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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO CEARÁ CURSO DE ENGENHARIA CIVIL CÁLCULO DE DESLOCAMENTOS PELO PRINCÍPIO DOS TRABALHOS VIRTUAIS Pedro Sanderson pedrosanderson88@gmail.com Fortaleza 2019 Bibliografia LEET, K. M., UANG, C., GILBERT, A. M. Fundamentos da Análise Estrutural. 3ª Ed., McGraw Hill, 2009. MARTHA, L. F. Análise de Estruturas: Conceitos e Métodos Básicos. 2ª Ed. Elsevier, 2017. SORIANO, H. L. Análise de Estruturas: Formulações Clássicas, 1ª Ed., Editora Livraria da Física, 2016. SUSSEKIND, J. C. Curso de Análise Estrutural. Vol. II e III. Ed. Globo, 1977. 2 Bibliografia 3 Bibliografia 4 Trabalho • Trabalho é definido como o produto entre uma força e um deslocamento na direção da força. • Nos cálculos de deflexão nos preocuparemos com o trabalho realizado por forças e por momentos. • Se uma força F tem magnitude constante à medida que se move δ do ponto A para B, seu trabalho W é dado por: • O trabalho é positivo quando a força e o deslocamento estão na mesma direção, negativo quando a força atua na direção oposta ao deslocamento e nulo se a direção da força e do deslocamento forem perpendiculares entre si. 5 FW Trabalho • Se a magnitude e a direção de uma força permanecem constantes à medida que a força se move por um deslocamento δ que não é colinear com a linha de ação da força, o trabalho total pode ser avaliado pela soma do trabalho realizado por cada componente da força movendo-se pelas componentes do deslocamento colinear correspondentes δx e δy. 6 yyxx FFW Trabalho • A expressão para o trabalho realizado por um momento pode ser deduzida somando-se o trabalho realizado por cada força F da figura, à medida que ela se move em um arco circular durante o deslocamento angular θ. Portanto: 7 FaalFFlW MW Trabalho • Se a magnitude de uma força varia durante um deslocamento e se a relação funcional entre a força F e o deslocamento colinear δ é conhecida, o trabalho pode ser avaliado por integração. 8 0 dFW 0 dMWou Trabalho • Se uma força ou um momento varia linearmente com o deslocamento, à medida que aumenta de zero até seu valor final de F ou M, respectivamente, o trabalho pode ser representado pela área triangular sob a curva de carga- deflexão linear. Assim: 9 FFW 2 1d 0 MMW 2 1d 0 Trabalho • Se a magnitude de uma força ou de um momento é constante durante um deslocamento, o trabalho é plotado como uma área retangular. Assim: 10 FFW 0 d MMW 0 d Energia de Deformação • Quando um material é submetido a cargas externas, pelo Princípio da Conservação da Energia, este tende a absorver a energia deste carregamento na forma de deformação. • A energia absorvida é chamada energia de deformação U. • Esta energia é provocada pela ação da tensão normal e/ou da tensão de cisalhamento. • Considera-se que as cargas são aplicadas lentamente, ou seja, a intensidade das cargas é aumentada de zero ao seu valor máximo de forma gradual. 11 Energia de Deformação • Se o elemento de volume mostrado for submetido à ação da tensão normal, a força desenvolvida nas faces superior e inferior serão: 12 yxdF dd zd • Durante a aplicação da força, o elemento irá deformar e sofrerá um alongamento δ, dado por: • Pelo Princípio da Conservação da Energia: V VU d 2 1 Energia de Deformação • Se o elemento de volume mostrado for submetido à ação da tensão de cisalhamento, a força desenvolvida nas faces superior e inferior serão: 13 yxdF dd zd d • Durante a aplicação da força, o elemento irá deformar e distorcer de um ângulo γ, e o deslocamento da força dF é dado por: • Pelo Princípio da Conservação da Energia: V VU d 2 1 Energia de Deformação • Podemos observar que a energia de deformação sempre será um valor positivo, uma vez que a tensão e a deformação gerada estarão sempre no mesmo sentido. • Um elemento pode estar sujeito à tensões normais e de cisalhamento simultaneamente, de modo que a energia de deformação do corpo é a soma das expressões anteriores. • Se o material obedece à Lei de Hooke, podemos reescrever as expressões anteriores como: 14 VV V G V E U d 2 1d 2 1 22 Energia de Deformação • Usando as equações de deformação elástica desenvolvidas anteriormente, formularemos agora a energia de deformação em um elemento estrutural quando este é submetido à: • Carga Axial, • Momento Fletor, • Esforço Cortante e • Momento de Torção. 