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Tecnologia Educacional e Mídia Cultural Unidade 01

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Tecnologias Educacionais
e Mídias Culturais
UN
ID
AD
E 
1
PEDAGOGIA
Curso de Graduação Online | UNISUAM
Apresentação
da Disciplina
Tecnologias Educacionais e Mídias 
Culturais
Bem-vindo à disciplina de Tecnologias Educacionais e Mídias Culturais, que tem por finalidade lhe 
propiciar uma visão geral acerca das tecnologias contemporâneas atreladas às práticas pedagógicas 
como favorecedoras dos processos de ensino e de aprendizagem.
A partir de tal contexto, aproveita-se para reconhecer a Educação a Distância como uma modalidade de 
ensino e de aprendizagem, além da importância da internet e demais tecnologias para o seu sucesso.
Para que tais propostas sejam alcançadas, foram estabelecidos como objetivos gerais:
E, para facilitar o seu aprendizado, esta disciplina está estruturada em 4 unidades, a saber:
Unidade 1 – Sociedade e as Tecnologias Educacionais
Unidade 2 – Educação, Novas Tecnologias e Letramento Digital
Unidade 3 – Trabalho Docente nas Tecnologias Digitais
Unidade 4 – Mídias Culturais na Aprendizagem
•	 Refletir sobre o papel da tecnologia da informação e da comunicação na educação escolar, 
no desenvolver de uma visão integradora das mídias na prática docente;
•	 Conhecer as novas terminologias das Tecnologias em Educação, tais como: como multimídia, 
hipertexto, hipermídia e tecnologias da informação e comunicação, como componente de 
suporte nas mudanças de atitudes e concepções para conviver na sociedade tecnológica;
•	 Compreender que a educação é fundamentalmente um processo complexo de comunicação 
interativa e que as mudanças de atitudes geram concepções inovadoras para conviver em 
sociedade.
Tecnologias Educacionais e Mídias Culturais Graduação | UNISUAM 
2
Apresentação
da Disciplina
A cada unidade de estudo, especificaremos ainda mais esses objetivos, no intuito de um estudo 
consistente para que sua aprendizagem seja coroada pelo sucesso.
Bom estudo!
3
Unidade 01 Sociedade e as Tecnologias Educacionais
Sociedade e as
Tecnologias
Educacionais
Esta unidade de estudo vai iniciar um debate acerca das tecnologias 
que cercam o mundo contemporâneo, conceituando tecnologias, 
tecnologias da informação e da comunicação, tecnologias da inteligência 
e as chamadas tecnologias educacionais, relacionando todas à origem 
de um fenômeno denominado cibercultura, que emana de um novo 
espaço, o ciberespaço. 
Essa discussão precisa nos levar a perceber que a partir de tudo isso surge um 
novo cidadão, chamado pós-moderno, e uma nova sociedade: da informação, 
do conhecimento e em rede.
E, para facilitar o seu estudo, os assuntos a serem abordados nesta unidade 
estão divididos em cinco tópicos:
T1. O que é Tecnologia Educacional? 
T2. Ciberespaço
T3. Cibercultura
T4. Sujeito e a Pós-Modernidade
T5. Sociedade da Informação, do Conhecimento e em Rede
venimo / Fotolia.com
Tecnologias Educacionais e Mídias Culturais Graduação | UNISUAM 
4
1Sociedade e as
Tecnologias
Educacionais
Ao fi nal dos estudos, você será capaz de:
•	 Reconhecer a evolução das tecnologias ao longo da história, 
englobando os conceitos de tecnologia e tecnologia educacional;
•	 Identifi car o sujeito da pós-modernidade;
•	 Compreender ciberespaço e cibercultura como fenômenos da 
contemporaneidade;
•	 Conceituar sociedade da informação, do conhecimento e em 
rede enquanto consequências da contemporaneidade imbricadas 
diretamente na educação.
Vamos iniciar?
O que é Tecnologia 
Educacional?
A palavra “tecnologia” é uma das mais utilizadas atualmente, você já percebeu? 
Até parece que a tecnologia está em todo lugar, não é mesmo?
Mas é isso mesmo! Desde que o homem primitivo 
acumulou experiências, iniciou seu acúmulo de 
conhecimentos e pensava em formas de como 
poderia facilitar sua vida, otimizando algumas de 
suas tarefas, mesmo tarefas básicas necessárias à 
sua sobrevivência, como garantir sua alimentação, 
construir abrigo, conquistar segurança. Desde 
esse início as tecnologias fazem parte de nossa 
vida, como invenções do ser humano para 
melhorá-la. 
A vivência do ser humano no mundo levou ao 
acúmulo de experiências. São essas experiências 
que dão início ao processo de pensar de forma 
articulada, fazendo o ser humano começar a 
refl etir em melhorias em sua vida.
Uma prova dessas refl exões comprova-se quando, observando a própria 
natureza, o homem desenvolveu uma forma de produzir fogo, sendo a 
produção do fogo uma tecnologia essencial para que o homem primitivo 
continuasse criando outras possibilidades, ou outras tecnologias.
T1
fonte: Historia jaragua
5
Unidade 01 Sociedade e as Tecnologias Educacionais
O ser humano inaugura sua produção tecnológica a partir das produções 
rústicas de armas de caça e pesca, instrumentos para agricultura, descoberta 
do cobre na natureza e sua utilização, a invenção da roda, a invenção da 
escrita.... Isso mesmo, a escrita também é uma tecnologia! Você já sabia?
Ao longo da história da humanidade, conforme o homem evoluía e acumulava 
conhecimentos, ocorreram diversas “eras tecnológicas”. Imaginemos a 
sensação das pessoas quando se inventou a “maria fumaça”, o quanto isso 
não facilitou a locomoção das pessoas que conheciam como transporte 
coletivo para qualquer distância apenas as carroças e charretes. E a invenção 
da eletricidade, da lâmpada, do telefone.... Tudo isso é tecnologia! 
A professora Vani Kenski (2012, p. 18) define tecnologia como: 
conjunto de conhecimentos e princípios científicos que se 
aplicam ao planejamento, à construção e à utilização de 
um equipamento em um determinado tipo de atividade. 
Assim, o homem não dependia mais dos fenômenos naturais, como a queda 
de um raio, para obter fogo, pois ele mesmo o produzia. Hoje, produzimos 
fogo a partir de diversas possibilidades, inclusive utilizando outras tecnologias 
capazes de produzir esse fenômeno.
Com o avanço do desenvolvimento tecnológico, chegamos a um patamar 
nunca antes imaginado e, assim, as tecnologias foram se diversificando por 
diversos setores da sociedade e com propostas diversificadas.
Você já ouviu falar em Tecnologias da 
Informação e da Comunicação (TIC)?
E como podemos identificar o que é TIC?
De acordo com o Professor Renato Veloso (2011, p. 49):
uma proposta de conceituação de TIC minimamente 
aceitável deve remeter ao conjunto de dispositivos , 
serviços e conhecimentos relacionados a uma determinada 
infraestrutura, composta por computadores, softwares, 
sistemas de rede etc, os quais teriam capacidade 
de produzir, processar e distribuir informações para 
organizações e sujeitos sociais.
Ou seja, as TIC sãO TeCnOlOgIas pensadas e 
uTIlIzadas para prOmOver a COmunICaçãO 
enTre as pessOas e para prOduzIr, 
COmparTIlhar e dIssemInar InfOrmações.
Tecnologias Educacionais e Mídias Culturais Graduação | UNISUAM 
6
As TIC talvez sejam as tecnologias mais presentes na vida dos seres humanos 
da atualidade. As pessoas não conseguem mais se ver sem um celular, e mais, 
que esteja conectado à internet, para que possa ser utilizado não apenas como 
um sistema de chamadas, mas de forma interativa.
