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1Trabalho de Conclusão de Curso (1)

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DIRETORIA DE ENSINO LESTE 3 
ESCOLA ESTUDAL JARDIM WILMA FLOR 
 
 
 
 
Danielli honorato da rocha 
Guilherme gadelha da silva 
Henrique siqueira santos 
Karine sena da rocha 
Lavinia carvalho vieira 
Samuel marques luiz antonio 
Suzana freitas da silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CENSURA NA MÍDIA NA DITADURA MILITAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO 
2019 
 
Danielli honorato da rocha 
Guilherme gadelha da silva 
Henrique siqueira santos 
Karine sena da rocha 
Lavinia carvalho vieira 
Samuel marques luiz​ ​antonio 
Suzana freitas da silva 
 
 
 
 
 
 
CENSURA NA MÍDIA NA DITADURA MILITAR 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
SÃO PAULO 
2019 
 
3 
 
Danielli honorato da rocha 
Guilherme gadelha da silva 
Henrique siqueira santos 
Karine sena da rocha 
Lavínia carvalho viera 
Samuel marques luiz antonio 
Suzana freitas da silva 
Ditadura militar no Brasil 
Censura na ditadura militar 
 
Relatório final, apresentado a escola _____________________, como parte das 
exigências para a obtenção do título de 
________. 
 
Local, ____ de _____________ de _____. 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
________________________________________ 
Prof. (Nome do orientador) Afiliações 
________________________________________ 
Prof. (Nome do professor avaliador) Afiliações 
________________________________________ 
4 
 
Prof. (Nome do professor avaliador) Afiliações 
 
5 
 
AGRADECIMENTO 
 
Primeiramente gostaríamos de agradecer a Deus por nos proporcionar dons e 
perseverança que servirão para a realização deste projeto. 
Gratidão pela participação dos professores Luciano Meirelles e Emerson Souza 
cuja dedicação e atenção foram essenciais para que este trabalho fosse concluído 
satisfatoriamente. 
A todos os mestres que contribuíram com a nossa formação escolar, nos 
transmitindo conhecimentos inesquecíveis para toda a vida, se tornando essenciais e 
marcantes em nossas vidas. 
Aos nossos país que foram essenciais nessa fase de nossas vida, nos 
incentivando e nos apoiando em todos os momentos de dificuldade 
Um agradecimento especial a instituição Jardim Wilma Flor e o seu corpo 
docente que demonstrou estar comprometido com a qualidade e excelência do ensino. 
 
6 
 
Primeiramente dedicamos este trabalho a Deus, que foi um verdadeiro guia nessa 
jornada. Sem a sua infinita sabedoria, jamais teríamos conseguido. Dedicamos aos 
professores Luciano Meirelles e Emerson Souza. Eles nos ajudaram muito no 
desenvolvimento da pesquisa e estiveram ao nosso lado até o momento da conclusão. 
  
7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Se a educação sozinha não transforma a 
sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.” 
8 
 
 Paulo Freire. 
9 
 
Sumário 
1 INTRODUÇÃO 8 
2 RESUMO 9 
2.1 ABSTRACT 10 
3 CENSURA E DITADURA 11 
4 CONTEXTO HISTÓRICO 12 
4.1 Análise Política 12 
4.2 Análise Histórica 18 
5 ATO INSTITUCIONAL NÚMERO 5 20 
6 A MÚSICA POPULAR BRASILEIRA 22 
6.1 Chico Buarque de Hollanda: o principal alvo da censura militar. 23 
6.2 Outros tantos vetos: 24 
7 CENSURA NO TEATRO E NO CIMENA 25 
8 REPRESSÃO 27 
9 AINDA EXISTE CENSURA? 36 
10 BIBLIOGRAFIA 40 
 
 
10 
 
1 INTRODUÇÃO 
Esse trabalho é uma pesquisa referente à um período da história do Brasil 
referente a ditadura, no qual houve censura da mídia e dos demais meios de 
comunicação do pais. 
Além disso também vai ser retratado todo o contexto histórico que envolve esse 
momento em que o presidente João Goulart havia sido tirado do poder pelos militares e 
pelos políticos aliados a essas autoridades como governadores e deputados que 
sofreram não só influencia interna, mas também influencia externa do EUA sob o 
governo de John Kenedy. 
Será também um paralelo com os dias atuais para que também possa ser 
mostrado que ainda hoje ainda sobram resquícios e sequelas da ditadura. 
Observa-se que nessa época a repressão se deu com depredações de jornais e 
assassinato de jornalistas que denunciavam os governantes e as injustas repressões o 
que afetou diretamente a população e feriu completamente a democracia 
 
Palavras chave: censura, ditadura, mídia, repressão. 
11 
 
2 RESUMO 
A ditadura militar, período que marca a história do nosso país, é repleto de 
ataques a direitos sócias. Entres eles, o direito à informação foi altamente perseguido, 
com informações vetadas e manipuladas. Tudo isso se deu início com a derrubada do 
presidente João Goulart, muito conhecido por Jango, pelas forças militares, que a muito 
tempo procuravam descontar as injustiças cometidas pelos governos, tanto na época 
do Império quanto na república. 
Percebe-se a natureza dessa ditadura pela sua primeira ação, em 1964: 
metralhar e incendiar, na Praia do Flamengo, 132, na noite de 31 de março para 
primeiro de abril, a sede da União Nacional dos Estudantes (UNE). Deste momento em 
diante, foram muitos os ataques e imposições feitas pelo governo, como os famosos 
Atos Inconstitucionais (AIs), em principal o AI 5, que, entre outras coisas, garantia 
liberdade total para as forças policiais e militares para prenderem quem quisessem. 
A música popular brasileira, uma grande arma crítica brasileira, sofreu muito com 
o AI 5, sendo que muitos artistas foram obrigados a fugir para outro país com medo de 
serem mortos. No teatro houve extensas listas de obras proibidas e a repressão a 
protestos e a opinião popular são algumas das características mais marcantes do 
período. 
Mesmo com mais de 30 anos após o termino da ditadura, ainda é possível 
perceber a existência da censura, mesmo que mais amena. 
 
12 
 
2.1 ABSTRACT 
 
The military dictatorship, a period that marks the history of our country, is full of 
attacks on social rights. Among them, the right to information was highly pursued, with 
vetoed and manipulated information. All of this began with the overthrow of President 
Joao Goulart, well-known by Jango, by the military, who had long sought to discount the 
injustices committed by governments, both in the Empire and in the republic. 
The nature of this dictatorship can be seen from its first action in 1964: strafing 
and burning, at Praia do Flamengo, 132, on the night of March 31 to April 1, the 
headquarters of the National Students Union (UNE). From this moment on, there were 
many attacks and impositions made by the government, such as the famous 
Unconstitutional Acts (AIs), mainly AI 5, which, among other things, guaranteed total 
freedom for the police and military to arrest anyone they wanted. 
Brazilian popular music, a major Brazilian critical weapon, suffered greatly from 
AI 5, and many artists were forced to flee to another country for fear of being killed. In 
the theater there were extensive lists of forbidden works and the crackdown on protest 
and popular opinion are some of the most striking features of the period. 
Even more than 30 years after the end of the dictatorship, it is still possible to 
perceive the existence of censorship, even if milder. 
 
13 
 
3 CENSURA E DITADURA 
Para poder entender bem o que foi o processo de repressão e censura que 
ocorreu com forte intensidade durante o período da Ditadura Militar (datado de 1964 
até 1985), é necessário,primeiro, ter o entendimento do que é uma ditadura e, claro, o 
que é a censura. 
A censura seria o controle do fluxo de informações, impedindo que estas 
cheguem a certos grupos, as alterando ou mesmo as criminalizando. Isso é algo muito 
utilizado em regimes absolutistas e totalitários, além de ditaduras. 
Uma ditadura pode ser definida basicamente como um governo em que 
todos os poderes estão concentrados em uma única pessoa ou em um grupo ou 
partido específico. 
No caso da ditadura militar que ocorreu no Brasil, o controle absoluto ficava 
nas mãos dos militares. Como característico do tipo de regime, estes procuravam 
manter uma dominância, não só governamental mas também ideológica, com intuito de 
convencer a população de que o modelo adotado era o melhor para eles e para o país, 
sempre de maneira nacionalista, como no famoso slogan "Brasil: Ame-o ou Deixe-o". 
Além disso, havia a preocupação em evitar a disseminação de ideias contrárias ao 
governo militar, caracterizando o uso da censura, forte arma utilizada tanto nas mídias 
quanto contra movimentos contrários a ditadura imposta naquele período, sendo esses 
(o controle exercido pela censura) os focos deste Trabalho de Conclusão de Curso. 
 
