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Livro X - República de Platão (esquema de leitura)

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PLATÃO. “Livro X”. In: A República. Tradução de Enrico Corvisieri. São Paulo: Nova Cultural, 2000, p. 321-
352 (Coleção Os Pensadores). 
 
Fichamento 
 
 
1. Sócrates inicia seu diálogo com Glauco afirmando que a cidade [a República] foi fundada da maneira 
mais correta, sobretudo, devido ao regulamento sobre a poesia. 
 
não admitir em nenhum caso a poesia imitativa 
 
2. Para Sócrates, as obras dos poetas trágicos e outros imitadores arruínam o espírito dos que as escutam, 
quando não têm o antídoto, isto é, o conhecimento do que elas são realmente. 
 
3. O que vem a ser imitação? 
As coisas possuem apenas uma forma, apesar de apresentarem grupos múltiplos. Exemplo: existe 
a forma de mesa, mas o marceneiro pode fazer a mesa de várias maneiras diferentes seguindo aquela 
forma. 
Sócrates explica que existem coisas criadas por Deus, como modelo, a forma real, aquilo que é, 
algo único. Deus é o criador natural. Tomando como exemplo um objeto – a cama – verifica-se: há uma 
cama que existe na natureza das coisas, sendo Deus seu criador. Uma segunda cama é a do marceneiro, o 
obreiro desse objeto. E uma terceira, a do pintor, um imitador. 
 
 
 
“Desse modo, o autor de tragédias, se é um imitador, estará por natureza afastado três graus do rei 
e da verdade, assim como todos os outros imitadores.” (p. 324) 
 
Três planos: 
a) o objeto real – a verdade; 
b) o que se assemelha – a aparência; 
c) a imitação. 
 
4. Como o “imitador” imita a aparência, está mais longe da verdade. Sendo, por exemplo, um bom pintor, é 
capaz de enganar as crianças e os homens tolos, porque terá dado à sua pintura a aparência de 
autenticidade. [É por essa razão que Sócrates não admite, na República, a poesia imitativa] 
 
5. O imitador é um charlatão, dando a entender que é versado em todas as artes, em todas as coisas 
humanas relativas à virtude e ao vício e até nas coisas divinas; é capaz de enganar os ingênuos, que não 
conseguem distinguir a ciência, a ignorância e a imitação. 
 
Imitador é o autor de uma produção afastada três graus da natureza. 
6. Críticas à tragédia e a Homero, em particular. Para Sócrates, se um homem fosse capaz de fazer tanto o 
objeto a imitar como a imagem, se dedicaria muito mais a criar do que a imitar. Não se deve pedir contas a 
Homero nem a nenhum outro poeta sobre vários assuntos, porque eles não prestaram serviços públicos, 
não vivenciaram na prática aquilo que falaram. 
 
7. Os poetas são simples imitadores das aparências da virtude e dos outros assuntos de que tratam; não 
atingem a verdade (p. 328). 
 
8. Sócrates: “o poeta aplica a cada arte cores adequadas, com as sua palavras e frases, de tal modo que, 
sem ser competente senão para imitar, junto daqueles que, como ele, só vêem as coisas segundo as 
palavras, passa por falar muito bem (...) tal o encanto que esse ornamentos têm naturalmente e em si 
mesmos! Despojadas de seu colorido artístico e citadas pelo sentido que encerram, sabes bem, creio eu, 
que figura fazem as obras dos poetas”. (p. 328) 
 
9. “...o criador de imagens, o imitador, não entende nada da realidade, só conhece a aparência” (p. 328-9) 
 
10. Um pintor pode pintar, por exemplo, rédeas e freio, mas é o correeiro e o ferreiro que os fabricarão. 
Logo, não é o pintor que sabe como devem ser feitos, e, sim, aqueles. 
 
11. Três artes que correspondem a cada objeto: 
- do uso; 
- da fabricação; 
- da imitação. 
 
12. Sócrates faz o seguinte questionamento: “Qual será o objetivo da beleza, da perfeição de um móvel, de 
um animal, de uma ação, senão o uso, com vista ao qual cada coisa é feita?” Portanto, “é forçoso que 
aquele que utiliza uma coisa seja o mais experimentado e informe o fabricante das qualidades e defeitos da 
sua obra” (p. 329). Conclusão: “o imitador não tem ciência nem opinião justa no que diz respeito à beleza e 
aos defeitos das coisas que imita”. (p. 330) 
 
13. Dois pontos fundamentais do pensamento de Sócrates: 1) o imitador não tem conhecimento válido do 
que imita, e a imitação é apenas uma espécie de jogo infantil; 2) os que se consagram à poesia trágica são 
imitadores em grau supremo. 
 
14. Considerando a dualidade natural do ser, diz-se que a poesia busca mais o caráter irascível, irracional, 
do que o prudente e tranqüilo. Mas, o maior malefício da poesia é a capacidade de corromper. 
 
15. Os poetas nos fazem sentir prazer diante daquilo que nos apresenta, mas o nosso comportamento seria 
o contrário se as situações imitadas acontecessem conosco. 
 
16. Sócrates temia que os sentimentos – amor, cólera e todas as outras paixões da alma –, que são 
alimentados pela poesia, reinassem sobre o homem, não acontecendo o inverso: o homem reinar sobre 
eles: 
“Se, pelo contrário, admitires a Musa voluptuosa, o prazer e a dor serão os reis da tua 
cidade, em vez da lei e desse princípio que, de comum acordo, sempre foi considerado o 
melhor: a razão.” (p. 337) 
 
17. Trata-se da antiga dissidência entre filosofia e poesia. 
 
18. Só deveriam ser admitidos na cidade os hinos em honra dos deuses e os elogios das pessoas de bem. 
 
19. Sócrates admite o encanto, a sedução, da poesia imitativa, mas reforça a idéia de não trair o que se 
considera verdade. Para ele, seria bom que além de seu aspecto agradável, a poesia fosse também útil. 
 
OBS.: A partir da pág. 338, o livro passa a falar sobre eternidade, imortalidade da alma, virtudes, bem e 
mal.

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