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APOSTILA dietoterapia pdf

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1 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 
PATOLOGIA DA NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA 1 
DOCENTE: ELIANE LOPES ROSADO 
 
 
 
APOSTILA DE DIETOTERAPIA 1 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE NUTRIÇÃO – 5º PERÍODO (2018.2) 
 
 
 
 
 
ALUNA: GLEICIANE BUENO 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2018 
2 
 
BLOCO I 
• AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NA PRÁTICA CLÍNICA.................................................................4 
• MODIFICAÇÃO DA DIETA NORMAL PARA ENFERMOS..........................................................18 
• TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL..............................................................................................28 
• TERAPIA NUTRICIONAL PARENTERAL......................................................................................40 
• DESNUTRIÇÃO..................................................................................................................................44 
BLOCO I 
• OBESIDADE.......................................................................................................................................56 
• HEPATOPATIAS................................................................................................................................62 
• TRANSTORNOS ALIMENTARES 
• ESOFAGOPATIAS 
• GASTROPATIAS 
BLOCO III 
• PANCREATOPATIAS........................................................................................................................79 
• SISTEMA DIGESTÓRIO: VESÍCULA..............................................................................................97 
• SITEMA DIGESTÓRIO: INTESTINO DELGADO.........................................................................108 
• SISTEMA DIGESTÓRIO: INTESTINO GROSSO...........................................................................125 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BLOCO I 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NA PRÁTICA CLÍNICA 
Quando falamos de avaliação nutricional, precisamos entender o conceito de estado nutricional. 
ESTADO NUTRICIONAL (é uma relação de ingestão x gasto): 
Grau no qual as necessidades fisiológicas por nutrientes estão sendo alcançadas (Pollock e Wilmore, 1993). 
“É a condição de saúde de um indivíduo influenciada pelo consumo e utilização de nutrientes, e identificada 
pelo somatório* de informações obtidas de estudos físicos, bioquímicos, clínicos e dietéticos” (Associação 
Americana de Saúde Pública, OMS 2000). 
Há uma gama de indicadores que podem ser usados para fazer um diagnóstico. 
O estado nutricional pode variar devido: 
✓ Mudança de horário das refeições 
✓ Estado da doença (dores/dificuldades na ingestão) A ingestão não supre as necessidades. 
✓ Doenças catabólicas 
• IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO PACIENTE HOSPITALIZADO 
✓ Verificar a vulnerabilidade ao desenvolvimento da desnutrição iatrogênica*; 
✓ Detectar precocemente o risco nutricional; 
✓ Minimizar complicações clínicas (infecções, cicatrização deficiente, dependência de ventilação); 
✓ Reduzir tempo de internação 
Quando a desnutrição se desenvolve no ambiente hospitalar. 
Motivos para a desnutrição iatrogênica: A própria internação (perda de apetite, emocional...), temperatura 
da refeição, medicação com efeitos colaterais, tipo e horário das refeições, qualidade da refeição... 
• FERRAMENTAS PARA AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 
✓ História clínica 
✓ Exame físico geral e específico 
✓ Avaliação antropométrica 
✓ Avaliação da composição corporal 
✓ Avaliação laboratorial 
✓ Anamnese alimentar (análise do consumo habitual e não habitual) 
✓ Avaliação subjetiva global 
• ETAPAS DA ABORDAGEM NUTRICIONAL 
✓ Identificação e características gerais do paciente (queixa e diagnóstico principal, HDA, HPP*, história 
familiar, história social, avaliação do estado mental, avaliação do funcionamento intestinal) 
✓ Aplicação de inquéritos dietéticos e compara-los com as recomendações nutricionais 
5 
 
✓ Avaliação dos demais indicadores nutricionais 
✓ Educação nutricional 
✓ Prescrição dietética 
✓ Acompanhamento da aceitação da dieta prescrita 
HDA= história da doença atual 
HPP= história patológica pregressa 
 AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA 
É a ciência que estuda as medidas de tamanho, peso e proporções do corpo humano (Gibson R, 2005; Pollock 
e Wilmore, 1993). 
VANTAGENS (Gibson R, 2005) 
✓ Procedimentos simples e seguros; 
✓ Equipamentos são de baixo custo, portáteis e duráveis; 
✓ Os dados são precisos e acurados quando as técnicas são padronizadas; 
✓ Possibilita análises do estágio da desnutrição/obesidade e mudanças do estado nutricional; 
✓ Determina limites e valores de risco da desnutrição/obesidade. 
PARÂMETROS ANTROPOMÉTRICOS 
• PESO CORPORAL (atual, usual, ideal ou teórico e ajustado) 
Em alguns casos, não há como medir o peso atual, como pacientes acamados, dessa 
forma, faz-se necessário fazer estimativas. 
O peso usual é importante em casos de pacientes que são magros ou estão em risco no estado nutricional e 
podem estar com retenção de líquidos ou edemas que façam ganhar peso, ficando aparentemente eutróficos, 
quando na verdade é apenas água. 
A perda de peso é um indicador importante para o estado nutricional. 
▪ Pode indicar desnutrição ou risco no estado nutricional 
▪ É calculado com o peso atual e o usual. 
O peso ideal podemos calcular para saber quantos kg o paciente deve ganhar ou perder. 
USUAL: É o peso que o paciente normalmente o paciente apresenta e é informado pelo mesmo. 
IDEAL: É o peso que o paciente deve alcançar ou que é bom pra ele (é calculado com o IMC de eutrofia) 
ATUAL: É o peso feito na balança pelo profissional. 
6 
 
AVALIAÇÃO DO PESO SECO 
Total de peso (kg) a ser subtraído do peso atual de acordo com o grau de edema e local atingido. 
Há casos que se notado um edema (retenção hídrica), esse valor deve ser descontado para determinar o estado 
nutricional, senão o mesmo pode ficar superestimado. 
A avaliação é feita pela formação de cacifu. A classificação é feita com sinal de “+” 
GRAU DE EDEMA LOCAL ATINGIDO TOTAL DE PESO A SER SUBTRAÍDO 
+ Tornozelo 1kg 
++ Joelho 3-4kg 
+++ Raiz da coxa 5-6kg 
++++ Anasarca 10-12kg 
(Matarese LE. Nutrition support handbook, 1997) 
Lê-se “1 cruz em 4” → edema apenas no joelho 
“2 cruzes em 4” → do tornozelo até a panturrilha 
Anasarca = edema generalizado 
ESTIMATIVA DE PESO DE ASCITE E EDEMA 
ASCITE: Retenção líquida no abdomem. 
NÃO avaliamos o grau de ascite (o médico que irá determinar) 
Entendendo a fisiopatologia da ascite: Em determinadas situações, como alguns tipos de câncer mais 
catabólicos, o tumor renal, por exemplo. Mesmo sem metástase, ele promove um catabolismo intenso e se 
“alimenta” de tudo que o organismo produz, podendo desenvolver uma doença hepática como uma cirrose e 
uma das consequências é a queda da albumina. A albumina regula a permeabilidade vascular, e a sua queda 
causa uma perda de líquido, do meio intravascular para o extravascular, e esse líquido se acumula na cavidade 
peritoneal levando a ascite. Então, a ascite normalmente está associada a hipoalbuminemia. 
GRAU DA ASCITE/EDEMA PESO ASCÍTICO (Kg) EDEMA PERIFÉRICO (Kg) 
Leve 2,2 1,0 
Moderado 6,0 5,0 
Grave 14,0 10,0 
JAMES, 1989. 
PERCENTUAL DE PERDA DE PESO CORPORAL 
𝑃𝑒𝑟𝑑𝑎 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑜 =
𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑢𝑠𝑢𝑎𝑙 − 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑎𝑡𝑢𝑎𝑙
𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑢𝑠𝑢𝑎𝑙
× 100 
TEMPO PERDA DE PESO IMPORTANTE (%) PERDA DE PESO GRAVE 
(%) 
1 semana 1-2 >2 
1 mês 5 >5 
7 
 
3 meses 7,5 >7,5 
6 meses 10 >10 
ASPEN, 1993 
PESO AJUSTADO 
Peso ideal = IMC ideal x (altura)² 
Sendo: IMC médio para homens = 22 kg/m² e para mulheres = 21 kg/m² (OMS, 1985) 
 ESTIMATIVA DO PESO CORPORAL 
Homens = [(0,98xCP) + (1,16xAJ) + (1,73xCB) + (0,37xDCSE) - 81,69] 
Mulheres (cm) = [(1,27xCP) + (0,87xAJ) + (0,98xCB) + (0,4xDCSE) - 62,35] (Chumlea et al, 1988) 
• ESTATURA 
No caso do adulto,a altura só serve para o cálculo do IMC. Em crianças, é um indicador do estado nutricional 
pregresso. 
ESTIMATIVA DA ALTURA CORPORAL 
* Altura do joelho (Chumlea et al, 1985): 
▪ Homens (cm) = 64,19 - (0,04 x I) + (2,02 x AJ) 
▪ Mulheres (cm) = 84,88 - (0,24 x I) + (1,83 x AJ) 
* Extensão dos braços (Kwok e Whitelaw, 1991) 
Braços estendidos em ângulo reto com o corpo. Medir com a fita métrica a distância entre o dedo médio de 
uma mão até o esterno e multiplica-se por 2 ou mede-se do dedo médio de uma mão até o dedo médio da 
outra. 
* Estatura recumbente (Garcia ANM, 2000). 
Paciente em posição supina (deitada de costas) – leito na posição horizontal completa. Realizar a medida da 
altura do topo da cabeça até a base dos pés. 
CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE ADULTOS DE ACORDO COM O IMC 
CLASSIFICAÇÃO IMC (kg/m2) 
Magreza grau III <16,0 
Magreza grau II 16,9-16,0 
Magreza grau I 18,4-17,0 
Baixo peso <18,5 
Normal 18,5-24,9 
Pré-obeso 25,0-29,9 
Obesidade classe I 30,0-34,9 
Obesidade classe II 35,0-39,9 
8 
 
Obesidade classe III ≥40 
(OMS, 1997; ABESO, 2016) 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL PELO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL, PARA 
IDOSOS. 
CLASSIFICAÇÃO IMC (kg/m2) 
Baixo peso <22 
Eutrofia 22,0-27,0 
Obesidade >27,0 
(Lipschitz. Primary Care, 1994) 
AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA DE AMPUTADOS 
𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑜 =
𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑎𝑛𝑡𝑒𝑠 𝑑𝑎 𝑎𝑚𝑝𝑢𝑡𝑎çã𝑜
100 − % 𝑎𝑚𝑝𝑢𝑡𝑎çã𝑜
× 100 
 
𝐼𝑀𝐶 =
𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑜 (𝑘𝑔)
(𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 (𝑚))2 (1 − % 𝑎𝑚𝑝𝑢𝑡𝑎çã𝑜)
 
 
(Osterkamp. J Am Diet Assoc, 1995; Tsamaloukas et al. JPEN, 1994) 
Proporções do corpo humano para estimativa do peso corporal (Osterkamo.J Am Diet Assoc, 1995). 
• CIRCUNFERÊNCIAS 
Ponto médio do braço: É medida a partir do acrômio até o olécraneo 
 
 
 
 
 
 
 
CIRCUFERÊNCIA DO BRAÇO (Frisancho AR, 1990) 
CIRCUFERÊNCIA MUSCULAR DO BRAÇO (CMB) (Frisancho AR, 1981) 
𝐶𝑀𝐵 (𝑐𝑚) = 𝐶𝐵 (𝑐𝑚) – (𝐷𝐶𝑇 (𝑚𝑚) × 𝜋 (Gurney e Jelliffe, 1973). 
Essa circuferência é um indicador do estado proteico somático. Quando a CMB se encontrar abaixo de 5%, 
indica uma depleção do estado proteico somático porque reflete a proteína muscular. 
9 
 
ÁREA MÚSCULAR DO BRAÇO CORRIGIDA (AMBc) (Heymsfield et al,1982) 
Masculino 
𝐴𝑀𝐵𝑐 (𝑐𝑚2) =
[𝐶𝐵 (𝑐𝑚) − 𝜋 𝑥 𝐷𝐶𝑇 (𝑚𝑚) / 10] 2 – 10
4𝜋
 
