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A) HIGIENE E PROFILAXIA ANIMAL AUTOR JOEL LIMA DA SILVA JUNIOR Higiene e profilaxia animal 9 Introdução Palavras do professor-autor Introdução O caderno da presente disciplina apresenta quatro unidades, a fim de, proporcionar aos alunos conhecimentos necessários sobre higiene e profilaxia animal. A primeira unidade contemplará a parte introdutória, conceitos, objetivos do processo, conhecimentos sobre o estudo populacional e epidemiologia e as medidas profiláticas para controle e erradicação de uma enfermidade. A segunda unidade abordará questões relacionadas às medidas a serem utilizadas para evitar ou diminuir os riscos das doenças em uma determinada população, através de processos de limpeza e desinfecção. A terceira unidade abordará parte das construções e instalações, alojamentos dos animais de interesse zootécnico, como a estrutura física relacionada à prática da higiene e profilaxia. A água e a alimentação, qualidade a ser ofertada aos animais de produção. A quarta unidade mostrará o destino dos dejetos dos animais; a qualidade e a relação entre solo-planta-animal, noções de parasitologia básica de interesse zootécnico, controle dos vetores, a profilaxia de uma população com o emprego de vacinas e o processo de vacinal e as doenças transmitidas pelos animais ao homem às zoonoses. Palavras do professor autor A Universidade Federal do Amazonas, através desta disciplina, vem proporcionar a vocês conhecimentos relacionados a aspectos higiênicos e sistemas de profilaxia, a serem adotados na produção animal, e que também podem ser utilizados no dia a dia, nos lares, no sítio, na fazenda, ou seja, é aplicável em todos os ambientes. Muitos produtores, pecuaristas dentre outros, não se preocupam com este processo, gastam muitos recursos na genética e na alimentação dos animais e se esquecem da limpeza, dos programas de vacinações dos rebanhos, dos lotes, dos plantéis, preventivamente. A prevenção é um método barato, mas a falta de preocupação e responsabilidade com a higiene pode tornar o processo caro, quando não executamos as medidas prévias. Assim, passamos a usar o método curativo no qual o seu uso torna o resultado do trabalho agrícola mais caro, mais trabalhoso, pois teremos que utilizar medicamentos na produção, em razão da falta de não havermos atentado para pequenos detalhes como: limpeza, qualidade da água, qualidade do alimento, processos vacinais, dentre outros motivos que serão expostos neste material. A saúde animal, Higiene e profilaxia animal 10 Orientações para estudo Ementa o melhoramento genético e a alimentação animal constituem a base de apoio ao desenvolvimento de qualquer sistema de produção, ou melhor, o tripé da cadeia produtiva. Assim, há que se observar que a higiene e o manejo zoosanitário fornecem ao lado da genética as condições necessárias à criação animal, tornando a produção economicamente mais viável. Joel Lima da Silva Junior Orientações para estudo Prezados alunos do curso de Ciências Agrárias, este caderno foi preparado para que vocês recebam novos conhecimentos sobre o tema relacionado à nossa disciplina. No intuito, de fazer com que vocês absorvam (da melhor forma possível) esses conhecimentos, algumas orientações de estudos agora serão sugeridas. Os conteúdos das unidades deverão ser lidos antes que vocês passem às atividades. A leitura pode ser feita em grupo ou individualmente, mas com muita calma e atenção. No primeiro caso, ao ler os conteúdos das unidades sublinhe as palavras, frases ou parágrafos que não forem entendidos. Ao final de cada subunidade, se dúvidas existirem, solicite ajuda de seus colegas para melhor entendimento. Se dúvidas ainda persistirem durante o processo de leitura, vá ao tutor (se possível acompanhado de seu grupo) e solicite ajuda dele. Quando a leitura for realizada individualmente, inicie da mesma forma o processo, ou seja, sublinhe as palavras, frases e/ou parágrafos que não forem entendidos. Terminada a leitura, verifique se as palavras sublinhadas estão no Glossário, senão procure o significado das mesmas em um dicionário, de preferência um relacionado à nossa disciplina. Volte, então, às partes sublinhadas. Leia-as outra vez. Se dúvidas persistirem, solicite ajuda do tutor. Terminado o processo de leitura, parta para a realização das atividades. Se dúvidas existirem para a realização delas solicite ajuda do tutor. Bom estudo. Ementa Epizootiologia geral. Profilaxia geral. Epizootiologia e Profilaxia das doenças parasitárias. Epizootiologia e profilaxia das doenças bacterianas. Epizootiologia e profilaxia das doenças víricas. Higiene e Profilaxia Animal 11 Unidade 1 Introdução à higiene no processo produtivo Objetivos de ensino-aprendizagem 1. Transmitir ao estudante informações sobre processos de higiene e profilaxia utilizados na produção animal. 2. Apresentar informações sobre segurança alimentar, através da cadeia produtiva. 3. Mostrar as técnicas existentes e aplicáveis no processo. 4. Fazer considerações sobre doenças transmitidas pelos animais aos seres humanos. Unidade 1 Introdução à higiene no processo produtivo, considerações sobre epidemiologia, saneamento e epidemiologia sanitária Síntese: nesta unidade, aprenderemos sobre a importância da Higiene e seus objetivos, para que possamos compreender de que forma iremos evitar enfermidades nos rebanhos de forma preventiva. Conceito de higiene e profilaxia Segundo Domingues e Langoni (2001), Higiene e profilaxia se constitui em uma ciência que estuda os meios para preservar o homem e os animais das enfermidades (doenças). Importância e objetivos da higiene A prática da higiene, adequada na produção animal tem como resultado final, melhores índices zootécnicos, tais como: a conversão alimentar; o maior ganho de peso; a maior produção de ovos (aves comerciais); a maior produção de leite; a maior taxa de crescimento; a maior taxa de natalidade e a menor taxa de mortalidade (DOMINGUES; LANGONI, 2001; NETO, 2000). O principal objetivo é a manutenção da produção e da saúde animal, no nível mais eficiente, capaz de dar bom retorno econômico ao criador, pois previnem doenças, e as criações tornam-se mais saudáveis. Da mesma forma, age na mantença do meio ambiente sem agressão durante o processo da exploração animal, minimizando a poluição ambiental por produtos de excreção animal; previne, também, das zoonoses, ou seja, das doenças transmitidas dos animais para o homem (DOMINGUES; LANGONI, 2001; AGIRRE; GUELFI FILHO, 1986; FALCIONI, 1970). Obs.: Para que o programa tenha resultados satisfatórios, as pessoas que trabalham na propriedade devem receber instruções e orientações quanto às tarefas a serem desenvolvidas, principalmente devem ser sensibilizadas sobre a importância do processo. Ao final da leitura desta unidade, execute as atividades descritas no AVEA. Unidade 1 Introdução à higiene no processo produtivo Higiene e profilaxia animal 12 A higiene deve ser entendida em conjunto com outros programas de exploração animal, estando relacionada com outras áreas, tais como: a fisiologia, para tal, deve conhecer os aspectos e fenômenos fisiológicos das espécies; a agricultura, os vegetais são a base da alimentação de algumas espécies e devemos conhecer a quantidade e a qualidade do alimento fornecido pelas quais passam em função das condições do solo - método de cultivo e armazenamento para que estes não prejudiquem os índices que esperamos buscar (DOMINGUES; LANGONI, 2001). Enfermidades e a saúde pública na produção animal A maioria dos países apresenta características semelhantes quanto aos problemas que afetam a saúde dos animais. As enfermidades infecto-contagiosas, parasitárias, metabólicas e carenciais são de grande importância e interferem, diretamente, nos indicadores produtivos do rebanho. Geralmente, estas enfermidades estão associadas à desnutrição, mau manejo do rebanho, falta de higiene das instalações,falta de recursos e de informações por parte dos proprietários, dentre outros problemas. Existem enfermidades que não são transmissíveis, que estão relacionadas aos problemas funcionais e metabólicos que causam problemas de saúde animal. Os problemas de saúde animal afetam diretamente o comércio de produtos e subprodutos de origem animal. Causam enormes prejuízos comerciais entre países (FORSYTHE, 2002; DOMINGUES; LANGONI, 2001; NETO, 2000). As zoonoses (doenças transmitidas dos animais aos seres humanos) (TRABULSI et al, 2000; TORTORA et al, 2000;) são problemas que afetam a saúde pública no Brasil, representando uma elevada ameaça à saúde e ao bem estar da população humana e animal. As zoonoses mais importantes são: a tuberculose, a brucelose, a cistecercose, a toxoplasmose, a teníase, dentre outras, que podem ser carreadas pelos alimentos, utensílios, fômites e outros (DOMINGUES; LANGONI, 2001; TRABULSI et al, 2000; TORTORA, 2000). O saneamento é um dos mais importantes meios para prevenirmos as doenças. A OMS define como controle todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeito deletério sobre o seu bem estar físico, mental e social (DOMINGUES; LANGONI, 2001; NETO, 2000). A educação sanitária é um dos processos mais importante, pelo qual, pessoas ou grupos de pessoas aprendem a promover manter ou restaurar a saúde. É o alicerce da ação primária para a prevenção e a aplicação de ações na saúde (DOMINGUES; LANGONI, 2001). Higiene e Profilaxia Animal 13 Unidade 1 Introdução à higiene no processo produtivo