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Direito Tributário - Estudo Dirigido

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1. No que se refere à receita pública estatal, qual é a diferença entre a receita pública originária, derivada e a extraordinária? Exemplifique.
Originária: não decorre da coerção e da soberania estatal, mas de um contrato ou de uma manifestação bilateral de vontade, por exemplo: receitas de aluguéis pela locação de bens públicos, preços públicos obtidos pela venda de produtos ou serviços produzidos ou prestados por empresas públicas e sociedades de economia mista, tarifas exigidas pelas entidades prestacionais, multas contratuais, doações recebidas e dividendos oriundos de empresa estatal lucrativa.
Derivada: obtidas por imposição coativa e de manifestação soberana do Estado. Agrupam rendimentos do setor público que procedem do setor privado da economia. Referem-se a prestações tributárias ou não tributárias, por exemplo: tributos (impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições), multas (administrativas e penais) e reparações de guerra.
Extraordinárias: ingresso temporário, irregular e contingente, por exemplo: imposto extraordinário de guerra; empréstimo compulsório para calamidade pública ou para guerra externa.
2. O que dispõe o art. 5º do CTN em relação os tributos?
Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria.
3. Que tributos podemos dizer que são contraprestacionais?
 Artigos. 145, II, CF e 77 do CTN, temos que as taxas são tributos cujo fato gerador é vinculado. São tributos retributivos ou contraprestacionais, uma vez que não podem ser cobradas sem que o Estado exerça o poder de polícia ou preste ao contribuinte, ou coloque a sua disposição, um serviço público específico e divisível.
4. O que diferencia a taxa da tarifa?
Taxa é modelo de tributo, que quando paga, corresponde a uma direta contraprestação, cobrada pelo Estado, por exemplo, taxa de poder de polícia. 
Tarifa é um preço público, normalmente cobrado por uma empresa que possui concessão pública para executar determinado serviço.
5. Em relação às fontes do Direito Tributário, quais são os atos normativos primários e secundários?	
Primários - buscam seus fundamentos diretamente da CF, são capazes de inovar no ordenamento jurídico, criando direitos e obrigações. em desacordo com o seu fundamento de validade são inconstitucionais
Secundários - quais sejam aqueles cujo fundamento de validade é uma norma infraconstitucional (leis, por exemplo). em desacordo com o seu fundamento de validade são ilegais
6. Sobre a interpretação da legislação tributária, o que dispõe o CTN sobre a interpretação literal e a interpretação benigna (mais favorável ao acusado)?
Literal – disponha sobre suspensão ou exclusão do crédito tributário/outorga de isenção/ dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias.
Benigna – mais favorável em caso de dúvida quanto: à capitulação legal do fato/à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos/à autoria, imputabilidade, ou punibilidade/à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.
7. Acerca do Sistema tributário nacional e diante da classificação da competência tributária estudada, diferencie a competência privativa, da comum e da residual. Explique em que consiste a competência tributária residual da União constante do art. 154, I da CF.
Privativa: são aquelas destinadas apenas a determinado ente político
Comum: são aquelas conferidas a todos os entes políticos, concomitantemente.
Residual: atribuída apenas a União, que pode instituir tributos que não são expressamente previstos na constituição (art. 154 da CF)
8. Que tipo de contribuições é permitido à União instituir?
Contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas Art.149
9. Quais são os impostos federais?
Imposto de Importação (II), Imposto de Exportação (IE), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), IFPJ, IRPF, Imposto sobre Propriedade Territorial Rural (ITR), COFINS, CIDE.
10. Quais são os impostos estaduais?
Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS), ITCMD, IPVA
11. Quais são os impostos municipais?
ITBI, ISS, IPTU
12. Em relação ao IPI, que características apresenta? O aumento e a redução de alíquota do IPI só podem ocorrer por lei?
Função arrecadatória, seletivo em função da essencialidade do produto. Diz-se que o imposto é seletivo, quando tributa os produtos de acordo coma sua utilidade. À medida que o produto for adquirindo uma utilidade secundária, a tributação será aumentada. O IPI, portanto, é um tributo que onera mais os produtos supérfluos e beneficia aqueles que são méis essenciais. O Aumento só por lei, a diminuição pode ser por decreto.
13. Em relação ao IOF, que características apresenta? A competência para a instituição desse tributo é de que ente?
Incide sobre operações de câmbio, crédito ou seguros, Imposto Federal União.
14. Em relação ao IPVA, como ocorre a repartição da sua receita tributária pelo ente competente?
50% do produto da arrecadação pertence aos municípios e 50% aos Estados.
15. Qual é o fato gerador do IPTU, nos termos do que prevê o art. 32 do CTN?
A propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município
16. O que dispõe a CRFB em relação à contribuição sobre o serviço de iluminação pública?
Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública
17. Quais são os princípios que norteiam a atividade tributária estudados? Explique cada um.
Legalidade (150, I/CF): para instituição de tributos, faz-se necessária uso de lei; LO: regulamenta a maioria dos tributos; LC: empréstimos compulsórios, impostos sobre grandes fortunas e empréstimos residuais da União. 
