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Caderno_digital_Higiene_e_profilaxia

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Prévia do material em texto

A) HIGIENE E PROFILAXIA ANIMAL
AUTOR
JOEL LIMA DA SILVA JUNIOR
Higiene e profilaxia
animal
9
Introdução
Palavras do 
professor-autor
Introdução
O caderno da presente disciplina apresenta quatro unidades, a 
fim de, proporcionar aos alunos conhecimentos necessários sobre higiene 
e profilaxia animal.
A primeira unidade contemplará a parte introdutória, conceitos, 
objetivos do processo, conhecimentos sobre o estudo populacional e 
epidemiologia e as medidas profiláticas para controle e erradicação de 
uma enfermidade. 
A segunda unidade abordará questões relacionadas às medidas 
a serem utilizadas para evitar ou diminuir os riscos das doenças em uma 
determinada população, através de processos de limpeza e desinfecção. 
A terceira unidade abordará parte das construções e instalações, 
alojamentos dos animais de interesse zootécnico, como a estrutura física 
relacionada à prática da higiene e profilaxia. A água e a alimentação, 
qualidade a ser ofertada aos animais de produção. 
A quarta unidade mostrará o destino dos dejetos dos animais; 
a qualidade e a relação entre solo-planta-animal, noções de parasitologia 
básica de interesse zootécnico, controle dos vetores, a profilaxia de uma 
população com o emprego de vacinas e o processo de vacinal e as doenças 
transmitidas pelos animais ao homem às zoonoses.
Palavras do professor autor
A Universidade Federal do Amazonas, através desta disciplina, 
vem proporcionar a vocês conhecimentos relacionados a aspectos 
higiênicos e sistemas de profilaxia, a serem adotados na produção animal, 
e que também podem ser utilizados no dia a dia, nos lares, no sítio, na 
fazenda, ou seja, é aplicável em todos os ambientes.
Muitos produtores, pecuaristas dentre outros, não se preocupam 
com este processo, gastam muitos recursos na genética e na alimentação 
dos animais e se esquecem da limpeza, dos programas de vacinações dos 
rebanhos, dos lotes, dos plantéis, preventivamente.
A prevenção é um método barato, mas a falta de preocupação e 
responsabilidade com a higiene pode tornar o processo caro, quando não 
executamos as medidas prévias. Assim, passamos a usar o método curativo 
no qual o seu uso torna o resultado do trabalho agrícola mais caro, mais 
trabalhoso, pois teremos que utilizar medicamentos na produção, em 
razão da falta de não havermos atentado para pequenos detalhes como: 
limpeza, qualidade da água, qualidade do alimento, processos vacinais, 
dentre outros motivos que serão expostos neste material. A saúde animal, 
Higiene e profilaxia
animal
10
Orientações para 
estudo
Ementa
o melhoramento genético e a alimentação animal constituem a base de 
apoio ao desenvolvimento de qualquer sistema de produção, ou melhor, o 
tripé da cadeia produtiva.
Assim, há que se observar que a higiene e o manejo zoosanitário 
fornecem ao lado da genética as condições necessárias à criação animal, 
tornando a produção economicamente mais viável.
Joel Lima da Silva Junior
Orientações para estudo
Prezados alunos do curso de Ciências Agrárias, este caderno foi 
preparado para que vocês recebam novos conhecimentos sobre o tema 
relacionado à nossa disciplina. No intuito, de fazer com que vocês absorvam 
(da melhor forma possível) esses conhecimentos, algumas orientações de 
estudos agora serão sugeridas.
Os conteúdos das unidades deverão ser lidos antes que vocês 
passem às atividades. A leitura pode ser feita em grupo ou individualmente, 
mas com muita calma e atenção. No primeiro caso, ao ler os conteúdos 
das unidades sublinhe as palavras, frases ou parágrafos que não forem 
entendidos. Ao final de cada subunidade, se dúvidas existirem, solicite 
ajuda de seus colegas para melhor entendimento. Se dúvidas ainda 
persistirem durante o processo de leitura, vá ao tutor (se possível 
acompanhado de seu grupo) e solicite ajuda dele. Quando a leitura for 
realizada individualmente, inicie da mesma forma o processo, ou seja, 
sublinhe as palavras, frases e/ou parágrafos que não forem entendidos. 
Terminada a leitura, verifique se as palavras sublinhadas estão no Glossário, 
senão procure o significado das mesmas em um dicionário, de preferência 
um relacionado à nossa disciplina. Volte, então, às partes sublinhadas. 
Leia-as outra vez. Se dúvidas persistirem, solicite ajuda do tutor.
Terminado o processo de leitura, parta para a realização das 
atividades. Se dúvidas existirem para a realização delas solicite ajuda do 
tutor.
Bom estudo.
Ementa
Epizootiologia geral. Profilaxia geral. Epizootiologia e Profilaxia das 
doenças parasitárias. Epizootiologia e profilaxia das doenças bacterianas. 
Epizootiologia e profilaxia das doenças víricas.
Higiene e Profilaxia
Animal
11
Unidade 1 
Introdução à 
higiene no processo 
produtivo
Objetivos de ensino-aprendizagem
1. Transmitir ao estudante informações sobre processos de 
higiene e profilaxia utilizados na produção animal. 
2. Apresentar informações sobre segurança alimentar, através 
da cadeia produtiva.
3. Mostrar as técnicas existentes e aplicáveis no processo.
4. Fazer considerações sobre doenças transmitidas pelos 
animais aos seres humanos.
Unidade 1 Introdução à higiene no processo produtivo, considerações 
sobre epidemiologia, saneamento e epidemiologia sanitária
Síntese: nesta unidade, aprenderemos sobre a importância da Higiene 
e seus objetivos, para que possamos compreender de que forma iremos 
evitar enfermidades nos rebanhos de forma preventiva.
Conceito de higiene e profilaxia
Segundo Domingues e Langoni (2001), Higiene e profilaxia se 
constitui em uma ciência que estuda os meios para preservar o homem e 
os animais das enfermidades (doenças).
Importância e objetivos da higiene
A prática da higiene, adequada na produção animal tem como 
resultado final, melhores índices zootécnicos, tais como: a conversão 
alimentar; o maior ganho de peso; a maior produção de ovos (aves 
comerciais); a maior produção de leite; a maior taxa de crescimento; a 
maior taxa de natalidade e a menor taxa de mortalidade (DOMINGUES; 
LANGONI, 2001; NETO, 2000).
O principal objetivo é a manutenção da produção e da saúde 
animal, no nível mais eficiente, capaz de dar bom retorno econômico ao 
criador, pois previnem doenças, e as criações tornam-se mais saudáveis. Da 
mesma forma, age na mantença do meio ambiente sem agressão durante 
o processo da exploração animal, minimizando a poluição ambiental por 
produtos de excreção animal; previne, também, das zoonoses, ou seja, das 
doenças transmitidas dos animais para o homem (DOMINGUES; LANGONI, 
2001; AGIRRE; GUELFI FILHO, 1986; FALCIONI, 1970).
Obs.: Para que o programa tenha resultados satisfatórios, 
as pessoas que trabalham na propriedade devem receber instruções e 
orientações quanto às tarefas a serem desenvolvidas, principalmente 
devem ser sensibilizadas sobre a importância do processo.
Ao final da 
leitura desta 
unidade, execute 
as atividades 
descritas no 
AVEA.
Unidade 1 
Introdução à 
higiene no processo 
produtivo
Higiene e profilaxia
animal
12
A higiene deve ser entendida em conjunto com outros programas 
de exploração animal, estando relacionada com outras áreas, tais como: a 
fisiologia, para tal, deve conhecer os aspectos e fenômenos fisiológicos das 
espécies; a agricultura, os vegetais são a base da alimentação de algumas 
espécies e devemos conhecer a quantidade e a qualidade do alimento 
fornecido pelas quais passam em função das condições do solo - método de 
cultivo e armazenamento para que estes não prejudiquem os índices que 
esperamos buscar (DOMINGUES; LANGONI, 2001).
Enfermidades e a saúde pública na produção animal
A maioria dos países apresenta características semelhantes 
quanto aos problemas que afetam a saúde dos animais. As enfermidades 
infecto-contagiosas, parasitárias, metabólicas e carenciais são de grande 
importância e interferem, diretamente, nos indicadores produtivos do 
rebanho. Geralmente, estas enfermidades estão associadas à desnutrição, 
mau manejo do rebanho, falta de higiene das instalações,falta de recursos 
e de informações por parte dos proprietários, dentre outros problemas. 
Existem enfermidades que não são transmissíveis, que estão 
relacionadas aos problemas funcionais e metabólicos que causam problemas 
de saúde animal. Os problemas de saúde animal afetam diretamente o 
comércio de produtos e subprodutos de origem animal. Causam enormes 
prejuízos comerciais entre países (FORSYTHE, 2002; DOMINGUES; LANGONI, 
2001; NETO, 2000).
As zoonoses (doenças transmitidas dos animais aos seres 
humanos) (TRABULSI et al, 2000; TORTORA et al, 2000;) são problemas 
que afetam a saúde pública no Brasil, representando uma elevada ameaça 
à saúde e ao bem estar da população humana e animal. As zoonoses 
mais importantes são: a tuberculose, a brucelose, a cistecercose, a 
toxoplasmose, a teníase, dentre outras, que podem ser carreadas pelos 
alimentos, utensílios, fômites e outros (DOMINGUES; LANGONI, 2001; 
TRABULSI et al, 2000; TORTORA, 2000).
O saneamento é um dos mais importantes meios para 
prevenirmos as doenças. A OMS define como controle todos os fatores do 
meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeito deletério 
sobre o seu bem estar físico, mental e social (DOMINGUES; LANGONI, 2001; 
NETO, 2000). A educação sanitária é um dos processos mais importante, 
pelo qual, pessoas ou grupos de pessoas aprendem a promover manter 
ou restaurar a saúde. É o alicerce da ação primária para a prevenção e a 
aplicação de ações na saúde (DOMINGUES; LANGONI, 2001).
Higiene e Profilaxia
Animal
13
Unidade 1 
Introdução à 
higiene no processo 
produtivo
Epidemiologia e saneamento
Epidemiologia significa estudo sobre as populações humanas, 
animal e vegetal. Estuda a ocorrência de enfermidades, suas causas, 
medidas profiláticas para controle e erradicação (TRABULSI et al, 2000; 
TORTORA, 2000).