14 
 
4 CONTEXTO HISTÓRICO 
4.1 Análise Política 
Entre o dia 31 de março e 1º de abril de 1964 ocorre um golpe militar no 
Brasil. 
Ao longo da madrugada foi deposto o presidente João Goulart, dando fim ao 
governo vigente na época e implementando um governo que duraria até 1985. Neste 
dia, portanto, a democracia fora rapidamente substituída por uma ditadura civil-militar, 
que culminaram neste golpe de estado. 
A bagunça toda começa com a vitória de Jânio Quadros na corrida 
presidencial de 1960. Jânio teria como premissa geral de seu governo livrar o Brasil por 
completo da corrupção, ao mesmo tempo em que finalmente prestaria atenção aos 
mais necessitados. A rigor, Jânio Quadros era mais um populista. Seu populismo 
conservador era um contraponto ao populismo progressista de JK (Juscelino 
Kubitschek) e ao populismo trabalhista de Getúlio Vargas, como explicamos 
detalhadamente. 
Mas de um jeito ou de outro, o governo de Jânio Quadros foi um verdadeiro 
voo de galinha. 
Em primeiro lugar, por ter sido bastante breve: Esse governo durou sete 
meses, terminando com a renúncia do presidente. Mas, por que? Bom, a crise começa 
quando Jânio resolve adotar medidas econômicas austeras. Isso se deve ao fato de 
que o Brasil estava enfrentando uma grande alta inflacionária, déficit da balança 
comercial e crescimento da dívida externa. A resposta do governo foi: 
-Restringir o crédito; 
-Congelar os salários; 
- E incentivar as exportações. 
Além disso, as relações diplomáticas com a URSS (União das Repúblicas 
Socialistas Soviéticas) foram reestabelecidas. Diversos economistas e estudiosos do 
período acreditam que essa postura fosse uma tentativa de aumentar o máximo 
possível o mercado consumidor externo por meio da diplomacia. Entretanto, a postura 
15 
 
desagradou o governo norte-americano e queimou o filme de Jânio com seu próprio 
partido, o UDN (União Democrática Nacional). Vale lembrar que, tanto Jânio quanto o 
UDN em geral eram de uma linha conservadora politicamente ligada a elites e aos 
militares. Ou seja, Jânio estava sofrendo pressões por todos os lados. 
É interessante ressaltar que ainda que Jânio estivesse num momento 
delicado de seu governo, é muito possível que a sua renúncia tenha sido mais uma 
performance do que qualquer outra coisa. Acredita-se que ele pretendia causar 
alvoroço, comoção popular e eventualmente forçar o congresso a pedir seu retorno ao 
governo. Só que, na real, não deu muito certo e ninguém deu a mínima. 
O congresso ficou numa boa e a população agiu com indiferença. E, vejam 
só: Nessa época, a chapa de presidente não vinha com um vice de brinde. As regras 
eleitorais estabeleciam chapas diferentes e independentes para a candidatura de 
vice-presidente. No caso, o vice de Jânio era João Goulart, o "Jango", do PTB (Partido 
Trabalhista Brasileiro). 
Vale observar que foi a segunda vez que Jango fora eleito como vice pelo 
PTB, a outra em 1955 como segundo de JK. 
 
Bom, no dia 25 de agosto de 1961, Jânio renuncia ao cargo de presidente, 
cedendo o cargo a Jango. Nessa época, João Goulart, estava numa viagem 
diplomática lá na China, então quem assume o governo é o presidente da câmara dos 
deputados, Ranieri Mazilli. Com isso, instaura-se uma crise institucional em razão de 
uma grande resistência por parte dos militares com relação a Jango. A crise, 
entretanto, se resolve com a aprovação, pelo congresso, de uma emenda 
constitucional que institui o parlamentarismo no Brasil no dia 2 de setembro de 1963. 
Nesse momento, o primeiro-ministro é Tancredo Neves. 
No dia 6 de janeiro de 1963 rola um plebiscito acerca do modelo de governo. 
Nesta ocasião, o presidencialismo supera o parlamentarismo e Jango finalmente 
assume o poder de fato. Tá, beleza, mas quem era João Goulart? E que porque rolou 
tanta mudança de governo? O que estava acontecendo no Brasil?! 
16 
 
Vamos lá: Jango era um político Gaúcho que entrara para a política por 
conta de um amigo e conterrâneo bastante conhecido: Getúlio Vargas. Jango foi 
deputado federal, depois foi ministro do Trabalho, Indústria e Comércio no segundo 
governo de Vargas. Em sua época de ministro, ele ficou bem investido no lado dos 
trabalhadores (vale lembrar do populismo trabalhista de Vargas). Uma das coisas que 
ele fez foi aumentar o salário mínimo em 100%, o que levou à sua renúncia pois, bom, 
deixou vários empresários bastante descontentes. Ou seja, Jango era visto por muitos 
como simpatizante do comunismo, o que explica o motivo da crise de 61, visto que ele 
mesmo estava na China comunista no momento de renúncia de Jânio. Então, quando o 
parlamentarismo foi instituído dia 2 de setembro de 1961, o país estava bastante 
dividido. 
Nessa época, o governador do Rio Grande do Sul e cunhado de Jango, 
Leonel Brizola, encabeçou uma campanha para que Jango assumisse a presidência. 
Conseguiu apoio do Comando Militar do Rio Grande do Sul, líderes sindicais, de 
estudantes e intelectuais. A solução de meio de caminho foi o parlamentarismo, que 
limitava o poder de Jango diante do primeiro ministro Tancredo Neves do PSD. Mas 
essa festa toda acabou com o plebiscito de janeiro de 1963. O presidencialismo 
ganhou com 82% dos votos. Jango, percebendo hostilidade de parte do exército 
nomeia militares de sua confiançapara a chefia da casa. E, realmente, desde o início 
de seu mandato ele enfrentou severas dificuldades para aprovar projetos. Isso por não 
dispor de base política no congresso nacional. 
Em 1963 o governo abandona o plano de austeridade econômica. Nessa 
época Jango, que já tinha conseguido instaurar o 13º salário, aprovou reajustes 
salariais para o funcionalismo público. Não é de se estranhar, afinal, com a minoria no 
congresso, aumentar seu apelo popular se fazia muito necessário. E, até para reforçarisso, Jango buscou apoio político entre as classes populares e o movimento sindical. 
Por outro lado, tenta a sorte com alguns setores da direita, realizando reformas nos 
ministérios e oferecendo cargos a pessoas ligadas a empresários e a investidores 
17 
 
estrangeiros. Mas, essas tentativas de conciliação não tiveram lá muita eficácia, pois o 
país estava em polvorosa: A polarização política Esquerda X Direita se intensificaram. 
No dia 4 de outubro de 1963, Jango pede para o congresso que decrete 
estado de sítio, mas acaba retirando o pedido. No ano de 1964 a instabilidade ficou 
ainda mais agravada. O descontentamento do empresariado nacional aumentou com a 
pressão dos movimentos sindicais para com o governo. O debate sobre como conduzir 
a economia brasileira estava bastante intensificado. Atos públicos e manifestações 
eclodiam em todas as partes do Brasil. No dia 13 de março de 1964, em um comício de 
350 mil pessoas na praça em frente à Central do Brasil, Jango anuncia dois decretos: 
-O primeiro estatiza todas as refinarias particulares de petróleo (e derivados) 
do Brasil. 
-O segundo propunha uma reforma agrária que desapropriaria terras 
vizinhas a ferrovias, rodovias e açudes. 
Após isso ele propõe ao congresso mudançana lei para permitir a reeleição 
do presidente. 
No dia 19 de março de 1964 ocorre a famosa “Marcha da Família com Deus 
pela Liberdade”, que reuniu em torno de 200 mil pessoas contra Jango em São Paulo. 
Acerca de tudo que estava rolando o governador de Pernambuco, Miguel Arraes, 
preocupado diz: “Volto certo de que um golpe virá. De lá ou de cá, ainda não sei”. 
No dia 20 de março de 1964 o presidente dos Estado Unidos da América, 
Lyndon Johnson prepara uma força naval para intervir na crise brasileira. Em resposta, 
o general Humberto de Alencar Castelo Branco, que na época era chefe do 
Estado-Maior do Exército, escreve instruindo seus colegas: “Não sendo milícia, as 
Forças Armadas não são armas para empreendimentos ANTIDEMOCRÁTICOS. 
Destinam-se a garantir os poderes constitucionais e a sua coexistência. A ambicionada 
constituinte é um objetivo revolucionário pela violência com o fechamento do atual 
congresso e a instituição de uma DITADURA. É preciso perseverar, sempre ‘dentro dos 
limites da lei’. Estar prontos para a defesa da legalidade.”. Vale ressaltar que, hoje em 
dia, sabemos da profundidade do envolvimento norte-americano na ditadura militar 
18 
 
brasileira, em razão de diversas conversas gravadas e documentos liberados. E não é 
como se fosse algo repentino. O presidente Kennedy foi gravado falando, ainda em 
1962: “Do jeito que o Brasil vai, daqui a 3 meses o Exército pode vir a ser a única coisa 
que nos resta”. 
 
