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Tecnologias Educacionais e Mídias Culturais UN ID AD E 1 PEDAGOGIA Curso de Graduação Online | UNISUAM Apresentação da Disciplina Tecnologias Educacionais e Mídias Culturais Bem-vindo à disciplina de Tecnologias Educacionais e Mídias Culturais, que tem por finalidade lhe propiciar uma visão geral acerca das tecnologias contemporâneas atreladas às práticas pedagógicas como favorecedoras dos processos de ensino e de aprendizagem. A partir de tal contexto, aproveita-se para reconhecer a Educação a Distância como uma modalidade de ensino e de aprendizagem, além da importância da internet e demais tecnologias para o seu sucesso. Para que tais propostas sejam alcançadas, foram estabelecidos como objetivos gerais: E, para facilitar o seu aprendizado, esta disciplina está estruturada em 4 unidades, a saber: Unidade 1 – Sociedade e as Tecnologias Educacionais Unidade 2 – Educação, Novas Tecnologias e Letramento Digital Unidade 3 – Trabalho Docente nas Tecnologias Digitais Unidade 4 – Mídias Culturais na Aprendizagem • Refletir sobre o papel da tecnologia da informação e da comunicação na educação escolar, no desenvolver de uma visão integradora das mídias na prática docente; • Conhecer as novas terminologias das Tecnologias em Educação, tais como: como multimídia, hipertexto, hipermídia e tecnologias da informação e comunicação, como componente de suporte nas mudanças de atitudes e concepções para conviver na sociedade tecnológica; • Compreender que a educação é fundamentalmente um processo complexo de comunicação interativa e que as mudanças de atitudes geram concepções inovadoras para conviver em sociedade. Tecnologias Educacionais e Mídias Culturais Graduação | UNISUAM 2 Apresentação da Disciplina A cada unidade de estudo, especificaremos ainda mais esses objetivos, no intuito de um estudo consistente para que sua aprendizagem seja coroada pelo sucesso. Bom estudo! 3 Unidade 01 Sociedade e as Tecnologias Educacionais Sociedade e as Tecnologias Educacionais Esta unidade de estudo vai iniciar um debate acerca das tecnologias que cercam o mundo contemporâneo, conceituando tecnologias, tecnologias da informação e da comunicação, tecnologias da inteligência e as chamadas tecnologias educacionais, relacionando todas à origem de um fenômeno denominado cibercultura, que emana de um novo espaço, o ciberespaço. Essa discussão precisa nos levar a perceber que a partir de tudo isso surge um novo cidadão, chamado pós-moderno, e uma nova sociedade: da informação, do conhecimento e em rede. E, para facilitar o seu estudo, os assuntos a serem abordados nesta unidade estão divididos em cinco tópicos: T1. O que é Tecnologia Educacional? T2. Ciberespaço T3. Cibercultura T4. Sujeito e a Pós-Modernidade T5. Sociedade da Informação, do Conhecimento e em Rede venimo / Fotolia.com Tecnologias Educacionais e Mídias Culturais Graduação | UNISUAM 4 1Sociedade e as Tecnologias Educacionais Ao fi nal dos estudos, você será capaz de: • Reconhecer a evolução das tecnologias ao longo da história, englobando os conceitos de tecnologia e tecnologia educacional; • Identifi car o sujeito da pós-modernidade; • Compreender ciberespaço e cibercultura como fenômenos da contemporaneidade; • Conceituar sociedade da informação, do conhecimento e em rede enquanto consequências da contemporaneidade imbricadas diretamente na educação. Vamos iniciar? O que é Tecnologia Educacional? A palavra “tecnologia” é uma das mais utilizadas atualmente, você já percebeu? Até parece que a tecnologia está em todo lugar, não é mesmo? Mas é isso mesmo! Desde que o homem primitivo acumulou experiências, iniciou seu acúmulo de conhecimentos e pensava em formas de como poderia facilitar sua vida, otimizando algumas de suas tarefas, mesmo tarefas básicas necessárias à sua sobrevivência, como garantir sua alimentação, construir abrigo, conquistar segurança. Desde esse início as tecnologias fazem parte de nossa vida, como invenções do ser humano para melhorá-la. A vivência do ser humano no mundo levou ao acúmulo de experiências. São essas experiências que dão início ao processo de pensar de forma articulada, fazendo o ser humano começar a refl etir em melhorias em sua vida. Uma prova dessas refl exões comprova-se quando, observando a própria natureza, o homem desenvolveu uma forma de produzir fogo, sendo a produção do fogo uma tecnologia essencial para que o homem primitivo continuasse criando outras possibilidades, ou outras tecnologias. T1 fonte: Historia jaragua 5 Unidade 01 Sociedade e as Tecnologias Educacionais O ser humano inaugura sua produção tecnológica a partir das produções rústicas de armas de caça e pesca, instrumentos para agricultura, descoberta do cobre na natureza e sua utilização, a invenção da roda, a invenção da escrita.... Isso mesmo, a escrita também é uma tecnologia! Você já sabia? Ao longo da história da humanidade, conforme o homem evoluía e acumulava conhecimentos, ocorreram diversas “eras tecnológicas”. Imaginemos a sensação das pessoas quando se inventou a “maria fumaça”, o quanto isso não facilitou a locomoção das pessoas que conheciam como transporte coletivo para qualquer distância apenas as carroças e charretes. E a invenção da eletricidade, da lâmpada, do telefone.... Tudo isso é tecnologia! A professora Vani Kenski (2012, p. 18) define tecnologia como: conjunto de conhecimentos e princípios científicos que se aplicam ao planejamento, à construção e à utilização de um equipamento em um determinado tipo de atividade. Assim, o homem não dependia mais dos fenômenos naturais, como a queda de um raio, para obter fogo, pois ele mesmo o produzia. Hoje, produzimos fogo a partir de diversas possibilidades, inclusive utilizando outras tecnologias capazes de produzir esse fenômeno. Com o avanço do desenvolvimento tecnológico, chegamos a um patamar nunca antes imaginado e, assim, as tecnologias foram se diversificando por diversos setores da sociedade e com propostas diversificadas. Você já ouviu falar em Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC)? E como podemos identificar o que é TIC? De acordo com o Professor Renato Veloso (2011, p. 49): uma proposta de conceituação de TIC minimamente aceitável deve remeter ao conjunto de dispositivos , serviços e conhecimentos relacionados a uma determinada infraestrutura, composta por computadores, softwares, sistemas de rede etc, os quais teriam capacidade de produzir, processar e distribuir informações para organizações e sujeitos sociais. Ou seja, as TIC sãO TeCnOlOgIas pensadas e uTIlIzadas para prOmOver a COmunICaçãO enTre as pessOas e para prOduzIr, COmparTIlhar e dIssemInar InfOrmações. Tecnologias Educacionais e Mídias Culturais Graduação | UNISUAM 6 As TIC talvez sejam as tecnologias mais presentes na vida dos seres humanos da atualidade. As pessoas não conseguem mais se ver sem um celular, e mais, que esteja conectado à internet, para que possa ser utilizado não apenas como um sistema de