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UNIVERSO - Curso de Nutrição Disciplina: Nutrição Clínica I - Professora: Viviane Mukim ESTUDO DIRIGIDO 1) Cite 2 modificações físicas e químicas da dieta hospitalar. Dê 2 exemplos para cada. Modificações físicas: Temperatura (alimentos quentes retardam a digestão, pois fazem vasodilatação, ao passo que os alimentos frios são de rápida digestão devido a vasoconstricção e aumento da peristalse) e Consistência (Dieta normal, branda, pastosa, líquida, de prova) Modificações químicas: restrição de componentes químicos (ex: dieta hipolipídica, hiperprotéica, hipossódica, isenta em sacarose e lactose, ...) e alteração de composição (ex: nutrição enteral e parenteral) 2) O que se entende por dieta de prova ou líquida clara (sem resíduos), quando ela é indicada e por que não deve conter leite em suas preparações? É uma dieta isenta em fibras, gorduras e proteínas e composta basicamente por água e baixíssimo teor de carboidratos. É indicada em pós-operatórios de cavidade abdominal e após períodos de jejum prolongado. Não deve conter preparações lácteas, pois após um longo período de jejum ou em casos onde a mucosa intestinal ficou muito vulnerável, as microvilosidades intestinais sofrem um achatamento comprometendo a liberação de dissacaridases, em especial, da LACTASE. Dessa forma a LACTOSE do leite não consegue ser degradada e começa a sr fermentada pelas bactérias intestinais causando distensão abdominal e flatulência. 3) Qual a diferença entre nutrição enteral e parenteral? Em que situações cada uma pode ser indicada. Nutrição enteral é uma dieta oferecida basicamente por sondas podendo também complementar a ingestão calórica via oral. Na Nutrição Parenteral, os nutrientes são oferecidos diretamente na veia, em sua forma prontamente absorvida. A Nutrição Enteral é indicada em situações onde a cavidade oral esteja comprometida, mas o trato gastrintestinal está funcionando (produção enzimática e peristalse OK). Já a Parenteral será indicada quando após um período de 72 horas (3 dias) ou no máximo 5 dias o paciente apresentar dificuldade de se alimentar via oral e o seu trato intestinal não estiver funcionante. 4) Em relação à dieta enteral, diga quais são as suas formas de administração e suas vias de acesso da nutrição enteral citando para cada via 1 fator que deve ser levado em consideração na sua escolha. Formas de administração: a) em bolo ou gavagem; b) gotejamento gravitacional (frasquinhos pendurados) que pode ser intermitente (por etapas) ou contínuo (de 12 em 12h , 18 a 18h ou em 24h) ou c) gotejamento por bomba infusora (em geral utilizado para gotejamento contínuo). Vias de administração: a) SNG (utilizada quando a boca estiver comprometida, mas o estômago está funcionando e também para complementar caloricamente a via oral); b) SNE ou transpilórica (utilizada quando a boca e o estômago estiverem comprometidos (sonda duodenal) ou quando o intestino delgado tb estiver comprometido (sonda jejunal). Este tipo de sonda também será utilizado em casos de vômitos e tosses recorrentes) e c) ostomias (utilizadas na impossibilidade de passagem da sonda ou quando há a previsão do uso da sonda por mais de 6 semanas). 5) Qual deve ser a osmolaridade ideal de uma nutrição enteral? Quais os componentes que podem aumentar a osmolaridade de uma dieta? E quais as conseqüências de uma dieta hiperosmolar? Isotônica (entre 300 e 350mOsm). Quanto mais hidrolizados estiverem os componentes da dieta, mais hiperosmolar ela será, logo os componentes que elevam a osmolaridade são: carboidratos simples, aminoácidos, ácidos graxos, eletrólitos, ..). A dieta hiperosmolar pode causar diarréia osmolar e distensão abdominal. 