo, álcool, história reprodutiva, agentes infecciosos Idade: acúmulo de mutações, baixa competência imune Condições adquiridas: inflamações crônicas, imunodeficiências, lesões precursoras... Lesões precursoras: metaplasia escamosa e displasia; hiperplasia e displasia endometrial; Leucoplasia de boca, vulva, pênis; adenoma viloso do cólon; alguns tumores benignos podem se transformar em malignos Genética: pode ser hereditário Citocromo P-450: transforma pró-carcinógenos em carcinógenos ativos; pode alterar o risco de câncer induzido pelo ambiente Hábitos de vida Genes do câncer São genes continuamente afetados por alterações genéticas, os quais contribuem para o comportamento maligno das células do CA. As mutações causais devem ser repassadas para as células resultantes da divisão da célula mutada. São 4 classes de genes: Oncogenes: vão induzir a proliferação celular das neoplasias; são dominantes, podendo ser só um alelo alterado Gene supressor tumoral: impedem o crescimento desordenado; reparo e vigilância de DNA; quando mutados/suprimidos, permitem que a célula prolifere o Governantes: freiam a proliferação celular o Guardiões: reconhecem os danos Gene regulador de apoptose: aumenta a sobrevida celular; o Superexpresso: barram a apoptose o Subexpresso: promovem a apoptose Gene que regula a interação entre células tumorais e hospedeiras: aumentam ou inibem o reconhecimento das células tumorais pelo sistema imune Os proto-oncogenes podem ser transformados em oncogenes Na maioria dos casos, as mutações são adquiridas e presentes somente das células tumorais. Quando herdadas da linhagem primitiva, estão presentes em todas as células do corpo (hereditário) Alterações genéticas Mutações condutoras: alteram função, geralmente são adquiridas 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Mutações passageiras: adquiridas, fornecem vantagem seletiva em relação à terapia. Há ação dos carcinógenos diretamente no genoma (como o melanoma). Criam variantes que conferem resistência à terapia. Mutações pontuais: ativar ou inativar produtos proteicos de genes afetados; convertem os proto- oncogenes em oncogenes Rearranjos genéticos: translocações ou inversões cromossômicas por superexpressão de proto- oncogenes. Criam genes de fusão que codificam novas proteínas Deleções: eliminações de regiões específicas de cromossomos, com perda de genes supressores de tumor Amplificação de genes com superexpressão e hiperatividade transformam proto-oncogenes em oncogenes Aneuploidia: número não múltiplo do haploide (23) Micro-RNAs: RNA de cadeia simples, reguladores negativos de genes, inibem expressão gênica Modificações epigenéticas: alterações reversíveis, hereditárias, sem mutação; Células de mesma origem com funções distintas As translocações cromossômicas e oncogenes associados ao Linfoma de Burkitt Propriedades do câncer São 8 mudanças nas características fundamentais da fisiologia celular: Autossuficiência nos sinais de crescimento o Fruto de mutações de ganho de função que convertem proto-oncogenes em oncogenes que produzem oncoproteínas que promovem o crescimento celular. o Fatores de crescimento: células tumorais ou por células estromais. Secretam os fatores de crescimento e possuem receptores para os mesmos (FDGF – gliobastomas) – circuitos autócrinos semelhantes. o Receptores de fatores de crescimento: muitos funcionam como oncoproteínas ou mostram superexpressão. o Proteínas Transdutoras de Sinal a Jusante (Downstream): autonomia de crescimento por mutações em genes que codificam componentes das vias de sinalização a jusante dos receptores: RAS e ABL o Fatores de Transcrição Nuclear: sequência final de sinalização de proteínas como RAS e ABL é estimulação inadequada e contínua de fatores de transcrição nucleares que impulsionam a expressão de genes que promovem o crescimento. Produtos de oncogenes MYC, MYB, JUN, FOS e REL, funcionam como fatores de transcrição que regulam a expressão de genes que promovem o crescimento, como as ciclinas. Gene MYC – ciclo celular aumentado e altera metabolismo. o Ciclinas e Cinases Dependentes de Ciclinas: G1- S, G2-mitose Insensibilidade à inibição de crescimento o Genes supressores "freiam" a proliferação celular. o A perda destes genes torna as células refratárias à inibição de crescimento e simula efeitos promotores de crescimento. o RB: regulador negativo-chave do ciclo celular o TP53: supressor de tumor codificador da proteína p53. Ativação da parada temporária do ciclo celular (denominada quiescência), indução da parada permanente do ciclo celular (denominada senescência). o Via fator de crescimento transformante-B: inibe proliferação o Inibição de Contato, NF2 e APC: NF2 =E- caderina. APC=inibidor de tumor Alteração do metabolismo celular o Metabolismo celular pela absorção de glicose e maior conversão de glicose em lactato - fermentação – EFEITO WARBURG - glicólise aeróbia. o "Fome por glicose" utilizada na tomografia por emissão de pósitrons (PET) - solução à base de 18F-fluorodesoxiglicose, um derivado não metabolizável de glicose que é preferencialmente absorvido pelas células tumorais. 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 o Autofagia: desreguladas. Vários genes que promovem a autofagia são supressores de tumores. o Oncometabolismo: mutações em enzimas que participam do ciclo de Krebs. As mutações na isocitrato desidrogenase (IDH). Evasão da apoptose/morte celular o Mutações em genes que regulam a apoptose. o Via extrínseca, desencadeada pelos receptores de morte FAS e FAS-ligante; e a via intrínseca (também conhecida como via mitocondrial), iniciada por perturbações como perda de fatores de crescimento e danos ao DNA. o Principalmente por meio de mutações adquiridas e alterações na expressão gênica que desativam os principais componentes da via intrínseca ou que reajustaram o equilíbrio dos fatores reguladores, de modo a favorecer a sobrevivência celular em face aos estresses intrínsecos. o Perda da função de TP53. o Superexpressão de membros antiapoptóticos da família BCL2. Potencial replicativo ilimitado/imortalidade o A perda de restrições de crescimento não é suficiente; tanto a senescência celular quanto a catástrofe mitótica também devem ser evitadas. o Reativar a telomerase + mutações = malignidade Angiogênese sustentada o Neoplasiacresce 1 a 2 mm de diâmetro e precisa induzir angiogênese, precisa de O2, nutrientes o Fatores de crescimento semelhante à insulina (IGFs) e PDGF. o A angiogênese é controlada por um equilíbrio entre os promotores e os inibidores da angiogênese; nos tumores angiogênicos, este equilíbrio é desviado em favor dos promotores. Capacidade de invasão e metástase o Principais causas de morbidade e mortalidade o Resultam de interações complexas envolvendo células cancerosas, células estromais e a matriz extracelular (MEC). Evasão da vigilância imune o As células malignas expressam vários antígenos que estimulam o sistema imune do hospedeiro, o que parece um papel importante na prevenção do surgimento de cânceres. o Apesar disso a resposta imune é ineficiente, podendo até promover