chamadas, mas de forma interativa. A internet tem sido a maior rede comunicacional dos últimos tempos; por meio dessa rede não existem mais limites geográfi cos. Podemos falar com qualquer pessoa em qualquer parte do mundo a qualquer momento, e temos acesso a tudo com uma rapidez imensurável. E Tecnologias da Inteligência, Você Já Ouviu Falar? Algumas pessoas têm muito medo de falar em tecnologias da inteligência, considerando que essa é uma proposta perigosa que pode fazer com que as máquinas dominem e suprimam o ser humano. Vamos pensar juntos! O fi lósofo Pierre Lévy (2010, p. 15) nos alerta que: O cúmulo da cegueira é atingido quando as antigas técnicas são declaradas culturais e impregnadas de valores, enquantoas novas são denunciadas como bárbaras e contrárias à vida. Alguém que condena a informática não pensaria nunca em criticar a impressão e menos ainda à escrita. quando Lévy nos fala de cegueira, ele está querendo nos alertar de que é muito comum condenar as novidades por uma questão de medo do desconhecido, por não se ter ainda o controle sobre aquilo que é tão novo. fonte: freepik Vamos ler um pouco mais sobre as TIC? Clique aqui para aprofundar o s e u c o n h e c i m e n to l e n d o o artigo “Tecnologia da Informação e Comunicação”. Boa Leitura! h t t p : // w w w . i n f o e s c o l a . c o m / i n f o r m a t i c a / t e c n o l o g i a - d a - informacao-e-comunicacao/ aprofundando> 7 Unidade 01 Sociedade e as Tecnologias Educacionais Vamos ilustrar esse diálogo com um vídeo muito interessante para uma analogia. A partir do vídeo, percebemos que toda novidade causa estranheza, medo, dúvidas. Por isso há tanta insegurança com relação às tecnologias, pois representam muitas novidades para as gerações mais velhas, enquanto as mais novas, que nasceram após meados da década de 1990, estão se sentido plenamente à vontade em relação a tudo que está acontecendo, estão encarando com muita naturalidade. Quando se trata de “tecnologias da inteligência”, essas novas gerações não conseguem nem imaginar o mundo sem elas. Mas do que estamos falando, afi nal? A memória humana necessita de auxílios externos para desenvolver e resolver problemas de maior complexidade e, quando essas complexidades são resolvidas, podem fi car registradas e servir de processo preliminar a tantas outras questões a serem propostas, racionalizadas e resolvidas. Como nos coloca Lévy (2010, p. 156): uma boa parte daquilo a que chamamos de “racionalidade”, no sentido mais estrito do termo, equivale ao uso de um certo número de tecnologias intelectuais, auxílios à memória, sistemas de codifi cação gráfi ca e processos de cálculo que recorrem a dispositivos exteriores ao sistema cognitivo humano. Percebemos na afi rmação de Lévy que nossa cognição não só nos permite produzir tecnologias, mas também necessita delas para evoluir, logo, pensar em tecnologias da inteligência não signifi ca pensar em equipamentos e técnicas que substituam a inteligência humana, mas sim em equipamentos e técnicas que auxiliam a evolução da inteligência humana, em que os sujeitos possuem a inteligência para resolver os problemas, mas utilizam a tecnologia como auxílio à resolução. Um bom exemplo disso é o uso da calculadora; o ser humano inventou esse artefato e é quem sabe como resolver determinados problemas, mas utiliza a calculadora para auxiliar nos cálculos que ele já sabe quais devem ser. Já Que Estamos Falando em Tecnologia, Vamos Aproveitar e Falar sobre as “Tecnologias Educacionais”? já conversamos sobre as tecnologias e seu uso corrente nos dias atuais. Como a educação é um processo inerente à formação dos sujeitos, ou melhor, à formação dos cidadãos, não poderíamos deixar de considerá-la em nossa conversa sobre tecnologias. https://goo.gl/ar2WqY Tecnologias Educacionais e Mídias Culturais Graduação | UNISUAM 8 O que são tecnologias educacionais? De acordo com Menezes (2001, [s.p.]), são: ferramentas tecnológicas que podem ser empregadas no dia-a-dia do professor, no intuito de incrementar o processo de ensino. O uso da palavra tecnologia, apesar do termo referir-se a tudo aquilo que o ser humano inventou (tanto em termos de artefatos como de métodos e técnicas), está ligado, nesse caso, ao conjunto de invenções eletroeletrônicas que a partir do século passado começaram a afetar a vida humana de forma quase revolucionária: telégrafo, telefone, fotografi a, cinema, rádio, televisão, vídeo e computador. Observemos que Menezes fala de “ferramentas tecnológicas que podem ser empregadas”... isso signifi ca que se trata de qualquer equipamento ou técnica que seja útil no processo de ensino, e ainda vamos além, não basta a utilidade no ensino. É necessário que seja vantajoso, principalmente, no processo de aprendizagem. Verdadeiramente, temos pouquíssimas tecnologias que sejam originalmente educacionais. No passado até era mais fácil nomear tecnologias que foram criadas pensando na escola, pensando no ensino do professor ou professora e no aprendizado dos estudantes. Como já falamos, tudo que o ser humano cria, desenvolve ou aprimora para facilitar ou melhorar sua vida é considerado tecnologia, então, vamos recordar algumas tecnologias educacionais em sua essência: QUADRO NEGRO FLANELÓGRAFO QUADRO DE PREGAS fo nt e: b lo g sp ot .c om fo nt e: fr ee w or d s Placa metálica para aderir com imã, hoje muito utilizado em casa e escritórios para fi xar lembretes e fotos. fo nt e: b lo g sp ot .c om 9 Unidade 01 Sociedade e as Tecnologias Educacionais Esses itens eram chamados de recursos de aula ou recursos didáticos, mas eram invenções que objetivavam auxiliar professores em sua delicada tarefa de ensinar e levar a aprender. Apesar de toda invenção humana ser uma tecnologia, Menezes nos coloca que chamamos de “tecnologias educacionais” os aparatos eletrônicos e suas técnicas que propiciaram uma verdadeira revolução tecnológica a partir do século XX. Não podemos pensar o mundo e a educação a partir das tecnologias, mas SIM com as tecnologias e as transformações que elas defl agraram. Assim, os estudantes que estão nos bancos escolares hoje representam uma nova geração, com necessidades de sua época, uma época tecnológica na qual as tecnologias são parte de todo o cotidiano. Podemos exemplifi car como tecnologias educacionais aquelas consideradas TIC, as tecnologias da inteligência e qualquer outro aparato da microeletrônica que possa ser aproveitado na educação, como os simuladores, por exemplo. Vamos assistir ao vídeo no link a seguir para melhor compreender como as tecnologias exercem seu papel a partir de uma revisão da perspectiva da escola. https://www.youtube.com/watch?v=2s861rPUAEY Agora, vamos a mais um tema de estudo? Vamos em frente! Ciberespaço Entende-se ciberespaço como o espaço no qual transita a tecnologia digital, onde ocorrem todas as ligações que a rede permite e acaba por infl uenciar no plano da cultura, da política, da economia, da educação e do modo de vida, não apenas um espaço onde