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Renato Nogueirol Lobo, Celina Trajano de Oliveira e André Junior de Oliveira Teoria da contabilidade Sumário CAPÍTULO 2 – História da Contabilidade .........................................................................05 Introdução ....................................................................................................................05 2.1 História do pensamento contábil ................................................................................05 2.1.1 A história do pensamento contábil e os fatores relevantes para o profissional contábil...05 2.2 A ascensão da escola europeia ..................................................................................08 2.3 A invasão norte-americana (a escola anglo-saxônica) ..................................................09 2.4 Surgimento das empresas de auditoria de origem americana ........................................10 2.5 Datas e eventos importantes na evolução da escola italiana de contabilidade .................13 2.6 Evolução da contabilidade ........................................................................................17 Síntese ..........................................................................................................................20 Referências Bibliográficas ................................................................................................21 03 Capítulo 2 05 Introdução Caro aluno, seja bem-vindo! A partir deste momento, você terá a oportunidade de conhecer um pouco sobre a teoria contábil. Você sabe o que é teoria contábil? Já ouviu falar em partidas dobradas? Sabe quem foi Frei Luca Pacioli? Quantas perguntas! Os homens se preocupam com a riqueza desde a Antiguidade. O surgimento da contabilidade trouxe relevantes informações para as empresas. Neste capítulo, você entenderá qual a origem da contabilidade e a relevância da história con- tábil para a sociedade. Estudará o surgimento das partidas dobradas e o significado do período científico. Conhecerá ainda quem foi Frei Luca Pacioli e a origem das palavras débito e crédito, tão importantes e usadas no dia a dia das pessoas. Você compreenderá também a relevância das datas e eventos relacionados à área contábil e a evolução da escola italiana através do tempo, identificando a evolução contábil e entendendo quais os pontos específicos inerentes à contabilidade. Ao concluir o capítulo, você terá condições de analisar a evolução e a relação da história da conta- bilidade com os dias atuais, além da relevância da contabilidade para as empresas e a sociedade. Esperamos que os conceitos teóricos e práticos o ajudem a ampliar seus conhecimentos e que você possa aplicá-los na sua vida profissional. Para facilitar o entendimento, veja o filme e o livro recomendados neste capítulo. Vamos começar? 2.1 História do pensamento contábil Vamos começar mostrando a você a história do pensamento contábil, determinando os fatores mais relevantes para a profissão, como a ascensão da escola europeia, a invasão norte-ameri- cana (a escola anglo-saxônica) e o surgimento das empresas de auditoria de origem americana, datas e eventos importantes na evolução da escola italiana de contabilidade. 2.1.1 A história do pensamento contábil e os fatores relevantes para o profissional contábil A formalização da contabilidade ocorreu na Itália uma vez que foi por volta dos anos de 1400 a 1500 que se instaurou a mercantilização e, nessa época, as cidades italianas eram os principais interpostos do comércio mundial. Um frei chamado Luca Pacioli, que viveu na Toscana no século XV, escreveu muitas obras. A mais importante chama-se Summa de Aritmética, Geometria, Proportioni et Proporcionalitá, impressa História da Contabilidade 06 Laureate- International Universities Teoria da contabilidade em Veneza, na qual está inserido o tratado sobre contabilidade e escrituração. Ele abriu o pre- cedente para que novas obras pudessem ser escritas sobre o assunto. A história da contabilidade divide-se em: período antigo, medieval, moderno e científico. Foi no período moderno que foram introduzidas as técnicas contábeis. O aparecimento da obra de Frei Luca Pacioli, em 1494, inicia a era moderna na contabilidade. No século XVIII, os profissionais de contabilidade eram obrigados a frequentar aulas de comércio originárias de Portugal. Em Portugal, era obrigatório que os órgãos públicos fizessem a escritura- ção contábil dos documentos conforme Alvará de 24 de dezembro de 1768. Você sabe o que quer dizer a palavra mercantilização? Mercantilização significa fazer com que alguma coisa seja comercializada ou transformada em mercadoria. O sinô- nimo de mercantilização é comercialização. Leia mais em: <http://www.dicio.com.br/ mercantilizacao/>. NÓS QUEREMOS SABER! Em contabilidade, o período antigo vai até 1202, com a obra de Leonardo Fibonacci, que publi- ca um compêndio de cálculo comercial chamado Liber abaci. A contabilidade do mundo medieval engloba o período de 1202 até 1494, quando apareceu a contabilidade por partidas dobradas, cujo princípio é: a soma dos valores debitados será sempre igual à soma dos valores creditados. Para cada débito, há um crédito correspondente de igual valor. O método das partidas dobradas era utilizado na Itália desde