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RESUMO Adolescer - Outeiral

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RESUMO – CAPÍTULO 3 E 4
	A sociedade vem passando ao longo do tempo por muitas transformações, e isso resulta em transformações também no grupo familiar. Por exemplo, o chamado de grupo familiar patriarcal refere-se à uma família numerosa, onde não tínhamos somente o pai, mãe e filho, mas era composta por tios, avós, e outros, outra característica é a figura paterna sendo o provedor, enquanto a figura materna não trabalhava, somente cuidava da casa e dos filhos. Hoje constituem-se as chamadas famílias nucleares, onde geralmente são formadas pelo pai, mãe e filho, ou até mesmo somente a mãe cuidando do(s) seu(s) filho(s), como vem se tornando cada vez mais comum. Então com essa estrutura modificada, há uma divergência entre os adultos que viveram o modelo patriarcal e os seus filhos que vivem o modelo mais atual de família. 
	O humano é o único mamífero que tem a questão da dependência do outro muito forte. Vejamos, quando o bebê nasce, ele depende inteiramente do seu cuidador, ele não pode fazer nada sem o outro, é pura sobrevivência. À medida que vamos crescendo, essa dependência do outro não deixa de existir, por mais que não seja somente por sobrevivência, mas também por necessidade. Então a dependência faz parte de nós, não é possível viver de forma completamente isolada. Com isso, podemos esclarecer o termo “independização” que o autor nos traz, esse é um processo que pode ser difícil para os pais e para os adolescentes, é um processo onde o adolescente vai construir um novo vínculo com a família, vínculo esse diferente daquele de quando era criança, este por outro lado é mais maduro, ou seja, é uma transformação, uma nova forma de se relacionar com a família, uma forma mais independente, onde o adolescente vai ter o seu lugar de se posicionar e opinar. Para que esse processo ocorra, os pais precisam ser desvalorizados, para que esse adolescente tenha o seu lugar de posição. Diante disso, os pais devem dar uma moratória, outro conceito fundamental. Isso quer dizer que nesse processo os pais vão agir de forma compreensível, entendendo a fase que aquele indivíduo está passando e as suas consequências, importante salientar que ser compreensivo não significa dar total liberdade para que ele faça o que quiser, deve-se continuar impondo os limites. 
	Quando, em um grupo, há um adolescente, o grupo todo “adolesce”, isso quer dizer que todos os membros daquele grupo podem ser influenciados de alguma forma. Um sentimento que desperta nesse grupo (não como um todo, talvez) é a inveja, exemplos disso é quando a mãe começa a se vestir igual a filha, o pai começa a ir na academia com o filho por uma inveja (destacando: inveja inconsciente) do físico do garoto. Há muitos outros exemplos que podem ser citados, mas de modo geral, os pais sentem inveja da juventude. Um adolescente num grupo familiar pode originar muitas crises conjugais também. Com isso, o autor nos trás o termo “adultescência”, é justamente essa vontade que temos de permanecer jovens. 
	Por fim, é falado da projeção. Todos que desejam ser mãe/pai, têm mentalmente uma criança idealizada, uma fantasia. Querem que o filho seja da forma como eles idealizam. Mas não é dessa forma que acontece, e isso é notado já nos primeiros meses de vida, quando a criança é quem decide quando quer comer, quando quer defecar, não é a mãe e nem o pai que decidem ou controlam isso. Essa maneira de estabelecer a independência é intensificada na adolescência, é a fase onde os pais nunca estarão certos, o adolescente sempre vai se opor aos pensamentos e ideias dos pais, sempre haverá uma discordância. E isso é importante para que ele possa construir a própria identidade. 
	Todos esses processos são muito influenciados pela maneira como os avós daquele adolescente lidavam com os pais dele, porque de certa forma é uma educação passada de geração para geração. 
