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TOPICOS ESPECIAIS EM LEGISLACAO

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TÓPICOS ESPECIAIS EM 
LEGISLAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
2 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ................................................................................................. 03 
 
1 LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA ........................................................................ 05 ... 5 
1.1 Vigência da legislação tributária ......................................................................... 10 
1.2 Aplicação da legislação tributária ....................................................................... 12 
1.3 Conceitos básicos ............................................................................................. 13 
2 LEGISLAÇÃO TRABALHISTA ............................................................................ 37 
2.1 Absenteísmo ...................................................................................................... 41 
2.2 Rotatividade ....................................................................................................... 44 
REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS ................................................. 51 
AVALIAÇÃO ............................................................................................................ 52 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
INTRODUÇÃO 
 
Sejam bem-vindos ao curso de Especialização em GESTÃO EMPRESARIAL 
oferecido pelo Instituto Pedagógico de Minas Gerais - IPEMIG. 
Esforçamo-nos para oferecer um material condizente com a graduação 
daqueles que se candidataram a esta especialização, procurando referências 
atualizadas, embora saibamos que os clássicos são indispensáveis ao curso. 
As ideias aqui expostas, como não poderiam deixar de ser, não são neutras, 
afinal, opiniões e bases intelectuais fundamentam o trabalho dos diversos institutos 
educacionais, mas deixamos claro que não há intenção de fazer apologia a esta ou 
aquela vertente, estamos cientes e primamos pelo conhecimento científico, testado e 
provado pelos pesquisadores. 
Não obstante, o curso tenha objetivos claros, positivos e específicos, nos 
colocamos abertos para críticas e para opiniões, pois temos consciência que nada 
está pronto e acabado e com certeza críticas e opiniões só irão acrescentar e melhorar 
nosso trabalho. 
Como os cursos baseados na Metodologia da Educação a Distância, vocês 
são livres para estudar da melhor forma que possam organizar-se, lembrando que: 
aprender sempre, refletir sobre a própria experiência se somam e que a educação é 
demasiado importante para nossa formação e, por conseguinte, para a formação dos 
nossos/ seus alunos. 
Deste modo, o curso em questão tem como objetivo geral oferecer uma visão 
ampla e geral da gestão de empresas levando o aluno a refletir os fundamentos da 
administração, reconhecer que a gestão de pessoas é fundamental para o sucesso da 
empresa; entender que é preciso estar atento às mudanças que sempre ocorrem nas 
legislações trabalhista e tributária e perceber que, diante da globalização onde a 
competição é acirrada, a gestão estratégica permite construir cenários e visualizar um 
futuro mais tranquilo para as organizações. 
 
4 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
Reiteramos que este material trata-se de uma reunião do pensamento de 
vários autores que entendemos serem os mais importantes para a disciplina. 
Para maior interação com o aluno deixamos de lado algumas regras de 
redação científica, mas nem por isso o trabalho deixa de ser científico. 
Desejamos a todos uma boa leitura e caso surjam algumas lacunas, ao final 
da apostila encontrarão nas referências consultadas e utilizadas aporte para sanar 
dúvidas e aprofundar os conhecimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
 
1 LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
Para que haja tributação é necessário que exista a lei. Daí a importância de 
se conhecer a Legislação Tributária a qual é constituída por um conjunto de normas 
dispostas hierarquicamente e que se prestam a determinadas funções (SILVA, 2006). 
Evidentemente que não cabe ao gestor da empresa conhecer os detalhes, 
nem decorar as leis, mesmo porque adequações necessárias e mudanças surgem de 
tempos em tempos, no entanto, ter uma visão geral é importante, porque do não 
cumprimento da lei, podem vir multas e prejuízos para a organização. 
A Legislação Tributária é o conjunto de normas estabelecidas pelo Poder 
Público e que dispõem sobre a imposição, arrecadação e fiscalização dos tributos, 
compreendendo as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as 
normas complementares. Compreende o conjunto de normas, de diversas hierarquias, 
desde a norma constitucional até as normas complementares. 
Segundo o conceito legal de Legislação Tributária, previsto no art. 96 do 
Código Tributário Nacional (CTN), a expressão „legislação tributária‟ compreende as 
leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas 
complementares que versam, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas 
a eles pertinentes. 
Esse conceito é considerado incompleto, sendo que a Legislação Tributária 
compreende as normas constitucionais, as emendas à constituição, as leis 
complementares, os tratados e convenções internacionais, as resoluções do Senado, 
as leis ordinárias, as leis delegadas, as medidas provisórias, os decretos legislativos, 
os decretos regulamentares ou não é as normas complementares (SILVA, 2006). 
São consideradas fontes principais do direito tributário: 
 As normas constitucionais; 
 As emendas à constituição; 
 As leis complementares; 
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(31) 3270 4500 
 Os tratados e convenções internacionais; 
 As resoluções do Senado; 
 As leis ordinárias; 
 As leis delegadas; 
 As medidas provisórias; 
 Os decretos legislativos e os decretos regulamentares. 
Como normas complementares ou secundárias das fontes principais, temos 
os atos normativos, as decisões administrativas, as decisões judiciais, as práticas 
reiteradas e os convênios, conforme o art. 100 do CTN. Veremos cada uma dessas 
fontes a seguir. 
 
Normas Constitucionais 
A Constituição é a Lei Maior do País. É a primeira norma escrita que dá 
validade às demais normas. Nenhuma outra norma poderá contrariar o conteúdo e as 
regras existentes na Constituição sob pena de ser declarada inconstitucional. É essa 
Lei Maior que dá sustentação a todo o ordenamento jurídico tributário. Na Constituição 
de 1988 temos todo um capítulo sobre o Sistema Tributário Nacional. 
 
Emendas à Constituição 
A emenda à Constituição é uma norma constitucional. É uma forma legal de 
tornar o texto constitucional sempre atualizado diante das mudanças sociopolíticas e 
econômicas. Na ordem hierárquica, só é inferior à Constituição no que se refere ao 
processo de criação e aprovação. Uma vez aprovada, é uma norma constitucional, 
que poderá alterar a própria Constituição. 
 
Leis Complementares 
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Tem por finalidade regulamentar dispositivo constitucional que não seja 
autoexecutável. No aspecto tributário, elas servem para dirimir conflitos de 
competência entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, estabelecer 
normas gerais de direito tributário e regular as limitações do poder de tributar (CF art. 
146, I, II e III). 
O CTN é considerado lei complementar, embora na época tenha sido 
aprovado sob a forma de lei ordinária, que é a lei n°5.172/66. Na vigência da 
Constituição de 1967 foi elevado à categoria de lei complementar, em razão de tratar 
de matéria por ela determinada. A constituição de 1988 recebe o CTN como lei 
complementar, pois regula matérias que são privativas de lei complementar na Lei 
Magna. 
 
Tratados e Convenções Internacionais 
Hierarquicamente, está logo após a lei complementar. Conforme o art. 98 do 
CTN, os tratados e convenções internacionais prevalecem sobre a legislação interna. 
No Brasil, vigoram após a aprovação do Congresso Nacional, através de Decreto 
Legislativo, independente de sanção do executivo. Em matéria tributária, tem prestado 
a solucionar muitos problemas referentes aos Impostos sobre o Comércio Exterior, 
com a colaboração de determinados organismos. 
 
Resoluções do Senado 
São utilizadas para regular matéria de competência do Congresso Nacional e 
de suas casas, tendo efeitos internos. 
Tem competência, em matéria tributária, para determinar os limites das 
alíquotas do imposto sobre transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou 
direitos (CF art. 155, § 1°, IV) e do imposto sobre operações relativas a circulação de 
mercadorias e prestação de serviços interestadual e intermunicipal e de comunicação 
(CF art. 155, § 2°, IV e V). 
 
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Lei Ordinária 
Constituem o meio pelo qual se utiliza o Poder Público para criar as obrigações 
tributárias e movimentar toda a política fiscal de um governo, sem embargo de outros 
atos que também influem no sistema tributário. 
A instituição de tributos, sua extinção, aumento, redução, definição do fato 
gerador da obrigação principal e do seu sujeito passivo, a fixação da base de cálculo 
e alíquota, criação e definição de penalidades, exclusão, suspensão e extinção de 
créditos tributários, além da redução de penalidades ou dispensa, como regra geral, 
só poderão ser feitos por meio de lei, conforme art. 97 do CTN. 
 
Leis Delegadas 
São leis elaboradas pelo Presidente da República, que deverá solicitar 
delegação do Congresso Nacional, à qual é feita por meio de resolução que 
especificará o conteúdo e os termos do seu exercício. 
Segundo Ichihara (2003), “como exceção ao princípio da indelegabilidade das 
funções, a atual Constituição Federal permite este ato normativo. Entendemos que a 
instituição e majoração de tributos por meio de lei delegada é possível, considerando 
que o art. 68 da CF não veda expressamente”. 
Em relação aos tributos tem sido pouco utilizada, pois, pela atual Constituição, 
o Presidente da República poderá legislar por meio de medidas provisórias. 
 