o crescimento do tumor, devido a alterações adquiridas. o Mecanismos de evasão imunológica e “imunomodulação” por células cancerosas levou a novas imunoterapias efetivas que funcionam reativando as respostas imunes latentes do hospedeiro. o PD-L1 (ligante de morte celular programada 1), que frequentemente é expressa na superfície das células tumorais. Quando PD-L1 se liga ao seu receptor, PD-1, nos CTLs, estes não respondem e perdem a capacidade de eliminar as células tumorais. CTLA4. o A descoberta de pontos de controle que desativam a imunidade antitumoral levou ao desenvolvimento de anticorpos que bloqueiam esses pontos de controle e liberam os “freios” na resposta imune. Instabilidade genômica como capacitadora de malignidade: defeitos nos genes envolvidos no reparo do DNA Inflamação promotora tumoral como facilitadora de malignidade: invasão cria processo inflamatório crônico (em tumores avançados causa sintomas); células inflamatórias modificam o ambiente, podendo modificar as características do tumor; há interação entre células tumorais e células estromais Fatores que promovem proliferação (como EGF) Remoção de supressores de crescimento Maior resistência a morte celular Angiogênese: VEGF Invasão e metástase: proteases pelos macrófagos Evasão da destruição imune 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Agentes carcinogênicos Químicos: ação direta (não precisam de conversão metabólica) ou indireta (precisam de conversão) RAS, TP53 Luz UV, tabagismo Ésteres de forbol, hormônios, fenóis, fármacos Radiação: quebras na dupla fita do DNA. O efeito oncogênico dos raios UV merece menção especial por ressaltar a importância do reparo do DNA na carcinogênese. Cânceres de pele (melanomas, carcinomas de células escamosas e carcinomas de células basais) Viral e microbiana: Vírus RNA Oncogênicos: HTLV-1 causa leucemia/linfoma de células T do adulto, uma neoplasia que é endêmica em certas partes do Japão e da Bacia do Caribe, América do Sul e África e encontrado esporadicamente em outras partes, incluindo os Estados Unidos. HTLV-1 apresenta tropismo por células T CD4 + - subgrupo de células T é o principal alvo da transformação neoplásica. Vírus de DNA Oncogênicos: Epstein-Barr (EBV), herpesvirus do sarcoma de Kaposi (KSHV, também chamado herpesvirus humano 8 [HHV-8]), o poliomavírus chamado vírus das células de Merckel e o vírus da hepatite B(HBV). o HPV, 16 e 18, CA colo uterino, anogenital e orofaringe. E6, E7 - pró-oncogenes. Inativam RB e p53, ativam complexos de ciclina/CDK e combatem a senescência celular. Genes RAS. o Hepatite B, C, "H. pylori" Nomenclatura Neoplasia: novo crescimento; tumor. Constituem- se de parênquima (células neoplásicas) e estroma (não neoplásico, tecido conjuntivo, vasos sanguíneos, células inflamatórias) Benignos: indolentes macro e micro; podem causar morbi mortalidade o Sufixo OMA após célula que origina o Adenoma: glândulas; Papilomas: papilas; Pólipo: exofítica (inflamatórios) Malignos: invadem, destroem tecidos, estruturas, causam óbito o Sarcoma: tecido mesenquimal sólido; Linfoma/Leucemia: células sanguíneas; Carcinomas: células epiteliais; Adenocarcinoma: epitélio glandular; o OBS.: tem exceções às regras Hamartoma: tecido desorganizado nativo de um local específico, como pulmão ou fígado. Considerados malformações de desenvolvimento, muitos apresentam aberrações cromossômicas clonais que são adquiridas através de mutações somáticas e, por isso, atualmente são considerados neoplásicos. Coristoma: anomalia congênita que consiste em ninhos heterotópicos de células. Por exemplo, um pequeno nódulo de tecido pancreático bem desenvolvido e normalmente organizado pode ser encontrado na submucosa do estômago, duodeno ou intestino delgado. Características das neoplasias benignas e malignas Diferenciação: quando se parece ao parênquima de origem, morfo e funcionalmente Anaplasia: perda de diferenciação Invasão local e mestástase: quanto mais anaplásico mais chance de metástase. Varia de tumor para tumor, independe do tamanho. Taxa de crescimento 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Funções imprevistas: distintas das células não neoplásicas – hormônios ectópicos (ACTH), hormônio semelhante ao paratormônio, insulina, glucagon e outros. Displasia: O epitélio displásico é reconhecido pela perda na uniformidade das células individuais e na sua orientação arquitetônica. Benignos: células parecidas/iguais às de origem bem diferenciadas, mitoses raras e configuração normal Malignas: amplo espectro de diferenciação - bem, moderadamente, pouco e indiferenciado. Estroma não ajuda separação entre benignos e malignos mas determina a consistência (desmoplasia). Células indiferenciadas – anaplásicos – formação retrógrada ou inversa. Anaplasia: pleomorfismo, anormalidades nucleares (hipercromáticos, tamanho, forma, nucléolo (s), aumento na proporção núcleo-citoplasma), células tumorais gigantes, mitoses atípicas, perda da polaridade (perdem orientação umas com as outras). Menos propensas a ter mesmas funções. Carcinomas fazem metástase mais por via linfática (linfonodo sentinela) Sarcomas fazem metástase mais por via hematogênica Clínica das neoplasias (1) localização e impacto das estruturas adjacentes, (2) atividade funcional, como a síntese hormonal ou o desenvolvimento de síndromes paraneoplásicas, (3) hemorragias e infecções quando o tumor ulcera através de superfícies adjacentes, (4) sintomas que resultam de ruptura ou infarto e (5) caquexia. Efeitos do Tumor no Hospedeiro Localização, obstrução, hemorragia, produção hormonal Caquexia do Câncer: gasto calórico, perda apetite Síndromes Paraneoplásicas: hipercalcemia, a síndrome de Cushing e a endocardite trombótica não bacteriana e as neoplasias mais frequentemente associadas a estas e outras síndromes são o câncer de pulmão e mama e as doenças malignas hematológicas. Importante: gene RB e gene p53 Neoplasias Cutâneas Lesões epiteliais benignas e potencialmente malignas Todas as células de pele podem evoluir para lesões pré-malignas e então malignas. Ceratose seborreica: lesão em pele exposta ao sol, na senescência, elevadas, ásperas, pigmentadas irregularmente. Os ceratinócitos proliferam (hiperplasia) e formam lesões elevadas (pseudocistos córneos) o Em mulheres grávidas pode ocorrer mais Ceratose actínica ou por radiação solar: lesões mais comum em > 45 anos, irregulares, comuns no dorso das mãos e face; paraceratose – a pele se renova de forma muito rápida, queratinizando o núcleo da célula; atipias apenas da base da epiderme. Derme fica basofílica (mais azulada do que rósea) – elastose solar o Se não for retirada, evolui para câncer Tumores epidérmicos malignos não melanocíticos Carcinoma de Células Escamosas: vem dos ceratinócitos da epiderme; associado à idade avançada, sexo masculino e exposição solar. Causa 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 danos cumulativos generalizadosao DNA. Lesões mal delimitadas o Células que se assemelham muito aos queratinócitos da camada superior da epiderme Carcinoma de células basais (basocelular): é mais comum que o escamocelular; origina-se das células basais da epiderme; seu crescimento é lento, delimitado, parecendo uma pápula com um brilho. Contém vasos atípicos (angiogênese) na sua superfície. o Mutações funcionais em PTCH1, um gene supressor de tumor regula negativamente a sinalização Hedgehog; portanto, os tumores exibem a ativação constitutiva dessa via de sinalização. Células de padrão “basaloide” + paliçada de lúpus ao redor dos blocos de neoplasia (3° foto) Proliferações melanocíticas Nevo melanocítico: neoplasia benigna de melanócitos; podem ser congênitos ou adquiridos; na maioria das vezes, são indolentes. Geralmente, são pequenos, bem delimitados; na histologia vemos células sem atipias, sem mitoses, apenas na camada mais profunda da epiderme. o Nevo: qualquer lesão congênita de cor diferente da pele (mais escuro) o Mutações somáticas de ganho de função em BRAF ou RAS. o São relativamente pequenos, simétricos e uniformemente pigmentados. 