Obs.: Se um produtor tiver olhos somente para o animal doente, 
deixando o restante dos manejos de lado, não poderá avaliar o perigo que 
um animal poderá causar no rebanho, principalmente nas enfermidades 
transmissíveis.
Isto nos leva a algumas perguntas que deverão ser feitas a fim 
de entendermos como ocorrem determinadas doenças:
• Quem hospeda e elimina o agente? (Fonte de infecção (FI);
• Como o agente deixa o hospedeiro? (Via de eliminação (VI);
• Que recurso o agente utiliza para alcança um novo hospedeiro? 
(Via de transmissão (VT);
• Como o agente se hospeda no novo hospedeiro? (Porta de 
entrada (PE);
• Quem pode adquirir a doença (quem é susceptível?).
Desta forma, obtemos a caracterização da cadeia epidemiológica, 
que são eventos necessários para que ocorra a doença em um indivíduo ou 
em um rebanho.
FI ⇒ VE ⇒ VT ⇒ PE Susceptível.
Se os elos da cadeia forem combatidos, conjuntamente, teremos 
êxito no controle das enfermidades nas populações. O saneamento age 
em todos os elos, principalmente nas vias de transmissão e nas fontes de 
infecção (DOMINGUES; LANGONI, 2001).
Objetivos da demiologia
- Estudar o meio no qual se desenvolvem algumas doenças;
- Estudar os mecanismos de transmissão;
- Estudar os riscos de que surjam novos casos;
- Estudar as medidas preventivas necessárias para controlar os 
fatores indesejáveis para que ocorra uma determinada enfermidade;
- Fornecer as medidas de prevenção, orientando-nos para o 
diagnóstico das enfermidades; sejam elas transmissíveis ou não.
Características do agente
. Infecciosidade - é a capacidade de um agente penetrar, alojar 
e multiplicar-se no organismo do hospedeiro, ou seja, a capacidade de 
promover a enfermidade.
Higiene e profilaxia
animal
14
Unidade 2
Controle, 
profilaxia, 
desinfecção, 
instalações, 
aspectos 
higiênicos
. Patogenicidade - é a capacidade de o agente produzir lesões 
específicas no organismo do hospedeiro.
. Virulência - é a capacidade de o agente produzir lesões de 
maior ou menor gravidade, determinando o grau de severidade da infecção.
. Variabilidade - é a capacidade de mudanças de características 
genéticas dos agentes, originando os mutantes.
. Antigenicidade - é a capacidade dos agentes etiológicos 
induzirem no hospedeiro uma resposta imunológica, formação de 
anticorpos.
. Resistência - é a capacidade que o agente apresenta em 
resistir ao meio ambiente em condições naturais e aos produtos químicos, 
desinfetantes etc.
Característica do hospedeiro
. Hospedeiro - é todo ser vivo que alberga um agente sem que 
seu organismo propicie alimento e proteção.
. Hospedeiro definitivo - é aquele em que o parasito atinge a 
maturidade, reproduzindo-se sexuadamente.
. Hospedeiro intermediário - é o hospedeiro no qual o parasito 
desenvolve suas formas imaturas, se reproduz assexuadamente.
As características do hospedeiro relacionam-se aos fatores 
relativos ao sexo, idade, raça, espécie, estado fisiológico, densidade 
populacional ou lotação, resistência dos animais (QUINN et al, 2005; 
DOMINGUES; LANGONI, 2001; AGIRRE; GUELFI FILHO, 1986; FALCIONI, 
1970).
Unidade 2 Medidas de controle e medidas gerais de profilaxia, 
desinfecção de desinfetantes, instalações, aspectos higiênicos da água 
para os animais de produção
Síntese: nesta unidade, veremos algumas medidas, processos gerais 
relacionadas à profilaxia e desinfecção, a fim de, obter sucesso na 
produção.
Medidas de controle
De acordo com Domingues e Langoni (2001), as medidas de 
controle contemplam alguns termos utilizados pelos técnicos e pelos 
órgãos de defesa animal e vegetal federal, como o Ministério da Agricultura 
Pecuária e Abastecimento – MAPA e pelos órgãos estaduais e municipais, 
sendo eles: 
Ao final da leitura 
desta unidade, 
execute as atividades 
descritas no AVEA.
Higiene e profilaxia
animal
15
Unidade 2
Controle, 
profilaxia, 
desinfecção, 
instalações, 
aspectos 
higiênicos
. Isolamento - os animais doentes deverão ser separados dos 
animais sadios para diminuir os riscos de transmissão de doenças;
. Desinfecção - consiste na destruição de agentes infecciosos do 
meio ambiente pela aplicação direta de produtos químicos ou por meios 
físicos;
. Interdição - é determinado o isolamento dos animais, bem 
como, se proíbe a saída desses e, ainda, de seus produtos;
. Notificação - certas doenças devem ser notificadas pelos órgãos 
oficiais locais, municipal, estadual e federal (febre aftosa, AIE etc.);
. Destruição de cadáveres - os animais mortos podem servir 
como fonte de infecção, devendo ser incinerados ou colocados em fossa 
séptica. Se forem enterrados, devemos colocar uma camada de cal de 10 
cm de espessura e depositar os cadáveres na mesma cobri-lo com cal.
Medidas de erradicação
São ações drásticas; possibilitam a eliminação total do agente 
etiológico, porém, sempre esse deve estar acompanhado de estudos e 
planejamento, considerando os aspectos sanitários, ecológicos, limites 
geográficos naturais e repercussões econômicas.
Diagnóstico e sacrifício
O diagnóstico decorre de exames laboratoriais de animais do 
rebanho, eliminando aqueles que forem positivos. No Brasil, recomendam-
se este processo para erradicação e controle da tuberculose e brucelose 
em bovinos, anemia infecciosa equina e mormo em equinos e brucelose 
em suínos. É importante sacrificar os animais doentes com o objetivo 
de eliminar a fonte de infecção. Para o sacrifício dos animais devemos 
fazer um estudo quanto à gravidade da situação nos aspectos sanitários e 
econômicos (DOMINGUES; LANGONI, 2001).
Eliminação de vetores
Esta medida se aplica frente a doenças transmitidas pelos 
vetores. Todos os vetores deverão ser eliminados (fonte de infecção) das 
áreas, com rigorosa e permanente vigilância para evitar a sua reintrodução. 
Medidas gerais de profilaxia
São medidas importantes, que podem e devem ser utilizadas com 
a finalidade de impedir ou diminuir o risco das enfermidades. É o conjunto 
de atividades, no sentido de proteger uma população da ocorrência ou da 
evolução de um fenômeno desfavorável à saúde.
Higiene e profilaxia
animal
16
Unidade 2
Controle, 
profilaxia, 
desinfecção,instalações, 
aspectos 
higiênicos
Objetivos
- Evitar a introdução de doenças nos animais, nas propriedades;
- Controlar e/ou evitar o aparecimento de novos casos de 
doenças já existentes na propriedade ou região;
- Diminuir os efeitos da doença, quando essa não pode ser 
evitada, a fim de controlar os níveis satisfatórios para que não interfira na 
produção animal.
Obs.: na aplicação dessas medidas preventivas, devemos 
conhecer os mecanismos sobre a fonte de infecção, hospedeiro susceptível 
e as vias de transmissão, que são os elos da cadeia epidemiológica. Devem 
ser aplicadas também ações educativas, que ofereçam ações dirigidas no 
controle sanitário e ambiental da água dos alimentos, do lixo, do solo, das 
excretas etc.
Medidas de prevenção
. Saneamento do ambiente - procedimentos relacionados a 
higienizar o ambiente têm revelado resultados favoráveis na prevenção 
de diversas doenças transmissíveis;
. Quarentena - é uma medida eficaz com objetivo de não 
introduzir doenças nos rebanhos;
. Imunoprofilaxia - é uma medida artificial para obtermos um 
elevado nível de imunidade em uma determinada população (dosagem, 
repetição etc.);
. Quimioprofilaxia - uso de substâncias químicas no sentido de 
obtermos prevenção de doenças transmissíveis (vermífugos...);
. Diagnóstico precoce - diagnóstico de doenças transmissíveis 
atípicas ou inaparentes em sua fase inicial, necessitando de análise 
laboratorial;
. Vigilância sanitária - são medidas realizadas nas fronteiras, 
feiras e exposições agropecuárias, pelas autoridades sanitárias que exigem 
atestados sanitários ou de vacinação para determinadas enfermidades 
específicas;
. Educação Sanitária - é umas das formas mais importantes 
para obtermos resultados positivos, pois as dificuldades ou mesmos os 
fracassos em programas sanitários ocorrem quando os responsáveis pela 
aplicação destas ações desconhecem ou não compreendem o porquê das 
medidas recomendadas (QUINN et al, 2005; DOMINGUES; LANGONI, 2001; 
AGIRRE; GUELFI FILHO, 1986; FALCIONI, 1970).
Higiene e profilaxia
animal
17
Unidade 2
Controle, 
profilaxia, 
desinfecção, 
instalações, 
aspectos 
higiênicos
Desinfecção de desinfetantes
A limpeza e a desinfecção são um dos principais métodos de 
profilaxia, ou seja, prevenção de doenças. Devemos adotar programas 
de limpeza e de desinfecção abrangente e rotineiro, a fim de diminuir e 
manter baixa a concentração de microrganismos patogênicos no ambiente, 
diminuindo a probabilidade de casos de infecções.
Os níveis e riscos de ocorrência de doenças na exploração 
animal podem ser estabelecidos pela limpeza e desinfecção de ambientes 
das instalações. Devemos, assim, adotar o processo de maneira a não 
serem utilizadas como medidas curativas e sim como medidas preventivas 
(DOMINGUES; LANGONI, 2001).
Conceitos
. Desinfecção - consiste em controlar ou eliminar os 
microrganismos indesejáveis, utilizando-se de processos químicos ou 
físicos que atuam no metabolismo dos mesmos.
. Desinfetantes - são agentes, normalmente químicos, que 
matam as formas vegetativas, mas não necessariamente as formas 
esporuladas de microrganismos patogênicos; geralmente essas substâncias 
são aplicadas em objetos inanimados.
. Germicida - aplica-se a determinadas substâncias químicas ou 
processos físicos, capaz de obstruir todos os microrganismos, inclusive a 
forma esporulada.