Medidas Provisórias 
São atos conferidos ao Presidente da República o qual poderá lançar mão em 
casos de relevância e urgência. Tem força de lei e assim que for adotada pelo 
Presidente, deverá ser submetida ao Congresso Nacional, que mesmo estando em 
recesso, será convocado extraordinariamente para se reunir no prazo de cinco dias. 
Somente em casos excepcionais, com o preenchimento dos requisitos da 
urgência e relevância é possível a instituição ou aumento de tributos, tendo como 
veículo a medida provisória. 
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A partir da promulgação da Constituição de 1988, as medidas provisórias 
estavam sendo utilizadas constante e abusivamente pelo Poder Executivo. Por isso, 
o art. 62 da CF sofreu alterações com a nova redação da Emenda Constitucional n° 
32, de 11-09-01, com a finalidade de restringir o uso dessas medidas. 
Decretos Legislativos 
São atos de competência exclusiva do Congresso Nacional e não estão 
sujeitos a sanção do Presidente da República. É através desses decretos que os 
tratados e convenções internacionais, relativos à matéria tributária, são aprovados 
pelo Congresso. 
 
Decretos Regulamentares 
São atos elaborados pelo Poder Executivo e aprovados por decretos do 
mesmo poder. São normas que, extraindo o conteúdo e o alcance contidos na lei, por 
meio de detalhes, tornam aplicáveis as regras legais. Em relação aos tributos, serve 
para dar melhor execução às leis tributárias quando seus textos são insuficientes para 
um perfeito funcionamento do fisco e um exato entendimento do contribuinte. 
O art. 99 do CTN, diz que “O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-
se aos das leis em função das quais sejam expedidos, determinados com observância 
das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei”. 
 
Atos Normativos 
São atos expedidos, por escrito, pela autoridade administrativa e que 
completam a lei ou o decreto regulamentar com o objetivo de torná-lo aplicável, 
inclusive detalhando procedimentos e situações. Como exemplo de atos normativos 
temos: Portarias, Circulares, Resoluções, Atos Normativos, Atos Declaratórios, 
Pareceres Normativos etc. Em matéria tributária, sua finalidade é oferecer orientação 
geral aos contribuintes e agentes do fisco, no desencargo da Administração 
Tributária. 
 
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Decisões Administrativas 
São decisões da própria administração frente a casos levados a julgamento 
por defesa, impugnação ou recurso apresentado pelos contribuintes ou ex officio. 
 
Decisões Judiciais 
A decisão judicial transitada em julgado cria uma norma individual, que é lei 
entre as partes e arguível a qualquer momento. 
 
Práticas Reiteradas (Usos e Costumes) 
As Práticas Reiteradas são atitudes e medidas que ocorrendo de uma forma 
regular, repetida, orienta a aplicação da lei ou o exercício de atividade, tornando-se 
eficaz para o desenvolvimento da administração tributária. Tornam-se, assim, um 
direito costumeiro ou consuetudinário. 
 
Convênios 
São ajustes ou acordos celebrados entre a União, os Estados, o Distrito 
Federal e Municípios, que visam a execução correta de suas leis, serviços ou 
decisões, ou como forma de atribuir a outra pessoa a competência de arrecadar ou 
fiscalizar tributos. O art. 199 do CTN estabelece que “A Fazenda Pública da União e 
a dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios prestar-se-ão mutuamente 
assistência para fiscalização dos tributos respectivos e permuta de informações, na 
forma estabelecida, em caráter geral ou especifico, por lei ou convênio”. 
 
1.1 Vigência da Legislação Tributária 
 
Segundo Silva (2006) a expressão vigência pode ser confundida com eficácia. 
Entretanto, a vigência é a qualidade da lei existente e com força para exigir seu 
cumprimento, em dado momento e lugar, enquanto a eficácia da lei está relacionada 
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à possibilidade de poder ser aplicada na resolução de problemas. Assim, a lei pode 
ser vigente e não possuir eficácia, necessitando, por exemplo, de regulamentação. 
Em se tratando da vigência da legislação pertinente ao campo tributário, o art. 101 
do CTN estabelece que a “vigência, no espaço e no tempo, da legislação tributária, 
rege-se pelas disposições legais aplicáveis às normas jurídicas em geral, ressalvado 
o previsto neste Capítulo”. 
A partir do exposto, podemos concluir que aquilo que não for tratado no CTN 
deverá seguir a regra geral. 
Vigência no espaço 
Quanto à vigência no espaço, predomina o princípio da territorialidade 
segundo o qual a legislação se aplica nos respectivos territórios da entidade que a 
criou, como por exemplo, a legislação tributária da União se aplica em todo o território 
nacional; dos Estados, em seus respectivos territórios; dos municípios, no âmbito 
espacial destes; do Distrito Federal, também em seu respectivo território. Há a 
exceção da extraterritorialidade definida no art. 102 do CTN que diz: 
“A legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
vigora, no País, forados respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam 
extraterritorialidade os convênios de que participem, ou do que disponham esta ou 
outras leis de normas gerais expedidas pela União”. 
Vigência no tempo 
A lei adquire existência com a publicação, mas nem sempre sua vigência 
coincide com a sua publicação. O início da vigência da lei poderá ser na data da 
publicação, em dia certo e predeterminado e em dia determinado a contar da 
publicação. Como exemplo temos o que a lei diz: “esta Lei entrará em vigor na data 
de sua publicação”; “esta Lei entrará em vigor em 27/10/2003”; “esta Lei entrará em 
vigor 90 dias após sua publicação”. 
Em relação à vigência no tempo, o CTN estabelece as seguintes regras: 
1. Atos Administrativos (normativos) – na data de sua publicação (CTN, art. 
103,I ). 
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2. Decisões de órgãos de jurisdição administrativa – 30 (trinta) dias após 
sua publicação (CTN, art. 103, II). 
3. Convênios – na data neles prevista (CTN, art. 103, III). 
Na instituição ou criação, majoração ou aumento, definindo e criando novas 
hipóteses de incidência, extinção ou redução de isenções etc., referentes aos 
impostos sobre o patrimônio ou a renda, e ainda outros impostos sujeitos ao princípio 
da anterioridade de lei, a vigência só ocorrerá a partir do 1º (primeiro) dia do exercício 
seguinte àquele em que ocorra a sua publicação (CTN, art. 104 e CF, art. 150, III, b). 
Quando a vigência da lei não coincide com a sua publicação, o período que 
se intercala entre a publicação e a vigência é chamado de vacatio legis, isto é, 
vacância da lei. 
Término da vigência da lei tributária 
A lei extingue com sua revogação, que pode ser total ou parcial: é total quando 
abrange toda a norma e parcial quando anula algumas determinações da lei. Tem 
vigência enquanto não revogada ou modificada por outra lei. Havendo duas normas 
de hierarquias idênticas e incompatíveis, prevalece a mais nova, ficando revogada a 
mais antiga. 
 
1.2 Aplicação da Legislação Tributária 
 
A aplicação da legislação é a circunstância pela qual a lei atinge sua eficácia, 
quando utilizada em uma situação concreta. 
Segundo o CTN, pode ocorrer de duas formas: 
1. Aplicação Imediata - A lei se aplica aos fatos geradores futuros e aos 
pendentes. Os fatos geradores futuros não apresentam nenhum problema na 
aplicação da legislação, pois assim que ocorrerem será aplicada a legislação 
vigente. Quanto aos fatos geradores pendentes entende-se como aqueles cuja 
ocorrência tenha tido início, mas não tenha sido completada. 
O fato gerador ocorre nas seguintes situações: 
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Tratando-se de situação de fato considera-se o fato gerador ocorrido a partir 
do momento em que se verifica as circunstâncias materiais necessárias a produzir os 
efeitos que lhes são próprios (CTN, art. 116, I). Caso a operação não seja concluída 
na vigência de uma lei, considera-se fato pendente e assim que estiver concluído será 
aplicada a legislação vigente. 
Tratando-se de situação jurídica, considera o fato gerador ocorrido assim que 
o negócio ou operação jurídica estejam definitivamente constituídos nos termos do 
direito aplicável (CTN, art. 116, II). Caso não tenha sido concluído o negócio ou 
operação jurídica, o fato estará pendente. 
2. Aplicação retroativa - De acordo com o art. 106 do CTN, a lei aplica-se ao 
passado: 
Retroatividade da lei interpretativa: 
Uma lei poderá interpretar outra quando a interpretação é chamada de 
interpretação autêntica. Sendo interpretativa poderá esclarecer o sentido e o conteúdo 
da lei anterior. Entretanto, essa lei interpretativa não poderá mudar o sentido ou criar 
obrigações não previstas na lei interpretada, sob pena de ser considerada 
inconstitucional. 
Retroatividade da Lei Benigna: 
Tratando-se de ato não definitivamente julgado: (a) quando deixe de defini-lo 
como infração. É a aplicação da norma penal mais benéfica ao contribuinte; (b) quando 
deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que 
não tenha sido fraudulento e não tenha implicado falta de pagamento de tributo; (c) 
quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo 
de sua prática. É a retroatividade para beneficiar o réu (SILVA, 2006). 
 