Feminino 
𝐴𝑀𝐵𝑐 (𝑐𝑚2) =
[𝐶𝐵 (𝑐𝑚) − 𝜋 𝑥 𝐷𝐶𝑇 (𝑚𝑚) / 10] 2 – 6,5
4𝜋
 
RISCO DE COMPLICAÇÕES METABÓLICAS ASSOCIADAS À OBESIDADE, EM FUNÇÃO DO 
PERÍMETRO DA CINTURA 
 AUMENTADO MUITO AUMENTADO 
HOMENS 94cm 102cm 
MULHERES 80cm 88cm 
(OMS, 1997; ABESO, 2016) 
Quando se faz o perímetro da cintura, estamos medindo a gordura visceral. O perímetro da cintura indica o 
risco cardiometabólico. Além do perímetro da cintura, o risco pode ser avaliado pelo uso da relação cintura-
quadril, entretanto, o uso desse método pode superestimar o perímetro. 
*Cintura maior que o quadril → físico android 
*Cintura menor que o quadril → físico ginecoide ou ginóide 
O perímetro da cintura é mais usado pois se consegue estimar com confiança a gordura intrabdominal. 
CURIOSIDADE: Por que a gordura intrabdominal é mais perigosa que a gordura subcutânea? 
Na gordura subcutânea temos receptores αdrenérgicos e na intrabdominal mais receptores βdrenérgicos. Os 
αdrenérgicos estão mais envolvidos com as vias lipogênicas (acumulo), sendo mais sensíveis à insulina, que 
por sua vez é anabólica. Os βdrenérgicos possuem atividade catabólica, sendo mais resistentes à ação da 
insulina, com facilidade de mobilização de gordura, o pool de ácidos graxos livres na corrente sanguínea será 
muito maior, então o risco de doenças cardiometabólicas será maior. Quando se tem muito ácido graxo livre, 
o fígado para de utilizar a glicose e passa a utilizar esse ácido graxo para sintetizar VLDL e a glicose que não 
está sendo utilizada ficará na corrente sanguínea (podendo levar a uma diabetes). O VLDL irá para corrente 
sanguínea que irá resultar em LDL e consequentemente haverá uma redução do HDL. 
Então... A relação da gordura intra-abdominal com a doença cardiovascular, por exemplo, é que ela é 
mais facilmente mobilizada, gera ácido graxo livre e o fígado vai sintetizar VLDL e LDL e poupar a 
utilização de glicose. 
10 
 
CLASSIFICAÇÃO DE RISCO METABÓLICO PELO PERÍMETRO DA CINTURA, SEGUNDO 
IDF. 
RISCO DE COMPLICAÇÕES METABÓLICAS ASSOCIADAS ÀOBESIDADE 
 ELEVADO 
HOMENS ≥ 90cm 
MULHERES ≥ 80cm 
 
• DOBRAS CUTÂNEAS 
 
▪ Dobra cutânea tricipital (DCT) (Frisancho AR, 1990) 
▪ Dobra cutânea subescapular 
▪ Somatório das dobras cutâneas tricipital, bicipital, subescapular e suprailíaca 
Limitações: 
- Exige intenso treinamento; 
- Existe variação na consistência do tecido adiposo, elasticidade da pele e proporção de gordura interna e 
externa; 
- Representatividade dos locais de medição; 
- Limitado na perda de peso recente e extremos de adiposidade. 
ESTIMATIVA DA DENSIDADE CORPORAL (KG/M3) (SOMATÓRIO DAS DOBRAS CUTÂNEAS 
TRICIPITAL, BICIPITAL, SUBESCAPULAR E SUPRAILÍACA). 
 
 
 
 
 
 
 
 
(Durnin e Womersley, 1974) 
ESTIMATIVA DA GORDURA CORPORAL POR MEIO DA DENSIDADE CORPORAL 
CALCULADA PELO SOMATÓRIO DE DOBRAS CUTÂNEAS 
FÓRMULA DE SIRI (1961) → %GCT = (4,95/D - 4,5) x 100 
11 
 
FÓRMULA DE BROZEK ET AL. (1963) → %GCT = (4,570/D - 4,142) x 100 
• COMPOSIÇÃO DOS TECIDOS CORPORAIS 
TECIDO ADIPOSO: Células adiposas, fluidos extracelulares, endotélio vascular e colágeno 
MASSA MAGRA: Água, minerais, matéria orgânica e lipídios essências (É o que estimamos com as dobras 
cutâneas e bioimpedância) 
(McArdle el al, 7a ed. 2011) 
 
Como o tecido livre tecido de gordura tem muita água e minerais, ele é mais denso. 
O problema de algumas dietas como jejum intermitente é que além de perder massa gorda, perde também a 
massa magra, que é um tecido metabolicamente ativo. 
FATORES QUE ALTERAM A DENSIDADE DOS COMPARTIMENTOS CORPORAIS: 
▪ Idade 
▪ Sexo 
▪ Quantidade de tecido adiposo 
▪ Nível de atividade física 
▪ Raça ou etnia 
▪ Estado de saúde 
IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL (CC) EM PACIENTES 
HOSPITALIZADOS: 
▪ Identificar riscos associados ao acúmulo de gordura abdominal; 
▪ Associar risco à saúde com baixo e alto nível de gordura corporal; 
▪ Monitorar mudanças na composição corporal (CC) associadas a doenças específicas; 
▪ Avaliar a eficiência do programa nutricional; 
▪ Investigar relação entre CC e morbimortalidade; 
▪ Formular intervenções para prevenção precoce de doenças crônicas 
(Smith, 2004). 
• BIOIMPEDÂNCIA ELÉTRICA 
Baseia-se no princípio de que a passagem da corrente elétrica no tecido hidratado corresponderá ao conteúdo 
de água corporal total e, consequentemente, massa magra, considerando o modelo de dois compartimentos 
corporais. 
12 
 
(Lukaski, 1987). 
Vantagens da bioimpedância elétrica 
✓ Método simples e não invasivo 
✓ Rápido, não causa desconforto 
✓ Resulta em medida precisa e válida 
Limitações da bioimpedância elétrica 
✓ Variação na hidratação corporal (ex: obeso, idoso) 
✓ Variação na temperatura ambiental 
✓ Alto custo, comparado as dobras cutâneas 
✓ Limitado na fase inicial da dieta para perda de peso, na obesidade 
 
 AVALIAÇÃO LABORITORIAL 
É importante avaliar: 
▪ Estado protéico somático (índice de creatinina altura e balanço nitrogenado) 
▪ Estado protéico visceral (proteínas plasmáticas) 
▪ Estado de ferro (transferrina, capacidade de ligação do ferro, saturação da transferrina e ferritina) 
*Gilicemia e lipodograma não servem para avaliar o estado nutricional (são exames complementares) 
AVALIAÇÃO DO ESTADO PROTEICO SOMÁTICO 
Índice de creatina altura: é uma relação da creatinina excretada com a altura do indivíduo. 
A creatinina é um metabólito da proteína muscular, diferente da ureia, que representa majoritariamente a urina 
ingerida. Então, se a creatinina estiver alta na urina, pode está havendo uma mobilização damassa magra → 
catabolismo (oxidação da proteína para gerar energia). Entretanto, esse fator não é válido para doenças renais. 
Fatores que podem alterar os resultados: 
✓ variações diurnas; 
✓ estresse emocional; 
✓ exercícios extenuantes; 
✓ menstruação; 
✓ ingestão diária de carne e proteína; 
✓ infecção, febre, trauma e IRC; # Idade; 
✓ diabetes mellitus tipo 2 e obesidade, com dietas muito restritas 
13 
 
𝐼𝐶𝐴 (%) =
𝑐𝑟𝑒𝑎𝑡𝑖𝑛𝑖𝑛𝑎 𝑢𝑟𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑎 (24ℎ) × 100%
𝑐𝑟𝑒𝑎𝑡𝑖𝑛𝑖𝑛𝑎 𝑢𝑟𝑖𝑛á𝑟𝑖𝑎 𝑖𝑑𝑒𝑎𝑙 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑎 𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎
 
Referência (creatinina excretada): 
23mg/dL (masculino) 
18mg/dL (feminino) 
(Walser, 1987) 
Balanço Nitrogenado 
Fatores que podem alterar os resultados: 
✓ Inadequação proteica (desbalanço entre AAE e AANE); 
✓ Catabolismo proteico (trauma, infecção, sepse, queimaduras) 
✓ Perdas proteicas (fístulas, diarréia); 
✓ Doença renal crônica. 
BN = N ingerido (g) – N excretado (g) 
BN = [Proteína (g)/6,25 – (uréia urinária (g)/2,14]+4 
Fatores que dificultam a realização do exame: 
São caros; 
✓ Requer tempo do paciente e da equipe; 
✓ Perdas protéicas dos alimentos, antes da ingestão – superestimativa do consumo; 
✓ Perdas nas fezes, urina, pele, fístulas - subestimativa. 
AVALIAÇÃO DO ESTADO PROTEICO VISCERAL 
Fatores que podem afetar as concentrações das proteínas plasmáticas: 
✓ Ingestão proteica inadequada; 
✓ Metabolismo alterado; 
✓ Deficiência específica de proteína plasmática; 
✓ Síntese proteica reduzida resultante de ingestão energética inadequada, deficiência de eletrólitos, 
elementos traços e de vitaminas (A); 
✓ Trocas na permeabilidade capilar; 
✓ Medicamentos (ex: contraceptivos orais); 
✓ Exercícios extenuantes 
Meia vida e valores de referência das proteínas plasmáticas 
14 
 
PROTEÍNAS PLASMÁTICAS MEIA VIDA REFERÊNCIA 
albumina 14-20 dias 3,5-5,5 g/dL 
transferrina 8-9 dias 200-400 mg/dL 
pré-albumina ligada a tiroxina 2-3 dias 15,7-29,6 mg/dL 
proteína ligada ao retinol 12 horas 2,6-7,6 mg/dL 
 
Diagnóstico nutricional segundo as concentrações de albumina plasmática 
CONCENTRAÇÕES DE ALBUMINA (G/DL) CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO 
NUTRICIONAL 
>3,5 Adequada 
3,0-3,5 Depleção leve 
2,4-2,9 Depleção moderada 
<2,4 Depleção grave 
Alterações fisiopatológicas associadas com modificações na transferrina: 
✓ Gastrointestinais e renais; 
✓ doenças hepáticas; 
✓ insuficiência cardíaca congestiva; 
✓ inflamação; 
✓ redução nos requerimentos de ferro (infecção crônica, anemia perniciosa, etc); 
✓ gestação, terapia com estrogênio e hepatite aguda (aumento); 
✓ anemia associada à má nutrição 
AVALIAÇÃO DO ESTADO DE FERRO 
✓ Transferrina – 200 a 400mg/dL 
Aumentada: anemia ferropriva, hepatite aguda, contraceptivos orais e gravidez. 
Reduzida: estados inflamatórios crônicos, infecção, doenças hepáticas crônicas, neoplasias e doença renal 
✓ Capacidade de ligação de ferro total (CTLF) 250 – 450 g/dL (total) e 150 – 340 g/dL (livre). 
Aumentada: anemia ferropriva, gestação. 
Reduzida: Estados inflamatórios crônicos, sobrecarga de ferro e hemocromatose 
✓ Saturação da transferrina – 20 a 50% 
 (100 x ferro) / CTLF 
✓ Ferritina 
SEXO VALORES PADRÃO (µg/dL) 
MÍNIMO MÁXIMO 
Masculino 24 336 
Feminino 11 176 
Pós-menopausa 11 306 
15 
 
 
Aumentada: infecções, traumas, neoplasias, artrite, sobrecarga de ferro (hemocromatose). 
Reduzida: deficiência de ferro. 
ÍNDICES NUTRICIONAIS 
Utilização de variáveis antropométricas, do estado proteico visceral e dietética. 
ÍNDICE DE RISCO NUTRICIONAL (IRN) 
Esse índice representa o risco que o indivíduo possui de se tornar desnutrido levando em consideração a 
albumina e o peso atual. 
Um fator que limita a utilização desse índice é o peso usual. Se o paciente não souber informar, não é possível 
calcular. É utilizado quando é necessário fazer uma triagem ou fechar um diagnóstico rápido. 
IRN = (15,9 x Alb (g/dL)) + (0,417) x % peso usual 
Onde % peso usual = peso atual x 100 / peso usual 
Interpretação: 
▪ Estado nutricional adequado -  100% 
▪ Desnutrição moderada – 97 a 99,9% 
▪ Desnutrição grave - < 97,5% 
(Mullen et al, 1979; Gibson, 2005). 
ÍNDICE DE PROGNÓSTICO NUTRICIONAL (IPN) 
Esse índice indica a sobrevida do paciente considerando a albumina, DCT, transferrina e teste de 
hipersensibilidade cutânea (HCT). 
IPN = 158 – (16,6 x Alb (g/dL)) – (0,78 x DCT (mm)) – (0,2 x T (mg/dL)) – (5,8 x HCT) 
Onde 
▪ HCT (hipersensibilidade cutânea) = 0 (não reator), 1 (enduração < 5mm) e 2 (enduração > 5mm); 
▪ T – transferrina; 
▪ DCT – dobra cutânea triciptal. 
Interpretação: 
▪ Alto risco - > 50% 
▪ Risco intermediário – 40 a 49% 
▪ Baixo risco - < 40% 
ÍNDICE NUTRICIONAL HOSPITALAR (INH) 
16 
 
