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Direitos Reais até usucapião de bens imóveis

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Prévia do material em texto

Apresentação da 
disciplina e noções 
introdutórias sobre 
Direitos Reais
Direitos Reais ou DIREITO DAS COISAS
COISAS suscetíveis de apropriação pelo homem
COISAS do mundo físico,
sobre as quais se pode
exercer o PODER DE
DOMÍNIO
BENS CORPÓREOS, existentes
no mundo físico, tangíveis pelo
homem
ATENÇÃO! Há bens jurídicos que não são coisas, como a
liberdade, a honra, a vida...
É indispensável a compreensão, logo de início, da 
distinção que há entre PROPRIEDADE e POSSE
PROPRIEDADE
Entendida como o mais completo
direito real, do qual se extraem ou se
visualizam, por seus poderes, todos os
demais direitos reais, a propriedade é
tratada e garantida como direito
fundamental no Art. 5º, XXII, da CF.
POSSE
MATRÍCULA DO 
IMÓVEL
POSSE
● DOMÍNIO FÁTICO da pessoa
sobre a coisa:
Pode ou não, o possuidor, ser o
titular do direito a que a posse se
refere
A posse há de ser vista como uma
CIRCUNSTÂNCIA FÁTICA tutelada pelo Direito
O direito real consiste no poder jurídico, direto e imediato, do
titular sobre a coisa, com exclusividade e contra todos
No polo passivo:
os membros da 
coletividade
No polo ativo:
o titular do direito 
real sobre a 
coisa
Todos devem abster-se de qualquer atitude
que possa TURBAR O DIREITO DO TITULAR
Ao violar-se o dever de não
turbar o direito real alheio,
determina-se o sujeito passivo
até então indeterminado
Efeito erga 
omnes
Direitos Reais x Direitos Pessoais
DIREITO REAL: é o que afeta a coisa direta e
imediatamente, sob todos ou sob certos respeitos
Domínio
Elementos no Direito Real
● sujeito ativo
(sujeito de direito)
● a coisa
(objeto de direito)
● o domínio
sobre a coisa
Servidão
Elementos no Direito Pessoal
DIREITO PESSOAL: relação jurídica de pessoa a pessoa,
por meio da qual o sujeito ativo pode exigir do sujeito passivo
determinada prestação
● sujeito ativo
(titular de direito)
● sujeito passivo
(devedor)
● determinada 
prestação
(objeto de direito)
Caracteres distintivos
Prévia publicidade a obrigar a sociedade (sujeito passivo) a abster-se de
praticar qualquer ato contrário ao direito sobre a coisa (obrigação negativa),
sob pena do ajuizamento de uma:
Direito real
modo de exercício
Quanto ao direito real, sua EFETIVAÇÃO é
DIRETA, sem a intervenção de quem quer que
seja. Não depende da colaboração de nenhum
sujeito passivo para existir e ser exercido
No direito pessoal, supõe-se necessariamente a
intervenção de outro sujeito de direito.
AÇÃO REAL
Direito Pessoal
● O OBJETO DO DIREITO REAL há de ser,
necessariamente, uma COISA DETERMINADA
No direito pessoal, a prestação do devedor pode ter por objeto COISA
GENÉRICA, bastando que seja DETERMINÁVEL
● A VIOLAÇÃO DE UM DIREITO REAL consiste sempre em
um FATO POSITIVO
O mesmo não se verifica sempre com o direito pessoal
● O DIREITO REAL só encontra um sujeito passivo
concreto no momento em que é violado. ENQUANTO NÃO
HÁ VIOLAÇÃO, dirige-se contra todos, em geral, e contra
ninguém, em particular
O DIREITO PESSOAL dirige-se, desde o seu nascimento,
contra uma pessoa determinada, e somente contra ela.