1.3 Conceitos básicos 
 
Tributo 
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O Código Tributário Nacional (CTN) apresenta uma definição de tributo que, 
apesar de algumas imprecisões, é considerada adequada pelos teóricos do direito, 
por denotar de forma didática seus principais elementos de caracterização: 
Art. 3.° Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo 
valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei 
e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. 
Isso significa que, ao contrário de um contrato, em que o devedor assume a 
obrigação após a manifestação livre e consciente de sua própria vontade, o tributo é 
sempre imposto pelo Estado através de uma lei. O obrigado - também chamado de 
sujeito passivo da obrigação tributária - é posto na condição de devedor independente 
de sua vontade, como esclarece Geraldo Ataliba (1977, p. 34), ao ensinar que: “[...] a 
obrigação tributária nasce da vontade da lei, mediante ocorrência de um fato (fato 
imponível) nela descrito. Não nasce, como as obrigações voluntárias (ex voluntate), 
da vontade das partes. Esta é irrelevante para determinar o nascimento deste vínculo 
obrigacional”. 
O tributo, assim, assemelha-se bastante a uma multa administrativa, uma vez 
que, tal como esta, sempre envolve a obrigação de dar quantia certa em dinheiro ao 
Estado em razão da ocorrência de um fato definido em lei. A multa, porém, diferencia-
se do tributo porque o fato que gera a obrigação de pagá-Ia é sempre ilícito (por 
exemplo, estacionar em local proibido). O tributo, ao contrário, é cobrado em função 
de fatos lícitos praticados pelo sujeito passivo (como, por exemplo, a venda de 
mercadorias ou a prestação de serviços). 
Portanto, pode-se definir tributo como uma obrigação de dar quantia certa em 
dinheiro devida ao Estado em função da ocorrência de um fato lícito definido em lei 
(denominado “fato gerador” ou hipótese de incidência tributária), que independe da 
vontade do sujeito passivo e não constitui sanção de ato ilícito. 
A ideia de tributo, em torno da qual se desenvolve o Direito Tributário, possui, 
enquanto instituto jurídico, definição legal. 
De acordo com o artigo 3º do CTN, podemos decompor a definição em traços 
ou características inafastáveis: 
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a) Prestação pecuniária: o tributo é pago em unidades de moeda de curso 
forçado (atualmente, em reais). Não há, em regra, tributo in natura (pago em bens) ou 
in labore (pago em trabalho); 
Segundo a Lei nº 8.880, de 1994 (art. 2º), e a Lei nº 9.069, de 1995 (art. 1º), o 
real é a unidade do Sistema Monetário Nacional, tendo curso legal e poder liberatório 
em todo território nacional. Assim, a lei pode fixar, em caráter excepcional, que 
determinados bens possuem poder liberatório para o pagamento de tributos, a 
exemplo da Lei nº 10.179, de 2001 (art. 6º), quanto aos títulos da dívida pública federal 
vencidos e expressamente enumerados. 
No julgamento da ADInMC1 2.405, o Supremo Tribunal Federal, modificando 
posição anterior, entendeu que os entes da Federação podem estabelecer, em leis 
específicas, regras de quitação de seus próprios créditos tributários. No caso em 
análise, admitiu-se como válida lei estadual que instituía ação em pagamento de 
créditos tributários. 
b) Compulsória:é obrigatória. Independe da vontade do contribuinte; 
c) Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: pode ser expresso 
em moeda (exemplo: reais) ou através de indexadores (exemplos: ORTN, OTN, BTN, 
UFIR); 
d) Que não constitua sanção de ato ilícito: as penalidades pecuniárias 
ou multas não se incluem no conceito de tributo. Significa dizer que o pagamento do 
tributo não decorre da infração de determinada lei. Pelo contrário, se algo é pago por 
descumprimento da lei não se trata de tributo. Exemplo desta afirmação é o 
pagamento de multa pela não utilização de cinto de segurança. 
Entretanto, o fato gerador de um tributo pode ocorrer em circunstâncias 
ilícitas, embora ele em si não seja um ilícito. 
 Cobrança por medida 
 
 
1 Ação Direta de Inconstitucionalidade 
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 administrativa vinculada á lei 
 
 
Os tributos são dos seguintes tipos: 
 
 Taxas 
 Impostos 
 Contribuições de Melhoria 
 Empréstimos Compulsórios 
 Contribuições Parafiscais (= Especiais) 
 
TAXAS 
 É um tributo incidente sobre um fato gerador e que são aplicados em 
contrapartida a esse fato gerador, ou seja, a taxa é a contrapartida que o contribuinte 
paga em razão de um serviço público que lhe é prestado ou posto à sua disposição 
Prestação 
pecuniária 
TRIBUTO 
Instituído em lei 
Compulsória 
≠ punição p/ ato ilícito 
Paga em moeda corrente 
(dinheiro, cheque ou vale postal) 
 
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Trata-se, portanto, de um tributo vinculado disciplinado pelo artigo 145, II, e 
2.°, da Constituição Federal, e pelos artigos 77 e seguintes da CNT. 
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou 
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o 
exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial. de serviço 
público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. 
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos 
aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das 
empresas. 
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, 
limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou a 
abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, 
à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de 
atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, 
à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou 
coletivos. 
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Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando 
desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância 
do processo legal e, tratando-se de atividade que a lei tenha como discricionária, sem 
abuso ou desvio de poder. 
Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se: 
1- utilizados pelo contribuinte: 
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título; 
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória sejam postos à 
sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento; 
c) específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de 
intervenção, de unidade, ou de necessidades públicas; 
d) divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de 
cada um dos seus usuários. 
 
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA: 
A contribuição de melhoria é o tributo vinculado que tem como fato gerador 
uma atuação estatal indiretamente referida ao contribuinte, mais especificamente, 
uma valorização imobiliária decorrente da construção de uma obra pública, apurada 
na forma do artigo 82 do CTN: 
Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes 
requisitos mínimos: 
I - publicação prévia dos seguintes elementos: 
a) memorial descritivo do projeto; 
b) orçamento do custo da obra; 
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela 
contribuição; 
d) delimitação da zona beneficiada; 
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e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda 
a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas; 
f)fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos 
interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior; 
g) regulamentação do processo administrativo de instrução e 
julgamento da impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua 
apreciação judicial. 
 
EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO 
O empréstimo compulsório constitui um tributo caracterizado por sua natureza 
restituível (o valor arrecadado, após decurso de determinado prazo definido em lei, 
deve ser devolvido pelo Estado ao contribuinte) e por apresentar arrecadação 
vinculada a uma das seguintes finalidades (previstas no art. 148 da Constituição): 
 Fazer frente a despesas extraordinárias resultantes de calamidade pública, 
guerra externa ou sua iminência; ou, 
 Para o custeio de investimento público urgente e de relevante interesse 
nacional. 
 
 
IMPOSTOS 
É uma espécie do gênero tributo, cujo fato gerador não depende de qualquer 
atividade estatal específica em relação ao contribuinte. 
O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é um imposto 
que incide sobre as operações relativas à circulação de mercadorias e sobre as 
prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação. 
O ICMS é um imposto seletivo em função da essencialidade da mercadoria e 
serviços, conforme disposição contida no artigo 155, § 2º, inciso III, da Constituição 
Federal. Cabe aqui uma ressalva, os serviços de telefonia e o consumo de energia 
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elétrica e combustíveis são essenciais à boa qualidade de vida do cidadão, entretanto 
são excessivamente onerados pelo ICMS, cujas alíquotas são as mais elevadas 
previstas na legislação. 
 
CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS 
É a movimentação da mercadoria dentro de atos comerciais, que se 
caracteriza pela tradição, real ou simbólica, da mercadoria. 
Mercadoria são coisas móveis, tangíveis ou intangíveis, suscetíveis de 
comercialização, cuja característica básica é a habitualidade e a intermediação na 
troca, com intuito lucrativo. 
 
SELETIVIDADE 
É a técnica fiscal que faz com que as mercadorias sejam tributadas de acordo 
com sua essencialidade. Sendo assim, a ideia principal é a de que os produtos 
supérfluos suportem um tributo maior do que os produtos essenciais. 
 
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
A obrigação tributária subdivide-se em principal e acessória, nos termos do 
artigo 113 e seus parágrafos do CTN. 
A obrigação principal tem por objeto a prestação de dar dinheiro, que se 
expressa através do pagamento de um tributo ou de uma penalidade pecuniária. Essa 
obrigação nasce com o fato gerador do tributo, sendo que esse fato é a realização de 
uma hipótese de incidência previamente descrita na lei que instituiu o tributo. Deste 
modo, se não houver lei anterior, não haverá hipótese de incidência, nem fato gerador, 
nem obrigação tributária e nem penalidade pecuniária. O Princípio da Legalidade 
impera absoluto. 
Já a obrigação acessória decorre da legislação tributária e a inobservância 
do sujeito passivo em relação a esta obrigação a converte em obrigação principal, 
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porque resulta na aplicação de penalidade pecuniária. Fica, portanto, na dependência 
da lei. 
A obrigação tributária é, portanto, ex lege, para impor ao contribuinte o ônus 
de pagar uma série de tributos, que serão sempre exigidos em virtude de lei e 
cobrados pela autoridade fazendária, com o fim de arrecadar receita para o Estado. 
 