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Nevos displásico ou atípicos: têm assimetria, maior que nevos comuns – no limbo para classificar (no meio termo). Devem ser retirados pois há grande chance de se tornar melanoma. o Bordas mais irregulares, 2 ou mais cores o Podem ser esporádicos ou familiares; indivíduos com risco mais elevado de desenvolver um melanoma o Mutações ativadoras em RAS ou BRAF Melanoma: neoplasia mais agressiva e menos comum de pele; incidência alta e vêm aumentando ainda mais; causado por danos ao DNA por radiação UV da luz solar. 5-10% dos casos é por predisposição hereditária. O pigmento sobe para a superfície e atinge outros tecidos além da epiderme (consumo) o Aumento rápido de um nevo preexistente o Coceira ou dor na lesão o Desenvolvimento de uma nova lesão durante a vida adulta o Irregularidades nas bordas de uma lesão pigmentada o Variação de cor dentro de uma lesão pigmentada o Existem várias classificações de melanoma o Mutações ativadoras em BRAF 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Neoplasias do Sistema Urinário RIM Rim normal: Glomérulos e túbulos Túbulos Urotélio (bexiga, ureter e uretra) Neoplasias Benignas: Oncocitoma: origina-se das células do sistema coletor. Elas são intensamente coradas em rosa (eosinofílico), com muitos grânulos (muitas mitocôndrias); faz uma cicatriz central macroscopicamente, com edema no estroma tumoral. Neoplasia por deleção de DNA (perda de cromossomos 1 e Y) Angiogênese intensa; Neoplasias Malignas: o Tumores no trato urinário inferior são 2x mais comuns. Classificação de Fugrman (de 1 a 4) e classificação da WHO (de 1 a 4) Carcinomas de células renais: são a maioria, atinge células dos túbulos renais; de 60-70 anos, mais em homens; atinge o córtex, mas podem crescer e atingir outros lugares o Fatores de risco: tabaco, HAS, obesidade, exposição ao câdmio, insuficiência renal crônica com doença policística o São classificados conforme morfologia, crescimento e genética o Mais comuns: carcinoma de células claras, carcinoma papilar e carcinoma cromófobo Carcinoma de Células claras: 65% dos carcinomas; as células têm citoplasma claro (microvacuoladas) ou acidofílico (granulares), que podem estar dispostos em diversas maneiras (cordões, túbulos, ácinos, massas). É mais esporádico que familiar. o Podem estar associados Síndrome de VHL - Von Hippel-Lindau, autossômica dominante, predisposição a várias neoplasias 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 (hemangioblastoma cerebelar e na retina), alteração no cromossomo 3 o Invadem a veia renal e a veia cava (alto poder de invasão de vasos sanguíneos); 3- 15 cm de tamanho Carcinoma papilar renal: segundo mais comum (10- 15%); são mais agressivos, fazem mais metástase, multifocais/bilaterais, geralmente; tem citoplasma mais claro/róseo que o de células claras (pois não têm tanto lipídeo); origem no túbulo contorcido proximal; o Esporádico e familiar (linhagem germinativa) o Maioria proto-oncogene MET no cromossomo 7q Carcinoma cromófobo: menos comum (5%); atinge células intercaladas dos ductos coletores; tem componente genético: hipoploidia (perdas cromossômicas); células com citoplasmas mais escuros, halos claros perinucleares, membrana citoplasmática bem marcada o Melhor prognóstico o Macroscopicamente acastanhados Tumor de Wilms: mais comuns na infância (< 10 anos); ele não vêm dos túbulos, mas sim do mesoderma (forma estruturas que lembram estruturas embrionárias) o Esporádico ou familiar (autossômico dominante) Pênis Neoplasias mais comuns em epitélio escamoso; forte correlação com má higiene, tabagismo, HPV (16, 18); homens não circuncidados (postectomia) acima de 40 anos; CEC in situ: Doença de Bowen; mais comum em pessoas mais velhas, não circuncidados. Não tem correlação com exposição solar. 10% invasivos CEC invasivo: papular, crostosa, acinzentada; mais comum na glande e no prepúcio (principalmente por má higiene e não circuncisão); CEC ceratinizante. Carcinoma verrucoso: não é associado ao HPV Carcinoma do pênis (glande deformada por massa ulcerada e nfiltrativa: 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Carcinoma in situ/Doença de Bowen do pênis – epitélio acima da membrana basal indica maturação tardia e desorganização Escroto Lesões de pele: CEC, basocelular – não associada a radiação solar; CEC é o mais comum Hidrocele: é benigno; pode ser primário ou secundário; coleção de líquido entre túnica albugínea e pele; associada À infertilidade (má formação vascular) Hematocele e quilocele: trauma Relação com limpadores de chaminés (CA ocupacional) Testículo Fatores de risco: criptorquidia; lesões inflamatórias por DSTs, caxumba, tuberculose; torção de testículo Importante: exame físico e autoexame Neoplasias testiculares: mais comuns entre 15-34 anos, brancos. Forte relação familiar. Formam (>95%) células germinativas e malignas, surgindo de neoplasias germinativas “in situ”; o Neoplasias derivadas das células de Sertoli ou Leydig (tumores estromais do cordão sexual) são incomuns e geralmente benignas Neoplasias de células germinativas (40%): podem ser puros/mistos; o Seminomatosos: melhor prognóstico; linfática; o Seminomas: 50% dos casos; podem ser disgerminoma/germinomas do SNC ou outros; eles são macios, bem delimitados e 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 branco-acinzentados; contém necrose, células grandes, uniformes, com citoplasma claro e núcleos arredondados, além de lóbulos interpostos por septos fibrosos. Pode haver infiltrado linfocítico Granulomas 15% Sinciciotrofoblasto – BHCG 10% o Não seminomatosos: carcinoma embrionário: faz mais metástase; o Tumor espermatocítico: mais comum em >50 anos; sem linfócitos/granulomas/ Sinciciotrofoblasto; sem associação a outra neoplasia germinativa o Carcinoma embrionário: mal definido, invasivo, necrose e hemorragia. Faz metástase. As células são grandes, com citoplasma basofílico, com limites celulares indistintos e núcleos grandes com nucléolos proeminentes. o Tumores do saco vitelino ou tumor do seio endodérmico: é mais comum em crianças < 3 anos; tem bom prognóstico; são