A internet tem sido a maior rede comunicacional dos últimos tempos; por meio 
dessa rede não existem mais limites geográfi cos. Podemos falar com qualquer 
pessoa em qualquer parte do mundo a qualquer momento, e temos acesso 
a tudo com uma rapidez imensurável. 
E Tecnologias da Inteligência, Você Já 
Ouviu Falar?
Algumas pessoas têm muito medo de falar em tecnologias da inteligência, 
considerando que essa é uma proposta perigosa que pode fazer com que as 
máquinas dominem e suprimam o ser humano.
Vamos pensar juntos! O fi lósofo Pierre Lévy (2010, p. 15) nos alerta que:
O cúmulo da cegueira é atingido quando as antigas 
técnicas são declaradas culturais e impregnadas de 
valores, enquantoas novas são denunciadas como 
bárbaras e contrárias à vida. Alguém que condena a 
informática não pensaria nunca em criticar a impressão e 
menos ainda à escrita.
quando Lévy nos fala de cegueira, ele está querendo nos alertar de que é muito 
comum condenar as novidades por uma questão de medo do desconhecido, 
por não se ter ainda o controle sobre aquilo que é tão novo. 
fonte: freepik
Vamos ler um pouco mais sobre as 
TIC? Clique aqui para aprofundar 
o s e u c o n h e c i m e n to l e n d o o 
artigo “Tecnologia da Informação e 
Comunicação”.
Boa Leitura!
h t t p : // w w w . i n f o e s c o l a . c o m /
i n f o r m a t i c a / t e c n o l o g i a - d a -
informacao-e-comunicacao/
aprofundando>
7
Unidade 01 Sociedade e as Tecnologias Educacionais
Vamos ilustrar esse diálogo com um vídeo muito interessante para uma 
analogia.
A partir do vídeo, percebemos que toda novidade causa estranheza, medo, 
dúvidas. Por isso há tanta insegurança com relação às tecnologias, pois 
representam muitas novidades para as gerações mais velhas, enquanto as 
mais novas, que nasceram após meados da década de 1990, estão se sentido 
plenamente à vontade em relação a tudo que está acontecendo, estão 
encarando com muita naturalidade.
Quando se trata de “tecnologias da inteligência”, essas novas gerações não 
conseguem nem imaginar o mundo sem elas. Mas do que estamos falando, 
afi nal?
A memória humana necessita de auxílios externos para desenvolver e resolver 
problemas de maior complexidade e, quando essas complexidades são 
resolvidas, podem fi car registradas e servir de processo preliminar a tantas 
outras questões a serem propostas, racionalizadas e resolvidas. Como nos 
coloca Lévy (2010, p. 156):
uma boa parte daquilo a que chamamos de “racionalidade”, 
no sentido mais estrito do termo, equivale ao uso de 
um certo número de tecnologias intelectuais, auxílios à 
memória, sistemas de codifi cação gráfi ca e processos de 
cálculo que recorrem a dispositivos exteriores ao sistema 
cognitivo humano.
Percebemos na afi rmação de Lévy que nossa cognição não só nos permite 
produzir tecnologias, mas também necessita delas para evoluir, logo, pensar 
em tecnologias da inteligência não signifi ca pensar em equipamentos e 
técnicas que substituam a inteligência humana, mas sim em equipamentos e 
técnicas que auxiliam a evolução da inteligência humana, em que os sujeitos 
possuem a inteligência para resolver os problemas, mas utilizam a tecnologia 
como auxílio à resolução. 
Um bom exemplo disso é o uso da calculadora; o ser humano inventou esse 
artefato e é quem sabe como resolver determinados problemas, mas utiliza 
a calculadora para auxiliar nos cálculos que ele já sabe quais devem ser.
Já Que Estamos Falando em Tecnologia, 
Vamos Aproveitar e Falar sobre as 
 “Tecnologias Educacionais”?
já conversamos sobre as tecnologias e seu uso corrente nos dias atuais. Como 
a educação é um processo inerente à formação dos sujeitos, ou melhor, à 
formação dos cidadãos, não poderíamos deixar de considerá-la em nossa 
conversa sobre tecnologias.
https://goo.gl/ar2WqY
Tecnologias Educacionais e Mídias Culturais Graduação | UNISUAM 
8
O que são tecnologias educacionais? De acordo com Menezes (2001, [s.p.]), são:
ferramentas tecnológicas que podem ser empregadas 
no dia-a-dia do professor, no intuito de incrementar o 
processo de ensino. O uso da palavra tecnologia, apesar 
do termo referir-se a tudo aquilo que o ser humano 
inventou (tanto em termos de artefatos como de métodos 
e técnicas), está ligado, nesse caso, ao conjunto de 
invenções eletroeletrônicas que a partir do século passado 
começaram a afetar a vida humana de forma quase 
revolucionária: telégrafo, telefone, fotografi a, cinema, rádio, 
televisão, vídeo e computador.
Observemos que Menezes fala de “ferramentas tecnológicas que podem 
ser empregadas”... isso signifi ca que se trata de qualquer equipamento ou 
técnica que seja útil no processo de ensino, e ainda vamos além, não basta 
a utilidade no ensino. É necessário que seja vantajoso, principalmente, no 
processo de aprendizagem.
Verdadeiramente, temos pouquíssimas tecnologias que sejam originalmente 
educacionais. No passado até era mais fácil nomear tecnologias que foram 
criadas pensando na escola, pensando no ensino do professor ou professora 
e no aprendizado dos estudantes.
Como já falamos, tudo que o ser humano cria, desenvolve ou aprimora para 
facilitar ou melhorar sua vida é considerado tecnologia, então, vamos recordar 
algumas tecnologias educacionais em sua essência: 
QUADRO NEGRO
FLANELÓGRAFO 
QUADRO DE PREGAS
fo
nt
e:
 b
lo
g
sp
ot
.c
om
fo
nt
e:
 fr
ee
w
or
d
s
Placa metálica para aderir com imã, hoje 
muito utilizado em casa e escritórios 
para fi xar lembretes e fotos.
fo
nt
e:
 b
lo
g
sp
ot
.c
om
9
Unidade 01 Sociedade e as Tecnologias Educacionais
Esses itens eram chamados de recursos de aula ou recursos didáticos, mas 
eram invenções que objetivavam auxiliar professores em sua delicada tarefa 
de ensinar e levar a aprender.
Apesar de toda invenção humana ser uma tecnologia, Menezes nos coloca 
que chamamos de “tecnologias educacionais” os aparatos eletrônicos e suas 
técnicas que propiciaram uma verdadeira revolução tecnológica a partir do 
século XX.
Não podemos pensar o mundo e a educação a partir das tecnologias, mas 
SIM com as tecnologias e as transformações que elas defl agraram. Assim, 
os estudantes que estão nos bancos escolares hoje representam uma nova 
geração, com necessidades de sua época, uma época tecnológica na qual 
as tecnologias são parte de todo o cotidiano.
Podemos exemplifi car como tecnologias educacionais aquelas consideradas 
TIC, as tecnologias da inteligência e qualquer outro aparato da microeletrônica 
que possa ser aproveitado na educação, como os simuladores, por exemplo.
Vamos assistir ao vídeo no link a seguir para melhor compreender como as 
tecnologias exercem seu papel a partir de uma revisão da perspectiva da 
escola. https://www.youtube.com/watch?v=2s861rPUAEY
Agora, vamos a mais um tema de estudo? Vamos em frente!