. Bactericida - são substâncias químicas ou processos físicos 
capazes de destruir bactérias na sua forma vegetativa, não necessariamente 
os esporos bacterianos.
. Bacteriostática - é uma substância química que impede o 
desenvolvimento dos microrganismos (bactérias).
. Anti-séptico - é uma substância química que pode não ter 
efeito germicida, mas impede ou bloqueia o desenvolvimento ou a ação dos 
microrganismos por meio da inibição de sua atividade ou por destruição, 
portanto é um bacteriostático.
. Sanitizante - refere-se à condição de limpeza, para reduzir o 
número de contaminantes até um nível seguro. Não é necessário ter poder 
germicida.
. Esterilização - é um processo químico ou físico que destrói e 
elimina todas as formas de vida.
Obs.: o programa de limpeza e de desinfecção é um suporte 
e não um substituto de outras medidas higiênicas. Resultados obtidos 
com um bom programa são: aumento da produtividade; diminuição da 
incidência de doenças parasitárias e infecciosas; diminuição do número 
Higiene e profilaxia
animal
18
Unidade 2
Controle, 
profilaxia, 
desinfecção, 
instalações, 
aspectos 
higiênicos
de animais refugos; diminuição com gastos de medicamentos/animal e a 
diminuição de gastos com a mão-de-obra (QUINN et al, 2005; DOMINGUES; 
LANGONI, 2001; AGIRRE; GUELFI FILHO, 1986; FALCIONI, 1970).
Parâmetros a serem considerados para o sucesso
- Superfícies e volumes a limpar e a desinfetar;
- Intervalos e frequências de limpezas e desinfecção;
- Tipo de desinfetante, concentração, diluição e tempo de 
atuação;
- Determinar uma sequência para as operações de limpeza e de 
desinfecção;
- Estabelecer uma qualificação e número de operadores;
- Treinar operadores – EPI;
- Determinar custos de operação;
- Registrar banco de dados do material, quando for realizado o 
processo.;
- Programar rodízio de desinfetantes, a fim de evitar resistência.
Sistemas de desinfecção
Existem dois meios importantes para serem adotados na prática 
de desinfecção, porém há necessidade de orientação técnica para o 
correto manuseio e o excelente resultado esperado, que são:
- Meios físicos: calor e radiação.
. Calor - vapor de pressão, compostagem sólida de dejetos de 
animais (+70 graus), pasteurização, incineração, vassoura de fogo etc.
. Radiação - tem efeito germicida por meio da radiação 
ultravioleta (UV-A) natural (solar) ou artificial (UV-C).
- Meios químicos: Minerais sintéticos ou naturais:
. Alcoóis, aldeídos, detergentes, agentes oxidantes, fenólicos.
Critérios para a escolha de um desinfetante
Devem ser aqueles para atingir todos os requisitos e finalidade 
desejada, sempre lembrando que um bom desinfetante é aquele que 
na sua concentração e no mesmo espaço de tempo elimina os agentes 
patogênicos. Para tal, existem características que devemos atentar 
durante a aquisição, que são:
- Ser germicida;
- Ser de baixo custo e de aplicação econômica (relação custo x 
benefício);
- Ser atóxico para o homem e os animais;
Higiene e profilaxia
animal
19
Unidade 2
Controle, 
profilaxia, 
desinfecção, 
instalações, 
aspectos 
higiênicos
- Ser estável frente à matéria orgânica, pH, luz;
- Ser solúvel em água;
- Não conferir sabor;
- Ser de fácil aplicação;
- Ter poder de penetração e rapidez de ação;
- Não ser corrosivo;
- Ser biodegradável;
- Não oferecer riscos ao meio ambiente.
Processos de desinfecção
Podemos adotar diversas práticas de desinfecção nas 
propriedades rurais, feiras agropecuárias, parques de exposições de 
animais como: rodolúvio, aspersão e pulverização, para desinfecção de 
veículos, e o Pedilúvio, para a desinfecção de pessoas e animais.
No caso de utensílios, alguns EPIs, podem ser utilizados nos 
processos de imersão e fumigação (QUINN; MARKEY; CARTER, et al, 2005; 
SILVA JUNIOR, 2002; FORSYTHE, 2002; DOMINGUES; LANGONI, 2001).
Critérios para a eficácia dos desinfetantes 
- Seguir as recomendações do fabricante;
- Tempo de exposição e de atuação;
- Temperatura alta acelera o processo;
- Presença de matéria orgânica prejudica a ação do produto;
- Sensibilidade dos microrganismos ao produto;
- Educação Sanitária dos usuários.
Importância da limpeza prévia no processo de desinfecção
Antes de proceder à desinfecção é importante fazer uma 
limpeza prévia no local ou no material. A maioria dos desinfetantes perde 
seu poder ativo em presença da matéria orgânica. A limpeza pode ser 
realizada por varredura, lavagem com água e sabão ou detergente, para 
remover as fezes, restos de alimentos, gordura etc.
Os resíduos não devem ser deixados ao ar livre pelo risco de 
contaminação imediata local ou pela dispersão doscontaminantes pelo 
vento ou pela água da chuva (SILVA JUNIOR, 2002; FORSYTHE, 2002; 
DOMINGUES; LANGONI, 2001).
Rodízio dos desinfetantes
Não se deve misturar ou combinar desinfetantes, pois podem 
causar a neutralização do poder desinfetante ou reação química, 
Higiene e profilaxia
animal
20
Unidade 3 
Instalações, 
higiene da água e 
alimentos.
Manejo de dejetos
produzindo subprodutos tóxicos. Podem incrementar o poder de resistência 
dos microrganismos. Ou seja, para maior eficácia dos desinfetantes deve-
se: evitar desinfetantes tóxicos, irritantes e/ou com odores penetrantes 
na presença de animais; reduzir o número de desinfetantes corrosivos; 
empregar desinfetantes com amplo espectro germicida, para o êxito do 
processo (SILVA JUNIOR, 2002; DOMINGUES; LANGONI, 2001).
Propriedades dos desinfetantes:
DESINFETANTES
Propriedades Glutaraldeído Clorhexidina Cloro Iodo Fenol Amônia Quaternária Formol
Bactericida + + + + + + +
Fungicida + - - + + +/- +
Viricida + + +/- + + +/- +
Toxicidade + - + - + - +
Faixa de pH 
efetivo Alcalino Alcalino Ácido Ácido neutro Alcalino Alcalino
Ação - Mat. Org ++++ + + +++ ++++ ++ ++++
UTILIZAÇÃO
Equipamentos + + + + + + +/-
Água - + + + - + -
Pessoal - + + + - + -
Lavar/ovos - + + - - + +
Piso + +/- - - + + +
Pedelúvios + - - - + + -
Habitações + - +/- + +/- + +
Quadro 1 – Propriedade dos desinfetantes.
Fonte: Domingues; Langoni (2001).
Unidade 3 Instalações, aspectos higiênicos da água para os animais de 
produção, higiene nos alimentos e manejo de dejetos
Síntese: nesta unidade, mostraremos como devem ser as instalações para 
abrigar animais, como também o cuidado que devemos ter com a higiene 
da água e dos alimentos a serem usados na alimentação deles.
Instalações
As instalações são um conjunto de construções que permitem 
racionalizar a criação, devendo ser apropriadas e bem divididas, sempre 
levando em conta a viabilidade econômica. Os animais de interesse 
zootécnico devem ser alojados adequadamente, proporcionando um 
ambiente agradável, assim os animais respondem como boa produção e 
manifestam um bom estado de saúde.
As instalações, juntamente com os aspectos genéticos, 
Ao final da leitura 
desta unidade, 
execute as atividades 
descritas no AVEA.
Higiene e profilaxia
animal
21
Unidade 3 
Instalações, 
higiene da água e 
alimentos.
Manejo de dejetos
nutricionais e sanitários, quando trabalhados em conjunto, propiciam 
condições favoráveis para os índices de produtividade. As instalações 
variam quanto ao tipo, decorrente de alguns fatores, tais como: clima, 
aspectos econômicos, tipo de exploração, não podendo nos esquecer da 
tradição de determinados criadores. Em certos casos ocorrem insucessos 
na produção devido às instalações serem impróprias, inadequadas, mal 
planejadas, para determinada exploração, devendo ser observada sempre 
a condição necessária para que permitam ser higienizada (DOMINGUES; 
LANGONI, 2001; PEREIRA, 1987; AGIRRE; GUELFI FILHO, 1986;).
Considerações sobre o planejamento das edificações 
Em primeiro lugar, devemos sempre levar em conta o aspecto 
conforto para resultar em produção. Planejar o local obedecendo alguns 
critérios como: localização da propriedade, energia elétrica, água, 
transporte e acessos, comunicação, armazenamento, combustíveis 
necessários, manipulação de dejetos, drenagem etc.
Em relação à construção observar: controle do clima interno, 
controle sanitário, equipamentos, instrumentos, espaço físico (área), 
comportamento animal etc. Na parte econômica devemos considerar o 
custo da obra.
Construção x tipo de exploração
A exploração animal deve respeitar as características da espécie 
a ser explorada. De acordo com o tipo de construção rural deverão ser 
verificados os seguintes itens: ser econômicas e funcionais, arejadas, 
seguras, sólidas, duráveis e que permitam fácil limpeza e desinfecção. Da 
mesma forma o “Conforto térmico” (calor, frio, proteção contra ventos 
dominantes (fortes), ventilação mecânica ou natural) e o “Conforto físico” 
para não causar lesões traumáticas nos animais (piso adequado) devem ser 
considerados pelo produtor e o técnico como uma ferramenta importante 
para a produção animal.
As instalações devem fornecer também ferramentas para o 
controle de doenças, sistemas de alimentação e de água com qualidade, 
densidade dos animais, sistema de tratamento dos dejetos etc. A 
satisfação comportamental dos animais, com condições de deslocamento 
(caminhar), deitar-se, exercer suas funções fisiológicas sem restrições é 
de suma importância.
A ocorrência das enfermidades deve-se, sobretudo, a animais 
criados em ambientes fechados, confinados, aglomerados, quando 
comparados a animais criados a campo. Mas há que se considerar 
também que as propriedades dos microrganismos, os quais têm maiores 
Higiene e profilaxia
animal
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Unidade 3 
Instalações, 
higiene da água e 
alimentos.