● O DIREITO REAL concede ao titular um GOZO
PERMANENTE, porque tende à perpetuidade
DIREITO PESSOAL é eminentemente TRANSITÓRIO. Extingue-se no
momento em que a obrigação correlata é cumprida
Principiologia dos 
Direitos Reais
Princípios fundamentais dos direitos reais
● PRINCÍPIO DA ADERÊNCIA, ESPECIALIZAÇÃO
OU INERÊNCIA
Estabelece um vínculo, uma relação direta, imediata
e de SENHORIA ENTRE O SUJEITO E A COISA,
não dependendo da colaboração de nenhum sujeito
passivo para existir
A aderência do direito real à coisa diz
respeito à permanente incidência
desse direito (o real) sobre o bem,
ainda que este bem circule de mão
em mão e se transmita a terceiros. O
direito real segue a coisa, em
poder de quem quer que ela se
encontre. A tutela do direito real é
sempre mais enérgica e eficaz que a
do direito de crédito (direito pessoal).
Alusão ao filme Onde os fracos não têm
vez, em que um sinalizador é inserido em
uma maleta com dinheiro, seguindo a coisa
em poder de quem com ela se encontra.
Art. 1.228. O proprietário tem a faculdade de USAR, GOZAR
e DISPOR da coisa, e o direito de REAVÊ-LA do poder de
quem quer que injustamente a possua ou detenha.
O PRINCÍPIO DA ADERÊNCIA se encontra no Art. 1.228 do CC
Usar
Gozar
Dispor
Reaver
PODERES INERENTES À PROPRIEDADE
Fruir
Usar
Dispor
Reaver
O DIREITO REAL adere à coisa como a LEPRA AO CORPO.
Acompanhará sempre a coisa, independentemente de
usurpações
GRAVADO DETERMINADO BEM, como no caso da servidão,
nenhuma transmissão o afetará, pois, seja qual for o
proprietário do prédio serviente, terá de suportar o encargo
Como ferro em gado.
PRINCÍPIO DO ABSOLUTISMO
DIREITO REAL se exerce ERGA OMNES, ou
seja, CONTRA TODOS, que devem se abster
de molestar o titular, de onde surge o DIREITO
DE SEQUELA ou DE PERSEGUIR a coisa e
de reivindicá-la em poder de quem quer que
esteja (ação real), bem como o DIREITO DE
PREFERÊNCIA.
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE OU DA VISIBILIDADE
Os direitos reais sobre IMÓVEIS só se adquirem com o REGISTRO DO
RESPECTIVO TÍTULO no Cartório de Registro de Imóveis.
Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só
se adquirem com o REGISTRO NO CARTÓRIO de Registro de Imóveis dos referidos títulos
(arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Código.
Já sobre os MÓVEIS, só depois da tradição 
Art. 1.226. Os direitos reais sobre coisas móveis, quando constituídos, ou transmitidos por atos
entre vivos, só se adquirem com a TRADIÇÃO.
Por serem oponíveis erga omnes, faz-se necessário que todos possam conhecer os seus
titulares, para não molestá-los. O REGISTRO e a TRADIÇÃO atuam como meios de
publicidade da titularidade dos direitos reais
PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE OU NUMERUS CLAUSUS
A lei enumera os direitos reais de forma taxativa, não ensejando, assim, aplicação
por analogia. O número dos direitos reais é, portanto, limitado, taxativo, considerados
somente os elencados na lei (numerus clausus)
Art. 1.225. São direitos reais:
I. PROPRIEDADE VIII. PENHOR
II. SUPERFÍCIE IX. HIPOTECA
III. SERVIDÕES X. ANTICRESE
IV. USUFRUTO XI. CONCESSÃO DE USO ESPECIAL
PARA FINS DE MORADIA
V. USO XII. CONCESSÃO DE DIREITO REAL DE
USO
VI. HABITAÇÃO XIII. LAJE
VII. DIREITO DO PROMITENTE
COMPRADOR DO IMÓVEL
PRINCÍPIO DA TIPICIDADE
Somente os direitos “constituídos e configurados à luz dos tipos rígidos
(modelos) consagrados no texto positivo é que poderão ser tidos como reais. Estes
tipos são previstos pela lei de forma taxativa”.