Bom, de um jeito ou de outro, no dia 26 de março de 1964 um cabo 
chamado José Anselmo foi detido enquanto tentava organizar uma associação de 
classe e acaba provocando uma rebelião de marinheiros contra a marinha... Além de 
um protesto público, também contra o exército. Só essa situação já gerou bastante 
insatisfação aos membros da cúpula militar, mas o que realmente gerou desagrado foi 
o fato de que o governo federal optou por não punir os rebeldes. 
E aí que se instaurou o cenário em que ocorrerá o golpe que colocará fim à 
primeira experiência de regime democrático no país. 
 
No dia 30 de março de 1964 diversas forças se articulam... às 11:35 da noite 
Lyndon Johnson já recebe um aviso de iminência do golpe de Estado no Brasil. 
No dia 31 de março de 1964 já existem jornais anunciando que o golpe 
ocorrerá em questão de horas. Castelo Branco se articula para impedir qualquer ação 
precipitada por parte do exército. Chega a ligar para Mourão Filho não mobilizar tropas 
para o Rio de Janeiro, mas já é tarde demais. 
Jango entra em contato com o chefe do gabinete militar, preocupado com os 
desdobramentos que se seguirão. Descobre, ainda de manhã, que Mourão havia 
deslocado tropas. 9 da manhã fecha o aeroporto de Brasília e interditam diversas ruas 
no Rio de Janeiro O governo norte-americano começa a mandar embarcações para o 
Brasil. Manifestantes pró-governo se reúnem diante do palácio do governador em 
defesa a Jango. Todas as outras forças políticas do brasil se articulam, preparam e 
fazem ameaças. O clima é de prenúncio de guerra civil. É divulgado nas diversas 
mídias que Mourão e Carlos Luiz Guedes foram exonerados de seus cargos e que o 
governo federal: “O Governo Federal manterá intangíveis a unidade nacional, a ordem 
19 
 
constitucional e os princípios democráticos e cristãos em que ele se inspira, pois conta 
com a fidelidade das forças armadas e do povo brasileiro.” 
Pouco depois as tropas governamentais partem do Rio de Janeiro sentido 
Paraibuna, para o que parece ser um conflito direto. Diversos Governadores começam 
a ser pressionados a se posicionar diante dos acontecimentos. No entanto o golpe não 
se concretizará, como constará em seus documentos, no dia 31 de março, mas no dia 
1º de abril de 1964. Nas palavras do historiador da USP Marcos Napolitano: “O dia 1º é 
o dia em que Jango perde efetivamente o controle do Exército, não consegue forçar 
uma reação legalista [...] A rebelião militar é desencadeada no dia 31, mas o golpe de 
Estado, como engenharia política, que realmente tira as bases da Presidência como 
figura institucional, ocorre no dia 1º.” Ainda na madrugada, início do dia 1 de abril, por 
volta das 3:30 da manhã informam Jango de que imensa parte do exército teria aderido 
aos rebeldes. Enquanto isso Castelo Branco mudava novamente de esconderijo. 
Ambos os lados se articulam, se armam, aviões vão ao ar, mas hesitam em disparar 
contra os golpistas... 
A tensão é absoluta e não se sabe ao certo o desenrolar das tensões. O 
diretório do partido de Jango, o PTB, reúne seus membros no Rio de Janeiro, faz 
piquetes e manifestantes planejam invadir o Clube Militar, mas desistem após disparos 
dos oficiais do local. 11 horas da manhã Castelo Branco e Costa e Silva estão reunidos 
em um apartamento assinando o Manifesto dos Generais da Guanabara, redigido por 
Golbery do Couto. Momento crucial para o golpe, pois ambos estes generais, que eram 
profundamente influentes, resolveram aderir à conspiração. Meio dia o Ministro Jair 
Dantas pede demissão e João Goulart resolve que é hora de sair do Rio de Janeiro e ir 
para Brasília. Ou, em suas palavras: “Isso aqui está uma ratoeira”. Diversas rebeliões 
explodem no país inteiro e, aproximadamente 5 da tarde, a UNE (União Nacional dos 
Estudantes) tem sua sede incendiada. Além disso, a Faculdade Nacional de Filosofia 
foi metralhada, o jornal Última Hora é invadido e os oficiais da marinha tomam o prédio 
de seu ministério. Ás 18 horas ocorre uma marcha comemorando a queda de Jango, 
20 
 
chamada “Marcha da Vitória”. Mais a noite Castelo Branco, Ernesto Geisel e Costa e 
Silva se reúnem no quartel. Segue o diálogo: 
-“Por que o senhor não vai assumir o I Exército?” 
-“Porque eu vou assumir essa coisa toda”. 
Jango segue para PortoAlegre, sem nem passar no palácio para pegar as 
suas coisas. Nesse momento o golpe já está concretizado. No dia 2 de abril de 1964 já 
se formaliza a deposição de João Goulart diante do Congresso Nacional. Quem 
assume é Ranieri Mazzilli, que fora primeiro ministro na transição de governo de 1963. 
Entretanto, só ocuparia o cargo por 10 dias. No dia 11 de abril de 1964, com 361 votos 
favoráveis e 72 abstenções, o congresso elege para presidente Humberto de Alencar 
Castelo Branco. 
 
21 
 
4.2 Análise Histórica 
Em 1961 assume Janio Quadros como presidente do Brasil, logo no início de 
sua presidencia a economia brasileira se encontrava numa situação bem precaria o 
que levou o presidente a decidir congelar os salarios além disso Janio Quadros firmou 
acordos com nações de politicas socialistas o que gerou insatisfação por parte da 
classe dos trabalhadores e também do Congresso Nacional, por conta disso 
iniciaran-se constantes greves e pressões parte do Poder Legislativo. 
Foi então que Janio Quadros numa manobra politica fracassada renuncia 
esperando que houvece um plebicito com o povo que o colocaria de volta ao poder no 
Brasil porém isso nunca aconteceu e como o vice presidente João Goulart, estava na 
Chinabem busca de investimentos para o Brasil o cargo executivo ficou vago e assumiu 
como presidente interino Ranieri Mazzili. 
Mas isso fez com que se inicia-se uma grande instabilidade no governo 
brasileiro e quanfo João Goulart voltou para nosso país para assumir o cargo como 
presidente ele teve que enfrentar forte oposição do Congresso Nacional qie agora 
queria lançar como nova forma de governo o parlamentarismo deixando o presidente 
como uma autoridade ornamental e criando- se assim a função de primeiro ministro 
que seria o verdadeiro lider da nação. 
Porém João Goulart não aceitou isso e nesse período se destacou o governador 
do Rio Grande do Sul, Leonel Brizolaque elaborou juntamente com o general Machado 
Lopes a Campanha da Legalidade para defender o presidente. 
Para resolver provisoriamente esta crise que havia se instalado no governo 
brasileiro o Congresso Nacional implantou o parlamentarismo e após uma consulta 
feita ao povo (plebiscito) a população escolheu de forma maioritaria pelo 
presidenciali-mo 
E assim em 1962 assumiu João Goulart de forma definitiva como presidente da 
Republica do Brasil. 
22 
 
Como primeira meta do seu governo João Goulart lançou o plano Trienal que 
não foi o suficiente para reverter a situação critica e caotica pela qualse encontrava a 
economia braisleira que havia se deteriorado ainda mais durante esse peirodo de 
instabilidade do governo. 
Foi então que João Goulart lançou a Reforma de Base e a Reforma Agraria 
Nas Reformas de Base João Goulart estava propondo um processo de 
estatização de empresas particulares, limitações e restrições nos lucros das empresas 
estrangeiras e assim o Estado teria mais participação na economia brasileira e assim 
as nações estrangeiras teriam menor capacidade de influenciar internamente no Brasil 
e nas Reformas Agricolas João Goulart realizou a demarcação de terras para os 
fazendeiros. 
Quando o presidente norte americano da época Jhon Kenedy soube ele 
começou através do embaixador norte americano Methew Hannah a se utilizar do 
Poder Legislativo a pressionar o presidente a renunciar já que este tinha observado 
que a influencia que os EUA queriam exercer no Brasil poderia ser limitada. 
Por conta disso iniciaran-se varios movimentos sociais como a conhecida 
Marcha com Deus e Familia foi então que João Goulart começou a se aproximar 
movimentos como a UNI (União Nacional Dos Estudantes) porém a pressão nacional 
era grande e fervorosa pois até os governadores da região sul e sudeste do Brasil 
entraram nessa campanha de oposição ao presidente Golart. 
e esses eram Magalhoes Pinto de Minas Gerais, Carlos Lacerda governador do 
Guanabara e Ademar de Barros de São Paulo que começaram a organizar seus 
exercitos estaduais para derrubar o president. 
E foi em 1964 que o governo de João Goulart foi deposto e os militares entraram 
no poder formando uma Junta Militar que era composta pelos oficiais militares Costa e 
Silva, Caio de Melo e Augusto Rademaker que eram membros do alto comando do 
23 
 
exercito brasileiro dos quais desde de então indicariam os Chefes de Estado 
brasileiros. 
 