	No capítulo seguinte, o tema é a sexualidade. Apesar de estarmos no século XXI, temos as questões cristãs enraizadas na nossa cultura, o que torna a sexualidade um tanto quanto difícil de ser abordada no meio familiar, principalmente naquelas em que é preservado o conservadorismo. A identidade sexual que é construída desde o nascimento se concretiza e se estabelece na adolescência, de forma que é passado da bissexualidade infantil para a heterossexualidade adulta (mais especificamente, na adolescência média) de forma progressiva (crescimento biológico e maturacional). Ou seja, nessa passagem da infância para a adolescência, o indivíduo se vê obrigado a adotar uma postura de homem ou uma postura de mulher, a determinar a sua orientação sexual que vai refletir tanto no seu emocional como também no social (em relação à pressão para que desempenhe os papéis esperados do sexo feminino ou masculino). 
	É a partir da identificação com nossos pais que a nossa identidade sexual começa a ser organizada. Isso nos remete ao Complexo de Édipo, de Freud, que segundo o autor, é compreendido de forma equivocada. O que sabemos é que o garoto se apaixona pela mãe e torna-se rival do pai, assim como a garota se apaixona pelo pai e torna-se rival da mãe. Mas acontece que para o garoto ter a sua identidade masculina, é preciso ele se ‘apaixonar’ também pelo pai, assim como a menina pela mãe, justamente por conta da identificação. Isso é o considerável “saudável”, se referindo à identidade sexual. É a bissexualidade infantil. 
	Essas questões do Complexo de Édipo retornam na adolescência. Mas com a adição de um fator: a puberdade, o desenvolvimento biológico. Isso faz com que as fantasias sexuais possam ser realizadas de fato. Mas dessa vez, ao contrário da infância, ao invés da libido ser investida na mãe por exemplo (claro, inconscientemente), deverá ser para outra pessoa, ou deve ser sublimada, senão isso causa um desequilíbrio e consequentemente, ansiedade. O autor destaca que a proibição do incesto é o ritual de iniciação para a adolescência (depende também da cultura).
	Uma atividade bissexual comum para ambos os sexos é a masturbação, onde é expresso o narcisismo, porque o adolescente não vai precisar do outro para se satisfazer, somente do seu próprio corpo. Isso é chamado de auto-erotismo. 
	Nesse momento também é quando deve-se reconhecer que temos a necessidade do outro para ter uma vida sexual. E aí entra a maturidade, onde o adolescente deve aceitar o fato de que o outro pode não querer ele, mas ao mesmo tempo tentar mudar esse fato. Há casos em que o indivíduo se prende no ‘tentar mudar o fato’, quando a pessoa vive esperando por alguém perfeito, mas na verdade é uma questão narcisista, mesmo quando esse indivíduo conseguir se relacionar, vai achar o outro insuficiente, porque somente ele é ‘perfeito’. 
	É falado da ansiedade homossexual (não no sentido da orientação sexual). O exemplo que o autor nos trás é de um garoto que participava de reuniões dançantes, mas olhava muito mais para os meninos do que para as meninas, e isso fez com que ele pensasse que tinha tendência homossexual, não compreendendo que ele olhar para outros meninos era com o intuito de aprender a dançar, saber como os outros meninos faziam. Daí a importância de um adulto para compreender e poder conversar com esse adolescente. Isso causa demasiada ansiedade. 
	Por fim, uma das tarefas da adolescência é escolher um parceiro. É importante diferenciar paixão e amor, o primeiro refere-se mais às fantasias que criamos, idealizamos alguém em nossos pensamentos e consideramos somente isso, e não quem a pessoa é de verdade. Já o segundo, é possível lidar com essa realidade e aceitá-la, é algo duradouro. As relações na adolescência então são marcadas pela paixão.
	A adolescência é uma fase marcada por conflitos, e isso vai influenciar não só no seu interno, mas também no externo, em todas as suas relações (família, escola).
OUTEIRAL, José. Adolescer. 3 ed. Rio de Janeiro. Revinter, 2008.

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