Epidemiologia e saneamento Epidemiologia significa estudo sobre as populações humanas, animal e vegetal. Estuda a ocorrência de enfermidades, suas causas, medidas profiláticas para controle e erradicação (TRABULSI et al, 2000; TORTORA, 2000). Obs.: Se um produtor tiver olhos somente para o animal doente, deixando o restante dos manejos de lado, não poderá avaliar o perigo que um animal poderá causar no rebanho, principalmente nas enfermidades transmissíveis. Isto nos leva a algumas perguntas que deverão ser feitas a fim de entendermos como ocorrem determinadas doenças: • Quem hospeda e elimina o agente? (Fonte de infecção (FI); • Como o agente deixa o hospedeiro? (Via de eliminação (VI); • Que recurso o agente utiliza para alcança um novo hospedeiro? (Via de transmissão (VT); • Como o agente se hospeda no novo hospedeiro? (Porta de entrada (PE); • Quem pode adquirir a doença (quem é susceptível?). Desta forma, obtemos a caracterização da cadeia epidemiológica, que são eventos necessários para que ocorra a doença em um indivíduo ou em um rebanho. FI ⇒ VE ⇒ VT ⇒ PE Susceptível. Se os elos da cadeia forem combatidos, conjuntamente, teremos êxito no controle das enfermidades nas populações. O saneamento age em todos os elos, principalmente nas vias de transmissão e nas fontes de infecção (DOMINGUES; LANGONI, 2001). Objetivos da demiologia - Estudar o meio no qual se desenvolvem algumas doenças; - Estudar os mecanismos de transmissão; - Estudar os riscos de que surjam novos casos; - Estudar as medidas preventivas necessárias para controlar os fatores indesejáveis para que ocorra uma determinada enfermidade; - Fornecer as medidas de prevenção, orientando-nos para o diagnóstico das enfermidades; sejam elas transmissíveis ou não. Características do agente . Infecciosidade - é a capacidade de um agente penetrar, alojar e multiplicar-se no organismo do hospedeiro, ou seja, a capacidade de promover a enfermidade. Higiene e profilaxia animal 14 Unidade 2 Controle, profilaxia, desinfecção, instalações, aspectos higiênicos . Patogenicidade - é a capacidade de o agente produzir lesões específicas no organismo do hospedeiro. . Virulência - é a capacidade de o agente produzir lesões de maior ou menor gravidade, determinando o grau de severidade da infecção. . Variabilidade - é a capacidade de mudanças de características genéticas dos agentes, originando os mutantes. . Antigenicidade - é a capacidade dos agentes etiológicos induzirem no hospedeiro uma resposta imunológica, formação de anticorpos. . Resistência - é a capacidade que o agente apresenta em resistir ao meio ambiente em condições naturais e aos produtos químicos, desinfetantes etc. Característica do hospedeiro . Hospedeiro - é todo ser vivo que alberga um agente sem que seu organismo propicie alimento e proteção. . Hospedeiro definitivo - é aquele em que o parasito atinge a maturidade, reproduzindo-se sexuadamente. . Hospedeiro intermediário - é o hospedeiro no qual o parasito desenvolve suas formas imaturas, se reproduz assexuadamente. As características do hospedeiro relacionam-se aos fatores relativos ao sexo, idade, raça, espécie, estado fisiológico, densidade populacional ou lotação, resistência dos animais (QUINN et al, 2005; DOMINGUES; LANGONI, 2001; AGIRRE; GUELFI FILHO, 1986; FALCIONI, 1970). Unidade 2 Medidas de controle e medidas gerais de profilaxia, desinfecção de desinfetantes, instalações, aspectos higiênicos da água para os animais de produção Síntese: nesta unidade, veremos algumas medidas, processos gerais relacionadas à profilaxia e desinfecção, a fim de, obter sucesso na produção. Medidas de controle De acordo com Domingues e Langoni (2001), as medidas de controle contemplam alguns termos utilizados pelos técnicos e pelos órgãos de defesa animal e vegetal federal, como o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento – MAPA e pelos órgãos estaduais e municipais, sendo eles: Ao final da leitura desta unidade, execute as atividades descritas no AVEA. Higiene e profilaxia animal 15 Unidade 2 Controle, profilaxia, desinfecção, instalações, aspectos higiênicos . Isolamento - os animais doentes deverão ser separados dos animais sadios para diminuir os riscos de transmissão de doenças; . Desinfecção - consiste na destruição de agentes infecciosos do meio ambiente pela aplicação direta de produtos químicos ou por meios físicos; . Interdição - é determinado o isolamento dos animais, bem como, se proíbe a saída desses e, ainda, de seus produtos; . Notificação - certas doenças devem ser notificadas pelos órgãos oficiais locais, municipal, estadual e federal (febre aftosa, AIE etc.); . Destruição de cadáveres - os animais mortos podem servir como fonte de infecção, devendo ser incinerados ou colocados em fossa séptica. Se forem enterrados, devemos colocar uma camada de cal de 10 cm de espessura e depositar os cadáveres na mesma cobri-lo com cal. Medidas de erradicação São ações drásticas; possibilitam a eliminação total do agente etiológico, porém, sempre esse deve estar acompanhado de estudos e planejamento, considerando os aspectos sanitários, ecológicos, limites geográficos naturais e repercussões econômicas. Diagnóstico e sacrifício O diagnóstico decorre de exames laboratoriais de animais do rebanho, eliminando aqueles que forem positivos. No Brasil, recomendam- se este processo para erradicação e controle da tuberculose e brucelose em bovinos, anemia infecciosa equina e mormo em equinos e brucelose em suínos. É importante sacrificar os animais doentes com o objetivo de eliminar a fonte de infecção. Para o sacrifício dos animais devemos fazer um estudo quanto à gravidade da situação nos aspectos sanitários e econômicos (DOMINGUES; LANGONI, 2001). Eliminação de vetores Esta medida se aplica frente a doenças transmitidas pelos vetores. Todos os vetores deverão ser eliminados (fonte de infecção) das áreas, com rigorosa e permanente vigilância para evitar a sua reintrodução. Medidas gerais de profilaxia São medidas importantes, que podem e devem ser utilizadas com a finalidade de impedir ou diminuir o risco das enfermidades. É o conjunto de atividades, no sentido de proteger uma população da ocorrência ou da evolução de um fenômeno desfavorável à saúde. Higiene e profilaxia animal 16 Unidade 2 Controle, profilaxia, desinfecção,instalações, aspectos higiênicos Objetivos - Evitar a introdução de doenças nos animais, nas propriedades; - Controlar e/ou evitar o aparecimento de novos casos de doenças já existentes na propriedade ou região; - Diminuir os efeitos da doença, quando essa não pode ser evitada, a fim de controlar os níveis satisfatórios para que não interfira na produção animal. Obs.: na aplicação dessas medidas preventivas, devemos conhecer os mecanismos sobre a fonte de infecção, hospedeiro susceptível e as vias de transmissão, que são os elos da cadeia epidemiológica. Devem ser aplicadas também ações educativas, que ofereçam ações dirigidas no controle sanitário e ambiental da água dos alimentos, do lixo, do solo, das excretas etc. Medidas de prevenção . Saneamento do ambiente - procedimentos relacionados a higienizar o ambiente têm revelado resultados favoráveis na prevenção de diversas doenças transmissíveis; . Quarentena - é uma medida eficaz com objetivo de não introduzir doenças nos rebanhos; . Imunoprofilaxia - é uma medida artificial para obtermos um elevado nível de imunidade em uma determinada população (dosagem, repetição etc.); . Quimioprofilaxia - uso de substâncias químicas no sentido de obtermos prevenção de doenças transmissíveis (vermífugos...); . Diagnóstico precoce - diagnóstico de doenças transmissíveis atípicas ou inaparentes em sua fase inicial, necessitando de análise laboratorial; . Vigilância sanitária - são medidas realizadas nas fronteiras, feiras e exposições agropecuárias, pelas autoridades sanitárias que exigem atestados sanitários ou de vacinação para determinadas enfermidades específicas; . Educação Sanitária - é umas das formas mais importantes para obtermos resultados positivos, pois as dificuldades ou mesmos os fracassos em programas sanitários ocorrem quando os responsáveis pela aplicação destas ações desconhecem ou não compreendem o porquê das medidas recomendadas (QUINN et al, 2005; DOMINGUES; LANGONI, 2001; AGIRRE; GUELFI FILHO, 1986; FALCIONI, 1970). Higiene e profilaxia animal 17 Unidade 2 Controle, profilaxia, desinfecção, instalações, aspectos higiênicos Desinfecção de desinfetantes A limpeza e a desinfecção são um dos principais métodos de profilaxia, ou seja, prevenção de doenças. Devemos adotar programas de limpeza e de desinfecção abrangente e rotineiro, a fim de diminuir e manter baixa a concentração de microrganismos patogênicos no ambiente, diminuindo a probabilidade de casos de infecções. Os níveis e riscos de ocorrência de doenças na exploração animal podem ser estabelecidos pela limpeza e desinfecção de ambientes das instalações. Devemos, assim, adotar o processo de maneira a não serem utilizadas como medidas curativas e sim como medidas preventivas (DOMINGUES; LANGONI, 2001). Conceitos . Desinfecção - consiste em controlar ou eliminar os microrganismos indesejáveis, utilizando-se de processos químicos ou físicos que atuam no metabolismo dos mesmos. . Desinfetantes - são agentes, normalmente químicos, que matam as formas vegetativas, mas não necessariamente as formas esporuladas de microrganismos patogênicos; geralmente essas substâncias são aplicadas em objetos inanimados. . Germicida - aplica-se a determinadas substâncias químicas ou processos físicos, capaz de obstruir todos os microrganismos, inclusive a forma esporulada. . Bactericida - são substâncias químicas ou processos físicos capazes de destruir bactérias na sua forma vegetativa, não necessariamente os esporos bacterianos. . Bacteriostática - é uma substância química que impede o desenvolvimento dos microrganismos (bactérias). . Anti-séptico - é uma substância química que pode não ter efeito germicida, mas impede ou bloqueia o desenvolvimento ou a ação dos microrganismos por meio da inibição de sua atividade ou por destruição, portanto é um bacteriostático. . Sanitizante - refere-se à condição de limpeza, para reduzir o número de contaminantes até um nível seguro. Não é necessário ter poder germicida. . Esterilização - é um processo químico ou físico que destrói e elimina todas as formas de vida. Obs.: o programa de limpeza e de desinfecção é um suporte e não um substituto de outras medidas higiênicas. Resultados obtidos com um bom programa são: aumento da produtividade; diminuição da incidência de doenças parasitárias e infecciosas; diminuição do número Higiene e profilaxia animal 18 Unidade 2 Controle, profilaxia, desinfecção, instalações, aspectos higiênicos de animais refugos; diminuição com gastos de medicamentos/animal e a diminuição de gastos com a mão-de-obra (QUINN et al, 2005; DOMINGUES; LANGONI, 2001; AGIRRE; GUELFI FILHO, 1986; FALCIONI, 1970). Parâmetros a serem considerados para o sucesso - Superfícies e volumes a limpar e a desinfetar; - Intervalos e frequências de limpezas e desinfecção; - Tipo de desinfetante, concentração, diluição e tempo de atuação; - Determinar uma sequência para as operações de limpeza e de desinfecção; - Estabelecer uma qualificação e número de operadores; - Treinar operadores – EPI; - Determinar custos de operação; - Registrar banco de dados do material, quando for realizado o processo.; - Programar rodízio de desinfetantes, a fim de evitar resistência. Sistemas de desinfecção Existem dois meios importantes para serem adotados na prática de desinfecção, porém há necessidade de orientação técnica para o correto manuseio e o excelente resultado esperado, que são: - Meios físicos: calor e radiação. . Calor - vapor de pressão, compostagem sólida de dejetos de animais (+70 graus), pasteurização, incineração, vassoura de fogo etc. . Radiação - tem efeito germicida por meio da radiação ultravioleta (UV-A) natural (solar) ou artificial (UV-C). - Meios químicos: Minerais sintéticos ou naturais: . Alcoóis, aldeídos, detergentes, agentes oxidantes, fenólicos. Critérios para a escolha de um desinfetante Devem ser aqueles para atingir todos os requisitos e finalidade desejada, sempre lembrando que um bom desinfetante é aquele que na sua concentração e no mesmo espaço de tempo elimina os agentes patogênicos. Para tal, existem características que devemos atentar durante a aquisição, que são: - Ser germicida; - Ser de baixo custo e de aplicação econômica (relação custo x benefício); - Ser atóxico para o homem e os animais; Higiene e profilaxia animal 19 Unidade 2 Controle, profilaxia, desinfecção, instalações, aspectos higiênicos - Ser estável frente à matéria orgânica, pH, luz; - Ser solúvel em água; - Não conferir sabor; - Ser de fácil aplicação; - Ter poder de penetração e rapidez de ação; - Não ser corrosivo; - Ser biodegradável; - Não oferecer riscos ao meio ambiente. Processos de desinfecção Podemos adotar diversas práticas de desinfecção nas propriedades rurais, feiras agropecuárias, parques de exposições de animais como: rodolúvio, aspersão e pulverização, para desinfecção de veículos, e o Pedilúvio, para a desinfecção de pessoas e animais. No caso de utensílios, alguns EPIs, podem ser utilizados nos processos de imersão e fumigação (QUINN; MARKEY; CARTER, et al, 2005; SILVA JUNIOR, 2002; FORSYTHE, 2002; DOMINGUES; LANGONI, 2001). Critérios para a eficácia dos desinfetantes - Seguir as recomendações do fabricante; - Tempo de exposição e de atuação; - Temperatura alta acelera o processo; - Presença de matéria orgânica prejudica a ação do produto; - Sensibilidade dos microrganismos ao produto; - Educação Sanitária dos usuários. Importância da limpeza prévia no processo de desinfecção Antes de proceder à desinfecção é importante fazer uma limpeza prévia no local ou no material. A maioria dos desinfetantes perde seu poder ativo em presença da matéria orgânica. A limpeza pode ser realizada por varredura, lavagem com água e sabão ou detergente, para remover as fezes, restos de alimentos, gordura etc. Os resíduos não devem ser deixados ao ar livre pelo risco de contaminação imediata local ou pela dispersão doscontaminantes pelo vento ou pela água da chuva (SILVA JUNIOR, 2002; FORSYTHE, 2002; DOMINGUES; LANGONI, 2001). Rodízio dos desinfetantes Não se deve misturar ou combinar desinfetantes, pois podem causar a neutralização do poder desinfetante ou reação química, Higiene e profilaxia animal 20 Unidade 3 Instalações, higiene da água e alimentos. Manejo de dejetos produzindo subprodutos tóxicos. Podem incrementar o poder de resistência dos microrganismos. Ou seja, para maior eficácia dos desinfetantes deve- se: evitar desinfetantes tóxicos, irritantes e/ou com odores penetrantes na presença de animais; reduzir o número de desinfetantes corrosivos; empregar desinfetantes com amplo espectro germicida, para o êxito do processo (SILVA JUNIOR, 2002; DOMINGUES; LANGONI, 2001). Propriedades dos desinfetantes: DESINFETANTES Propriedades Glutaraldeído Clorhexidina Cloro Iodo Fenol Amônia Quaternária Formol Bactericida + + + + + + + Fungicida + - - + + +/- + Viricida + + +/- + + +/- + Toxicidade + - + - + - + Faixa de pH efetivo Alcalino Alcalino Ácido Ácido neutro Alcalino Alcalino Ação - Mat. Org ++++ + + +++ ++++ ++ ++++ UTILIZAÇÃO Equipamentos + + + + + + +/- Água - + + + - + - Pessoal - + + + - + - Lavar/ovos - + + - - + + Piso + +/- - - + + + Pedelúvios + - - - + + - Habitações + - +/- + +/- + + Quadro 1 – Propriedade dos desinfetantes. Fonte: Domingues; Langoni (2001). Unidade 3 Instalações, aspectos higiênicos da água para os animais de produção, higiene nos alimentos e manejo de dejetos Síntese: nesta unidade, mostraremos como devem ser as instalações para abrigar animais, como também o cuidado que devemos ter com a higiene da água e dos alimentos a serem usados na alimentação deles. Instalações As instalações são um conjunto de construções que permitem racionalizar a criação, devendo ser apropriadas e bem divididas, sempre levando em conta a viabilidade econômica. Os animais de interesse zootécnico devem ser alojados adequadamente, proporcionando um ambiente agradável, assim os animais respondem como boa produção e manifestam um bom estado de saúde. As instalações, juntamente com os aspectos genéticos, Ao final da leitura desta unidade, execute as atividades descritas no AVEA. Higiene e profilaxia animal 21 Unidade 3 Instalações, higiene da água e alimentos. Manejo de dejetos nutricionais e sanitários, quando trabalhados em conjunto, propiciam condições favoráveis para os índices de produtividade. As instalações variam quanto ao tipo, decorrente de alguns fatores, tais como: clima, aspectos econômicos, tipo de exploração, não podendo nos esquecer da tradição de determinados criadores. Em certos casos ocorrem insucessos na produção devido às instalações serem impróprias, inadequadas, mal planejadas, para determinada exploração, devendo ser observada sempre a condição necessária para que permitam ser higienizada (DOMINGUES; LANGONI, 2001; PEREIRA, 1987; AGIRRE; GUELFI FILHO, 1986;). Considerações sobre o planejamento das edificações Em primeiro lugar, devemos sempre levar em conta o aspecto conforto para resultar em produção. Planejar o local obedecendo alguns critérios como: localização da propriedade, energia elétrica, água, transporte e acessos, comunicação, armazenamento, combustíveis necessários, manipulação de dejetos, drenagem etc. Em relação à construção observar: controle do clima interno, controle sanitário, equipamentos, instrumentos, espaço físico (área), comportamento animal etc. Na parte econômica devemos considerar o custo da obra. Construção x tipo de exploração A exploração animal deve respeitar as características da espécie a ser explorada. De acordo com o tipo de construção rural deverão ser verificados os seguintes itens: ser econômicas e funcionais, arejadas, seguras, sólidas, duráveis e que permitam fácil limpeza e desinfecção. Da mesma forma o “Conforto térmico” (calor, frio, proteção contra ventos dominantes (fortes), ventilação mecânica ou natural) e o “Conforto físico” para não causar lesões traumáticas nos animais (piso adequado) devem ser considerados pelo produtor e o técnico como uma ferramenta importante para a produção animal. As instalações devem fornecer também ferramentas para o controle de doenças, sistemas de alimentação e de água com qualidade, densidade dos animais, sistema de tratamento dos dejetos etc. A satisfação comportamental dos animais, com condições de deslocamento (caminhar), deitar-se, exercer suas funções fisiológicas sem restrições é de suma importância. A ocorrência das enfermidades deve-se, sobretudo, a animais criados em ambientes fechados, confinados, aglomerados, quando comparados a animais criados a campo. Mas há que se considerar também que as propriedades dos microrganismos, os quais têm maiores Higiene e profilaxia animal 22 Unidade 3 