PRINCÍPIO DA PERPETUIDADE
A propriedade é um direito perpétuo, pois NÃO SE PERDE PELO NÃO USO, mas
somente pelos meios e formas legais:
● desapropriação
● usucapião
● renúncia
● ABANDONO
O NÃO USO NÃO SE CONFUNDE 
COM ABANDONO
PRINCÍPIO DA EXCLUSIVIDADE
NÃO PODE HAVER DOIS DIREITOS REAIS, DE IGUAL CONTEÚDO, SOBRE A
MESMA COISA. Duas pessoas não ocupam o mesmo espaço jurídico, deferido com
exclusividade a alguém, que é o sujeito do direito real. Assim, não é possível instalar-
se direito real onde outro já exista. No condomínio, cada consorte tem direito a
porções ideais, distintas e exclusivas
PRINCÍPIO DO DESMEMBRAMENTO
Conquanto os direitos reais sobre coisas alheias tenham normalmente mais
estabilidade do que os obrigacionais, são também transitórios, pois, como exposto,
desmembram-se do direito-matriz, que é a propriedade. Quando se extinguem, como
no caso de morte do usufrutuário, por exemplo, o poder que existia em mão de seus
titulares retorna às mãos do proprietário, em virtude do princípio da consolidação.
Este, embora seja o inverso daquele, o complementa e com ele convive.
Obrigações propter rem
FIGURAS HÍBRIDAS OU INTERMEDIÁRIAS
DIREITO DE 
PROPRIEDADE
Direito real por excelência
CRÉDITO DE QUANTIA 
CERTA
Direito pessoal mais característico
Há uma grande variedade de figuras que, à medida que se 
distanciamdos extremos, tendem a se confundir.
Muro comum: 
Direito real ou 
obrigação?! 
DIREITOS REAIS INOMINADOS 
OBRIGAÇÕES PROPTER REM
OBRIGAÇÕES “PROPTER REM”
Recaem sobre as pessoas, por força de determinado direito real
Art. 1.277. O proprietário ou o possuidor de um prédio tem o
direito de fazer cessar as interferências prejudiciais à
segurança, ao sossego e à saúde dos que o habitam,
provocadas pela utilização de propriedade vizinha.
Só existem tais obrigações em razão da situação jurídica do obrigado, de titular
do domínio ou de detentor de determinada coisa.
São obrigações que, embora atreladas a direitos reais, com eles não se
confundem. Enquanto os REAIS REPRESENTAM DIREITOS SOBRE AS
COISAS ou nas coisas, as OBRIGAÇÕES PROPTER REM SÃO
CONCEBIDAS COMO DIREITOS POR CAUSA DAS COISAS ou advindos
das coisas
● Obrigação imposta ao condômino de concorrer para as despesas
de conservação da coisa comum (Art. 1.315 do CC)
● Obrigação de não alterar, o condômino, a fachada do prédio (Art. 
1.336, III)
● Obrigação de dar caução pelo dano iminente (dano infecto)
quando o prédio vizinho estiver ameaçado de ruína (Art. 1.280);
● Obrigação que tem o dono da coisa perdida de recompensar e
indenizar o descobridor (Art. 1.234)
● Obrigação de os donos de imóveis confinantes concorrerem para
as despesas de construção e conservação de tapumes divisórios
(Art. 1.297, § 1º) ou de demarcação entre os prédios (Art. 1.297);
● Obrigação de indenizar benfeitorias (Art. 1.219) etc.
ÔNUS REAIS ≠ OBRIGAÇÕES PROPTER REM
Ônus reais são obrigações que LIMITAM O USO E GOZO
DA PROPRIEDADE, constituindo gravames ou direitos
oponíveis erga omnes, como, por exemplo, a RENDA
CONSTITUÍDA SOBRE IMÓVEL.
Aderem e acompanham a coisa. Por isso se diz que
QUEM DEVE É A COISA E NÃO A PESSOA.
a) A RESPONSABILIDADE pelo ônus real é LIMITADA AO BEM
ONERADO, não respondendo o proprietário além dos limites
do respectivo valor, pois É A COISA QUE SE ENCONTRA
GRAVADA; na obrigação propter rem, diferentemente,
responde o devedor com todos os seus bens, de forma
ilimitada, pois é o devedor que se encontra vinculado;
a) Os ônus reais desaparecem, perecendo o objeto, enquanto os
efeitos da obrigação propter rem podem permanecer, mesmo
havendo perecimento da coisa;
a) Os ônus reais implicam sempre uma prestação positiva,
enquanto a obrigação propter rem pode surgir com uma
prestação negativa;
a) Nos ônus reais, a ação cabível é de natureza real; nas
obrigações propter rem, é de índole pessoal.
