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DENUNCIAÇÃO DA LIDE

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SEMINÁRIO DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Acadêmicos:
Ana Paula Zardo
Bruno Mendes Figueiredo
Douglas Baldessar Barbosa Junior
Gabriela Gonçalves Soares
Itamar Ilton Regis Júnior
Jeisa Paula Pereira de Souza
Karoliny Alves Lobo 
Taissi Santos da Costa e Oliveira
DENUNCIAÇÃO DA LIDE
CONCEITO : 
 
Consiste a Denunciação da Lide em “uma ação regressiva, in simultaneus processus, proponível tanto pelo autor como pelo réu, sendo citada como denunciada aquela pessoa contra quem o denunciante terá uma pretensão indenizatória, pretensão de reembolso, caso ele, denunciante, vier a sucumbir na ação principal”.
Tem como objetivo preservar o direito de regresso, trazendo ao processo terceiro que garantirá uma das partes (evicção, patrimônio, seguro). Pode ser requerida na oportunidade da distribuição da petição inicial ou na contestação. 
A finalidade do instituto é a economia processual. A denunciação da lide constitui “verdadeira propositura de uma ação de regresso antecipada, para a eventualidade da sucumbência do denunciante”.
ART. 125,CPC : 
É admissível a denunciação da lide por qualquer das partes:
 I – ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe resultam;
II – àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo. 
HIPÓTESES:
 As hipóteses de denunciação da lide se encontram no art. 125, I e II do CPC/2015.
No inciso I dispõe os direitos que a evicção lhe resulta, e conforme art. 450 do CC são:
I - À indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir;
II - À indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção;
III - Às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído.
Resumindo a evicção é a perda de direito material em razão de uma decisão judicial, é uma garantia de ressarcimento ao adquirente pelo alienado.
No inciso II trata-se das demais hipóteses de obrigação de ressarcimento previsto em lei. 
O litisdenunciado é obrigado indenizar em ação regressiva o prejuízo do que perdeu.
PROCEDIMENTOS:
 Os procedimentos jurídicos da Denunciação à Lide estão no CPC entre os artigos 126 e 128 com detalhamentos diversos para quando o denunciante for autor ou réu.
 Caso o denunciante seja autor, a citação do denunciado deve ocorrer na petição inicial. A propositura por parte do autor, portanto, efetuará o pedido da citação do denunciado em conjunto com a do réu. Contudo, o juiz deverá marcar o prazo de resposta do denunciado (15 dias), sendo que, caso não haja embargo na inicial ao lado do réu, o denunciado será citado antes deste. Neste caso, o denunciado assume a posição de litisconsorte do denunciante, podendo acrescentar novos argumentos à petição inicial, e somente após este feito realizar-se-á a citação do réu (art. 118, do CPC). Esse procedimento permite o réu a defender-se contra os argumentos do autor e do denunciado em somente uma contestação.
 Para a diligência citatória do denunciado, o prazo é de 30 dias para residente na Comarca e de 60 dias para residente em outra Comarca, ou em lugar incerto (art. 131 do CPC).
 Caso o denunciante seja réu, a denúncia deve ser requerida na contestação nos mesmos prazos de citação e resposta já observados, ou seja, 30 dias e 60 dias; sendo que, caso não ocorra a citação do denunciado dentro dos prazos, o autor terá direito de exigir prosseguimento do processo, ficando, então, prejudicada a denunciação pedida pelo réu. Sendo o réu o denunciante, arcará com os ônus sucumbenciais do denunciado (salvo exceções a seguir). O art. 128 do CPC apresenta três condicionantes para caracterizar os atos processuais neste caso.
 Caso o denunciado apresente contestação no prazo de 15 dias, formará litisconsórcio passivo (denunciante e denunciado). Assim, todos os atos processuais seguirão com a intimação de ambos (vide Art 128, I, do CPC). Quando assim for, o entendimento da jurisprudência é de que as verbas sucumbenciais são ônus do denunciado. (REsp 142796/RS)
 Se o denunciado for revel ou se o denunciado confessar os fatos alegados pelo autor, o denunciante segue como réu. Nesta situação pode optar por prosseguir com a sua defesa, inclusive podendo recorrer, ou o CPC permite que o réu deixe a sua defesa e realize sua atuação em ação regressiva (vide Art 128, II e III, do CPC).
 Sendo procedente o pedido da ação principal pelo autor, pode este requerer também seu cumprimento contra o denunciado (Art 128, Parágrafo Único).
 O novo CPC traz duas questões muito interessantes e pragmáticas com vistas à economia processual.