Instalações, higiene da água e alimentos. Manejo de dejetos possibilidades de serem transmitidos entre os animais em ambientes fechados, e a falta de condições higiênico-sanitárias contribuem para o aparecimento das enfermidades (DOMINGUES; LANGONI, 2001; PEREIRA, 1987; AGIRRE; GUELFI FILHO, 1986). Ar, ventilação e gases nocivos A ventilação é muito importante para que ocorra a renovação do ar nos processos vitais por intermédio dos pulmões, resultando no metabolismo basal. Quando ela não acontece, o ar torna-se viciado, apresentando níveis de dióxido de carbono elevado no ambiente, dificultando, assim, a respiração dos animais. Quando as instalações são mal ventiladas, o ar, além de apresentar níveis de dióxido de carbono, pode carregar gases nocivos, destacando-se o gás amoníaco, que é decorrente da degradação da urina. Estes gases além de produzirem lesões nas mucosas, ocular, laringe, traquéia e pulmões, predispõem os animais a outras enfermidades. Quando nas instalações sentirmos a presença do gás amoníaco, significa que as instalações são mal ventiladas (DOMINGUES; LANGONI, 2001; PEREIRA, 1987; AGIRRE; GUELFI FILHO, 1986; JARDIM, 1973). A água Aspectos higiênicos da água: A água é um líquido que está presente em todos os tecidos animais e vegetal, sendo imprescindível aos processos vitais. Os animais utilizam a água como regulador térmico na manutenção de eletrólitos nos fluídos corpóreos, compensando ainda as suas perdas pelas funções orgânicas. O fornecimento da água de boa qualidade constitui um desafio em muitas regiões, com significativa repercussão no campo social e econômico. Além da sua importância como fonte de vida, também pode participar na transmissão de muitas doenças. A necessidade do consumo de água entre os animais varia de acordo com a espécie, idade, produção, tipo de alojamento, condições ambientais e o tipo de alimentação. A qualidade da água destinada ao consumo animal deve ser considerada como um fator extremamente importante no êxito da produção animal. A baixa qualidade da água afeta diretamente no desempenho produtivo dos animais. O fornecimento de água de boa qualidade constitui um desafio em muitas regiões mundiais, com significativa repercussão no campo social e econômico, pois, além de sua importância como fonte de vida, ela pode participar na transmissão de enfermidades, sendo algumas delas consideradas zoonoses (ARENALES; ROSSI, 2001; DOMINGUES; LANGONI, 2001; NETO, 2000; JARDIM, 1973). Higiene e profilaxia animal 23 Unidade 3 Instalações, higiene da água e alimentos. Manejo de dejetos Captação e armazenamento A água pode ser de origem atmosférica, superficial e de profundidade ou subterrânea. Consideramos a água de origem atmosférica, a da chuva, da neve, do granizo; as águas superficiais, as de lagos, lagoas, rios, cursos d’água e de reservatórios artificiais; e as de profundidades, aquelas de fontes e de poços. Padrões de potabilidade da água: A presença de minerais naturais na água reflete as características das camadas geológicas do leito da fonte de captação. A presença de nitratos é resultantede infiltração de material orgânico, como do esgoto; e os coliformes, devido à infiltração de material fecal. Os padrões de qualidade para as águas de abastecimento são conhecidos como “padrões de potabilidade”. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a água pura é um líquido incolor, inodoro, insípido e transparente, porém, geralmente, encontramos este solvente contendo inúmeras impurezas (DOMINGUES; LANGONI, 2001). Características físicas da água: Dentre as características físicas da água iremos avaliar a cor, sabor e o odor. A cor, turvação ou transparência, se dá pela presença de terra, lama, algas e outros elementos que tornam a água turva: presença de partículas acima citadas, dissolvidas ou em suspensão. O sabor deve ser insípido, ou seja, sem sabor, porém poderá haver sabor decorrente da presença de sais minerais. Sabor amargo geralmente decorre da presença de sulfato de ferro e de manganês. A presença de sais minerais diversos pode propiciar odores diversos, tornando a água imprópria para consumo. Por exemplo, o mal cheiro igual ao de uma fossa é decorrente da presença de sulfureto de hidrogênio, conhecido com águas sulfurosas (DOMINGUES; LANGONI, 2001). Características químicas da água: É de suma importância, tanto no ponto de vista sanitário como econômico, detectar-se as características químicas da água, podendo acontecer por meio de exames laboratoriais. Algumas características a serem detectadas: dureza, pH, sulfatos, nitritos e nitratos, sódios e cloretos, ferro e manganês, substâncias tóxicas dentre outros. A dureza da água é conferida principalmente pela presença dos íons de cálcio (Ca2+) e magnésio (Mg2+). Estes íons produzem e conferem a dureza da água, podendo causar obstruções no sistema hidráulico dos bebedouros. Higiene e profilaxia animal 24 Unidade 3 Instalações, higiene da água e alimentos. Manejo de dejetos O pH é um termo universalmente usado para expressar uma condição alcalina ou ácida, medindo a concentração de hidrogênio ou sua atividade. A escala varia entre 0,0 a 14,0, sendo que abaixo de 7,0 é considerada ácida, 7,0 neutra e acima de 7,0 alcalina. Quando a água tem pH ácido é menos palatável, corrói metais, pode afetar o desempenho dos animais, prejudicar a qualidade da casca de ovos de poedeiras etc. (SILVA JUNIOR, 2002; DOMINGUES; LANGONI, 2001; FALCIONI, 1970). Os sulfatos, dentre eles o sulfato de sódio ou sulfato de magnésio, podem conferir efeito laxativo, geralmente isto acontece em animais jovens. Quando associados aos íons de cálcio e magnésio, o íon sulfato pode ocasionar a dureza. O sulfureto de hidrogênio é caracterizado pelo odor semelhante ao do ovo podre. Os nitratos podem ser de origem orgânica, decorrente da contaminação por fertilizantes ou por ambientes onde a água tenha tido contato com fezes de animais. Os nitratos não são tóxicos, porém, pela ação microbiana no trato intestinal é convertida em nitrito, que são substâncias tóxicas para os animais. O sódio e cloretos em altas concentrações ocasionam o aumento do consumo de água. Níveis de 5.000 ppm de sódio afetam a palatabilidade, podendo ocasionar perda de peso e diarréia. Os cloretos são um indicador de poluição das águas naturais por esgotos domésticos. O ferro e o manganês, quando associados, conferem à água sabor amargo, coloração amarela e turva (SILVA JUNIOR, 2002; DOMINGUES; LANGONI, 2001; FALCIONI, 1970). Características biológicas da água A água pode estar contaminada por uma série de microrganismos infecciosos, dentre estes as bactérias, os vírus, os fungos, os parasitas. Alguns desses agentes podem ser as causas de epidemias, tanto para a população animal quanto para a população humana. A presença de algumas bactérias, como a Escherichia coli, é um indicador de contaminação por coliformes fecais, originária de fezes, tanto de animais bem como de humanos. As águas não tratadas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), chegam a ser responsáveis em torno de 80% pelas doenças em países em desenvolvimento. Exemplos de enfermidades que podemos citar são: salmonelose, leptospirose, tuberculose, colibacilose, brucelose, cólera, botulismo, ascaridíase, amebíase, hepatite infecciosa e outras (QUINN et al, 2005; FORSYTHE, 2002; DOMINGUES; LANGONI, 2001; MURRAY et al, 2000). Higiene e profilaxia animal 25 Unidade 3 Instalações, higiene da água e alimentos. Manejo de dejetos Análise da água Para termos o controle da qualidade da água, devemos realizar análises periódicas a fim de obtermos informações relevantes, permitindo avaliação de sua potabilidade, grau de poluição, etc. A análise microbiológica identifica se há presença de microrganismos na água; a análise química a concentração de íons orgânicos e inorgânicos. As análises devem ser realizadas de preferência em laboratórios reconhecidos pelos órgãos públicos (FORSYTHE, 2002; SILVA JUNIOR, 2002; DOMINGUES; LANGONI, 2001; MURRAY et al, 2000). Colheita de amostras para exame A colheita de amostras de água para serem analisadas depende de critérios, a fim de evitar erros. Primeiramente devemos utilizar frascos para coleta de vidro devidamente esterilizados, com a tampa protegida de preferência com rosca. Transportar o mais rápido possível para o laboratório, não excedendo 24 horas após a coleta. Conservar a amostra em ambiente com temperatura de refrigeração, podendo ser utilizado gelo reciclável, devidamente acondicionado em caixas térmicas. Em casos em que a água é clorada utilizar frascos contendo neutralizantes do cloro residual. O frasco deve ser mantido fechado até o momento da coleta, a qual deve ser representativa da água utilizada pelos os animais. Deve-se coletar, no mínimo, 100 ml da água. As amostras devem conter identificação do local, data, quem coletou e uma numeração de acordo com a ordem de coleta 1, 2, 3... (DOMINGUES; LANGONI, 2001). Tratamento da água O tratamento deverá ser realizado após a análise laboratorial, tendo como objetivo reduzir o mínimo as impurezas, tornando a água potável. O produto rotineiramente utilizado é hipoclorito de sódio a 10%, recomendando 100 ml para cada 1.000l de água ou água sanitária que também é a base de hipoclorito de sódio a 2,5%; recomenda-se 200 ml para cada 1.000l de água (FORSYTHE, 2002; DOMINGUES; LANGONI, 2001). Higiene nos alimentos Todo alimento tem que apresentar qualidade, oferecendo o máximo de segurança, a fim de impedir a