FATO GERADOR 
É o momento exato em que o contribuinte executa um fato previsto em lei 
(hipótese de incidência), originando a obrigação tributária para com o sujeito ativo. 
 
CONTRIBUINTE 
É a pessoa, física ou jurídica, obrigada por Lei a pagar o tributo, dada sua 
relação pessoal direta com o respectivo fato gerador. Assim, no caso do Imposto sobre 
Produtos Industrializados (IPI), é o industrial ou a ele equiparado por lei, e, no ICMS, 
é o comerciante, o produtor, o industrial e o prestador de serviços sujeitos à incidência 
do imposto. 
Contribuinte do ICMS, de acordo com o artigo 4º da Lei Complementar nº 
87/1996, é qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com habitualidade ou em 
volume que caracterize intuito comercial, operações de circulação de mercadoria ou 
prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, 
ainda que as operações e as prestações se iniciem no Exterior. 
É também contribuinte do ICMS a pessoa física ou jurídica que, mesmo sem 
habitualidade: 
a) importe mercadorias do Exterior, ainda que as destine a consumo ou 
ao 
ativo permanente do estabelecimento; 
b) seja destinatária de serviço prestado no Exterior ou cuja prestação se 
tenha iniciado no Exterior; 
c) adquira em licitação de mercadorias apreendidas ou abandonadas; 
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d) adquira lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos derivados de 
petróleo oriundos de outro Estado, quando não destinados à comercialização. 
 
CLÁUSULA CIF 
CIF é a abreviação de cost, insurance and freight (custo, seguro e frete), 
terminologia indicativa de que fica por conta do vendedor o ônus do serviço de 
transporte, seguro e outras despesas inerentes à remessa das mercadorias ou 
produtos que foram vendidos até o seu destinatário, porém sendo cobrada, para isso, 
uma quantia que integrará o preço de venda. 
A cláusula CIF também é conhecida como “Frete pago pelo remetente”. 
 
CLÁUSULA FOB 
FOB é a abreviação free on board (livre a bordo), neste caso as despesas 
inerentes do serviço de transporte, como o frete, seguro de demais despesas 
decorrentes do serviço de transporte, entre o estabelecimento vendedor até o 
destinatário adquirente, que correm por conta do último, ou seja, o adquirente das 
mercadorias. 
 
Segundo Carvalho (2000, p. 37-38), sob o aspecto jurídico, a partir do sistema 
de repartição de competências tributárias previsto na Constituição Federal, os 
impostos também podem ser assim classificados: 
 Impostos que gravam o comércio exterior - Imposto de Importação e 
Imposto de Exportação, ambos da competência da União; impostos sobre o 
patrimônio e a renda - Imposto de Renda, Imposto Territorial Rural e o Imposto 
de Grandes Fortunas, de competência da União; o Imposto sobre a 
Propriedade de Veículos Automotores, dos Estados; e o Imposto sobre a 
Propriedade Predial e Territorial Urbana, de competência municipal impostos 
sobre a transmissão, circulação e produção - Imposto sobre a Transmissão 
Causa Mortis e Doação e o Imposto sobre Operações Relativas à Circulação 
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de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e 
Intermunicipal e de Comunicações, da competência dos Estados; o Imposto 
sobre Serviços de Qualquer Natureza e Imposto sobre Transmissão Intervivos, 
a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por sua natureza ou 
acessão física, e de direitos reais sobre bens imóveis, exceto os de garantia, e 
cessão de direitos a sua aquisição, de competência municipal; Imposto sobre 
Produtos Industrializados, Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e 
Seguros, ou relativas a títulos ou valores mobiliários, de competência da União; 
 Impostos extraordinários - que a União pode instituir, na iminência ou no caso 
de guerra externa, compreendidos ou não em sua competência tributária, para 
serem suprimidos gradativamente, conforme cessem as causas de sua criação; 
impostos previamente indeterminados - os impostos resultantes do exercício, 
pela União, da competência impositiva residual, por lei complementar e desde 
que não sejam cumulativos com impostos já existentes. 
 
IPI – Imposto sobre Produto Industrializado 
O IPI é um tributo de competência federal, previsto no artigo 155, II, da 
Constituição – é disciplinado pelo CTN (arts. 46 e ss), pela Lei Federal 4502/64, pelo 
Decreto-Lei 34/66 e outras leis federais específicas, consolidadas no Decreto 4544/02 
(Regulamento do IPI – RIPI). As alíquotas do imposto, por sua vez, são previstas no 
Decreto 6006/06, que aprova a Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos 
Industrializados. 
 
ISS – Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza 
O Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza é um tributo de competência 
municipal, incide sobre serviços de qualquer natureza, conhecido apenas como ISS 
ou ISSQN, está submetido a legislações distintas em cada um dos 5.561 municípios 
brasileiros (dados do IBGE – 2000). 
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Apesar disso, não há grandes discrepâncias em sua disciplina legal, porque a 
Constituição (art. 146, III e art. 156, III), antecipando-se a possíveis conflitos 
normativos, previu a edição de uma lei complementar federal sobre o tema que deve 
ser obedecido pelas legislações municipais. 
Atualmente está em vigor a Lei Complementar 116, de 31 de julho de 2003, 
que, ao lado do Decreto-Lei 406, de 31 de dezembro de 1968, estabelece, entre outras 
matérias, normas gerais e os serviços tributáveis pelo ISS. 
 
ICMS – Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre 
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de 
Comunicação. 
O ICMS é um tributo de competência estadual, previsto no artigo 155, II, da 
Constituição. 
Cada estado, portanto, tem uma legislação distinta disciplinando o imposto, 
que, por sua vez, é condicionada por regras previstas em lei complementar federal, 
editada na forma do artigo 155, §2º, XII, da Constituição. Atualmente, tais regras estão 
previstas na Lei Complementar 87/96, também conhecida como "Lei Kandir”. 
Operações e serviços tributáveis 
O critério material ou materialidade hipótese de incidência do ICMS decorre 
do artigo 155, II, da Constituição, e está disciplinado no artigo 2.° da Lei Complementar 
87/96. De acordo com esse dispositivo, o imposto incide sobre: 
 Operações relativas à circulação de mercadorias; 
 Prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal; 
 Prestação onerosa de serviços de comunicação; 
 Importação de bens e mercadorias; 
 Sobre a produção, importação, circulação, distribuição ou consumo de petróleo, 
inclusive lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, 
minerais e energia elétrica. 
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Momento da ocorrência da hipótese de incidência 
Para que o ICMS se torne devido, além da materialidade do imposto definida 
no artigo 2.°, deve-se observar o disposto no artigo 12 da Lei Complementar 87/96, 
que materialidade deve ocorrer para que o fato possa ser tributado (CARRAZZA, 2005, 
p. 44). 
De acordo com o artigo 12 da Lei Complementar 87/96, considera-se ocorrido 
o fato gerador no momento: 
 Da saída de mercadoria de estabelecimento de contribuinte; 
 Do início da prestaçãode serviços de transporte interestadual e intermunicipal; 
 Das prestações onerosas de serviços de comunicação; 
 Do desembaraço aduaneiro de mercadorias ou bens importados do exterior; 
 Da entrada no território do estado de lubrificantes e combustíveis líquidos e 
gasosos derivados de petróleo e energia elétrica oriundos de outro estado, 
quando não destinados à comercialização ou à industrialização; 
Assim, não basta, por exemplo, a simples saída de mercadoria do 
estabelecimento do contribuinte (art. 12, I). Também deve ocorrer uma operação que 
justifique essa saída, ou seja, que implique a circulação jurídica (a mudança da 
titularidade) do bem (art. 2.°, I). 
As mercadorias que são furtadas ou roubadas do estabelecimento; o veículo 
que é objeto de teste pela via pública (pelo cliente da empresa); e a simples exposição 
de mercadorias na calçada ou na rua representam meras saídas físicas, sem nenhuma 
relevância para o imposto (PAULSEN E MELO, 2006, p. 210) 
Durante muito tempo - e, em alguns casos isolados, ainda hoje - a Fazenda 
Estadual interpretou de forma equivocada o artigo 12 da Lei Complementar 87/96 (e 
outros dispositivos legais equivalentes que o antecederam), considerando ocorrido o 
fato gerador do tributo sem a presença da materialidade definida no artigo 2°. Todavia, 
como ressalta Baleeiro (2001, p. 223), “essa arrojada tese, grata ao Fisco estadual, 
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porque até a saída pelo furto ou roubo seria fato gerador, não alcançou o sufrágio dos 
tributaristas e tribunais brasileiros”. 
Logo, sempre que se deparar com uma exigência dessa natureza, o 
contribuinte poderá questionar administrativa ou judicialmente a cobrança. 
 