15 Energia de Deformação • CARGA AXIAL: • Considere uma barra de seção transversal variável, que está sujeita a uma carga axial aplicada no seu centroide. • No caso geral de treliças, a seção transversal é constante, assim como o esforço normal. Deste modo: 16 xA xN L V N EA LNV E U 2 1 2 1d 2 1 22 Energia de Deformação • MOMENTO FLETOR: • Considere uma viga de seção prismática, que está sujeita a um momento fletor M(x). • Desenvolvendo a expressão da energia de deformação, temos que: 17 L V EI xMV E U 0 22 d 2 1d 2 1 I yM Energia de Deformação • ESFORÇO CORTANTE: • Considere uma viga de seção prismática, que está sujeita a um esforço cortante V(x). • Desenvolvendo a expressão da energia de deformação: 18 L s V GA xVfV G U 0 22 d 2 1d 2 1 tI QV A s At Q I Af d2 2 2 Energia de Deformação • ESFORÇO CORTANTE: • O fator de forma fs é um número adimensional exclusivo para cada área de seção transversal. • No caso de uma seção retangular: 195 6d2 2 2 A s At Q I Af 12 3bhIbhAbt 2 2 42 '' yhbAyQ Energia de Deformação • MOMENTO DE TORÇÃO: • Considere um eixo prismático de seção circular maciça ou tubular, que está sujeita a uma torção T(x). • Desenvolvendo a expressão da energia de deformação: 20 GJ LTV G U V 22 2 1d 2 1 J T Método do Trabalho Virtual • Trabalho virtual é um procedimento para calcular uma única componente da deflexão em qualquer ponto de uma estrutura. • O método é aplicável a muitos tipos de estruturas, desde vigas simples a placas e cascas complexas. Além disso, o método permite ao projetista incluir nos cálculos de deflexão a influência de: • Recalques de apoio, • Mudança de temperatura e • Erros de fabricação. 21 Método do Trabalho Virtual • Considere a treliça de barra única mostrada a seguir. • Deseja-se determinar o deslocamento horizontal δP no apoio em B. • A barra, que transmite apenas esforço normal, tem uma área de seção transversal A e um módulo de elasticidade E. 22 NP RB Método do Trabalho Virtual • A figura mostra a força interna na barra NP, o alongamento da barra ΔLP e o deslocamento horizontal δP do nó B, produzidos pelo sistema P (carga Real). Como a barra está sob tração, ela alonga por uma quantidade ΔLP, onde: • Supondo que a carga horizontal no nó B é aplicada lentamente e aumenta de zero até um valor final P, podemos expressar o trabalho real WP realizado por: 23 EA LNL PP PP PW 2 1 Método do Trabalho Virtual • Uma representação gráfica da deflexão do nó B em função da carga aplicada P é mostrada a seguir: • Conforme mostrado, a área triangular WP sob a curva carga-deflexão representa o trabalho real realizado na estrutura pela carga P. 24 Método do Trabalho Virtual • Como resultado do trabalho real realizado por P, uma energia de deformação UP de magnitude igual é armazenadana barra AB. Podemos expressar essa energia de deformação como: 25 PPP LNU 2 1 • Uma representação gráfica da energia de deformação armazenada na barra, como uma função da força normal NP e do seu alongamento ΔLP, é mostrada ao lado. N NQ QB Método do Trabalho Virtual • Em seguida, consideramos o trabalho realizado na energia de deformação armazenada na barra pela aplicação, em sequência, de uma carga fictícia Q, seguida da carga real P. 26 • A figura mostra o esforço normal NQ, o seu alongamento ΔLQ e o deslocamento horizontal δQ do nó B, produzidos pela carga fictícia Q. Método do Trabalho Virtual • Supondo que a carga fictícia é aplicada lentamente e aumenta de zero até seu valor final Q, podemos expressar o trabalho real WQ realizado pela carga fictícia como: 27 QQ QW 2 1 QQQ LNU 2 1 • A energia de deformação UQ, armazenada na barra quando ela se alonga, é igual a: Q Q Método do Trabalho Virtual • Com a carga fictícia em vigor, imaginamos agora que a carga real P é aplicada. 