OBRIGAÇÕES COM EFICÁCIA REAL
São as que, sem perder seu caráter de direito a uma prestação, transmitem-
se e são oponíveis a terceiro que adquira direito sobre determinado bem.
Certas obrigações resultantes de contratos alcançam, por força de lei, a
dimensão de direito real.
Art. 576. Se a coisa for alienada durante a locação, o adquirente não ficará
obrigado a respeitar o contrato, se nele não for consignada a cláusula da
sua vigência no caso de alienação, e não constar de registro.
§ 1o O registro a que se refere este artigo será o de Títulos e Documentos
do domicílio do locador, quando a coisa for móvel; e será o Registro de
Imóveis da respectiva circunscrição, quando imóvel.
§ 2o Em se tratando de imóvel, e ainda no caso em que o locador não
esteja obrigado a respeitar o contrato, não poderá ele despedir o locatário,
senão observado o prazo de noventa dias após a notificação.
Noções gerais sobre a 
posse
Noções gerais sobre POSSE
● Domínio fático da pessoa sobre a coisa:
O possuidor encontra-se em uma situação de fato,
aparentando ser o proprietário
Pode ou não, o possuidor, ser o titular do direito a que 
a posse se refere
A posse há de ser vista como uma 
circunstância tutelada pelo Direito
FATO DO QUAL DERIVAM EFEITOS DE IMPORTÂNCIA 
JURÍDICA E SOCIAL
TEORIAS DA POSSE
● Teoria SUBJETIVA de
Decomposta em 2 (dois) elementos:
1) ANIMUS Intenção de ter a coisa
2) CORPUS O poder material sobre a coisa
Possuidor seria aquele que, além da intenção de se
assenhorar do bem (animus), dispõe do poder
físico/material sobre ele (corpus)
Friedrich Karl Von Savigny
1779 - 1861
Desdobramentos e dificuldades da TEORIA SUBJETIVA:
● ANIMUS na posse direta em casos de locação e
comodato.
● ANIMUS DOMINI ≠ ANIMUS POSSIDENDI
Em tais casos, não há intenção do possuidor, EM REGRA,
de ter a coisa como sua.
O ANIMUS DOMINI como a intenção de exercer em nome
próprio o direito de propriedade.
ANIMUS POSSIDENDI como a intenção de exercer o
direito real, como sendo o seu titular, prática que se traduz
nos correspondentes atos materiais do proprietário.
TENDÊNCIA GENERALIZADORA:
O ANIMUS como a intenção de o
possuidor exercer sobre as coisas
um poder no interesse próprio
● Teoria OBJETIVA de
Possuidor seria aquele que,
mesmo sem dispor do poder
material sobre o bem, comporta-
se como se seu proprietário
fosse, inclusive imprimindo-lhe
destinação
O critério para a verificação da existência
da posse é a maneira pela qual o
proprietário exerce, DE FATO, sua
propriedade
Rudolf Von Ihering
TEORIA SOCIOLÓGICA DA POSSE
A posse se explica e se justifica pela sua função
social, e não pelo mero interesse pessoal de
quem a exerce
A posse constitui direito autônomo em relação à
propriedade e deve expressar o aproveitamento dos
bens para o alcance de interesses existenciais,
econômicos e sociais merecedores de tutela
Enunciado 492 da V Jornada de Direito Civil
TEORIA ADOTADA PELO CÓDIGO CIVIL
Na visão de Pablo Stolze o Código Civil brasileiro
adota a teoria objetiva de IHERING
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem
DE FATO o exercício, pleno ou não, de algum dos poderes
inerentes à propriedade.
Mesmo não sendo proprietário, o sujeito comporta-se
como tal
Distinção entre posse e DETENÇÃO
● Aquele sujeito do poder de fato que quer ser considerado
proprietário, que SE COMPORTA COMO SE EXERCESSE
UMA PROPRIEDADE é um POSSUIDOR.
Art. 1.198. Considera-se detentor aquele que, achando-se
em relação de dependência para com outro, conserva a
posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou
instruções suas.
Já o DETENTOR: 
Exemplo de DETENTOR
Ver RESP 1.188.937/RS – págs. 64 a 65
FÂMULO DA POSSE
Aquele que, em relação
de dependência com o
proprietário do bem, age
de acordo com as
determinações deste.