INH = (0,91 x Alb (g/dL)) − (1,00 x HCT) – (1,44 x sepse) + (0,98 x diagnóstico clínico) – 1,09 
Onde 
HCT (0 (não reator), 1 (enduração < 5 mm) e 2 (enduração > 5 mm)); 
Sepse (presente = 1 e ausente = 2); 
Diagnóstico clínico (câncer = 1, outras doenças = 2). 
Interpretação: 
▪ Sobrevida de 25% -  -1 
▪ Sobrevida de 90% –  2,5 
▪ Sobrevida de 50% - 0 
MUST- FERRAMENTA UNIVERSAL DE RASTREIO NUTRICIONAL 
É utilizado mais em idosos 
1) Avaliar o IMC do indivíduo; 
▪ Maior ou igual a 20 = 0 pontos 
▪ 18,5 – 20 = 1 ponto 
▪ Inferior ou igual a 18,5 = 2 pontos 
2) Avaliar a perda de peso durante os últimos 6 meses; 
▪ Inferior ou igual a 5% = 0 ponto 
▪ 5-10% = 1 ponto 
▪ Maior ou igual a 10% = 2 pontos 
3) Avaliar a severidade da doença 
Adicionar 2 pontos – caso não haja ingestão dietética por mais de 5 dias 
Interpretação: 
0 – Baixo risco: seguir rotina clínica e acompanhamento 
Hospital = periodicidade semanal 
Ambulatorial = periodicidade mensal 
1 – Médio risco: Observação Hospital= monitorar ingestão dietética por 3 dias Ambulatorial = idem 
2 ou mais: Alto risco Tratamento – se necessário utilizar suplementação nutricional. 
 AVALAIAÇÃO CLÍNICA OU EXAME FÍSICO 
Devemos tentar sempre seguir a orientação cabeça→pés para que se analise tudo. 
17 
 
ÁREA CORPORAL MANIFESTAÇÃO CLÍNICA 
CABELO Coloração não é muito usada pois pode sofrer interferências 
(tinturas, etc) 
Pode-se analisar o brilho, que pode está associado com o estado 
proteico além do ressecamento, despigmentação e quebras 
FACE É avaliado o consumo da musculatura temporal, que é um 
indicador clínico da depleção proteica somática. É avaliado 
também a bola gordurosa de bichat, que é um indicador da 
reserva adiposa. 
OLHOS É avaliado o ressecamento e coloração, se estão normocorados ou 
hipocorados. Pessoas com anemia ferropriva normalmente possui 
olhos hipocorados. O ressecamento indica o estado de hidratação → 
xerofitalmia 
BOCA Há a avaliação interna e externa, observando lesões nasolabiais – 
seborreia nasolabial, que tem relação com vitamina B12. Na 
avaliação interna, olha-se a dentição que pode ser um sinal de uma 
possível disfagina ou odinofagia* 
Gengivas: alguns quimioterápicos causam edemas e inchaços. A 
deficiência de niacina causa aglocite/gengivas escorbúticas. 
Língua: Paciente desidratado não forma saliva. Avaliação da 
coloração e papilas, pois uma deficiência de Fe pode ser causa de 
atrofia das papilas. 
PESCOÇO Avaliação do consumo da musculatura supra e infra clavicular, 
que pode ser um indicador de deficiência proteico-calórica. 
BRAÇOS Avaliação da presença de edemas → formação de cacifu. 
ABDOMEM Avaliação com o exame ectoscopico, analisando se ele está plano, 
globoso ou escavado (desnutrição proteico-calórica), apalpação com 
auscuta, que normalmente é feito no cólon ascendente, transverso e 
descendente, que é para ouvir se está com flatulência aumentada ou 
normal. 
Aumentada = Hipertimpanico 
Normal= Normotimpanico 
MÃOS Avaliação do consumo interósseo, que pode ser uma depleção 
proteico-calórico. Na palma da mão avaliamos a palidez palmar, 
que tem relação com o estado de Fe 
Unhas: unhas quebradiças podem indicaro estado de zinco, ferro, 
vitamina A e proteínas. Na anemia ferropriva elas costumam mudar 
de conformação. 
PERNAS Podemos avaliar a formação do arco entre as coxas → consumo 
muscular intenso, que também pode ser um indicador proteico. 
 
 AVALIAÇÃO DIETÉTICA 
Métodos retrospectivos: 
Recordatório de 24 horas 
Questionário de freqüência alimentar (QFA) 
Anamnese ou história alimentar 
Métodos prospectivos: Diário ou registro alimentar 
 
18 
 
MODIFICAÇÕES DA DIETA NORMAL PARA ENFERMOS 
• ETAPAS PARA PRESCRIÇÃO DIETÉTICA 
1) Cálculo do valor energético total (VET) 
É necessária a utilização, se possível, do peso atual. 
2) Distribuição entre os macronutrientes 
Essa distribuição irá depender do tipo de patologia. 
3) Composição em micronutrientes: vitaminas e minerais 
Conhecer os minerais e vitaminas importante para cada tipo de doença e comentar na conduta. 
4) Consistência/textura 
Além da consistência, é importante informar a via de acesso (oral, enteral, parenteral), lembrando que terapia 
enteral e parenteral sempre serão líquidas. 
5) Temperatura: quente, fria ou adequada à preparação 
Nos casos de obesidade, é útil utilizar preparações mais quentes nas refeições principais pois saciam mais e 
nos casos de desnutrição, utilizar preparações mais frias pois saciam menos (logo, o indivíduo irá comer mais). 
6) Fracionamento 
Normalmente, 5 a 6 refeições ao dia. Se o indivíduo só faz 3 refeições ao dia, DEVEMOS redistribuir essas 
quantidades para que ele passe a comer 6 vezes ao dia. 
7) Volume 
Pacientes que possuem comprometimento cardio-respiratório possuem dificuldades de mastigar/deglutir → 
não aguentam grandes volumes durante as refeições, dessa forma, devemos fazer um fracionamento maior. 
8) Ingestão hídrica 
9) Cuidados especiais: alimentos restritos, proibidos e horários 
Particularidades como restrição alimentar por religião ou gosto devem entrar na conduta. Além disso, é 
necessário fazer uma lista de orientações para alimentos que são permitidos e que se devem evitar para cada 
doença. Ex: indivíduos com gastrite, evitar alimentos ácidos. 
• INDICAÇÕES DAS MODIFICAÇÕES NA TEXTURA 
▪ Reinicio da nutrição oral, após jejum prolongado (jejum para exames, cirurgias de grande porte, por 
exemplo) 
▪ Após processos cirúrgicos 
19 
 
▪ Anorexia nervosa 
▪ Preparação para exames diagnósticos e/ou cirurgia: Por exemplo, exames no cólon requer que o inestino 
esteja limpo, sem resíduos, ou seja, sem fibras e lácteos, dessa forma, usa-se uma dieta mais líquida. 
▪ Progressão da dieta enteral ou parenteral 
▪ Doenças gastrointestinais moderadas (úlceras, gastrites...) 
 
• MODIFICAÇÕES FÍSICAS DA DIETA 
 DIETA NORMAL 
Indicações: funcionários do hospital; pacientes sem alterações físicas, sem restrição 
Características: completa e equilibrada; fracionamento, volume e consistência normais; fibras e tecido 
conectivo inteiro; permite todos os alimentos e preparações. 
Nessa dieta, o VET é atingido facilmente. Quanto mais líquida a dieta, menor a densidade calórica (kcal/g) 
 DIETA BRANDA 
Indicações: última fase na transição para a dieta normal; problemas de ingestão e digestão ou debilitados com 
anorexia (câncer, febre) e geriátricos; convalescência e rotina de pós-operatório; -doenças gastrointestinais. 
Características: valor energético adequado, completa e equilibrada; fracionamento normal e temperatura 
adequada; fibras e tecido conectivo modificados pela cocção; fácil digestibilidade e pobre em irritantes da 
mucosa (pimenta, alho, sazon, mostarda, vinagre...); condimentação leve; evita-se frituras, condimentos 
picantes e ricos em lipídios. 
ALIMENTOS PERMITIDOS NA DIETA BRANDA 
GRUPO ALIMENTOS 
Bebidas Sucos naturais, refresco, alguns chás, água. 
Sobremesas Sobremesas caseiras leves, açúcar até 10% 
Condimentos Sal, noz moscada, ervas aromáticas, cebola. 
Lácteos Queijos frescos ou cremosos, requeijão e coalhada, batidos lácteos e iogurtes. 
Proteicos Ovo (omelete, mexido, cozido) 
Pescados magros (merluza, linguado) 
Carnes magras (frango, peru, presunto) 
Cereais e farinhas Farinhas até 15% (forma de biscoitos e bolos) 
Macarrão, arroz e batata bem cozidos 
Legumes (suflês, purês) 
Leguminosas Bem cozidas ou caldos 
Hortaliças Cozidas (purê ou cremes) 
Evitar flatulentos 
Frutas Natural, bem macias e sem casca, cozida, suco. 
Gorduras Óleos vegetais, creme de leite 
Manteiga ou margarina 
 
20 
 
CARDÁPIOS DAS DIETAS BRANDAS 
REFEIÇÕES CARACTERÍSTICAS 
Desjejum Infusões suaves, lácteos, açúcar, bolos, biscoitos macios, torradas ou pão 
de forma, fruta. 
Lanche Sucos naturais, fruta, compotas ou lácteos. 
Almoço e jantar Sopa de macarrão ou arroz, purê de vegetais, arroz ou macarrão ou vegetal 
C cozidos. 
Carne magra, pescado branco, ovo, lácteos. 
Fruta em suco, batida, cozida ou crua ou lácteos. 
Ceia Infusão suave com açúcar. 
Torradas, pão de forma ou biscoito. 
 
 DIETA PASTOSA 
Indicações: pacientes com problemas de ingestão (anorexia, disfagia) e digestão, ou adêntulos; 
convalescência e rotina de pós-operatório; pós-operatório máxilo-facial; preparo para determinados exames 
de rotina; danos neurológicos, distúrbios neuromotores, retardo mental severo, doenças esofágicas. 
Características: completa e equilibrada; fracionamento aumentado; consistência semi-sólida; temperatura 
adequada às preparações; fibras e tecido conectivo modificados pela cocção; fácil digestibilidade e pobre em 
irritantes da mucosa; pode usar suplementos industrializados. 
ALIMENTOS PERMITOS NA DIETA PASTOSA 
GRUPO ALIMENTOS 
Bebidas Sucos naturais, refresco, alguns chás, água. 
Sobremesas Sobremesas caseiras leves, açúcar até 10% 
Condimentos Sal, noz moscada, ervas aromáticas, cebola. 
Lácteos Queijos frescos ou cremosos, requeijão e coalhada, batidos lácteos e iogurtes. 
Proteicos Ovo (quente, pochê, cozido, gemada) 
Pescados magros (merluza, linguado) 
Carnes magras (frango, peru, presunto) 
Cereais e farinhas Farinhas até 15% (forma de biscoitos e bolos) 
Macarrão, arroz e batata bem cozidos 
Legumes (suflês, purês, sopa) 
Leguminosas Bem cozidas, caldos, liquidificado 
Hortaliças Cozidas (purê ou cremes) 
Evitar flatulentos 
Frutas Natural, bem macias e sem casca, cozida, suco. 
Gorduras Óleos vegetais, creme de leite 
Manteiga ou margarina 
 
CARDÁPIOS DAS DIETAS PASTOSAS 
REFEIÇÕES CARACTERÍSTICAS 
Desjejum Infusões suaves, lácteos, açúcar, bolos, biscoitos macios, torradas ou pão 
de forma, fruta em purê. 
Lanche Sucos naturais, fruta, compotas ou lácteos. 
21 
 
Almoço e jantar Sopa de macarrão ou arroz, purê de vegetais, arroz ou macarrão ou vegetal 
C bem cozidos. 
Carne desfiada ou moída, ovo. 
Fruta em suco, batida, cozida ou crua ou lácteos. 
Ceia Infusão suave com açúcar. 
Torradas, pão de forma ou biscoito macio. 
 