o século XIV, mas foi Frei Luca Pacioli que adaptou os termos per, que passou a significar devedor, e a, que passou a significar credor. Durante muitos anos, os livros de contabilidade mostravam o seguinte formato para as contas devedoras e credoras: Despesas Caixa A primeira conta é sempre devedora e a segunda credora; o ícone a é que diferencia as contas. Veja um exemplo: o comerciante necessita comprar doces para a empresa no valor de R$ 55,00. Ele terá que fazer um lançamento, chamado escrituração, que envolva duas contas: a primeira será devedora, a despesa correspondente à compra de doces. A segunda será credora, o paga- mento da conta dessa despesa. Despesa com compra de doces R$ 55,00 A caixa R$ 55,00 07 O exemplo mostra que, por meio do método, haverá dois lançamentos, um devedor e outro credor. Significa que, contabilmente, não existe a possibilidade de pagar ou receber algo sem a contrapartida. Para cada débito, sempre haverá um crédito. No tratado apresentado por Luca Pacioli, há uma explicação sobre o método contábil a partir do inventário. Esta talvez seja a primeira vez que esse método é apresentado. Não há relatos de outros autores que o tenham feito anteriormente. Mostramos, na sequência, a foto de Luca Pacioli. É importante ressaltar que, naquela época, os representantes da igreja católica tinham a possibilidade de estudar. Isso não ocorria com todas as pessoas. O trabalho de Pacioli foi tão importante que, a partir de sua obra, outros autores produziram obras relacionadas à contabilidade. Antes dele, autores, como Leonardo Fibonacci, Francesco di Balduccio Pegolotti e Benedetto Cotrugli lançaram obras relacionadas ao comércio da época, uma espécie de enciclopédia para os comerciantes ou o início da história da contabilidade. Luca Pacioli é considerado o pai da contabilidade até os dias atuais, apesar de não ter sido o criador das partidas dobradas. Figura 1 – Frei Luca Pacioli. Fonte: Practica Contable, 2009. A obra que Frei Luca Pacioli escreveu, Tratactus de computis et scripturis (em português, Contabili- dade por partidas dobradas), marca o início da contabilidade moderna. Foi publicada em 1494. Nessa época, qualquer pessoa fazia seus apontamentos contábeis, até que chegou o momento em que, com a evolução do comércio, a sociedade exigiu um profissional. Como surgiu o pro- fissional contábil? As guerras constantes nos séculos XVIII e XIX foram fundamentais para qualificar o exercício da profissão contábil. As empresas começaram a decretar falência, e os credores obtiveram grandes perdas. A falta de controle era enorme. A importância ficou maior com a intensificação do co- mércio internacional. A necessidadede um especialista no assunto foi fundamental. O governo italiano entendeu a importância da qualificação para se avaliar o lucro e a perda das empresas. 08 Laureate- International Universities Teoria da contabilidade A obra Luca Pacioli: um mestre do Renascimento, do doutor em Ciências Contábeis Antônio Lopes de Sá (2004). O Conselho Fe- deral de Contabilidade disponibiliza em seu portal diversos livros sobre contabilidade. Este livro conta a história do autor que pu- blicou a primeira obra sobre o processo das partidas dobradas. Apresenta o ambiente em que Luca Pacioli viveu, apresentando os acontecimentos, a cultura e a política italiana na época. Está dis- ponível para leitura no portal do Conselho Federal de Contabi- lidade, no link: <http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-content/ uploads/2013/01/Livro_lucapacioli.pdf>. NÃO DEIXE DE LER... 2.2 A ascensão da escola europeia O período chamado de período científico ou romântico surgiu no século XIX. A teoria contábil começa a se aproximar das necessidades da sociedade. Nessa época, a Itália dominava o co- nhecimento contábil. Surgiram muitos autores com trabalhos relevantes voltados para a Ciência Contábil. Nomes como o de Fábio Besta, Giuseppe Cerboni, Gino Zappa, Aldo Amaduzzi, Teo- doro D’Ippolito, apresentaram trabalhos que trouxeram muitas discussões entre os conhecedores do assunto contábil. No entanto, por não partilharem esses conhecimentos e por não fazerem pesquisas profundas sobre o assunto, os trabalhos tornaram-se repetitivos. A escola italiana mostrou-se muito teórica, ideias novas não surgiam, apenas discussões sobre pontos de vista. Algumas exceções precisam ser registradas: a obra de Fábio Besta, La Ragioneria, que, segundo Iudícibus (2009, p. 17) “[...] é, possivelmente, a mais completa obra já escrita até o momento sobre contabilidade”. E também a de Federigo Melis, Storia della ragioneria. Os principais defeitos da escola europeia foram: falta de pesquisa séria, priorizando a teoria, deixando de lado a pesquisa e não se preocupando com os usuários da informação contábil; fal- ta de flexibilidade nas contas; falta de aplicação de muitas teorias; pouca importância à auditoria contábil; faculdades superpovoadas de alunos. Além disso, começou a ocorrer a ascensão eco- nômica e cultural norte-americana. A influência americana tornou-se tão grande que a própria escola italiana adota, nos dias de hoje, livros e textos americanos. A aproximação das escolas italianas e americanas, juntamente com outras escolas, está se tornando possível nos últimos anos em função da globalização. Há uma necessidade cada vez maior de informações contábeis precisas por parte das empresas. A escola italiana de contabilidade predominou até a década de 1970, e o Brasil sofreu essa influência. Contudo, os países foram percebendo que, de maneira geral, a escola italiana não respondia mais às necessidades de informações das empresas. O desenvolvimento econômico ocorrido no mundo trouxe novas exigências para esse campo da ciência. 