ocorram as conexões dos objetos digitais. Lévy (2005, p. 92) defi ne ciberespaço: como o espaço de comunicação aberto pela interconexão mundial dos computadores e das memórias dos computadores [...] essa defi nição inclui o conjunto dos sistemas de comunicação eletrônicos, na medida em que transmitem informações provenientes de fontes digitais ou destinadas à digitalização. T2 CIBERESPAçO é O ESPAçO VIRTUAL qUE INCLUI O CONjUNTO DOS SISTEMAS DE COMUNICAçÃO ELETRôNICOS fonte: Earth Consultancy Tecnologias Educacionais e Mídias Culturais Graduação | UNISUAM 10 Esse mesmo ciberespaço tem se expandido na proporção mais rápida já presenciada em toda a história, permitindo uma comunicação bidirecional e ao mesmo tempo polarizada, a partir dos princípios “um para todos” e “todos para todos” (LéVY,2000). Rosnay (2000, p. 222) entende que no ciberespaço: estamos longe das infraestruturas pesadas da sociedade industrial a que se refere essa metáfora rodoviária com seus pedágios e o controle da circulação. Esboça-se antes uma superposição de vasos capilares, de veias e de artérias fortemente ramifi cados, irrigando todos os ramos da sociedade. O Ciberespaço na Sociedade O ciberespaço se constitui de ramifi cações (como vasos capilares) que irrigam toda a sociedade, em suas distintas nações, culturas, atividades sociais, econômicas e políticas, entreoutras, trazendo para junto de nossa realidade, da realidade de cada sujeito, uma imensidão de novidades que se multiplicam e se transformam contínua e aceleradamente. A partir destas considerações, o termo “ciberespaço” pode ser defi nido como o locus virtual criado, especialmente, pela conjunção das diferentes tecnologias de telecomunicação e telemática, são as redes suportadas por computador. O CIberespaçO nãO é um espaçO físICO, palpável, mas é um espaçO real. fonte: Blog 11 Unidade 01 Sociedade e as Tecnologias Educacionais Contudo, a internet, não é a única instância de Comunicação Mediada por Computador (CMC), e por extensão, de suporte ao ciberespaço. O ciberespaço, assim defi nido, confi gura-se como um locus de extrema complexidade e difícil compreensão. A sua heterogeneidade é notória quando se percebe o grande número de ambientes de sociabilidade existentes, no interior dos quais se estabelecem as mais “diversas e variadas formas de interação, tanto entre homens, quanto entre homens e máquinas e, inclusive, entre máquinas” (SILVA, 2007, p.3). Ciberespaço como um espaço de Armazenamento na Sociedade Atualmente, o ciberespaço não pode ser designado como um espaço de armazenamento, posto que se tornou um fl uxo vivo e inteligente. Vivo porque nos remete à vida de uma cidade, onde as pessoas se encontram socialmente, para trabalhar, para estudar e para fazer política. Nessa cidade, as pessoas produzem bens e serviços e consomem essas produções, as pessoas produzem notícias e consomem notícias, assim como todo o conteúdo disponível ou o conteúdo da vida. E, claro, assim como as pessoas guardam seus documentos e fi nanças em espaços físicos, elas o fazem nos espaços virtuais. Observe, se você ativar o modo de sincronização no seu celular conectado à internet, suas fotos, documentos e mensagens fi carão instantaneamente salvas nas “nuvens” ou ciberespaço, a partir de uma conta que você criou. E você poderá acessar ou compartilhar de qualquer equipamento conectado à internet. Exemplo de Ciberespaço como um Armazenamento O ciberespaço tornou-se também um espaço inteligente, posto que as pessoas transitam por ele e deixam seus rastros. Como assim, rastros? Isso mesmo, rastros. Vamos exemplifi car com uma situação de navegação realizada na internet. AS INfORMAçÕES PODEM SER ARMAZENADAS NO CIBERESPAçO, TAMBéM CONHECIDO COMO “NAS NUVENS” fonte: Android.com.pl Tecnologias Educacionais e Mídias Culturais Graduação | UNISUAM 12 júlia fez uma busca na internet de hotéis e pousadas que aceitam pet na região praiana de Florianópolis. A partir dessa busca, júlia começou a receber anúncios de hotéis nessa região em seu e-mail, suas redes sociais e ao utilizar ferramentas de pesquisa, como Google®. Isso aconteceu porque a navegação de pesquisa de júlia deixou um rastro na rede de internet e atraiu esse tipo de anúncio para seu perfi l. Você já reparou que isso acontece com você? Aliás, com todos nós! é isso mesmo, se você vai a um site de vídeos, tipo YouTube®, e procura ou assiste a um vídeo de determinado estilo ou tema, pronto, quando você retorna, lá está uma sugestão de vídeos do seu interesse. Essa capacidade de nos atender quase de forma personalizada, em praticamente tudo que procuramos ou tudo que produzimos, dá ao ciberespaço uma capacidade viva de existir, mesmo não sendo um espaço físico, já deixou de ser um espaço reativo e cada vez mais está se tornando um espaço inteligente. De acordo com Vesce (INfOESCOLA, p.1 ), o termo ciberespaço: foi idealizado por William Gibson, em 1984, no livro Neuromancer, referindo-se a um espaço virtual composto por cada computador e usuário conectados em uma rede mundial [...] com o ciberespaço constituiu-se um novo espaço de sociabilidade que é não-presencial e que possui impactos importantes na produção de valor, nos conceitos éticos e morais e nas relações humanas. Há tantos encontros no ciberespaço que Pierre Lévy desenvolveu um longo estudo sobre “inteligência coletiva e ciberespaço”. fonte: Blog lévY COnsIdera COmO InTelIgÊnCIa COleTIva uma sOma das InTelIgÊnCIas IndIvIduaIs, que é COmparTIlhada pOTenCIalIzandO Cada vez maIs essa InTelIgÊnCIa. 13 Unidade 01 Sociedade e as Tecnologias Educacionais Relacionando esse fenômeno com sua mobilidade no ciberespaço, o processo se torna ainda mais complexo, aumentando cada vez mais a inteligência humana, uma vez que o ciberespaço propicia o encontro de muitas inteligências sendo compartilhadas e se expandindo. Cibercultura Conceituar ou defi nir cibercultura tem sido uma incessante busca de muitos pensadores. Algumas dessas contribuições são apresentadas neste estudo com a modesta intenção de analisar os fundamentos da cibercultura e sua relação com a educação a distância (EaD), porém, com base nas leituras e refl exões realizadas, consideramos cada vez mais complexa essa tarefa. aprofundando> Vamos ler um pouco mais sobre inteligência coletiva e ciberespaço? Clique aqui e leia o texto “Pierre Lévy, o Defensor da Inteligência Coletiva”. http://www.crmariocovas.sp.gov.br/esp_a. php?t=001 Aproveite, também, para assistir ao vídeo de uma palestra de Pierre Lévy no Sesc-SP: Diálogos sobre Inteligência Coletiva, clicando no link. h t t p s : / / w w w . y o u t u b e . c o m / watch?v=Mmq2732SxhA T3 CIBERCULTURA é UM fENôMENO PRODUZIDO NOS MEIOS SOCIOCULTURAIS BASEADO NO EfEITO DO CIBERESPAçO fonte: Infoqplan Tecnologias Educacionais e Mídias Culturais Graduação | UNISUAM 14 Diante disso, consideramos que para entender o que é cibercultura necessitamos compreender o que é ciberespaço, posto que a cibercultura é um fenômeno produzido nos