 DIETA SEMI LÍQUIDA 
Indicações: pacientes com problemas na ingestão (disfagia, adêntulos) e digestão; enfermidades febris, 
esofagite de refluxo, insuficiência respiratória; pré e pós-operatório, pré e pós preparo para exames. 
Características: equilibrada, porém hipocalórica; fracionamento: ~7 refeições / dia e volume reduzido; 
temperatura adequada às preparações; fibras e tecido conectivo modificados pela cocção; podem ser 
peneiradas 
ALIMENTOS PERMITIDOS NA DIETA SEMI LÍQUIDA 
GRUPO ALIMENTOS 
Bebidas Sucos naturais, refresco, alguns chás, água. 
Vários Sorvetes e gelatinas, mel, açúcar a 10% 
Condimentos Sal, ervas aromáticas, cebola. 
Lácteos Leite puro ou enriquecido, coalhada, iorgutes. 
Proteicos Ovo (sopas, purês, sobremesas) 
Pescados magros (merluza, linguado) e aves bem macios 
Carnes magras (frango, peru, presunto) 
Cereais e farinhas Farinhas até 5% c/ leite (sobremesa ou creme) 
Torradas e biscoitos macios, pão careca 
Arroz e batata (purê, canja, sopa ou creme) 
Leguminosas Bem cozidas, caldos, liquidificado 
Hortaliças Cozidas e trituradas (purê ou cremes) (<lipídios) 
Evitar flatulentosFrutas Natural, bem macias e sem casca, cozida, suco. 
Gorduras Óleos vegetais, creme de leite 
Manteiga ou margarina 
 
CARDÁPIOS DAS DIETAS SEMI LÍQUIDAS 
REFEIÇÕES CARACTERÍSTICAS 
Desjejum Infusões suaves, lácteos, açúcar, bolos, mingau, biscoitos macios 
Lanche Sucos naturais, fruta, compotas ou lácteos. 
Almoço e jantar Caldo de carne, vegetais ou pescado, sopa de macarrão ou arroz, purê de 
vegetais. 
Sucos, gelatina de fruta ou sorvete, lácteos, fruta cozida ou em purê 
Ceia Infusão suave com açúcar. 
Mingau. 
 
 DIETA LÍQUIDA COMPLETA 
22 
 
Indicações: pacientes com problemas de ingestão e digestão; enfermidades febris, após cirurgia da cabeça e 
pescoço, esofagite de refluxo, insuficiência respiratória, doenças gastrointestinais; pré e pós-operatório e pré 
e pós preparo de exames. 
Características: nutricionalmente inadequada e restringe alimentos sólidos; fracionamento >6 refeições/dia; 
temperatura adequada à preparação; fácil digestibilidade sem resíduo; fibras e tecidos conjutivos modificados 
pela cocção; devem ser peneiradas em peneiras de malha fina. 
ALIMENTOS PERMITIDOS NA DIETA LÍQUIDA COMPLETA 
GRUPO ALIMENTOS 
Bebidas Infusões suaves, sucos de frutas adoçados, chás 
Vários Sorvetes, gelatina, gelo, mel, açúcar 5% (maltodextrina, karo, nidex). 
Condimentos Sal, ervas aromáticas, cebola. 
Lácteos Leite, iogurte, etc... (verificar a tolerância). 
Proteicos Ovo quente, em sopas, gemada 
Peixe e aves em sopas liquidificadas, caldo 
Cereais e farinhas Farinha até 3% ou 1,5% (aveia) 
Caldos. 
Leguminosas Bem cozidas, caldos, liquidificado 
Hortaliças Cozidas e trituradas (purê ou cremes) (<lipídios) 
Evitar flatulentos 
Frutas Liquidificadas, sucos coados, refresco. 
Gorduras Óleos vegetais, creme de leite 
Manteiga ou margarina 
 
CARDÁPIOS DAS DIETAS LÍQUIDAS COMPLETAS 
REFEIÇÕES CARACTERÍSTICAS 
Desjejum Infusões, sucos, leite quente e açúcar, mingau 
Lanche Sucos, gelatina, leite batido com frutas 
Almoço e jantar Caldo de carne ou pescado ou hortaliças, sopa de macarrão ou arroz, purê 
de vegetais (+ rala). 
 Sucos, gelatina de fruta ou sorvete, lácteos, fruta cozida ou em purê. 
Ceia Infusão suave com açúcar. 
Mingau. 
 
 DIETA LÍQUIDA RESTRITA 
Indicações: pré e pós-operatório (é a primeira no pós-operatório de grandes cirurgias), pré e pós preparo de 
exames; após período de alimentação por via endovenosa; cirurgia de cabeça e pescoço; diarréia aguda. 
Características: nutricionalmente inadequada e restringe alimentos sólidos; fracionamento > 6 refeições / dia 
e não usar por mais de 24h; volume inicial de 50 a 100mL e temperatura adequada; fornece líquidos e 
eletrólitos via oral; não exige trabalho digestivo e verifica a tolerância do TGI; as fibras são proibidas; devem 
ser peneiradas em peneira de malha fina. 
ALIMENTOS PERMITIDOS NA DIETA LÍQUIDA RESTRITA 
23 
 
GRUPO ALIMENTOS 
Bebidas Infusões suaves diluídos a 1%, água mineral. 
Vários Gelatina líquida, maltodextrina (dextrosol, nidex) 5% 
Hortaliças Coado, apenas batata, chuchu e cenoura 
Frutas Refresco de laranja e maça, diluídos ½ e coado. 
 
CARACTERÍSTICAS DOS ALIMENTOS PARA DIETAS PASTOSAS/TRITURADAS 
▪ Pescados - pouca espinha, pouco odor e sabor (merluza e linguado), - cozimento prévio, podendo 
agregar leite. 
▪ Carnes - menos fibrosas (frango), cozimento e corte prévio. 
▪ Ovos - misturá-los com verduras, batata, arroz, farinhas, etc..., esquentando-o previamente 
(pasteurizado). 
▪ Verduras e hortaliças - Triturado, preparo simples, enriquecer purês c/ a água. 
▪ Cereais - farinha misturada ao leite, ovo, etc..., - arroz, pode estar misturado a verduras ou protéicos, 
▪ Frutas - sucos ou liquidificadas, frescas ou cozidas (evitar grumos), Obs: o suco de limão pode evitar a oxidação 
dos purês. 
Cuidados especiais: 
▪ Preferir alimentos/pratos com textura habitual adequada; 
▪ Padronizar as receitas 
▪ Utilizar líquidos nutritivos (caldo de carne, verdura, leite); 
▪ Preparar, de preferência, no momento da refeição. Caso seja guardado, respeitar o tempo < 24h a - 4 o 
C ou > tempo a - 18o C, 
▪ aquecer a To  65o C e não requentar; 
▪ Evitar grumos, ossos, espinhas ou filamentos 
 
• MODIFICAÇÕES QUÍMICAS DA DIETA 
 ou  no valor energético 
 ou  na proporção de macronutrientes 
 ou  em algum nutriente (dieta hipossódica, rica em fibras ou em algum mineral ou vitamina) 
Exclusão de componentes específicos (dieta isenta de glúten, isenta de lactose) 
 ou  na quantidade/qualidade de fibras (dietas laxativas ou obstipantes) 
 na quantidade de resíduos. 
24 
 
 DIETA DE PROTEÇÃO GÁSTRICA 
Indicações: Pacientes com gastrite / úlcera; Pacientes em uso de medicamentos que irritam a mucosa gástrica. 
Características: Restrita em alimentos ácidos, infusões concentradas; restrita em gorduras. 
REFEIÇÕES CARACTERÍSTICA 
LÍQUIDA 
DESJEJUM Infusão suave com açúcar 
LANCHE Caldo: hortaliça, pescado ou carne desengordurada 
ALMOÇO E JANTAR Caldo: hortaliça, pescado ou carne desengordurada 
Suco não ácido, gelatina ou sorvete de frutas 
CEIA Infusão suave com açúcar 
 
REFEIÇÕES CARACTERÍSTICA 
SEMILÍQUIDA 
DESJEJUM Infusão suave, iogurte, açúcar, biscoito ou torradas 
LANCHE Suco não ácidos, gelatina ou iogurte 
ALMOÇO E JANTAR Caldo: hortaliça, pescado ou carne; sopas de 
macarrão ou arroz; purês de vegetais ou arroz (sem 
gordura) Suco não ácido, gelatina, sorvete de frutas, 
fruta cozida ou em purê ou iogurte 
CEIA Infusão suave com açúcar 
 
REFEIÇÕES CARACTERÍSTICA 
BRANDA 
DESJEJUM Infusão, lácteos, açúcar, bolo simples ou torradas 
LANCHE Suco não ácidos, compota ou lácteo 
ALMOÇO E JANTAR Sopas de macarrão ou arroz; purês de vegetais ou 
arroz; macarrão; vegetal C cozido (sem gordura) 
Carne magra, pescado branco, ovo ou lácteo Fruta 
como suco não ácido, batida, cozida, madura ou 
iogurte 
CEIA Infusão suave com açúcar 
 
 DIETAS SEM RESÍDUO, LACTOSE E LIPÍDIOS 
Indicações: Pacientes com diarréia, intolerância à lactose 
25 
 
 Características: Restrita em resíduos (fibras, lácteos); restrita em lactose (lacteos); restrita em gorduras; 
adicionada de alimentos adstringentes. 
REFEIÇÕES CARACTERÍSTICA 
LÍQUIDA 
DESJEJUM Infusão suave com limão e açúcar 
LANCHE Suco de fruta adstringente 
ALMOÇO E JANTAR Água de arroz ou cenoura 
Suco de fruta adstringente 
CEIA Infusão suave com limão e açúcar 
 
REFEIÇÕES CARACTERÍSTICA 
SEMILÍQUIDA 
DESJEJUM Infusão c/ limão e açúcar, torradas ou biscoitos 
LANCHE Suco de fruta adstringente 
ALMOÇO E JANTAR Água ou purê de cenoura ou arroz; sopa de 
macarrão (s/ gordura) Fruta adstringente em suco 
ou cozida e triturada 
CEIA Infusão suave com limão e açúcar 
 
REFEIÇÕES CARACTERÍSTICA 
BRANDA SEM LÁCTEOS 
DESJEJUM Infusão suave com limão ou suco adstringente 
Torradas, biscoitos ou bolo simples 
LANCHE Batido de fruta adstringente 
ALMOÇO E JANTAR Purê de hortaliças, arroz, sopa de macarrão, vegetal 
C cozido Carne magra picada, pescado branco ou 
ovo Fruta adstringente (suco, batida, cozida, 
madura) Torradas ou pão careca 
CEIA Infusão suave com limão e açúcar 
 
REFEIÇÕES CARACTERÍSTICA 
BRANDA COM LÁCTEOS 
DESJEJUM Idem + iogurte desnatado 
LANCHE Batido de fruta adstringente ou iogurte desnatado 
ALMOÇO E JANTAR Idem. Sobremesa: também pode inserir lácteo 
desnatado 
26 
 
 DIETAS PARA DM OU HIPERGLICEMIA 
 Indicações: Pacientes com diabetes ou intolerância à glicose 
 Características: Restrita em açúcares simples 
REFEIÇÕES CARACTERÍSTICA 
LÍQUIDA 
DESJEJUM Infusão suave com leite e suco de fruta sem açúcar 
LANCHE Iogurte natural batido 
ALMOÇO E JANTAR Caldo de verdura, pescado ou carne com pouca 
gordura Suco, gelatina ou sorvete sem açúcar 
CEIA Infusão suave sem açúcar 
 
REFEIÇÕES CARACTERÍSTICA 
SEMILÍQUIDA 
DESJEJUM Infusão suave, lácteo, biscoito maria ou torradas 
LANCHE Suco não ácidos, gelatina ou iogurte sem açúcar 
ALMOÇO E JANTAR Caldo dehortaliças, pescado ou carne (pouca 
gordura); sopa de macarrão; arroz; purês de 
hortaliças. Suco, gelatina, sorvete de frutas, fruta 
cozida ou em purê ou lácteo sem açúcar 
CEIA Infusão suave sem açúcar 
 
