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INTRODUÇÃO À EAD – DESAFIO COLABORATIVO 1. O surgimento da Educação a Distância é recente? 2. De que forma a Educação a Distância surgiu em nosso país? 3. Como foi sua evolução? 4. Qual legislação regulamenta a Educação a Distância? A Educação a Distância (EaD) é uma modalidade de ensino que tem se tornado cada vez mais comum. São oferecidos cursos técnicos, profissionalizantes, de aperfeiçoamento, de graduação, pós-graduação, entre outros. É uma forma de ensino-aprendizagem mediada por tecnologias digitais que permitem que o professor e o estudante estejam em ambientes físicos diferentes, numa proposta de horários mais flexível que o presencial, o que nos possibilita definir uma organização de horários para estudar de acordo com as nossas demandas profissionais e pessoais. Segundo Alves (2009) o surgimento da Educação a Distância não é algo recente, no ano de 1728 em Boston, nos Estados Unidos, já era possível observar esse tipo de ensino. Professores ofereciam em jornais aulas de Taquigrafia para alunos em todo o país, com materiais enviados semanalmente pelo correio. Este foi o primeiro registro de um curso a distância. No Brasil, o EAD surgiu com cursos de qualificação profissional. O registro mais remoto data de 1904, com um anúncio nos classificados do Jornal do Brasil de um curso de datilografia (para usar máquinas de escrever) também por correspondência. Ao longo da história, a EaD evoluiu, podendo ser caracterizada, segundo Moore e Kearsley (2007), por cinco gerações diferentes: 1ª Geração: marcada pela comunicação textual, por meio de correspondência; 2ª Geração: ensino por rádio e televisão; 3ª Geração: caracterizada, principalmente, pela invenção das universidades abertas; 4ª Geração: marcada pela interação à distância em tempo real, em cursos de áudio e videoconferências; 5ª Geração: envolve o ensino e o aprendizado on-line, em classes e universidades virtuais, baseadas em tecnologias da internet. Primeira geração das correspondências ou geração textual utilizava somente textos impressos enviados pelos correios, caracterizado pelo estudo por correspondências. Apesar de já estarmos na quinta geração, ainda, é comum encontrarmos cursos profissionalizantes baseados neste modelo, a qual a presenta como principal fator limitante o baixo nível de interatividade, esta geração teve como objetivos atingir alunos desfavorecidos socialmente, especialmente as mulheres, foi baseada em guias de estudos e na auto-avaliação outro ponto a destacar dessa geração é o uso de tecnologias chamadas Independentes, quando não dependem de recursos elétricos ou eletrônicos para sua utilização e/ou produção. Exemplos livros, apostilas. A segunda geração vem acontecer quando o radio e a TV atingiu um grau de popularidade muito grande em todo o mundo o que possibilitou maior acesso a estes meios de tecnologias por milhões de pessoas, seu marco primordial foi a criação da Radio Sorbonne em Paris em 1937. Nesta geração teve inicio a utilização de tecnologias dependentes, quando dependem de um ou de vários recursos elétricos ou eletrônicos para serem produzidas e/ou utilizadas, como por exemplos: vídeos, filmes, internet, chat, fórum, e-mails, texto eletrônico, radio TV. Além do uso do rádio e da TV foram utilizados outros recursos didáticos, como: caderno didático, apostilas, fita K-7 por isso é também conhecida como de geração multimídia por utilizar material impresso e recursos de áudio e vídeo. Como na geração anterior, aqui também, apresenta um baixo nível de interatividade com atendimento esporádico, dependendo de contatos telefônicos, quando possível com pouca ou nenhuma interação professor/aluno. È, ainda, um modelo bastante presente em dias atuais. A terceira geração ou geração das universidades abertas surge em 1969 com a British Open University na Inglaterra, esta geração teve como proposito oferecer ensino de qualidade com custo reduzido para alunos não universitários, utilizando-se de guia de estudo impresso, orientação por correspondência, transmissão por rádio e TV, audioteipes gravados, conferências por telefone, kits para experiências em casa e biblioteca local disponibilizando aos estudantes também suporte e orientação ao aluno, discussão em grupo de estudo local e uso de laboratórios da universidade nas férias. Além de encontros presenciais. Alguns autores a chamam de geração multimídia interativa por ocorrer uma maior interatividade e utilização de muitos recursos pedagógicos proporcionando uma maior troca de informações, aqui são utilizados as tecnologias de telecomunicações/satélite, cabo ou ISDN – Integrated Services Digital Network. Esta geração tem papel fundamental na EAD em nível superior tornando possível e acessível para muitos estudantes um curso superior, foi