meios socioculturais que se baseia no efeito do ciberespaço no mundo da cultura. É preciso considerar a cibercultura como um fenômeno que engloba o computador, mas vai muito além deste. Trata-se de um fenômeno ligado à revolução tecnológica baseada na microeletrônica, nas tecnologias da informação e da comunicação, que também estão para além do computador, e na biotecnologia, como uma fonte de referência que também vem contribuindo para essa mudança de cenário, de corporações e das culturas, infl uindo umas nas outras. Corroborando, Edméa Santos (2011, [s/p]) menciona que: [...] contemporaneamente, devemos evitar definir as coisas. Cibercultura, em poucas palavras, é a cultura contemporânea, mediada pelas tecnologias digitais em rede. Na verdade, muitos dizem que as tecnologias são protagonistas, mas há um processo híbrido entre todo o desenvolvimento científi co, o próprio uso das tecnologias e seu desenvolvimento, e os usos que os praticantes, os sujeitos culturais, fazem dessas tecnologias. Em poucas palavras, é a cultura contemporânea mediada por tecnologias digitais em rede. Como vimos, a autora entende cibercultura como a cultura mediada pelas tecnologias digitais conectadas pela internet. A seguir, apresenta-se a cibercultura mediada por tecnologias digitais. Vamos lá! Cibercultura Mediada por Tecnologias Digitais A cibercultura é mediada por tecnologias digitais e emana do espaço criado a partir dessas tecnologias, o ciberespaço. Mesmo o sujeito excluído digitalmente sofre infl uências do ciberespaço e, a partir dessas infl uências, também se insere na cibercultura que se instala a partir deste espaço em rede e traz transformações que alteram nosso modo de vida. Porém, cada sujeito também contribui na formação desse modo, como em um fl uxo de causa e efeito, ou como ator e espectador da construção cultural. 15 Unidade 01 Sociedade e as Tecnologias Educacionais Precisamos ressaltar que os sujeitos não são meros consumidores de cultura, mas também são produtores, conforme suas condutas, modode vida e visão de mundo. Sendo assim, acreditamos que não cabe à cibercultura uma concepção exclusivamente do mundo digital. Podemos vislumbrar a cibercultura na busca obsessiva dos sujeitos contemporâneos, enquanto produtores de cultura, pelo crescimento, pelo novo, pelo prazer total, pelo imediato. A Cibercultura na Percepção de Mundo Transnacionalizado Muitas vezes, nessa busca, o homem se perde de sua essência humana, se esquiva da ética, esquece que faz parte do meio ambiente, que é um elemento da natureza, onde tudo se conecta, se adapta e se encadeia. Segundo Lévy (2005, p. 249): a cibercultura mantém a universalidade ao mesmo tempo em que dissolve a totalidade. Corresponde ao momento em que nossa espécie, pela globalização econômica, pelo adensamento das redes de comunicação e de transporte, tende a formar uma única comunidade mundial, ainda que essa comunidade seja - e quanto! - Desigual e conflitante. Única em seu gênero no reino animal, a humanidade reúne toda sua espécie em uma única sociedade. Mas, ao mesmo tempo, e paradoxalmente, a unidade do sentido se quebra, talvez porque ela comece a se realizar na prática, pelo contato e interação efetivos. Conectadas ao universo, as comunidades virtuais constroem e dissolvem constantemente suas micrototalidades dinâmicas, emergente, imersas, derivando entre as correntes turbilhonantes do novo dilúvio. O USO DO CAIxA ELETRôNICO é UM ExEMPLO DE INfLUêNCIA DO CIBERESPAçO qUE ESTá INSERIDA NA CIBERCULTURA, OU SEjA, NA CULTURA CONTEMPORâNEA fonte: ICT Network News fonte: People Rise Tecnologias Educacionais e Mídias Culturais Graduação | UNISUAM 16 Nesse sentido, cabe conceber a cibercultura na percepção de mundo que temos hoje, um mundo transnacionalizado, onde o Estado perde poder e força enquanto o mercado ganha, ou seja, é o próprio modo de vida das sociedades que designa suas necessidades e perfi s. Dreifuss (1996, p. 134) aponta um “processo facilitado pela crescente padronização e homogeneização dos bens de uso, das modalidades de consumo e de infraestrutura de mercado”. Ele ainda enfoca que as: multinacionais norte-americanas foram as porta- bandeiras de uma perspectiva diferente. Na realidade, dinamizaram três grandes processos de transformação transnacionalizantes: de mundialização de estilos, usos e costumes; de globalização tecnológica, produtiva e comercial; e de planetarização da gestão. (DREIfUSS, 1996, p. 135, grifo do autor) Com certeza, as tecnologias digitais da informação e da comunicação possibilitam a ocorrência desses fenômenos, assim como eles servem à disseminação e inovação dessas tecnologias. Apesar da sustentação das culturas individuais, a padronização dos bens de consumo, das formas comunicacionais e dos meios de produção está cada vez mais universalizada. Conforme Lemos (2004, [s/p]): a cibercultura nada mais é do que a cultura contemporânea em sua interface com as novas tecnologias de comunicação e informação, ela está ligada as diversas influências que essas tecnologias exercem sobre as formas de sociabilidade contemporâneas, infl uenciando o trabalho a educação, o lazer, o comércio, etc. Todas as áreas da cultura contemporâneas estão sendo reconfi guradas com a emergência da cibercultura. A cibercultura insere-se enquanto uma cultura que se relaciona às possibilidades proporcionadas pela microeletrônica, seus fenômenos e eventos. Cultura esta que teve seu embrião no ciberespaço, mas se engendrou por outros espaços alcançando nações globalizadas e globalizantes, onde o que se come, o que se veste, o que se ensina e o que se aprende, assim como os costumes e as necessidades, perdem-se um pouco do que se idealizava como autonomia e identidade, caminhando para uma hegemonia idealizada pelos países dominantes, e só a própria humanidade poderá defi nir o fenômeno da cibercultura como alienador ou não. Cabe à humanidade entender as possibilidades tecnológicas, usufruir delas e considerar que “a informação representa o principal ingrediente de nossa organização social, e os fl uxos de mensagens e imagens entre as redes constituem o encadeamento básico de nossa estrutura social” (CASTELLS, 1999, p. 505). 