REFEIÇÕES CARACTERÍSTICA 
BRANDA 
DESJEJUM Infusão suave, lácteos, bolo simples ou torradas 
LANCHE Suco de frutas, compota ou batida com lácteos 
Biscoito maria ou torradas 
ALMOÇO E JANTAR Sopa de macarrão; arroz; purês de hortaliças; 
vegetal C cozido Carne magra picada, pescado 
branco, ovo ou lácteo Fruta como suco, batida, 
cozida, madura ou lácteo 
CEIA Infusão suave sem açúcar 
 
• PROTOCOLO PARA PREPARO PRÉ CIRURGICO 
Cirurgia menor 
▪ Dia anterior - ceia com dieta leve e pouca fibra 
▪ Dia da cirurgia - jejum mínimo de 12h. 
27 
 
Cirurgia maior 
▪ Dia anterior - dieta branda pobre em resíduos e ceia líquida pobre em resíduos 
▪ Dia da cirurgia - jejum mínimo de 12h. 
Cirurgia no cólon 
▪ Dois dias antes - dieta branda pobre em resíduos 
▪ Dia anterior - desjejum e almoço líquidos, lanche e jantar líquida, ambas pobres em resíduos 
▪ Dia da cirurgia - jejum mínimo de 12h. 
Pós-operatórios com quadros diarréicos: 
▪ Reidratação oral (24 a 48h) 
▪ Dieta líquida sem resíduos, lactose e pobre em lipídios 
▪ Dieta semi-líquida sem resíduos, lactose e pobre lipídios 
▪ Dieta branda muito baixa em fibras e lipídios, sem lactose 
▪ Branda muito baixa em fibras e lipídios, com lácteos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL 
Enteral = O alimento é administrado dentro do trato gastrointestinal, seja por 
via oral, via sonda ou osteomia. Parenteral = Administração da dieta 
diretamente nos vasos sanguíneos. 
TERAPIA NUTRICIONAL→ Conjunto de procedimentos terapêuticos para manutenção e/ou recuperação do 
estado nutricional do paciente por meio da nutrição oral, enteral e/ou parenteral. Para melhores resultados 
deve ser iniciada precocemente (até 72h após a internação e/ou estabilização hemodinâmica) 
Alimentação por via nutricional enteral, que utiliza fonte de nutrientes de forma isolada ou combinada*, 
de composição definida ou estimada, especialmente formulado ou elaborado para o uso por sondas ou 
via oral. Industrializado ou não, utilizado para substituir ou complementar a alimentação oral em 
pacientes desnutridos ou não, em regime hospitalar, ambulatorial ou hospitalar, visando a síntese e /ou 
manutenção dos tecidos, órgãos e sistemas. 
*Há a possibilidade de ter um módulo de proteínas ou completo (proteínas, carboidratos, lipídios 
emicronutrientes) 
É DA RESPONSABILIDADE DO NUTRICIONISTA, avaliar o estado nutricional dos pacientes, suas 
necessidades e requerimentos, bem como realizar todas a operações inerentes à prescrição dietética, 
composição e preparação da Nutrição Enteral, atendendo às recomendações das Boas Práticas de Preparação 
da Nutrição Enteral. 
ESQUEMA DE DECISÃO EM NUTRIÇÃO ENTERAL 
 
Quando o paciente está com 
risco de aspiração, devemos 
pensar no posicionamento da 
sonda naso. A MAIS 
FISIOLÓGICA* é a 
NASOGÁSTRICA, mas em 
casos de riscos de aspiração, 
a NASOENTÉRICA é 
melhor. 
*Podemos utilizar alimentos 
mais completos. 
 
29 
 
 
INDICAÇÕES PARA NUTRIÇÃO ENTERAL 
▪ Lesões do SNC (coma), anorexia nervosa, AVE, doença de Parkinson, depressão grave; 
▪ Neoplasias, quimioterapia e radioterapia em baixas dosagens; 
▪ Queimaduras, infecções graves, traumas, cirurgias; 
▪ Ingestão oral inadequada (< 60% das necessidades) / 7-10 dias; 
▪ Desnutrição moderada com ingestão oral inadequada; 
▪ Pós-operatórios (cirurgias de grande porte); 
▪ Disfagia grave (para consistência líquida); 
▪ Estenoses esofagianas, neoplasias orofaríngeas, esofágicas e gástricas; 
▪ Fístulas digestivas de baixo débito; 
▪ Síndrome do intestino curto (< 100cm restante de jejuno ou < 150 cm íleo); 
CONTRA-INDICAÇÕES PARA NUTRIÇÃO ENTERAL: 
▪ Obstruções intestinais completas; 
▪ Íleo paralítico; 
▪ Fístulas digestivas de alto débito; 
▪ Diarréia severa resistente à terapia convencional; - Pancreatite aguda grave; 
▪ Choque. 
PARÂMETROS CONSIDERADOS PARA A ADMINISTRAÇÃO DE NUTRIÇÃO ENTERAL 
1. Escolha da via e do local de infusão da dieta: via = onde a sonda será colocada / infusão = aonde a 
dieta irá cair. Ex: Naso/Gastrica. 
2. Tamanhos das sondas materiais utilizadas na confecção das sondas 
3. Técnicas de administração: a administração pode ser continua ou intermitente. 
4. Tipos de dietas 
5. Densidade calórica: se o paciente precisa ganhar peso, utiliza-se uma dieta mais densa; 
6. Osmolaridade: importante para não obstruir a sonda ou causar diarréia 
7. Modo de preparo, ingredientes, complexidade dos nutrientes 
8. Particularidades ou dietas especiais. 
 
 
 
 
30 
 
VIAS DE ACESSO DA SONDA ENTERAL 
 
VIA DE ACESSO VANTAGENS DESVANTAGENS 
GÁSTRICA (sondas naso ou 
orogástricas) 
Maior tolerância para 
sobrecargas osmóticas* e 
variedades de fórmulas*, 
volume, facilidade de 
posicionamento; local mais 
fisiológico e de mais fácil acesso; 
tolerância a qualquer tipo de 
dieta; tolerância à administração 
em bolos; Progressão mais rápida 
do programa 
Maior risco de aspiração 
pulmonar em pacientes com 
dificuldade neuro motora de 
deglutição; risco de saída 
acidental por tosse, soluço ou 
vômitos. 
ENTÉRICA (sondas 
nasoentéricas – duodenais ou 
jejunais) pequeno calibre 
Menor risco de refluxo e 
aspiração; Maior dificuldade de 
saída acidental, por tosse, soluços 
ou vômitos; indicada nos casos 
de refluxo grave, retardo no 
EG, gastroparesias; local de 
escolha em casos de 
gastroparesia, estenose pilórica e 
intervenção cirúrgica gástrica. 
Requer dietas normo a 
hiposmolares; menos fisiológico; 
não tolera grandes volumes 
(bolos); maior dificuldade de 
posicionamento (fazer a 
verificação do posicionamento 
por raio X); local de mais difícil 
acesso; progressão mais lenta. 
OSTOMIAS (gastrostomia 
enterostomia (jejunostomia)) 
Indicada para suporte nutricional 
prolongado; o acesso pode ser 
feito pelo método endoscópico. 
O método endoscópico não pode 
ser utilizado nos casos de ascite 
maciça, hepatomegalia, úlceras 
gástricas, diálise peritoneal 
contínua, peritonite. 
 
31 
 
• Sobrecarga osmótica: bom para pacientes que precisam de dieta com alto carboidrato ou proteína → 
que alteram a osmolaridade 
• Variedade de fórmulas: hidrolisado ou não hidrolisado → como o TGI está em funcionamento, não 
haverá problema na digestão de macronutrientes 
• Volume → quando a via é intestino, a dieta deve ser gotejada, já no estomago pode ser feita a 
administração com seringa/bolus. 
• Quando o paciente tem alguma doença gástrica (tumor gástrico, estenose) não adianta colocar a dieta 
no estomago porque a saída dela vai está dificultada. 
 
As ostomias são menos incomodas e o calibre é mais grosso, permitindo dietas artesanais. 
TÉCNICAS DE ADMINISTRAÇÃO DA DIETA ENTERAL 
INTERMITENTE: Pacientes com esvaziamento gástrico (EG) normal, NE domiciliar. 
✓ Bolus: injeção com seringa, 100- 350ml de dieta no estômago a cada 3-4h. Administração durante 5-
20 min. Usar seringa de 60mL. Irrigar sonda com 20-30 mL água potável. 
✓ Gravitacional: 50- 500 ml administrado por gotejamento, com intervalo de 4-8h (20-40 min de 
infusão), precedida e seguida por irrigação da sonda com 20-30 mL de água potável. Pode ser utilizado 
bomba infusora. 
Na gravitacional consegue-se utilizar um volume maior, bom para pacientes com um VET alto (como os casos 
de queimaduras) 
CONTÍNUA: Desnutridos graves, retardo no EG. 
✓ Bomba infusora: 25-150ml/h em um período de 12-24h, interrompida de 6-8hpara irrigação da sonda 
com 20- 30 mL de água potável. 
TÉCNICA VANTAGENS DESVANTAGENS 
INTERMITENTE Permite deambulação; Indicada 
para tratamento domiciliar; 
Dispensa bomba infusora 
> Risco de refluxo 
gastroesofágico e aspiração 
pulmonar 
CONTÍNUA >tolerância às dietashiperosmolares; Permite 
progressão mais rápida; Indicada 
em casos de refluxo 
gastroesofágico; Permite nutrição 
noturna 
Dificulta deambulação; Exige 
bomba infusora 
 
32 
 
CÁLCULO DO GOTEJAMENTO 
▪ Valor energético total da dieta: dependendo do estado geral (após exame laboratorial, atropométrico e 
clínico, já sabemos se o paciente irá ingerir via oral, enteral, parenteral) 
▪ Volume a ser administrado: O volume dependerá da dieta que for escolhida (densidade calórica) 
EXEMPLO: Para cada 100mL, se tem 1.5 → 150 kcal/100mL 
Para cada 100ml, se tem 2.0 → 200 kcal/100mL 
Ambas hipercalóricas, utilizadas em casos desnutrição e pacientes com retenção hídrica. 
▪ Densidade calórica 
DC (Kcal / ml) = 
𝐾𝑐𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑓𝑜𝑟𝑚𝑢𝑙𝑎çã𝑜
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑎 𝑓𝑜𝑟𝑚𝑢𝑙𝑎çã𝑜
 
CATEGORIZAÇÃO DAS FÓRMULAS ENTERAIS SEGUNDO A DC 
CATEGORIA DA DC VALORES DE DC (Kcal/mL) CATEGORIA DA FÓRMULA 
Muito baixa <0,6 Acentuadamente hipocalórica 
Baixa 0,6-0,8 Hipocalórica 
Padrão 0,9-1,2 Normocalórica 
Alta 1,3-1,5 Hipercalórica 
Muito Alta >1,5 Acentuadamente hipercalórica 
 
▪ Período para administração da dieta. 
Cálculo do gotejamento – administração intermitente (exemplo) 
Esquema alimentar: 4 a 6 tomadas/ dia durante 20 a 40 minutos. 
1. VET: 2000 Kcal 
2. Densidade calórica da dieta = 1,5 → 
2000 𝑘𝑐𝑎𝑙
1,5
= 1334𝑚𝐿 𝑑𝑎 𝑑𝑖𝑒𝑡𝑎 
3. Volume a ser administrado =
1334𝑚𝐿
6 𝑟𝑒𝑓𝑒𝑖çõ𝑒𝑠
= 222𝑚𝐿 𝑒𝑚 𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑡𝑜𝑚𝑎𝑑𝑎 
4. Período de administração: 7:00h-7:40h (40min) = 
222
40
= 5,5 𝑔𝑜𝑡𝑎𝑠/𝑚𝑖𝑛 
FORMULAÇÕES ENTERAIS - CLASSIFICAÇÃO 
1) QUANTO A DENSIDADE CALÓRICA 
✓ Normocalórica 
✓ Hipocalórica 
✓ Hipercalórica 
2) QUANTO A OSMOLARIDADE/OSMOLALIDADE 
✓ Isotônicas = 300 – 400 mOsm/L 
✓ Hipotônica =< 300 mOsm/L 
33 
 
✓ Hipertônica = > 400 mOsm/L 
 
• A dieta com hiperosmolaridade tem uma maior capacidade de causar desconforto gastrointestinal 
• Quanto mais hidrolisada a dieta, maior a osmolaridade, maior o risco. 
• A osmolaridade do sangue é de 300 a 350, se colocamos no TGI uma dieta de 500 de osmolaridade, o 
sangue será menos concentrado que a dieta → o risco é do líquido passar do meio menos concentrado 
(sangue) para o mais concentrado (TGI) para dissolver esse soluto. Então, a dieta que oferece menos 
risco é a isotônica. 
3) QUANTO AO TIPO DE DIETA 
ADEQUAÇÃO E EVOLUÇÃO DO GASTO ENERGÉTICO TOTAL 
Pacientes desnutridos graves ou em jejum prolongado = recomenda-se iniciar com 1/5 do GET no primeiro 
dia. 
Pacientes eutróficos ou moderadamente desnutridos = 1/3 do GET no primeiro dia. 
 