Ciberespaço
Entende-se ciberespaço como o espaço no qual transita a tecnologia digital, 
onde ocorrem todas as ligações que a rede permite e acaba por infl uenciar 
no plano da cultura, da política, da economia, da educação e do modo de 
vida, não apenas um espaço onde ocorram as conexões dos objetos digitais. 
Lévy (2005, p. 92) defi ne ciberespaço:
como o espaço de comunicação aberto pela interconexão 
mundial dos computadores e das memórias dos 
computadores [...] essa defi nição inclui o conjunto dos 
sistemas de comunicação eletrônicos, na medida em que 
transmitem informações provenientes de fontes digitais ou 
destinadas à digitalização. 
T2
CIBERESPAçO é O ESPAçO VIRTUAL qUE INCLUI 
O CONjUNTO DOS SISTEMAS DE COMUNICAçÃO 
ELETRôNICOS
fonte: Earth Consultancy
Tecnologias Educacionais e Mídias Culturais Graduação | UNISUAM 
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Esse mesmo ciberespaço tem se expandido na proporção mais rápida já 
presenciada em toda a história, permitindo uma comunicação bidirecional e 
ao mesmo tempo polarizada, a partir dos princípios “um para todos” e “todos 
para todos” (LéVY,2000).
Rosnay (2000, p. 222) entende que no ciberespaço: 
estamos longe das infraestruturas pesadas da sociedade 
industrial a que se refere essa metáfora rodoviária com 
seus pedágios e o controle da circulação. Esboça-se 
antes uma superposição de vasos capilares, de veias e de 
artérias fortemente ramifi cados, irrigando todos os ramos 
da sociedade.
O Ciberespaço na Sociedade
O ciberespaço se constitui de ramifi cações (como vasos capilares) que irrigam 
toda a sociedade, em suas distintas nações, culturas, atividades sociais, 
econômicas e políticas, entreoutras, trazendo para junto de nossa realidade, 
da realidade de cada sujeito, uma imensidão de novidades que se multiplicam 
e se transformam contínua e aceleradamente. 
A partir destas considerações, o termo “ciberespaço” pode ser defi nido como o 
locus virtual criado, especialmente, pela conjunção das diferentes tecnologias 
de telecomunicação e telemática, são as redes suportadas por computador. 
O CIberespaçO nãO é um espaçO físICO, 
palpável, mas é um espaçO real. 
fonte: Blog
11
Unidade 01 Sociedade e as Tecnologias Educacionais
Contudo, a internet, não é a única instância de Comunicação Mediada por 
Computador (CMC), e por extensão, de suporte ao ciberespaço. O ciberespaço, 
assim defi nido, confi gura-se como um locus de extrema complexidade e difícil 
compreensão. 
A sua heterogeneidade é notória quando se percebe o grande número de 
ambientes de sociabilidade existentes, no interior dos quais se estabelecem 
as mais “diversas e variadas formas de interação, tanto entre homens, quanto 
entre homens e máquinas e, inclusive, entre máquinas” (SILVA, 2007, p.3). 
Ciberespaço como um espaço de Armazenamento na Sociedade
Atualmente, o ciberespaço não pode ser designado como um espaço de 
armazenamento, posto que se tornou um fl uxo vivo e inteligente. Vivo porque 
nos remete à vida de uma cidade, onde as pessoas se encontram socialmente, 
para trabalhar, para estudar e para fazer política. 
Nessa cidade, as pessoas produzem bens e 
serviços e consomem essas produções, as 
pessoas produzem notícias e consomem notícias, 
assim como todo o conteúdo disponível ou o 
conteúdo da vida. E, claro, assim como as pessoas 
guardam seus documentos e fi nanças em espaços 
físicos, elas o fazem nos espaços virtuais.
Observe, se você ativar o modo de sincronização no seu celular conectado 
à internet, suas fotos, documentos e mensagens fi carão instantaneamente 
salvas nas “nuvens” ou ciberespaço, a partir de uma conta que você criou. E 
você poderá acessar ou compartilhar de qualquer equipamento conectado 
à internet.
Exemplo de Ciberespaço como um Armazenamento
O ciberespaço tornou-se também um espaço inteligente, posto que as pessoas 
transitam por ele e deixam seus rastros. Como assim, rastros?
Isso mesmo, rastros. Vamos exemplifi car com uma situação de navegação 
realizada na internet.
AS INfORMAçÕES PODEM SER ARMAZENADAS 
NO CIBERESPAçO, TAMBéM CONHECIDO COMO 
“NAS NUVENS”
fonte: Android.com.pl
Tecnologias Educacionais e Mídias Culturais Graduação | UNISUAM 
12
júlia fez uma busca na internet de hotéis e 
pousadas que aceitam pet na região praiana de 
Florianópolis.
A partir dessa busca, júlia começou a receber 
anúncios de hotéis nessa região em seu e-mail, 
suas redes sociais e ao utilizar ferramentas de 
pesquisa, como Google®.
Isso aconteceu porque a navegação de pesquisa 
de júlia deixou um rastro na rede de internet e 
atraiu esse tipo de anúncio para seu perfi l.
Você já reparou que isso acontece com você? Aliás, com todos nós! é isso 
mesmo, se você vai a um site de vídeos, tipo YouTube®, e procura ou assiste 
a um vídeo de determinado estilo ou tema, pronto, quando você retorna, lá 
está uma sugestão de vídeos do seu interesse.
Essa capacidade de nos atender quase de forma personalizada, em 
praticamente tudo que procuramos ou tudo que produzimos, dá ao 
ciberespaço uma capacidade viva de existir, mesmo não sendo um espaço 
físico, já deixou de ser um espaço reativo e cada vez mais está se tornando 
um espaço inteligente.
De acordo com Vesce (INfOESCOLA, p.1 ), o termo ciberespaço:
foi idealizado por William Gibson, em 1984, no livro 
Neuromancer, referindo-se a um espaço virtual composto 
por cada computador e usuário conectados em uma rede 
mundial [...] com o ciberespaço constituiu-se um novo 
espaço de sociabilidade que é não-presencial e que possui 
impactos importantes na produção de valor, nos conceitos 
éticos e morais e nas relações humanas.
Há tantos encontros no ciberespaço que Pierre Lévy desenvolveu um longo 
estudo sobre “inteligência coletiva e ciberespaço”. 
fonte: Blog
lévY COnsIdera COmO InTelIgÊnCIa 
COleTIva uma sOma das InTelIgÊnCIas 
IndIvIduaIs, que é COmparTIlhada 
pOTenCIalIzandO Cada vez maIs essa 
InTelIgÊnCIa. 
13
Unidade 01 Sociedade e as Tecnologias Educacionais
Relacionando esse fenômeno com sua mobilidade 
no ciberespaço, o processo se torna ainda 
mais complexo, aumentando cada vez mais a 
inteligência humana, uma vez que o ciberespaço 
propicia o encontro de muitas inteligências sendo 
compartilhadas e se expandindo.
Cibercultura 
Conceituar ou defi nir cibercultura tem sido uma incessante busca de muitos 
pensadores.