IRPJ – Imposto de Renda sobre a Pessoa Jurídica 
O IRPJ é um tributo federal, previsto no artigo 153, III, da Constituição, 
disciplinado pelos artigos 45 e seguintes do Código Tributário Nacional e por leis 
ordinárias esparsas, consolidadas no Decreto 3.000/1999 (Regulamento do IR - RIR). 
Escolha entre os regimes de apuração: 
A legislação prevê três regimes básicos de tributação do IRPJ: o lucro real, o 
lucro presumido e o lucro arbitrado. Para o empresário e administrador, não 
interessa conhecer os detalhes do cálculo do tributo em cada um deles. Basta saber, 
no entanto, que se trata de uma alternativa que deve ser devidamente considerada no 
início de cada exercício financeiro. 
A opção pelo regime menos oneroso é um direito do contribuinte, que nem 
sempre é exercido adequadamente. Na prática, boa parte das empresas opta 
diretamente pelo lucro presumido, quando, na verdade, o imposto seria 
significativamente menor na sistemática do lucro real. Isso acaba afetando o preço do 
produto comercializado ou serviço prestado. Nesse sentido, optar pelo regime de 
tributação também se converte em um importante diferencial competitivo perante a 
concorrência. 
Portanto, caso a empresa exerça uma atividade na qual é possível optar pelo 
lucro presumido, antes do início de cada exercício financeiro, deve-se buscar a 
assessoria de contabilista especializado, solicitando uma simulação do valor do 
imposto devido em cada regime. 
 
 
Lucro presumido 
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O lucro presumido é uma modalidade simplificada de tributação da renda, na 
qual o imposto é calculado com base em um percentual da receita bruta, sem dedução 
de custos ou despesas. Trata-se de uma opção do contribuinte, que pode ser adotada 
pelas pessoas jurídicas não obrigadas à tributação pelo lucro real, desde que, no ano-
calendário anterior, tenham auferido receita bruta total igual ou inferior a 
R$48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais) ou a R$4.000.000,00 (quatro 
milhões de reais) multiplicado pelo número de meses em atividade no anocalendário 
anterior (Lei Federal 1-0.637/2002, art. 46; Lei Federal 9.718/98, art. 13; RIR, art. 516). 
A opção pelo regime é exercida mediante pagamento da primeira ou única 
quota do imposto devido, que é de periodicidade trimestral, com encerramento nos 
dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano 
calendário (Lei Federal 9.430/1996, arts. 1.° e 25; art. 26, §1º). 
A base de cálculo (o lucro presumido), por sua vez, deve corresponder a 8% 
da receita bruta auferida no período de apuração, salvo nas seguintes atividades (RIR, 
arts. 518 e 519) que estão sujeitas a percentuais especiais: 
 Revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico 
carburante e gás natural: 1,6%; 
 Prestação de serviço de transporte, exceto o de carga: 16%; 
 Prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares; 
intermediação de negócios; administração, locação ou cessão de bens, imóveis 
e móveis e direitos de qualquer natureza: 32%. 
Caso o contribuinte atue em segmentos distintos, será aplicado o percentual 
correspondente a cada atividade (RIR, art. 518, §3.0). Portanto, se uma determinada 
pessoa jurídica prestar serviços em geral e vender mercadorias, por exemplo, devese 
aplicar o percentual de 32% para a primeira e 8% para a segunda. 
Também devem ser acrescidos à base de cálculo os ganhos de capital, os 
rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras, as demais 
receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas não abrangidas pela 
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atividade operacional, auferidos no mesmo período de apuração e demais situações 
previstas na legislação tributária (RIR, art. 521). 
Lucro Real 
O regime de tributação pelo lucro real é obrigatório para as seguintes pessoas 
jurídicas (RIR, art. 246): 
 Com receita total, no ano-calendário anterior, superior ao limite de 
R$48.000.000,00, ou proporcional ao número de meses do período, quando 
inferior a doze meses; 
 Bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, 
caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, 
sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores 
mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas 
de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros 
privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta; 
 Que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; 
 Que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais 
relativos à isenção ou redução do imposto; 
 Que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo 
regime de estimativa; 
 Que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de 
assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, 
administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios 
resultante de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços 
(factoring). 
O lucro real, por sua vez, é o lucro líquido da pessoa jurídica, apurado de 
acordo com as regras da legislação comercial, ajustado pelas adições, exclusões ou 
compensações prescritas ou autorizadas pela legislação tributária, o que também 
poder ser designado lucro líquido ajustado (Decreto-Lei 1.598/77, art. 6.°; Lei 
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8.981/95, art. 37, §1.°;RIR, art. 247). 
O lucro líquido resulta da soma algébrica do lucro operacional (o resultado das 
atividades, principais ou acessórias, que constituam objeto da pessoa jurídica), dos 
resultados não operacionais e das participações (Decreto-Lei 1.598/1977, art. 6.°, 
§1.0; Lei 7.450/85, art. 18; Lei .249/1995, art. 4.°; RIR, art. 248). 
No lucro real, além dos custos, admite-se a dedução de despesas 
operacionais (RIR, art. 299) consideradas usuais ou normais,necessárias à atividade 
da empresa e à manutenção da respectiva fonte produtora, ou seja, pagas ou 
incorridas para a realização das transações ou operações exigidas pela atividade da 
empresa. Admite-se também a dedução dos tributos, desde que não se encontrem 
com exigibilidade suspensa (RIR, art. 344), salvo: (a) o valor da CSLL (Contribuição 
Social sobre o Lucro Líquido); e (b) multas por infrações fiscais, ressalvas as de 
natureza compensatória ou impostas por infrações não decorrentes da falta ou 
insuficiência de pagamento de tributo (RIR, art. 344, §5º). 
Considera-se receita, no entanto, qualquer ingresso de soma em dinheiro ou 
outro bem ou direito suscetível de apreciação pecuniária decorrente de ato, fato ou 
negócio jurídico apto a gerar alteração positiva do patrimônio líquido da pessoa jurídica 
que a aufere, sem reservas, condicionamentos ou correspondências no passivo 
(SEHN, 2006, p. 127). É o caso, por exemplo, dos atos extintivos de dívidas que não 
impliquem a assunção de outra obrigação ou a perda de um direito de crédito, dinheiro 
ou outro bem suscetível de apreciação pecuniária de igualou superior valor. 
No regime do lucro real, em regra, o reconhecimento da receita submete-se 
ao regime de competência. Neste a receita é considerada auferida ou ganha no 
momento em que surge o direito ao seu recebimento, ainda que não efetivamente 
recebida. Isso ocorre, nos contratos de compra e venda, com a entrega da mercadoria; 
na prestação de serviços, após o cumprimento da obrigação do contratado (a 
execução do serviço), independente do pagamento da remuneração correspondente 
(SEHN, 2006, p. 135). 
O lucro arbitrado constitui uma hipótese excepcional de cálculo do imposto, 
aplicável sempre que (RIR, art. 530): 
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 O contribuinte, obrigado à tributação com base no lucro real não mantiver 
escrituração na forma das leis comerciais e fiscais, ou deixar de elaborar as 
demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal; 
 A escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios 
de fraudes ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável 
para: identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária; ou 
determinar o lucro real; o contribuinte deixar de apresentar à autoridade 
tributária os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal, ou o Livro 
Caixa (RIR, art. 527, parágrafo único); 
 O contribuinte opta indevidamente pela tributação com base no lucro 
presumido; 
 O comissário ou o representante da pessoa jurídica estrangeira deixar de 
escriturar e apurar o lucro da sua atividade separadamente do lucro do 
comitente residente ou domiciliado no exterior (RIR, art. 398); 
 O contribuinte não mantiver em boa ordem e segundo as normas contábeis 
recomendadas, Livro Razão ou fichas utilizados para resumir e totalizar, por 
conta ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário. 
O lucro arbitrado, quando conhecida a receita bruta da pessoa jurídica, será 
determinado a partir da aplicação dos mesmos percentuais previstos para fins de 
apuração do lucro presumido, acrescidos de 20% (Lei 9.249/95, art. 16; Lei 9.430/96, 
art. 27, I; RIR, arts. 532). Não sendo conhecida a receita, deve ser aplicado um dos 
seguintes percentuais: 
 1,5% do lucro real referente ao último período em que a pessoa jurídica 
manteve escrituração de acordo com as leis comerciais e fiscais; 
 0,04% da soma dos valores do ativo circulante, realizável a longo prazo e 
permanente, existentes no último balanço patrimonial conhecido; 
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 0,07% do valor do capital, inclusive a sua correção monetária contabilizada 
como reserva de capital, constante do último balanço patrimonial conhecido ou 
registrado nos atos de constituição ou alteração da sociedade. 
 0,05% do valor do patrimônio líquido constante do último balanço patrimonial 
conhecido; 
 0,04% do valor das compras de mercadorias efetuadas no mês; 
 0,04% da soma, em cada mês, dos valores da folha de pagamento dos 
empregados e das compras de matérias-primas, produtos intermediários e 
materiais de embalagem; 
 0,08% da soma dos valores devidos no mês a empregados; 
 0,09% do valor mensal do aluguel devido. 
 