28 • Como supomos que o comportamento é elástico, o princípio da superposição exige que as deformações finais, esforços internos, reações etc. sejam iguais à soma daquelas produzidas por Q e P atuando separadamente. Nt = NP + NQ RB + QB Método do Trabalho Virtual • A figura ao lado mostra o trabalho total Wt realizado pelas forças Q e P quando o ponto B se desloca horizontalmente por uma quantidade δt = δQ + δP. 29 Q V Método do Trabalho Virtual • A figura ao lado mostra a energia de deformação total Ut armazenada na estrutura pela ação das forças Q e P. 30 Q V Método do Trabalho Virtual • Observe que, pelo Princípio da Conservação da Energia, WV = UV, que representam, respetivamente, o trabalho virtual realizado pela carga fictícia e a energia de deformação virtual absorvida no elemento pela carga fictícia. • Graficamente, observamos que: 31 PV QW PQV LNU PQP LNQ Método do Trabalho Virtual • A equação geral do trabalho virtual para a análise de treliças de várias barras é: • Sabemos ainda que: 32 PQP LNQ EA LNNQ PQPEA LNL PP Método do Trabalho Virtual • Geralmente, utiliza-se uma carga virtual Q unitária, mas os mesmos deslocamentos são obtidos se adotando outros valores. • O sentido da força fictícia pode ser escolhida de forma arbitrária. • Um valor positivo de δP indica que o deslocamento ocorre no mesmo sentido da carga virtual. 33 EA LNN PP 11 Exemplo 1 Determine o deslocamento horizontal e vertical no ponto B da treliça de aço abaixo. Considere que cada barra tem 15 mm de diâmetro. 34 Exemplo 2 Determine o deslocamento vertical no ponto C da treliça de aço abaixo. Considere que o diâmetro de cada barra é 15 mm2. 35 20 kN 600 mm 800 mm 800 mm 20 kN 600 mm 800 mm 800 mm Exemplo 3 Determine o deslocamento horizontal no ponto C da treliça de aço abaixo. Considere que o diâmetro de cada barra é 15 mm2. 36 Trabalho Virtual: Vigas • Como sabemos, as deformações produzidas pelo esforço cortante em vigas de proporções usuais são pequenas. Assim, estas serão desprezadas. Consideraremos somente as deformações produzidas por flexão. • Se uma viga é alta (L/h ≤ 3) ou se a alma de uma viga é fina ou construída de material com módulo de cisalhamento baixo (madeira, p.ex.), as deformações de cisalhamento podem ser significativas e devem ser investigadas. 37 Trabalho Virtual: Vigas • O procedimento para calcular uma componente da deflexão de uma viga pelo trabalho virtual é semelhante ao de uma treliça. 38 • Aplica-se uma carga fictícia Q no ponto onde a deflexão vai ser avaliada. • Q = 1 kN, caso se deseje obter uma translação; ou • Q = 1 kN.m, caso se deseje determinar uma rotação. Trabalho Virtual: Vigas • Quando a viga deflete, um trabalho virtual externo WV é realizado pela carga fictícia Q, movendo-se por uma distância igual ao deslocamento real δP na direção da carga fictícia, de modo que: • Uma energia de deformação virtual dUV é armazenada em cada elemento infinitesimal à medida que o momento MQ se move pelo ângulo dθ produzido pelo sistema P. Assim: 39 PV QW dd QV MU L QV MU d Trabalho Virtual: Vigas • Sabemos também que a relação momento-curvatura é dada por: • Da análise de pequenos deslocamentos e deformações, temos: • Combinando as expressões anteriores e substituindo o resultado na expressão da energia de deformação, temos: 40 EIM xx v xx v d d d d d d d d 2 2 L PQ V xEI MM U d Trabalho Virtual: Vigas • Portanto, pelo Princípio da Conservação da Energia, para se calcular o deslocamento em um ponto de uma viga ou pórtico, fazemos: • De maneira análoga, para a determinação de uma rotação, podemos fazer: onde Q = 1 kN (translação) ou Q = 1 kN.m (rotação) 41 L PQ P xEI MM Q d L PQ P xEI MM Q d Exemplo 4 Calcule a deflexão δB e a inclinação θB na extremidade da viga em balanço da figura. Considere w = 20 kN/m, L = 4 m, E = 200 GPa e I = 100×106 mm4. 42 Exemplo 5 Calcule a deflexão vertical δC no meio do vão para a viga da figura. Considere LAB = LBC = 2 m, LCD = 4 m, E = 200 GPa e I = 80×106 mm4. 43 20 kN Exemplo 6 Calcule a deflexão vertical no centro da viga abaixo. Considere E = 200 GPa e I = 80×106 mm4. 44
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