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Tema 14 - Direito de greve e lock out

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Direito de greve e “lock out”
Giordana Bruno Leite de Oliveira
Introdução
Todos os anos vemos paralisações seja dos bancários, sejam dos policiais. Mas, você sabe o que significa greve ou 
? Neste tema iremos estudá-los, seus conceitos, procedimentos obrigatórios, seus efeitos e sualockout
legitimidade. Veremos também o direito dos grevistas, em que ocasiões existe a suspensão e rescisão do contrato
de trabalho, bem como as proibições na greve e como fica a situação em atividades essenciais
Ao final desta aula, você será capaz de:
• Definir o direito de greve, a legitimidade do seu exercício pelos trabalhadores e os direitos dos grevistas.
• Identificar as atividades essenciais e a possibilidade do exercício da greve.
• Conhecer as proibições na greve, os casos de suspensão e rescisão do contrato de trabalho.
Direito Constitucional de Greve
O Direito de greve está amparado no artigo 9º da Constituição Federal de 1988 (CF/88), que expressa ser ele
assegurado aos trabalhadores e sobre quais interesses devam defender por meio dele. Foi reconhecido na
legislação infraconstitucional (aquela inferior à Constituição Federal ) com o advento da Lei nº 7.783/1989 (Lei
de greve).
Conceito de greve
Para Renzetti (2018), a greve é uma modalidade típica e permitida pela constituição de autotutela que ocorre
pela suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação de serviço ao empregador, tendo
como foco a negociação entre os trabalhadores e empregadores.
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•
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Figura 1 - Greve
Fonte: Shutterstock, 2018
Encontramos também o conceito de greve no artigo 2º da Lei nº 7783/89, que expressa ser legítimo como
exercício do direito de greve a suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de
serviços ao empregador. Identificamos aqui as principais características da greve:
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Figura 2 - Características da greve
Fonte: Realizado pela autora com base no artigo 2º da Lei de greve, 1989
Martins (2018) pontua que o exercício do direito de greve é assegurado apenas para o trabalhador subordinado
(aquele com vínculo empregatício) e pelo avulso (cuja relação de emprego é intermediada por um sindicato ou
por um órgão gestor de mão de obra), não podendo ser exercido pelo autônomo (que é aquele que trabalha por
conta própria, suportando os riscos da sua atividade). A suspensão das atividades deve ser coletiva, pois a
paralisação de um trabalhador só não é greve e poderia ensejar a dispensa motivada.
Classificação do direito de greve
De acordo com Renzetti (2018) o direito de greve é classificado da seguinte forma:
· Quanto aos limites do seu exercício a greve pode ser abusiva (extrapola as determinações legais) e não abusiva
(exercida dentro dos limites da lei).
· Quanto à sua extensão pode ser global (alcança todos os trabalhadores de uma categoria) e parcial (deflagrada
apenas por alguns empregados ou setores da empresa).
Requisitos indispensáveis à instauração da greve
Conforme os artigos 3º e 4º da Lei de Greve existem três requisitos indispensáveis para que possa haver a
paralisação:
· Só poderá ocorrer após a negociação coletiva ter sido frustrada.
· Convocação da Assembleia Geral com o fim específico de decidir sobre a paralisação coletiva, autorizando-a ou
não.
· Aviso prévio ao empregador que em regra será, para as atividades comuns, de 48 horas, e 72 horas para as
Atividades Essenciais.
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Figura 3 - Como deve ser a convocação
Fonte: Realizado pela autora: com base nos artigos 3º e 4º da Lei de Greve, 1989
Lapa e Kertzman (2018) explicam que tais procedimentos e prazos devem ser observados antes da deflagração
do movimento paredista sob pena deste ser considerado ilegal ou abusivo.
Legitimidade do Exercício do Direito de Greve
O direito de greve pertence aos trabalhadores, mas de acordo com Martins (2018) e com o artigo 8º, inciso IV da
CF/88 a legitimidade para sua instauração é da entidade sindical dos trabalhadores (sindicatos, federações ou
confederações) por se tratar de um direito coletivo, sendo sua participação obrigatória. Cassar (2018) fala que
como exceção, na falta de qualquer um desses entes, seja por recusa em assumir as negociações ou por
inexistência de representação sindical, pode ser nomeada uma comissão de negociação para o andamento do
procedimento da greve.