transmissão de agentes causadores de enfermidades a partir dos alimentos. Alguns agentes, como os fungos pertencentes aos gêneros Penicillium spp., Aspergillus spp e a bactérias, pertencentes aos gêneros Salmonella spp e Clostridium spp, são exemplos de microrganismos que podem ser veiculados por intermédio dos Higiene e profilaxia animal 26 Unidade 3 Instalações, higiene da água e alimentos. Manejo de dejetos alimentos uma vez contaminados (QUINN et al, 2005; FORSYTHE, 2002; DOMINGUES; LANGONI, 2001; BARBOSA; TORRES, 2000). Outros fatores interferem no desempenho zootécnico dos animais, tais como: resíduos de inseticidas; pregos; arame; fragmentos de vidros e plásticos; corpos estranhos que podem causar lesões como reticulite, pericardite e peritonite (FORSYTHE, 2002; DOMINGUES; LANGONI, 2001). Fungos e micotoxicoses Os fungos são microrganismos que podem causar muitos danos a saúde animal e podem se apresentar sob três formas: as micoses, as alergias e as micotoxicoses. As micoses são resultantes da invasão e colonização de um tecido; as alergias se dão por reações de hipersensibilidade por meio dos conídios; e as micotoxicoses são causadas pela ingestão de alimentos contaminados com metabólicos fúngicos, que apresentam ações tóxicas e são denominados de micotoxinas (QUINN et al,2005; FORSYTHE, 2002; DOMINGUES; LANGONI, 2001; MURRAY et al, 2000). Espécies de animais criadas em confinamento, como as aves e os suínos, são extremamente sensíveis a ação destas toxinas. Um dos fatorespredisponentes a contaminações por micotoxinas é a falta de condições básicas para acondicionamento de rações e de seus ingredientes. Os problemas causados por essas toxinas independem do grau de visibilidade de mofo nos ingredientes ou nas rações, ou seja, em certos casos não está aparentemente visível a presença dos fungos, mas as toxinas poderão estar presentes. Assim, o termo micotoxicose reflete as doenças causadas aos animais e ao homem pelas micotoxinas. As toxinas mais comuns na produção animal são: a aflatoxina (B1 e B2, G1 e G2, M1 e M2), a ocratoxina, a zearalenona, dentre outras. Já foram detectadas a presenças dessas toxinas em determinados cereais como: milho, trigo, aveia, cevada, centeio, arroz, amendoim, soja, sorgo e coco. O amendoim é uma das matérias primas mais perigosa, sendo que, na década de 60 na Inglaterra, foi importado do Brasil torta de amendoim para ração de perus, a qual ocasionou a maior mortalidade já conhecida de aves por micotoxinas no caso a aflatoxina. No caso da aflatoxina, ela permanece ativa a temperaturas de +220o C, sendo extremamente termoresistente. A intoxicação aguda mata animais jovens em torno de 48 horas; no caso crônico, leva à diminuição da resposta orgânica a doenças: lesão hepática, insuficiência hepática, cirrose, porém os sinais clínicos são variáveis dentro de uma mesma espécie animal (QUINN et al, 2005; FORSYTHE, 2002; MOURA; al,2002; DOMINGUES; LANGONI, 2001; MURRAY et al, 2000). Higiene e profilaxia animal 27 Unidade 3 Instalações, higiene da água e alimentos. Manejo de dejetos Bactérias Segundo os pesquisadores brasileiros, a Salmonella spp. é a bactéria que tem maior expressão em processo de contaminação de alimentos, principalmente a de origem animal. É uma bactéria de origem fecal, portanto é eliminada pelas fezes. Outros agentes bacterianos pertencem aos gêneros Clostridium spp., (C. botulinum), Mycobacterium spp., (M. avium), Listeria monocytogenes, Echerichia coli, Enterobacter cloacae, dentre outros agentes que são responsáveis por enfermidades veiculadas por alimentos uma vez contaminados (QUINN et al, 2005; FORSYTHE, 2002; SILVA JUNIOR, 2002; DOMINGUES; LANGONI, 2001). Manejo de dejetos Define-se como dejetos, o conjunto de fezes, urina, água desperdiçada dos bebedouros, água de higienização e resíduos de ração, resultantes dos processos de produção. A preservação ambiental, preocupação básica de qualquer sistema de produção, deve estar presente em qualquer atividade, em especial no manejo dos dejetos e rejeitos de animais. Prioritariamente, os dejetos devem ser usados como adubo orgânico, respeitando sempre as limitações impostas pelo solo, água e planta. Quando isso não for possível, há necessidade de tratar os dejetos adequadamente, de maneira a não oferecer riscos de poluição quando retornarem à natureza (DIESEL et al, 2002; ARENALES; ROSSI, 2001; DOMINGUES; LANGONI, 2001; SESTI et al, 1998; KONZEN, 1983). A produção de dejetos ocorre principalmente nas criações de suínos, aves e bovinos leiteiros. Os dejetos uma vez mal manejados oferecem riscos sanitários ao homem e aos animais. A retirada dos dejetos de forma deficiente dificulta as condições higiênicas das instalações, favorecendo a difusão de MO patogênicos, a proliferação de moscas, de parasitas, odores desagradáveis e de gases nocivos ao sistema (criações de suínos e de aves). Os resíduos podem carrear agentes etiológicos, que podem sobreviver por um longo período na água constituindo desta forma uma fonte de infecção. Como exemplo, uma vaca adulta elimina o equivalente a 9% de seu peso por dia, sendo que 60% fezes com teor de água em média 85%. Um suíno contendo 100 kg de peso elimina aproximadamente 10% do seu peso por dia, sendo 40% das fezes com um teor de água em média 80%. Uma ave de 02 Kg elimina em forma de fezes (100 % dos seus dejetos) o equivalente a 10% de seu peso com um teor de água de 75%. Higiene e profilaxia animal 28 Unidade 3 Instalações, higiene da água e alimentos. Manejo de dejetos ESPÉCIE PRODUÇÃO DIÁRIA (KG) Bovino adulto estabulado 25 a 30 Bovino adulto semi-estabulado 10 a15 Eqüinos 10 Ovinos 2,8 Suínos adultos (70 Kg) 2,0 Aves 0,12 Quadro 2: Produção diária de dejetos por espécie em Kg. Fonte: Domingues; Langoni (2001). Produção de gases nocivos A produção de gases em excesso pode interferir nos processos metabólicos, predispondo a doenças localizadas e sistêmicas: conjuntivites, rinites, bronquites, dentre outras. O gás de amônia ou amoníaco, derivado da degradação da uréia, tem um odor, cheiro que incomoda; normalmente encontrado em locais fechados. Os sintomas mais frequentes são tosse, espirro, secreção nasal, edema pulmonar, ascite e morte por asfixia. O gás sulfídrico (H2S) tem cheiro de “ovo podre”, o qual é derivado da degradação de compostos orgânicos. Manejo dos dejetos • Estabelecer um projeto de coleta, armazenagem, tratamento, transporte e disposição dos dejetos de acordo com as características da propriedade; • Quando houver área suficiente para o uso dos dejetos, como fertilizante orgânico, construir esterqueiras para armazenamento do dejeto, com tempo de retenção mínima de 120 dias, recomendado pelos Órgãos de Fiscalização Ambiental; • Não havendo área suficiente para recebimento de dejetos, maximizar e valorizar a produção de lodo ou composto para atender à capacidade de absorção da propriedade e tratar o excesso de acordo com a Legislação; • Adotar sistema de separação de fases (decantador), combinado com sistemas de tratamento, como lagoas anaeróbias facultativas e de aguapé; • Dimensionar o decantador de acordo com a característica dos dejetos e da vazão diária e as lagoas, através da carga orgânica gerada diariamente; • Utilizar tecnologias de tratamento dos resíduos, tanto na fase líquida, através de sistema de lagoas para remoção dos nutrientes e do odor, quanto na fase sólida, através do processo de compostagem ou geração de biogás; Higiene e profilaxia animal 29 Unidade 3 Instalações, higiene da água e alimentos. Manejo de dejetos • Manter as calhas de coleta de esterco dos suínos com líquido suficiente para cobrir o esterco (água de desperdício de bebedouros e urina). A água não deixa as larvas das moscas viverem no esterco; • A água de limpeza com desinfetante deve ser desviada para um sumidouro para não atrapalhar a fermentação do esterco; • Se a canaleta externa de coleta de esterco for muito rasa ou for a desnível, que não permita a manutenção da água, raspar o esterco para a esterqueira duas vezes por semana, antes de as larvas das moscas formarem o casulo; • O esterco misturado à maravalha, usada na maternidade ou em outras baias de animais, deve ser destinado à compostagem em leiras cobertas com lona plástica ou em composteiras construídas em alvenaria. A segurança sanitária é um item que também deve ser levado em conta na reciclagem dos dejetos. Para diminuir os riscos envolvidos na reciclagem dos dejetos e a disseminação de organismos, potencialmente prejudiciais a humanos, animais e/ou ao ambiente, além de todos os cuidados sanitários aplicados aos rebanhos, mostra-se prudente assegurar um tempo mínimo de retenção de 30 dias para a decomposição dos dejetos em sistemas anaeróbios ativos, antes de utilizá-los como fertilizante (ARENALES; ROSSI, 2001; DOMINGUES; LANGONI, 2001; SESTI et al, 1998). O reaproveitamento dos dejetos como fertilizante na propriedade requer área disponível e distanciamento dos corpos d’água (rio, córrego, açude, nascentes, lagoa, etc.). A disposição do resíduo no solo deve obedecer aos seguintes critérios: • Proceder à análise do solo; • Seguir as recomendações de segurança sanitária; • Não ultrapassar a capacidade de absorção do sistema solo planta; • Utilizar técnicas adequadas de conservação do solo; • Procurar utilizar o plantio de espécies exigentes em N e P. Os dejetos de suínos são um composto multinutriente,cujos elementos se encontram em quantidades desproporcionais em relação aos assimilados pelas plantas. Quando