Manejo de dejetos
possibilidades de serem transmitidos entre os animais em ambientes 
fechados, e a falta de condições higiênico-sanitárias contribuem para o 
aparecimento das enfermidades (DOMINGUES; LANGONI, 2001; PEREIRA, 
1987; AGIRRE; GUELFI FILHO, 1986).
Ar, ventilação e gases nocivos
A ventilação é muito importante para que ocorra a renovação 
do ar nos processos vitais por intermédio dos pulmões, resultando no 
metabolismo basal. Quando ela não acontece, o ar torna-se viciado, 
apresentando níveis de dióxido de carbono elevado no ambiente, 
dificultando, assim, a respiração dos animais. 
Quando as instalações são mal ventiladas, o ar, além de 
apresentar níveis de dióxido de carbono, pode carregar gases nocivos, 
destacando-se o gás amoníaco, que é decorrente da degradação da urina. 
Estes gases além de produzirem lesões nas mucosas, ocular, laringe, 
traquéia e pulmões, predispõem os animais a outras enfermidades. Quando 
nas instalações sentirmos a presença do gás amoníaco, significa que as 
instalações são mal ventiladas (DOMINGUES; LANGONI, 2001; PEREIRA, 
1987; AGIRRE; GUELFI FILHO, 1986; JARDIM, 1973).
A água
Aspectos higiênicos da água:
A água é um líquido que está presente em todos os tecidos 
animais e vegetal, sendo imprescindível aos processos vitais. Os animais 
utilizam a água como regulador térmico na manutenção de eletrólitos 
nos fluídos corpóreos, compensando ainda as suas perdas pelas funções 
orgânicas.
O fornecimento da água de boa qualidade constitui um desafio 
em muitas regiões, com significativa repercussão no campo social e 
econômico. Além da sua importância como fonte de vida, também pode 
participar na transmissão de muitas doenças. A necessidade do consumo 
de água entre os animais varia de acordo com a espécie, idade, produção, 
tipo de alojamento, condições ambientais e o tipo de alimentação.
A qualidade da água destinada ao consumo animal deve ser 
considerada como um fator extremamente importante no êxito da produção 
animal. A baixa qualidade da água afeta diretamente no desempenho 
produtivo dos animais. O fornecimento de água de boa qualidade constitui 
um desafio em muitas regiões mundiais, com significativa repercussão no 
campo social e econômico, pois, além de sua importância como fonte de 
vida, ela pode participar na transmissão de enfermidades, sendo algumas 
delas consideradas zoonoses (ARENALES; ROSSI, 2001; DOMINGUES; 
LANGONI, 2001; NETO, 2000; JARDIM, 1973).
Higiene e profilaxia
animal
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Unidade 3 
Instalações, 
higiene da água e 
alimentos.
Manejo de dejetos
Captação e armazenamento
A água pode ser de origem atmosférica, superficial e de 
profundidade ou subterrânea. Consideramos a água de origem atmosférica, 
a da chuva, da neve, do granizo; as águas superficiais, as de lagos, lagoas, 
rios, cursos d’água e de reservatórios artificiais; e as de profundidades, 
aquelas de fontes e de poços.
 
Padrões de potabilidade da água:
A presença de minerais naturais na água reflete as características 
das camadas geológicas do leito da fonte de captação. A presença de 
nitratos é resultantede infiltração de material orgânico, como do esgoto; 
e os coliformes, devido à infiltração de material fecal.
Os padrões de qualidade para as águas de abastecimento são 
conhecidos como “padrões de potabilidade”. De acordo com a Organização 
Mundial da Saúde (OMS), a água pura é um líquido incolor, inodoro, insípido 
e transparente, porém, geralmente, encontramos este solvente contendo 
inúmeras impurezas (DOMINGUES; LANGONI, 2001).
Características físicas da água:
Dentre as características físicas da água iremos avaliar a cor, 
sabor e o odor. A cor, turvação ou transparência, se dá pela presença de 
terra, lama, algas e outros elementos que tornam a água turva: presença 
de partículas acima citadas, dissolvidas ou em suspensão. 
O sabor deve ser insípido, ou seja, sem sabor, porém poderá 
haver sabor decorrente da presença de sais minerais. Sabor amargo 
geralmente decorre da presença de sulfato de ferro e de manganês. 
A presença de sais minerais diversos pode propiciar odores 
diversos, tornando a água imprópria para consumo. Por exemplo, o mal 
cheiro igual ao de uma fossa é decorrente da presença de sulfureto de 
hidrogênio, conhecido com águas sulfurosas (DOMINGUES; LANGONI, 2001).
Características químicas da água:
É de suma importância, tanto no ponto de vista sanitário como 
econômico, detectar-se as características químicas da água, podendo 
acontecer por meio de exames laboratoriais. Algumas características 
a serem detectadas: dureza, pH, sulfatos, nitritos e nitratos, sódios e 
cloretos, ferro e manganês, substâncias tóxicas dentre outros.
A dureza da água é conferida principalmente pela presença dos 
íons de cálcio (Ca2+) e magnésio (Mg2+). Estes íons produzem e conferem 
a dureza da água, podendo causar obstruções no sistema hidráulico dos 
bebedouros. 
Higiene e profilaxia
animal
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Unidade 3 
Instalações, 
higiene da água e 
alimentos.
Manejo de dejetos
O pH é um termo universalmente usado para expressar uma 
condição alcalina ou ácida, medindo a concentração de hidrogênio ou sua 
atividade. A escala varia entre 0,0 a 14,0, sendo que abaixo de 7,0 é 
considerada ácida, 7,0 neutra e acima de 7,0 alcalina. Quando a água tem 
pH ácido é menos palatável, corrói metais, pode afetar o desempenho dos 
animais, prejudicar a qualidade da casca de ovos de poedeiras etc. (SILVA 
JUNIOR, 2002; DOMINGUES; LANGONI, 2001; FALCIONI, 1970).
Os sulfatos, dentre eles o sulfato de sódio ou sulfato de 
magnésio, podem conferir efeito laxativo, geralmente isto acontece em 
animais jovens. Quando associados aos íons de cálcio e magnésio, o íon 
sulfato pode ocasionar a dureza. O sulfureto de hidrogênio é caracterizado 
pelo odor semelhante ao do ovo podre. 
Os nitratos podem ser de origem orgânica, decorrente da 
contaminação por fertilizantes ou por ambientes onde a água tenha tido 
contato com fezes de animais. Os nitratos não são tóxicos, porém, pela 
ação microbiana no trato intestinal é convertida em nitrito, que são 
substâncias tóxicas para os animais.
O sódio e cloretos em altas concentrações ocasionam o 
aumento do consumo de água. Níveis de 5.000 ppm de sódio afetam a 
palatabilidade, podendo ocasionar perda de peso e diarréia. Os cloretos 
são um indicador de poluição das águas naturais por esgotos domésticos. 
O ferro e o manganês, quando associados, conferem à água sabor amargo, 
coloração amarela e turva (SILVA JUNIOR, 2002; DOMINGUES; LANGONI, 
2001; FALCIONI, 1970). 
Características biológicas da água
A água pode estar contaminada por uma série de microrganismos 
infecciosos, dentre estes as bactérias, os vírus, os fungos, os parasitas. 
Alguns desses agentes podem ser as causas de epidemias, tanto para a 
população animal quanto para a população humana.
A presença de algumas bactérias, como a Escherichia coli, é 
um indicador de contaminação por coliformes fecais, originária de fezes, 
tanto de animais bem como de humanos. As águas não tratadas, segundo 
a Organização Mundial da Saúde (OMS), chegam a ser responsáveis em 
torno de 80% pelas doenças em países em desenvolvimento. Exemplos 
de enfermidades que podemos citar são: salmonelose, leptospirose, 
tuberculose, colibacilose, brucelose, cólera, botulismo, ascaridíase, 
amebíase, hepatite infecciosa e outras (QUINN et al, 2005; FORSYTHE, 
2002; DOMINGUES; LANGONI, 2001; MURRAY et al, 2000).
Higiene e profilaxia
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Unidade 3 
Instalações, 
higiene da água e 
alimentos.
Manejo de dejetos
Análise da água
Para termos o controle da qualidade da água, devemos 
realizar análises periódicas a fim de obtermos informações relevantes, 
permitindo avaliação de sua potabilidade, grau de poluição, etc. A análise 
microbiológica identifica se há presença de microrganismos na água; a 
análise química a concentração de íons orgânicos e inorgânicos. As análises 
devem ser realizadas de preferência em laboratórios reconhecidos pelos 
órgãos públicos (FORSYTHE, 2002; SILVA JUNIOR, 2002; DOMINGUES; 
LANGONI, 2001; MURRAY et al, 2000).
Colheita de amostras para exame
A colheita de amostras de água para serem analisadas depende 
de critérios, a fim de evitar erros.
Primeiramente devemos utilizar frascos para coleta de vidro 
devidamente esterilizados, com a tampa protegida de preferência 
com rosca. Transportar o mais rápido possível para o laboratório, não 
excedendo 24 horas após a coleta. Conservar a amostra em ambiente 
com temperatura de refrigeração, podendo ser utilizado gelo reciclável, 
devidamente acondicionado em caixas térmicas. Em casos em que a água 
é clorada utilizar frascos contendo neutralizantes do cloro residual.
O frasco deve ser mantido fechado até o momento da coleta, a 
qual deve ser representativa da água utilizada pelos os animais. Deve-se 
coletar, no mínimo, 100 ml da água. As amostras devem conter identificação 
do local, data, quem coletou e uma numeração de acordo com a ordem de 
coleta 1, 2, 3... (DOMINGUES; LANGONI, 2001).
Tratamento da água
O tratamento deverá ser realizado após a análise laboratorial, 
tendo como objetivo reduzir o mínimo as impurezas, tornando a água 
potável. O produto rotineiramente utilizado é hipoclorito de sódio a 10%, 
recomendando 100 ml para cada 1.000l de água ou água sanitária que 
também é a base de hipoclorito de sódio a 2,5%; recomenda-se 200 ml 
para cada 1.000l de água (FORSYTHE, 2002; DOMINGUES; LANGONI, 2001).
