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1.INTRODUÇÃO
O jurista brasileiro Miguel Reali, nasceu em 1910, se tornou bacharel em Direito em 1934 e logo publicou seu primeiro livro “O Estado Moderno”. Formou se Doutor em 1941, sendo também catedrático em Filosofia do Direito na Universidade de São Paulo, dentre inúmeros outros cargos de relevância, Reale foi Reitor da Universidade de São Paulo, Secretário de justiça do Estado e finalmente membro da Academia Brasileira de Letras. Elaborou em seu livro “Teoria Tridimensional do Direito” e defini o Direito como "realidade histórico-cultural tridimensional, ordenada de forma bilateral atributiva, segundo valores de convivência”, sendo uma teoria absolutamente inovadora de se abordar as questões da ciência jurídica.
Segundo a teoria de Miguel Reali, o Direito é composto por três dimensões: a dimensão normativa, onde o Direito é entendido como ordenamento, em segundo, a dimensão fática, onde o Direito é tido como realidade social histórico-cultural e por fim, sua dimensão axiológica, onde o Direito é valorativo e esses três fatores que alcançou reconhecimento internacional entre os grandes nomes do Direito atual.
2.TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO
A noção de tridimensionalidade continuou sendo estudada por Reale e foi em 1953 que surgiu a dialeticidade dos três elementos que são fato, valor e norma. Estes três não se correlacionam, apenas se dialetizam. Há uma dinamicidade integrante e convergente entre esses três fatores, de tal maneira que temos três ordens de estudos distintos, mas correlatos.
Mas somente em 1968 é que foi elaborada a Teoria Tridimensional do Direito por Miguel Reale, sendo que para esta teoria, o direito se compõe de três dimensões. Primeiramente, há o aspecto normativo, em que se entende o direito como ordenamento e sua respectiva ciência. Em segundo lugar, há o aspecto fático, em que o direito se atenta para sua efetividade social e histórica. Por fim, em seu lado axiológico, o direito cuida de um valor, no caso, a Justiça.
Esta teoria veio para evolucionar, trazendo como marco da filosofia do direito latino-americano, pois segundo Reale a questão é que o direito sempre foi visto ou analisado sob enfoque unilateral, ou seja, priorizando-se apenas um dos aspectos supracitados. Critica que no decorrer da era contemporânea o direito ora era restringido às normas outorgadas pelo Estado como pensavam os positivistas na linha de Kelsen ou como fenômeno social, na corrente historicista e sociológica, na qual o fenômeno jurídico era fruto das relações sociais ou do espírito cultural de determinada época. Mas na teoria tridimensional analisa e compreende o englobamento dos três aspectos epistemológicos utilizado com mais frequência pelo juristas e filósofos da história. É contra esses enfoques unilaterais que a Teoria Tridimensional vem rebater. O direito não é apenas a norma ou a letra da lei, pois é muito mais do que a mera vontade do Estado ou do povo, é o reflexo de um ambiente cultural de determinado lugar e época, em que os três aspectos (fático, axiológico e normativo), se entrelaçam e se influenciam mutuamente numa relação dialética na estrutura histórica.
Para Miguel Reale todo fenômeno jurídico pressupõe sempre de três elementos: fato, valor e norma, ou melhor, “um elemento de fato, ordenado valor ativamente em um processo normativo”.
O fato é uma dimensão do direito, que é o acontecimento social referido pelo direito objetivo. O valor é o elemento moral do direito; é o ponto de vista sobre a justiça. Toda obra humana é impregnada de sentido ou valor, ocorrendo da mesma forma com o direito. A norma consiste no padrão de comportamento social, que o Estado impõe aos indivíduos, que devem observá-la em determinadas circunstâncias. Desta maneira, fato, valor e norma encontram-se intimamente vinculados, existindo uma interdependência entre os três elementos.
Enquanto que para as demais fórmulas tridimensionalistas denominadas genéricas ou abstratas, os três elementos (fato, valor e norma) se vinculam como em uma adição, quase sempre com prevalência de algum deles, em sua concepção chamada específica ou concreta, a realidade fático, axiológico, normativa se apresenta como uma unidade, havendo nos três elementos uma implicação dinâmica. Cada qual se refere aos demais e por isso só alcança sentido no conjunto. As notas dominantes do fato, valor e norma estão, respectivamente, na eficácia, fundamento e vigência.
Sendo assim o direito seria compreendido pelo resultado de um movimento dialético, de um roteiro que está sendo escrito a cada minuto, submetido às mudanças e aos acontecimentos que oscilam todo tempo. É com esta visão que as normas devem ser analisadas, visando atender as expectativas do universo axiológico e com o objetivo de alcançar o bem comum de toda a sociedade. 