Detentor que exerce
sobre a coisa, não um
poder próprio, mas
dependente.
Há mera detenção também nas hipóteses
previstas no Art. 1.208 do Código Civil
Art. 1.208. Não induzem posse os atos de mera
permissão ou tolerância assim como não
autorizam a sua aquisição os atos violentos, ou
clandestinos, senão depois de cessar a violência
ou a clandestinidade.
CLASSIFICAÇÃO DA POSSE
● POSSE DIRETA
● POSSE INDIRETA
Quanto ao exercício de gozo:
Exercida mediante o
poder material ou contato
direto com a coisa.
Exemplo: locatário
Exercida por via
oblíqua.
Exemplo: locador
● POSSE JUSTA
Quanto à existência de vício:
A que não for violenta,
clandestina ou precária.
Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta,
clandestina ou precária.
É a posse sem vício. A violência empregada para
a recuperação incontinenti da posse, nos termos
do Art. 1.210, § 1º, do CC, não a torna viciada.
● POSSE INJUSTA violenta, clandestinaou precária.
Violenta: a posse que se adquire por ato de
força, natural ou física, moral ou resultante de
ameaças que incutam na vítima sério receio.
Clandestina: a posse que se adquire por via de
um processo de ocultamento, em relação àquele
contra quem é praticado o apossamento.
Precária: é a do fâmulo na posse, isto é,
daquele que recebe a coisa com a obrigação de
a restituir, e arroga-se a qualidade de possuidor,
abusando da confiança, ou deixando de
devolvê-la ao proprietário, ou ao legítimo
possuidor.
● POSSE DE BOA-FÉ
Quanto à legitimidade do título:
O possuidor desconhece
o vício que macula a sua
posse ou o obstáculo que
impede a aquisição da
coisa. (Art. 1.201 do CC)
● POSSE DE MÁ-FÉ
As circunstâncias fazempresumir que o possuidor
não ignora que possui
indevidamente. (Art. 1.202)
● POSSE NOVA
Quanto ao tempo:
Menos de ano e dia.
(Art. 558 do CPC)
● POSSE VELHA Mais de ano e dia.
(294 a 304 e 311 do CPC)
Ver Pág. 77.
● AD INTERDICTA
Quanto à proteção:
Gera direitos de defesa
da posse, mas não
conduz à usucapião.
● AD USUCAPIONEM
Tem aptidão de
resultar na aquisição
da propriedade
Ex.: Posse do locatário
COMPOSSE
Situação excepcional, Traduz a ideia de posse
em comum (Art. 1.199 do CC).
Art. 1.199. Se duas ou mais pessoas possuírem
coisa indivisa, poderá cada uma exercer sobre
ela atos possessórios, contanto que não excluam
os dos outros compossuidores.
COMPOSSE
● Pro diviso: quando os possuidores, posto
tenham direito à posse de todo o bem, delimitam
áreas para o seu exercício (Ex.: irmãos,
condôminos e compossuidores do mesmo imóvel,
resolvem delimitar a área de uso de cada um).
COMPOSSE
● Pro indiviso: quando os possuidores indistinta
e simultaneamente exercem atos de posse sobre
todo o bem
Exemplo ilustrativo de COMPOSSE é a exercida
pelos herdeiros em face do acervo, durante o
inventário
Aquisição, perda e 
efeitos da posse
● Os momentos de aquisição e de perda da
posse?
● A legitimação para adquiri-la e quem poderá
perdê-la?
● De que forma a aquisição e a perda
ocorrem?
INTERESSA-NOS SABER:
Art. 1.204. Adquire-se a posse desde o momento em
que se torna possível o exercício, em nome próprio,
de qualquer dos PODERES INERENTES À
PROPRIEDADE.
Usar
Gozar
Dispor
Reaver
PODERES INERENTES À PROPRIEDADE
Fruir
Usar
Dispor
Reaver
● MOMENTO de aquisição
Fruir
Usar
Dispor
● Elemento subjetivo. Em
nome alheio não há posse,
apenas detenção.
da coisa
Alguém, em 
nome próprio
passa a
A delimitação do MOMENTO DA AQUISIÇÃO DA
POSSE é fundamental para diversos efeitos
jurídicos, a exemplo da AQUISIÇÃO DO DIREITO
DE PROPRIEDADE, na usucapião.