09 2.3 A invasão norte-americana (a escola anglo- saxônica) O que significa invasão norte-americana na contabilidade? A invasão norte-americana na área contábil trouxe um enorme avanço nas teorias e práticas utilizadas no início do século XX. Esse avanço deu-se principalmente pelo conhecimento em auditoria que os americanos herdaram da Inglaterra. O avanço das instituições econômicas e sociais americanas fortaleceram os investi- dores, que queriam estar bem informados sobre os demonstrativos financeiros. Essa necessidade das empresas fez com que as universidades, o governo e os profissionais da área contábil desti- nassem quantias às pesquisas contábeis. O congresso norte-americano criou, em 1887, a normatização contábil nos Estados Unidos. O Interstate Commerce Commission (ICC) foi a primeira agência independente, que tinha como propósito ser o regulador de ferrovias assegurando as tarifas e eliminando os problemas da regulação. A instituição foi criada porque havia uma ideia de que as empresas trabalhavam de forma desordenada. Estabelecer padrões e princípios contábeis foi uma preocupação constante das associações e dos institutos de classe. Foi publicado, em 1936, pela American Accounting Association (AAA), a A tentative statement of accounting principles affecting corporate report e A tentative statement of accounting principles underlying corporate financial statements, que é a declaração preliminar de princípios contábeis voltados para relatório corporativos e uma declaração provisória de princí- pios contabilísticos subjacentes às demonstrações financeiras das empresas. Depois foram criados o Committee on Accounting Procedure (CPA), entre 1938 e 1959, em uma época marcada pela normatização, e o Accounting Principles Board (APB), entre 1959 e 1973, época em que ocorreu um crescimento da teoria da contabilidade, em função da evolução do pensamento contábil. A partir de 1961, foram publicados diversos livros voltados para a teoria contábil, como The theory and measurement of business income, de Edgar Owen Edward e Philip Wilkes Bell, e A theory of accounting to investors, de George Stabus. No ano seguinte, Palle Hen- sen publicou Accounting concepts of profit. A partir de 1964, autores como Richard Mattessich, Norton M. Bedford, R. J. Chambers lançaram diversos livros voltados à evolução da materialidade contábil, administração e economia. Esses autores, segundo Iudícibus (2010), apresentaram estudos profundos e completos sobre a teoria contábil. Além disso, apresentaram o problema da contabilidade em relação à flutuação de preços. O livro A Statement of Basic Accounting Theory (ASOBAT), criado pelo AAA, destacou a necessi- dade de atendimento aos usuários, tornando não relevante a opinião de contadores. É importante ressaltar que o grande mérito do desenvolvimento da teoria e das práticas ameri- canas está no trabalho em equipe. Os livros americanos editados têm como base principal o balanço patrimonial, detalhando, pos- teriormente, os lançamentos que chegaram ao balanço patrimonial. 10 Laureate- International Universities Teoria da contabilidade O que é balanço patrimonial? Há diversas definições para balanço patrimonial. A maioria dos autores define como uma demonstração contábil financeira que tem por objetivo apresentar a posição de uma entidade mostrando a quantidade com qualidade de informação em uma determinada data. NÓS QUEREMOS SABER! A escola americana priorizou a preocupação com o usuário da informação contábil. Segundo Iudícibus (2010, p. 20), Predomina, nos textos americanos, a preocupação com o usuário da informação contábil. A contabilidade é sempre utilizada e apresentada como algo útil para a tomada de decisões. A teoria contábil americana não deseja, de partida, endeusar demasiadamente a importância da Contabilidade no contexto do conhecimento humano, mas lenta e seguramente, por meio da solidez dos argumentos apresentados e dos exemplos, o leitor acaba percebendo a verdadeira e efetiva importância desta disciplina no contexto administrativo. Ainda segundo o autor, a escola americana apresenta alguns defeitos, tais como: pouca impor- tância para o problema inflacionário, tão relevante para o Brasil, problemas na sistematização do plano de contas e apresentação desordenada dos tópicos dos livros editados. 