os dejetos são aplicados ao solo com base na demanda total das plantas, de qualquer um dos elementos N-P-K, os demais geralmente estarão em excesso (ARENALES; ROSSI, 2001; DOMINGUES; LANGONI, 2001; SESTI et al, 1998). Com o acúmulo de nutrientes no solo, surge o risco de fitotoxicidade às plantas e de perdas de nutrientes por erosão e lixiviação, que poderão causar a poluição das águas e do solo, cuja gravidade será tanto maior quanto menos se observar o princípio do balanço de nutrientes e as boas práticas agronômicas (ARENALES; ROSSI, 2001; DOMINGUES; LANGONI, 2001). Higiene e profilaxia animal 30 Unidade 4 Ecto e endo parasitas. Moscas. Roedores. Vacinas. Zoonoses Geração de energia pela biodigestão anaeróbia dos dejetos O gás resultante da digestão anaeróbia dos dejetos (biogás) pode ser utilizado na produção de energia. Utilizando o processo de produção de gás com lona de PVC, colocada sobre o depósito de dejetos, há uma redução do custo de implantação, redução dos níveis de patógenos e do poder poluente, redução de odores e substituição de combustíveis como lenha, GLP e energia elétrica. O biogás pode ser utilizado para aquecimento de aviários, banheiros e instalações para suínos (DOMINGUES; LANGONI, 2001; KONZEN, 1983). Nº de Matrizes BIOD (m3) BIOG (m3/d) BIOF (kg/d) 12 25 12 1000 24 50 25 2000 36 75 37 3000 60 125 62 5000 Quadro 3: Volume de biodigestor (BIOD), produção diária de biogás (BIOG) e biofertilizante (BIOF), de acordo com o dimensionamento do rebanho. Fonte: Konzen (1983). Outros materiais poluentes Os materiais poluentes como lixo e embalagens também devem ser objeto de preocupação, seguindo procedimentos adequados de armazenamento e disposição, a saber: • Armazenar em recipientes com tampa, frascos e embalagens usadas de medicamentos e desinfetantes ou outro produto veterinário, encaminhando-os a postos de coleta locais ou regionais. • Dar destino adequado a todo o lixo produzido no sistema de produção, de forma a não causar nenhum dano ao ambiente. Unidade 4 Ecto e endo parasitas, controle da mosca e de roedores, princípios gerais de vacinas e vacinação e zoonoses Síntese: nesta unidade, apresentaremos conceitos e veremos a constituição dos ecto e endo parasitas, como identificá-los e como realizar o controle deles. Ecto e endo parasitas Podemos definir como parasita, um organismo que habita a superfície ou interior de um organismo, denominado de hospedeiro Ao final da leitura desta unidade, execute as atividades descritas no AVEA. Higiene e profilaxia animal 31 Unidade 4 Ecto e endo parasitas. Moscas. Roedores. Vacinas. Zoonoses (humano e/ou animal). A ação dos parasitas nos hospedeiros é variável, podendo muitas vezes ocasionar graves prejuízos para os animais de interesse zootécnico (FOREYT, 2005; ROMERO, 1986). Endoparasitas Entende-se por endoparasitas, o parasita que vive no interior de um animal e/ou em um humano. Os agentes são conhecidos popularmente como vermes; causam nos hospedeiros parasitados as conhecidas “verminoses”, sendo academicamente conhecidos como helmintos, causadores das “helmintoses”, que são os mesmos agentes. As endoparasitoses ou helmintoses podem causar sérios danos aos produtores rurais, principalmente os relacionados ao aspecto econômico, como: o retardo no desenvolvimento; crescimento e desempenho dos animais; diminuição na produção de leite, ovos, carnes, lãs e outros; além do aumento da taxa de mortalidade. Como endoparasitas temos os helmintos ou vermes e os protozoários. Os helmintos estão divididos em “nematódeos, cestódeos e trematódeos”. Os nematódeos são denominados assim pela sua característica física em formato redondo como, por exemplo, o Ascaris lumbricóides; os cestódeos são assim denominados por apresentarem suas características físicas em forma de fita achatada, chato como, por exemplo, a Taenia solium; e os trematódeos são assim denominados por apresentarem as suas características físicas em forma de uma folha, como a Facíola hepática. Quanto aos protozoários são importantes na produção animal, como no caso do gênero Eimeria spp, que causa danos no trato digestivo, principalmente de aves e de suínos, causando lesões nas células epiteliais do trato. Também há outros gêneros: Giárdia spp, Cryptosporidium spp, entre outros (QUINN, et al, 2005; MURRAY et al, 2002; DOMINGUES; LANGONI, 2001; PELCZAR et al, 1997). Controle da verminose A otimização da produção animal se deve ao controle higiênico sanitário preventivo em primeira opção e posteriormente ao curativo. Hoje, o mercado de fármacos apresenta uma série de produtos à disposição do produtor, decorrente de sua rápida evolução. Os fármacos que serão utilizados apresentam a denominação de “anti-helmíntica”, popularmente conhecida como remédio de vermes. Essas drogas agem no parasita, diretamente nos órgãos vitais, para a sobrevivência destes. Elas podem agir na sua capacidade Higiene e profilaxia animal 32 Unidade 4 Ecto e endo parasitas. Moscas. Roedores. Vacinas. Zoonoses “neuromuscular”, promovendo a paralisia total, e, consequentemente, a expulsão do parasita, com auxilio dos movimentos peristálticos do trato digestivo, para o meio externo, praticamente morto. Também, podem agir bloqueando todos os processos “energéticos”, resultando na paralisia e morte por inanição (FOREYT, 2005; QUINN, et al, 2005; MURRAY et al, 2002; DOMINGUES; LANGONI, 2001; PELCZAR et al, 1997). Quando da escolha do fármaco a ser empregado, devem-se observar três fatores importantes: a eficácia ou eficiência; segurança ou toxicidade e o custo benefício. Identificação do parasito Para executarmos o tratamento, a compra do medicamento, devemos em primeiro lugar fazer uma análise laboratorial dos excrementos, a fim de avaliar o grau de infestação e quais são os agentes. Poucas parasitoses se manifestam com sintomas clínicos bem definidos e claros em torno de 0,5%, as demais formas são subclínicas ou crônicas. Alguns sinais da presença dos agentes no organismo animal são: pêlos arrepiados e sem brilho; emagrecimento; diarréia; falta de apetite; edema submandibular (papeira); anemia e desidratação. No caso de verminoses pulmonares, observa-se corrimento nasal intenso e dificuldade de respirar (FOREYT, 2005; QUINN, et al, 2005; DOMINGUES; LANGONI, 2001; ROMERO, 1986). Ectoparasitas Eles são os transmissores de várias enfermidades para o homem e para os animais, sendo desta forma de suma importância verificar o que eles causam e suas características. Causam diversos prejuízos tais como: lesões cutâneas, ocasionando perdas nos lucros na comercialização do couro; perda de sangue facilitando a miíases (bicheiras); transmissão de doenças como: a babesiose, anaplasmose, dentre outras enfermidades. Os ectoparasitas se caracterizam por serem artrópodes (carrapatos e ácaros) e insetos (moscas, mosquitos, piolhos, pulgas, baratas, percevejos e outros) (FOREYT, 2005; QUINN, et al, 2005; MURRAY et al, 2002; DOMINGUES; LANGONI, 2001; PELCZAR et al, 1997). Controle dos ectoparasitas Hoje, no mercado, existem diversos produtos a serem aplicados nos mais diversos tipos de ectoparasitas: injetáveis por meio de uma aplicação intramuscular; banhos carrapaticidas e sarnicidas; dentre outros (FOREYT, 2005; MURRAY et al, 2002; DOMINGUES; LANGONI, 2001; PAIVA, 1994). Higiene e profilaxia animal 33 Unidade 4 Ecto e endo parasitas. Moscas. Roedores. Vacinas. Zoonoses Moscas As moscas, como outros artópodes, são causadores de inúmeras enfermidades ao homem e aos animais. De acordo com o modo de ação, dividimos em duas partes: as causadoras de doenças e de desconforto e as que agem como vetor mecânico e biológico. As moscas apresentam três distintos mecanismos de transmissão de agentes patogênicos: pela ingestão de agentes patogênicos,com a consequente eliminação em suas fezes; pelo regurgitamento de agentes patogênicos após armazenamento temporário no próventrículo em forma de gotículas nos alimentos (vômito) e pela dispersão de germes nos alimentos pelas patas e pelas labelas (DOMINGUES; LANGONI, 2001; PAIVA, 1994). Entende-se por miíases ou bicheiras a invasão e a evolução de larvas de moscas em tecidos humanos e animais. As miíases podem ser classificadas como: cutânea, ocorrendo na pele e no tecido conjuntivo subcutâneo e a cavitária, ocorrendo nas fossas nasais e no sistema digestivo (DOMINGUES; LANGONI, 2001; NETO, 2000; ROMERO, 1986). No que se refere à evolução, podem ser classificadas em: biontófagas aparecem em tecido animal vivo, causadas principalmente pelas larvas, desenvolvem-se em lesões abertas recentes; necrobiontófagas quando aparecem em tecido necrosado e em feridas; e necrófagas, são as que aparecem em cadáveres. Aspectos biológicos e de controle de moscas A mosca Dematobia hominis ou mosca do berne se utiliza de outros dípteros para veicular os seus ovos como, por exemplo, a mosca dos estábulos Stomoxys calcintrans e mosquitos. Ela deposita no abdômen destes vetores seus ovos, e, quando esses agentes entram em contato com o hospedeiro, promove o contato do ovo da mosca com a pele. Logo em seguida ocorre a eclosão destes ovos e as larvas penetram, invadem a pele do hospedeiro, ocasionando a lesão. A mosca Coclliomya hominivorax ou mosca da bicheira se utiliza de uma porta de entrada, uma lesão, uma ferida recente, para depositar seus ovos; após a eclosão deles, as larvas se alimentam de seus tecidos vivos, resultando na contaminação local. A musca domestica tem local preferível onde há alimentos sólidos ou líquidos