Higiene nos alimentos
Todo alimento tem que apresentar qualidade, oferecendo 
o máximo de segurança, a fim de impedir a transmissão de agentes 
causadores de enfermidades a partir dos alimentos. Alguns agentes, como 
os fungos pertencentes aos gêneros Penicillium spp., Aspergillus spp e a 
bactérias, pertencentes aos gêneros Salmonella spp e Clostridium spp, são 
exemplos de microrganismos que podem ser veiculados por intermédio dos 
Higiene e profilaxia
animal
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Unidade 3 
Instalações, 
higiene da água e 
alimentos.
Manejo de dejetos
alimentos uma vez contaminados (QUINN et al, 2005; FORSYTHE, 2002; 
DOMINGUES; LANGONI, 2001; BARBOSA; TORRES, 2000).
Outros fatores interferem no desempenho zootécnico dos 
animais, tais como: resíduos de inseticidas; pregos; arame; fragmentos 
de vidros e plásticos; corpos estranhos que podem causar lesões como 
reticulite, pericardite e peritonite (FORSYTHE, 2002; DOMINGUES; 
LANGONI, 2001).
Fungos e micotoxicoses
Os fungos são microrganismos que podem causar muitos danos a 
saúde animal e podem se apresentar sob três formas: as micoses, as alergias 
e as micotoxicoses. As micoses são resultantes da invasão e colonização de 
um tecido; as alergias se dão por reações de hipersensibilidade por meio 
dos conídios; e as micotoxicoses são causadas pela ingestão de alimentos 
contaminados com metabólicos fúngicos, que apresentam ações tóxicas 
e são denominados de micotoxinas (QUINN et al,2005; FORSYTHE, 2002; 
DOMINGUES; LANGONI, 2001; MURRAY et al, 2000).
Espécies de animais criadas em confinamento, como as aves e os 
suínos, são extremamente sensíveis a ação destas toxinas. Um dos fatorespredisponentes a contaminações por micotoxinas é a falta de condições 
básicas para acondicionamento de rações e de seus ingredientes. Os 
problemas causados por essas toxinas independem do grau de visibilidade 
de mofo nos ingredientes ou nas rações, ou seja, em certos casos não 
está aparentemente visível a presença dos fungos, mas as toxinas poderão 
estar presentes.
Assim, o termo micotoxicose reflete as doenças causadas 
aos animais e ao homem pelas micotoxinas. As toxinas mais comuns na 
produção animal são: a aflatoxina (B1 e B2, G1 e G2, M1 e M2), a ocratoxina, 
a zearalenona, dentre outras. Já foram detectadas a presenças dessas 
toxinas em determinados cereais como: milho, trigo, aveia, cevada, 
centeio, arroz, amendoim, soja, sorgo e coco. O amendoim é uma das 
matérias primas mais perigosa, sendo que, na década de 60 na Inglaterra, 
foi importado do Brasil torta de amendoim para ração de perus, a qual 
ocasionou a maior mortalidade já conhecida de aves por micotoxinas no 
caso a aflatoxina.
No caso da aflatoxina, ela permanece ativa a temperaturas de 
+220o C, sendo extremamente termoresistente. A intoxicação aguda mata 
animais jovens em torno de 48 horas; no caso crônico, leva à diminuição 
da resposta orgânica a doenças: lesão hepática, insuficiência hepática, 
cirrose, porém os sinais clínicos são variáveis dentro de uma mesma 
espécie animal (QUINN et al, 2005; FORSYTHE, 2002; MOURA; al,2002; 
DOMINGUES; LANGONI, 2001; MURRAY et al, 2000).
Higiene e profilaxia
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Unidade 3 
Instalações, 
higiene da água e 
alimentos.
Manejo de dejetos
Bactérias
Segundo os pesquisadores brasileiros, a Salmonella spp. é 
a bactéria que tem maior expressão em processo de contaminação de 
alimentos, principalmente a de origem animal. É uma bactéria de origem 
fecal, portanto é eliminada pelas fezes. Outros agentes bacterianos 
pertencem aos gêneros Clostridium spp., (C. botulinum), Mycobacterium 
spp., (M. avium), Listeria monocytogenes, Echerichia coli, Enterobacter 
cloacae, dentre outros agentes que são responsáveis por enfermidades 
veiculadas por alimentos uma vez contaminados (QUINN et al, 2005; 
FORSYTHE, 2002; SILVA JUNIOR, 2002; DOMINGUES; LANGONI, 2001).
Manejo de dejetos 
Define-se como dejetos, o conjunto de fezes, urina, água 
desperdiçada dos bebedouros, água de higienização e resíduos de 
ração, resultantes dos processos de produção. A preservação ambiental, 
preocupação básica de qualquer sistema de produção, deve estar presente 
em qualquer atividade, em especial no manejo dos dejetos e rejeitos 
de animais. Prioritariamente, os dejetos devem ser usados como adubo 
orgânico, respeitando sempre as limitações impostas pelo solo, água e 
planta. Quando isso não for possível, há necessidade de tratar os dejetos 
adequadamente, de maneira a não oferecer riscos de poluição quando 
retornarem à natureza (DIESEL et al, 2002; ARENALES; ROSSI, 2001; 
DOMINGUES; LANGONI, 2001; SESTI et al, 1998; KONZEN, 1983).
A produção de dejetos ocorre principalmente nas criações 
de suínos, aves e bovinos leiteiros. Os dejetos uma vez mal manejados 
oferecem riscos sanitários ao homem e aos animais. A retirada dos dejetos 
de forma deficiente dificulta as condições higiênicas das instalações, 
favorecendo a difusão de MO patogênicos, a proliferação de moscas, de 
parasitas, odores desagradáveis e de gases nocivos ao sistema (criações de 
suínos e de aves).
Os resíduos podem carrear agentes etiológicos, que podem 
sobreviver por um longo período na água constituindo desta forma uma 
fonte de infecção. 
Como exemplo, uma vaca adulta elimina o equivalente a 9% de 
seu peso por dia, sendo que 60% fezes com teor de água em média 85%. 
Um suíno contendo 100 kg de peso elimina aproximadamente 10% do seu 
peso por dia, sendo 40% das fezes com um teor de água em média 80%. 
Uma ave de 02 Kg elimina em forma de fezes (100 % dos seus dejetos) o 
equivalente a 10% de seu peso com um teor de água de 75%.
Higiene e profilaxia
animal
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Unidade 3 
Instalações, 
higiene da água e 
alimentos.
Manejo de dejetos
ESPÉCIE PRODUÇÃO DIÁRIA (KG)
Bovino adulto estabulado 25 a 30
Bovino adulto semi-estabulado 10 a15
Eqüinos 10
Ovinos 2,8
Suínos adultos (70 Kg) 2,0
Aves 0,12
Quadro 2: Produção diária de dejetos por espécie em Kg.
Fonte: Domingues; Langoni (2001).
Produção de gases nocivos
A produção de gases em excesso pode interferir nos processos 
metabólicos, predispondo a doenças localizadas e sistêmicas: conjuntivites, 
rinites, bronquites, dentre outras. O gás de amônia ou amoníaco, derivado 
da degradação da uréia, tem um odor, cheiro que incomoda; normalmente 
encontrado em locais fechados. Os sintomas mais frequentes são tosse, 
espirro, secreção nasal, edema pulmonar, ascite e morte por asfixia. 
O gás sulfídrico (H2S) tem cheiro de “ovo podre”, o qual é 
derivado da degradação de compostos orgânicos. 
Manejo dos dejetos
• Estabelecer um projeto de coleta, armazenagem, tratamento, 
transporte e disposição dos dejetos de acordo com as características da 
propriedade; 
• Quando houver área suficiente para o uso dos dejetos, como 
fertilizante orgânico, construir esterqueiras para armazenamento do 
dejeto, com tempo de retenção mínima de 120 dias, recomendado pelos 
Órgãos de Fiscalização Ambiental; 
• Não havendo área suficiente para recebimento de dejetos, 
maximizar e valorizar a produção de lodo ou composto para atender à 
capacidade de absorção da propriedade e tratar o excesso de acordo com 
a Legislação; 
• Adotar sistema de separação de fases (decantador), 
combinado com sistemas de tratamento, como lagoas anaeróbias 
facultativas e de aguapé; 
• Dimensionar o decantador de acordo com a característica 
dos dejetos e da vazão diária e as lagoas, através da carga orgânica gerada 
diariamente; 
• Utilizar tecnologias de tratamento dos resíduos, tanto na 
fase líquida, através de sistema de lagoas para remoção dos nutrientes e 
do odor, quanto na fase sólida, através do processo de compostagem ou 
geração de biogás; 
Higiene e profilaxia
animal
29
Unidade 3 
Instalações, 
higiene da água e 
alimentos.
Manejo de dejetos
• Manter as calhas de coleta de esterco dos suínos com líquido 
suficiente para cobrir o esterco (água de desperdício de bebedouros e 
urina). A água não deixa as larvas das moscas viverem no esterco; 
• A água de limpeza com desinfetante deve ser desviada para 
um sumidouro para não atrapalhar a fermentação do esterco; 
• Se a canaleta externa de coleta de esterco for muito rasa ou 
for a desnível, que não permita a manutenção da água, raspar o esterco 
para a esterqueira duas vezes por semana, antes de as larvas das moscas 
formarem o casulo; 
• O esterco misturado à maravalha, usada na maternidade ou 
em outras baias de animais, deve ser destinado à compostagem em leiras 
cobertas com lona plástica ou em composteiras construídas em alvenaria. 
A segurança sanitária é um item que também deve ser levado 
em conta na reciclagem dos dejetos. Para diminuir os riscos envolvidos na 
reciclagem dos dejetos e a disseminação de organismos, potencialmente 
prejudiciais a humanos, animais e/ou ao ambiente, além de todos os 
cuidados sanitários aplicados aos rebanhos, mostra-se prudente assegurar 
um tempo mínimo de retenção de 30 dias para a decomposição dos dejetos 
em sistemas anaeróbios ativos, antes de utilizá-los como fertilizante 
(ARENALES; ROSSI, 2001; DOMINGUES; LANGONI, 2001; SESTI et al, 1998). 