2.4 Surgimento das empresas de auditoria de origem americana As firmas de auditoria de origem anglo-americana foram se associando às firmas nacionais americanas. A importância das empresas de auditoria nos Estados Unidos é enorme. São elas que fazem auditoria em todas as grandes subsidiárias multinacionais. O International Accounting Standards Board (IASB) é um órgão de fundamental importância em que os reguladores contá- beis brasileiros se apoiam. A regulação da prática contábil teve início apenas no século XX nos mercados de capitais do Canadá, EUA, Irlanda, entre outros países com capitais relevantes, apesarde a prática contábil remontar a mais de uma centena de anos. Hoje em dia, vários países estão preocupados com a harmonização das normas contábeis. Essas normas vieram para estabelecer a confiança do investidor, por meio de demonstrações financei- ras transparentes. Os vários escândalos ocorridos em grandes empresas trouxeram novas des- confianças ao mercado financeiro. Comparar e confiar nas informações financeiras, facilitando as transações internacionais, é o objetivo principal das normas, para restabelecer a confiança do mercado. Você sabia que o mercado financeiro é voltado para a transferência de recursos en- tre agentes econômicos? No mercado financeiro, são efetuadas transações com títu- los de prazos médio, longo e indeterminado, geralmente dirigidas ao financiamento dos capitais de giro e fixo. Saiba mais em: <http://www.infomoney.com.br/educacao/ glossario/m.>. NÓS QUEREMOS SABER! 11 Nos Estados Unidos, foi criada a Lei Sarbanes Oxley, que visa a regulamentar os controles in- ternos das empresas, aumentando a responsabilidade e obrigando a manter a fidedignidade apresentada nas demonstrações contábeis. A lei foi criada em função de diversos escândalos financeiros ocorridos em 2002, transformando a auditoria. As empresas brasileiras também foram obrigadas a um maior controle interno. São obrigadas a seguir as exigências da lei SOX aquelas que possuem ações na bolsa de valores norte-americana e as subsidiadas. As outras empresas estão se responsabilizando pela boa gestão e pela eficácia de seus controles. Segundo Attie (2009, p. 5), “A auditoria é uma especialização contábil voltada a testar a eficácia do controle patrimonial implantado com o objetivo de expressar a opinião sobre determinado dado”. Ainda de acordo com o autor: A auditoria das demonstrações contábeis visa às informações contidas nessas afirmações, assim é evidente que todos os itens, formas e métodos que as influenciam também estarão sendo examinados. O exame de auditoria engloba a verificação documental, os livros e registros com características controladoras, a obtenção de evidências de informações de caráter interno ou externo que se relacionam com o controle do patrimônio e a exatidão dos registros e as demonstrações dele decorrentes. (ATTIE, 2009, p. 5). É importante ressaltar que o contador é o profissional que realizou o curso de Ciências Contá- beis. Essa foi a primeira profissão liberal no Brasil; antigamente, esse profissional chamava-se guarda-livros. Existia, inclusive, a Associação dos Guarda-Livros da Corte, que tinha como obri- gação controlar a entrada e saída de dinheiro, elaborar contratos, fazer pagamentos e recebi- mentos diversos. Um dado interessante é que esse nome sofreu modificações no decorrer do tempo. Contador, na realidade, era um armário, parecido com o demonstrado mais adiante. Já a auditoria é um ramo da contabilidade que surgiu para controlar, descrever e avaliar as de- monstrações financeiras apresentadas pelas empresas. O auditor poderá emitir pareceres, examinar documentos, ajustá-los de acordo com as normas contábeis e certificar a veracidade das informações, desde que tenha formação acadêmica em Ciências Contábeis e faça o exame de suficiência do Conselho Federal de Contabilidade. Para fazer esse serviço, o auditor precisa ser um profissional competente. Terá que identificar se há algum desvio nas comunicações das demonstrações apresentadas, como insuficiência de informações, erros injustificados relacionados às normas contábeis, falta de dados importantes. Esses desvios geralmente são chamados de fraudes ou maquiagem no balanço, que deverão ser identificados pelo auditor. Você sabe como surgiu a palavra contador? As contas e os documentos eram guar- dados no contador, que não era uma pessoa, mas um armário com diversas gavetas, uma para entrada e outra para saída de dinheiro e documentos. Esse armário surgiu por volta do século XVII. O móvel é composto por uma parte superior, com 10 gavetas, que parecem 16. A parte inferior é um armário com uma prateleira e duas portinhas. É um mobiliário de origem filipina e se chama Contador Filipino. Sua designação foi dada por um historiador norte-americano, Robert Smith, que remete ao período em que Portugal era governado pela Filipina até a independência do país. Saiba mais em: http://www.leiloes-antiguidades.com.pt/pt/blog-antiguidades-velharias/20118/ contador-marfim.aspx . NÓS QUEREMOS SABER! 12 Laureate- International Universities Teoria da contabilidade Figura 2 – Armário contador português do século XVII. Fonte: Ribeiro, 2015. Havia muita flexibilidade na escolha da forma de se contabilizar nas empresas. Geralmente, prevalecia o interesse do empresário. Não havia exigências legais à prática contábil. Não havia também nenhuma exigência de auditoria, principalmente a independente. Segundo Niyama (2014, p. 40): Nesse ambiente de grande flexibilidade de escolhas contábeis, não existia espaço propício à regulação das práticas contábeis. A contabilidade estava direcionada para atender aos interesses das empresas, por meio de atividades de consultoria. Paralelamente, foi adotada uma estratégia de financiamento, onde as firmas, através de pagamento de dividendos regulares, atraíam pequenos investidores para o mercado de capitais. Esse