O TEMPO em sua dimensão dinâmica,
gerador de um específico efeito jurídico:
A AQUISIÇÃO DO DIREITO DE
PROPRIEDADE, MEDIANTE O EXERCÍCIO
DA POSSE COM O ÂNIMO DE SER DONO
O reconhecimento da POSSE, COMO ESTADO DE
FATO, importa na possibilidade também da sua
TRANSMISSÃO ENTRE VIVOS (inter vivos) e
ENTRE A PESSOA FALECIDA E OS SEUS
HERDEIROS (mortis causa)
Nesse sentido, os artigos 1.206 e 1.207 do CC:
Art. 1.206. A POSSE TRANSMITE-SE AOS HERDEIROS
ou LEGATÁRIOS DO POSSUIDOR com os mesmos
caracteres.
HERDEIROS
A posse transmite-se aos
HERDEIROS ou LEGATÁRIOS
com os mesmos caracteres.
Portanto, eventual vício na
posse do antecessor
permanece na do sucessor
POSSUIDORA
ATENÇÃO! lembrar que a LEGATÁRIA é
SUCESSORA SINGULAR e não UNIVERSAL
LEGATÁRIA
A
LEGATÁRI
A
SUCESSORA SINGULAR
Art. 1.207. O SUCESSOR UNIVERSAL continua de
direito a posse do seu antecessor;
Sucessor universal 
Sucessores universais 
Caso de herança legítima, em que a lei preconiza a
continuidade (...)
Sucessor singular 
Caso de compra e venda, doação ou legado,
em que a lei preconiza a união de posses
Art. 1.207. (...) ao sucessor singular é facultado unir
sua posse à do antecessor, para os efeitos legais.
Sucessor singular
X + Y = Z
Amplitude da posse
Art. 1.209. A posse do imóvel faz presumir, até
prova contrária, a das coisas móveis que nele
estiverem.
A presunção aqui é juris tantum, isto
é, relativa, condicional da existência
de um fato, até que se apresente
prova em contrário.
● A LEGITIMIDADE para aquisição da posse
Art. 1.205. A posse pode ser adquirida:
I - PELA PRÓPRIA PESSOA QUE A PRETENDE ou
por seu representante;
II - por terceiro sem mandato, dependendo de
ratificação.
Em leitura do artigo acima, Pablo Stolze não vê
óbice para a AQUISIÇÃO DA POSSE POR
PESSOA INCAPAZ.
A explicação, em grande medida, está na CONVENÇÃO
INTERNACIONAL SOBRE OS DIREITOS DAS
PESSOAS COM DEFICIÊNCIA, direitos esses
ratificados, no Brasil, pelo Decreto Legislativo nº 186,
de 09 de julho de 2008, cujo Art. 12, item 2, dispõe:
Artigo 12 - Reconhecimento igual perante a lei
2. Os Estados Partes reconhecerão que as pessoas
com deficiência gozam de capacidade legal em
igualdade de condições com as demais pessoas em
todos os aspectos da vida.
“Se se trata, a posse, de uma situação de fato, a sua
aquisição independe da capacidade de quem, no plano
da realidade, exerce os poderes inerentes à propriedade.”
Pablo Stolze, pág. 84 do Vol. 5 do seu Novo Curso de Direito Civil
“Se os direitos decorrentes da posse serão administrados
pelo representante do incapaz, segundo o seu melhor
interesse, trata-se de um aspecto lógico consequencial
que não vai de encontro à sua causa aquisitiva.” Pablo
Stolze, pág. 84 do Vol. 5 do seu Novo Curso de Direito Civil
“a pessoa com deficiência – a quem, sem dúvida, pode
ser reconhecida a legitimidade para possuir – não é mais
considerada civilmente incapaz.” Pablo Stolze, pág. 84 do Vol.
5 do seu Novo Curso de Direito Civil
● Modalidades de PERDA DA POSSE
A posse é uma SITUAÇÃO DE FATO
Circunstâncias fáticas, portanto, operam a
perda da posse
Art. 1.223. Perde-se a posse quando cessa, embora
contra a vontade do possuidor, o poder sobre o bem,
ao qual se refere o Art. 1.196.