Algumas dessas contribuições são apresentadas 
neste estudo com a modesta intenção de analisar 
os fundamentos da cibercultura e sua relação com 
a educação a distância (EaD), porém, com base 
nas leituras e refl exões realizadas, consideramos 
cada vez mais complexa essa tarefa.
aprofundando>
Vamos ler um pouco mais sobre inteligência 
coletiva e ciberespaço? Clique aqui e leia o texto 
“Pierre Lévy, o Defensor da Inteligência Coletiva”.
http://www.crmariocovas.sp.gov.br/esp_a.
php?t=001
Aproveite, também, para assistir ao vídeo de uma 
palestra de Pierre Lévy no Sesc-SP: Diálogos 
sobre Inteligência Coletiva, clicando no link.
h t t p s : / / w w w . y o u t u b e . c o m /
watch?v=Mmq2732SxhA 
T3
CIBERCULTURA é UM fENôMENO PRODUZIDO 
NOS MEIOS SOCIOCULTURAIS BASEADO NO 
EfEITO DO CIBERESPAçO
fonte: Infoqplan
Tecnologias Educacionais e Mídias Culturais Graduação | UNISUAM 
14
Diante disso, consideramos que para entender o que é cibercultura 
necessitamos compreender o que é ciberespaço, posto que a cibercultura é 
um fenômeno produzido nos meios socioculturais que se baseia no efeito do 
ciberespaço no mundo da cultura.
É preciso considerar a cibercultura como um fenômeno que engloba o 
computador, mas vai muito além deste.
Trata-se de um fenômeno ligado à revolução tecnológica baseada na 
microeletrônica, nas tecnologias da informação e da comunicação, que 
também estão para além do computador, e na biotecnologia, como uma fonte 
de referência que também vem contribuindo para essa mudança de cenário, 
de corporações e das culturas, infl uindo umas nas outras. 
Corroborando, Edméa Santos (2011, [s/p]) menciona que: 
[...] contemporaneamente, devemos evitar definir as 
coisas. Cibercultura, em poucas palavras, é a cultura 
contemporânea, mediada pelas tecnologias digitais em 
rede. Na verdade, muitos dizem que as tecnologias são 
protagonistas, mas há um processo híbrido entre todo o 
desenvolvimento científi co, o próprio uso das tecnologias 
e seu desenvolvimento, e os usos que os praticantes, os 
sujeitos culturais, fazem dessas tecnologias. Em poucas 
palavras, é a cultura contemporânea mediada por 
tecnologias digitais em rede. 
Como vimos, a autora entende cibercultura como a cultura mediada pelas 
tecnologias digitais conectadas pela internet. 
A seguir, apresenta-se a cibercultura mediada por tecnologias digitais. 
Vamos lá!
Cibercultura Mediada por Tecnologias 
Digitais
A cibercultura é mediada por tecnologias digitais e emana do espaço criado 
a partir dessas tecnologias, o ciberespaço.
Mesmo o sujeito excluído digitalmente sofre infl uências do ciberespaço e, a 
partir dessas infl uências, também se insere na cibercultura que se instala a 
partir deste espaço em rede e traz transformações que alteram nosso modo de 
vida. Porém, cada sujeito também contribui na formação desse modo, como em 
um fl uxo de causa e efeito, ou como ator e espectador da construção cultural. 
15
Unidade 01 Sociedade e as Tecnologias Educacionais
Precisamos ressaltar que os sujeitos não são meros consumidores de cultura, 
mas também são produtores, conforme suas condutas, modode vida e visão 
de mundo. Sendo assim, acreditamos que não cabe à cibercultura uma 
concepção exclusivamente do mundo digital.
Podemos vislumbrar a cibercultura na busca 
obsessiva dos sujeitos contemporâneos, enquanto 
produtores de cultura, pelo crescimento, pelo 
novo, pelo prazer total, pelo imediato. 
A Cibercultura na Percepção de Mundo 
Transnacionalizado
Muitas vezes, nessa busca, o homem se perde de sua essência humana, se 
esquiva da ética, esquece que faz parte do meio ambiente, que é um elemento 
da natureza, onde tudo se conecta, se adapta e se encadeia. Segundo Lévy 
(2005, p. 249):
a cibercultura mantém a universalidade ao mesmo tempo 
em que dissolve a totalidade. Corresponde ao momento 
em que nossa espécie, pela globalização econômica, pelo 
adensamento das redes de comunicação e de transporte, 
tende a formar uma única comunidade mundial, ainda que 
essa comunidade seja - e quanto! - Desigual e conflitante. 
Única em seu gênero no reino animal, a humanidade 
reúne toda sua espécie em uma única sociedade. Mas, ao 
mesmo tempo, e paradoxalmente, a unidade do sentido 
se quebra, talvez porque ela comece a se realizar na 
prática, pelo contato e interação efetivos. Conectadas ao 
universo, as comunidades virtuais constroem e dissolvem 
constantemente suas micrototalidades dinâmicas, 
emergente, imersas, derivando entre as correntes 
turbilhonantes do novo dilúvio. 
O USO DO CAIxA ELETRôNICO é UM ExEMPLO 
DE INfLUêNCIA DO CIBERESPAçO qUE ESTá 
INSERIDA NA CIBERCULTURA, OU SEjA, NA 
CULTURA CONTEMPORâNEA
fonte: ICT Network News
fonte: People Rise
Tecnologias Educacionais e Mídias Culturais Graduação | UNISUAM 
16
Nesse sentido, cabe conceber a cibercultura na percepção de mundo que 
temos hoje, um mundo transnacionalizado, onde o Estado perde poder e força 
enquanto o mercado ganha, ou seja, é o próprio modo de vida das sociedades 
que designa suas necessidades e perfi s. 
Dreifuss (1996, p. 134) aponta um “processo facilitado pela crescente 
padronização e homogeneização dos bens de uso, das modalidades de 
consumo e de infraestrutura de mercado”. Ele ainda enfoca que as:
multinacionais norte-americanas foram as porta-
bandeiras de uma perspectiva diferente. Na realidade, 
dinamizaram três grandes processos de transformação 
transnacionalizantes: de mundialização de estilos, usos 
e costumes; de globalização tecnológica, produtiva e 
comercial; e de planetarização da gestão. (DREIfUSS, 1996, 
p. 135, grifo do autor)
Com certeza, as tecnologias digitais da informação e da comunicação 
possibilitam a ocorrência desses fenômenos, assim como eles servem à 
disseminação e inovação dessas tecnologias. 
Apesar da sustentação das culturas individuais, a padronização dos bens de 
consumo, das formas comunicacionais e dos meios de produção está cada 
vez mais universalizada. Conforme Lemos (2004, [s/p]):
a cibercultura nada mais é do que a cultura contemporânea 
em sua interface com as novas tecnologias de comunicação 
e informação, ela está ligada as diversas influências 
que essas tecnologias exercem sobre as formas de 
sociabilidade contemporâneas, infl uenciando o trabalho 
a educação, o lazer, o comércio, etc. Todas as áreas da 
cultura contemporâneas estão sendo reconfi guradas com 
a emergência da cibercultura.
A cibercultura insere-se enquanto uma cultura que se relaciona às 
possibilidades proporcionadas pela microeletrônica, seus fenômenos e 
eventos. 
Cultura esta que teve seu embrião no ciberespaço, mas se engendrou por 
outros espaços alcançando nações globalizadas e globalizantes, onde o que 
se come, o que se veste, o que se ensina e o que se aprende, assim como os 
costumes e as necessidades, perdem-se um pouco do que se idealizava como 
autonomia e identidade, caminhando para uma hegemonia idealizada pelos 
países dominantes, e só a própria humanidade poderá defi nir o fenômeno da 
cibercultura como alienador ou não.
Cabe à humanidade entender as possibilidades tecnológicas, usufruir delas 
e considerar que “a informação representa o principal ingrediente de nossa 
organização social, e os fl uxos de mensagens e imagens entre as redes 
constituem o encadeamento básico de nossa estrutura social” (CASTELLS, 
1999, p. 505).
17
Unidade 01 Sociedade e as Tecnologias Educacionais
A Cibercultura Favorecida das Ideologias 
Multiculturais
Somos nós mesmos quem iremos traçar o caminho para a hegemonia ou 
para a diversidade. 