acréscimo de investidores não se traduziu em um aumento de demanda por auditoria, pelo fato do nível de crescimento e do grau de confiabilidade das empresas serem grandes. Isso aumentava a demanda pela função de consultoria contábil, enquanto a própria New York Stock Exchange (NYSE) não exigia auditorias independentes. Ainda de acordo com Niyama (2014, p. 41), “[...] em 1917, o Federal Reserve Board (FRB) emitiu um documento chamado Uniform Accounting, que apesar de ser entendido como documento de regulação contábil tratava, em essência, de práticas de auditoria”. As demonstrações contábeis, nessa época, não eram exigidas pelos contadores. As empresas não precisavam aplicá-las. É importante destacar que no início do século XX, a divulgação financeira apresentava sérios pro- blemas em relação à divulgação. Informações relevantes como os itens relacionados à vendas, custos, depreciação, não eram apresentados adequadamente aos usuários das demonstrações contábeis. Isso causou uma crise econômica chamada Crash de 1929, “quebrando” a Bolsa de Valores de Nova Iorque. 13 Segundo Niyama (2014, p. 42): Esse resultado chama a atenção pelo fato de existir muita flexibilidade na escolha de evidenciação contábil, derivando que informações mínimas necessárias para o entendimento do investidor não eram divulgadas. Como exemplo, o custo das vendas, uma informação que pode ser considerada básica, foi evidenciada por apenas 25,6% das firmas da amostra. Como conclusão, os autores identificaram que os gerentes possuem incentivos para fornecer informações, ausente a regulação, e que tais relatórios oferecem benefícios ao investidor. É importante ressaltar que as firmas que tiveram seus relatórios financeiros com maior qualidade deixaram perdas menores aos investidores da época. E o que significa Crash de 1929? No final da década de 1920, os Estados Unidos eram con- siderados a grande potência econômica e atraíam investimentos de todo mundo. Era grande a prosperidade econômica do país. A Europa também se deixou influenciar pelas novas tecnolo- gias, pela chegada do automóvel, rede elétrica, rádio e publicidade. Os lucros cresciam cada vez mais. De repente, em uma quinta-feira, 24 de outubro de 1929, foram jogados no mercado aproximadamente 70 milhões de títulos, sem compradores. Como não existiam compradores para os papéis, as negociações despencaram e as pessoas pararam de acreditar na possibilidade de obter lucro. Isso fez com as fábricas parassem de trabalhar, os lucros despencaram, muitos trabalhadores foram demitidos. NÃO DEIXE DE VER... O filme australiano Independent Lens Enron: The Smartest Guys in the Room, do di- retorAlex Gibney, de 2005. É uma narrativa muito interessante, que conta a história do escândalo praticado pelos executivos de uma empresa de petróleo e gás, a Enron, considerada a sétima maior empresa da América. Eles praticaram uma fraude de mais de um bilhão de dólares, enquanto os funcionários e investidores perderam seus in- vestimentos na empresa. Por meio do filme, você poderá entender a importância da auditoria contábil. Esse exemplo foi importantíssimo para toda categoria, investidores, governos e a sociedade em geral, trazendo muitas mudanças nos critérios de auditoria nas empresas em todo o mundo. 2.5 Datas e eventos importantes na evolução da escola italiana de contabilidade O método das partidas dobradas é utilizado como padrão para todas as empresas e organiza- ções e registra as operações financeiras. A representação dessas operações chama-se conta. Para que o registro correto ocorra, há necessidade de pelo menos duas contas, uma devedora e outra credora, sendo que o total de débitos deve ser igual ao total de créditos. O patrimônio de uma entidade é composto por ativo, passivos e patrimônio líquido. O ativo é considerado devedor: ao acrescentar informações, elas serão feitas por meio de débitos. Já o pas- sivo e o patrimônio líquido são considerados credores, cada lançamento efetuado será um crédito. Os lançamentos de débito e crédito são feitos por meio de um livro chamado livro diário. O livro diário é um documento obrigatório pela legislação comercial. É utilizado para registrar as operações contábeis, com os respectivos valores das empresas. Nele, são lançados diariamente 14 Laureate- International Universities Teoria da contabilidade os totais de débito e crédito de uma empresa. Os valores deverão ser apresentados em ordem cronológica e a conta devedora deverá vir antes da conta credora. O antigo livro diário era encadernado com uma capa preta, por registrar formalmente as tran- sações das empresas, sendo obrigatória a formalidade da apresentação do livro. Suas páginas eram numeradas, autenticadas e divididas, contendo a data da transação, o título da conta, o valor do débito e do crédito e o histórico que compreendia os dados sobre a operação efetuada pela empresa, como o número da nota fiscal, o número do cheque e outras informações perti- nentes. O livro diário foi regulamentado pelo Decreto-lei nº 64.567/1969. Com o passar do tempo, muitas mudanças aconteceram. A principal alteração ocorreu com a entrada do computador nos escritórios de contabilidade e a criação de programas de escritura- ção contábil, mudando o formato do livro diário. Modelo de Livro Diário Contábil Empresa: Dorremi S/A Período: de 01/03/2014 a 31/03/2014 fl.01 Data Conta Descrição Débito Crédito 01/03/2014 4.1.101 Despesa de condução, conforme nota fiscal nº 02 R$ 30,00 01/03/2014 1.1.1.01 Caixa R$ 30,00 Quadro 2 – Modelo de livro diário contábil. Fonte: Elaborado pela autora, 2015. Hoje em dia, o livro diário foi transformado em uma página no programa de computadores. Mas você pode perguntar: qual a principal função do método das partidas dobradas? A principal função do método das partidas dobradas é apresentar a condição financeira e os resultados das operações de uma empresa ou organização. A representação das operações chama-se conta. Cada transação financeira é registrada na forma de entradas em pelo menos duas contas, uma devedora e outra credora. O total de débitos deve ser igual ao total de créditos Segundo Iudícibus (2010), a obra de Leonardo Fibonacci, Liber abaci, apresenta o limite entre a contabilidade antiga e a moderna. Mas não é essa obra que mostra o início do método. Os mesopotâmicos tinham grande conhecimento matemático. E, provavelmente, a contabilidade e o método das partidas dobradas vieram por meio da dualidade da matemática conhecida pelos mesopotâmicos. No entanto, não há registros desse conhecimento. Os registros ocorrem apenas por meio dos escritores italianos. O conhecimento contábil era uma especialidade dos sacerdo- tes italianos, que tinham conhecimento teórico e prático de geometria. Em 1840, Francesco Villa publica a obra Contabilità Applicatta alle administrazioni Private e Plubbliche, iniciando um novo período da contabilidade chamado período científico. O livro foi escrito para participar de um concurso promovido pelo governo da Áustria. Francesco Villa 15 recebeu o cargo de professor universitário e iniciou o pensamento patrimonialista que implicava conhecer as normas e práticas contábeis. Outro grande autor foi Fábio Besta. O conceito de valor e o início da definição de patrimônio como objeto da contabilidade foi o seu trabalho marcante. Desenvolveu a teoria materialista das contas. Segundo Iudícibus (2010, p. 27), com Fábio Besta, “vulto insuperado e talvez insuperá- vel da Contabilidade, se inicia a era do controle”. A Contabilidade é a ciência do con- trole econômico. Fábio Besta foi um notável pesquisador histórico da Ciência Contábil, aprofundando-se no estudo do controle. É considerado por muitos autores de conta- bilidade como o maior contador moderno. Ainda de acordo com Iudícibus (2010), muitos autores norte-americanos espelharam-se em Besta para dar continuidade aos trabalhos relacionados à Contabilidade. Besta desenvolveu a ciência do controle e a teoria materialística das contas. VOCÊ O CONHECE? Figura 3 – Fábio Besta. Fonte: IHCM Public Cmaps, 2015. A contabilidade passou por diversas fases, algumas importantes, ressaltadas por autores de di- versas épocas. A literatura apresenta as seguintes escolas de pensamento contábil: materialista, que informava que as contas deveriam ser abertas a valores e não a relações entre pessoas; per- sonalista, que transformou as contas em pessoas, indicando a relação jurídica entre as pessoas com a ideia de dever e haver; controlista, Fábio Besta é considerado o “pai” do controlismo. A ideia é que, em contabilidade, o controle econômico das aziendas tem três funções: controle antecedente, controle concomitante e controle subsequente. Além disso: 16 Laureate- International Universities Teoria da contabilidade • reditualista: é a corrente de pensamento contábil que apresenta o lucro ou prejuízo como objeto de estudo, em que o resultado é importante para a continuidade das atividades empresariais; • aziendalista: azienda é uma palavra de origem italiana e que, em termos gerais, significa empresa. A ideia dos aziendalistas é estudar o patrimônio da empresa por meio da contabilidade; • patrimonialista: é a corrente em que a dinâmica patrimonial está dividida em estática patrimonial, dinâmica patrimonial e relevação ou levantamento patrimonial. A escola norte-americana surgiu em 1887, com a criação da Associação Estadunidense de Con- tabilistas Públicos (American Association of Public Accountants). O maior objetivo era a padro- nização dos procedimentos contábeis em função do surgimento de grandes corporações. Essas empresas necessitavam de informações corretas e adequadas para o crescimento dos negócios. A necessidade do homem em acompanhar o desenvolvimento do seu patrimônio fez com que a contabilidade se tornasse um instrumento de gestão. Na economia de mercado, a contabilidade tem seu ponto mais importante. A influência da escola europeia foi predominante até 1920. A partir desse momento, surgiu a escola americana. Quais os motivos da ascensão da escola norte-americana? O trabalho realizado pelos órgãos americanos, votados para pesquisa científica relacionada à prática e teoria contábil, propiciou o crescimento da escola norte-americana. Surgiu o American Institute of Certified Public Accountants. Os acadêmicos e os profissionais integraram-se experi- mentando um desenvolvimento extraordinário da escola americana. Desenvolveram-se grandes corporações e, principalmente, o mercado de capitais sobressaiu-se rapidamente nos Estados Unidos. Houve um avanço das teorias e práticas contábeis norte-ame- ricanas. Foram muitosfatores que contribuíram para o