ESTIMATIVA RÁPIDA DA OFERTA CALÓRICA POR KG DE PESO CORPORAL 
SITUAÇÃO/CONDIÇÃO RELAÇÃO DE OFERTA 
Estável 20 – 22 Kcal/Kg 
Perda de peso 20 – 25 Kcal/Kg 
Manutenção de peso 25 – 30 Kcal/Kg 
Ganho de peso 30 – 35 Kcal/Kg 
Cirurgia eletiva 32 Kcal/Kg 
Politraumatismo 35 – 40 Kcal/Kg 
Sepse 25 – 30 Kcal/Kg 
Fonte: Patiño 2000. 
NECESSIDADES DIÁRIAS DE PROTEÍNAS SEGUNDO A CONDIÇÃO CLÍNICA 
CONDIÇÃO CLÍNICA OFERTA DE PROTEÍNA 
Sem estresse metabólico 0,8g/Kg/dia 
Estresse metabólico leve (hospitalização eletiva) 1,0 – 1,2g/Kg/dia 
Estresse metabólico moderado (pós-operatório 
complicado, infecção, trauma) 
1,2 – 1,5g/Kg/dia 
Estresse metabólico intenso (sepse, pancreatite, 
trauma grave) 
1,5 – 2,0g/Kg/dia 
Fonte: National Advisory Group on Standards and Practice Guidelines for Parenteral Nutrition 1998. 
 
4) QUANTO A COMPLEXIDADE DOS NUTRIENTES 
POLIMÉRICA (nutrientes intactos, com e sem lactose, baixa osmolaridade, menor custo e manuseio, densidade 
calórica de 1 a 2 kcal/mL). 
▪ leite integral, desnatado e proteínas de soro de leite (caseinato de cálcio ou sódio), soja ou IPS, soro 
de leite, clara de ovo, lactoalbumina, proteínas isoladas de caseína. 
34 
 
▪ Polímeros de glicose (maltodextrina, xarope de milho) a dissacarídeos (sacarose e lactose) ou 
monossacarídeos. Lipídios (óleo vegetal, gordura de leite, triglicerídeos de cadeia média - TCM) 
EXEMPLO: 
Descrição: Dieta enteral nutricionalmente completa, normocalórica e 
normoproteica, enriquecida com exclusivo mix de carotenóides e de baixa 
osmolaridade. Hipossódica, isenta de sacarose, lactose e glúten. 
Indicação: Pacientes com necessidades calóricas normais sem restrição de 
volume. Realimentação pós jejum prolongado. Transição de terapia 
parenteral/dieta oligomérica para terapia enteral polimérica. Pacientes com 
sensibilidade a dietas hiperosmolares, restrição de sódio e pacientes idosos. 
OLIGOMÉRICA (> osmolaridade e absorção intestinal) 
▪ Peptídeos de cadeia curta, enriquecidos com aa livres 
▪ Carboidratos como mono e dissacarídeos. 
▪ Lipídios (triglicerídeos de cadeia média - TCM), vitaminas e minerais 
Na oligomérica, as vezes utilizam-se um mix de AA livres e peptídeos de cadeia curta, pois os peptídeos 
ajudam à diminuir a osmolaridade. 
ELEMENTAR (densidade energética de 1 a 1,5 kcal/mL, hiperosmolar, composição semelhante à parenteral, 
isenta de resíduos, fibras e lactose) 
▪ Aminoácidos livres, glicose, TCM e ácidos graxos 
MODULARES (predominância de um dos nutrientes essenciais) 
Ex: Whey protein é uma dieta modular. 
Vantagens: 
▪ < Viscosidade e produção de resíduos 
▪ Fácil digestibilidade 
▪ Alto valor nutritivo 
▪ Exige pouco manuseio e são de baixo custo, comparadas com as completas. 
Desvantagens: 
▪ Não devem ser utilizadas em todos pacientes 
▪ Administração – infusão contínua, gota a gota ou intermitente. 
 
35 
 
5) QUANTO AO MODO DE PREPARO 
▪ Industrializadas (em pó para reconstituição ou líquidas) 
▪ Artesanais (a base de alimentos “in natura”, com ou sem adição de produtos industrializados). 
 
6) QUANTO AOS INGREDIENTES 
▪ Completa (macro e micronutrientes) 
▪ Modular (possui os nutrientes em separado) 
DIETAS ESPECIAIS 
• DOENÇA RENAL AGUDA E CRÔNICA 
14% de suas calorias são de proteínas de alto valor biológico (aa essenciais) para minimizar a formação de 
uréia. O perfil de vitaminas e minerais auxilia na reposição de perdas durante a diálise. Possui alta densidade 
calórica, Provendo as necessidades energéticas com restrição de volume. 
• PACIENTES CRÍTICOS, PÓS-OPERATÓRIO 
Nutrição enteral ou oral, eficaz contra infecções e complicações no pósoperatório por conter arginina, 
nucleotídeos e ácidos graxos polinsaturados da série n-3. 
• INSULFICIÊNCIA HEPÁTICA 
Rica em aa de cadeia ramificada (leucina, isoleucina e valina) e pobre em aminoácidos aromáticos 
(fenilalanina, tirosina e triptofano). 
• INSULFICIÊNCIA PULMONAR 
Pobre em carboidratos. 
• NUTRIENTES ESPECIAIS 
Vitaminas A, C e E, zinco e potássio: Insuficiência no processo cicatricial. 
Vitaminas A, C e E, zinco, ácidos graxos série 3, arginina: Insuficiência na resposta imunológica. 
Nutrientes condicionalmente essenciais e oligoelementos: 
Taurina (presente em alimentos de origem animal) 
▪ AA reduzido no plasma e nos leucócitos durante estresse e após trauma e queimaduras. 
▪ atua na agregação de sais biliares 
▪ participa do metabolismo glicídico e do cálcio. 
▪ antioxidante: estabiliza as membranas celulares. 
▪ 
36 
 
 Carnitina 
▪ Transporte de TCL para oxidação intra-mitocondrial 
Selênio (frutos do mar, carne bovina, aves, grãos integrais) 
▪ Suplementação reduz infecções, aumenta produção anticorpos, potencializada pela vitamina E. 
▪ Atividade fagocitária Recomendação: 100 a 200 mg/dia. # 
Cromo (brócolis, batata, carne vermelha, banana, maçã) 
▪ Reduz o colesterol sérico 
▪ Potencializa a ação da insulina Recomendação: 200 a 400 mg/dia. 
Molibidênio (leite, feijão, cereais e pães) 
▪ Componente de sistemas enzimáticos (necessário na oxidação do enxofre). 
▪ Deficiência leva a taquicardia e pode ocorrer em pacientes desnutridos com doença de Crohn em NPT 
prolongada. 
Nucleotídeos 
▪ Síntese principalmente no fígado (dependente de energia). 
▪ A produção endógena é insuficiente no hipermetabolismo. 
▪ Síntese de DNA, RNA, ATPe AMPc. 
▪ Importante na manutenção da integridade intestinal e na resposta imunológica. 
L-arginina (legumes, produtos de origem animal, nozes) 
▪ Sua síntese é insuficiente no estresse. 
▪ Possui elevado conteúdo de N, melhora balanço N. 
▪ Incrementa a resposta imune (células T) (grandes cirurgias e traumas) – doses de 17 a 25g/dia. 
▪ Melhora a cicatrização. 
▪ Dose máxima de 30g/dia – para evitar distensão abdominal e diarreia 
L-Glutamina (carnes, ovos, leite e derivados, soja) 
O paciente desnutrido pode deixar sequelas, como a diminuição da área de absorção. A L glutamina favorece 
a regeneração tecidual. 
▪ Aminoácido mais abundante no homem. 
▪ Essencial durante estresse, minimiza perda muscular. 
▪ Combustível das células de rápida proliferação do intestino, minimizando atrofia, e do sistema 
imunológico. 
37 
 
▪ Participa da síntese de proteínas viscerais. 
▪ Precursor glutationa peroxidase. 
▪ Diminui infecções em pacientes críticos e tempo de internação. 
▪ Dose na NE de 16g/L e na NPT de 40g/L 
Ácidos graxos polinsaturados da série 3 
▪ Precursores do EPA e DHA. 
▪ Os eicosanóides modulam as funções cardiovasculares, pulmonares, imunológicas, reprodutivas e 
secretoras de muitas células. 
▪ Influencia a composição lipídica da membrana celular, plaquetas, eritrócitos, neutrófilos, monócitos e 
hepatócitos. Auxiliam o sistema Imunológico. 
INDICAÇÃO DA NE PRECOCE COM IMUNOMODULADORES: 
▪ Cirurgia gastrointestinal eletiva 
▪ Desnutrição moderada ou grave, pré-cirurgia do TGI. 
▪ Trauma grave (abdome, tórax, crânio, medula espinhal) 
▪ Queimaduras com mais de 30% da área corporal e 3o grau Ventilação mecânica 
Resultados esperados do uso de imunomoduladores: 
▪ < incidência de complicações infecciosas 
▪ < tempo de internação 
▪ < tempo de ventilação mecânica 
▪ Queda da falência de múltiplos órgãos. 
Tempo de uso de imunomoduladores: 
Mínimo – 5 dias  Critérios para interrupção: Queda das proteínas próinflamatórias (proteína C reativa) e 
aumento da préalbumina. 
COMPLICAÇÕES DA NUTRIÇÃO ENTERAL 
COMPLICAÇÕES GASTROINTESTINAIS 
COMPLICAÇÕES POSSÍVEIS CAUSAS 
DISTENSÃO ABDOMINAL Posicionamento incorreto da sonda e/ou do paciente 
Não verificação do resíduo gástrico 
Excessos de volume e velocidade de administração 
elevada) 
DIARRÉIA Infusões muito rápidas 
38 
 
Alimentação em bolus 
Posição da sonda  concentração da fórmula 
Uso associado de medicamentos pela sonda 
Hipoalbuminemia 
Intolerância a lactose 
Contaminação bacteriana da fórmula 
CONSTIPAÇÃO INTESTINAL Teor de fibra reduzido 
Diminuição da peristalse intestinal 
Diminuição do aporte hídrico 
NÁUSEAS OU VÔMITOS - Trato digestório não funcionante 
Reposicionamento da sonda para nível duodenal 
Aumento da velocidade de infusão 
ESTASE GÁSTRICA Permanência de cerca de 60% do volume da última 
infusão 
 
COMPLICAÇÕES MECANICAS 
COMPLICAÇÃO POSSÍVEIS CAUSAS 
OBSTRUÇÃO DA SONDA (DA SONDA) Ausência de higienização 
Calibre da sonda 
SAÍDA DA SONDA Posicionamento inicial incorreto 
IRRITAÇÃO NASOFARÍNGEA Posicionamento incorreto 
Alterações nasofaríngeas 
ASPIRAÇÃO Posicionamento do paciente 
Tosse 
COMPLICAÇÕES METABÓLICAS 
COMPLICAÇÃO POSSÍVEIS CAUSAS 
HIPERCALEMIA Potássio sérico > 5mEq/L) – fórmula com excesso 
de potássio, retenção de potássio para anabolismo, 
causas secundárias. 
DEFICIÊNCIAS DE VITAMINAS E/OU 
MINERAIS 
 