17 Unidade 01 Sociedade e as Tecnologias Educacionais A Cibercultura Favorecida das Ideologias Multiculturais Somos nós mesmos quem iremos traçar o caminho para a hegemonia ou para a diversidade. O acesso à informação e mesmo a produção dela não pode se confundir com um poder hegemônico, pelo contrário, deve ser um favorecedor das ideologias multiculturais, que apesar de transitarem por uma mesma teia cibercultural, levam em si as próprias peculiaridades. Cada grupo social-cultural possui um registro instituído de sua cultura que se impregna nas pessoas, em suas relações com os outros e com os meios comunicacionais, ou seja, nas redes. São esses registros que nos mostram que: quaisquer meios de comunicações ou mídias são inseparáveis das suas formas de socialização e cultura que são capazes de criar, de modo que o advento de cada novo meio de comunicação traz consigo um ciclo cultural que lhe é próprio (SANTAELLA, 2002, p. 45-46). Considerando cada grupo social e os meios com os quais se comunicam e produzem informações e saberes, podemos entender que a apropriação da informação e a sua signifi cação terá direta relação com o meio que a propagou. Imaginemos, nos dias de hoje, um jovem na tecnológica cidade de Tóquio recebendo uma mensagem por meio de um telégrafo. Decifrar a mensagem lhe será tão sacrifi cante e obscuro que a mensagem assumirá um signifi cado específi co para esse jovem. Da mesma forma poderá ocorrer com um jovem de uma tribo isolada do sudoeste da Etiópia que recebe uma mensagem por meio de um computador conectado à grande rede. Os caminhos e a forma pela qual a mensagem lhe chegou poderão lhe causar espantos e sentimentos tão particulares que irão ocasionar uma significação diferenciada do conteúdo enviado. Cada grupo social-cultural, alicerçado em suas próprias especifi cidades, está recebendo muitas infl uências culturais e também está infl uenciando bastante os grupos diversos. Tecnologias Educacionais e Mídias Culturais Graduação | UNISUAM 18 Mas será que se trata puramente de um processo consciente de imposição de culturas, de hegemonia? Se os meios progridem e se caracterizam pela própria necessidade da humanidade, logo, há também uma necessidade cultural nesse processo. Esses mesmos meios e suas inúmeras possibilidades refl etem a necessidade evolutiva da humanidade. Muito provavelmente em conhecer, compartilhar e disseminar culturas. Cada qual se apropriando e ressignifi cando essas culturas de acordo com a sua própria cultura, vivências e especifi cidades. Conforme Lévy (2005, p. 189), “quanto mais nos comunicamos, mais nos deslocamos”, isso porque o ciberespaço nos mostra as possibilidades, exclui os intermediários, facilitando as relações diretas com o conteúdo e com as pessoas que produziram os conteúdos iniciais, mas não nos tira a necessidade e o desejo de conhecer e explorar o espaço real, o veraz contexto disseminado nas narrativas cibernéticas. Explorar o ciberespaço é tão convidativo e real quanto explorar o espaço físico, concreto e palpável. O espaço físico ainda nos parece mais real por trazer em si a história, a essência e o imprevisto do fato em locus. Essa lógica de constituição da experiência pela presença física tem sido uma premissa válida desde o início da humanidade e que se sustentou até o século xx de forma incontestável, mas que vem sendo repensada diante das transformações provocadas pela informatização da sociedade, principalmente com o atual respaldo das mídias móveis. Pela primeira vez, devido às características atuaisdo ciberespaço, é possível produzir o sentido coletivamente, cooperativamente, no jogo das subjetividades [...] para além das fronteiras das culturas, das religiões, dos territórios, dos pequenos poderes (LEMOS e LéVY, 2010, p.30-31). Novos sentidos estão sendo instituídos, e só podemos dizer que nada está defi nido, o ciberespaço e a cultura que dele emana - a cibercultura, abrem um leque de possibilidades que somente a própria humanidade poderá responder conforme suas próprias escolhas. O quão real se tornará o virtual e o quão virtual se tornará o real. fonte: DPW Web Site Novos sentidos estão sendo instituídos, e só podemos dizer que nada está Se você quiser saber mais sobre o tema de Lévy, o livro deste autor, “Cibercultura” está disponível gratuitamente on-line, clique no link abaixo para conferir. http://lelivros.online/book/download-cibercultura- pierre-levy-em-epub-mobi-e-pdf/ aprofundando> 19 Unidade 01 Sociedade e as Tecnologias Educacionais O Sujeito e a Pós-Modernidade A partir do cenário apresentado como cibercultura, pareceu-nos essencial a busca por conhecer o sujeito que permeia essa cultura, sujeito este que tem sido considerado como o sujeito da pós-modernidade. De acordo com Stuart Hall (2011), a valorização do indivíduo científi co e racional, que foi colocado como protagonista no centro do universo e livre do domínio dos dogmas da igreja, ocorreu a partir do início da modernidade. Desde então, a identidade do sujeito vem apresentando significativas mutações, as quais acarretam momentos de crise, como a atual, que o autor sugere ter iniciado no fi m do século XX. Para entender um pouco mais sobre o que nos referimos ao tratar do termo Modernidade, vamos assistir ao fi lme “Tempos Modernos”, de Charlie Chaplin (1936), que se encontra disponível no Youtube, cujo nome é “Tempos modernos (charlie chaplin) [legendado] [1936]” https://www.youtube.com/watch?v=zwa5Y_yWRRk O Sujeito Stuart Hall (2011) analisa o sujeito contemporâneo e considera que este perdeu o “sentido de si”, estando em “descentração”. Hall (2011) considera esse fenômeno como uma crise de identidade, inclusive cita Kobena Mercer (1990) para justifi car a necessidade de se compreender a identidade do sujeito nesses novos tempos. A identidade somente se torna uma questão quando está em crise, quando algo que se supõe como fi xo, coerente e estável é deslocado pela experiência da dúvida e da incerteza (HALL, 2011, p. 9 apud MERCER, 1990, p. 43). Desta forma, compreender os novos sujeitos tem sido um desafi o da atualidade exatamente porque o “eu” dos sujeitos está em crise, ou seja, está em profunda reestruturação. Hall não julga esse processo como bom ou ruim, pois desde a entrada na modernidade já ocorreram outras crises, vislumbrou-se o sujeito do iluminismo, o sujeito sociológico e atualmente o sujeito pós-moderno, ou seja, a humanidade está em constante transformação e isso sempre ocorre na mesma proporção que a subjetividade, ou seja, a identidade dos sujeitos. T4 Tecnologias Educacionais e Mídias Culturais Graduação | UNISUAM 20 A identidade dos Sujeitos O sujeito do iluminismo estava preocupado em fi rmar sua identidade como centro do universo e elemento essencial para desvendar seus mistérios por meio das ciências, tornou-se aquilo que denominamos de sujeito individualista. Com o fortalecimento da idade moderna, surge o sujeito sociológico, também por uma crise de identidade, e este percebeu que ele não poderia existir apenas em si, que ele era refl exo da interação com o outro. Assim, ele se constituía e participava da constituição do outro também, valorizando as relações culturais e sociais, surgindo então a “concepção interativa da identidade e do eu” (HALL, 2011, p.11). A humanidade acostumou-se a pensar os sujeitos como seres constituídos pela interação, formados em si e no outro, tal qual a dialética de Hegel (1992) e sua metáfora “o senhor e o escravo”, que explica a necessidade do “outro” na constituição do “eu”. Desta forma, a identidade serve para tornar o sujeito e a estrutura que o cerca imbricados, dependentes, e assim, a concepção de identidade revela também a noção de pertencimento. O sujeito sociológico revela um estreitamento entre o “eu” e a “sociedade”, o “eu” se constitui e se revela de acordo com o grupo que o cerca, ele não é mais individual, ele é uma negociação de papéis no sistema social. foucault (2005), a partir de seu estudo da relação do sujeito e a sua identidade com a sociedade, considera que as relações sociais são estruturadas por relações de poder. fonte: Obvious essa COnCepçãO de sujeITO e IdenTIdade pOderIa ser COnsIderada perfeITa, mas COm O passar dOs TempOs e das relações Os próprIOs sujeITOs COmeçam a se quesTIOnar. 