avanço da contabilidade americana: o desejo dos investidores em obter informações precisas com relatórios mostrando as demonstra- ções financeiras em médio e longo prazos, o avanço da pesquisa científica sobre os princípios contábeis, a atuação do Instituto de Contadores Públicos Americanos; recentemente, a criação do Financial Accounting Standards Board – Fasb e, principalmente, o avanço das pesquisas feitas por meio do o Securities and Exchange Commission – SEC (a CMV deles). De acordo com Niyama (2014, p. 67), O avanço do processo de convergência dos padrões contábeis, com a adoção das International Financial Reporting Standards (IFRS), editadas pelo International Accounting Standards Board (IASB), ganhou relevância especial no início dos anos 2000, com a exigência de sua adoção no âmbito dos países da comunidade econômica europeia. No Brasil, os esforços para esse movimento de harmonização começaram na década de 1990 e apresentaram alguns fatos marcantes a partir da virada do século, entre os quais pode-se destacar: (i) a edição da Circular no 3.068, de 8.11.2001, por parte do Banco Central do Brasil (BCB), determinando critérios para classificação e avaliação de títulos e valores mobiliários de acordo com preceitos das normas internacionais; (ii) a criação, em 2005, do Comitêomite005, do Com5, dContábeis (CPC), com o objetivo de estudar, preparar e emitir pronunciamentos técnicos com vistas ao processo de convergência aos padrões internacionais; (iii) a edição da Instrução CVM no 457/2007, determinando que a partir do exercício findo em 2010 as companhias abertas passassem a apresentar demonstrações financeiras consolidadas adotando o padrão contábil internacional – normas do IASB; (iv) a promulgação da Lei no 11.638, de 28.12.2007, alterando dispositivos relativos ao processo de elaboração e de divulgação das demonstrações financeiras; e (v) a edição da Resolução no 3.786, de 24.9.2009, do Conselho Monetário Nacional (CMN), determinando que as instituições financeiras constituídas sob a forma de companhia aberta ou que sejam obrigadas a constituir comitê de auditoria divulgassem, a partir de 2010, suas demonstrações segundo os padrões definidos pelo IASB, sem prejuízo de publicar também as demonstrações com base nos padrões contábeis definidos pelo BCB. 17 O objetivo principal do Iasb é apresentar normas de alta qualidade, otimizar o funcionamento dos mercados e dar transparência às divulgações financeiras, aperfeiçoando-as. 2.6 Evolução da contabilidade A origem da contabilidade está relacionada à evolução contábil. Essa evolução ocorreu lenta- mente. Os negociantes, durante muitos anos, trocavam mercadorias e marcavam nos cadernos de anotações quanto os clientes deviam. O homem primitivo não tinha riquezas. Seus bens eram seus rebanhos e suas plantações. As pessoas faziam trocas e contavam quantos animais possuíam. Essas contas de animais eram os primeiros inventários de bens. O homem sempre avaliou suas riquezas por meio de seus bens materiais. Os livros de história mostram que os primeiros sinais da existência do ser humano preocupado com contas remonta a aproximadamente 2.000 anos a.C. Entretanto, antes disso, o homem primitivo, ao inventariar o número de instrumentos de caça e pesca disponíveis, ao contar seus rebanhos, já estava pra- ticando uma forma rudimentar de contabilidade Em determinado momento, o homem pergunta a si mesmo: quanto estou produzindo? Quanto devo consumir? Com essas questões na cabeça, viu-se obrigado a registrar suas posses. Até a Bíblia traz relatos mostrando o controle dos bens dos negociantes. Naquela época, os homens não faziam avalia- ção monetária, mas se utilizavam de um inventário físico para controlar o volume das posses. O primeiro instrumento de cálculo de que se tem notícia é o ábaco, que, de acordo com os historiadores, foi inventado na Mesopotâmia, pelo menos em sua forma primitiva, e depois os chineses e romanos o aperfeiçoaram. Figura 4 – Ábaco romano. Fonte: O Mundo Dourado, 2013. 18 Laureate- International Universities Teoria da contabilidade Saber quanto produziria e quais as possibilidades de uso e de consumo tornou-se uma necessi- dade. O governo e a Igreja começaram a introduzir inovações no processo de comercialização. O termo contabilitá surgiu na Itália, por volta do século XIII. Você sabe o que significa inventário? Significa listagem detalhada das propriedades deixadas pela pessoa que morreu, para que a partilha dos bens seja efetuada. Em con- tabilidade, geralmente é uma listagem detalhada de mercadorias, produtos, etc. Leia mais em: <http://www.dicio.com.br/inventario/>. NÓS QUEREMOS SABER! Os desenhos e gravações feitos pelo homem da antiguidade já registravam as primeiras escritas contábeis. Os registros eram feitos em peças de argila, retangulares ou ovais, que secavam ao sol. Os primeiros registros destinavam-se a contar os rebanhos e os sacos das produções de grãos. Figura 5 – Tábuas de argila. Fonte: Josmael Bardour, 2010. O homem começou a preocupar-se com o aumento de suas posses. Não conseguia mais me- morizá-las, necessitando, portanto, de instrumentos que dessem, de forma simples, o registro de seus bens. O sistema contábil tornou-se dinâmico, evoluindo para registros diários, sendo agrupados e sin- tetizados em informações mensais, chamadas balancetes mensais e balanços anuais, que tinham por objetivo apresentar o total de bens do comerciante. 