Alíquotas e adicional 
A alíquota do IRPJ é de 15% (RIR, art. 541), sujeita a um adicional de 10%, 
incidente obre a parcela de lucro real, presumido ou arbitrado que exceder o valor 
resultante da multiplicação de R$20.000,00 pelo número de meses do respectivo 
período de apuração (RIR, art. 542). 
 
Contribuições especiais incidentes sobre a receita, folha de salários e o lucro 
das empresas. 
 
COFINS – Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social 
A COFINS pode ser cumulativa incidente sobre o faturamento – aplicável 
aos contribuintes optantes do regime de apuração do IR pelo lucro presumido, dentre 
outros definidos no artigo 10 da Lei Federal 10833/03. O tributo recebe essa 
designação porque incide em cascata sobre as diversas etapas da circulação 
econômica. A alíquota de contribuição é de 3% e a base de cálculo é a soma da receita 
bruta das vendas de mercadorias e serviços de qualquer natureza (faturamento), com 
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exclusão do valor do IPI, das vendas canceladas, devolvidas e dos descontos 
incondicionais (Lei Complementar 70/91, art. 2º, parágrafo único). 
 
A Cofins pode ser não cumulativa incidente sobre a receita bruta – é um 
tributo federal previsto no artigo 195, I, “b”, da Constituição e disciplinado pela Lei 
Federal 10833/03. 
Aplicável aos contribuintes optantes do regime de apuração do IR pelo lucro 
real, ressalvadas as exceções previstas no artigo 10 da Lei Federal 10.833/03, dentre 
as quais cumpre destacar: 
 Instituições financeiras e empresas particulares que exploram serviços de 
vigilância e de transporte de valores; 
 Pessoas jurídicas imunes a impostos; 
 Órgãos públicos, as autarquias e fundações públicas federais, estaduais e 
municipais, e as fundações cuja criação tenha sido autorizada por lei, referidas 
no artigo 61 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias; 
 Sociedade cooperativas, exceto as de produção agropecuária. 
 
Cofins de incidência monofásica – disciplina pelas Leis Federais 10147/00 
e 10485/02, o tributo incide apenas sobre o início da cadeira comercial (fabricantes ou 
importadores) com desoneração das demais etapas do ciclo econômico. Trata-se de 
um regime de tributação restrita a determinados produtos farmacêuticos, de 
perfumaria, de beleza, higiene pessoal, medicamentos com alíquotas que variam de 
0,75%, 2,1% a 9,9%. 
 
 
PIS/PASEP – Programa de Integração Social 
A contribuição ao PIS foi instituída pela Lei Complementar 07/70 como forma 
de financiamento de um Programa de Integração Social voltado à promoção da 
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integração do empregado na vida e desenvolvimento das empresas. Atualmente, após 
a Constituição Federal de 1988 (art. 239), o produto de sua arrecadação é destinado 
ao financiamento do Programa de Seguro-Desemprego, ao Abono Salarial e 
Programas de Desenvolvimento Econômico, financiados pelo Banco Nacional de 
Desenvolvimento Econômico e Social. Atualmente, está disciplinado, entre outras, 
pelas Leis Federais 9.715/98, 10,637/2002, 10.833/2003. 
O PIS/PASEP, na verdade, é um adicional da COFINS sujeito, via de regra, 
ao mesmo regime de incidência desta, com as seguintes alíquotas: 
> PIS/PASEP cumulativo incidente sobre o faturamento: 0,65%; > 
PIS/PASEP não cumulativo incidente sobre a receita bruta: 1,65%; 
> PIS/PASEP importação: 1,65%. 
Por fim, embora não interessem ao presenteestudo, já que não guardam 
relação direta com a atividade empresarial. cumpre destacar a existência das 
seguintes modalidades especiais de incidência do PIS/PASEP: 
 PIS/PASEP incidente sobre a folha de salários (alíquota de 1%) devido por 
entidades não empresariais disciplinado pelas Medidas Provisórias 213/2004 e 
2.158- 35/2001; e, 
 PIS/PASEP incidente sobre receitas e transferências de pessoas jurídicas de 
direito público (alíquota de 1%), devido pela União, estados, Distrito Federal, 
municípios e suas respectivas autarquias, disciplinado pela Lei Federal 
9.715/98 e pelo Decreto 4.524/2002. 
 
Contribuição Social sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho 
Essa contribuição incidente sobre a remuneração de segurados empregados 
e trabalhadores avulsos é um tributo federal previsto no artigo 195, I, “a”, da 
Constituição, atualmente disciplinado pela Lei Federal 8212/91. 
A alíquota da contribuição é de 20% e a base de cálculo abrange o total das 
remunerações pagas ou creditadas no mês. 
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Contribuição ao SAT – Seguro Acidente de Trabalho 
 A contribuição ao SAT é um adicional previsto no artigo 22, III, da Lei Federal 8212/91, 
que tem alíquotas variáveis conforme o grau de risco de acidentes do trabalhador na 
atividade exercida pela empresa ou equipada. 
 
Salário-educação 
O salário-educação constitui um tributo adicional à contribuição social da 
empresa incidente sobre folha de salários e demais rendimentos do trabalho, prevista 
no artigo 212, §5º, da Constituição Federal, como fonte de custeio da Educação Básica 
pública (Emenda Constitucional 53/2006). 
Atualmente, está disciplinado pela Lei Federal 9.424/96 (art. 15) e pelo 
Decreto 6.003/2006, que estabelece uma alíquota de 2,5% incidente sobre o total de 
remunerações pagas ou creditadas (Lei Federal 8.212/91). 
 
Contribuição ao Sistema S (SESI, SENAI, SENAC, SESC, etc.) 
O chamado sistema “S” abrange as seguintes contribuições, que também 
constituem adicionais à contribuição social da empresa incidente sobre folha de 
salários e demais rendimentos do trabalho: 
1. Contribuição ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária 
(lncra) - com alíquota de 2,5%, disciplinada pela Lei Federal 2.613/55 e pelo 
Decreto-Lei 1.146/70, destinada ao custeio de serviços sociais no meio rural e 
em programas de aprendizado das técnicas no campo, devida pelas seguintes 
empresas industriais: de cana-de-açúcar; de laticínios; de beneficiamento de 
chá e de mate; da uva; de extração e beneficiamento de fibras vegetais e de 
descaroçamento de algodão; de beneficiamento de cereais; de beneficiamento 
de café; de extração de madeira para serraria, de resina, lenha e carvão 
vegetal; e matadouros ou abatedouros de animais de quaisquer espécies e 
charqueadas. 
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2. Contribuição ao SESI/SENAI - com alíquota total de 2,5%, sendo 1,0% ao 
Serviço Social da Indústria e 1,5% ao Serviço Nacional de Aprendizagem 
Industrial, disciplinadas pelas Leis Federais 4.048/42 e 9.403/46, e devidas 
pelas empresas do setor industrial. 
3. Contribuição ao SESC/SENAC- com alíquota total de 2,5%, sendo 1,0% ao 
Serviço Social do Comércio e 1,5% ao Serviço Nacional de Aprendizagem do 
Comércio; disciplinadas pelas Leis Federais 9.853/46 e 8.621/46, e devidas 
pelas empresas do setor do comércio. 
4. Contribuição à DPC - com alíquota de 2,5%, disciplinada pela Lei Federal 
5.461/68, devida pelas empresas do setor marítimo à Diretoria de Portos e 
Costas do Ministério da Marinha para fins de custeio de atividades de ensino 
profissional do segmento. 
5. Contribuição ao SEBRAE- com alíquota base de 0,3%, disciplinada pela Lei 
Federal 8.029/90, devida pelos contribuintes das contribuições ao SESI/SENAI 
e ao SESC/SENAC, que é destinada ao custeio de programas de apoio ao 
desenvolvimento das pequenas e microempresas. 
6. Contribuição ao Fundo Aeroviário - com alíquota de 2,5%, disciplinada pelo 
Decreto-Lei 1.305/74, devida pelas empresas do segmento aeroviário e 
destinada ao custeio de ensino profissional aeronáutico, de tripulantes, técnicos 
e de especialistas civis. 
7. Contribuição ao SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) – com 
alíquota de 2,5%, disciplinada pela Lei Federal 8.315/91, devida pelas 
empresas do segmento agroindustrial, agropecuário, sindicatos, federações e 
confederações patronais rurais, empresa associativa sem produção rural, 
agenciadora de mão de obra rural, destinada à organização, administração e 
execução de ensino, da formação profissional rural e a promoção social do 
trabalhador rural. 
8. Contribuição ao SEST/SENAT - com alíquota total de 2,5%, sendo 1,0% ao 
Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte e 1,5% ao Serviço Social de 
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Transporte, disciplinadas pela Lei Federal 8.706/93, e devidas pelas empresas 
de transporte rodoviário e pelos transportadores rodoviários autônomos. 
9. Contribuição ao SESCOOP (Serviço Nacional de Aprendizagem do 
Cooperativismo) - com alíquota de 2,5%, disciplinada pela Medida Provisória 
2.168- 40/2001, devida pelas cooperativas, em substituição às contribuições ao 
SESI/ SENAI, SESC/SENAC, SEST/SENAT e SENAR, destinada ao custeio do 
Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo. 
 