A tridimensionalidade, ao analisar a experiência jurídica visa atualizar os valores e aperfeiçoar o ordenamento jurídico para adequá-los às novas exigências da sociedade. Portanto a teoria tridimensional do direito está inserida num processo essencialmente dialético, onde as regras jurídicas são compostas do material vivo da história, pois a realidade cultural e histórica de uma sociedade é resultado das experiências do homem no meio em que vive. Isso significa que, o direito será a consequência de uma interação, da dialética entre o fato e o valor na busca de soluções racionais para os conflitos. Dessa forma, o texto normativo deve ser valorado pelo juiz, já que a ideia de valor está necessariamente ligada as carências humanas, podendo ser humana e do ponto de vista social, útil ao todo, não sendo analisada de maneira fechado, puramente formal, mas sim com um perfil substancial, aberto, de modo a satisfazer efetivamente o modelo Social e Democrático do Direito, tendo o homem como centro de convergência das atenções.
3. A TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO DE MIGUEL REALE E O NOVO CÓDIGO CIVIL BRASILEIRO.
A teoria tridimensional do direito de Reale refletiu-se no Código Civil brasileiro, pois inúmeros são os artigos e institutos que foram acolhidos pelo novo Código Civil. Como exemplo do acolhimento da teoria da função social da propriedade, da boa-fé objetiva nos contratos; as inovações sobre a teoria da imprevisão; as resoluções sobre onerosidade excessiva; o acolhimento do instituto da equidade em vários artigos do Código (por ex. no art. 479), entre outros. Ora, o instituto da equidade para a aplicação da lei, em nossa sistemática jurídica, historicamente sempre sofreu restrições, pois pressupõe uma margem de discricionariedade muito ampla por parte do magistrado. Trata-se de um instituto jurídico de tradição aristotélica vinculada a um sistema ético de aplicação da lei, voltado para o mais elevado valor cultural da sociedade, que é o bem comum. Tal instituto pressupõe uma formação cultural e humanista do operador do Direito, pois vincula-se não à mera aplicação da lei, mas à interpretação da lei, tendo por pano de fundo valores tais como o interesse social, a eticidade das relações contratuais e a justiça social.
Contudo, a inovação mais importante introduzida no Código Civil que revela uma influência culturalista e tridimensional do Direito no CCB, encontra-se no instituto da função social do contrato, expresso no artigo 421 do CCB. A função social do contrato foi acolhida pelo novo CCB em seu artigo 421, que estabelece,
"Art. 421. A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato."
Primeiramente é preciso dizer que disposição semelhante não existia no Código Civil anterior e que essa disposição, juntamente com o instituto da função social da propriedade, igualmente acolhido pelo novo CCB, são institutos da maior importância, uma vez que, contrato e propriedade são valores fundamentais para toda sociedade onde vigora a economia de livre mercado. Portanto, ao inserir esse instituto no novo CCB, Reale na verdade introduziu o mais relevante instrumento de intervenção jurídica de nosso ordenamento jurídico,pelo qual o Estado-Juiz mitiga os malefícios do liberalismo ou do neo-liberalismo, preservando os valores de proteção aos mais fracos. Trata-se de um dispositivo que propicia ao aplicador do Direito coibir abusos, integrando o instituto do contrato e as partes contratantes, aos valores do bem comum e da finalidade social da lei.
4. CONCLUSÃO 
A Teoria Tridimensional foi inovadora e importantíssima para a nova visão do Direito em todo mundo. A partir dessa leitura é possível concluir que o Direito não pode ser considerado um sistema meramente lógico, fechado, uma abstração, sem resultado prático. A ordem jurídica só tem seu objetivo alcançado se trouxer soluções práticas ao homem e ao seu cotidiano, criando mais uma forma de interligar os ramos que estudam o Direito para que dessa união cresça a sede de justiça. Esta é mais uma ferramenta que deve estar ao alcance das mãos dos indivíduos, pronta para ser utilizada em benefício do bem-estar social de todos, da evolução do grupo, como uma resposta aos desafios de cada dia
5. BIBLIOGRAFIA 
NADER, Paulo. Introdução ao Estudo do Direito. 30. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2008
REALE, Miguel. Teoria tridimensional do direito. 5ª ed. rev. e aum. São Paulo: Saraiva 1994.
KRISTIANE FERREIRA DA SILVA LIMA: Técnica do Ministério Público do Estado de Sergipe; Acadêmica de Direito da Universidade Tiradentes - UNIT.
http://www.ambito-juridico.com.br/pdfsGerados/artigos/7833.pdf acesso 05/11/216.
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11825 acesso 07/11/216.
http://www.infoescola.com/filosofia/teoria-tridimensional-do-direito/ acesso 05/11/216.

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