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Tema 13 - Acordos e convenções coletivas

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Acordos e convenções coletivas
Giordana Bruno Leite de Oliveira
Introdução
Você já deve ter ouvido falar em acordo ou convenção coletiva, certo? É por meio deles que se resolvem grande
parte dos conflitos coletivos entre trabalhadores e empregadores, por meio destes documentos chamados
acordos ou convenções coletivas de trabalho, aprenderemos sobre tais negociações e sobre os dissídios
coletivos, o que eles são e como funcionam. Veremos a importância da assembleia geral e os prazos a serem
obedecidos para que as decisões que ela toma sejam válidas. Você sabe como funciona a regra da condição mais
favorável para o trabalhador? Além deste conceito, vamos entender também como ocorrem as prorrogação,
renúncia, revisão e revogação da representação sindical.
Ao final desta aula, você será capaz de:
• identificar e distinguir os conceitos de acordo, convenção e dissídio;
• identificar a função e relevância de uma assembleia geral no Direito Sindical;
• conhecer os prazos que devem ser obedecidos para que haja validade das deliberações das assembleias 
gerais;
• identificar a prevalência das cláusulas mais favoráveis ao trabalhador nos acordos, convenções e 
dissídios;
• distinguir e compreender as hipóteses de prorrogação, revisão, renúncia e revogação da representação 
sindical.
Acordo
O acordo coletivo de trabalho é uma negociação ocorrida entre um sindicato dos empregados e uma ou mais
empresas, está regulamentado no artigo 611, § 1º da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Lapa e Kertzman
(2018) pontuam que ele se formalizará sempre que o sindicato que representa uma categoria profissional (ou
seja, dos empregados) celebrar um contrato formal com uma ou mais empresas de determinada categoria
econômica.
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Figura 1 - Acordo coletivo
Fonte: kmlmtz66, Shutterstock, 2018
Para Cassar (2018, p.1286), “o acordo é o negócio jurídico extrajudicial efetuado entre sindicato dos empregados
e uma ou mais empresas, onde se estabelecem condições de trabalho, obrigando as partes acordantes dentro do
período de vigência predeterminado e na base territorial da categoria”.
Convenção Coletiva de Trabalho
A convenção coletiva do trabalho é o acordo formal por meio do qual dois ou mais sindicatos, representando
empregados e empregadores, estipulam condições de trabalho aplicáveis durante determinado tempo aos seus
representados. Está regulamentada pelo artigo 611, (cabeçalho do artigo), da CLT.caput
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Figura 2 - Empregador x Empregado
Fonte: Shutterstock, 2018
Cassar (2018, p.1287) anota que “a convenção coletiva do trabalho é um negócio jurídico extrajudicial pactuado
entre o sindicato dos empregados e o sindicato dos empregadores, para estabelecer condições de trabalho para
toda a categoria”. De acordo com os artigos 611 e 614 da CLT ela possui vigência temporária e aplicação na base
territorial dos respectivos sindicatos.
Assim, temos que a validade do convênio coletivo, conforme dito nos artigos 613 e 614 da CLT é necessário que
ele seja escrito, tenha prazo de vigência (dois anos no máximo), que a negociação seja autorizada pela
Assembleia sindical e que uma via seja protocolada no DNT ou no Ministério do Trabalho e fixada de maneira
visível na empresa acordante. De acordo com Renzetti (2018), as diferenças entre Acordo e Convenção Coletivos
são:
· Quanto aos signatários: nos Acordos as partes são um sindicato de empregados de um lado e uma ou mais
empresas do outro; nas Convenções tem-se de um lado o sindicato dos empregados e do outro o sindicato dos
empregadores.
· Quanto à abrangência: as convenções alcançam toda a categoria profissional e econômica representada pelos
FIQUE ATENTO
É preciso memorizar que ACT (Acordo Coletivo de Trabalho) = SINDICATO DOS EMPREGADOS
X UMA OU MAIS EMPRESAS é diferente de CCT (Convenções Coletivas de Trabalho) =
SINDICATO DOS EMPREGADORES X SINDICATO DOS EMPREGADOS. Lembre-se que as
diferenças são os sujeitos da negociação e o seu alcance, outro ponto importante é que os
termos de acordos coletivos e as convenções tem que ser por escrito e uma via depositada no
Ministério do Trabalho ou no Departamento Nacional do Trabalho (DNT), sendo também
fixada visivelmente na empresa.
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· Quanto à abrangência: as convenções alcançam toda a categoria profissional e econômica representada pelos
sindicatos que as assinarem e nos acordos a negociação só alcança os empregados que prestam serviços para as
empresas signatárias.
Dissídio Coletivo do Trabalho
Martins (2018) expressa que no dissídio coletivo se discute a criação de novas normas ou condições de trabalho
para a categoria, ou a interpretação de certa norma jurídica. A competência para julgar e decidir os dissídios
coletivos é dos Tribunais da Justiça do Trabalho (TRTs ou TST, Regionais ou Superior), como expresso no artigo
114, § 2º, da Constituição Federal de 1988.