24 
 
5 ATO INSTITUCIONAL NÚMERO 5 
O Ato Institucional nº 5, AI-5, baixado em 13 de dezembro de 1968, durante 
o governo do general Costa e Silva, foi a expressão mais acabada da ditadura militar 
brasileira (1964-1985). Vigorou até dezembro de 1978 e produziu um elenco de ações 
arbitrárias de efeitos duradouros. Definiu o momento mais duro do regime, dando poder 
de exceção aos governantes para punir arbitrariamente os que fossem inimigos do 
regime ou como tal considerados. 
O ano de 1968, "o ano que não acabou", ficou marcado na história mundial e 
na do Brasil como um momento de grande contestação da política e dos costumes. O 
movimento estudantil celebrizou-se como protesto dos jovens contra a política 
tradicional, mas principalmente como demanda por novas liberdades. O radicalismo 
jovem pode ser bem expresso no lema "é proibido proibir". Esse movimento, no Brasil, 
associou-se a um combate mais organizado contra o regime: intensificaram-se os 
protestos mais radicais, especialmente o dos universitários, contra a ditadura. Por outro 
lado, a "linha dura" providenciava instrumentos mais sofisticados e planejava ações 
mais rigorosas contra a oposição. 
Também no decorrer de 1968 a Igreja começava a ter uma ação mais 
expressiva na defesa dos direitos humanos, e lideranças políticas cassadas 
continuavam a se associar visando um retorno à política nacional e ao combate à 
ditadura. A marginalização política que o golpe impusera a antigos rivais - Carlos 
Lacerda, Juscelino Kubitschek, João Goulart - tivera o efeito de associá-los, ainda em 
1967, na Frente Ampla, cujas atividades foram suspensas pelo ministro da Justiça, Luís 
Antônio da Gama e Silva, em abril de 1968. Pouco depois, o ministro do Trabalho, 
Jarbas Passarinho, reintroduziu o atestado de ideologia como requisito para a escolha 
dos dirigentes sindicais. Uma greve dos metalúrgicos em Osasco, em meados do ano, 
a primeira greve operária desde o início do regime militar, também sinalizava para a 
"linha dura" que medidas mais enérgicas deveriam ser tomadas para controlar as 
manifestações de descontentamento de qualquer ordem. Nas palavras do ministro do 
25 
 
Exército, Aurélio de Lira Tavares, o governo precisava ser mais enérgico no combate a 
"idéias subversivas". O diagnóstico militar era o de que havia "um processo bem 
adiantado de guerra revolucionária" liderado pelos comunistas. 
A gota d'água para a promulgação do AI-5 foi o pronunciamento do 
deputado Márcio Moreira Alves, do MDB, na Câmara, nos dias 2 e 3 de setembro, 
lançando um apelo para que o povo não participasse dos desfiles militares do 7 de 
Setembro e para queas moças, "ardentes de liberdade", se recusassem a sair com 
oficiais. Na mesma ocasião outro deputado do MDB, Hermano Alves, escreveu uma 
série de artigos no ​Correio da Manhã​ considerados provocações. O ministro do 
Exército, Costa e Silva, atendendo ao apelo de seus colegas militares e do Conselho 
de Segurança Nacional, declarou que esses pronunciamentos eram "ofensas e 
provocações irresponsáveis e intoleráveis". O governo solicitou então ao Congresso a 
cassação dos dois deputados. Seguiram-se dias tensos no cenário político, 
entrecortados pela visita da rainha da Inglaterra ao Brasil, e no dia 12 de dezembro a 
Câmara recusou, por uma diferença de 75 votos (e com a colaboração da própria 
Arena), o pedido de licença para processar Márcio Moreira Alves. No dia seguinte foi 
baixado o AI-5, que autorizava o presidente da República, em caráter excepcional e, 
portanto, sem apreciação judicial, a: decretar o recesso do Congresso Nacional; intervir 
nos estados e municípios; cassar mandatos parlamentares; suspender, por dez anos, 
os direitos políticos de qualquer cidadão; decretar o confisco de bens considerados 
ilícitos; e suspender a garantia do habeas-corpus. No preâmbulo do ato, dizia-se ser 
essa uma necessidade para atingir os objetivos da revolução, "com vistas a encontrar 
os meios indispensáveis para a obra de reconstrução econômica, financeira e moral do 
país". No mesmo dia foi decretado o recesso do Congresso Nacional por tempo 
indeterminado - só em outubro de 1969 o Congresso seria reaberto, para referendar a 
escolha do general Emílio Garrastazu Médici para a Presidência da República. 
Ao fim do mês de dezembro de 1968, 11 deputados federais foram 
cassados, entre eles Márcio Moreira Alves e Hermano Alves. A lista de cassações 
aumentou no mês de janeiro de 1969, atingindo não só parlamentares, mas até 
26 
 
ministros do Supremo Tribunal Federal. O AI-5 não só se impunha como um 
instrumento de intolerância em um momento de intensa polarização ideológica, como 
referendava uma concepção de modelo econômico em que o crescimento seria feito 
com "sangue, suor e lágrimas". 
6 A MÚSICA POPULAR BRASILEIRA 
A parte musical sofreu muito com as imposições postas pelo governo. Os 
estudantes representavam uma grande ameaça para o regime militar por conta da 
repressão estes passaram a se manifestar culturalmente através da música. 
A Música Popular Brasileira (MPB) passou a atingir grandes massas, diante da 
força dos festivais de MPB, no final da década de sessenta o regime viu-se ameaçado. 
Para combater as canções de protesto, o regime impôs fortemente a censura com a 
promulgação do AI-5 em 1968. A partir daí, a MPB sofreu com diversas delimitações, 
quando não eram totalmente censuradas, as músicas tinham versos excluídos. 
Antes mesmo da promulgação do AI-5, representantes da MPB já eram 
perseguidos, entre eles, destacam-se: Caetano Veloso, Gilberto Gil, Geraldo Vandré, 
Taiquara e Chico Buarque de Holanda. 
Caetano Veloso e Gilberto Gil, intervinham mais no sentido da contra cultura do 
que do regime militar, entretanto, foram presos pois para os militares da época ambos 
causavam uma irreverência constrangedora e desrespeitavam o hino nacional pela 
maneira tropicalia que cantavam. 
Geraldo Vandré tornou-se o inimigo número um do regime militar após escrever 
a canção “Caminhando (Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores)” que virou canção de 
protesto. Foi uma composição cantada por toda a juventude do Brasil de 1968, e 
proibida de ser cantada logo após a promulgação do AI-5. Perseguido pelo regime, 
Vandré ficou exilado durante os anos de 1969 a 1973, depois do exílio não conseguiu 
retomar sua carreia que fora interrompida pela censura. 
27 
 
Taiquara interpretou grandes gêneros musicais, foi um dos cantores que mais 
se opôs à ditadura militar, teve 11 músicas do álbum “Carne e Osso” censuradas e 
depois de ser exilado em Londres, gravou o disco “Let the Children Hear the Music”, 
porém este foi proibido de ser lançado por decisão da polícia federal brasileira, 
Taiquara recorreu ao Conselho Superior de Censura em 1982 e teve o disco liberado. 
 