uma revolução em EAD em nível mundial, sobretudo na educação superior. A geração das Teleconferências por áudio, vídeo e computador ou da audioteleconferencia é a quarta geração em EAD, sendo esta baseada no uso do computador e da internet, direcionado a pessoas que aprendem sozinhas, geralmente estudando em casa ocorrendo Interação em tempo real de aluno com aluno e instrutores a distância. A tutoria neste caso ocorre por atendimento síncrono (Informação é transmitida e recebida, num instante de tempo bem definido e conhecido pelo transmissor e receptor, ou seja, estes têm que estar sincronizados. Para se manter esta sincronia, é transmitido periodicamente um bloco de informação que ajuda a manter o emissor e receptor sincronizados), e assíncrono (No modo de comunicação assíncrona as informações do emissor e do receptor são independentes em fase e frequência, não precisam necessariamente estarem sincronizados), dependendo de contatos eletrônicos. Esta ultima ainda é conhecida também como geração da inteligência flexível. Por fim a quinta geração ou a geração da internet web ou ainda inteligência da aprendizagem flexível é a geração atual vigente a qual esta baseada os cursos da UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA CENTRO DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS - CECEN NÚCLEO DE TECNOLOGIAS PARA EDUCAÇÃO – UEMANET e a maioria dos cursos hoje em dia em EAD. Utiliza-se de recursos da internet agregando processos automatizados avançados onde as aulas são virtuais baseadas no computador e na internet, cabe ao aluno planejar, organizar e programar seus estudos por si mesmos. Os métodos pedagógicos mais comuns são Os métodos construtivistas de aprendizado em colaboração e as comunicações ocorrem de forma síncrona e assíncrona como na geração anterior, com interações em tempo real ou não, com o professor do curso e com os colegas de curso, tutoria regular por um tutor, em determinado local e horário Assim, a EAD evoluiu ao passo que também evoluíram as tecnologias de comunicação: · Até os anos 1910: cursos por correspondência baseados em materiais impressos. · A partir da década de 1910: uso de slides e audiovisuais como materiais adicionais. · Décadas de 1910 até 1940: neste período, que compreendeu as duas grandes guerras mundiais, o rádio foi utilizado para transmitir conteúdos. · Década de 1950: com a invenção da TV, começaram também as primeiras experiências de telecursos. · Década de 1970: as tecnologias deste período são as TVs via satélite e a cabo, que também foram usadas para transmissão de conteúdos. · Década de 1990: início dos cursos por computador (via CD-ROM) e depois pela internet. Como se pode observar, a Educação a Distância passou por vários momentos históricos no Brasil, desde os cursos por correspondência até o momento atual, em que a internet é usada como meio de estabelecer a interação entre os personagens da educação, isto é, professores e estudantes. Este seria o período Moderno ou 5ª Geração da EaD. E até a década de 1980, a oferta de cursos na modalidade a distância foi feita, na maioria, por instituições privadas e organizações não governamentais. Somente na década de 1990 é que a maior parte das Instituições de Ensino Superior brasileiras mobilizou-se para a Educação a Distância com o uso das tecnologias,cujo desenvolvimento permitiu uma melhoria não só quantitativa como também qualitativamente do conteúdo e do conhecimento das aulas e no número de oferta de cursos e instituições. É, exatamente, na década de 90, isto é, na 5ª Geração ou período Moderno, que a Educação a Distância surge oficialmente no Brasil, passando para o centro das políticas educacionais, cujas bases legais para essa modalidade de educação são estabelecidas pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, embora somente regulamentada em 20 de dezembro de 2005, pelo Decreto nº 5.622. Hoje, a EaD no Brasil está consolidada por uma ampla legislação emitida pelo governo, isto é, pelo MEC. Essa legislação vem, primeiro, regulamenta o que foi estabelecido no artigo 80 da LDB, por meio da publicação do Decreto nº 5.622/05. A partir deste Decreto, várias outras legislações foram publicadas, como por exemplo, os Referências de Qualidade para Educação Superior, que definem princípios, diretrizes e critérios que sejam referenciais de qualidade para as instituições que ofereçam cursos na modalidade a distância, a fim de consolidar ainda mais essa modalidade de ensino, até então mal compreendida. Com tal amparo legal, a EaD passa a ocupar lugar de destaque no ensino brasileiro, junto com a modalidade presencial. No Brasil, essa modalidade de ensino foi regulamentada pelo Decreto nº 5.622, de 2005, do Ministério da Educação, que, por sua vez, regulamenta o Art. 80 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que