O acesso à informação e mesmo a produção dela não pode se confundir 
com um poder hegemônico, pelo contrário, deve ser um favorecedor das 
ideologias multiculturais, que apesar de transitarem por uma mesma teia 
cibercultural, levam em si as próprias peculiaridades. 
Cada grupo social-cultural possui um registro instituído de sua cultura que 
se impregna nas pessoas, em suas relações com os outros e com os meios 
comunicacionais, ou seja, nas redes. 
São esses registros que nos mostram que:
quaisquer meios de comunicações ou mídias são 
inseparáveis das suas formas de socialização e cultura 
que são capazes de criar, de modo que o advento de cada 
novo meio de comunicação traz consigo um ciclo cultural 
que lhe é próprio (SANTAELLA, 2002, p. 45-46). 
Considerando cada grupo social e os meios com os quais se comunicam e 
produzem informações e saberes, podemos entender que a apropriação da 
informação e a sua signifi cação terá direta relação com o meio que a propagou. 
Imaginemos, nos dias de hoje, um jovem na 
tecnológica cidade de Tóquio recebendo uma 
mensagem por meio de um telégrafo. Decifrar a 
mensagem lhe será tão sacrifi cante e obscuro que 
a mensagem assumirá um signifi cado específi co 
para esse jovem. 
Da mesma forma poderá ocorrer com um 
jovem de uma tribo isolada do sudoeste da 
Etiópia que recebe uma mensagem por meio 
de um computador conectado à grande rede. 
Os caminhos e a forma pela qual a mensagem 
lhe chegou poderão lhe causar espantos e 
sentimentos tão particulares que irão ocasionar 
uma significação diferenciada do conteúdo 
enviado.
Cada grupo social-cultural, alicerçado em suas 
próprias especifi cidades, está recebendo muitas 
infl uências culturais e também está infl uenciando 
bastante os grupos diversos. 
Tecnologias Educacionais e Mídias Culturais Graduação | UNISUAM 
18
Mas será que se trata puramente de um processo consciente de 
imposição de culturas, de hegemonia? 
Se os meios progridem e se caracterizam pela própria necessidade da 
humanidade, logo, há também uma necessidade cultural nesse processo. 
Esses mesmos meios e suas inúmeras possibilidades refl etem a necessidade 
evolutiva da humanidade.
Muito provavelmente em conhecer, compartilhar e disseminar culturas. Cada 
qual se apropriando e ressignifi cando essas culturas de acordo com a sua 
própria cultura, vivências e especifi cidades.
Conforme Lévy (2005, p. 189), “quanto mais nos 
comunicamos, mais nos deslocamos”, isso porque 
o ciberespaço nos mostra as possibilidades, 
exclui os intermediários, facilitando as relações 
diretas com o conteúdo e com as pessoas que 
produziram os conteúdos iniciais, mas não nos tira 
a necessidade e o desejo de conhecer e explorar 
o espaço real, o veraz contexto disseminado nas 
narrativas cibernéticas.
Explorar o ciberespaço é tão convidativo e real quanto explorar o espaço físico, 
concreto e palpável. O espaço físico ainda nos parece mais real por trazer em 
si a história, a essência e o imprevisto do fato em locus. 
Essa lógica de constituição da experiência pela presença física tem sido 
uma premissa válida desde o início da humanidade e que se sustentou até o 
século xx de forma incontestável, mas que vem sendo repensada diante das 
transformações provocadas pela informatização da sociedade, principalmente 
com o atual respaldo das mídias móveis. 
Pela primeira vez, devido às características atuaisdo 
ciberespaço, é possível produzir o sentido coletivamente, 
cooperativamente, no jogo das subjetividades [...] para além 
das fronteiras das culturas, das religiões, dos territórios, dos 
pequenos poderes (LEMOS e LéVY, 2010, p.30-31).
Novos sentidos estão sendo instituídos, e só podemos dizer que nada está 
defi nido, o ciberespaço e a cultura que dele emana - a cibercultura, abrem um 
leque de possibilidades que somente a própria humanidade poderá responder 
conforme suas próprias escolhas. O quão real se tornará o virtual e o quão 
virtual se tornará o real.
fonte: DPW Web Site
Novos sentidos estão sendo instituídos, e só podemos dizer que nada está 
Se você quiser saber mais sobre o tema de Lévy, o livro 
deste autor, “Cibercultura” está disponível gratuitamente 
on-line, clique no link abaixo para conferir.
http://lelivros.online/book/download-cibercultura-
pierre-levy-em-epub-mobi-e-pdf/
aprofundando>
19
Unidade 01 Sociedade e as Tecnologias Educacionais
O Sujeito e a Pós-Modernidade
A partir do cenário apresentado como cibercultura, pareceu-nos essencial a 
busca por conhecer o sujeito que permeia essa cultura, sujeito este que tem 
sido considerado como o sujeito da pós-modernidade.
De acordo com Stuart Hall (2011), a valorização do indivíduo científi co e racional, 
que foi colocado como protagonista no centro do universo e livre do domínio 
dos dogmas da igreja, ocorreu a partir do início da modernidade. 
Desde então, a identidade do sujeito vem apresentando significativas 
mutações, as quais acarretam momentos de crise, como a atual, que o autor 
sugere ter iniciado no fi m do século XX.
Para entender um pouco mais sobre o que nos referimos ao tratar do termo 
Modernidade, vamos assistir ao fi lme “Tempos Modernos”, de Charlie Chaplin 
(1936), que se encontra disponível no Youtube, cujo nome é “Tempos modernos 
(charlie chaplin) [legendado] [1936]”
https://www.youtube.com/watch?v=zwa5Y_yWRRk
O Sujeito
Stuart Hall (2011) analisa o sujeito contemporâneo e considera que este 
perdeu o “sentido de si”, estando em “descentração”. Hall (2011) considera 
esse fenômeno como uma crise de identidade, inclusive cita Kobena Mercer 
(1990) para justifi car a necessidade de se compreender a identidade do sujeito 
nesses novos tempos.
A identidade somente se torna uma questão quando está 
em crise, quando algo que se supõe como fi xo, coerente 
e estável é deslocado pela experiência da dúvida e da 
incerteza (HALL, 2011, p. 9 apud MERCER, 1990, p. 43).
Desta forma, compreender os novos sujeitos tem sido um desafi o da atualidade 
exatamente porque o “eu” dos sujeitos está em crise, ou seja, está em profunda 
reestruturação. 
Hall não julga esse processo como bom ou ruim, pois desde a entrada 
na modernidade já ocorreram outras crises, vislumbrou-se o sujeito do 
iluminismo, o sujeito sociológico e atualmente o sujeito pós-moderno, ou 
seja, a humanidade está em constante transformação e isso sempre ocorre 
na mesma proporção que a subjetividade, ou seja, a identidade dos sujeitos. 
T4
Tecnologias Educacionais e Mídias Culturais Graduação | UNISUAM 
20
A identidade dos Sujeitos
O sujeito do iluminismo estava preocupado em fi rmar sua identidade como 
centro do universo e elemento essencial para desvendar seus mistérios por 
meio das ciências, tornou-se aquilo que denominamos de sujeito individualista. 
Com o fortalecimento da idade moderna, surge o sujeito sociológico, também 
por uma crise de identidade, e este percebeu que ele não poderia existir 
apenas em si, que ele era refl exo da interação com o outro.
Assim, ele se constituía e participava da constituição do outro também, 
valorizando as relações culturais e sociais, surgindo então a “concepção 
interativa da identidade e do eu” (HALL, 2011, p.11).
A humanidade acostumou-se a pensar os sujeitos 
como seres constituídos pela interação, formados 
em si e no outro, tal qual a dialética de Hegel (1992) 
e sua metáfora “o senhor e o escravo”, que explica 
a necessidade do “outro” na constituição do “eu”. 