O reaproveitamento dos dejetos como fertilizante na 
propriedade requer área disponível e distanciamento dos corpos d’água 
(rio, córrego, açude, nascentes, lagoa, etc.). A disposição do resíduo no 
solo deve obedecer aos seguintes critérios: 
• Proceder à análise do solo; 
• Seguir as recomendações de segurança sanitária; 
• Não ultrapassar a capacidade de absorção do sistema solo 
planta; 
• Utilizar técnicas adequadas de conservação do solo; 
• Procurar utilizar o plantio de espécies exigentes em N e P. 
Os dejetos de suínos são um composto multinutriente,cujos 
elementos se encontram em quantidades desproporcionais em relação 
aos assimilados pelas plantas. Quando os dejetos são aplicados ao solo 
com base na demanda total das plantas, de qualquer um dos elementos 
N-P-K, os demais geralmente estarão em excesso (ARENALES; ROSSI, 
2001; DOMINGUES; LANGONI, 2001; SESTI et al, 1998). Com o acúmulo de 
nutrientes no solo, surge o risco de fitotoxicidade às plantas e de perdas 
de nutrientes por erosão e lixiviação, que poderão causar a poluição das 
águas e do solo, cuja gravidade será tanto maior quanto menos se observar 
o princípio do balanço de nutrientes e as boas práticas agronômicas 
(ARENALES; ROSSI, 2001; DOMINGUES; LANGONI, 2001).
Higiene e profilaxia
animal
30
Unidade 4 
Ecto e endo 
parasitas.
Moscas.
Roedores.
Vacinas.
Zoonoses
Geração de energia pela biodigestão anaeróbia dos dejetos
O gás resultante da digestão anaeróbia dos dejetos (biogás) pode 
ser utilizado na produção de energia. Utilizando o processo de produção 
de gás com lona de PVC, colocada sobre o depósito de dejetos, há uma 
redução do custo de implantação, redução dos níveis de patógenos e do 
poder poluente, redução de odores e substituição de combustíveis como 
lenha, GLP e energia elétrica. O biogás pode ser utilizado para aquecimento 
de aviários, banheiros e instalações para suínos (DOMINGUES; LANGONI, 
2001; KONZEN, 1983). 
 
Nº de 
Matrizes 
BIOD 
(m3) 
BIOG 
(m3/d) 
BIOF 
(kg/d) 
12 25 12 1000
24 50 25 2000
36 75 37 3000
60 125 62 5000
Quadro 3: Volume de biodigestor (BIOD), produção diária de biogás (BIOG) e biofertilizante (BIOF), de acordo 
com o dimensionamento do rebanho. 
Fonte: Konzen (1983).
Outros materiais poluentes
Os materiais poluentes como lixo e embalagens também 
devem ser objeto de preocupação, seguindo procedimentos adequados de 
armazenamento e disposição, a saber: 
• Armazenar em recipientes com tampa, frascos e embalagens 
usadas de medicamentos e desinfetantes ou outro produto veterinário, 
encaminhando-os a postos de coleta locais ou regionais. 
• Dar destino adequado a todo o lixo produzido no sistema de 
produção, de forma a não causar nenhum dano ao ambiente.
Unidade 4 Ecto e endo parasitas, controle da mosca e de roedores, 
princípios gerais de vacinas e vacinação e zoonoses
Síntese: nesta unidade, apresentaremos conceitos e veremos a constituição 
dos ecto e endo parasitas, como identificá-los e como realizar o controle 
deles.
Ecto e endo parasitas 
Podemos definir como parasita, um organismo que habita 
a superfície ou interior de um organismo, denominado de hospedeiro 
Ao final da 
leitura desta 
unidade, execute 
as atividades 
descritas no 
AVEA.
Higiene e profilaxia
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31
Unidade 4 
Ecto e endo 
parasitas.
Moscas.
Roedores.
Vacinas.
Zoonoses
(humano e/ou animal). A ação dos parasitas nos hospedeiros é variável, 
podendo muitas vezes ocasionar graves prejuízos para os animais de 
interesse zootécnico (FOREYT, 2005; ROMERO, 1986).
Endoparasitas
Entende-se por endoparasitas, o parasita que vive no interior de 
um animal e/ou em um humano. Os agentes são conhecidos popularmente 
como vermes; causam nos hospedeiros parasitados as conhecidas 
“verminoses”, sendo academicamente conhecidos como helmintos, 
causadores das “helmintoses”, que são os mesmos agentes.
As endoparasitoses ou helmintoses podem causar sérios danos aos 
produtores rurais, principalmente os relacionados ao aspecto econômico, 
como: o retardo no desenvolvimento; crescimento e desempenho dos 
animais; diminuição na produção de leite, ovos, carnes, lãs e outros; além 
do aumento da taxa de mortalidade.
Como endoparasitas temos os helmintos ou vermes e os 
protozoários. Os helmintos estão divididos em “nematódeos, cestódeos 
e trematódeos”. Os nematódeos são denominados assim pela sua 
característica física em formato redondo como, por exemplo, o Ascaris 
lumbricóides; os cestódeos são assim denominados por apresentarem 
suas características físicas em forma de fita achatada, chato como, por 
exemplo, a Taenia solium; e os trematódeos são assim denominados por 
apresentarem as suas características físicas em forma de uma folha, como 
a Facíola hepática.
Quanto aos protozoários são importantes na produção animal, 
como no caso do gênero Eimeria spp, que causa danos no trato digestivo, 
principalmente de aves e de suínos, causando lesões nas células epiteliais 
do trato. Também há outros gêneros: Giárdia spp, Cryptosporidium spp, 
entre outros (QUINN, et al, 2005; MURRAY et al, 2002; DOMINGUES; 
LANGONI, 2001; PELCZAR et al, 1997).
Controle da verminose
A otimização da produção animal se deve ao controle higiênico 
sanitário preventivo em primeira opção e posteriormente ao curativo. 
Hoje, o mercado de fármacos apresenta uma série de produtos à disposição 
do produtor, decorrente de sua rápida evolução. Os fármacos que serão 
utilizados apresentam a denominação de “anti-helmíntica”, popularmente 
conhecida como remédio de vermes. 
Essas drogas agem no parasita, diretamente nos órgãos 
vitais, para a sobrevivência destes. Elas podem agir na sua capacidade 
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Ecto e endo 
parasitas.
Moscas.
Roedores.
Vacinas.
Zoonoses
“neuromuscular”, promovendo a paralisia total, e, consequentemente, a 
expulsão do parasita, com auxilio dos movimentos peristálticos do trato 
digestivo, para o meio externo, praticamente morto. Também, podem agir 
bloqueando todos os processos “energéticos”, resultando na paralisia e 
morte por inanição (FOREYT, 2005; QUINN, et al, 2005; MURRAY et al, 
2002; DOMINGUES; LANGONI, 2001; PELCZAR et al, 1997).
Quando da escolha do fármaco a ser empregado, devem-se 
observar três fatores importantes: a eficácia ou eficiência; segurança ou 
toxicidade e o custo benefício. 
Identificação do parasito
Para executarmos o tratamento, a compra do medicamento, 
devemos em primeiro lugar fazer uma análise laboratorial dos excrementos, 
a fim de avaliar o grau de infestação e quais são os agentes. 
Poucas parasitoses se manifestam com sintomas clínicos bem 
definidos e claros em torno de 0,5%, as demais formas são subclínicas ou 
crônicas. Alguns sinais da presença dos agentes no organismo animal são: 
pêlos arrepiados e sem brilho; emagrecimento; diarréia; falta de apetite; 
edema submandibular (papeira); anemia e desidratação. No caso de 
verminoses pulmonares, observa-se corrimento nasal intenso e dificuldade 
de respirar (FOREYT, 2005; QUINN, et al, 2005; DOMINGUES; LANGONI, 
2001; ROMERO, 1986).
Ectoparasitas
Eles são os transmissores de várias enfermidades para o homem 
e para os animais, sendo desta forma de suma importância verificar o 
que eles causam e suas características. Causam diversos prejuízos tais 
como: lesões cutâneas, ocasionando perdas nos lucros na comercialização 
do couro; perda de sangue facilitando a miíases (bicheiras); transmissão 
de doenças como: a babesiose, anaplasmose, dentre outras enfermidades.
Os ectoparasitas se caracterizam por serem artrópodes 
(carrapatos e ácaros) e insetos (moscas, mosquitos, piolhos, pulgas, 
baratas, percevejos e outros) (FOREYT, 2005; QUINN, et al, 2005; MURRAY 
et al, 2002; DOMINGUES; LANGONI, 2001; PELCZAR et al, 1997).
Controle dos ectoparasitas
Hoje, no mercado, existem diversos produtos a serem aplicados 
nos mais diversos tipos de ectoparasitas: injetáveis por meio de uma 
aplicação intramuscular; banhos carrapaticidas e sarnicidas; dentre outros 
(FOREYT, 2005; MURRAY et al, 2002; DOMINGUES; LANGONI, 2001; PAIVA, 
1994).
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Moscas
As moscas, como outros artópodes, são causadores de inúmeras 
enfermidades ao homem e aos animais. De acordo com o modo de ação, 
dividimos em duas partes: as causadoras de doenças e de desconforto e as 
que agem como vetor mecânico e biológico.
As moscas apresentam três distintos mecanismos de transmissão 
de agentes patogênicos: pela ingestão de agentes patogênicos,com a 
consequente eliminação em suas fezes; pelo regurgitamento de agentes 
patogênicos após armazenamento temporário no próventrículo em forma 
de gotículas nos alimentos (vômito) e pela dispersão de germes nos 
alimentos pelas patas e pelas labelas (DOMINGUES; LANGONI, 2001; PAIVA, 
1994).
Entende-se por miíases ou bicheiras a invasão e a evolução de 
larvas de moscas em tecidos humanos e animais. As miíases podem ser 
classificadas como: cutânea, ocorrendo na pele e no tecido conjuntivo 
subcutâneo e a cavitária, ocorrendo nas fossas nasais e no sistema digestivo 
(DOMINGUES; LANGONI, 2001; NETO, 2000; ROMERO, 1986).
No que se refere à evolução, podem ser classificadas em: 
biontófagas aparecem em tecido animal vivo, causadas principalmente 
pelas larvas, desenvolvem-se em lesões abertas recentes; necrobiontófagas 
quando aparecem em tecido necrosado e em feridas; e necrófagas, são as 
que aparecem em cadáveres.