6.1 Chico Buarque de Hollanda: o principal alvo da censura militar. 
Após silenciarem e asfixiarem Geraldo Vandré, a censura agora escolhia um 
novo substituto: Chico Buarque de Hollanda. 
No período em que decorreu a censura, Chico Buarque foi o cantor e 
compositor mais censurado, sua obra sofreu em todas as vertentes, tanto nas canções 
de protesto, quanto nas que feriam aos costumes da época. 
Em 1966, a música “Tamandaré” inclusa no repertório do show “Meu Refrão”, 
foi proibida após 6 meses em cartaz, isso porque continha frases de cunho ofensivo 
direcionada ao patrono da marinha. 
Entre os anos de 1969 e 1970, Chico Buarque ficou exilado na Itália, e após seu 
retorno escreveu a música “Apesar de você” e enviou-a para a aprovação da censura, 
a canção foi aprovada e depois de gravada tornou-se sucesso instantâneo. Depois de 
100 mil cópias, um jornal anunciou que a música referia-se ao presidente Médici, o 
governo imediatamente invadiu o local onde eram fabricados os discos e queimou 
todos. 
Em 1973, Chico Buarque de Hollanda sofreu todas as formas de censuras 
possíveis, nesse meio está incluída a música “Cálice” (composta por Chico e Gilberto 
Gil). Gilberto Gil desafiou os militares ao cantar a música para os estudantes na 
Politécnica em homenagem a Alexandre Vanucchi Leme, um estudante de geologia da 
USP que foi morto pela ditadura. Neste mesmo ano, durante um festival da Phono 73, 
Chico Buarque e Gilberto Gil tiveram os microfones desligados quando iriam cantar 
28 
 
Cálice, por decisão própria dos organizadores do evento, estes não queriam criar 
problemas com a ditadura. No ano de 1974, diante de tantas músicas vetadas, Chico 
Buarque cria os pseudônimos de Julinho de Adelaide e Leonel Paiva. Sobre o 
hetêronimo de Julinho de Adelaide a censura deixa passar críticas inteligentes à 
ditadura, lida nas entrelinhas “Jorge Maravilha” que trazia o verso “Você não gosta de 
mim, mas sua filha gosta” direcionada ao atual presidente Geisiel, cuja filha Amália 
Lucy em entrevista teria dito gostar das canções de Chico Buarque. “Acorda Amor” foi 
outra canção liberada por Julinho de Adelaide, esta era um referência clara aos órgãos 
de repressão que buscavam cidadãos suspeitos, colocavam-os em uma viatura e 
desaparecia com eles. 
Outra canção vetada foi “Tanto Mar” que seria gravada no álbum com Maria 
Bethânia, os censores consideraram a canção como uma revolução socialista. Com a 
extinção do AI-5, Chico Buarque de Hollanda, regravou todas as músicas censuradas, 
e ainda lançou músicas provocantes que afrontavam a moral da época. 
 
6.2 Outros tantos vetos: 
É válido registrar que durante o sofrido ano de 1973 e os seguintes, outros 
compositores tiveram músicas censuradas, como: Milton Nascimento com o álbum 
“Milagre dos peixes”, Gal Costa teve a capa de seu álbum “ Índia” por trazer na capa a 
cantora vestidaem uma tanga. Gonzaguinha “ Luiz Gonzaga Júnior” Adoniran Barbosa, 
Jards Macalé, Rita Lee entre tantos outros. A esta altura, a incoerência da ditadura já 
causava uma esquizofrenia social e política, sem ideologia ou razão. 
 
29 
 
7 CENSURA NO TEATRO E NO CINEMA 
Com a censura estabelecida a partir do Ato Institucional Número 5 (AI5), tanto o 
teatro quanto o cinema sofreram com diversas imposições que o decreto estabeleceu. 
Produtores e artistas foram rigorosamente afetados com essas imposições, o que levou 
a alguns deixar de exercer suas peças e filmes. 
Esse decreto estabelecia que após os produtores escrevem suas peças, e 
roteiros de filmes, tinham que ser mandados para a Sede Brasília, onde lá os censores 
aprovavam ou não o filme ou a peça. Quando era “aprovado”, os textos, e os roteiros 
continham cortes em algumas cenas que, segundo eles, estavam fora dos valores 
morais da soiedade. A censura da época, quando voltado para o cinema, não aceitava 
que em determinada cena contesse nenhum tipo de adultério, sexualidade, palavrões e 
até mesmo que citasse a situação em que o Brasil estava vivendo, mas não era apenas 
isso, eles também censuravam filmes por completo quando não os “contentassem”, 
sendo assim, era proibido a sua exibição em território brasileiro. O mesmo, ou 
parecido, acontecia no teatro, além de suas peças escritas terem que ser mandandas 
para revisão, todo o elenco teatral tinha que apresentar a peça como um “ensaio geral” 
para até três censores que, tinham seus lugares reservados no teatro, e ali eles diziam 
se a peça iria para estréia ou não. 
Um exemplo de censura em teatro, que ocorreu em São Paulo, foi a peça escrita 
pelo cantor Chico Buarque, como é conhecido. Em um vídeo, Chico conta que na 
época, a sua intenção com a peça não era tratar nada sobre política, mas que sua peça 
tinha uma montagem forte, e era provocativa. No mesmo vídeo ele relata que invadiram 
o espaço onde estava ocorrendo a peça, e bateram em alguns dos atores e destruíram 
o teatro. Isso ocorreu por diversas vezes com a peça. Mas, ele diz que talvez a sua 
peça tenha sido confundida com uma outra peça que havia sido feita no mesmo prédio, 
porém em andares diferentes. Apesar de um “possível” mal entendido, isso mostra 
como a censura se deu na época, e como ela estava forte. 
Como exemplo de censura em filme, podemos citar “Pra Frente Brasil”, produzido 
por Roberto Farias, filme patrocinado pelo regime e tempos depois, censurado pelo 
30 
 
mesmo. O filme conta a história de um homem comum que acaba sendo confundido 
com um comunista e cai nas mãos da repressão. A produção do filme traz a mensagem 
de que qualquer cidadão, por qualquer motivo que seja, pode ser visto como uma 
pessoa que deseja derrubar uma ordem estabelecida. 
Dados os fatos apresentados, de suma importância é entender como a censura 
atingiu toda a área cultural brasileira na época, desde o seu princípio, até o ano em que 
o regime acabou, atingindo principalmente quem fazia manifestações contra o governo 
e suas imposições através de filmes e peças teatrais, como grupos de esquerda e 
comunistas. 
 
31 
 
8 REPRESSÃO 
O termo repressão abarca uma diversidade extensa de atos, entre os quais se 
incluem cassações, intervenções, censura, leis autoritárias, ameaças, vigilância, 
suspeição exacerbada e demissões injustificadas. Todas com consequências 
apreciáveis na vida dos cidadãos, provocando medo, perda dos meios de subsistência 
e esgarçamento dos laços sociais. A repressão foi brutal e insana, foi tão desmedida 
que, mesmo sob censura dos jornais, provocou a indignação da classe média. 
Trabalhadores, jornalistas, padres e estudantes foram assassinados com requintes de 
crueldade. 
Os primeiros meses pós-golpe em 1964 ficaram marcados pela detenção de 
aproximadamente 50 mil pessoas. Os militares realizaram uma “operação pente-fino": 
de rua em rua, de casa em casa, procuravam suspeitos, livros, documentos, qualquer 
coisa que ligasse os acusados ao governo anterior ou à “subversão”. Não se prendiam 
“culpados", mas todos os que não podiam provar inocência. Poucos líderes sindicais e 
estudantis escaparam da repressão. 
Nas primeiras semanas depois do golpe, a imprensa (ainda sem censura 
plena) noticiava timidamente as violências. Mas a revista Time informou ao mundo a 
existência da Operação Limpeza, assegurando que se prendia em média 10 mil 
pessoas por semana. A imprensa internacional divulgou a situação do Brasil e já em 
setembro de 1964- seis meses após o golpeas entidades internacionais de defesa dos 
direitos humanos começavam a denunciar o regime militar brasileiro. 
Prendeu-se tanto que as cadeias foram insuficientes. O Maracanã virou 
presídio; navios da Marinha receberam centenas de “subversivos". Os quartéis em todo 
o Brasil lotaram de prisioneiros. A impunidade estimulou o uso de tortura. 
Cometeram-se tanto abusos que até a imprensa brasileira começou a denunciá-los. O 
governo Castelo Branco, geralmente apresentado como “democrático”, prometia 
investigar, enquanto a violência se incorporava ao cotidiano nacional. 
32 
 
Em 1968, o AI-5 impôs a imprensa a mais brutal censura da história do Brasil. 
Absolutamente nada que “ofendesse" o governo podia ser noticiado. A partir daí, a 
violência tornou-se um método de dominação. Todos os jornais, incluindo os que 
apoiaram o golpe, foram censurados e alguns dos seus diretores, presos. 
Alguns aspectos da repressão atingiram tal dramaticidade que escaparam ao 
controle da ditadura, estimulando o povo a solidarizar-se com as vítimas e dar forças à 
oposição. Em 28 de março de 1968, a Polícia Militar invadiu o restaurante Calabouço, 
no Rio de Janeiro. Alegou-se que os estudantes que tomavam refeições no local 
pretendiam manifestar-se contra os Estados Unidos, diante de sua embaixada. Os 
soldados atiraram, feriram alguns estudantes e mataram Edson Luís de Lima Souto, de 
16 anos. A notícia espalhou-se rapidamente pelo Rio. Organizaram-se passeatas e 
protestos. O corpo do estudante foi veleado na Assembleia Estadual. A repressão 
preparou-se para conter os manifestantes. 
O enterro do jovem marcou a “virada” do povo: a ditadura era francamente 
antipatizada. Os acontecimentos seguintes tiveram uma grande importância: “jogaram" 
a igreja para o lado dos estudantes e da oposição. A partir daquele momento, o que já 
acontecia em setores isolados do catolicismo passou a ser uma política quase oficial: a 
Igreja, quando não se posicionada ostensivamente contra a ditadura, pelo menos 
condenava a violência e defendia os perseguidos, sem se importar com a sua cor 
política. 
Quando os militares, apoiados por setores civis, deram o golpe, eles 
dispunham de algumas instituições repressivas para auxiliá-los na tarefa de extirpar o 
“perigo comunista", ou a ameaça de implantação de uma “República sindicalista" no 
país. Contavam com uma polícia violenta, habituada a torturar suspeitos e, em alguns 
casos, a aniquilar desafetos. A Polícia Civil fornecia, desde osanos 1950, os 
componentes dos esquadrões da morte, grupos paramilitares que executaram 
sumariamente criminosos comuns. O novo regime podia apoiar-se igualmente nos 
Departamentos de Ordem Política e Social (Dops), órgãos criados nos anos 1920 e 
33 
 