diz: “O poder público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada.” Nesse artigo, percebe-se a preocupação do governo em propiciar incentivos para as instituições que desejem ofertar cursos na modalidade a distância. Em tal artigo, entre outras disposições, determina-se que a educação a distância será oferecida por instituições especificamente credenciadas pela União. Caberá também à União regulamentar requisitos para realização de exames e para registro de diplomas relativos ao curso. Estes, por sua vez, terão o mesmo valor e importância dos diplomas dos cursos presenciais, sem distinção ou preconceito. O Decreto nº 5.622 de 2005, em seu Art. 1º, caracteriza a educação a distância como: Modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de comunicação e informação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. Tal Decreto prevê, porém, alguns momentos presenciais obrigatórios, tais como: avaliações de estudantes; estágios obrigatórios; defesa de trabalhos de conclusão de curso; e atividades relacionadas a laboratórios de ensino. ALVES, J. R. M. A história da EaD no Brasil. In: LITTO, F. M.; FORMIGA, M. M. (Org.). Educação a distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson Education Brasil, 2009. p. 9-13. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Decreto Nº 5.622/05. Brasília, DF, 19 dez. 2005. Disponível em: . Acesso em: 15 jul. 2016. MOORE, M.; KEARSLEY, G. Educação a distância: uma visão integrada. São Paulo: Cengage Learning, 2007. COSTA, Adriano Ribeiro da. A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO BRASIL: Concepções, histórico e bases legais. Revista Científica da FASETE, v. 1, n, 1, p. 59-74, 2017. GOZZI, M.P.; MIZUKAMI, M.G.N. A mediação pedagógica no processo de formação da comunidade virtual de prática do governo eletrônica da FUNDAP. Texto retirado de “As TIC (tecnologias de informação e comunicação) no processo de ensinar e aprender e na formação docente – Relatos. p. 02-12. UNESP – Universidades Estadual Paulista – Pró Reitoria de Graduação. IX Congresso Estadual Paulista sobre Formação de Educadores – 2007. WebQuest WebQuest (do inglês, pesquisa, jornada na Web) é uma metodologia de pesquisa orientada para a utilização da internet na educação, onde quase todos os recursos utilizados para a pesquisa são provenientes da própria web[1] compreendendo assim uma série de atividades didáticas de aprendizagem que se aproveitam da imensa riqueza de informações do mundo virtual para gerar novos conhecimentos. Trata-se de uma proposta feita em 1995 pelo professor Bernie Dodge, da Universidade de San Diego, com a participação do seu colaborador Tom March. Nela você deverá apresentar as informações básicas da pesquisa aos alunos, orientando-os sobre o que vão encontrar na atividade proposta. Além disso, tem como objetivo despertar o interesse deles para realizar o trabalho, motivando-os para começar; Tarefa Descrever o que os alunos deverão elaborar durante o projeto, propondo um percurso a ser percorrido até o final dele, sem, entretanto, dá-los um produto pronto/acabado; Processo Fornecer descrições das etapas que os alunos deverão seguir para a realização do trabalho, incluindo orientações sobre como subdividir as tarefas; Recursos Disponibiliza aos alunos uma lista de referências bibliográficas a serem consultadas para a realização das tarefas. Conclusão Corresponde à finalização da tarefa proposta. Nela o professor deve apresentar um resumo que levará o aluno à reflexão da atividade com o objetivo de reconhecer o que foi aprendido. Avaliação Inteligência Colectiva Segundo Pierre Lévy (1994) Inteligência Colectiva é aquela inteligência que esta distribuída portoda a parte. Num contexto em que ninguém sabe tudo, todos sabem alguma coisa, todo o saberestá na humanidade. Para Lévy, não existe nenhum reservatório de conhecimento transcendente,e o saber não é nada além do que o que as pessoas sabem. Por isso todos humanos podem serfontes de conhecimento. No contexto da inteligência colectiva todos podem oferecerconhecimento, ninguém é nulo nesse contexto. cibercultura De acordo com Lévy (1999), a cibercultura tem a ver com as de técnicas, práticas, atitudes,modos de pensamento e valores que se instituíram com o ciberespaço. Em suma a cibercultura pode ser considerada o “modus-vivendi”, dentro do ciberespaço ciberespaço Lévy apresenta o ciberespaço como o principal suporte da inteligência colectiva, uma vez sendoum dispositivo de comunicação interactivo e comunitário. Através desse dispositivo váriosorganismos profissionais e de ensino a distância desenvolvem sistemas de aprendizagemcooperativa. E assim se concretiza o compartilhamento da informação. Portanto, o ciberespaçooferece condições para a existência da inteligência colectiva