21 Unidade 01 Sociedade e as Tecnologias Educacionais Não, necessariamente, um poder tangível ou identificável, mas um “poder disciplinar” que está pulverizado por toda parte e intencionalmente nas instituições legitimadas pela sociedade, tais como escola, igreja, presídio, e até mesmo nas mídias de massa que se organizaram para continuar exercendo esse poder. O poder disciplinar funciona como um regulador, uma vigilância, tanto dos sujeitos, quanto dos grupos de sujeitos e das sociedades, agindo no cerne de suas engrenagens mais complexas e de forma quase que imperceptível. Os Questionamentos da Identidade do Sujeito com a Chegada do Século XXI As normas sociais e as tradições culturais começam a ser questionadas cada vez mais com o fi ndar do século xx e a chegada do século xxI. As estruturas fechadas de concepção de sujeito, na conjuntura do sociológico, entram em crise. Surgem novos questionamentos, novas necessidades e novas possibilidades para a humanidade. Pensando a identidade dialeticamente pura ou dialeticamente infl uenciada pelo poder, ela também está sempre relacionada aos processos de representação e pertencimento. Esses processos são fundamentais na construção da subjetividade. fonte: Acesse Bahia Tecnologias Educacionais e Mídias Culturais Graduação | UNISUAM 22 A noção de pertencimento relaciona-se com forma como representamos nossa pátria/etnia, nos vincula a um lugar (a nação) por meio das “narrativas da nação”, (HALL, 2011). A forma como vivemos nossa etnia, nas diferentes épocas da civilização, nos relaciona com um lugar (espaço) e as representações que fazemos dele, e também com o tempo atuando nesse espaço. Nessa perspectiva, ao mesmo tempo em que o sujeito deseja conhecer o Oriente, com sua cultura e seus valores, ele também sente a necessidade de voltar àquele espaço físico e histórico, onde foi constituído e desenvolveu a noção de pertencimento, com suas representações e práticas sociais. Porém, mais do que nunca, ele sabe que pode transitar entre esses espaços e essas culturas e pode relembrar a cultura oriental a qualquer momento no restaurante da esquina, ou numa próxima viagem ou até mesmo por um novo espaço muito bem estruturado no ciberespaço: o espaço virtual. Todas essas possibilidades do espaço físico e virtual viabilizaram um fenômeno mundial denominado “globalização”. O Sujeito Pós-Modernidade Em nosso entendimento, a globalização é um fenômeno sem volta que se concretiza cada vez mais pelas possibilidades dos avanços tecnológicos, logo, se engendra ao ciberespaço e à cibercultura e colabora veemente com uma nova crise de identidade. Segundo Hall (2011, p. 67), trata-se de “um complexo de processos e forças de mudança, que, por conveniência, pode ser sintetizado sob o termo ‘globalização’”. Inclusive, o autor utiliza McGrew (1992) para explicar que: [...] a globalização se refere àqueles processos, atuantes numa escala global, que atravessam fronteiras nacionais, integrandoe conectando comunidades e organizações em novas combinações de espaço-tempo, tornando o mundo, em realidade e em experiência, mais interconectado [...] um movimento de distanciamento da ideia sociológica clássica da sociedade como um sistema bem delimitado e substituindo pela perspectiva de sociedade ao longo do tempo e do espaço (HALL 2011, p. 67-68 apud MCGREW, 1992). CrIse esTa que dá OrIgem aO sujeITO pós- mOdernO e COlOCa em xeque a IdenTIdade dO sujeITO. 23 Unidade 01 Sociedade e as Tecnologias Educacionais Segundo Hall (2011, p. 77), a globalização não pretende homogeneização, “na verdade, explora a diferenciação local, [...] seria mais acurado pensar numa nova articulação entre o ‘global’ e o ‘local’”. Assim, a cultura nacional não está em risco, o que está em risco são os mitos e as narrativas criadas para unifi car a cultura nacional. A globalização e seus fenômenos propiciaram questionamentos acerca desses mitos criados na representação de nação, e os sujeitos vêm percebendo que não pertencem a uma cultura única, mas sim a um complexo de culturas dentro de uma cultura mistifi cada como única cultura nacional. Assim, nem todo espanhol conhece ou gosta de tourada e nem todo brasileiro gosta de samba ou sabe sambar. Esse fato não pode ser confundido com a interferência de outros gêneros na cultura nacional, mas sim com a oportunidade de questionar uma imposição e de afl oramento de outras manifestações culturais anteriormente escondidas ou negadas. O sujeito busca se redescobrir e redescobrir sua identidade, não a partir dos estereótipos anteriormente impostos, mas reconhecendo outras possibilidades e identifi cações dentro daquela cultura que não é tão fechada nem tão autêntica quanto se imaginava, percebendo que há diferentes nichos dentro da própria cultura. Parece que cada um se sente parte daquele lugar, como criador e criatura, e o tempo e o espaço são as coordenadas essenciais de sua identidade. é daí que surge a crise, quando o sujeito não reconhece mais o lugar ao qual pertence ou não se reconhece naquele lugar. A Busca do Sujeito Pós-Moderno Quando uma pessoa informa sua nacionalidade, ela o faz como se aquele ato, pura e simplesmente, transmitisse toda a carga de informações sociais, históricas e culturais que o caracterizam como um cidadão daquela nação. O sujeito da pós-modernidade percebe que não pertence a uma cultura única, mas sim a um complexo de culturas fonte: Ux1 O SUjEITO SE DEPARA COM OUTRAS POSSIBILIDADES E OUTRAS REALIDADES NA BUSCA DO SUjEITO PÓS-MODERNO fonte: Life Terapias Tecnologias Educacionais e Mídias Culturais Graduação | UNISUAM 24 De repente esse sujeito se depara com outras possibilidades e outras realidades na busca incessante de se conhecer e se reconhecer por meio de alguma representação que lhe dê a segurança de pertencer. O que está em crise, então? A crise representa a luta entre fortalecer a identidade nacional ou questioná-la tornando-a mais pluralizada, política e diversa. A crise fortalece porque representa uma fase transitória, de questionamentos e descobertas, e na crise ainda nos deparamos com algumas identidades transitando entre a “tradição” e a “tradução”. As identidades que buscam se fi xar na tradição lutam de forma contundente para resgatar suas raízes ou, de outra forma, se veem sucumbindo à homogeneização. Já as identidades que se predispõem à tradução estão conscientes de que “as identidades estão sujeitas ao plano da história, da política, da representação e da diferença e, assim, é improvável que elas sejam outra vez unitárias ou puras” (HALL, 2011, p.87-88). Em qual contexto esse sujeito pós-moderno, a globalização e a cibercultura se situam na constituição de uma nova sociedade e das demandas desta sociedade, como a educação, por exemplo? Veremos esses aspectos no tópico seguinte. valOrIzar as dIferenças Tem sIdO Cada vez maIs a busCa dO sujeITO pós- mOdernO, é O que sugere hall (2011, p. 83) COmO nOvas prOduções glObaIs e nOvas IdenTIfICações lOCaIs, sImulTaneamenTe, Ou a “pluralIzaçãO de CulTuras naCIOnaIs e de IdenTIdades de CulTuras naCIOnaIs”. 