Contribuição ao FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço 
A contribuição adicional ao FGTS é disciplinada pela Lei Complementar 
110/2001; é devida pelos empregadores. 
 
 
CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido 
 Prevista no artigo 195, I, “c”, da Constituição Federal e disciplinada pelas Leis 
Federais 7689/88, 8034/90 e alterações posteriores. 
 A CSLL constitui uma espécie de adicional do Imposto sobre a Renda das Pessoas 
Jurídicas (IRPJ). É uma contribuição submetida ao regime do lucro real, presumido e 
arbitrado, de acordo com as mesmas regras de aplicabilidade previstas para o IRPJ. 
 
 
 
 
 
 
 
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2 LEGISLAÇÃO TRABALHISTA 
 
Embora a Revolução Industrial tenha nos mostrado a força das máquinas e a 
nova era da informação e comunicação nos mostre o poder das tecnologias da 
informática, sabemos que o capital humano é o maior bem que uma organização 
possui. 
Para que a empresa caminhe saudável e dentro da lei, o gestor de empresas 
precisa conhecer a legislação pertinente, evidentemente que não em seus 
pormenores, pois essa parte fica a cargo do gestor e do setor de RH. 
A nossa legislação é extensa e antiga, datando de 1943, mas contempla 
satisfatoriamente os direitos e deveres dos empregados e empregadores. 
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) surgiu pelo Decreto-Lei nº 5.452, 
de 1º de maio de 1943, sancionada pelo então presidente Getúlio Vargas, unificando 
toda legislação trabalhista existente no Brasil. 
Seu principal objetivo é a regulamentação das relações individuais e coletivas 
do trabalho, nela previstas. A CLT é o resultado de 13 anos de trabalho - desde o início 
do Estado Novo até 1943 - de destacados juristas, que se empenharam em criar uma 
legislação trabalhista que atendesse à necessidade de proteção do trabalhador, 
dentro de um contexto de “estado regulamentador”. 
Segundo Zanluca (2010) apesar das críticas que vem sofrendo, a CLT cumpre 
seu papel, especialmente na proteção dos direitos do trabalhador. Entretanto, pelos 
seus aspectos burocráticos e excessivamente regulamentador, carece de uma 
atualização, especialmente para simplificação de normas aplicáveis a pequenas e 
médias empresas. 
A Consolidação das Leis do Trabalho, cuja sigla é CLT, regulamenta as 
relações trabalhistas, tantodo trabalho urbano quanto do rural. Desde sua publicação 
já sofreu várias alterações, visando adaptar o texto às nuances da modernidade. 
Apesar disso, ela continua sendo o principal instrumento para regulamentar as 
relações de trabalho e proteger os trabalhadores. 
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Seus principais assuntos são: 
1. Registro do Trabalhador/Carteira de Trabalho 
2. Jornada de Trabalho 
3. Período de Descanso 4. Férias 
5. Medicina do Trabalho 
6. Categorias Especiais de Trabalhadores 
7. Proteção do Trabalho da Mulher 
8. Contratos Individuais de Trabalho 
9. Organização Sindical 
10. Convenções Coletivas 
11. Fiscalização 
12. Justiça do Trabalho e Processo Trabalhista. 
 
Assim como em toda sociedade, também na ordem trabalhista ocorrem 
conflitos que se sucedem com algo a ela inerente. 
Uma vez existentes, os conflitos precisam ser resolvidos. Os modos de 
solução classificam-se em três tipos: a autodefesa, a autocomposição e a 
heterocomposição. 
O primeiro consiste na solução direta entre os litigantes pela imposição de um 
sobre o outro. O segundo, na solução que também é direta, mas não pela imposição, 
e, sim, pelo acordo. O terceiro, na solução por uma fonte suprapartes. 
O Departamento de RH está ligado ao Direito Material e só recorre ao Direito 
Processual quando uma das partes (empregador ou empregado) recorre à Justiça do 
Trabalho. 
No Departamento de RH ou Pessoal estaremos lidando com dois 
personagens principais, o Empregador e o Empregado, além dos prestadores de 
serviço e do próprio Empresário. 
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EMPRESA: 
A CLT, em seu artigo segundo, conceitua empresa individual ou coletiva, como 
a que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a 
prestação pessoal de serviços. 
Equiparam-se ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de 
emprego: os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações 
recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos que admitirem trabalhadores 
como empregados. 
Lembramos que, de acordo com o artigo 10 da CLT, qualquer alteração na 
estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos por seus empregados. 
EMPREGADO: 
O artigo 3° da CLT considera como empregado toda pessoa física que prestar 
serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante 
salário. A prestação de serviço pode ser feita no domicílio do empregado, desde que 
seja mantida a subordinação ao empregador e dele receba ordens e instruções, 
obrigando-se a uma produção determinada. 
Na rotina do dia a dia, empregador e empregado poderão estar juntos, como 
também poderão estar em lados opostos, principalmente quando seus interesses 
forem conflitantes. 
A legislação trabalhista como já falamos é extensa e pormenorizada, mas dois 
pontos chamam atenção e influenciam diretamente o desempenho da pessoa na 
organização, por conseguinte, o seu resultado e, obviamente, sua satisfação. Estamos 
falando de absenteísmo e rotatividade, portanto, focaremos estes dois assuntos. 
As organizações são constituídas, a priori, por pessoas e dependem delas 
para atingir seus objetivos e cumprir suas missões. E para as pessoas, as 
organizações constituem meio através do qual elas podem alcançar vários objetivos 
pessoais, com um custo mínimo de tempo, de esforço e de conflito (CHIAVENATO, 
2004, p. 5-6). 
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Não há como negar que a satisfação do funcionário leva a um aumento de 
produtividade em qualquer tipo de organização que esteja atuando no mercado 
globalizado deste início de século XXI, bem como os índices de turnover, que significa 
uma alta rotatividade ou giro de entrada e saída de funcionários no trabalho, e 
absenteísmo (ausências injustificadas no trabalho), são fatores que contribuem 
negativamente para o sucesso da empresa. 
Em relação à rotatividade de pessoal, esta onera a empresa porque a cada 
saída, segue-se a admissão de outro funcionário, levando a um alto custo de mão de 
obra e o absenteísmo, por conseguinte, reduz o tempo de trabalho, uma vez que 
acontecem muitas faltas e injustificadas ou que poderiam ser prevenidas, diminuindo, 
consequentemente, a produtividade da organização. 
Chiavenato (1994) define rotatividade de recursos humanos como a flutuação 
de pessoal entre uma organização e seu ambiente, ou seja, o intercâmbio de pessoas 
entre a organização e o ambiente é definido pelo volume de pessoas que ingressam 
e que saem da organização. 
O mesmo autor expõe as situações de rotatividade e absenteísmo como um 
problema que muito preocupa os executivos uma vez que, os desligamentos de 
pessoal precisam ser compensados com novas admissões, para manter o nível de 
recursos humanos em proporções adequadas para a operação do sistema. 
Quanto ao absenteísmo, Ribeiro (2006) bem explica que existem as faltas 
consideradas legais e previstas na legislação, tais como falecimento de cônjuge, 
doação de sangue. Existem ainda as faltas voluntárias, injustificadas, e, portanto, 
possíveis de serem descontadas, as quais acabam por ser permitidas com um limite 
estipulado mensalmente, como por exemplo, levar um filho ao médico, problemas de 
transporte e, existem as faltas por doenças, protegidas por lei, mediante apresentação 
de atestado médico. 
Entretanto, as faltas no trabalho acabam trazendo despesas para a 
organização. É relevante que a organização desenvolva uma planilha para apurar os 
custos, não só com relação aos funcionários faltosos, mas também com relação aos 
gastos de substituição e aos encargos sociais incorridos (RIBEIRO, 2006, p. 242). 
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2.1 Absenteísmo 
 