expostos; a stomoxys calcintrans ou mosca dos estábulos é uma mosca hematófaga, alimenta-se de sangue, assim como a Haematobia irritans ou mosca dos chifres, causando estresse nos animais, resultando, respectivamente, em perda e ganho de peso. Outro artrópode é a Oestrus ovis, que causa a oestrose dos ovinos, são agentes cavitários, principalmente nas narinas onde penetram Higiene e profilaxia animal 34 Unidade 4 Ecto e endo parasitas. Moscas. Roedores. Vacinas. Zoonoses para depositar os seus ovos; ao eclodir as larvas, penetram na cavidade nasal, migram para os seios frontais, provocam secreções nasais, podendo ou não conter sangue; os espirros, advindos do processo descrito, podem inflamar os seios nasais e o cérebro causando, consequentemente, a morte do animal. A mosca do gênero Gasterophilus, espécie nasalis, também são agentes cavitários; suas larvas se depositam na mucosa gástrica dos equinos, causando lesões locais, comprometendo de certa forma o processo digestivo do animal (FOREYT, 2005; DOMINGUES; LANGONI, 2001; PAIVA, 1994; ROMERO, 1986). Roedores Os roedores são mamíferos da ordem rodentia, terrestres, ocasionalmente arborícolas ou semi-aquáticos; entre eles estão os esquilos, ouriços, preás, capivaras, hamsters e outros, porém, iremos estudar os roedores que são nocivos ao homem e aos animais, como os ratos. Estes roedores são importantes do ponto de vista econômico por destruir de 10 a 40% do total de alimentos produzidos pelo homem. Eles danificam sacarias e depósitos de alimentos e ainda provocam incêndios ao roerem as capas de fios elétricos, causando o curto-circuito. O controle destes roedores é de suma importância do ponto de vista de saúde pública, pelo fato deles transmitirem várias doenças, como a leptospirose, salmonelose e a peste bubônica. Tipos de roedores nocivos São mamíferos comensais, habitando locais onde haja alimento, esconderijo e água. Contém dentes incisivos de crescimento contínuo, necessitando desta forma de roer, a fim de praticar o desgaste dentário. Apresentam hábitos noturnos e são vistos, ocasionalmente, à luz do dia, sobrevivendo em ambientes adversos. Os ratos mais problemáticos são: a ratazana, Rattus norvegicus, com raio de ação em torno de 30 a 45 metros; o rato, Rattus rattus, com raio de ação em torno de 30 a 45 metros; e o camundongo Mus musculus, com raio de ação em torno de 3 a 10 metros (GRINGS, 2006; DOMINGUES; LANGONI, 2001). Característica Ratazana Rato de paiol Camundongo Gestação 22 a 24 dias 20 a 22 dias 19 a 21 dias Ninhada/ano 08 a 12 04 a 08 05 a 06 Filhotes/ninhada 07 a 12 07 a 12 03 a 08 Idade ao desmame 28 dias 28 dias 25 dias Idade de maturidade sexual 60 a 90 dias 60 a 75 dias 40 a 45 dias Vida média 24 meses 18 meses 12 meses Quadro 4: Características biológicas dos roedores. Fonte: Domingues; Langoni (2001). Higiene e profilaxia animal 35 Unidade 4 Ecto e endo parasitas. Moscas. Roedores. Vacinas. Zoonoses São espertos, desconfiados, possuindo uma audição muito aguçada, capaz de captar qualquer ruído, até o ultra-som. Eles, para se orientarem, costumam deixar odores, como a urina para marcar as trilhas. O bigode e os pêlos são de grande valia, pois esses são responsáveis pelo tato, principalmente à noite para seu deslocamento; o olfato é muito sensível e apurado; o paladar é bem desenvolvido, discriminando e memorizando os diferentes sabores dos alimentos. Os sinais indicativos da presença deles é a própria presença, vivos ou mortos; trilhas, esconderijos, manchas e odor de urina, roeduras, presença de pêlo e das fezes em forma de bastonetes (GRINGS, 2006; KICH et al, 2002; DOMINGUES; LANGONI, 2001). Controle de roedores É realizado por meio de um conjunto de medidas que visam a eliminação física: modificação do ambiente, tornando-o impróprio para a sua proliferação. Para tal, as medidas são denominadas de anti-ratização e desratização. A anti-ratização visa prevenir a presença do roedor, evitando a sua instalação e proliferação, eliminando fontes de água, alimentos, evitando acúmulo de lixo e restos de alimentos e abrigo. No caso de silos, devem ser bem vedados; sendo que nos sistemas de ventilação e de drenagem, esses devem ser vedados com tela de metal fina. Alimentos em sacas, como rações, milho e outros, devem estar acondicionados em estrados, pallets com uma altura do solo de 40 a 60 cm, distantes de paredes 50 cm. Quanto ao lixo caseiro, acondicioná-los em latas com tampas, sacos de lixo em locais altos de forma a impedir o acesso desses. Em paióis ou em residências que contenham colunas de sustentação, podemos colocar um dispositivo denominado de “chapéu chinês”, podendo ser de metal (lata), plásticos que impedem a subida dos ratos pelos pilares. A desratização visa o combate direto aos ratos, por meio físicos ou mecânicos como as armadilhas, placas com cola, aparelhos de ultra- som ou por meio químico como os venenos (raticidas ou rodenticidas) (GRINGS, 2006; KICH et al, 2002; DOMINGUES; LANGONI, 2001). Princípios gerais de vacinas e vacinações Consiste no estudo essencial da resposta imune, isto é, dos mecanismos pelos quais o organismo é capaz de reconhecer e eliminar substâncias estranhas ao organismo. Graças à vigilância imunológica, os organismos se mantêm íntegros, livrando-se de agentes e de substâncias agressoras, sejam de origem endógena ou exógena, como os microrganismos e seus produtos (DOMINGUES; LANGONI 2002; TIZARD, 1996). Higiene e profilaxia animal 36 Unidade 4 Ecto e endo parasitas. Moscas. Roedores. Vacinas. Zoonoses São três elementos que participam da resposta imune: o antígeno, o anticorpo e o complemento. O antígeno é toda a substância estranha a ser eliminada e que seja capaz de gerar, induzir a produção de anticorpos pelos agentes; o anticorpo é uma globulina que se adapta, tridimensionalmente, para eliminar o antígeno, que em certos casos é capaz de fixar um complemento, formando um complexo facilmente eliminável do organismo. Resistência do organismo à infecção O organismo animal apresenta uma série de defesas naturais para impedir o desenvolvimento dos agentes etiológicos, sendo denominado de defesa orgânica das quais podem ser inespecíficase específicas. A defesa inespecífica é representada pela pele e mucosas, que são as primeiras defesas e um obstáculo mecânico, impregnadas por substâncias bactericidas, como por exemplo: ácidos graxos das secreções sebáceas e sudoríparas, a lisozima, a elastase, a catepsina G, lactoferrina colagenases dentre outras substâncias. Além destes métodos, ocorre a linha de defesa celular ou imunidade natural, ocorrendo a destruição dos agentes etiológicos, pelo processo de fagocitose. A defesa celular é a primeira em que entra em ação, onde as células percorrem o organismo em busca de agentes agressores. Estas células são denominadas de fagócitos, como os micrófagos (leucócitos e neutrófilos) e macrófagos, que se encontram dispersos por todo o organismo em especial a medula óssea, baço, fígado, gânglios linfáticos, vasos sanguíneos, formando desta forma o sistema retículo endotelial (TIZARD, 1996). O fagócito engloba os agentes invasores, digerindo-os e destruindo. Para que ocorra o processo de fagocitose, são necessárias que o organismo contenha algumas substâncias como as opsoninas, que são substâncias promotoras do processo. As opsoninas já existem normalmente no soro sanguíneo, sendo aumentadas durante o processo de imunização ou da doença. A defesa específica ocorre quando a defesa inespecífica é vencida pelo agente, entrando, então, em ação os anticorpos estimulados pela ação primária. A defesa humoral ou imunidade adquirida é estimulada quando os agentes da defesa primária foram vencidos ou não foram suficientes para vencer a invasão de agentes etiológicos. Quando o organismo é atacado, ocorre a produção de anticorpos suficientes contra um determinado agente agressor, estabelecendo desta forma uma imunidade adquirida. Higiene e profilaxia animal 37 Unidade 4 Ecto e endo parasitas. Moscas. Roedores. Vacinas. Zoonoses Os antígenos são de natureza protéica ou associada a proteínas que estimulam a resposta imunogênica, isto é, a produção dos anticorpos. As imunoglobulinas são produzidas pelos plasmócitos, derivados do linfócito B, dentre elas estão: IgM, IgG, IGA, IgE e IgD. A IGA está presente nas mucosas e as demais na circulação (MURRAY et al., 2000; TIZARD, 1996). Formas de imunização Podem ser de dois tipos: ativa e passiva. Quando o organismo reage formando anticorpos são denominados de ativa, e quando o organismo recebe o anticorpo já elaborado é denominada de passiva. A imunidade ativa pode ser naturalmente adquirida após uma infecção ou artificialmente por vacinações. A imunidade passiva pode ser adquirida naturalmente quando proveniente da mãe via colostro ou via trans- uterina, e ainda induzida com a soroterapia, na qual são utilizados anti- soros específicos para determinado antígeno. Ex: Soro antitetânico, anti-rábico dentre outros. Vacinação e vacinas As vacinas são produtos biológicos contendo agentes infecciosos ou antígenos contra os quais queremos imunizar os animais, portanto são antígenos introduzidos no organismo, a fim de provocar uma reação ativa, resultando na formação de anticorpos contra uma determinada enfermidade. A imunidade ativa adquirida de forma natural (após a infecção) ou de maneira artificial (vacinação) tem um prazo mais ou menos de duração longa dependendo de alguns fatores que são: - Tipo de enfermidade; - Tipo de