Aspectos biológicos e de controle de moscas
A mosca Dematobia hominis ou mosca do berne se utiliza de 
outros dípteros para veicular os seus ovos como, por exemplo, a mosca 
dos estábulos Stomoxys calcintrans e mosquitos. Ela deposita no abdômen 
destes vetores seus ovos, e, quando esses agentes entram em contato com 
o hospedeiro, promove o contato do ovo da mosca com a pele. Logo em 
seguida ocorre a eclosão destes ovos e as larvas penetram, invadem a pele 
do hospedeiro, ocasionando a lesão.
A mosca Coclliomya hominivorax ou mosca da bicheira se utiliza 
de uma porta de entrada, uma lesão, uma ferida recente, para depositar 
seus ovos; após a eclosão deles, as larvas se alimentam de seus tecidos 
vivos, resultando na contaminação local.
A musca domestica tem local preferível onde há alimentos sólidos 
ou líquidos expostos; a stomoxys calcintrans ou mosca dos estábulos é uma 
mosca hematófaga, alimenta-se de sangue, assim como a Haematobia 
irritans ou mosca dos chifres, causando estresse nos animais, resultando, 
respectivamente, em perda e ganho de peso.
Outro artrópode é a Oestrus ovis, que causa a oestrose dos 
ovinos, são agentes cavitários, principalmente nas narinas onde penetram 
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para depositar os seus ovos; ao eclodir as larvas, penetram na cavidade 
nasal, migram para os seios frontais, provocam secreções nasais, podendo 
ou não conter sangue; os espirros, advindos do processo descrito, podem 
inflamar os seios nasais e o cérebro causando, consequentemente, a morte 
do animal.
A mosca do gênero Gasterophilus, espécie nasalis, também 
são agentes cavitários; suas larvas se depositam na mucosa gástrica 
dos equinos, causando lesões locais, comprometendo de certa forma o 
processo digestivo do animal (FOREYT, 2005; DOMINGUES; LANGONI, 2001; 
PAIVA, 1994; ROMERO, 1986).
Roedores
Os roedores são mamíferos da ordem rodentia, terrestres, 
ocasionalmente arborícolas ou semi-aquáticos; entre eles estão os esquilos, 
ouriços, preás, capivaras, hamsters e outros, porém, iremos estudar os 
roedores que são nocivos ao homem e aos animais, como os ratos.
Estes roedores são importantes do ponto de vista econômico por 
destruir de 10 a 40% do total de alimentos produzidos pelo homem. Eles 
danificam sacarias e depósitos de alimentos e ainda provocam incêndios 
ao roerem as capas de fios elétricos, causando o curto-circuito. O controle 
destes roedores é de suma importância do ponto de vista de saúde 
pública, pelo fato deles transmitirem várias doenças, como a leptospirose, 
salmonelose e a peste bubônica.
Tipos de roedores nocivos
São mamíferos comensais, habitando locais onde haja alimento, 
esconderijo e água. Contém dentes incisivos de crescimento contínuo, 
necessitando desta forma de roer, a fim de praticar o desgaste dentário. 
Apresentam hábitos noturnos e são vistos, ocasionalmente, à luz do dia, 
sobrevivendo em ambientes adversos. Os ratos mais problemáticos são: a 
ratazana, Rattus norvegicus, com raio de ação em torno de 30 a 45 metros; 
o rato, Rattus rattus, com raio de ação em torno de 30 a 45 metros; e o 
camundongo Mus musculus, com raio de ação em torno de 3 a 10 metros 
(GRINGS, 2006; DOMINGUES; LANGONI, 2001).
Característica Ratazana Rato de paiol Camundongo
Gestação 22 a 24 dias 20 a 22 dias 19 a 21 dias
Ninhada/ano 08 a 12 04 a 08 05 a 06
Filhotes/ninhada 07 a 12 07 a 12 03 a 08
Idade ao desmame 28 dias 28 dias 25 dias
Idade de maturidade sexual 60 a 90 dias 60 a 75 dias 40 a 45 dias
Vida média 24 meses 18 meses 12 meses
Quadro 4: Características biológicas dos roedores.
Fonte: Domingues; Langoni (2001).
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São espertos, desconfiados, possuindo uma audição muito 
aguçada, capaz de captar qualquer ruído, até o ultra-som. Eles, para se 
orientarem, costumam deixar odores, como a urina para marcar as trilhas. 
O bigode e os pêlos são de grande valia, pois esses são responsáveis pelo 
tato, principalmente à noite para seu deslocamento; o olfato é muito 
sensível e apurado; o paladar é bem desenvolvido, discriminando e 
memorizando os diferentes sabores dos alimentos.
Os sinais indicativos da presença deles é a própria presença, 
vivos ou mortos; trilhas, esconderijos, manchas e odor de urina, roeduras, 
presença de pêlo e das fezes em forma de bastonetes (GRINGS, 2006; KICH 
et al, 2002; DOMINGUES; LANGONI, 2001).
Controle de roedores
É realizado por meio de um conjunto de medidas que visam a 
eliminação física: modificação do ambiente, tornando-o impróprio para a 
sua proliferação. Para tal, as medidas são denominadas de anti-ratização 
e desratização.
A anti-ratização visa prevenir a presença do roedor, evitando 
a sua instalação e proliferação, eliminando fontes de água, alimentos, 
evitando acúmulo de lixo e restos de alimentos e abrigo. No caso de 
silos, devem ser bem vedados; sendo que nos sistemas de ventilação e 
de drenagem, esses devem ser vedados com tela de metal fina. Alimentos 
em sacas, como rações, milho e outros, devem estar acondicionados em 
estrados, pallets com uma altura do solo de 40 a 60 cm, distantes de 
paredes 50 cm.
Quanto ao lixo caseiro, acondicioná-los em latas com tampas, 
sacos de lixo em locais altos de forma a impedir o acesso desses. Em 
paióis ou em residências que contenham colunas de sustentação, podemos 
colocar um dispositivo denominado de “chapéu chinês”, podendo ser de 
metal (lata), plásticos que impedem a subida dos ratos pelos pilares.
A desratização visa o combate direto aos ratos, por meio físicos 
ou mecânicos como as armadilhas, placas com cola, aparelhos de ultra-
som ou por meio químico como os venenos (raticidas ou rodenticidas) 
(GRINGS, 2006; KICH et al, 2002; DOMINGUES; LANGONI, 2001).
Princípios gerais de vacinas e vacinações
Consiste no estudo essencial da resposta imune, isto é, dos 
mecanismos pelos quais o organismo é capaz de reconhecer e eliminar 
substâncias estranhas ao organismo. Graças à vigilância imunológica, os 
organismos se mantêm íntegros, livrando-se de agentes e de substâncias 
agressoras, sejam de origem endógena ou exógena, como os microrganismos 
e seus produtos (DOMINGUES; LANGONI 2002; TIZARD, 1996).
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Roedores.
Vacinas.
Zoonoses
São três elementos que participam da resposta imune: o 
antígeno, o anticorpo e o complemento. O antígeno é toda a substância 
estranha a ser eliminada e que seja capaz de gerar, induzir a produção 
de anticorpos pelos agentes; o anticorpo é uma globulina que se adapta, 
tridimensionalmente, para eliminar o antígeno, que em certos casos é 
capaz de fixar um complemento, formando um complexo facilmente 
eliminável do organismo.
Resistência do organismo à infecção
O organismo animal apresenta uma série de defesas naturais para 
impedir o desenvolvimento dos agentes etiológicos, sendo denominado de 
defesa orgânica das quais podem ser inespecíficase específicas. 
A defesa inespecífica é representada pela pele e mucosas, 
que são as primeiras defesas e um obstáculo mecânico, impregnadas por 
substâncias bactericidas, como por exemplo: ácidos graxos das secreções 
sebáceas e sudoríparas, a lisozima, a elastase, a catepsina G, lactoferrina 
colagenases dentre outras substâncias. Além destes métodos, ocorre a 
linha de defesa celular ou imunidade natural, ocorrendo a destruição dos 
agentes etiológicos, pelo processo de fagocitose.
A defesa celular é a primeira em que entra em ação, onde as 
células percorrem o organismo em busca de agentes agressores. Estas 
células são denominadas de fagócitos, como os micrófagos (leucócitos 
e neutrófilos) e macrófagos, que se encontram dispersos por todo o 
organismo em especial a medula óssea, baço, fígado, gânglios linfáticos, 
vasos sanguíneos, formando desta forma o sistema retículo endotelial 
(TIZARD, 1996).
O fagócito engloba os agentes invasores, digerindo-os e 
destruindo. Para que ocorra o processo de fagocitose, são necessárias que 
o organismo contenha algumas substâncias como as opsoninas, que são 
substâncias promotoras do processo. As opsoninas já existem normalmente 
no soro sanguíneo, sendo aumentadas durante o processo de imunização 
ou da doença.
A defesa específica ocorre quando a defesa inespecífica é 
vencida pelo agente, entrando, então, em ação os anticorpos estimulados 
pela ação primária. A defesa humoral ou imunidade adquirida é 
estimulada quando os agentes da defesa primária foram vencidos ou não 
foram suficientes para vencer a invasão de agentes etiológicos. Quando 
o organismo é atacado, ocorre a produção de anticorpos suficientes 
contra um determinado agente agressor, estabelecendo desta forma uma 
imunidade adquirida.
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Roedores.
Vacinas.
Zoonoses
Os antígenos são de natureza protéica ou associada a proteínas 
que estimulam a resposta imunogênica, isto é, a produção dos anticorpos. 
As imunoglobulinas são produzidas pelos plasmócitos, derivados do 
linfócito B, dentre elas estão: IgM, IgG, IGA, IgE e IgD. A IGA está presente 
nas mucosas e as demais na circulação (MURRAY et al., 2000; TIZARD, 
1996).
Formas de imunização
Podem ser de dois tipos: ativa e passiva. Quando o organismo 
reage formando anticorpos são denominados de ativa, e quando o 
organismo recebe o anticorpo já elaborado é denominada de passiva. A 
imunidade ativa pode ser naturalmente adquirida após uma infecção ou 
artificialmente por vacinações. A imunidade passiva pode ser adquirida 
naturalmente quando proveniente da mãe via colostro ou via trans-
uterina, e ainda induzida com a soroterapia, na qual são utilizados anti-
soros específicos para determinado antígeno.
Ex: Soro antitetânico, anti-rábico dentre outros.