Isonomia (150, II/CF): instituir tributos de forma a atender todos os contribuintes, podendo estabelecer isenção de IPI, ICMS e IPVA – aquisição de veículos por portadores de deficiência.
Irretroatividade (150, III, A/CF): proíbe cobrar tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. Exceção: retroação benéfica, penalidade menos severa para o contribuinte (multa) 106, C/CTN.
Anterioridade Anual (150, III, B/CF): publicado tributo, exercício somente no ano financeiro seguinte. Ex.: tributo publicado JAN/AGO, eficácia se dará no ano seguinte. Exceção: II, IE, IOF, IPI, IGuerra, Empréstimo Calamidade e Guerra, CIDE e ICMS – base de cálculo.
Anterioridade Nonagesimal (150, III, C/CF): lei que altera ou institui tributo não poderá ser cobrada antes de 90 dias. Ex.: lei publicada em DEZ/JAN esperar 90 dias para eficácia. Exceção: II, IE, IR, IOF, IGuerra, IPVA e IPTU – base de cálculo.
Capacidade Contributiva (145, §1º/CF): possibilidade legal de estabelecer alíquotas (aumentar ou diminuir) variáveis em razão dessa capacidade. Somente aos tributos IR, IPTU e ITR. 
Não Limitação ao Tráfego (150, V/CF): nenhum ente pode estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens através da criação de tributos. Exceção: cobrança de pedágio – objetivo conservação das vias.
Não Confisco (150, IV/CF): vedado o uso do tributo com efeito confisco. Ele deve ser estabelecido em proporções suportáveis ao contribuinte, sem excessividade onerosa
Uniformidade Geográfica (151, I/CF): a tributação da união deverá ser uniforme em todo território, sem distinções em relação aos entes.
18. Sobre o princípio da anterioridade tributária, qual é o conceito, o conteúdo e os efeitos desse princípio? O princípio comporta exceções? E o princípio da anualidade, se confunde com o da anterioridade? Exemplifique as situações com os respectivos tributos.
Anterioridade Anual (150, III, B/CF): publicado tributo, exercício somente no ano financeiro seguinte. Ex.: tributo publicado JAN/AGO, eficácia se dará no ano seguinte. Exceção: II, IE, IOF, IPI, IGuerra, EmpréstimoCalamidade e Guerra, CIDE e ICMS – base de cálculo.
Anulidade: nenhum tributo será cobrado em cada exercício sem prévia autorização orçamentária. As receitas e as despesas, correntes e de capital, devem ser previstas com base em planos e programas com duração de um ano.
19. Sobre as limitações constitucionais ao poder de tributar, responda:
i. O que dispõe a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a imunidade do papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos (art. 150, VI, “d” da CF)? Seria restrita ao papel, não sendo extensiva aos filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos? O que dispõe a súmula 657 do STF?
Não. Os papeis destinado a impressão, papeis fotográficos, filmes, livros digitais, jornais ou periódicos também serão beneficiados pelo não pagamento dos impostos. A imunidade prevista no art. 150, VI, "d", da Constituição Federal abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos (Sumula 657/STF)
ii. O que dispõe a súmula 724 do STF sobre a imunidade do art. 150, VI, “c” da CF?
Afasta a incidência do IPTU sobre os imóveis de propriedade das instituições de assistência social sem fins lucrativos, mesmo que alugados a terceiros, desde que o valor dos aluguéis seja aplicado nas suas atividades essenciais (Súmula 724/STF).
iii. É possível que sejam concedidas isenções heterônomas, diante do art. 151, III do CTN? Explique.
Sim, quando um ente federativo, diferente daquele que detém a competência para instituir o tributo, concede o benefício fiscal da isenção tributária. O instituto da isenção tributária está regulado nos artigos 176 a 179 do Código Tributário Nacional, tratando-se de forma de exclusão do crédito tributário. Nos termos do CTN, a exclusão do crédito tributário é o impedimento, por lei, do seu lançamento, ainda que haja obrigação tributária. Em outros termos, com a isenção tributária dispensa-se a arrecadação do respectivo tributo.
iv. Os arts. 176, 177, 178 e 179 do CTN dispõem sobre a isenção. Nesse sentido, responda: a) É possível a concessão da isenção, se não for em caráter geral? b) É possível ser revogada ou modificada a isenção por lei, se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições?
a) Sim, necessitando de despacho da autoridade administrativa para ser efetivada, decorrente de requerimento do interessado em sua obtenção, através do qual irá provar que preenche todas as condições e requisitos estabelecidos na lei isentiva (art. 179, CTN).
b) Prevê o CTN, em seu art. 178, que a isenção pode ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições. Assim, somente a isenção alcunhada de onerosa, ou seja, concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, não poderá ser revogada
v. A imunidade prevista no art. 150, vi, “a” da CF se refere a todos os tributos?
Não. A imunidade recíproca, assim como todas as imunidades do art. 150, abrange somente impostos. Outros tributos, como as taxas e as contribuições, podem incidir sobre o patrimônio, renda ou serviços dessas pessoas.

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