1930, subordinados às secretarias de Segurança Pública dos estados, para manter a 
“ordem social” em um contexto de greves e de organização do Partido Comunista do 
Brasil (PCB), em 1922, que mais tarde adotaria o nome de Partido Comunista 
Brasileiro. Nos anos 1940-1950, âmbito da ditadura do Estado Novo, os Dops tiveram 
seus efetivos aumentados, tornando-se referência no combate à dissensão política, aos 
movimentos dos trabalhadores e ao comunismo. Dentro das Forças Armadas, o único 
órgão de informações a possuir uma estrutura inteiramente voltada para a área de 
inteligência era o Serviço de Informações da Marinha, fundado em 1955 e reformulado 
no Centro de Informações da Marinha (Cenimar), em 1957. 
Essas instituições foram consideradas insuficientes para fazer frente aos 
desafios representados pela conjuntura do início dos anos 1960: manifestações 
populares exigindo reformas de base, crescimento do movimento sindical e estudantil, 
articulação dos camponeses em ligas é sindicatos rurais. Os Dops foram amplamente 
aproveitados pelo sistema repressivo, mas, por seu caráter policial e por sua jurisdição 
restrita, teriam um papel auxiliar na máquina repressiva. Combater na guerra interna 
seria atribuição dos militares, em especial do exército. Portanto, era necessário, do 
ponto de vista dos artifícios da ditadura, criar novos órgãos, diretamente controlados 
pela Presidência da República e cujo raio de ação extrapolasse o âmbito estadual. 
Assim, uma das primeiras preocupações do governo que se considerava 
“revolucionário” foi exigir um órgão que reunisse informações acerca de indivíduos e 
organizações potencialmente perigosas. O Serviço Nacional de Informações (SNI) foi 
criado pelo presidente general Humberto de Alencar Castello Branco, em 13 de junho 
de 1964, e dirigido pelo general Golbery do Couto e Silva. Em pouco tempo 
ramificou-se, possuindo agências regionais em diversos pontos do país. A partir de 
julho de 1967 passou a contar também com as informações recolhidas pelas Divisões 
de Segurança e Informações (DSIs), ligadas aos ministérios cIvis, e pelas Assessorias 
de Segurança e Informações (ASIs), que atuavam juntos às universidades e empresas 
estatais. Completava a estrutura o Centro de Informações do Exterior (Ciex), instituindo 
34 
 
em 1966 com a função de monitorar a s atividades políticas de brasileiros fora do país 
e dos estrangeiros dentro das fronteiras nacionais, chefiado pelo conselheiro 
diplomático Marcos Henrique Camillo Côrtes, filho de um general. 
Alguns elementos devem ser postos em relevo. SNI é DSIs substituíram órgãos 
de semelhante teor, criados na administração de Eurico Gaspar Dutra (1946-1950) sua 
existência testemunha a preocupação com a dissidência política e a aposta na coleta 
de informações como instrumento de controle. Por outro lado, sua reformulação pelo 
governo militar denota que eles não funcionavam a contento dentro dos novos 
parâmetros estabelecidos pela geração de 1964. Esses órgãos não atuavam 
propriamente na repressão política. Entretanto, forneciam dados sobre indivíduos 
perseguidos, oferecendo instrumentos para uma condução eficaz dos interrogatórios 
realizados sob tortura pelos agentes repressivos. 
À coleta e o armazenamento de Informações sempre foi atribuída grande 
importância na esfera das tomadas de decisão governamentais. De acordo com a 
concepção dos militares, essa nova forma de combate possuía como eixo a 
necessidade de fazer frente a um tipo de ameaça que se diferenciava dos conflitos 
tradicionais: ela provinha de cidadãos comuns, imbuídos de ideais comunista, e 
empregava métodos com o persuadir a população pela propaganda revolucionária, 
organizar ações de desestabilização do governo, preparar a guerrilha, criar zonas 
deflagradas. O inimigo era interno, a guerra, não convencional, as estratégias, difusas 
e disseminadas na população civil. Portanto, era preciso agir unificando os comandos 
políticos e militares, atuar também por meio da ação psicológica e ter controle das 
informações que levassem a um conhecimento profundo do inimigo, para prever é 
neutralizar suas ações. 
Com o início das ações praticadas pela esquerda amada, na transição do 
governo Castello Branco (1964-1967) para o de Arthur da Costa e Silva (1967-1969), 
foi criado em São Paulo o primeiro núcleo militar especializado na ação repressiva, 
comandado pelo então major Waldyr Coelho, no quartel da Polícia do Exército (PE). A 
35 
 
2°Companhia da PE ficou encarregada de ocupar-se exclusivamente de ações ligadas 
à “subversão” e ao “terrorismo”. Em julho de 1969, o núcleo ampliou-se com um plano 
de combate às organizações de esquerda, conduzido pelo Exército e financiado por 
empresários, batizado de Operação Bandeirante (Oban). 
A Oban beneficiou-se amplamente do Ato Institucional n°5 (AI-5), que decretou 
o fim do habeas corpus para crimes políticos e permitiu a simplificação dos trâmites 
necessários à prisão de suspeitos. Ela constituiu o paradigma sobre o qual seria erigida 
uma rede de órgãos repressivos por todo o país: os Destacamentos de Operações de 
Informações (DOIs), unidades ágeis de perseguição e interrogatório de suspeitos, e os 
Codis, aos quais cabia a coordenação dos Dois. 
De toda essa estrutura podemos depreender as características principais do 
sistema repressivo da ditadura militar. Em primeiro lugar, a militarização: membros do 
Exército ocuparam variados cargos ligados à segurança pública e à área de 
Informações, com a particularidade de que os cargos de chefia foram todos 
preenchidos por oficiais superiores. Em segundo, especialização na montagem de um 
sistema coercitivo voltado especificamente para o combate ao crime público: 
comparada ao conjunto das Forças Armadas e policiais sua estrutura era enxuta, mas 
congregava diversos saberes e permitia que fossem ativados, quando necessário, 
efetivos de diferentes unidades policiais e militares, sempre sob a direção de militares. 
Em terceiro lugar, a centralização das operações repressivas em órgãos criados para 
esse fim. Por fim, a sistematização dos esforços de informação e segurança, o que 
denota a importância atribuída ao crime político durante a ditadura militar. 
Além dos órgãos já mencionados, o sistema tinha ainda a seu dispor toda a 
estrutura das Forças Armadas e das polícias. Foram realizados interrogatórios e 
torturas nas sedes de batalhões da Polícia do exército, em regimentos de infantaria, em 
companhias de guardas, em delegacias de Polícia, em presídios e outras unidades. 
Também funcionaram centros clandestinos de detenção, estabelecidos pelos centros 
de Informações das Forças Armadas, pelos Dops ou por estruturas paramilitares 
36 
 
criadas no seio desses órgãos. A rede era ainda composta por uma miríade deinstituições complementares, cúmplices do que se fazia nos órgãos repressivos: 
institutos médicos-legais, hospitais, auditorias da justiça, cemitérios etc. 
Nos primeiros momentos que se seguiram ao golpe de 1964, os setores mais 
visados foram os militares fiéis ao governo deposto, sindicalistas, estudantes, 
parlamentares ligados à partidos de oposição ao governo militar, jornalistas e 
indivíduos oriundos dos movimentos sociais. Os testemunhos de presos desse período 
referem-se a uma repressão brutal, mas pouco metódica, descoordenada, frouxa e 
desinformada quanto a aspectos ideológicos e organizacionais daqueles que estavam 
perseguindo. 
No final dos anos 1960 houve um refluxo de movimentos operário, sindical e 
estudantil e o crescimento das ações armadas por parte de grupos clandestinos de 
esquerda. A repressãodirigiu-se em cheio para esse novo alvo, sem, contudo, 
descuidar dos outros setores mencionados. Com o fim do habeas corpus, em 
dezembro de 1968, e a criação de órgãos especializados para a repressão política, 
como a Oban, em 1969, e os DOI-Codis, nos anos seguintes, a repressão deu um salto 
qualitativo importante. Esses núcleos repressivos trabalhavam com equipes formadas 
por indivíduos de diferentes instituições. Os membros da Polícia Civil traziam a 
experiência das torturas contra prisioneiros comuns, e os integrantes do Dops tinham 
um saber acumulado de perseguição política que remontava ao Estado Novo. 
Os métodos de vigilância, detenção e obtenção de Informações não eram 
convencionais. Os trabalhos normalmente se dividiam nas tarefas de busca e captura 
de militantes políticos, interrogatório dos detidos e análise de Informações coletadas. 
Os agentes não utilizavam farda ou carros oficiais, mesmo os militares eram instruídos 
a deixar de lado os elementos distintivos que os caracterizavam. Lançavam não de 
disfarces variados, normalmente de funcionários de serviços públicos, como telefonia, 
recolhimento de luz, saneamento básico ou manutenção da rede elétrica. Ópera em 
frequentemente além da fronteira da legalidade, desrespeitando a legislação autoritária 
37 
 