Vacinação e vacinas
As vacinas são produtos biológicos contendo agentes infecciosos 
ou antígenos contra os quais queremos imunizar os animais, portanto 
são antígenos introduzidos no organismo, a fim de provocar uma reação 
ativa, resultando na formação de anticorpos contra uma determinada 
enfermidade. A imunidade ativa adquirida de forma natural (após a 
infecção) ou de maneira artificial (vacinação) tem um prazo mais ou 
menos de duração longa dependendo de alguns fatores que são:
 
- Tipo de enfermidade;
- Tipo de vacina;
- Espécie animal;
- Idade e sexo;
- Estado sanitário e corporal;
- Outros.
A produção de anticorpos na segunda dose da vacina é maior e 
bem mais intensa e rápida, considerando a primeira vacinação (DOMINGUES; 
LANGONI 2002; TIZARD, 1996).
Aspectos que contribuem para um excelente resultado 
vacinal:
- Dose;
- Vacinas monovalentes, evitar polivalentes (potencialização);
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Vacinas.
Zoonoses
- Animais sadios, bom estado corporal;
- Vias de aplicação;
- Conservação das vacinas;
- Vencimento das vacinas;
- Equipamentos limpos e higienizados sem resíduos anteriores;
- Outros.
Classificação das vacinas
As vacinas de acordo com a vitalidade de seu antígeno 
classificam-se em: vivas ou atenuadas, mortas e toxóides ou anatoxinas.
Característica desejável em uma vacina:
- Capacidade de formar anticorpos específicos;
- Formar a quantidade necessária para a proteção;
- Não produzir reações adversas que coloque em risco a vida;
- Barata e de fácil aquisição;
- Facilmente aplicável;
- Outros.
A imunidade de um animal não é adquirida momentaneamente, 
o organismo necessita de dias para a formação de anticorpos. Durante 
este período fica susceptível a enfermidades, sendo essa fase denominada 
de fase negativa da imunidade (DOMINGUES; LANGONI 2002; TIZARD, 
1996). Além desse período, não podemos esquecer as falhas do programa 
de vacinação, resultando na incapacidade de proteger de uma forma 
eficaz contra uma doença específica durante o período da formação dos 
anticorpos.
As principais falhas são:
- Deficiência da vacina (perda do poder antigênico, vacina 
contaminada etc.); 
- Deficiência no manejo e na aplicação da vacina (vencida, má 
conservação...);
- Deficiência do estado orgânico dos animais (doença incubada, 
idade...);
- Influência do ambiente (frio, calor, chuva, etc.).
Zoonoses
A Organização Mundial da Saúde, (OMS) classifica as Zoonoses 
em dois grupos: 
• As enfermidades transmissíveis dos animais vertebrados para 
o homem. 
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Zoonoses
• São aquelas doenças que são comuns ao homem e aos animais.
No primeiro grupo os animais desempenham uma função 
essencial para que a infecção se mantenha na natureza, sendo o homem 
um hospedeiro acidental. Hospedeiro acidental, na medida em que entra 
em contato com o agente. No segundo, os animais e o homem contraem 
a infecção das mesmas fontes: solo, água, animais invertebrados e as 
plantas. Nesse grupo os animais não desempenham papel essencial no 
ciclo vital do agente etiológico. Podem contribuir para a distribuição e a 
transmissão das doenças (DOMINGUES; LANGONI, 2001).
Classificação das Zoonoses
- A OMS classifica de acordo com o ciclo biológico do agente 
causal transmissível em:
- Zoonoses Diretas - são doenças e infecções que são 
transmitidas do hospedeiro vertebrado, infectando outro hospedeiro 
vertebrado susceptível.
- Pode ser por contato direto ou indireto, por meio de objeto 
contaminado ou por meio de um vetor mecânico.
- São exemplos: o vírus da Raiva, a bactéria da Brucelose...
- Ciclozoonoses - quando o agente causal necessita passar 
por mais de uma espécie de hospedeiro vertebrado, porém por nenhum 
hospedeiro invertebrado para completar seu ciclo evolutivo. São exemplos: 
os helmintos, Cestódeos, Taenia sp., cisticercos, hidatidose.
- Metazoonoses - são as doenças que se transmitem 
biologicamente, por meio de vetores invertebrados. São exemplos: as 
doenças como a febre amarela, dengue...
- Saprozoonoses - neste grupo participam um hospedeiro 
vertebrado e um elemento abiótico não animal que funcionará como um 
reservatório do agente etiológico ou como local de desenvolvimento do 
mesmo. Esses elementos seriam: a matéria orgânica, solo, vegetais. São 
exemplos: histoplasmose, listeriose, Larva migrans cutânea e visceral...
Mecanismos de transmissão
Ocorrem por diversas formas e vias, podendo ser classificadas 
em diretas e indiretas.
- Transmissão Direta - é quando o agente é transferido de um 
indivíduo infectado a outro susceptível.
- Transmissão Indireta - é quando envolve processos de 
transmissão complexos, como pela ingestão de água, leite e outros 
alimentos contaminados, pela inalação do ar, contato com solo e fômites 
contaminados.
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Vacinas.
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Principais mecanismos de transmissão
• O homem e os animais compartilharem o mesmo ambiente;
• A falta de higiene, favorecendo a proliferação de insetos e 
de roedores• A penetração do homem em novas áreas geográficas e zonas 
ecológicas;
• As mutações genéticas dos agentes;
• Fatores sociais, políticos e econômicos são responsáveis pelo 
aparecimento das Zoonoses.
Principais Zoonoses
- Hoje em dia, a OMS, apresenta uma lista parcial, que 
compreende em torno de 150 enfermidades (DOMINGUES; LANGONI, 2001). 
Enfermidades bacterianas
- Brucelose - causada pela bactéria Brucella melitensis, B. 
abortus, B. suis, B. ovis, B. canis...
- Tuberculose - causada pela bactéria Mycobacterium 
tuberculosis, M. bovis, M. avium...
- Leptospirose - causada pela bactéria Leptospira pomona, L. 
hardjo, L. canícola, L. icterohaemorrhagiae...
- Salmonelos - causada pela bactéria Salmonella typhymurium, 
S. enteritidis...
- Erisipela Suína ou Ruiva - causada pela bactéria Erysipelotrix 
rhusiopathiae.
Enfermidades víricas
- RAIVA - Causada pelo RNA vírus da família Rhabdoviridae, 
gênero Lyssavírus
Enfermidaes fúngicas
- Tinhas ou dermatofitoses - causada pelos fungos dos gêneros 
Trichophyton sp. e Microsporum sp.
Enfermidades por protozoários
- Toxoplasmose - causada pelo Toxoplasma gondii.
- 
Enfermidades causadas pelos helmintos
- Teníase e Cisticercose - causada pela forma adulta da Taenia 
solium e a Taenia saginata
- Hidatidose - causada pela forma adulta do Echinococcus 
granulosus 
Higiene e profilaxia
animal
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Glossário
Agente: é um dos fatores cuja exposição constitui um dos elementos 
essenciais na gênese da doença ou agravo da doença. É o agente etiológico 
causador de uma determinada enfermidade.
Caso: é um animal infectado ou doente; a manqueira é causada pelo 
Clostridium chaouvoei.
Enfermidade: é a etapa da doença ou agravo em nível orgânico que se 
caracteriza pela presença de uma sintomatologia.
Fômites: são os objetos inanimados contaminados (baldes, celas, toalhas 
etc...) que podem transportar agentes infecciosos para os animais ou para 
o homem.
Fonte: é denominada para designar os seres animados ou inanimados que 
contém o agente infeccioso e que transferem ao novo hospedeiro.
Fonte de Infecção: é o animal invertebrado ou vertebrado, objetos ou 
locais, a partir dos quais o agente infeccioso, infecta um novo hospedeiro.
Fumigação: consiste na utilização de produtos químicos que iram 
transformar-se da consistência líquida para gasosa.
Imersão: consiste em imergir um determinado produto em um recipiente 
com desinfetante diluído em água.
Infecção: é o resultado da invasão de um agente ao organismo (parasito).
Infestação: é designada para invasões de um organismo por um 
macroparasita, artrópode, roedor etc.
Referências
Higiene e profilaxia
animal
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Pedilúvio: consiste em um escavado na entrada de estabelecimentos 
agropecuários, para proceder a desinfecção de calçados, a fim de impedir 
a entrada de agentes patogênicos.
Reservatório: designa a fonte do agente infeccioso que pode ser 
representado por um ser animado, animal ou vegetal, solo, água etc...
Rodolúvio: consiste em um escavado na entrada de estabelecimentos 
agropecuários, para proceder à desinfecção de veículos, a fim de impedir 
a entrada de agentes patogênicos.
Susceptível: organismo ou população que apresenta susceptibilidade à 
ação de determinado fator.
Veículo: é qualquer elemento animado (animal) ou inanimado (água, 
alimentos, objetos, agulhas, seringas, panos etc...), que transporte 
determinado agente infeccioso.
Vetor: denominação dada às espécies, geralmente artrópodes, cujos 
organismos podem albergar determinados agentes patogênicos e assim 
propiciar uma determinada doença.
Vetor mecânico: é o organismo que pode contaminar com formas 
infectantes do parasito, transportando-os mecanicamente para um 
determinado hospedeiro: moscas hematófagas, tabanídeas...
Zoonoses: doenças transmitidas pelos animais aos seres humanos.
Currículo do professor autor
Joel Lima da Silva Junior Iniciou a carreira no ramo agropecuário na 
Escola Agrotécnica Federal de Pelotas – CAVG, onde se formou em Técnico 
Agrícola. Posteriormente, cursou a graduação em Medicina Veterinária 
pela Universidade Federal de Pelotas – UFPel, na área de Sanidade Animal, 
em seguida, cursou a pós-graduação (nível de lato sensu) em Medicina 
Veterinária na área de Medicina Veterinária Preventiva, sendo que parte do 
curso foi realizada na Universidad de Córdoba – UCO na España na área de 
Patologia Veterinária. É professor da Universidade Federal do Amazonas, 
onde leciona as disciplinas: Higiene e Profilaxia Animal, Fisiologia Animal, 
Microbiologia e Parasitologia Básica Animal e Bovinocultura. Atualmente, 
doutora-se na área de Tecnologia de Pescado, pela UFAM, ligado à área de 
Segurança Alimentar.
Currículo do 
professor autor
Glossário

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