HIPERGLICEMIA - Infusão rápida 
Infecção 
HIPOGLICEMIA 
39 
 
DESIDRATAÇÃO Uso de fórmulas hipertônicas 
Baixa oferta de água 
Diarréia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
TERAPIA NUTRICIONAL PARENTERAL 
Solução ou emulsão, composta basicamente de carboidratos, aminoácidos, lipídios, vitaminas e minerais, 
estéril e apirogênica, acondicionada em recipiente de vidro ou plástico, destinada à administração 
intravenosa em pacientes desnutridos ou não, em regime hospitalar, ambulatorial ou domiciliar, visando 
a síntese ou manutenção dos tecidos, órgãos ou sistemas. 
Solução: quando se tem dois macronutrientes (AA e glicose) 
Emulsão: Quanto tem os três macronutrientes. 
INDICAÇÕES: 
▪ Não é seguro utilizar o trato digestório 
▪ Houve falha na utilização do trato digestório 
▪ Quando a oferta é insuficiente via enteral/vo 
Sindrome do intestino curto (há uma perda da funcionalidade do intestino pois fica com uma porção absortiva 
muito pequena) 
Fistulas digestivas de alto débito (há uma comunicação anormal entre dois epitélios, normalmente intestino e 
pele, criando uma drenagem de líquido para a pele) 
Doenças inflamatórias intestinais, obstrução intestinal, íleo paralítico, vômitos de dificil controle, pancreatite 
aguda grave c/intolerência a tne, pré-operatório de pacientes denutridos, diarreia de dificil controle, lactentes 
prematuros e de baixo peso, inadequação ou fracasso da tne. 
CONTRA INDICAÇÕES 
▪ Quando o trato digestório pode ser utilizado 
▪ Fase de refluxo ao trauma / sepse – instabilidade hemodinamica 
▪ Choque circulatório não resolvido 
▪ Lactato sérico> 3 mmol/l 
▪ Hipóxia (pao2 <50 mm hg) 
▪ Acidose grave (ph <7,2) 
Pacientes com instabilidade hemodinâmica não recebe NENHUM tipo de dieta. Instabilidade = temperatura 
baixa, frequência cardíaca alta ou baixa, frequência respiratória baixa... 
QUANDO INICIAR? 
1) Desnutrição / risco nutricional + impossibilidade de usar o trato digestório 
2) TNE atinge menos 60% da meta estipulada por 7 dias. 
 
41 
 
 NUTRIÇÃO PARENTERAL PERIFÉRICA (NPP) 
INDICAÇÕES 
▪ Nutrição “Complementar” a dieta enteral ou via oral 
▪ < 5 dias e/ou < 800mOsm/L 
Justamente por ser periférica, essas vias são muito sensíveis, então a osmolaridade deve ser menor. 
VANTAGENS: 
▪ Acesso fácil, rápido 
▪ Baixo custo 
▪ Não requer cuidados especializados 
DESVATAGENS 
▪ Não suporta osmolaridade alta 
▪ Aporte nutricional parcial 
▪ Requer troca frequente de acesso 
 
• NUTRIÇÃO PARENTERAL TOTAL (NPT) 
INDICAÇÃO 
▪ Nutrição mais prolongada > 5 dias 
VANTAGENS 
▪ Suporta osmolaridade > 800mOsm/L 
▪ Oferta aporte nutricional total 
DESVANTAGENS 
▪ Maior custo 
▪ Técnica mais complexa 
▪ Risco de complicações infecciosas 
 
• TIPOS DE ACESSO DA NUTRIÇÃO PARENTERAL~ 
Periféricas: veia cefálica e veia basílica 
Total: Veia jugular interna, subclávia e femoral 
 
42 
 
SUBSTRATOS 
▪ Aminoácidos 
O mais usado é o AA a 10% → 10g em 100mL 
Glutamina: AA condicionalmente essencial → solução a 20% 
Devemos utilizar glutamina parenteral em pacientes graves em uso de np? O uso parenteral de glutamina está 
contraindicada em pacientes com: 
• disfunção orgânica múltipla 
• disfunção renal 
• disfunção hepática 
• instabilidade hemodinâmica 
▪ Glicose 
Solução de Glicose a 10%, 25%, 50% e 70% 
Mínimo: 100 a 200g/dia 
▪ Lipídeos 
Emulsões têm alta densidade calórica e são isotônicas 
• Emulsões de 10 e 20% 
• Contêm TCL, TCM, óleo de oliva e/ou peixe 
• Recomendação até 1g/kg/dia 
▪ Eletrólitos 
▪ Vitaminas 
▪ Oligoelementos 
 
• MISTURAS 3X1 e 2X1 
3X1 2X1 
Emulsão 
AA + glicose +lipídeo 
Mais balanceada 
Solução 
AA + glicose 
Precisa repor AGE 
Risco de disglicemia 
43 
 
Solução + hiperosmolar 
 
• PRONTA PARA USO X MANIPULADAS 
Pronta para uso: disponível, menor erro de prescrição, composição fixa / não individualizada, custo menor; 
Manipuladas: tempo manipular / entrega, risco de erros na prescrição, composição individualizada, custo 
maior. 
COMPLICAÇÕES DA NP 
• Mecânicas: flebite, trombose 
• Infecciosas: translocação bacteriana, higiene inadequada 
• Metabólicas: Hipo e hiperglicemia, distúrbios eletrolíticos, hipertriglideridemia, doenças hepáticas, 
síndrome da realimentação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
DESNUTRIÇÃO 
“É um estado mórbido secundário a uma deficiência ou excesso, relativo* ou absoluto, de um ou mais 
nutrientes essenciais, que se manifesta clinicamente ou é detectado pormeio de testes bioquímicos, dados 
antropométricos, topográficos ou fisiológicos” (OMS, Jellife, 1966). 
Refere-se mórbido secundário pois normalmente há uma causa primária que leva a desnutrição. 
*Um indivíduo obeso pode estar com excesso de má nutrição, mas com deficiência de um micronutriente → 
a desnutrição não é completa. Exemplo: Obesidade + anemia ferropriva 
DESNUTRIÇÃO X MÁ NUTRIÇÃO → A má nutrição pode ser também para mais (como nos casos de 
obesidade) 
DESNUTRIÇÃO X MAGREZA → A magreza pode ser constitucional (não tem nenhuma alteração 
subclínica), já a desnutrição é a associação da magreza e alterações. 
• FATORES ETIOLÓGICOS 
PRIMÁRIOS 
▪ Ingestão insuficiente de nutrientes 
▪ Seleção inadequada dos alimentos 
SECUNDÁRIOS 
▪ Anorexia 
▪ Má absorção e digestão 
▪ Maior excreção 
▪ Maior gasto energético 
▪ Metabolismo intermediário anormal. 
DESNUTRIÇÃO IATROGÊNICA é a desnutrição que ocorre dentro do ambiente hospitalar. 
48,1% e 12,5% dos pacientes internados nos hospitais públicos brasileiros apresentam desnutrição e 
desnutrição grave, respectivamente. 
Fatores relacionados com a desnutrição iatrogênica: 
▪ Não realização de avaliação e evolução nutricional: em questão de dieta, a evolução necessita de um 
acompanhamento. 
▪ Rotação de profissionais: pode ocorrer de cada profissional apresentar uma conduta diferente. 
▪ Não observação da ingestão alimentar: Realizar inquéritos dietéticos, analisar se o paciente está 
realizando as refeições. 
45 
 
▪ Procedimento cirúrgico em pacientes desnutridos: + catabolismo / + GET 
▪ Ausência de intervenção nutricional em estados hipermetabólicos; 
▪ Uso prolongado de soros; 
▪ Retardo na instituição da terapia nutricional adequada; 
▪ Ambiente hospitalar; 
▪ Novos horários de refeições; 
▪ Diferentes preparações dietéticas. 
A maior prevalência de desnutrição está em doenças autoimunes, hematológicas, respiratórias, 
gastrointestinais... 
• PATOGENIA DAS DOENÇAS CARENCIAIS 
Inadequação nutricional → diminuição das reservas orgânicas → diminuição das concentrações plasmáticas 
e celulares → alterações das reações bioquímicas → sinais e sintomas clínicos. 
• FISIOPATOLOGIA E ALTERAÇÕES ADAPTATIVAS 
ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS 
▪ Redução da hematopoiese (< ingestão de aa); 
Acontece principalmente quando a desnutrição é proteica ou proteica calórica, acarretando na redução de O2. 
Pode ser devido a uma menor ingestão de aminoácidos, pela necessidade aumentada ou porque se tem uma 
menor absorção (disponibilidade). 
▪ Diminuição das concentrações de hemoglobina e do número de hemácias 
▪ Redução do transporte de oxigênio. 
ALTERAÇÕES METABÓLICAS 
▪ Diminuição da atividade física 
A fim de poupar energia. 
▪ Diminuição lenta da massa magra; 
▪ Produção de corpos cetônicos 
Catabolismo da massa magra → gliconeogênese. Na desnutrição, a massa celular ativa diminui (que inclui 
a massa magra) em detrimento da água extracelular que permanece*, e a gordura também (por isso a 
DCT diminui) 
*Nesse caso, não há renovação tecidual, então quando uma célula morre, há um estravazamento do líquido e 
a célula não é renovada. 
46 
 
ALTERAÇÕES ENDÓCRINAS 
Redução da glicemia e concentração de aa livres 
 
↓ [insulina]: lembrando que a insulina só se eleva com alta glicose. Acontece mais na desnutrição calórica. 
↑ [glucagon]: catabolismo 
↓ [triiodotironina] (T3) 
↑ hormônio de crescimento, catecolaminas e glicocorticoides 
 
Glicólise, glicogenólise, lipólise, mobilização dos aminoácidos e preservação das proteínas viscerais 
ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES 
Redução progressiva do tamanho do coração, durante a evolução da desnutrição 
 
↓ débito cardíaco: capacidade de irrigar ; ↑ frequência cardíaca; ↓ pressão arterial e hipotensão postural; ↓ 
fluxo sanguíneo renal e taxa de filtração glomerular; 
ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS 
Atrofia do diafragma e da musculatura respiratória acessória 
 
↓ força respiratória, capacidade vital e oxigenação: O paciente irá precisar de respiração mecânica. 
Paciente com desnutrição tem dificuldade de levar sangue e oxigênio para os tecidos periféricos → 
CIANOSES → extremidades arrocheadas. 
↓ desempenho respiratório, insuficiência respiratória aguda, dificuldade de interromper a ventilação artificial 
e maior susceptibilidade a infecções respiratórias. 
ALTERAÇÕES DIGESTIVAS 
↓ Secreções gástricas, pancreáticas e biliares: o estomago fica gaseificado e o paciente pode cursar com 
deficiência de B12 devido ao fator intrínseco 
↓ Vilosidades e alterações na motilidade intestinal 
47 
 
Supercrescimento bacteriano, favorecido pela hipocloridria, hipomotilidade e deficiências imunológicas; Má 
absorção de lipídios e dissacarídeos; Intolerância à lactose. 
Vamos explicar... 
▪ Disfunção da lipase lipoproteica: Como o 
paciente terá pouca LPL, não será feita a 
distribuição dos lipídeos, podendo ocorrer uma 
intoxicação. 
 
A menor βoxidação ocorre pelo indivíduo não ter 
todo o aparato para realizar essa via. 
 
Com a menor entrada de glicose (↓ carbo), o 
fígado íra começar a utilizar a gordura para produzir energia, mas se o indivíduo apresenta uma menor síntese 
de lipoproteína (que é responsável por exportar essa gordura), ele irá começar a guardar lipídeo → 
ESTEATOSE HEPÁTICA. 
 