Saraiva (2010) ensina que dissídio é uma ação que tem como objetivo acabar com os conflitos coletivos de
trabalho por meio de decisão da Justiça do Trabalho, seja impondo novas normas e condições de trabalho para
determinadas categorias, seja interpretando normas jurídicas já existentes.
O Dissídio se dá com a entrada de um processo judicial, em que são expostas todas as reivindicações dos
trabalhadores. Sindicatos, federações, confederações, empresas e comissões de trabalhadores não sindicalizados
são partes legítimas para instaurá-los.
Após sua instauração, será designada audiência de conciliação pelo Presidente do Tribunal em 10 dias, e
havendo acordo, este será homologado pelo Tribunal, e caso não haja, o dissídio será julgado. Estas decisões são
as sentenças normativas e serão aplicadas aos contratos de trabalho dos profissionais da categoria, usando as
suas cláusulas.
Os dissídios coletivos podem ser de extensão, quando sua decisão é estendida para todos os trabalhadores da
empresa ou para todos os empregados da mesma categoria profissional, e de revisão, quando houver passado
mais de um ano de sua vigência e tenha havido alguma mudança significativa nas circunstâncias que a
influenciaram, tornando-a injusta.
Assembleia Geral
A Assembleia Geral compõe a organização sindical juntamente com a diretoria e o Conselho fiscal, ela é o órgão
superior de todas as entidades sindicais e é composta por todos os associados do sindicato. Possui soberania
para tomar as decisões em uma entidade sindical sendo responsável pela eleição dos demais órgãos da entidade.
De acordo com o artigo 524 da CLT, alguns dos assuntos sobre os quais a Assembleia Geral deve deliberar são: a
eleição de associado para representação da respectiva categoria, tomada e aprovação de contas da diretoria,
aplicação do patrimônio do sindicato, julgamento dos atos da diretoria relacionados aos associados e
pronunciamento sobre relações ou dissídio de trabalho.
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Figura 3 - Deliberação em Assembleia Geral
Fonte: Rawpixel.com, Shutterstock, 2018
É absolutamente necessário que os assuntos de maior relevância passem pela análise e deliberação da
Assembleia Geral. Ela possui poderes para suspender ou cassar o mandato da Diretoria ou Conselho Fiscal
quando houver grave perturbação da ordem interna, grave violação estatutária, dilapidação ou malversação do
patrimônio e/ou de desvirtuamento aos objetivos da entidade.
O artigo 612 da CLT expressa que os sindicatos só poderão celebrar convenções ou acordos coletivos de trabalho
por deliberação da Assembleia Geral especialmente convocada para esse fim, de acordo com as disposições dos
estatutos da entidade sindical.
O quórum para validade da Assembleia será de 2/3 (dois terços) dos associados, se tratando de convenção
coletiva, e dos interessados no caso do acordo e, em segunda convocação, de 1/3 dos mesmos. Geralmente as
assembleias gerais são convocadas pelo presidente do Sindicato através de Edital de Convocação.
Prazos
Para que haja a validade das deliberações feitas pela Assembleia Geral, além do quórum, que seria a quantidade
de associados com poder de voto, específico para cada caso, devem serobservados os prazos para a sua
convocação.
De acordo com a Orientação Jurisprudencial 35 do Tribunal Superior do Trabalho, deve-se respeitar o prazo
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De acordo com a Orientação Jurisprudencial 35 do Tribunal Superior do Trabalho, deve-se respeitar o prazo
mínimo para a publicação da convocação para a Assembleia e sua realização: “Se os estatutos da entidade
sindical contam com norma específica que estabeleça prazo mínimo entre a data de publicação do edital
convocatório e a realização da assembleia correspondente, então a validade desta última depende da
observância desse interregno. ”
Geralmente estipula-se o prazo de 10 (dez) dias entre a publicação do edital de convocação em jornal de grande
circulação e a realização da Assembleia para que as deliberações feitas durante esta reunião dos associados
sejam válidas.
O procedimento é disciplinado pela CLT nos artigos 612 a 617. Importante destacar também que o prazo de
validade das convenções e acordos coletivos é de no máximo dois anos, conforme estipulado no § 3º do artigo
614 da CLT. Após o período máximo deve haver nova negociação para produção de novo acordo ou convenção
coletiva.
Prevalência das causas mais favoráveis
Um dos princípios norteadores do Direito do Trabalho é o da norma mais favorável, que objetiva o equilíbrio da
desigualdade entre empregador e empregado, não importando se a norma mais favorável for hierarquicamente
inferior na pirâmide normativa.
FIQUE ATENTO
Importante anotar que os sindicatos e empresas, quando provocados, não podem se recusar à
negociação coletiva, conforme o artigo 616 da CLT. Caso haja recusa, a Delegacia Regional do
Trabalho deve tomar ciência quando então deverá convidar as partes para que possam entrar
em um acordo. Caso, ainda assim, não haja acordo, pode ser levado à justiça do trabalho, como
um dissídio coletivo ou ainda dar início a um movimento de greve.