erigida pelo próprio regime. Importa dizer que os métodos violentos nunca foram 
abertos e publicamente defendidos pela hierarquia militar, mas empregados de forma 
almoça, com o aval e sob orientação da alta cúpula. 
O interrogatório sob tortura foi uma das linhas mestras da repressão política. A 
violência dos tapas, socos e pontapés dos primeiros tempos sofisticou-se em torturas 
que seguiam uma ordem de intensidade crescente: palmatória, afogamento, “telefone", 
pau de arara. Entre os instrumentos aplicados, ficaram célebres as máquinas de 
choque importados dos Estados Unidos; a cadeira do Dragão, que servia, no DOI 
Paulista, para imobilizar as vítimas durante as descargas de energia elétrica; e a caixa 
conhecida pelo nome de “geladeira", empregada pelo DOI carioca, dentro da qual os 
prisioneiros eram submetidos a intensas variações de temperatura combinadas com 
períodos sucessivos de silêncio completo e ruído em altos decibéis. Foram 
inventariação pela equipe do Projeto Brasil: Nunca Mais, em todo o país, 310 variações 
de tortura, catalogadas em nove categorias usadas contra presos política e, por vezes, 
seus familiares. 
Outras estratégias comuns para obter informações foi o emprego de 
informantes, selecionados em diversas esferas da sociedade. Mais eficaz foi o recurso 
aos “infiltrados”, agentes treinados em informação que se misturavam entre os ativistas 
de movimentos sociais para ser recrutados pelas organizações de esquerda e fornecer 
dados importantes sobre seu funcionamento e suas ações. Alguns desses infiltrados, 
especialmente valiosos, eram chamados “cachorros", militantes de esquerda que os 
agentes repressivos prendiam, torturavam e em seguida instrumentalizavam para vigiar 
e relatar os ex-companheiros, fosse sob ameaça de violências mais terríveis, fosse por 
meio benefícios especiais. 
A repressão praticou uma política de eliminação seletiva. Foram 
particularmente visados os líderes dos movimentos civis e sobretudo da esquerda 
armadas. Nos anos mais duros, durante o governo do general Emílio Garrastazu Médici 
(1969-1974) e no início da gestão do general Geisel, houve uma política deliberada de 
38 
 
extermínio de dirigentes das organizações clandestinas de esquerda, iniciada com o 
assassinato do comandante da Ação Libertadora Nacional (ALN), Carlos Marighella, 
em novembro de 1969, passando por dirigentes de vários agrupamentos é 
encerrando-se com a Chacina da Lapa, em dezembro de 1976, quando liquidaram-se 
integrantes da cúpula do PCdoB. Foram exterminados em quase sua totalidade os 
guerrilheiros do Araguaia, também pertencentes ao PCdoB, e os membros do 
Movimento de libertação Popular (Molipo), organização criada em Cuba por militantes 
que fizeram treinamento de guerrilha na “ilha" é depois retornaram ao Brasil. Pouco 
antes do período da distensão iniciou-se uma sistemática perseguição aos comunistas 
que levou ao assassinato de vários membros da cúpula do PCB. 
Segredo recobria prisões, torturas e mortes. Os familiares não eram 
comunicados sobre as detenções e percorriam uma via crucis pelos órgãos 
repressivos, fossem elas “acidentais", sob tortura, ou propositais, eram encobertas com 
versões de atropelamento, suicídio, enfrentamento com agentes ou choque com os 
próprios companheiros de organização. O desgaste provocado ao longo dos anos pela 
sucessão de histórias forjadas levou à adoção de outra prática repressiva, o 
desaparecimento. Os corpos passavam a ser sepultados em locais desconhecidos ou 
em valas comuns destinadas a indigentes. O número de desaparecidos apresenta 
crescimento constante de 1971 e 1974, momento em que atinge o auge pela 
eliminação da guerrilha do Araguaia. 
Um balanço ainda precário registra a prisão de 50 mil pessoas. Pelo menos 20 
mil sofreram torturas. Além dos 32 militantes da esquerda mortos, outros 144 
continuam "desaparecidos". No fim do governo Geisel, existiam cerca de 10 mil 
exilados. As cassações atingiram 4682 cidadãos. Foram expulsos das faculdades 243 
estudantes. 
Alguns dos órgãos que compunham a estrutura repressiva aqui descrita foram 
desmontados, enquanto outros tiveram sua função modificada ao longo dos anos. Os 
Dops foram extintos em diversos estados, no início da década de 1980, conforme 
39 
 
assumiram os candidatos civis escolhidos nas primeiras eleições diretas para o 
governador desde golpe, em 1982. O Cisa passou a se chamar Centro de Informações 
da Aeronáutica, em 1980, mas manteve a mesma sigla, e foi abolido apenas em 1988. 
Os Doi-Codis foram suprimidos durante o governo Figueiredo. O Cenimar, em 1986, no 
governo Civil de José Sarney, alterou a sigla para CIM, Centro de Informações da 
Marinha, mas manteve o nome. 
Cinquenta anos após o golpe, os responsáveis por sequestros, torturas, 
assassinatos e demais violências, fosse na arquitetura do sistema repressivo, fosse na 
execução das tarefas do dia a dia, continuam impunes. Alguns já morreram.Outros, em 
reportagens e entrevistadas, relatam algumas de suas ações, com doses variadas de 
arrependimento. Outros, ainda, rememoram os velhos tempos em comemorações 
extemporâneas do golpe no Clube Militar, escrevem e publicam suas “verdades” é 
destilam seu ódio ao Brasil pós-ditadura em sites na internet. 
Viveram o suficiente para testemunhar a população brasileira alçar ao cargo 
mais importante do país – sucessivamente, um intelectual exilado, um líder sindicalista 
preso e uma guerrilheira torturada. Todos eles ofereceram ministérios e importantes 
cargos públicos a personalidades políticas com atuação intensa no lado perseguido 
durante a ditadura. Na historiografia sobre o tema admite-se a tese de que os 
articuladores do sistema repressivo venceram a guerra contra a oposição política e 
sobretudo contra as organizações clandestinas da esquerda armadas, mas teriam 
perdido a “luta pela memória histórica”, uma vez que a versão socialmente aceita do 
conflito não é a das Forças Armadas. Talvez possamos ir além de afirmar que não foi 
apenas a guerra da memória que os artífices da repressão política perderam, mas a 
própria guerra do futuro. 
 
40 
 
9 AINDA EXISTE CENSURA? 
No artigo 220 da Constituição Federal está explícita a vedação a qualquer tipo 
de censura de natureza política, ideológica e artística. Embora vetada na carta magna 
brasileira em resposta aos anos de repressão ditatorial, a censura ainda se espraia nos 
cenários artísticos, difundida tanto pelo poder executivo quanto pelos âmbitos 
estaduais, municipais e aparelhos do Estado, como a Polícia Militar. 
Em julho de 2019, um show do artista BNegão em Bonito (MS) foi interrompido 
por policiais militares após críticas ao governo de Jair Bolsonaro e ao Ministro da 
Justiça, Sérgio Moro. No começo de setembro, Marcelo Crivella, prefeito do Rio de 
Janeiro, fiscalizou obras com temática LGBTQ+ da Bienal Internacional do Livro sob 
alegação de “material impróprio” – decisão que foi respondida com protestos pelos 
artistas e frequentadores e derrubada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). 
A vertente mais visível da liberdade de expressão é a liberdade de imprensa, 
mas estabelecer as diferenças e os limites entre ambas as garantias não é tarefa isenta 
de polêmicas ou controvérsias. O professor Venício A. de Lima tem uma proposta 
conceitual que colabora para diminuir as confusões geradas: “A primeira referida à 
liberdade individual e ao direito humano fundamental da palavra, da expressão. A 
segunda, à liberdade da ‘sociedade’ e/ou de empresas comerciais – a imprensa ou a 
mídia – de publicarem o conteúdo que consideram ‘informação jornalística’ e 
entretenimento”. 
A liberdade de expressão diz respeito, portanto, a todos os indivíduos da 
sociedade, enquanto a liberdade de imprensa se refere especificamente ao trabalho 
dos jornalistas e dos meios de comunicação. Ambas são essenciais para o exercício da 
cidadania e para a consolidação da democracia. 
Todos os anos, jornalistas são mortos em diferentes regiões do mundo, no 
exercício de suas funções. Pesquisa lançada em maio de 2017 pela organização 
não-governamental Artigo 19 relata que, em 2016, foram registradas 31 graves 
violações contra comunicadores em todas as regiões do país. Entre elas, quatro 
41 
 