Desta forma, a identidade serve para tornar o 
sujeito e a estrutura que o cerca imbricados, 
dependentes, e assim, a concepção de identidade 
revela também a noção de pertencimento.
O sujeito sociológico revela um estreitamento 
entre o “eu” e a “sociedade”, o “eu” se constitui e 
se revela de acordo com o grupo que o cerca, ele 
não é mais individual, ele é uma negociação de 
papéis no sistema social.
foucault (2005), a partir de seu estudo da relação do sujeito e a sua identidade 
com a sociedade, considera que as relações sociais são estruturadas por 
relações de poder.
fonte: Obvious
essa COnCepçãO de sujeITO e IdenTIdade 
pOderIa ser COnsIderada perfeITa, mas 
COm O passar dOs TempOs e das relações 
Os próprIOs sujeITOs COmeçam a se 
quesTIOnar.
21
Unidade 01 Sociedade e as Tecnologias Educacionais
Não, necessariamente, um poder tangível ou 
identificável, mas um “poder disciplinar” que está 
pulverizado por toda parte e intencionalmente nas 
instituições legitimadas pela sociedade, tais como 
escola, igreja, presídio, e até mesmo nas mídias 
de massa que se organizaram para continuar 
exercendo esse poder.
O poder disciplinar funciona como um regulador, 
uma vigilância, tanto dos sujeitos, quanto dos 
grupos de sujeitos e das sociedades, agindo no 
cerne de suas engrenagens mais complexas e de 
forma quase que imperceptível.
Os Questionamentos da Identidade do Sujeito com a Chegada do 
Século XXI
As normas sociais e as tradições culturais começam a ser questionadas cada 
vez mais com o fi ndar do século xx e a chegada do século xxI. As estruturas 
fechadas de concepção de sujeito, na conjuntura do sociológico, entram 
em crise. Surgem novos questionamentos, novas necessidades e novas 
possibilidades para a humanidade.
Pensando a identidade dialeticamente pura ou dialeticamente infl uenciada 
pelo poder, ela também está sempre relacionada aos processos de 
representação e pertencimento. Esses processos são fundamentais na 
construção da subjetividade. 
fonte: Acesse Bahia
Tecnologias Educacionais e Mídias Culturais Graduação | UNISUAM 
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A noção de pertencimento relaciona-se com forma como representamos 
nossa pátria/etnia, nos vincula a um lugar (a nação) por meio das “narrativas 
da nação”, (HALL, 2011). 
A forma como vivemos nossa etnia, nas diferentes épocas da civilização, nos 
relaciona com um lugar (espaço) e as representações que fazemos dele, e 
também com o tempo atuando nesse espaço. 
Nessa perspectiva, ao mesmo tempo em que o sujeito deseja conhecer o 
Oriente, com sua cultura e seus valores, ele também sente a necessidade de 
voltar àquele espaço físico e histórico, onde foi constituído e desenvolveu a 
noção de pertencimento, com suas representações e práticas sociais. 
Porém, mais do que nunca, ele sabe que pode transitar entre esses espaços 
e essas culturas e pode relembrar a cultura oriental a qualquer momento no 
restaurante da esquina, ou numa próxima viagem ou até mesmo por um novo 
espaço muito bem estruturado no ciberespaço: o espaço virtual.
Todas essas possibilidades do espaço físico e virtual viabilizaram um fenômeno 
mundial denominado “globalização”. 
O Sujeito Pós-Modernidade
Em nosso entendimento, a globalização é um fenômeno sem volta que se 
concretiza cada vez mais pelas possibilidades dos avanços tecnológicos, logo, 
se engendra ao ciberespaço e à cibercultura e colabora veemente com uma 
nova crise de identidade. 
Segundo Hall (2011, p. 67), trata-se de “um complexo de processos e forças 
de mudança, que, por conveniência, pode ser sintetizado sob o termo 
‘globalização’”. Inclusive, o autor utiliza McGrew (1992) para explicar que:
[...] a globalização se refere àqueles processos, atuantes 
numa escala global, que atravessam fronteiras nacionais, 
integrandoe conectando comunidades e organizações em 
novas combinações de espaço-tempo, tornando o mundo, 
em realidade e em experiência, mais interconectado [...] 
um movimento de distanciamento da ideia sociológica 
clássica da sociedade como um sistema bem delimitado 
e substituindo pela perspectiva de sociedade ao longo do 
tempo e do espaço (HALL 2011, p. 67-68 apud MCGREW, 
1992).
CrIse esTa que dá OrIgem aO sujeITO pós-
mOdernO e COlOCa em xeque a IdenTIdade 
dO sujeITO.
23
Unidade 01 Sociedade e as Tecnologias Educacionais
Segundo Hall (2011, p. 77), a globalização não pretende homogeneização, “na 
verdade, explora a diferenciação local, [...] seria mais acurado pensar numa 
nova articulação entre o ‘global’ e o ‘local’”. Assim, a cultura nacional não está 
em risco, o que está em risco são os mitos e as narrativas criadas para unifi car 
a cultura nacional. 
A globalização e seus fenômenos propiciaram 
questionamentos acerca desses mitos criados 
na representação de nação, e os sujeitos vêm 
percebendo que não pertencem a uma cultura 
única, mas sim a um complexo de culturas dentro 
de uma cultura mistifi cada como única cultura 
nacional. 
Assim, nem todo espanhol conhece ou gosta de 
tourada e nem todo brasileiro gosta de samba ou 
sabe sambar. Esse fato não pode ser confundido 
com a interferência de outros gêneros na cultura 
nacional, mas sim com a oportunidade de 
questionar uma imposição e de afl oramento de 
outras manifestações culturais anteriormente 
escondidas ou negadas.
O sujeito busca se redescobrir e redescobrir sua identidade, não a partir 
dos estereótipos anteriormente impostos, mas reconhecendo outras 
possibilidades e identifi cações dentro daquela cultura que não é tão fechada 
nem tão autêntica quanto se imaginava, percebendo que há diferentes nichos 
dentro da própria cultura.
Parece que cada um se sente parte daquele lugar, como criador e criatura, 
e o tempo e o espaço são as coordenadas essenciais de sua identidade. é 
daí que surge a crise, quando o sujeito não reconhece mais o lugar ao qual 
pertence ou não se reconhece naquele lugar. 
A Busca do Sujeito Pós-Moderno
Quando uma pessoa informa sua nacionalidade, 
ela o faz como se aquele ato, pura e simplesmente, 
transmitisse toda a carga de informações sociais, 
históricas e culturais que o caracterizam como um 
cidadão daquela nação.
O sujeito da pós-modernidade 
percebe que não pertence a 
uma cultura única, mas sim a 
um complexo de culturas
fonte: Ux1
O SUjEITO SE DEPARA COM OUTRAS 
POSSIBILIDADES E OUTRAS REALIDADES NA 
BUSCA DO SUjEITO PÓS-MODERNO
fonte: Life Terapias
Tecnologias Educacionais e Mídias Culturais Graduação | UNISUAM 
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De repente esse sujeito se depara com outras possibilidades e outras 
realidades na busca incessante de se conhecer e se reconhecer por meio de 
alguma representação que lhe dê a segurança de pertencer. 
O que está em crise, então? A crise representa a luta entre fortalecer a 
identidade nacional ou questioná-la tornando-a mais pluralizada, política 
e diversa. A crise fortalece porque representa uma fase transitória, de 
questionamentos e descobertas, e na crise ainda nos deparamos com algumas 
identidades transitando entre a “tradição” e a “tradução”.