grandes, bem delimitados, com glomérulos primitivos Corpos de Schiller-Duvall α1-antitripsina/alfafetoproteína (AFP) o Coriocarcinoma: semelhante ao Trofoblasto placentário; citotrofoblasto e Sinciciotrofoblasto. HCG o Teratoma: células germinativas de linhagens somáticas; pelo menos tecidos de 2 folhetos embrionários; pode ocorrer em qualquer idade Todo teratomade testículo pré- púbero: benigno Todo teratoma de testículo pós- púbero: maligno, mesmo que não tenha componentes imaturos A – neurais (ectodérmico); B – glandulares (endodérmico); C – cartilaginosos (mesodérmico) e D – epiteliais escamosos (ectodérmico) 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Próstata o Maioria na periferia (carcinomas – 70-80%); transição (hiperplasia) o Podem ser apical, medial ou basal o Glândulas normais: células são cúbicas simples, células basais _ estroma fibromuscular Hiperplasias Benignas: causa resíduo e dificuldade miccional; maioria dos tumores ocorrem na periferia da próstata; pode aumentar o PSA; HPB: aumento da próstata resultante da proliferação de elementos estromais e glandulares; a partir dos 40 anos; dependente de androgênio. A HPB é maior na zona transicional da próstata, contendo muitos nódulos bem delimitados. Pode apresentar cistos e o epitélio é sem atipias. Prostatites: inflamações da próstata; pode ser aguda/crônica; doem muito ao toque retal; podem tem granulomas Prostatite bacteriana aguda Prostatite bacteriana crônica Síndrome da dor pélvica crônica: 90-95% dos casos inflamatórios e não inflamatórios Granulomatosa: Calmee-Guérin (tratamento com vacina BCG) Hiperplasias Malignas: Carcinoma: incomum em menores de 50 anos; não tem células basais na biópsia; relação com andrógenos, causas externas, genética o Maior número de detecções da doença por meio de triagem efetiva o Os genes de fusão TMPRSS2-ETS estão presentes em aproximadamente 40% a 60% dos cânceres da próstata nas populações caucasianas, e ocorrem relativamente cedo na tumorigênese. o A maioria não é macroscopicamente visível. Quando é, é branco-acinzentadas ou amareladas, mal definidas e firmes. 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Ureter, bexiga e uretra Urotélio: pelve renal, ureteres, bexiga e uretra. Pode ter aberrações congênitas, doenças inflamatórias, infecções e neoplasias. SLIDE Ureter: neoplasias, disfunções congênitas e condições reativas são incomuns. Hidronefrose: obstrução da junção ureteropélvica Tumores malignos primários: seguem padrões semelhantes àqueles que surgem na pelve renal, nos cálices e na bexiga urinária Fibrose retroperitoneal: estreitamento ureteral ou de obstrução caracterizada por um processo inflamatório proliferativo fibroso – hidronefrose. O distúrbio ocorre em adultos de meia- idade e idade mais avançada. o Doença relacionada com IgG4, ricas em plasmócitos secretores de IgG4 o Exposição a fármacos/drogas (derivados da ergotamina, bloqueadores adrenérgicos), radiação, infecção, cirurgias anteriores ou doenças malignas (linfomas, carcinomas do trato urinário). o > sem qualquer causa óbvia e é considerada primária ou idiopática (doença de Ormond). Bexiga: metaplasia, cistites, esquistossomose endêmica – precursoras de neoplasias. Relação com corantes industriais e alimentícios. Ninhos de urotélio (ninhos de Brunn) podem crescer para dentro da lâmina própria - revestimento epitelial cúbico ou colunar (cistite glandular), espaços císticos preenchidos por um fluído claro e revestidos por urotélio plano (cistite cística) ou células caliciformes semelhantes às da mucosa intestinal (metaplasia intestinal). Resposta ao dano - sofre metaplasia escamosa - diferente do epitélio escamoso rico em glicogênio normal, comumente encontrado no trígono da bexiga das mulheres. Adenocarcinoma da bexiga são raros O carcinoma da bexiga urinária é mais comum nos homens do que nas mulheres, mais nos países industrializados do que naqueles em desenvolvimento, mais na zona urbana do que na rural e mais em caucasianos do que em afro- americanos. Cerca de 80% dos pacientes têm idades entre 50 e 80 anos. o Fatores de risco: tabagismo, carcinógenos ocupacionais, uso de radioterapia ou ciclofosfamida, histórico familiar o Carcinoma de células escamosas: Schistosoma haematobium o Aberrações genéticas adquiridas. Iniciado pela deleção de genes supressores de tumor no cromossomo 9p e 9q, o que leva à formação de tumores papilares superficiais. Podem adquirir mutações no TP53 e progredirem para uma doença invasiva. Alterações genéticas adicionais nos tumores superficiais incluem mutações na telomerase, bem como no receptor do fator de crescimento de fibroblastos 3 (FGFR3) e componentes da via Ras e PI3K/AKT. o Os tumores que invadem a camada muscular frequentemente sofrem mutações que envolvem tanto TP53 quanto o RB o Morfologia: tumor papilar não invasivo e o carcinoma in situ (CIS). O fator prognóstico mais importante nas neoplasias uroteliais papilares não invasivas é a 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 sua classificação - características da arquitetura quanto nas citológicas. Carcinoma in situ - presença de células claramente malignas no interior do urotélio plano. Sem coesão e são excretadas na urina, onde podem ser detectadas por citologia. É comumente multifocal e sem tratamento progridem para CA invasivo Carcinoma urotelial invasivo associado ao carcinoma urotelial papilar (geralmente de alto grau) ou ao CIS pode invadir superficialmente a lâmina própria ou muscular própria. A extensão no momento do diagnóstico inicial é o mais importante fator de prognóstico. Quase todos os carcinomas uroteliais infiltrantes são de alto grau. Carcinoma de células escamosas Adenocarcinomas da bexiga são histopatologicamente idênticos aos adenocarcinomas observados no trato gastrointestinal. Alguns são originados a partir dos remanescentes uracais na cúpula da bexiga ou associados à metaplasia intestinal extensa. Tumores de Pulmão e Pleura Etiologia e Patogenia: Tabagismo: acúmulos graduais de mutação condutora (alta correlação entre câncer de pulmão e maços/anos de tabagismo) o Minas de urânio, asbesto, arsênio, cromo, níquel – interação sinérgica entre eles e o tabaco (todos carcinógenos) Sequência de alterações não aleatórias paralela a progressão histológica para câncer Inativação pontual dos genes supressores de tumor localizados no braço curto do cromossomo 3 (3p) inicial – epitélio benigno dos brônquios em tabagistas sem câncer o Alerta para a pessoa parar de fumar Mutações no gene supressor de tumor TP53 no oncogene KRAS ocorrem de forma relativamente tardia – carcinógenos Os indivíduos que possuem determinados polimorfismos envolvendo os genes do P450 apresentam maior capacidade de ativar pró- carcinógenos, encontrados na fumaça do cigarro Hamartoma (monoclonal – no pulmão é neoplásico): Anormalidade de desenvolvimento; lesão em moeda, esférica, de 1-4cm. Cartilagem madura, tecido adiposo, tecido conjuntivo fibroso e vasos sanguíneos em quantidades variáveis – é o tecido normal do pulmão, porém organizado de forma diferente o Anormalidades genéticas