Absenteísmo, do latim absens, ausente, ab + esse ou ausentismo, é uma 
expressão utilizada para designar as faltas dos empregados ao trabalho. 
Segundo Chiavenato (1994, p. 170) “num sentido mais amplo, o absenteísmo 
é soma dos períodos em que os empregados da organização se encontram ausentes 
do trabalho, seja por falta, seja por atraso, devido a algum motivo interveniente”. 
O mesmo autor infere que as causas do absenteísmo são complexas, faltando 
estudos adequados, principalmente no Brasil, acerca das causas, valores reais, 
identificação de seus tipos, qualidade, grandezas e a repercussão na produtividade. 
Para Costa (2008) o absenteísmo gera enormes problemas na empresa, tais 
como retardamento/perda de ritmo no desenvolvimento dos trabalhos, 
descontentamento de clientes que não são atendidos por ausência ou atraso de 
empregado. 
Entre as causas de absenteísmo na empresa podem ser encontradas doença 
pessoal ou de familiar, problemas de transporte, problemas climáticos (chuva, etc.), 
desmotivação do trabalhador, dificuldades financeiras. Alcoolismo, supervisão falha 
da chefia e atrasos ou faltas involuntárias por motivo de força maior (COSTA, 2008). 
Entretanto, muitas vezes a causa não está no empregado, ao contrário, está 
na organização, decorrendo de uma supervisão ineficiente, do empobrecimento das 
tarefas, na falta de motivação e estímulo, nas condições desagradáveis de trabalho, 
na precária integração do empregado à organização e nos impactos psicológicos de 
uma direção deficiente (FONTES, 1974 apud CHIAVENATO, 1994, p. 171). 
Abaixo tem-se elencadas as principais causas do absenteísmo, citadas por 
Chiavenato (1994): 
 Doenças efetivamente comprovadas; 
 Doenças não comprovadas; 
 Razões diversas de caráter familiar; 
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 Atrasos involuntários por motivos de força maior; 
 Faltas voluntáriaspor motivos pessoais; 
 Dificuldades e problemas financeiros; 
 Problemas de transporte; 
 Baixa motivação para trabalhar; 
 Supervisão precária da chefia; 
 Políticas inadequadas da organização. 
 
No entendimento do Ribeiro (2006), as faltas ou ausências são mais comuns 
após folgas, feriados e fins de semana, além da não adaptação ao trabalho em turnos. 
Não há como negar que o absenteísmo representa um fator de aumento dos 
custos e da diminuição da produtividade, além do que, as faltas levam à substituição 
de um empregado por outro, acarretando também em horas-extras. 
 Assim, ao combater o absenteísmo com eficiência pode-se aumentar as 
horas trabalhadas e, com isso, a produtividade. 
 
Cálculo do índice de absenteísmo 
Segundo Chiavenato (2004) o Bureau of National Affairs (BNA) adota a 
seguinte fórmula para calcular o índice de absenteísmo: 
 
 N. de pessoas dias 
Índice de trabalho perdidos de por 
ausência no mês X 100 
 
Absenteísmo N. médio de empregados 
x 
N. de dias de trabalho no 
 mês 
 
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Essa fórmula reflete o número de dias de ausências dos empregados, sendo 
transformados os atrasos de minutos e de horas em dias, para o seu cálculo geral. Na 
realidade é uma fórmula que reflete a percentagem do tempo não trabalhado em 
decorrência das ausências em relação ao volume de atividade esperada ou planejada. 
O índice pode ser mensal ou anual. Por exemplo, se o índice mensal for de 
3%, a organização conta, na realidade, com 97% de sua força de trabalho no período. 
Para Chiavenato (1994) o índice de absenteísmo deve considerar determinar 
período: semana, mês ou ano. Algumas organizações o calculam diariamente para 
comparações dos dias da semana. 
O mesmo autor sugere duas abordagens complementares: 
O índice de absenteísmo de pessoal em atividade, considerando-se apenas 
as faltas e os atrasos transformados em horas, mas relacionados com: 
 Faltas por motivos médicos justificadas; 
 Faltas por motivos médicos não justificadas; 
 Atrasos por motivos justificados ou não justificados. 
O índice de absenteísmo relativo ao pessoal afastado por um período de 
tempo prolongado: 
 Férias; 
 Licenças de toda espécie; 
 Afastamentos por doenças, por maternidade e por acidentes de 
trabalho. 
 
A escolha do tipo de índice dependerá da finalidade com que se pretenda 
utilizá-lo, como por exemplo, se apenas para planejamento de recursos humanos, ele 
deverá acusar a percentagem da força de trabalho que, apesar de existente na 
organização, deixou de ser aplicada em dado período. 
 
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A legislação pertinente 
 
De acordo com Ribeiro (2006) existem faltas que são consideradas legais e 
estão previstas na legislação (Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, artigo 473), 
como por exemplo: 
 Falecimento do cônjuge, ascendente, descendente, irmão ou pessoa que, 
comprovadamente, viva sob sua dependência econômica: até dois dias 
consecutivos. 
 Casamento: três dias úteis. 
 Doação voluntária de sangue: um dia em cada 12 meses de trabalho. 
 Alistamento eleitoral: até dois dias. 
 Nascimento de filho: cinco dias consecutivos. 
 
De outro lado existem faltas voluntárias que são injustificadas e, por isso, 
passíveis de serem descontadas, mas que, de acordo com critérios estabelecidos pela 
empresa, podem ser abonadas, geralmente, compensando-se as horas faltosas. 
Dentre elas, alegação de doença sem atestado, problemas no transporte, levar um 
filho ao médico, alcoolismo e problemas domésticos (RIBEIRO, 2006, p. 240). 
Em um terceiro grupo, Ribeiro (2006) coloca as faltas por doenças que são 
protegidas por lei, desde que o funcionário apresente atestado médico, o qual a 
empresa tem obrigatoriedade de aceitar. Quando essas faltas são inferiores a 15 dias, 
a despesa ficará por conta da empresa. Se prolongar os 15 dias, a partir do 16o, o 
funcionário será encaminhado à Previdência Social, que arcará com as despesas. 
 
2.2 Rotatividade 
 
Rotatividade de recursos humanos é um termo usado para definir a flutuação 
de pessoal entre uma organização e seu ambiente, ou seja, é o volume de pessoas 
que ingressam e saem de uma organização. 
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Essa rotatividade pode acontecer positiva ou negativamente, ou seja, por 
exemplo, pode decorrer da insatisfação do funcionário. 
Desse modo, existem algumas ferramentas úteis que a administração de 
pessoal pode utilizar para conduzir um programa de satisfação do cliente e de 
produtividade da empresa. 
A primeira ferramenta seria o índice de rotatividade de pessoal (turnover), que 
mede o giro de entradas e saídas de pessoal. A segunda é o índice de absenteísmo 
(ausências no trabalho), que mede a diminuição da carga total de horas de trabalho, 
vista anteriormente. 
Sobre a rotatividade de pessoal não há como negar que é um fator oneroso 
para a empresa, pois a cada saída de um funcionário, segue-se a admissão de outro 
e este giro cria um custo alto de mão de obra. 
Segundo Chiavenato (1994, p. 159) a organização, de um lado, “importa” 
recursos e energia do ambiente externo, na forma de matérias-primas, equipamentos, 
máquinas, tecnologia, dinheiro, financiamentos, pedidos de clientes, informações, 
pessoal, água, energia elétrica, etc. Todos esses recursos e formas de energia são 
processados e transformados dentro da organização. 
Por outro lado, a organização “exporta” para o ambiente externo os resultados 
de suas operações e de seus processos de transformação, na forma de produtos 
acabados ou serviços, materiais usados, refugos, lixo, equipamentos obsoletos para 
substituição, resultados operacionais, lucro, entregas a clientes, informações, pessoal, 
poluição. Entre os insumos que a organização “importa” do ambiente externo e os 
resultados que “exporta” para esse ambiente deve existir certo equilíbrio dinâmico 
capaz de manter as operações do processo de transformação em níveis satisfatórios 
e controlados. 
Se os insumos forem mais volumosos do que as saídas, a organização tem 
seus processos de transformação congestionados e/ou seus estoques de resultados 
armazenados e paralisados. Se, ao contrário, os insumos forem bem menores do que 
as saídas, a organização não tem recursos para operar as transformações e continuar 
a produzir resultados. Assim, tanto a entrada como a saída de recursos devem manter 
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entre si mecanismos homeostáticos capazes de se autorregularem, mediante 
comparações, e de garantirem um equilíbrio dinâmico e constante. Esses mecanismos 
de controle recebem a denominação de feedback ou retroalimentação. 
Nesse sentido e continuando o pensamento do mesmo autor, a intensificação 
das saídas ou perdas de recursos humanos, acaba provocando a necessidade de 
compensá-las através da intensificação das entradas, o que ele, como outros autores 
denominam de rotação de pessoal ou turnover. 
A rotação de pessoal pode estar orientada no sentido de inflacionar o sistema 
com novos recursos (entradas maiores do que as saídas) para incentivar as operações 
e ampliar os resultados ou, no sentido de esvaziar o sistema (saídas maiores do que 
as entradas) para diminuir as operações, reduzindo os resultados. (CHIAVENATO, 
1994, p. 159). 
Dessa maneira, como será vista a seguir, torna-se necessário a criação de um 
índice que possa medir percentualmente, num determinado período, as variações que 
ocorrem e que estatisticamente poderá fornecer informações de interesse da 
empresa. 
 
Índices de rotatividade 
Segundo Chiavenato (1994, p.160) o cálculo do índice de rotatividade de

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