vacina; - Espécie animal; - Idade e sexo; - Estado sanitário e corporal; - Outros. A produção de anticorpos na segunda dose da vacina é maior e bem mais intensa e rápida, considerando a primeira vacinação (DOMINGUES; LANGONI 2002; TIZARD, 1996). Aspectos que contribuem para um excelente resultado vacinal: - Dose; - Vacinas monovalentes, evitar polivalentes (potencialização); Higiene e profilaxia animal 38 Unidade 4 Ecto e endo parasitas. Moscas. Roedores. Vacinas. Zoonoses - Animais sadios, bom estado corporal; - Vias de aplicação; - Conservação das vacinas; - Vencimento das vacinas; - Equipamentos limpos e higienizados sem resíduos anteriores; - Outros. Classificação das vacinas As vacinas de acordo com a vitalidade de seu antígeno classificam-se em: vivas ou atenuadas, mortas e toxóides ou anatoxinas. Característica desejável em uma vacina: - Capacidade de formar anticorpos específicos; - Formar a quantidade necessária para a proteção; - Não produzir reações adversas que coloque em risco a vida; - Barata e de fácil aquisição; - Facilmente aplicável; - Outros. A imunidade de um animal não é adquirida momentaneamente, o organismo necessita de dias para a formação de anticorpos. Durante este período fica susceptível a enfermidades, sendo essa fase denominada de fase negativa da imunidade (DOMINGUES; LANGONI 2002; TIZARD, 1996). Além desse período, não podemos esquecer as falhas do programa de vacinação, resultando na incapacidade de proteger de uma forma eficaz contra uma doença específica durante o período da formação dos anticorpos. As principais falhas são: - Deficiência da vacina (perda do poder antigênico, vacina contaminada etc.); - Deficiência no manejo e na aplicação da vacina (vencida, má conservação...); - Deficiência do estado orgânico dos animais (doença incubada, idade...); - Influência do ambiente (frio, calor, chuva, etc.). Zoonoses A Organização Mundial da Saúde, (OMS) classifica as Zoonoses em dois grupos: • As enfermidades transmissíveis dos animais vertebrados para o homem. Higiene e profilaxia animal 39 Unidade 4 Ecto e endo parasitas. Moscas. Roedores. Vacinas. Zoonoses • São aquelas doenças que são comuns ao homem e aos animais. No primeiro grupo os animais desempenham uma função essencial para que a infecção se mantenha na natureza, sendo o homem um hospedeiro acidental. Hospedeiro acidental, na medida em que entra em contato com o agente. No segundo, os animais e o homem contraem a infecção das mesmas fontes: solo, água, animais invertebrados e as plantas. Nesse grupo os animais não desempenham papel essencial no ciclo vital do agente etiológico. Podem contribuir para a distribuição e a transmissão das doenças (DOMINGUES; LANGONI, 2001). Classificação das Zoonoses - A OMS classifica de acordo com o ciclo biológico do agente causal transmissível em: - Zoonoses Diretas - são doenças e infecções que são transmitidas do hospedeiro vertebrado, infectando outro hospedeiro vertebrado susceptível. - Pode ser por contato direto ou indireto, por meio de objeto contaminado ou por meio de um vetor mecânico. - São exemplos: o vírus da Raiva, a bactéria da Brucelose... - Ciclozoonoses - quando o agente causal necessita passar por mais de uma espécie de hospedeiro vertebrado, porém por nenhum hospedeiro invertebrado para completar seu ciclo evolutivo. São exemplos: os helmintos, Cestódeos, Taenia sp., cisticercos, hidatidose. - Metazoonoses - são as doenças que se transmitem biologicamente, por meio de vetores invertebrados. São exemplos: as doenças como a febre amarela, dengue... - Saprozoonoses - neste grupo participam um hospedeiro vertebrado e um elemento abiótico não animal que funcionará como um reservatório do agente etiológico ou como local de desenvolvimento do mesmo. Esses elementos seriam: a matéria orgânica, solo, vegetais. São exemplos: histoplasmose, listeriose, Larva migrans cutânea e visceral... Mecanismos de transmissão Ocorrem por diversas formas e vias, podendo ser classificadas em diretas e indiretas. - Transmissão Direta - é quando o agente é transferido de um indivíduo infectado a outro susceptível. - Transmissão Indireta - é quando envolve processos de transmissão complexos, como pela ingestão de água, leite e outros alimentos contaminados, pela inalação do ar, contato com solo e fômites contaminados. Higiene e profilaxia animal 40 Unidade 4 Ecto e endo parasitas. Moscas. Roedores. Vacinas. Zoonoses Principais mecanismos de transmissão • O homem e os animais compartilharem o mesmo ambiente; • A falta de higiene, favorecendo a proliferação de insetos e de roedores• A penetração do homem em novas áreas geográficas e zonas ecológicas; • As mutações genéticas dos agentes; • Fatores sociais, políticos e econômicos são responsáveis pelo aparecimento das Zoonoses. Principais Zoonoses - Hoje em dia, a OMS, apresenta uma lista parcial, que compreende em torno de 150 enfermidades (DOMINGUES; LANGONI, 2001). Enfermidades bacterianas - Brucelose - causada pela bactéria Brucella melitensis, B. abortus, B. suis, B. ovis, B. canis... - Tuberculose - causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis, M. bovis, M. avium... - Leptospirose - causada pela bactéria Leptospira pomona, L. hardjo, L. canícola, L. icterohaemorrhagiae... - Salmonelos - causada pela bactéria Salmonella typhymurium, S. enteritidis... - Erisipela Suína ou Ruiva - causada pela bactéria Erysipelotrix rhusiopathiae. Enfermidades víricas - RAIVA - Causada pelo RNA vírus da família Rhabdoviridae, gênero Lyssavírus Enfermidaes fúngicas - Tinhas ou dermatofitoses - causada pelos fungos dos gêneros Trichophyton sp. e Microsporum sp. Enfermidades por protozoários - Toxoplasmose - causada pelo Toxoplasma gondii. - Enfermidades causadas pelos helmintos - Teníase e Cisticercose - causada pela forma adulta da Taenia solium e a Taenia saginata - Hidatidose - causada pela forma adulta do Echinococcus granulosus Higiene e profilaxia animal 41 Referências AGIRRE, J.; GUELFI FILHO, H. Instalações para bovinos. Campinas: Secretaria de Agricultura e Abastecimento. 1986.106p. (Impresso Especial CATI). ARENALES, M. C.; ROSSI, F. Sistema orgânico de criação de suínos. Viçosa- MG: CPT, 2001.182p. BARBOSA, H.R.; TORRES, B.B. Microbiologia básica. São Paulo: Atheneu, 2000.196p. DIESEL, R.; MIRANDA, C.R.; PERDOMO, C.C. Coletânea de tecnologias sobre dejetos de suínos. 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Enfermidade: é a etapa da doença ou agravo em nível orgânico que se caracteriza pela presença de uma sintomatologia. Fômites: são os objetos inanimados contaminados (baldes, celas, toalhas etc...) que podem transportar agentes infecciosos para os animais ou para o homem. Fonte: é denominada para designar os seres animados ou inanimados que contém o agente infeccioso e que transferem ao novo hospedeiro. Fonte de Infecção: é o animal invertebrado ou vertebrado, objetos ou locais, a partir dos quais o agente infeccioso, infecta um novo hospedeiro. Fumigação: consiste na utilização de produtos químicos que iram transformar-se da consistência líquida para gasosa. Imersão: consiste em imergir um determinado produto em um recipiente com desinfetante diluído em água. Infecção: é o resultado da invasão de um agente ao organismo (parasito). Infestação: é designada para invasões de um organismo por um macroparasita, artrópode, roedor etc. Referências Higiene e profilaxia animal 43 Pedilúvio: consiste em um escavado na entrada de estabelecimentos agropecuários, para proceder a desinfecção de calçados, a fim de impedir a entrada de agentes patogênicos. Reservatório: designa a fonte do agente infeccioso que pode ser representado por um ser animado, animal ou vegetal, solo, água etc... Rodolúvio: consiste em um escavado na entrada de estabelecimentos agropecuários, para proceder à desinfecção de veículos, a fim de impedir a entrada de agentes patogênicos. Susceptível: organismo ou população que apresenta susceptibilidade à ação de determinado fator. Veículo: é qualquer elemento animado (animal) ou inanimado (água, alimentos, objetos, agulhas, seringas, panos etc...), que transporte determinado agente infeccioso. Vetor: denominação dada às espécies, geralmente artrópodes, cujos organismos podem albergar determinados agentes patogênicos e assim propiciar uma determinada doença. Vetor mecânico: é o organismo que pode contaminar com formas infectantes do parasito, transportando-os mecanicamente para um determinado hospedeiro: moscas hematófagas, tabanídeas... Zoonoses: doenças transmitidas pelos animais aos seres humanos. Currículo do professor autor Joel Lima da Silva Junior Iniciou a carreira no ramo agropecuário na Escola Agrotécnica Federal de Pelotas – CAVG, onde se formou em Técnico Agrícola. Posteriormente, cursou a graduação em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Pelotas – UFPel, na área de Sanidade Animal, em seguida, cursou a pós-graduação (nível de lato sensu) em Medicina Veterinária na área de Medicina Veterinária Preventiva, sendo que parte do curso foi realizada na Universidad de Córdoba – UCO na España na área de Patologia Veterinária. É professor da Universidade Federal do Amazonas, onde leciona as disciplinas: Higiene e Profilaxia Animal, Fisiologia Animal, Microbiologia e Parasitologia Básica Animal e Bovinocultura. Atualmente, doutora-se na área de Tecnologia de Pescado, pela UFAM, ligado à área de Segurança Alimentar. Currículo do professor autor Glossário
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