As identidades que buscam se fi xar na tradição lutam de forma contundente 
para resgatar suas raízes ou, de outra forma, se veem sucumbindo à 
homogeneização. 
Já as identidades que se predispõem à tradução estão conscientes de que “as 
identidades estão sujeitas ao plano da história, da política, da representação 
e da diferença e, assim, é improvável que elas sejam outra vez unitárias ou 
puras” (HALL, 2011, p.87-88).
Em qual contexto esse sujeito pós-moderno, a globalização e a cibercultura 
se situam na constituição de uma nova sociedade e das demandas desta 
sociedade, como a educação, por exemplo? Veremos esses aspectos no 
tópico seguinte.
valOrIzar as dIferenças 
Tem sIdO Cada vez maIs 
a busCa dO sujeITO pós-
mOdernO, é O que sugere 
hall (2011, p. 83) COmO nOvas 
prOduções glObaIs e nOvas 
IdenTIfICações lOCaIs, 
sImulTaneamenTe, Ou a 
“pluralIzaçãO de CulTuras 
naCIOnaIs e de IdenTIdades 
de CulTuras naCIOnaIs”.
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Unidade 01 Sociedade e as Tecnologias Educacionais
Sociedade da Informação, 
do Conhecimento e em Rede
A partir de nossos debates sobre ciberespaço, cibercultura e do sujeito pós-
moderno, não podemos deixar de incluir em nossos estudos as questões sobre 
sociedade da informação e sociedade do conhecimento.
Sociedade da Informação
O termo “sociedade da informação” baseia-se na publicação de Daniel Bell, 
de 1973, livro em seu livro “O advento da sociedade pós-industrial”, e traz em 
si a ideia de desvincular a sociedade do paradigma de produção em massa, 
instaurado até então, e que não mais atende aos novos rumos tomados pela 
humanidade no cenário da cibercultura.
Para Castells (1999), estudioso da complexidade das sociedades 
contemporâneas, pensar a sociedade nos dias atuais, é pensar em uma 
sociedade descentralizada, que se articula e se manifesta através e por meio 
das redes da internet.
Para isso, não necessita de uma liderança para se articular, mas busca nas 
teias virtuais, não só as relações sociais, mas também informações e parceiros 
ideológicos. Castells denomina a sociedade contemporânea de “sociedade 
em rede”.
T5
fonte: Blog Prof. jM
Tecnologias Educacionais e Mídias Culturais Graduação | UNISUAM 
26
Burch (2005, p. 2) explica que:
Esta expressão [sociedade da informação] reaparece com 
força nos anos 90, no contexto do desenvolvimento da 
Internet e das TIC. A partir de 1995, foi incluída na agenda 
das reuniões do G7 (depois, G8, onde se reúnem os chefes 
de Estado ou governos das nações mais poderosas do 
planeta). foi abordada em fóruns da Comunidade Europeia 
e da OCDE (os trinta países mais desenvolvidos do mundo) 
e foi adotada pelo governo dos Estados Unidos, assim 
como por várias agências das Nações Unidas e pelo 
Banco Mundial. Tudo isso com uma grande repercussão 
midiática. A partir de 1998, foi escolhida, primeiro na União 
Internacional de Telecomunicações e, depois, na ONU para 
nome da Cúpula Mundial programada para 2003 e 2005. 
Neste contexto, o conceito de “sociedade da informação” 
como construção política e ideológica se desenvolveu 
das mãos da globalização neoliberal, cuja principal meta 
foi acelerar a instauração de um mercado mundial aberto 
e “autorregulado”.
Percebemos no discurso de Burch que a primeira ideia sobre sociedade 
da informação foi atrelada aos movimentos da globalização, das novas 
possibilidades de relação entre os países ampliando as possibilidades 
comerciais entre eles, criando automaticamente um mecanismo competitivo 
que acabaria por regular o mercado.
Sociedade do Conhecimento
Burch (2005, p. 3) analisa o diferencial entre os termos e seus significados:
A noção de “sociedade do conhecimento” (knowledge 
society) surgiu no final da década de 90. é empregada, 
particularmente, nos meios acadêmicos como alternativa 
que alguns preferem à “sociedade da informação”. A 
Unesco, em particular, adotou o termo “sociedade do 
conhecimento” ou sua variante “sociedades do saber” 
dentro de suas políticas institucionais.
já para Os esTudIOsOs da eduCaçãO, 
esse COnCeITO Também favOreCerIa as 
pOssIbIlIdades de COmparTIlhamenTO 
dO COnheCImenTO a parTIr das 
mesmas COnexões amplIfICadas para 
a InfOrmaçãO e Os negóCIOs pOlíTICOs 
e eCOnômICOs.
27
Unidade 01 Sociedade e as Tecnologias Educacionais
A Unesco fez questão de demonstrar uma concepção mais pluralista e 
abrangente à expressão “sociedade do conhecimento”, inclusive, Abdul 
Waheed Khan, o subdiretor-geral da Unesco para assuntos da comunicação 
e da informação, esclareceu em seu discurso:
A Sociedade da Informação é a pedra angular dassociedades do conhecimento. O conceito de “sociedade 
da informação”, a meu ver, está relacionado à ideia 
da “inovação tecnológica”, enquanto o conceito de 
“sociedades do conhecimento” inclui uma dimensão 
de transformação social, cultural, econômica, política e 
institucional, assim como uma perspectiva mais pluralista 
e de desenvolvimento. O conceito de “sociedades 
do conhecimento” é preferível ao da “sociedade da 
informação” já que expressa melhor a complexidade e 
o dinamismo das mudanças que estão ocorrendo. (...) o 
conhecimento em questão não só é importante para o 
crescimento econômico, mas também para fortalecer e 
desenvolver todos os setores da sociedade.
O conceito de sociedades do conhecimento é preferível por expressar melhor 
a complexidade da dimensão de transformação social, cultural, econômica, 
política e institucional
Percebemos, então, que a partir da concepção de sociedade da informação, 
a área educacional, coparticipante desse mesmo momento histórico e social, 
ampliou essa perspectiva e investiu nas enormes possibilidades de ampliação, 
revisão, construção e compartilhamento de saberes. 
fonte: Administradores.com
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Sociedade em Rede
A educação, na contemporaneidade, tem trabalhado pela sua democratização, 
pela oportunidade de levar conhecimento a todos os cantos do mundo por 
intermédio das novas possibilidades conectivas, cada vez mais efi cientes e 
acessíveis.
Exatamente por essa ampliação da conectividade e seus efeitos em todos 
os setores da humanidade que Castells (1999, 2005, 2006) optou por mesclar 
as concepções de sociedade da informação e do conhecimento, atrelando 
a novos estudos e constatações e passando a utilizar o termo “sociedade 
em rede”.
O nosso mundo está em processo de transformação 
estrutural desde há duas décadas. é um processo 
multidimensional, mas está associado à emergência 
de um novo paradigma tecnológico, baseado nas 
tecnologias de comunicação e informação, que 
começaram a tomar forma nos anos 60 e que se 
difundiram de forma desigual por todo o mundo. Nós 
sabemos que a tecnologia não determina a sociedade: 
é a sociedade. (CASTELLS, 2005, p. 17).
O que podemos entender com a afi rmação “a tecnologia não determina a 
sociedade: é a sociedade”? Acreditamos que, tal qual acontece nos processos 
e modelos educacionais, acontece com as inovações tecnológicas. 
Aqueles que se benefi ciam da educação formal são 
os que demandam modelos e fi nalidades, assim 
como aqueles que se utilizam das tecnologias são 
os que ditarão suas necessidades. 