clonais = neoplasia 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Hiperplasia adenomatosa atípica (limbo entre benigno e maligno - monoclonal): Lesão pré-neoplásica, progride gradualmente para adenocarcinoma in situ, adenocarcinoma minimamente invasivo (<3cm de diâmetro com componente invasivo <5 mm), adenocarcinoma invasivo (tumor de qualquer tamanho com área de invasão >5 mm) Geralmente atinge alvéolos – células cuboidais a colunares baixas com hipercromasia nuclear, pleomorfismo e nucléolos proeminentes É muito raro e de achado geralmente incidental Adenocarcinoma in situ (benigno): Atinge mais o tecido pulmonar periférico, com diâmetro de 3 cm ou menos; cresce ao longo de estruturas preexistentes; Prestar atenção em características malignas nos núcleos, pois preserva a arquitetura alveolar. Geralmente atinge alvéolos Não invade o estroma com desmoplasia como o adenocarcinoma invasivoCélulas mais altas, não tão achatadas Neoplasias primárias – carcinomas São 95% das neoplasias de pulmão são carcinomas Forte relação com tabagismo – dá o start para as mutações (principalmente CEC) 60-70 anos de vida Ao diagnóstico mais da metade com metástases, 25% com metástase para linfonodos regionais Prognóstico de 5 anos de sobrevida em qualquer estágio em 16% dos pacientes. Até pouco tempo, eram divididos em carcinomas pulmonares de pequenas células e carcinomas pulmonares não pequenas células. Atualmente, são 4 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 tipos, entretanto pode ter combinação de padrões histológicos; Carcinomas Pulmonares Pequenas Células: meta ao momento do diagnóstico. Quimioterapia com ou sem radioterapia Carcinomas Pulmonares não Pequenas Células: geralmente ressecáveis, não responsivos a quimioterapia convencional. Macroscopia: geralmente as lesões são pequenas, firmes, cinza-esbranquiçadas. Carcinoma de células escamosas: Mais comuns em homens que em mulheres Quando há injúria (tabagismo, fuligem, poluição) – o epitélio pseudoestratificado colunar ciliado faz metaplasia escamosa Geralmente lesões no hilo, mais centrais Mais comum que os adenocarcinomas Costumam ser precedidos por metaplasia ou displasia escamosa do epitélio brônquico Células atípicas podem ser identificadas em raspados citológicos de escarro ou fluido lavado brônquico – assintomática e indetectável por meio de radiologias Sintomas a partir do momento que atinge brônquios, com tosse, infecção e atelectasia distal A – SLIDE 24 Ceratinização e pérolas de queratina: Adenocarcinoma invasivo: Formam GLÂNDULAS Geralmente lesões mais periféricas no pulmão, evoluindo com o tempo pro centro (hilo) Crescem lentamente, formando massas menores do que outros subtipos, porém tendem a metastizar amplamente, mesmo em estágios iniciais. Mais em mulheres, abaixo dos 45 anos, não tabagistas – mutações que ativam o receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR) que é um receptor tirosina cinase que estimula as vias pró- crescimento envolvendo RAS PI3K e outras moléculas de sinalização o As mutações de EGFR e KRAS em 30% dos adenocarcinomas Outras mutações que podem ser alvos em potencial 4%-6% dos adenocarcinomas, ativam outras tirosina cinases, como ALK, ROS1, HER2 ou c-MET. Cada uma destas cinases é alvo de diferentes medicamentos, tratamento “personalizado” do câncer de pulmão - características genéticas do tumor guiam a terapia Carcinoma neuroendócrino: Carcinoma neuroendócrino de pequenas células: localizados mais centralmente, cinza-pálido estendendo-se para o interior do parênquima pulmonar. 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 o Praticamente só vê núcleo, pouco citoplasma; cromatina sal e pimenta – com grânulos. o Ao diagnóstico, maioria com meta para linfonodos hilares e mediastinais o Na classificação de 2015 da OMS, o CPPC está agrupado juntamente com o carcinoma neuroendócrino de grandes células- agressivo, morfologia neuroendócrina e expressam arcadores neuroendócrinos (sinaptofisina, cromogranina e CD56) Canto superior esquerdo: área de necrose; Cromatina sal e pimenta em cada uma das células Carcinoma neuroendócrino de grandes células: Carcinoides típico e atípico: os tumores carcinoides são neoplasias malignas compostas de células que contêm grânulos neurossecretores com centro denso em seu citoplasma e podem, raramente, secretar polipeptídeos hormonalmente ativos. o São, geralmente, de baixo grau e facilmente ressecáveis e curáveis o Síndrome da neoplasia endócrina múltipla o Adultos jovens, média 40 anos o Maioria nos brônquios principais e crescem em dois padrões: 1 uma massa intraluminal polipoide obstrutiva e com formato esférico; 2 uma placa mucosa que penetra na parede brônquica – lesão em “botão de colarinho” o Raras metástases à distância o Típico: ninhos de células uniformes, núcleos redondos e regulares, cromatina em padrão “sal e pimenta”, mitoses poucas ou ausentes, e pouco pleomorfismo o Atípico: altas taxas de mitose e pequenos focos de necrose Carcinoide brônquico: Carcinoma de grandes células: Carcinoma indiferenciado, que não lembra nenhum tipo de célula. Quando os testes dão negativo para todos os outros 3 tipos, o tumor é considerado carcinoma de grandes células. Núcleos aumentados, células grandes, nucléolos proeminentes, quantidades moderadas de citoplasma Pior prognóstico 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Metástases Algumas neoplasias de outros órgãos com disseminação hematogênica causam metástases nos pulmões Órgão muito vascularizado Linfonodos na carina, no mediastino, regiões do pescoço e clavícula são os primeiros a receber metástases. Nódulo de Virchow – linfonodo supraclavicular esquerdo; quando encontrado, é quase certo que é carcinoma de pulmão As metaplasia podem comprimir ou infiltrar a VCS, levando à congestão venosa ou à síndrome da veia cava. Neoplasias apicais podem invadir os plexos simpáticos braquial ou cervical, causando dor intensa na distribuição do nervo ulnar ou a síndrome de Horner (enoftalmia ipsilateral, ptose, miose e anidrose). Estas neoplasias apicais são, por vezes, denominadas tumores de Pancoast, e a combinação dos achados clínicos é chamada síndrome de Pancoast. O tumor de Pancoast é frequentemente acompanhado pela destruição da primeira e da segunda costelas e, ocasionalmente, das vértebras torácicas. Neoplasia de pleura – Mesotelioma maligno Pleura: reveste o pulmão (visceral) e a cavidade torácica (parietal); feita de mesotélio, extremamente fina Pode ser alvo de infecções bacterianas intrapleurais primárias (exemplo: dreno) Pode ser sítio de metástases, principalmente de câncer de mama Mesotelioma Maligno: proliferação das células da pleura (mesotélio); se estende e restringe a expansão do pulmão Grande correlação com asbesto (usado pra fazer amianto) – de 80-90%; latência em média de 20-40 anos (mutações condutoras adquiridas lentamente) o Tabaco não potencializa o efeito do asbesto na pleura Precedido de fibrose pleural, formação de placas (podem se juntar ao redor do pulmão, não sendo expansíveis) Pode atingir peritônio e pericárdio Metástases a