Direito dos grevistas
O direito dos grevistas encontra-se expresso no artigo 6º da Lei nº 7.783/1989, que fala que eles têm direito ao
emprego de meios pacíficos tendentes a persuadir ou a aliciar os trabalhadores a aderirem à greve; à
arrecadação de fundos e à livre divulgação do movimento.
Quanto ao direito de arrecadação de fundos, a entidade sindical pode constituir taxa assistencial aos
sindicalizados com a finalidade de custear os gastos advindos da divulgação da greve.
EXEMPLO
Exemplo de persuasão panfletagem, comícios, e carros de som. Quanto à livre divulgação os
grevistas podem usar os meios de comunicação para divulgar o movimento, com suas
reivindicações e justificativas, não podendo o empregador adotar meios capazes de coibir ou
frustrar a divulgação, pois a livre divulgação é um direito dos grevistas, estando prevista no
artigo 6º da lei de greve.
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Os não grevistas podem ser convencidos pelos líderes da greve, por meio de argumentos que despertem seu
senso de solidariedade, mas nunca devem ser obrigados a fazer o que não desejam, muito menos ameaçados,
nem pelos grevistas, nem pelos empregadores.
Proibições na greve
Lapa e Kertzman (2018) expressam que os excessos cometidos por empregados, empregadores ou seus
sindicatos durante a greve, podem configurar ato criminoso. Constranger alguém mediante violência ou grave
ameaça a trabalhar ou não trabalhar durante certo período, abrir ou fechar seu estabelecimento de trabalho,
praticar violência durante a greve contra pessoa ou coisa, e paralisar obra pública ou serviço de interesse
coletivo, são crimes previstos nos artigos 197, 200 e 201 do Código Penal.
Todos os tipos penais citados são exemplos dos excessos que podem ser cometidos durante os movimentos
grevistas e estão sujeitos a sanções penais e trabalhistas.
Lock out
Renzetti (2018) diz que ocorre o (locaute) quando a paralisação das atividades da empresa se dá pelolockout
empregador, objetivando frustrar a negociação ou dificultar as reivindicações dos trabalhadores.
O é vedado pela lei de greve, caso ocorra, o período em que se der será considerado como de interrupçãolockout
FIQUE ATENTO
Aos trabalhadores que não são grevistas é assegurado o direito da não adesão ao movimento
de greve, deixando claro que não há um dever de greve. Nem a opinião unitária dos
trabalhadores é indispensável, embora seja importante que a maior parte delibere
positivamente sobre a parada.
FIQUE ATENTO
Considera-se ato abusivo a ocupação ameaçadora de estabelecimento; sabotagem ou boicote
aos serviços da empresa e associados; piquetes obstativos (impedir a entrada dos não
grevistas no trabalho) ou o piquete depredatório do patrimônio do patrão; agressão física ou
moral aos colegas, aos superiores hierárquicos ou empregadores; dentre outros previstos nas
Orientações Jurisprudenciais de números 1, 10, 11 e 38 da Seção de Dissídios Coletivos (SDC)
do Tribunal Superior do Trabalho (TST).
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O é vedado pela lei de greve, caso ocorra, o período em que se der será considerado como de interrupçãolockout
do contrato de trabalho, ficando assegurado aos trabalhadores os salários e os dias de paralisação. Tivemos um
exemplo recentemente com a histórica paralisação dos caminhoneiros, o motivo da paralisação (aumento do
combustível) era de comum interesse entre os trabalhadores e as empresas, ou seja, para muitos a referida
paralisação foi um misto de greve e locaute, por haver participação e apoio de ambos.
Além disso o pode dar causa à rescisão indireta do contrato de trabalho por parte do empregado.lockout
Suspensão e rescisão do contrato de trabalho
Garcia (2013) fala que a greve é considerada hipótese de suspensão de contratode trabalho, conforme expresso
no artigo 7º da Lei de Greve (nº 7.783/1989), seus efeitos ficam absolutamente paralisados.