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Figura 4 - Justiça Social
Fonte: Shutterstock, 2018
De acordo com Lapa e Kertzman (2018), existem exceções à aplicação deste princípio que seriam: as normas
estatais heterônomas proibitivas, expressas no artigo 623 da CLT e a que dispõe que prevalece o acordo coletivo
sobre as convenções coletivas de trabalho, no artigo 620 da CLT.
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Temos ainda a hipótese do empregado hipersuficiente, quando as negociações podem conter determinações
menos favoráveis, mas ainda serão aplicadas no caso concreto, mesmo que o empregado fique em prejuízo.
Esta nova categoria de empregados também foi um produto da Reforma Trabalhista. Considerada até mesmo
uma aberração, porque a sua hipersuficiência advinda do seu diploma superior e salários acima do teto do INSS
não lhe tira a condição de hipossuficiência econômica com relação ao seu empregador. Às vezes o hipersuficiente
por ter uma condição melhor dentro da empresa se torna até mais subordinado e se sujeita muito mais aos
desmandos dos patrões por medo de perder seu emprego.
Prorrogação, Revisão, Denúncia e Revogação
Cassar (2018) ensina que a prorrogação ocorre quando o prazo de vigência da convenção ou acordo é estendido,
mantendo as condições iguais, porém o § 3º do art. 614 da CLT fala que tal prorrogação somente pode ocorrer
dentro do prazo máximo de dois anos.
A revisão ocorre quando os interessados acordam alterações parciais ou totais da norma coletiva ainda durante
a sua vigência, podendo ser mais ou menos favoráveis por não ferir qualquer direito adquirido, já que tais
benesses não incorporam definitivamente o contrato de trabalho.
A denúncia é ato unilateral e acontece quando uma das partes notifica a outra de que não vai mais cumprir a
norma coletiva, mas a extinção da obrigação se dará apenas se a outra parte concordar. Caso não concorde
poderá haver intervenção de um terceiro mediador, ou seja, uma pessoa estranha à relação que sirva para
intermediar a situação até a renegociação entre as partes.
A revogação é ato bilateral e ocorre quando as partes, de comum acordo, resolvem desfazer a negociação total ou
SAIBA MAIS
Para saber sobre mais sobre algumas mudanças nas normas e negociações coletivas trazidas
pela Reforma Trabalhista de 2017, remetemos o aluno à leitura do artigo com esse tema
disponível em: http://www.contabeis.com.br/artigos/4235/normas-e-negociacoes-coletivas-
.mais-algumas-mudancas-da-reforma-trabalhista/
EXEMPLO
Como exemplo de empregado hipersuficiente podemos mencionar aquele profissional
portador de diploma de nível superior e que recebe um salário mensal superior ou igual a duas
vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral da Previdência social. Empregado
hipersuficiente é aquele que possui um padrão financeiro mais raro de ser encontrado no
mercado de trabalho.
http://www.contabeis.com.br/artigos/4235/normas-e-negociacoes-coletivas-mais-algumas-mudancas-da-reforma-trabalhista/
http://www.contabeis.com.br/artigos/4235/normas-e-negociacoes-coletivas-mais-algumas-mudancas-da-reforma-trabalhista/
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A revogação é ato bilateral e ocorre quando as partes, de comum acordo, resolvem desfazer a negociação total ou
parcialmente.
Todos os casos ficarão subordinados à aprovação de Assembleia Geral dos Sindicatos convenentes ou partes
acordantes, registro e arquivamento no Departamento Regional do Trabalho, observando-se o disposto no artigo
612 da CLT.
Fechamento
Neste tema aprendemos sobre as negociações coletivas de trabalho, que são os acordos, convenções e dissídios
coletivos. Estudamos a importância da Assembleia Geral sindical, qual é a sua importância dentro de um
sindicato e os prazos que devem ser obedecidos para que suas deliberações tenham validade. Por fim, estudamos
como se dá a prevalência da cláusula mais favorável e suas exceções, concluindo com as hipóteses de
prorrogação, revisão, denúncia e revogação e suas diferenças.
Referências
BRASIL. Decreto-Lei nº 5452 de 1º de maio de 1943. . maio, 1943.Consolidação das Leis do Trabalho
Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm >. Acesso em 20/06/ 2018.
CASSAR, V. B. – 15ª ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO,Direito do Trabalho 
2018.
LAPA, A.N. da; KERTZMAN, I. Salvador: JUSPODIVM, 2018.Curso Prático de Direito do Trabalho.
MARTINS, S. P. – 34ª ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018.Direito do Trabalho
RENZETTI, R. . - 4ª ed. rev. atual. ampl. – São Paulo: Forense,Direito do Trabalho, teoria e questões práticas
2018; São Paulo: MÉTODO, 2018.
TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO. Disponível em < >Seção de Dissídios Coletivos. http://www.tst.jus.br
Acesso em: 20/06/2018.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm
http://www.tst.jus.br
	Introdução
	Acordo
	Convenção Coletiva de Trabalho
	Dissídio Coletivo do Trabalho
	Assembleia Geral
	Prazos
	Prevalência das causas mais favoráveis
	Prorrogação, Revisão, Denúncia e Revogação
	Fechamento
	Referências

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