distância são incomuns Pode ter algumas conformações: o Sarcomatoso: células fusiformes ou semelhantes a fibroblastos, em camadas o Epitelial: células cuboidais com pequenos brotamentos papilares revestindo espaços tubulares e microcísticos, mais comum e mais fácil de confundir com adenocarcinoma o Bifásico: áreas do padrão sarcomatoso e áreas do padrão epitelial. A – Mesotelioma epitelial; B – Mesotelioma sarcomatoide 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Neoplasias do Trato Gastrointestinal As neoplasias de TGI são muito comuns. A patologia tem papel muito importante por conta do diagnóstico pela biopsia + parte do estadiamento. Portanto, o patologista interfere no prognóstico e tratamento do paciente. Macroscopia: olhar os linfonodos, quais têm metástase, se o tumor se projeta, infiltração, etc. Histologia Normal O TGI é um tubo formado por diferentes tipos de tecidos – ou seja, variedade de neoplasias de origens diferentes. Esôfago: epitélio escamoso estratificado não ceratinizado Estômago: epitélio colunar simples (glandular) Intestinos: epitélio simples colunar (glandular) Esôfago Pólipos/tumores benignos: o mais comum é o papiloma escamoso, tem relação com infecção por HPV ou irritação mucosa crônica. Outros: leiomioma, pólipo inflamatório, pólipo fibrovascular Carcinoma de células escamosas invasivo: o mais comum tumor do esôfago; mais comum em homens > 45 anos; Fatores de risco: álcool e tabagismo, lesãoesofágica cáustica, distúrbios de motilidade, consumo frequente de bebidas muito quentes, radioterapia mediastinal prévia, exposição à mutagênicos, como nitrosaminas (embutidos), alimentos contaminados por fungos; infecção por HPV em orofaringe Sintomas: odinofagia, disfagia, obstrução, hemorragia, emagrecimento Macro: mais comum em 1/3 médio; massas sólidas que se projetam para o interior do lúmen obstruindo- o ou úlceras infiltrativas, difusas, enrijecimento do tubo esofágico Morfologia: camada basal espessada (células não sofrem maturação adequada) + núcleos hipercromáticos, polimórficos, aumentados de tamanho + mitoses Citoplasma amplo, eosinofílico + ceratinização (pérolas córneas) Pontes intercelulares igual a da camada espinhosa da pele normal 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Adenocarcinoma esofágico: forma glândulas. Pode evoluir de um quadro de doença do refluxo crônica com metaplasia (esôfago de Barrett). Fatores de risco: obesos, tabagistas, radioterapia, homens caucasianos Incidência vem aumentando, perto do CEC Sintomas: Odinofagia, disfagia, emagrecimento, dor torácica, vômitos Ocorre mais no 1/3 distal; placas planas ou elevadas; produção de glândulas/mucina Patogenia: doença do refluxo gastroesofágico → esôfago/metaplasia de Barrett (transformação do epitélio escamoso para glandular intestinal (complicação da DRGE crônica) → acúmulo de mutações, progressão para epitélio displásico (pré-neoplásico) → CARCINOMA Estômago Pólipos gástricos: 5% das endoscopias (achado incidental); poder ser hiperplásicos até neoplásicos; Associados a gastrite crônica – hiperplasia foveolar reativa Pólipos hiperplásicos e inflamatórios – 75% Pólipos glandulares fúndicos: fundo/corpo; esporádico ou associado a síndrome familiar; aumento após IBPs; Células parietais: Adenomas: 10%; pré-neoplásicos; após gastrite crônica, metaplasia ou displasia (evolução para malignidade) Adenocarcinomas gástricos: neoplasia mais comum do estômago (90%); é mais comum em grupos socioeconômicos mais baixos e em pacientes com atrofia da mucosa e metaplasia intestinal Fatores de risco: homens > 55 anos; os sintomas são vagos inicialmente (dispepsia, disfagia, náuseas, saciedade precoce) – diagnóstico em estados avançados Patogenia: inflamação crônica por H. pylori; maioria é não hereditária (esporádico); pode ter mutação de gene CDH1 (tipo difuso); pode ter PAF (gene APC – tipos intestinais) Prognóstico: profundidade de invasão, subtipo, diferenciação, presença e extensão de metástases (linfonodais e/ou à distância) Adenocarcinoma gástrico tipo intestinal/tubular de Lauren: tendem a formar tumores volumosos e podem ulcerar; formam glândulas complexas ou simples; o Mais localizado 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Adenocarcinoma gástrico tipo difuso/pouco coeso de Lauren: células em anel de sinete, preenchidas por muco, normalmente exibem um padrão de crescimento infiltrativo difuso, que pode espessar a parede gástrica (linite plástica), sem formar uma massa distinta o Macro: aspecto em cantil de couro ou linite plástica o Infiltra mais que o tipo intestinal Anel de Sinete: células com citoplasma amplo, repleto de mucina, que rechaça os núcleos para a periferia. Linfomas gástricos: incomuns; cerca de 5% de todas as neoplasias gástricas malignas. Linfoma da Zona Marginal extranodal/MALT LDGCB Folicular Tumor estromal gastrointestinal: é mais comum em estômago que em outros tecidos. Tumor que se origina das células “marca-passo” da camada muscular do órgão (células de Cajal). Podem ser fusiformes ou epitelioides. Mutação de C-KIT ou PDGFRA (até 85%) Receptores tirosina cinases de KIT ou PDGFRA constitutivamente ativos → produzem sinais intracelulares que promovem a proliferação e sobrevivência de células tumorais Fatores de risco: mais comum > 60 anos, homens Não causa muitos sintomas: obstrução, sangramento e o prognóstico depende do tamanho, índice mitótico e localização Os intestinais são mais agressivos que gástricos Pode ser fusocelular (células alongadas) ou epitelioide (lembrando células epiteliais) Tratamento: inibidores de tirosina quinase 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Outros tumores: tumores neuroendócrinos, leiomiomas, leiomiossarcomas, metástases, outros sarcomas Intestino Pólipos intestinais: mais comuns no intestino grosso; sésseis ou pediculados; não neoplásicos ou neoplásicos; alta frequência Pólipo hiperplásico do cólon: Muito comum. Lesão polipoide com grande número de células caliciformes, hiperplasia e acúmulo do epitélio superficial, com padrão de “serrilhamento” o Ineficiência da renovação celular, atraso na eliminação das células superficiais o Mais comum no cólon esquerdo, menores de 5mm e podem ser únicos ou múltiplos o Não tem risco de malignidade Serrilhamento da superfície; células caliciformes; hiperplasia epitelial Pólipos Hamartomatosos: crescem desorganizados, semelhante a tumor; compostos por tipos celulares maduros normalmente presentes no órgão. Podem ser esporádicos ou relacionados à síndromes o Pólipos juvenis: tipo mais comum; crianças < 5 anos; faz hemorragia/prolapso de reto; maior risco para adenocarcinoma Síndrome de Peutz-Jeghers: é um distúrbio autossômico dominante raro definido pela presença de múltiplos pólipos hamartomatosos gastrointestinais e hiperpigmentação mucocutânea que implicam risco aumentado para várias neoplasias malignas, como cânceres de cólon, pâncreas, mama, pulmão, ovários, útero e testículos, bem como outras neoplasias incomuns o Mutações na linhagem germinativa de perda de função do gene LKB1/STK11 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Padrão