assassinatos, cinco tentativas de assassinatos e 22 ameaças de morte. A pesquisa 
sobre o tipo do veículo de comunicação para o qual a vítima atuava revela que, em 
52% dos casos, o comunicador era vinculado a meios considerados alternativos, como 
blogs e pequenos jornais impressos, enquanto o número de graves violações 
registradas em veículos comerciais foi de 42%. 
No que diz respeito aos autores das violações, a pesquisa mantém a tendência 
verificada nos anos anteriores, com a ampla maioria das violações se concentrando em 
agentes do Estado, como políticos e policiais. Esse foi o perfil identificado em 77% dos 
casos verificados em 2016. Mesmo assim, em 39% dos casos de graves violações 
contra comunicadores, não houve a abertura de investigação por parte da polícia. 
Outros tipos de violência praticados contra os comunicadores, como a censura judicial 
e perseguição política, também foram identificados. O número de homicídios caiu de 
oito para dois entre 2015 e 2016, mas o total de agressões subiu para 205 casos, 
colocando o Brasil como o quinto país no mundo com mais ataques a jornalistas. Outro 
caso que chamou a atenção foi a condenação da atriz e apresentadora da TV Globo 
Monica Iozzi, que foi obrigada a pagar R$ 30 mil de indenização para o ministro do STF 
Gilmar Mendes. O processo foi aberto pelo magistrado após a atriz postar nas suas 
redes sociais uma crítica contra a decisão do ministro, que concedeu habeas corpus a 
Roger Abdelmassih, condenado por 58 estupros. 
É evidente que, apesar do Brasil se presumir como possuindo um regime 
democrático, não é possível negar que a censura existe. Mas é preciso, também, que 
haja a compreensão de como ela se estrutura, uma vez que as instituições são 
democráticas; logo, quando a censura ocorre, tem que ser de forma velada, com ares 
de legalidade. 
Dentro dessa perspectiva, é preciso que, primeiramente, se analise o que leva o 
Poder Judiciário a deflagrar ataques evidentes à liberdade de expressão, ao direito à 
informação e à liberdade de imprensa. 
42 
 
Outro aspecto que precisa ser abordado é a previsão na Constituição de 1988, 
que prevê a regulação da atividade jornalística. De um modo geral, sempre que se fala 
na criação de uma agência reguladora no Brasil, as grandes mídias, sobretudo aquelas 
que são concessionárias do Estado, se mobilizam para denunciar um ataque à 
liberdade de imprensa. 
Pois é exatamente a falta de uma normatização ética da atividade que transfere 
para o Poder Judiciário a prerrogativa de exercer o arbítrio sobre os conflitos e, 
consequentemente, se assim for conveniente, praticar a censura indireta, revestida do 
verniz de legitimidade que lhe confere a decisão judicial. 
Só existem duas saídas: os tribunais e a política. Até que se imponha, pelo bom 
senso e republicanismo, a segunda, restam os tribunais. 
Do ponto de vista do jornalismo, seja na grande mídia, seja na mídia alternativa, 
cabe, para a própria segurança do veículo, adotar como prevenção o recolhimento de 
provas documentais daquilo que publica, inclusive das declarações dadas por terceiros. 
Apesar disso, ainda há mecanismos que controlam a liberdade de expressão 
após a redemocratização brasileira. Este foi o objeto de estudos da tese de doutorado 
de Ivan Paganotti pela Escola de Comunicações e Artes da USP (ECA/USP). O 
objetivo da tese foi compreender como a Justiça brasileira define o conceito de censura 
e quais eram os argumentos usados por ela para defender sua posição. O período 
analisado foi pós-abertura democrática, devido à existência de poucos estudos tratando 
de censura depois da redemocratização se comparado aos períodos anteriores. 
Para isso, foram pesquisados os processos judiciaisque tratavam de liberdade 
de expressão no Supremo Tribunal Federal (STF), órgão composto por um extenso 
colegiado de 11 juízes. Devido a isso, os debates que se desenvolviam eram 
interessantes e traziam diversos pontos de vista acerca do tema. 
A análise dos processos possibilitou entender como a justiça lê a Constituição 
no que se refere à censura. “O STF é importante porque faz o controle constitucional, 
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isto é, ele é o único órgão da Justiça brasileira que tem como função definir se certas 
normas ou decisões podem estar indo contra a Constituição”, explica Paganotti. 
Observou-se que nos casos em que havia um indivíduo e um órgão público, o 
STF tentou controlar o poder do Estado, limitando sua capacidade de proibir e 
influenciar. Contudo, nos casos que envolviam dois indivíduos, o órgão se dividiu e 
apresentou uma posição mais conservadora, que buscava preservar mais o direito à 
imagem, à honra ou à privacidade do que o direito à liberdade de expressão. Um 
exemplo que ilustra a censura nos dias de hoje é a classificação indicativa dos filmes. 
Quando uma obra chega ao Brasil, muitas vezes ela é adaptada para se adequar à 
classificação brasileira. “Para atingir um público mais jovem, certas cenas serão 
cortadas e nem saberemos que essas informações foram excluídas da obra original”. 
Neste caso, a censura não é feita diretamente pelo Estado, já que os cortes não 
são realizados por um censor, mas é executada sob sua influência. Além disso, muitas 
vezes o diretor, que é o proprietário do filme por ter criado a ideia de como ele seria, 
não é consultado sobre os cortes que serão feitos. 
 
44 
 
10 CONCLUSÃO 
Durante a Ditadura Militar (1964-1985) no país formou-se uma pirâmide social 
cheia de distorções, onde a concentração de renda e de poder eram extremos. Nossa 
Constituição estrutura complexa e irredutível, não beneficiava o povo, à polaridade 
extremada de um topo milionário e de uma base miserável. É certo que o topo, já 
enriquecido, enriqueceu-se ainda mais. E a base miserável, mais miserável se tornou. 
Mas entre estes extremos, havia camadas de amortecimento, e a existência delas 
conferiu cultura e o combustível necessário para dar estabilidade e vigor àquele corpo, 
cuja cabeça estava voltada para uma política não democrata. 
Nos últimos anos do governo militar, o Brasil apresenta vários problemas, a alta 
inflação era gritante. Enquanto isso a oposição ganha terreno com o surgimento de 
novos partidos, apoio de artistas, do povo e com o fortalecimento dos sindicatos. Com 
o surgimento do movimento de Diretas Já, a ditadura no país se viu com seus dias 
contados, a grande massa popular e diversos segmentos a cima relacionados foram 
decisivos. O fruto deste movimento foi as eleições diretas para o cargo de presidente 
do país. José Sarney assume o poder do país após anos de muita corrupção e falta de 
direitos ao povo. Vice de Tancredo Neves nas eleições ele assume o cargo após a 
morte de Neves por motivos de saúde. Em fim o Brasil se torna novamente uma nação 
regida pelos princípios da democracia. Em 1988 a nova Constituição apaga de vez os 
rastros de um modelo ditatorial adotado a anos no país e inaugura uma nova ordem 
política; a República. 
Hoje em dia estamos muito acostumados a falar sobre a ditadura no Brasil 
falamos sobre ela, lemos sobre ela e não sabemos por exato como ela foi. Nos é 
passada uma informação no qual acreditamos, sendo que não estávamos lá para saber 
o que ocorria. A palavra ditador vem do latim dictator "aquele que diz" O nome é certo 
para tal político que usa sua força para mandar nos outros. O Brasil passou por maus 
momentos com o regime militar, sua dívida externa aumentou e o país foi para o 
buraco. As opiniões são muitas, cada um tem a sua conforme suas ideias, mais 
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podemos dizer que as ditaduras são ruins pois se caracterizam por falta de liberdade, 
expressão, sentimentos e garantias individuais. Nós, meros alunos, acreditamos em 
uma política boa para melhorar nossa situação de cidadãos acreditamos também que é 
nosso dever ajudar o país, e o começo disso tudo é estudando e tendo boas 
informações para que no futuro nós possamos lutar e defender nossa pátria. 
46 
 
10 BIBLIOGRAFIA 
 
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