 Primeiramente, em todo processo, o juiz julgará a ação principal e, posteriormente, a denunciação da lide. Nos casos em que o denunciante NÃO for o vencedor da ação principal, a denunciação não será examinada e, mas implicará em prejuízos para o denunciante quanto às verbas de sucumbência em favor do denunciado (vide Art. 129, CPC).
 Outro aspecto é sobre  a denunciação sucessiva em que o código coloca um limite de denúncias por ação, admitindo uma única vez; ou seja, o denunciado pode, por sua vez, realizar nova denúncia e tornar-se também denunciante. Este último que fora denunciado, caso também queira denunciar a outrem, precisaria, então, mover nova ação de regresso.
Neste ponto entra uma curiosa característica de mudança do CPC anterior para o de 2015. O CPC anterior, a partir do seu artigo 70, trazia diversas e mais complexas características de denunciação da lide, inclusive descrevendo quais eram obrigatórias e ainda estabelecendo regras de preclusão caso esta não se realizasse. Todavia, o novo CPC, no Art 125, §1°,  trouxe a possibilidade para os casos em que a denunciação não é feita na ação principal oportunizando-a para ação de regresso. Obviamente, sugere-se a realização na ação principal por conta do princípio da economia processual.
JURISPRUDÊNCIA:
1)
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RESSARCIMENTO DE DANOS CAUSADOS EM ACIDENTE DE VEÍCULO C/C REPARAÇÃO DE DANOS MORAIS, MATERIAIS E ESTÉTICOS. DENUNCIAÇÃO DA LIDE À SEGURADORA. RECONVENÇÃO. SENTENÇA UNA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA DA LIDE PRINCIPAL (DANOS MATERIAIS E PENSIONAMENTO MENSAL NÃO ACOLHIDOS), PROCEDÊNCIA DA DENUNCIAÇÃO À LIDE, E IMPROCEDÊNCIA DA RECONVENÇÃO. RECURSO DA PARTE AUTORA. AUSÊNCIA DE DISCUSSÃO ACERCA DA CULPA PELO SINISTRO E DA CONFIGURAÇÃO DOS DANOS SOFRIDOS PELAS PARTES. PLEITO OBJETIVANDO, TÃO SOMENTE, A MAJORAÇÃO DOS VALORES DAS INDENIZAÇÕES POR DANOS MORAIS E ESTÉTICOS FIXADOS PELO JUÍZO A QUO. PARCIAL SUBSISTÊNCIA. QUANTUM INDENIZATÓRIO FIXADO EM FAVOR DA AUTORA "IRIA" QUE SE ENCONTRA DE ACORDO COM A EXTENSÃO DO ABALO MORAL E DAS LESÕES POR SI SOFRIDAS. NECESSIDADE, CONTUDO, DE ADEQUAÇÃO DO VALOR INDENIZATÓRIO FIXADO EM FAVOR DO REQUERENTE "EDNEI". EXISTÊNCIA DE PERÍCIA MÉDICA JUDICIAL ATESTANDO A GRAVIDADE DAS LESÕES SOFRIDAS PELO AUTOR, O QUAL SE ENCONTRA APOSENTADO POR INVALIDEZ, APRESENTANDO RESTRIÇÃO FUNCIONAL ORTOPÉDICA E QUADRO DE SEQUELA NEUROLÓGICA IMPORTANTE. MAJORAÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO QUE SE IMPÕE. OBSERVÂNCIA DOS PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE, E DO CARÁTER INIBIDOR E PEDAGÓGICO DA REPRIMENDA. SENTENÇA REFORMADA NESTE ASPECTO. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. (TJSC, Apelação Cível n. 0005476-65.2008.8.24.0011, de Brusque, rel. Des. Denise Volpato, Sexta Câmara de Direito Civil, j. 10-03-2020).
A jurisprudência ora mencionada, trata de um caso de indenização material e danos estéticos os quais foram sofridos pelo autor. No caso concreto a denunciação foi deferida, onde o autor exerceu seu direito de regresso (indenização ) sendo o caso ora exposto uma ação reivindicatória. Sendo assim tendo seu salvo resguardo com a demanda vencida. Acórdão de parcial provimento em virtude do entendimento na majoração dos valores indenizatórios. 