de mosaico – rede ramificada de tecido conjuntivo, músculo liso, lâmina própria e glândulas revestidas por epitélio normal Adenomas ou pólipos adenomatosos: Pólipos mais comuns e importantes; podem ocorrer no estômago ou intestino. São por definição “pré-neoplásicos” pois exibem displasia, caracterizada histologicamente por hipercromasia nuclear, estratificação e núcleos aumentados. o 0,3-10 cm o Sésseis ou pediculados o Superfície aveludada/framboesa o Tubular ou viloso (tem maior risco de malignidade) Síndromes familiares Síndrome de Lynch (HNPCC) ou Câncer colorretal hereditário não poliposo: Síndrome com alto risco de neoplasias colônicas, ovarianas, endometriais, ureteres, cérebro, intestino delgado, trato hepatobiliar, pele, sem formação de polipose. Presença de instabilidade de microssatélites. (mutações) Mutações herdadas na linhagem germinativa em genes que codificam proteínas responsáveis pela detecção e reparo de erros que ocorrem durante a replicação do DNA – Genes MLH1, MSH2, MSH6, PMS2 Acomete mais os jovens; histórico familiar; acomete mais o cólon direito Associação Lesão séssil serrilhada (Adenoma ou pólipo séssil serrilhado) 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Polipose adenomatosa familiar: Mutações no gene APC. Centenas a milhares de pólipos intestinais. Risco de desenvolver adenocarcinoma colorretal em 100% dos pacientes não tratados Distúrbio autossômico dominante Diagnóstico: mínimo de 100 pólipos Igual ao pólipo esporádico na histologia CÓLON e canal anal Adenocarcinoma do cólon: neoplasia mais prevalente dentre os tumores do TGI. Alguns dos fatores patogênicos são mutações do gene APC/beta-catenina ou mutações das proteínas de reparo do DNA. (microssatélites) Em contraste, o delgado que corresponde a 75% do comprimento do TGI, tem menor frequência de tumores 60-70 anos; mais em homens; fatores alimentares – baixo consumo de fibras, alto consumo de carboidratos refinados, gordura, carnevermelha – e fatores ambientais – obesidade, sedentarismo, tabaco, álcool Macro: massas polipoides exofítica, lesões constritivas anulares, ulceradas Micro: formação de glândulas; células colunares altas; hipercromasia nuclear; desmoplasia estromal Subtipos menos comuns: mucinoso e células em anel de sinete Tumor neuroendócrino ou carcinoide intestinal: Pode ocorrer no estômago, delgado, cólon e apêndice. Ninhos, cordões ou grupos de células com núcleo ovalado com cromatina salpicada (“sal com pimenta”). São subclassificados de acordo com o grau. Originam-se de componentes difusos do sistema endócrino. Os tumores do intestino delgado tendem a ser mais agressivos, enquanto aqueles do apêndice são quase sempre benignos. Classificação atual da OMS → Tumores neuroendócrinos de baixo grau (G1) Ou grau intermediário (G2), ou alto grau - Carcinoma neuroendócrino Massas, pólipos ou nódulos pequenos; Ilhas, trabéculas, cordões, células uniformes com citoplasma granular rosa escasso e núcleo redondo a oval e pontilhado 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Neoplasias mucinoides do apêndice: baixo ou alto grau, de acordo com a displasia. Mucocele: Carcinoma de células escamosas anal: Lesão por HPV: 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Linfomas e Leucemias Praticamente todas as neoplasias hemato-linfoides são malignas – mas podem ser indolentes ou muito agressivos Acometem todas as idades e são relativamente comuns Classificação pela OMS: Neoplasias linfoides (principalmente linfomas): mieloma, plasmocitoma Neoplasias mieloide (leucemias, mielodisplasia e mieloproliferativa) Neoplasias histocitárias (de macrófagos) Exames complementares além da biópsia: Exame imunohistoquímico Biologia molecular – pesquisa de mutações através de hibridização in situ, PCR ou sequenciamento genético Mielograma Citometria de fluxo Neoplasias linfoides: variadas formas de apresentação e comportamento! Linfomas: acomete linfonodos geralmente, massas em fígado, baço, pele, etc o Hodgkin e Não Hodgkin: diferenças morfológicas, moleculares e prognósticas Hodgkin: linfócitos B Não Hodgkin: linfócitos B ou T(só são diferenciados por meio de imunohistoquímica; Leucemia: envolve o sangue periférico e a medula óssea Histologia normal do Linfonodo Córtex: contém folículos linfoides (LB ativados) o Áreas claras: centros germinativos o Áreas escuras: zona do manto Seios subcapsulares Região medular: contém os seios e cordões medulares com predomínio de LT Entre elas: região Paracortical, a qual é mal delimitada e com predomínio de LT Linfoma de Hodgkin Linfoma B não usual – derivado centro germinativo Pacientes jovens, envolvimento com EBV Linfadenomegalias cervicais, indolores – geralmente começa com um único linfonodo ou cadeia e se dissemina de forma gradual Febre e suores noturnos – “sintomas B” em 40% dos casos; geralmente bom prognóstico Se subdivide em 5 subtipos: o LH clássico: esclerose nodular ou celularidade mista ou rico em linfócitos ou depleção linfocitária o Predomínio de linfócitos/predominância linfocítica nodular “Olhos em coruja” ou “imagem em espelho” – Célula de Reed-Sternberg (CRS); não obrigatório Célula grande, núcleo multilobulado ou bilobulado, nucléolos gigantes, eosinofílicos (cor de cereja), citoplasma levemente eosinofílico 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Subtipo esclerose nodular: forma mais comum; adolescentes e adultos jovens. Prognóstico excelente; poucas células de Reed-Sternberg Nódulos delimitados por esclerose ou fibrose Assimetria, nucléolos menores, citoplasma abundante. Artefato de retração em volta – lacuna Subtipo celularidade mista: mais comum em maiores de 50 anos, masculino, muitas células de Reed- Sternberg, eosinófilos e maior tendência a disseminação Subtipo predomínio linfocítico nodular: não clássico, expressa marcadores diferentes; prognóstico excelente, variante das células de Reed-Sternberg (célula em pipoca) Linfoma linfocítico de Pequenas células/leucemia linfocítica crônica É um linfoma não Hodgkin Linfócitos pequenos, núcleos hipercromáticos e citoplasma escasso + focos dispersos de centros proliferados – patognomônicos Idosos – leucemia mais comum em adultos no mundo ocidental Linfadenopatias indolores de crescimento lento, fraqueza, palidez e sangramentos Hemograma evidencia linfocitose e anemia Altos níveis de BCL2 nas células tumorais – inibe apoptose Contagem de linfócitos > 5000 em sangue periférico Pode afetar medula óssea, baço, fígado 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Linfoma/Leucemia Linfoblástica Aguda Massa abdominal, vários linfonodos aumentados Neoplasia maligna mais comum em crianças (principalmente caucasianas) o Pico aos 3 anos Pode ser pré-T ou pré-T (linfoblastos) o 85% é tipo B o Geralmente de LT acomete adolescentes masculinos – tímicos Sintomas: tem início abrupto, fraqueza, palidez, dor óssea e articular, febre, sangramentos, linfadenopatias, hepatoesplenomegalia o Pode acometer testículos e SNC Medula óssea hipercelular Trabécula óssea com células neoplásicas É agressivo, mas responde bem a quimioterapia agressiva