19 Você sabia que o pensamento contábil é dividido em escolas? Há três escolas do pen- samento contábil: a Escola Lombarda, a Escola Toscana e a Escola Veneziana. A Escola Veneziana foi chefiada por Fábio Besta. É considerado o maior contador moderno. Sua obra, La Regionera, inicia a era do controle. O trabalho primordial do autor foi demonstrar o elemento fundamental da conta, ou seja, o valor. A partir de Besta, inicia- -se a escola norte-americana, cujos autores baseiam-se nos trabalhos realizados por Fábio Besta. NÓS QUEREMOS SABER! A preocupação com as propriedades e a riqueza é uma constante do homem da Antiguidade, e ele teve que ir aperfeiçoando seu instrumento de avaliação da situação patrimonial à medida que as atividades foram-se desenvolvendo em dimensão e em complexidade. A contabilidade põe ordem nos lugares em que reinava o caos, toma o pulso do empreendimento e compara uma si- tuação inicial com outra mais avançada no tempo. Hoje, está ocorrendo um enorme avanço nas instituições econômicas e sociais, o que tem exigido um sólido embasamento contábil. Os norte- -americanos estão à frente das inovações, atuando em pesquisas contábeis. A criação da Norma Internacional de Contabilidade veio para enfrentar os novos desafios impostos pelos grandes investidores, que desejam estar bem informados, com demonstrativos financeiros transparentes e apresentando as tendências desse mercado competitivo. Há uma preocupação também no Brasil. Antigamente, nossos legisladores estavam à frente dos profissionais contábeis. Hoje, possuímos contadores altamente qualificados. O Brasil, que inicialmente também foi influenciado pela es- cola italiana, agora aderiu às Normas Internacionais de Contabilidade, passando a adotar uma filosofia nitidamente americana. A história da contabilidade é muito antiga. Os primeiros sinais da existência de mercadorias mostra que o homem primitivo já estava preocupado em contar seus rebanhos, suas bebidas, apresentando exemplos de forma rudimentar de contabilidade. Mas a evolução da contabilida- de só surgiu com o aparecimento da moeda. Antigamente, os homens trocavam mercadorias e anotavam suas obrigações e seus direitos. Com o tempo, a preocupação com a propriedade e a riqueza fez com que o homem aperfeiçoasse o controle de seus bens, direitos e obrigações. Luca Pacioli publicou a primeira obra que marca o início da contabilidade moderna. A Ciência Contábil foi evoluindo, juntamente com a auditoria contábil, contribuindo para a melhoriadas informações. O surgimento de institutos de pesquisa norte-americanos, formados por diversas equipes e comissões interessadas nos princípios, procedimentos e normas contábeis, fez com que fossem criadas instituições, formando doutrinas de princípios contábeis. Hoje, há um refinamento das instituições, os investidores necessitam de informações rápidas e precisas. A evolução da contabilidade americana tem propiciado grandes avanços em pesquisa. O Brasil também está nesse caminho de avanço, aderindo às Normas Internacionais de Conta- bilidade e formando contadores altamente qualificados. 20 Laureate- International Universities Síntese Chegamos ao final deste capítulo. Muitas informações interessantes! Você pôde compreender: • que a noção de conta é tão antiga que muitos historiadores informam que os primeiros sinais da existência das contas remonta a 2.000 a.C.; • a trajetória de Frei Luca Pacioli, que viveu em Toscana no século XV e escreveu muitas obras, sendo a mais importante a Summa de Aritmética, Geometria, Proportioni et Proporcionalitá, impressa em Veneza, que mostra como os comerciantes italianos contabilizavam suas mercadorias. Foi ele que apresentou um método chamado partidas dobradas; • o método das partidas dobradas que, embora não se tenha certeza de onde começou, sabe-se que foi na Itália que se obteve a primeira informação escrita. O aparecimento desse método trouxe outros trabalhos de diversos autores, fazendo com que a contabilidade fosse vista como um processo de gestão; • o desenvolvimento do mercado de capital e o surgimento de grandes empresas e gigantescas corporações fez com que os Estados Unidos desenvolvessem trabalhos sérios na área contábil. Um conjunto de normas expandiu-se por todo o continente. Hoje, as teorias e práticas contábeis são trazidas pela escola norte-americana. Síntese 21 Referências ATTIE, W. Auditoria: conceitos e aplicações. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2009 BRASIL. Presidência da República. Decreto-lei no 64.567, de 22 de maio de 1969. Regula- menta dispositivos do Decreto-lei no 486, de 3 de março de 1969, que dispõem sôbre a escritu- ração e livros mercantis e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/decreto/1950-1969/D64567.htm>. Acesso em: 24 jul. 2015. Contador Filipino em Pau Santo e Marfim. Disponível em: http://www.leiloes-antiguidades.com. pt/pt/blog-antiguidades-velharias/20118/contador-marfim.aspx. Acesso em: 27 jul. 2015. HENDRIKSEN, E. Teoria da contabilidade. São Paulo: Atlas, 2012. HOOG, W. A. Z. Exame de suficiência em contabilidade: teoria da contabilidade. São Pau- lo: Juruá, 2012. INFOMONEY. Glossário. 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