Art. 1.224. Só se considera perdida a posse para quem
não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele,
se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-
la, é violentamente repelido.
Conforme o Art. 1.223 do CC, opera-se a perda
da posse quando há a extinção do exercício, de
fato, sobre o bem, dos poderes inerentes à
propriedade
ESBULHO: Ato violento, em virtude do qual uma
pessoa é despojada ou desapossada de um bem
legítimo, caracterizando crime de usurpação.
Crime contra o patrimônio consistente em invadir
terreno ou edifício alheio, com o intuito de adquirir
a posse.
Difere da TURBAÇÃO, que apenas impede o
exercício pleno da posse
1) PERCEPÇÃO DOS FRUTOS E PRODUTOS
2) RESPONSABILIDADE PELA PERDA OU DETERIORAÇÃO
DA COISA
3) INDENIZAÇÃO PELAS BENFEITORIAS REALIZADAS
Efeitos da Posse
1) PERCEPÇÃO DOS FRUTOS E PRODUTOS
a) NATURAIS: gerados pelo bem principal sem
necessidade da intervenção humana direta.
Decorrem do desenvolvimento orgânico vegetal
(laranja) ou animal (crias de um rebanho)
QUANTO A NATUREZA
b) INDUSTRIAIS: decorrentes da atividade industrial
humana (bens manufaturados)
c) CIVIS: utilidades que a coisa frutífera periodicamente
produz, viabilizando a percepção de uma renda. Por
exemplo: juros ou aluguel.
a) COLHIDOS OU PERCEBIDOS: já destacados da coisa
principal, mas ainda existentes
QUANTO À LIGAÇÃO COM A COISA PRINCIPAL
b) PENDENTES: ainda se encontram ligados à coisa principal,
dela não destacados
d) ESTANTES: já destacados,
estocados e armazenados para venda
e) CONSUMIDOS: não existem mais
c) PERCIPIENDOS: deveriam ter sido
colhidos mas não o foram
2) RESPONSABILIDADE PELA PERDA OU
DETERIORAÇÃO DA COISA
Art. 1.217. O possuidor de boa-fé NÃO RESPONDE pela
perda ou deterioração da coisa, A QUE NÃO DER CAUSA.
TJRS - Apelação Cível 00685042420188217000
Art. 1.218. O possuidor de má-fé RESPONDE pela perda, ou
deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar
que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do
reivindicante.
Exemplo dado em Direito Civil III -
Contratos, especificamente na
locação, quando o locatário de traje
não o devolve dentro do prazo e a
coisa se perde ou se deteriora.
3) INDENIZAÇÃO PELAS BENFEITORIAS REALIZADAS
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das
benfeitorias NECESSÁRIAS e ÚTEIS, bem como, quanto às
VOLUPTUÁRIAS, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o
puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de
retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.
Art. 96. As benfeitorias podem ser VOLUPTUÁRIAS, ÚTEIS ou NECESSÁRIAS.
§ 1o São VOLUPTUÁRIAS as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso
habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.§ 2o São ÚTEIS as que aumentam ou facilitam o uso do bem.
§ 3o São NECESSÁRIAS as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se
deteriore.
Art. 1.220. Ao POSSUIDOR DE MÁ-FÉ serão ressarcidas
SOMENTE AS BENFEITORIAS NECESSÁRIAS; não lhe
assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de
levantar as voluptuárias.
Se não lhe forem pagas, o POSSUIDOR DE
BOA-FÉ poderá levantar as benfeitorias
voluptuárias, medida que o POSSUIDOR
DE MÁ-FÉ NÃO PODERÁ ADOTAR.