25 Unidade 01 Sociedade e as Tecnologias Educacionais Sociedade da Informação, do Conhecimento e em Rede A partir de nossos debates sobre ciberespaço, cibercultura e do sujeito pós- moderno, não podemos deixar de incluir em nossos estudos as questões sobre sociedade da informação e sociedade do conhecimento. Sociedade da Informação O termo “sociedade da informação” baseia-se na publicação de Daniel Bell, de 1973, livro em seu livro “O advento da sociedade pós-industrial”, e traz em si a ideia de desvincular a sociedade do paradigma de produção em massa, instaurado até então, e que não mais atende aos novos rumos tomados pela humanidade no cenário da cibercultura. Para Castells (1999), estudioso da complexidade das sociedades contemporâneas, pensar a sociedade nos dias atuais, é pensar em uma sociedade descentralizada, que se articula e se manifesta através e por meio das redes da internet. Para isso, não necessita de uma liderança para se articular, mas busca nas teias virtuais, não só as relações sociais, mas também informações e parceiros ideológicos. Castells denomina a sociedade contemporânea de “sociedade em rede”. T5 fonte: Blog Prof. jM Tecnologias Educacionais e Mídias Culturais Graduação | UNISUAM 26 Burch (2005, p. 2) explica que: Esta expressão [sociedade da informação] reaparece com força nos anos 90, no contexto do desenvolvimento da Internet e das TIC. A partir de 1995, foi incluída na agenda das reuniões do G7 (depois, G8, onde se reúnem os chefes de Estado ou governos das nações mais poderosas do planeta). foi abordada em fóruns da Comunidade Europeia e da OCDE (os trinta países mais desenvolvidos do mundo) e foi adotada pelo governo dos Estados Unidos, assim como por várias agências das Nações Unidas e pelo Banco Mundial. Tudo isso com uma grande repercussão midiática. A partir de 1998, foi escolhida, primeiro na União Internacional de Telecomunicações e, depois, na ONU para nome da Cúpula Mundial programada para 2003 e 2005. Neste contexto, o conceito de “sociedade da informação” como construção política e ideológica se desenvolveu das mãos da globalização neoliberal, cuja principal meta foi acelerar a instauração de um mercado mundial aberto e “autorregulado”. Percebemos no discurso de Burch que a primeira ideia sobre sociedade da informação foi atrelada aos movimentos da globalização, das novas possibilidades de relação entre os países ampliando as possibilidades comerciais entre eles, criando automaticamente um mecanismo competitivo que acabaria por regular o mercado. Sociedade do Conhecimento Burch (2005, p. 3) analisa o diferencial entre os termos e seus significados: A noção de “sociedade do conhecimento” (knowledge society) surgiu no final da década de 90. é empregada, particularmente, nos meios acadêmicos como alternativa que alguns preferem à “sociedade da informação”. A Unesco, em particular, adotou o termo “sociedade do conhecimento” ou sua variante “sociedades do saber” dentro de suas políticas institucionais. já para Os esTudIOsOs da eduCaçãO, esse COnCeITO Também favOreCerIa as pOssIbIlIdades de COmparTIlhamenTO dO COnheCImenTO a parTIr das mesmas COnexões amplIfICadas para a InfOrmaçãO e Os negóCIOs pOlíTICOs e eCOnômICOs. 27 Unidade 01 Sociedade e as Tecnologias Educacionais A Unesco fez questão de demonstrar uma concepção mais pluralista e abrangente à expressão “sociedade do conhecimento”, inclusive, Abdul Waheed Khan, o subdiretor-geral da Unesco para assuntos da comunicação e da informação, esclareceu em seu discurso: A Sociedade da Informação é a pedra angular dassociedades do conhecimento. O conceito de “sociedade da informação”, a meu ver, está relacionado à ideia da “inovação tecnológica”, enquanto o conceito de “sociedades do conhecimento” inclui uma dimensão de transformação social, cultural, econômica, política e institucional, assim como uma perspectiva mais pluralista e de desenvolvimento. O conceito de “sociedades do conhecimento” é preferível ao da “sociedade da informação” já que expressa melhor a complexidade e o dinamismo das mudanças que estão ocorrendo. (...) o conhecimento em questão não só é importante para o crescimento econômico, mas também para fortalecer e desenvolver todos os setores da sociedade. O conceito de sociedades do conhecimento é preferível por expressar melhor a complexidade da dimensão de transformação social, cultural, econômica, política e institucional Percebemos, então, que a partir da concepção de sociedade da informação, a área educacional, coparticipante desse mesmo momento histórico e social, ampliou essa perspectiva e investiu nas enormes possibilidades de ampliação, revisão, construção e compartilhamento de saberes. fonte: Administradores.com Tecnologias Educacionais e Mídias Culturais Graduação | UNISUAM 28 Sociedade em Rede A educação, na contemporaneidade, tem trabalhado pela sua democratização, pela oportunidade de levar conhecimento a todos os cantos do mundo por intermédio das novas possibilidades conectivas, cada vez mais efi cientes e acessíveis. Exatamente por essa ampliação da conectividade e seus efeitos em todos os setores da humanidade que Castells (1999, 2005, 2006) optou por mesclar as concepções de sociedade da informação e do conhecimento, atrelando a novos estudos e constatações e passando a utilizar o termo “sociedade em rede”. O nosso mundo está em processo de transformação estrutural desde há duas décadas. é um processo multidimensional, mas está associado à emergência de um novo paradigma tecnológico, baseado nas tecnologias de comunicação e informação, que começaram a tomar forma nos anos 60 e que se difundiram de forma desigual por todo o mundo. Nós sabemos que a tecnologia não determina a sociedade: é a sociedade. (CASTELLS, 2005, p. 17). O que podemos entender com a afi rmação “a tecnologia não determina a sociedade: é a sociedade”? Acreditamos que, tal qual acontece nos processos e modelos educacionais, acontece com as inovações tecnológicas. Aqueles que se benefi ciam da educação formal são os que demandam modelos e fi nalidades, assim como aqueles que se utilizam das tecnologias são os que ditarão suas necessidades. Em ciência, educação e tecnologia, podemos afi rmar que, quando um paradigma não responde mais às necessidades reais de sua comunidade, este paradigma entra em crise e se transforma ou renova, seja de forma rápida ou lentamente, podendo conviver dois ou mais paradigmas por algum tempo. Muitas vezes nos questionamos “para aonde esse mundo vai?” ou “como pode essas crianças saberem mexer melhor no computador ou no smartphone do que os mais velhos?”