ALTERAÇÕEES IMUNOLÓGICAS 
Atrofia do tecido linfóide; ↓ número de linfócitos circulantes; Comprometimento da resposta celular e 
humoral; Infecções oportunistas 
ALTERAÇÕES ELETROLÍTICAS 
↓ potássio corporal (↓ proteína muscular e perda de potássio intracelular): O potássio está presente na massa 
magra, então se o paciente perde muita massa magra, também irá perder o potássio. 
↓ Atividade da bomba Na/K afetada (↓ K e ↑ Na intracelular) pela ↓ [insulina] e dos substratos energéticos: 
dessa forma, com a diminuição de K, a tendência é reter Na e atrar H2O, por isso que edema é uma alteração 
eletrolítica comum. 
METABOLISMO GLICÍDICO - DÉFICIT CALÓRICO 
• Ao dosar a proteína sérica, estará normal, mas 
fisicamente estará caquético, porque o corpo estará 
mobilizando as reservas (proteicas e lipídicas) para a 
produção de AA essenciais para homeostase. 
• O indivíduo apresentará hálito cetonico 
48 
 
• A deficiência calórica se adapta melhor → o organismo consegue manter a homeostase proteica 
sanguínea 
• O AA é utilizado pelo fígado, faz gliconeogênese para fornecer glicose para o cérebro, medula 
hemácias e outros órgãos vitais; 
• O fígado também irá utilizar o glicerol e ácido graxo da lipólise até o momento que ele irá acumular o 
que está recebendo, devido a diminuição das lipoproteínas ao invés de mandar para os tecidos. 
Mobilização de substratos no jejum ou déficit calórico: 
 
 
 
 
 
 
 
METABOLISMO GLICÍDICO – DEFICT PROTEICO 
• É uma desnutrição mais grave e não 
necessariamente tem uma deficiência calórica. 
• No déficit proteico, simultaneamente 
haverá uma resistência a insulina e o indivíduo 
estará com um processo inflamatório exarcebado 
porque há um menor suprimento de AA e falta 
substrato para a produção de AA (anabolismo) e 
com isso, fica mais susceptíveis. 
• Com a resistência a insulina, a glicemia pós-prandial aumenta, pois a insulina não coloca a glicose para 
as células. 
• Como há a hiperglicemia, o organismo entende que precisa de mais insulina causando uma 
hiperinsulinemia (mais anabolismo). 
• O indivíduo terá a lipólise diminuída pois a insulina inibe. 
Mobilização de substratos durante a fase aguda: 
49 
 
 
 
 
 
 
 
 
• CONSEQUÊNCIAS DA DESNUTRIÇÃO 
▪ Alterações no crescimento e desenvolvimento 
▪ Dificuldade no aprendizado 
▪ Menor resistência a doenças 
▪ Cicatrização lenta 
▪ Toxicidade por medicamentos 
▪ Diarréia 
▪ Infecções 
DESNUTRIÇÃO PROTEICO CALÓRICA 
• Com a lesão na mucosa,o poder absortivo irá 
diminuir e com a atividade das dissacaridases 
reduzidas, acontecerá um acúmulo de glicose 
(carboidratos), quejunta ao fato da má absorção, 
aumentando o poder osmótico, que faz com que 
ocasione a diarreia osmótica. 
• A DPC também causa diminuição dos reguladores 
da flora de microrganismos positivo, favorecendo o 
crescimento dos patogênicos. 
• A solubilidade micelar reduzida associada a queda de lipases vai acumular lipídeos nas fazes, causando 
a esteatorréia. 
• Má digestão glicídica + má digestão lipídica + deficiências da mucose = diarreia. 
 
 
 
50 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imunológicas 
 Hipotrofia / atrofia do baço, timo, linfonodos, medula óssea e amígdalas. 
↓ % de linfócitos T e B, macrófagos, eosinófilos e mastócitos, 
↓ interferon, PCR e complemento no sangue, 
↓ imunidade específica (adquirida) (< IgA secretória), 
▪ Tendência hemorrágica 
▪ Lesões oculares 
▪ Lesões exudativas espoliativas na pele 
▪ Desidratação acentuada 
▪ Insuficiência cardíaca congestiva: hiperhidratação, anemia, transfusões e  Na 
▪ Ictericia e hiperbilirrubinemia ( TGO ou AST e TGP ou ALT) 
▪ Hipoglicemia (glicose < 54mg/100mL) e hipotermia acentuadas 
▪ Redução das proteínas séricas totais 
Quando o paciente não consegue mais se adaptar, ele cursa com hipoglicemia, hipotermia, acidose metabólica, 
congestão pulmonar que pode chegar a óbito. 
Deficiência energética Deficiência proteica 
Perda severa de gordura e de músculo (proteína 
somática), hipoalbuminemia (> 2,8 g/dl), ausência 
de edema, emagrecimento intenso, Proteólise 
discreta, Imunodepressão discreta, Não 
concomitante com infecção, GE normal ou 
reduzido 
Depleção do compartimento protéico-visceral, 
grave, hipoalbuminemia (<2,8g/dl), edema, 
emagrecimento discreto, proteólise intensa, 
imunodepressão moderada a intensa, concomitante 
com infecção, GE aumentado. 
51 
 
• AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL – indicadores antropométricos 
IMC (OMS, 1998) 
▪ 18,5 - 24,9 Kg/m2 Eutrofia 1 
▪ 18,4 - 17,0 Kg/m2 Magreza grau I 
▪ 16,9 – 16,0 Kg/m2 Magreaza grau II 
▪ <16,0 Kg/m2 Magreza grau III 
 Perda Ponderal (Blackburn, 1997) 
% 𝒑𝒆𝒓𝒅𝒂 𝒅𝒆 𝒑𝒆𝒔𝒐 =
(𝒑𝒆𝒔𝒐 𝒖𝒔𝒖𝒂𝒍 − 𝒑𝒆𝒔𝒐 𝒂𝒕𝒖𝒂𝒍)
𝒑𝒆𝒔𝒐 𝒖𝒔𝒖𝒂𝒍
× 𝟏𝟎𝟎 
TEMPO PERDA DE PESO 
SIGNIFICATIVA (%) 
PERDA GRAVE (%) 
1 SEMANA 1-2 >2 
1 MÊS 5 >5 
3 MESES 5-7 >7 
6 MESES 10 >10 
 
Percentual de peso atual em relação ao peso usual (Blackburn, 1997) 
%𝒑𝒆𝒔𝒐 𝒖𝒔𝒖𝒂𝒍 =
𝒑𝒆𝒔𝒐 𝒂𝒕𝒖𝒂𝒍
𝒑𝒆𝒔𝒐 𝒖𝒔𝒖𝒂𝒍
× 𝟏𝟎𝟎 
▪ 110 – 91% = Eutrofia 
▪ 90 - 85% = Desnutrição leve 
▪ 84 – 75% = Desnutrição moderada 
▪ < 74% = Desnutrição grave 
Dobra Cutânea Triciptal (DCT) 
Circunferência Muscular do Braço (CMB) CMB (cm) = CB (cm) – DCT (mm) x 0,314 
Albumina Sérica 
▪ 3,5 g/dL Normal 
▪ 3,4 – 3,0 g/dL Depleção leve 
▪ 2,9 – 2,5 g/dL Depleção moderada 
▪ < 2,4 g/dL Depleção grave 
Transferrina Sérica (meia-vida 7-8 dias) 
▪ 150 – 200 mg/dL Depleção leve 
▪ 100 -150 mg/dL Depleção moderada 
52 
 
▪ <100 mg/dL Depleção grave 
CARACTERÍSTICAS QUE INDICAM MAU PROGNÓSTICO EM PACIENTES COM DPC 
✓ Sinais de colapso circulatório: mãos e pés frios, pulso radial fraco, diminuição da consciência 
✓ Infecções: broncopneumonia, sarampo 
✓ Petéquias ou tendência hemorrágica 
✓ Desidratação e distúrbios hidroeletrolíticos (hipocalemia ou acidose grave) 
✓ Taquicardia persistente, com sinais de insuficiência cardíaca e respiratória 
✓ Proteínas séricas reduzidas 
✓ Anemia grave 
✓ Icterícia clínica ou bilirrubina sérica elevada 
✓ Lesões cutâneas exsudativas ou esfoliativas extensas, ou úlcera de decúbito profunda 
✓ Hipoglicemia 
✓ Hipotermia 
OBJETIVOS 
▪ Corrigir desequilíbrio hidroeletrolítico 
▪ Reidratação oral; 
▪ Restaurar o estado nutricional gradativamente; 
▪ Desnutrição proteica: Corrigir deficiência protéica, edema e fígado gorduroso; 
▪ Evitar a Síndrome da realimentação 
 
• DIETOTERAPIA 
*Mesmo que a desnutrição seja proteica esteja grave, não se deve começar com uma dieta muito hiperproteica 
pois o fígado está prejudicado e não irá conseguir metabolizar com eficiência. 
TRATAMENTO 
1) Correção das alterações eletrolíticas e da desidratação (sede, sensação de boca seca,  débito urinário, 
 PA, extremidades frias e baixo nível de consciência) 
2) Reposição de fluidos = até a diurese alcançar pelo menos 500 mL/24h. 
3) Monitorizar hipotermia ( 35,5C) e hipoglicemia ( 60 mg/dL). 
Agora NÃO é hora de introduzir uma dieta e sim proporcionar um equilíbrio. 
CONDUTA NUTRICIONAL 
1) CÁLCULO ENERGÉTICO 
53 
 
Harris Benedict (cálculo com peso atual) (acréscimo de 500 a 1000 Kcal/dia, com aumento gradual) OU 40-
60 kcal/Kg peso/dia. 
Começamos a dieta com 1/3 do VET total e depois aumenta-se gradativamente. Normocalórica → 
Hipercalórica. 
2) PROTEÍNA 
▪ 1,5 a 2,5 g ptn/Kg de PA/dia - Priorizar proteínas de alto valor biológico (leite, ovo, carne). → 
HIPERPROTEICA 
▪ DPE GRAVE: Iniciar com 0,6g/Kg de PA/dia. (começamos com pouco pensando no fígado) 
 
3) GLICÍDIOS E LIPÍDEOS 
Glicídios: 70% das Kcal não-proteicas. HIPERGLICÍDICO 
Lipídios: 30% das Kcal não-proteicas, priorizar AGI e TCM. NORMOLIPÍDICO 
4) VITAMINAS E MINERAIS 
Vitaminas - A, D, E, K - Complexo B - Suplementos vitamínicos podem ser necessários. 
Na desnutrição proteico calórica, que geralmente o paciente está ingerindo pouco glicídio e pouco lipídio, as 
vitaminas lipossolúveis podem ficar depletadas. 
Minerais - Sódio – restringir!!! (ver sintomatologia e exames laboratoriais) -  potássio, fósforo, magnésio, 
ferro, zinco e selênio. 
5) Líquidos: 1,0 a 1,5 mL/kcal 
Via oral ou enteral, sendo a via parenteral a última opção na DPE. Consistência adaptada a tolerância 
do paciente, sugere-se iniciar com consistência líquida (especialmente para crianças) ou pastosa. Temperatura 
mais fria. 
A dieta enteral é na temperatura ambiente, então, se estiver armazenado na geladeira, deve-se retirar horas 
antes.  Fracionamento/ Volume (essencial para síndrome da retroalimentação). 
ORIENTAÇÕES BÁSICAS 
▪ Alimentação em horários regulares. 
▪ As pequenas refeições são importantes. 
Normalmente, não tem como mudar muito o almoço ou jantar, então agregamos caloria nas pequenas 
refeições. 
▪ Limitar o consumo de líquidos durante as refeições (30 a 60 min antes ou depois). 
54 
 
▪ Valorizar a ceia. 
▪ No início do tratamento dietético o peso corporal pode não alterar ou reduzir devido a redução do 
edema com aumento da diurese. 
▪ A última etapa do tratamento envolve a manutenção da reabilitação nutricional, com a continuidade 
de ingestão de dieta nutricionalmente completa e adequada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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BLOCO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
56 
 
OBESIDADE 
É considerado um problema de saúde pública pois está associada a doenças crônicas que demandam 
um gasto maior do SUS. 
É UM BALANÇO ENERGÉTICO POSITIVO CRÔNICO que pode ser causado por diversos fatores 
como excesso de ingestão, um menor gasto metabólico levando ao acúmulo, mas esses dois fatores podem ser 
modulados por questões genéticas ou endócrinas. OU SEJA não é só porque o indivíduo ingere demais ou é 
sedentário! 
DEFINIÇÃO 
Acúmulo de tecido adiposo localizado ou generalizado, provocado por desequilíbrio nutricional associado ou 
não a distúrbios genéticos ou endócrino-metabólicos. 
BALANÇO ENERGÉTICO 
Ingestã energética – (perdas fecais + perdas urinárias) = energia metabolizável 
1 a lei da termodinâmica – A energia não é criada nem destruída, mas sim se transforma de uma fonte para 
outra. NÃO EXISTE ESTRATÉGIAS QUE QUEIMAM GORDURA. 
Toda Kcal que o indivíduo ingere pode ser transformada em energia ou armazenada. 
2 a Lei da termodinâmica – nem toda energia potencial é “captada” como ATP. → Eficiência metabólica 
A eficiência do peso corporal depende de dois fenômenos biológicos: 
1) Controle do gasto energético 
2) Mecanismo do senso da existência de estoque de energia 
Sinais neurais, sinais de nutrientes

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