6) Para uma dieta ser considerada hiperprotéica e hipercalórica a relação Kcal não- protéicas / g N2 e sua densidade calórica devem apresentar que valores, respectivamente. Relação Kcal não-protéicas / gN < 150 (hiperprotéica) e DC >1(hipercalórica) 7) Caracterize (fale um pouco) as diferentes fontes de lipídios utilizadas na formulação de uma dieta enteral. TCL: cadeia longa. Precisam da ação da lipase pancreática para serem absorvidos. Fornecem ácidos graxos essenciais (omega 3 e 6). Fontes: óleos vegetais TCM: cadeia média. Não precisam da ação da lípase para serem absorvidos. Fontes: óleo de coco, milho e TCM industrializado. TCC: cadeia curta. São formados a partir da fermentação de fibras pela flora intestinal. Auxiliam na cicatrização da mucosa intestinal. 8) Classifique e caracterize as dietas enterais quanto ao preparo e aos seus nutrientes. Preparo: a) Artesanal (produtos in natura batidos no liquidificador), b) Industrializada (podem ser Sistema Aberto (em pó, manipuladas ao sair da indústrias antes de administrar ao paciente. Alto risco de contaminação) e Sistema fechado (não sofre manipulação antes de ser administrada. Risco de contaminação praticamente nulo)) e c) Mista (Batida no liquidificador e acrescida de módulos de nutrientes ou enteral industrializada batida com leite ou suco ou em sopas). Nutrientes: a) Polimérica (nutrientes totalmente intactos, em geral a fonte protéica (caseína, ovoalbumina); b) Oligomérica (nutrientes parcialmente hidrolizados e c) Monomérica ou Elementar (nutrientes totalmente hidrolizados). 9) Cite 3 complicações da nutrição enteral e 1 solução para cada. Desidratação: administração de água nos intervalos Diarréia: acrescentar pectina à formula para aumentar a viscosidade e reduzir a velocidade de infusão. Hipoglicemia: retirar lentamente a nutrição enteral antes de fazer a transição para via oral 10) Diferencie Bulimia de Anorexia Nervosa, cite 4 efeitos no organismo provocados por cada uma Bulimia: o indivíduo come muito em intervalos curtos (cerca de 2h) e depois utiliza métodos compensatórios como laxativos em excesso, indução de vômitos ou exercícios intensos, para eliminar o que comeu. Características: não é magro, feridas e calos nas mãos, esofagite e erosão do esmalte dentário. Anorexia Nervosa: o indivíduo não come devido o temor intenso de ganhar peso, já que se sente sempre gordo. Características: magreza extrema, amenorréia, feridas e calos nas mãos e desnutrição. 11) Diferencie os diferentes tipos de desnutrição protéico-calórica e cite 4 efeitos no organismo provocados pela desnutrição e 1 tipo de suplemento nutricional específico para cada um destes tipos. Kwashiorkor: carência acentuada de proteínas, em particular de albumina. Efeitos: baixa imunidade, edema, fraqueza muscular e dificuldade de realizar a digestão (comprometimento enzimático e peristáltico). Para um paciente com este tipo de desnutrição podemos utilizar módulos de proteínas (ex: caseical, whey protein..., albumina em pó, …) ou suplementos protéicos (ex: Nutridrink protein, …). Marasmo: carência global de proteínas e calorias. Efeitos: perda acentuada de tecido adiposo e muscular, fraqueza muscular, apatia. Para um paciente com este tipo de desnutrição podemos utilizar suplementos calórico-protéicos como por exemplo Sustagem, Nutren, Ensure, Nutridrink Max sem sabor, ... 12) Como deve ser a dietoterapia de um paciente desnutrido e anorético. Cite 4 orientações nutricionais para um paciente desnutrido. Hipercalórica, com evolução gradual, hiperprotéica, hiperglicídica, normolipídica, suplementada em vitaminas A, C, E, Complexo B, Selênio, Cálcio, Zinco e Ferro. Orientações nutricionais: Comer de 2 em 2 horas; regar o prato do almoço e do jantar com 1 colher (sopa) de azeite; preferir leite batido com fruta e cereal ao invés de leite puro; utilizar suplementos como Nutridrink, sustagem, nutridrink sem sabor Ex/; 1 colher (sopa) de nutridrink sem sabor em sopas, sucos, vitaminas OU 6 colheres (sopa) de sustagem em 1 copo de leite até 2 vezes ao dia. Alguns pacientes com desnutrição protéica extrema e anorexia podem apresentar baixos níveis de enzimas digestivas o que pode atrapalhar ainda mais a utilização metabólica dos nutrientes ofertados. Nestes casos convém prescrever também suplementos deenzimas digestivas (ex: Enzifor (sachês de enzimas como bromelina, pepsina, lactase, amilase, ...)
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