2)
AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. ACIDENTE AÉREO. QUEDA DE HELICÓPTERO. COLISÃO COM CABO SECUNDÁRIOINSTALADO PELA RECORRENTE. CONSTRUÇÃO DA HIDRELÉTRICA FOZ DO AREIA. MORTE DO PAI DOS AUTORES. DENUNCIAÇÃO DA LIDE. EMPREITEIRA. ADMITIDA. RESPONSABILIDADE CIVIL. CULPA RECONHECIDA PELAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. REEXAME DE PROVA. SÚMULA 7/STJ. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO DEMONSTRADO. AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO. 1. Embora a agravante tenha apresentado contestação alegando descabimento da denunciação à lide, realizada a instrução probatória, com o reconhecimento da responsabilidade da recorrente e sua condenação nas instâncias ordinárias, não se justifica o acolhimento da insurgência contra a admissão da denunciação da lide. Precedentes. 2. O Tribunal de origem, examinando as circunstâncias da causa, concluiu pela existência de culpa da empreiteira responsável pela execução da obra, consignando que a causa primária do acidente seria a instalação de cabos secundários em lugar indevido e sem nenhum tipo de balizamento, tornando-os imperceptíveis ao piloto do helicóptero, assim como a ausência da necessária comunicação às autoridades aeronáuticas do serviço de prevenção de acidentes, o que poderia ter evitado a queda da aeronave. A modificação de tal entendimento demandaria apreciação do conjunto fático-probatório, inviável em recurso especial. 3. Agravo interno não provido. ACÓRDÃO Vistos e relatados estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Quarta Turma, por unanimidade, negar provimento ao agravo interno, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Maria Isabel Gallotti, Antonio Carlos Ferreira, Marco Buzzi (Presidente) e Luis Felipe Salomão votaram com o Sr. Ministro Relator. (STJ RECURSO ESPECIAL Nº 1.605.381 - PR (2016/0132535-9))
Trata-se de agravo interno interposto por CBPO ENGENHARIA LTDA contra decisão que deu parcial provimento a seu recurso especial para determinar a incidência da correção monetária a partir do acórdão recorrido e de juros de mora desde a citação. Alega a recorrente que a decisão agravada "equivoc[ou]-se no que tange a sua insurgência quanto a denunciação da lide, a valoração da prova, bem como em relação a incidência de juros de mora sobre a verba honorária" (fl. 2123). Impugnação da parte agravada às fls. 2135/2137 pugnando pelo desprovimento do recurso com a fixação de honorários recursais.
QUESTÕES DE CONCURSO:
1)  Provas: CESPE - 2019 - TCE RO - Procurador do Ministério Público de Contas
Disciplina: Direito Processual Civil - Assuntos: 3.3.2. Denunciação da lide
  Roberto ajuizou ação de indenização em desfavor de Lucas por danos materiais decorrentes de acidente de trânsito no qual os veículos de ambos haviam colidido. O réu, por sua vez, tinha contrato de seguro com determinada empresa, com garantia de ser por ela ressarcido em caso de colisão, dano ou avaria no automóvel ou ainda furto ou roubo do veículo.
 
Caso Lucas queira que a empresa integre a lide, isso poderá ser feito sob a modalidade de intervenção de terceiros denominada
· a) amicus curiae.
· b) denunciação da lide.
· c) assistência simples.
· d) chamamento ao processo.
· e) assistência litisconsorcial.
 Resposta: B
2) Provas: CESPE - 2018 - STJ - Analista Judiciário - Conhecimentos Específicos - Cargo 8
Disciplina: Direito Processual Civil - Assuntos: 3.3. Intervenção de terceiros 3.3.2. Denunciação da lide
À luz das disposições do Código de Processo Civil (CPC), julgue o próximo item.
De acordo com o CPC, a ausência de denunciação da lide acarreta a perda do direito de regresso que o réu eventualmente possua contra aquele que estiver obrigado, por lei ou por contrato, a lhe ressarcir.
· Errado
Certo
Resposta : Certo
3) QUESTÃO 903000
Tribunal de Justiça de São Paulo  - SP (TJ/SP/SP) 2017 (5ª edição)
Cargo: Juiz Substituto / Questão 20
Banca: Fundação para o Vestibular da Universidade Estadual Paulista (VUNESP)
Nível: Superior
Considerando a denunciação da lide, assinale a alternativa correta.
· A.Considerando-se a cadeia dominial, a denunciação da lide sucessiva é admitida ao originariamente denunciado, mas vedada ao sucessivamente denunciado, ressalvada a propositura de ação autônoma.
· B.O direito regressivo poderá ser objeto de ação autônoma apenas no caso de não ser permitida pela lei ou no caso de ter sido indeferida pelo juiz.
· C.Pode ser requerida e deferida originariamente em grau de apelação, nos casos em que seja dado ao tribunal examinar o mérito desde logo, por estar o processo em condições de julgamento.
· D.Pode ser determinada de ofício pelo juiz, nos casos em que a obrigação de indenizar decorra expressamente da lei.
Resposta : A 
REFERÊNCIAS:
· THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil – 59. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2018.
· RODRIGUES WAMBIER, Luiz. TALAMINI, Eduardo.
Curso Avançado de Processo Civil - 18°edição.
ed. Revista dos Tribunais, 2019.

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