Em ciência, educação e tecnologia, podemos 
afi rmar que, quando um paradigma não responde 
mais às necessidades reais de sua comunidade, 
este paradigma entra em crise e se transforma 
ou renova, seja de forma rápida ou lentamente, 
podendo conviver dois ou mais paradigmas por 
algum tempo.
Muitas vezes nos questionamos “para aonde esse mundo vai?” ou “como pode 
essas crianças saberem mexer melhor no computador ou no smartphone do 
que os mais velhos?”. É em um simples exemplo do cotidiano que podemos 
perceber a convivência entre paradigmas e os caminhos tecnológicos de uma 
sociedade, que aos poucos vai miscigenando o ontem e o hoje e trazendo 
para seu contexto outras possibilidades e outras necessidades.
fonte: Hacking Social
29
Unidade 01 Sociedade e as Tecnologias Educacionais
Pontos-Chave com Relação à Sociedade em Rede
Segundo Castells (2005), existem alguns pontos-chave com relação à 
sociedade em rede: na economia, incluindo-se aí o mundo do trabalho; nas 
comunicações; na sociabilidade e também na política. 
Dentre todos os argumentos que apresenta, articulados com esses pontos-
chave, referindo-se às mudanças, percebe-se claramente um papel 
preponderante do processo educacional na reestruturação dos sujeitos:
este inovador ser humano produtivo, em plena crise 
do patriarcalismo e da família tradicional, requer uma 
reconversão total do sistema educativo, em todos os 
seus níveis e domínios. Isto refere-se, certamente, a novas 
formas de tecnologia e pedagogia, mas também aos 
conteúdos e organização do processo de aprendizagem 
[...] uma das grandes razões para o sucesso do Modelo 
finlandês na sociedade em rede reside na qualidade do 
seu sistema educativo, em contraste com outras zonas do 
mundo (CASTELLS, 2005, p. 27). 
Diante do exposto, só podemos confi rmar a importância da educação na 
reestruturação da sociedade, agora em rede, e apesar de a educação 
depender diretamente dos modelos políticos e econômicos, além das novas 
possibilidades tecnológicas.
Exatamente essa questão leva a uma séria 
refl exão acerca dos paradigmas que não têm 
conseguido conviver pacificamente diante de 
aceleradas transformações, posto que a economia 
e a política ainda estão enraizadas em modelos da 
sociedade industrial, o que acaba corroborando 
para uma confusão ideológica e de percurso de 
uma sociedade que precisa defi nir novos rumos 
e perspectivas.
Os estudos de Castells (2005) mostram que criatividade e inovação são 
preponderantes nessa nova sociedade e que tudo fi ca mais difícil quando 
legislações sobre direito de propriedade ainda se norteiam pelo paradigma 
da sociedade e industrial.
O PONTO-CHAVE DA SOCIEDADE EM REDE 
NA EDUCAçÃO é A POSSIBILIDADE DE 
SE OBTER UM SISTEMA EDUCATIVO COM 
qUALIDADE
fonte: EdTechReview
Tecnologias Educacionais e Mídias Culturais Graduação | UNISUAM 
30
Relação da Educação com os Sujeitos da Sociedade em Rede
é necessário passar pelo cenário da cibercultura e da sociedade em rede 
para que se perceba os sujeitos que as permeiam e as necessidades que 
passam a apresentar. 
O que pode parecer, de certa forma, incoerente afirmar, mas o ser humano, 
segundo Kant (2006), necessita ser educado para desenvolver os entendimentos 
morais e intelectuais necessários para viver em seus grupos sociais.
Ainda que apriorística, Kant apresenta argumentos filosóficos sustentáveis 
quanto à capacidade transformadora que a educação tem sobre o sujeito:
não é um ser moral por natureza. Torna-se moral apenas 
quando eleva sua razão até aos conceitos de dever e 
da lei. Pode-se, entretanto, dizer que o homem traz em 
si tendências originárias para todos os vícios, pois tem 
inclinações e instintos que o impulsionam para um lado, 
enquanto que sua razão o impulsiona ao contrário. Ele, 
portanto, poderá torna-se moralmente bom apenas graças 
à virtude, ou seja, graças a uma força exercida sobre si 
mesmo, ainda que possa ser inocente na ausência dos 
estímulos (KANT, 2006, p.95).
Não muito obstante, freire (2005) também percebe os sujeitos como seres 
inacabados, que necessitam do processo educacional para “se tornarem”. 
Ocorre que Freire apresenta uma perspectiva interacionista, em que os sujeitos 
não são apenas espectadores passivos do processo, mas também atores 
essenciais para que ocorra o processo.
Na verdade, diferentemente dos outros animais, que 
são apenas inacabados, mas não são históricos, os 
homens se sabem inacabados. Têm a consciência de 
sua inconclusão. Aí se encontram as raízes da educação 
mesma, como manifestação exclusivamente humana. Isto 
é, na inconclusão dos homens e na consciência que dela 
têm (fREIRE, 2005, p. 83-84).
fonte: freepik
31
Unidade 01 Sociedade e as Tecnologias Educacionais
Na plenitude de sua consciência, ou inconsciência, de sujeito inconcluso, 
inacabado, o sujeito pós-moderno assume novas posturas no mundo do 
trabalho e no mundo educacional. 
O ensino que se dá na sala de aula presencial não atende mais às necessidades 
do atual ator social. O fato de compartilhar do mesmo espaço físico e mesmo 
espaço temporal não tem garantido dialogia nem interatividade entre quem 
ensina e quem aprende.
Indo além da sala de aula presencial,a sociedade contemporânea tem 
admitido outras modalidades de ensino, principalmente pela busca de resolver 
novas demandas urbanas, e também rurais, mas também pela busca de 
outras formas, outras lógicas para a aprendizagem, como na modalidade de 
educação a distância, que veremos mais adiante. 
Conclusão
Levando-se em consideração os estudos apresentados, fica evidente que as 
tecnologias acompanham a evolução da humanidade desde sempre, criadas 
pelos próprios seres humanos para facilitar e enriquecer seu modo de vida.
Na contemporaneidade, as tecnologias mais utilizadas nas sociedades globais 
são as tecnologias da informação e da comunicação (TIC) e as da inteligência, 
pois quanto mais capacidade inteligível, mais a humanidade necessita de 
apoio à sua inteligência.
a lógICa dOs prOCessOs de ensInO e de 
aprendIzagem preCIsa se InTegrar à lógICa 
OperaTIva das sOCIedades COnTempOrâneas. 
as TeCnOlOgIas, de um mOdO geral, 
pOdem ser muITO bem aprOveITadas 
nas práTICas eduCaTIvas, sendO 
aprOprIadas COmO TeCnOlOgIas 
eduCaCIOnaIs, que vIsam aprImOrar 
Cada vez maIs Os prOCessOs de ensInO e 
de aprendIzagem.
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O grande avanço tecnológico das últimas três décadas possibilitou a conexão 
entre máquinas e pessoas, por mecanismos digitais virtuais, criando um novo 
espaço de transição de negócios, informações, políticas, conhecimentos, 
produção etc. A esse espaço denominou-se ciberespaço, do qual emana uma 
nova cultura de abrangência mundial, a cibercultura.
As novas possibilidades comunicacionais em rede deflagraram, além das 
manifestações ciberculturais, novas posturas e posicionamentos da sociedade 
com relação às vantagens comerciais/econômicas da conectividade, 
originando a concepção de “sociedade da informação”, que se expandiu a 
outros setores, como o educacional e social, caracterizando a “sociedade do 
conhecimento”. 
Considerando as atuais possibilidades comerciais, sociais, políticas, 
econômicas, educacionais, Castells redefiniu essa visão conceituando a 
“sociedade em rede”.
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