O empregador não é obrigado a pagar os dias de paralisação, podendo descontar os dias de salário do período,
também não é obrigado a contagem de tais dias no período aquisitivo de férias, salvo os casos expressos em
cláusulas de acordo, convenção, laudo arbitral ou decisão da Justiça do Trabalho. Cassar (2018) ensina que é
proibida a demissão dos empregados grevistas, sem justa causa. O artigo 7º da lei de greve fala que o
empregador também não poderá, durante a paralisação, contratar empregados substitutos ou temporários, salvo
os casos em que não houver sido mantida uma equipe de empregados com o objetivo de assegurar aqueles
serviços cuja paralisação poderia ensejar em prejuízo irreparável, como a manutenção de algumas máquinas que
não podem ser desligadas sob o risco de estragar, por exemplo, os altos fornos nas siderúrgicas.
Atividades essenciais
As atividades essenciais estão listadas de forma taxativa no artigo 10 da Lei 7.783/1989 abaixo:
I - tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis;
II - assistência médica e hospitalar;
III - distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos;
IV - funerários;
V - transporte coletivo;
VI - captação e tratamento de esgoto e lixo;
VII - telecomunicações;
VIII - guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais nucleares;
IX - processamento de dados ligados a serviços essenciais;
X - controle de tráfego aéreo;
XI - compensação bancária.
SAIBA MAIS
Para saber um pouco mais sobre as diferenças entre os institutos da greve e do Lock out,
recomenda-se a leitura do artigo de Paulo Roberto Bessera de Lima, intitulado Diferença entre
Greve e Lockout. Disponível em https://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=9439
https://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=9439
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X - controle de tráfego aéreo;
XI - compensação bancária.
Falam os artigos 9ª, 11 e 12 da lei de greve, que os sindicatos, empregadores e os trabalhadores, em serviços ou
atividades essenciais, ficam obrigados, de comum acordo, a garantir durante a greve a prestação dos serviços
indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade (aquelas que se não atendidas
coloquem em perigo iminente a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população), caso não ocorra poderá ser
ajuizado pelo Ministério Público do Trabalho. A competência para o julgamento do Dissídio Coletivo é da Justiça
do Trabalho.
Figura 4 - Paralisação das atividades essenciais
Fonte: Nosyrevy, Shutterstock, 2018
Fechamento
Estudamos neste tópico o conceito de greve, descobrimos quais são os requisitos necessários para sua
instauração e quem tem legitimidade para tal. Vimos também o conceito de e outras proibições ao direitolockout
de greve. Perpassamos pelas consequências advindas do movimento grevista para ao final conhecermos as
atividades essenciais e suas nuances.
Referências
BRASIL. Lei nº 7.783 de 28 de junho de 1989. . Presidência da República, Brasília, DF 28 de junho deLei de Greve
1989. Disponível em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7783.htm >. Acesso em 26/06/ 2018.
BRASIL. Constituição (1988). . Brasília, DF: Senado Federal:Constituição da República Federativa do Brasil
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l7783.htm
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BRASIL. Constituição (1988). . Brasília, DF: Senado Federal:Constituição da República Federativa do Brasil
Centro Gráfico, 1988.
CASSAR, V. B. : de acordo com a reforma trabalhista Lei 13.467/2017 / Vólia BomfimDireito do Trabalho
Cassar – 15ª ed. rev., atual. e ampl. – [2. Reimpr.] – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2018.
GARCIA, G. F. B. . – 7ª. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro: Forense, 2013.Curso de Direito do Trabalho
MARTINEZ, L. : relações individuais, sindicais e coletivas do trabalho / LucianoCurso de direito do trabalho
Martinez. – 2 ed. – São Paulo: Saraiva. 2011,
MARTINS, S. P. / Sérgio Pinto Martins. – 34ª ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018.Direito do Trabalho
RENZETTI, R. . - 4ª ed. rev. atual. ampl. – São Paulo: Forense,Direito do Trabalho, teoria e questões práticas
2018; São Paulo: MÉTODO, 2018.
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. Disponível em < >Seção de Dissídios Coletivos. http://www.tst.jus.br
acesso em 20/06/2018.
http://www.tst.jus.br
	Introdução
	Direito Constitucional de Greve
	Conceito de greve
	Classificação do direito de greve
	Requisitos indispensáveis à instauração da greve
	Legitimidade do Exercício do Direito de Greve
	Direito dos grevistas
	Proibições na greve
	Lock out
	Suspensão e rescisão do contrato de trabalho
	Atividades essenciais
	Fechamento
	Referências

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