Desregulação de fatores de transcrição necessários para a diferenciação normal dos progenitores B e T; mutação NOTCH, PAX-5 Massas mediastinais em 5-70%, associadas geralmente a linfadenopatias e esplenomegalia Células (linfoblastos) com núcleos de cromatina delicada, nucléolos pequenos e citoplasma escasso Alto índice mitótico Linfoma Folicular Estruturas arredondadas – folículos (arquitetura linfonodal obstruída por proliferação nodular); muito comum Vários linfonodos aumentados pelo corpo, indolor, medula óssea acometida em 80% dos casos Possui translocação característica (14;18) o Fusão gene BCL2 do cromossomo 18 ao locus igH do cromossomo 14. → superexpressão inapropriada de BCL2 (inibidor da apoptose) → sobrevivência celular Paciente de meia-idade, 50 anos ou mais Diagnóstico diferencial: hiperplasia linfoide reacional – aumento reativo dos linfonodos Centrócitos (células pequenas, escuras) e centroblastos (células grandes, brancas) 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Linfoma de células do manto Originado do manto dos linfonodos – células semelhantes às células B naive (nunca expostas à antígenos, localizadas nas zonas do manto de folículos linfoides normais) Principalmente em homens > 50 anos, são bem agressivos Superexpressão da ciclina D1 – aumento da divisão celular – t(11, 14) Células escuras = células do manto Linfoma da Zona Marginal Extranodal/MALT linfoma Tumor indolente de células B do MALT o Tecidos epiteliais – estômago, glândulas salivares, intestino, mama, órbita Ocorre secundariamente à inflamação crônica (doenças autoimunes – síndrome de Sjogren, Hashimoto ou infecção crônica por H pylori) o H. pylori ativa células T → citocinas inflamatórias → mutações iniciadoras - clone de célula B dependente de célula T (retirando o processo inflamatório muitas vezes cura o linfoma) → evolução clonal, maior autonomia → disseminação Sintomas: dispepsia, má digestão, gastrite crônica e saciedade precoce (tumefação do órgão envolvido) Células B neoplásicas infiltram a lâmina própria e epitélios envolvidos, por vezes formando agregados Mucosa Gástrica “Risquinhos” = H pylori Linfoma difuso de grandes células B Idosos – linfoma mais comum em adultos e que evoluem de linfoma folicular Linfonodomegalias de crescimento rápido Lesões cutâneas associadas, rápida evolução Histórico familiar de linfoma folicular sem tratamento Mutação de BCL2 e BCL6 → hiperexpressão → regulador transcricional no centro germinativo Pode haver mutações de MYC ou combinações de outras mutações Morfologia difusa, células B grandes, redondas ou ovais, às vezes multilobulado, cromatina dispersa, muitos nucléolos e citoplasma pálido 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Linfoma de Burkitt Mais comum em crianças e adultos jovens, geralmente extranodal Sintomas: aumento de volume abdominal de crescimento rápido (não endêmico) e massas maxilares/mandibulares (endêmico), fraqueza, mal- estar e febre Endêmico – vírus Epstein-Barr na África (pode também ser esporádico, a morfologia é a mesma) Translocações envolvendo o gene MYC no cromossomo 8 → superexpressão do fator de transcrição MYC (regulador de glicólise aeróbica - permite rápido crescimento do tumor) → Tumor humano de crescimento mais rápido Buraquinhos brancos – padrão em céu estrelado por conta dos macrófagos com pedaços fagocitados Células de tamanho médio, núcleos ovais ou redondos, muitas mitoses e apoptoses, Mieloma Multiplo Das doenças plasmocitárias, é o mais importante o Lesões únicas = plasmocitoma o Lesões múltiplas = mieloma múltiplo Idosos, > 70 anos Sintomas: dor óssea, infecções de repetição, história de fratura o Lesões ósseas líticas – crânio, pelve, fêmur, arcos costais, vértebras – levam à fraturas patológicas Alterações em exame de urina: excesso de proteínas (proteína de Bence Jones) Translocação locus IgH do cromossomo 14 com oncogenes Efeitos adversos: destruição óssea, defeitos da imunidade humoral, disfunção renal Plasmócitos – derivados do LB; produtor de anticorpos, núcleo desviado para a periferia Micose fungoide ou Linfoma T cutâneo Linfoma de células T – confundido com micoses, dermatites, etc Evolução lenta, podem virar nódulos ou massas Linfócitos neoplásicos acometem epiderme e derme superior 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Leucemia mieloide aguda Adultos de meia-idade Sintomas: anemia, fadiga, palidez, sangramentos, infecções recorrentes o Pode evoluir para espleno ou hepatomegalia Diagnóstico: achados morfológicos, histoquímicos, imunofenotípico e cariotípicos Mutações de genes que codificam fatores de transcrição necessários para a diferenciação mieloide normal – t (15, 17) Prognóstico ruim, sobrevida geral livre de doença até 30% com quimioterapia convencional Blastos mieloide em mais de 20% do componente celular da medula óssea Leucemia mieloide crônica Pacientes adultos de 15-60 anos, com pico entre 40 e 50 anos Sintomas: início insidioso, fadiga, emagrecimento, mal estar, saciedade precoce Hemograma evidencia leucocitose (maior que 100 mil) principalmente de neutrófilos, eosinófilos, basófilos e mielócitos A medula óssea encontra-se hipercelular com precursores granulocíticos e megacariócitos Gene BCR-ABL quimérico alterado – cromossomo Philadelphia (22 menor) o ABL: sítio tirosina quinase + BCR - constitutivamente ativado = promove inúmeras vias de sinalizações que desencadeia a transformação celular. Inicia em uma célula progenitora hematopoiética Tratamento: inibidores de tirosina quinase Hematopoese extramedular no baço → infartos esplênicos Síndromes mielodisplásicas Defeitos na maturação associados à hematopoiese ineficaz Medula parcial ou totalmente substituída por proliferação clonal de célula-tronco multipotente, que pode se diferenciar em eritrócitos, granulócitos ou plaquetas, porém de forma ineficaz e desordenada (citopenias) o Anemia/leucopenia/plaquetopenia, com MO hipercelular (células “ineficazes”) Clone de célula tronco geneticamente instável → alta propensão à mutações, principalmente transformação para LMA (10-40%) Relativamente comum, 50-70 anos Pode desenvolver após tratamento com quimio ou radioterapia, por fatores genéticos, mutação TP53 4° fase Medicina Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 Histiocite De Células de Langherans 2 grupos de histiocitose: Histiocitose de células de Langerhans Multissistêmica: Letterer-Siwe; crianças menores de 2 anos; lesões cutâneas multifocais, hepatoesplenomegalia, linfadenopatia, lesões ósseas e pulmonares Histiocitose de células de Langerhans Unissistêmica: 5-15 anos; pode acometer 1 osso ou mais – calota craniana, arcos costais, fêmur; o Pode regredir espontaneamente ou após radioterapia/exérese Sintomas: dor óssea, dor de cabeça Edema em partes moles Presença de linfócitos e eosinófilos. Infiltrado heterogêneo, com vários tipos de células, predominando macrófagos e células gigantes do tipo oscleoclasto. Os macrófagos tem citoplasma róseo homogêneo, claro, e núcleo de contorno irregular, com nucléolo evidente.
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