. É em um simples exemplo do cotidiano que podemos perceber a convivência entre paradigmas e os caminhos tecnológicos de uma sociedade, que aos poucos vai miscigenando o ontem e o hoje e trazendo para seu contexto outras possibilidades e outras necessidades. fonte: Hacking Social 29 Unidade 01 Sociedade e as Tecnologias Educacionais Pontos-Chave com Relação à Sociedade em Rede Segundo Castells (2005), existem alguns pontos-chave com relação à sociedade em rede: na economia, incluindo-se aí o mundo do trabalho; nas comunicações; na sociabilidade e também na política. Dentre todos os argumentos que apresenta, articulados com esses pontos- chave, referindo-se às mudanças, percebe-se claramente um papel preponderante do processo educacional na reestruturação dos sujeitos: este inovador ser humano produtivo, em plena crise do patriarcalismo e da família tradicional, requer uma reconversão total do sistema educativo, em todos os seus níveis e domínios. Isto refere-se, certamente, a novas formas de tecnologia e pedagogia, mas também aos conteúdos e organização do processo de aprendizagem [...] uma das grandes razões para o sucesso do Modelo finlandês na sociedade em rede reside na qualidade do seu sistema educativo, em contraste com outras zonas do mundo (CASTELLS, 2005, p. 27). Diante do exposto, só podemos confi rmar a importância da educação na reestruturação da sociedade, agora em rede, e apesar de a educação depender diretamente dos modelos políticos e econômicos, além das novas possibilidades tecnológicas. Exatamente essa questão leva a uma séria refl exão acerca dos paradigmas que não têm conseguido conviver pacificamente diante de aceleradas transformações, posto que a economia e a política ainda estão enraizadas em modelos da sociedade industrial, o que acaba corroborando para uma confusão ideológica e de percurso de uma sociedade que precisa defi nir novos rumos e perspectivas. Os estudos de Castells (2005) mostram que criatividade e inovação são preponderantes nessa nova sociedade e que tudo fi ca mais difícil quando legislações sobre direito de propriedade ainda se norteiam pelo paradigma da sociedade e industrial. O PONTO-CHAVE DA SOCIEDADE EM REDE NA EDUCAçÃO é A POSSIBILIDADE DE SE OBTER UM SISTEMA EDUCATIVO COM qUALIDADE fonte: EdTechReview Tecnologias Educacionais e Mídias Culturais Graduação | UNISUAM 30 Relação da Educação com os Sujeitos da Sociedade em Rede é necessário passar pelo cenário da cibercultura e da sociedade em rede para que se perceba os sujeitos que as permeiam e as necessidades que passam a apresentar. O que pode parecer, de certa forma, incoerente afirmar, mas o ser humano, segundo Kant (2006), necessita ser educado para desenvolver os entendimentos morais e intelectuais necessários para viver em seus grupos sociais. Ainda que apriorística, Kant apresenta argumentos filosóficos sustentáveis quanto à capacidade transformadora que a educação tem sobre o sujeito: não é um ser moral por natureza. Torna-se moral apenas quando eleva sua razão até aos conceitos de dever e da lei. Pode-se, entretanto, dizer que o homem traz em si tendências originárias para todos os vícios, pois tem inclinações e instintos que o impulsionam para um lado, enquanto que sua razão o impulsiona ao contrário. Ele, portanto, poderá torna-se moralmente bom apenas graças à virtude, ou seja, graças a uma força exercida sobre si mesmo, ainda que possa ser inocente na ausência dos estímulos (KANT, 2006, p.95). Não muito obstante, freire (2005) também percebe os sujeitos como seres inacabados, que necessitam do processo educacional para “se tornarem”. Ocorre que Freire apresenta uma perspectiva interacionista, em que os sujeitos não são apenas espectadores passivos do processo, mas também atores essenciais para que ocorra o processo. Na verdade, diferentemente dos outros animais, que são apenas inacabados, mas não são históricos, os homens se sabem inacabados. Têm a consciência de sua inconclusão. Aí se encontram as raízes da educação mesma, como manifestação exclusivamente humana. Isto é, na inconclusão dos homens e na consciência que dela têm (fREIRE, 2005, p. 83-84). fonte: freepik 31 Unidade 01 Sociedade e as Tecnologias Educacionais Na plenitude de sua consciência, ou inconsciência, de sujeito inconcluso, inacabado, o sujeito pós-moderno assume novas posturas no mundo do trabalho e no mundo educacional. O ensino que se dá na sala de aula presencial não atende mais às necessidades do atual ator social. O fato de compartilhar do mesmo espaço físico e mesmo espaço temporal não tem garantido dialogia nem interatividade entre quem ensina e quem aprende. Indo além da sala de aula presencial,a sociedade contemporânea tem admitido outras modalidades de ensino, principalmente pela busca de resolver novas demandas urbanas, e também rurais, mas também pela busca de outras formas, outras lógicas para a aprendizagem, como na modalidade de educação a distância, que veremos mais adiante. Conclusão Levando-se em consideração os estudos apresentados, fica evidente que as tecnologias acompanham a evolução da humanidade desde sempre, criadas pelos próprios seres humanos para facilitar e enriquecer seu modo de vida. Na contemporaneidade, as tecnologias mais utilizadas nas sociedades globais são as tecnologias da informação e da comunicação (TIC) e as da inteligência, pois quanto mais capacidade inteligível, mais a humanidade necessita de apoio à sua inteligência. a lógICa dOs prOCessOs de ensInO e de aprendIzagem preCIsa se InTegrar à lógICa OperaTIva das sOCIedades COnTempOrâneas. as TeCnOlOgIas, de um mOdO geral, pOdem ser muITO bem aprOveITadas nas práTICas eduCaTIvas, sendO aprOprIadas COmO TeCnOlOgIas eduCaCIOnaIs, que vIsam aprImOrar Cada vez maIs Os prOCessOs de ensInO e de aprendIzagem. Tecnologias Educacionais e Mídias Culturais Graduação | UNISUAM 32 O grande avanço tecnológico das últimas três décadas possibilitou a conexão entre máquinas e pessoas, por mecanismos digitais virtuais, criando um novo espaço de transição de negócios, informações, políticas, conhecimentos, produção etc. A esse espaço denominou-se ciberespaço, do qual emana uma nova cultura de abrangência mundial, a cibercultura. As novas possibilidades comunicacionais em rede deflagraram, além das manifestações ciberculturais, novas posturas e posicionamentos da sociedade com relação às vantagens comerciais/econômicas da conectividade, originando a concepção de “sociedade da informação”, que se expandiu a outros setores, como o educacional e social, caracterizando a “sociedade do conhecimento”. Considerando as atuais possibilidades comerciais, sociais, políticas, econômicas, educacionais, Castells redefiniu essa visão conceituando a “sociedade em rede”. Referências BURCH, Sally. 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