DISTINÇÃO ENTRE BENFEITORIA E ACESSÃO
BENFEITORIA em coisa já existente
ACESSÃO cria coisa nova
Sistema de proteção 
possessória
A PROTEÇÃO POSSESSÓRIA está presente
tanto no campo do Direito Material (DIREITO
CIVIL) quanto na disciplina normativa processual
(DIREITO PROCESSUAL CIVIL)
PREVISÕES NORMATIVAS DE 
TUTELA JURÍDICA DA POSSE
AUTODEFESA
REINTEGRAÇÃO
MANUTENÇÃO
SEGURANÇA CONTRA 
VIOLÊNCIA IMINENTE
PROTEÇÕES POSSESSÓRIAS DE DIREITO MATERIAL
§ 1º. O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou
restituir-se POR SUA PRÓPRIA FORÇA, contanto que o
faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir
além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
Duas formas de AUTOTUTELA da posse a serem
exercidas com prudência e proporcionalidade:
Art. 1.210. O possuidor tem direito de ser mantido na posse
em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado
de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado
Em caso de TURBAÇÃO
Diante da perturbação ou embaraço da posse,
pode-se atuar em LEGÍTIMA DEFESA
Em caso de ESBULHO
Diante da privação da posse, pode-se empreender
DESFORÇO INCONTINENTI ou IMEDIATO
POR PRÓPRIA FORÇA AUTODEFESA
contanto que o faça logo...
Mais abrangente do que a ideia de
resposta imediata, como delimitação
temporal
Manifestação no PRIMEIRO MOMENTO POSSÍVEL
CONDIÇÃO PARA AGIR “POR PRÓPRIA FORÇA”
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
Seção II
Da Manutenção e da Reintegração de Posse
Art. 560. O possuidor tem direito a ser MANTIDO
na posse em caso de TURBAÇÃO e
REINTEGRADO em caso de ESBULHO.
As ações possessórias, no CPC, vão do Art. 554 até o 598
TURBAÇÃO
Perturbação da posse
A posse não é perdida
Ação de MANUTENÇÃO DA POSSE, em que se
discute entraves que impedem o amplo e
irrestrito exercício da posse.
ESBULHO
Ação de REINTEGRAÇÃO DE POSSE, em que
se discute exclusivamente a posse do bem que
foi perdida.
Desapossar, despojar, usurpar
Posse perdida
AMEAÇA
INTERDITO PROIBITÓRIO, diante do justo receio de ser
molestado na posse, pode-se requerer ao juiz que segure o
possuidor direto ou indireto de turbação ou esbulho iminente,
mediante mandado proibitório em que se comine ao réu determinada
pena pecuniária caso transgrida o preceito
Art. 561. Incumbe ao autor provar:
I - sua posse;
II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;
III - a data da turbação ou do esbulho;
IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de
manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração.
posse II -I - TURBAÇÃO ESBULHO III - DATA IV -
Continuação 
da posse
Art. 562. Estando a PETIÇÃO INICIAL DEVIDAMENTE INSTRUÍDA, o
JUIZ DEFERIRÁ, sem ouvir o réu, a EXPEDIÇÃO DO MANDADO LIMINAR
DE MANUTENÇÃO OU DE REINTEGRAÇÃO, CASO CONTRÁRIO,
determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o
réu para comparecer à audiência que for designada
Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público NÃO SERÁ
DEFERIDA A MANUTENÇÃO OU A REINTEGRAÇÃO LIMINAR SEM PRÉVIA
AUDIÊNCIA DOS RESPECTIVOS REPRESENTANTES JUDICIAIS.
AUDIÊNCIA DE JUSTIFICAÇÃO
Apenas deve ser designada se o juiz não se
convencer suficientemente quanto ao
atendimento, pelo autor, dos requisitos do Art.
561 do CPC
Autodefesa
Reintegração
Manutenção
Violência já 
consumada
Prevenção para evitar 
que a violência se 
consuma
Imissão de posse
Apesar do 
nome, não 
protege a 
posse
Assegura que o titular de direito real,
principalmente da propriedade, possa
nela ingressar, pois ainda não a teve
Direito material
Interdito proibitório
Art. 1.210. O possuidor tem direito de ser mantido na posse em
caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de
violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado
REINTEGRAÇÃOESBULHO
MANUTENÇÃOTURBAÇÃO
INTERDITO 
PROIBITÓRIOAMEAÇA
IMISSÃO DE POSSE
NECESSIDADE DE INGRESSAR 
NA PROPRIEDADE
Art. 554 do CPC. A propositura de uma ação
possessória em vez de outra não obstará a que o juiz
conheça do pedido e outorgue a proteção legal
correspondente àquela cujos pressupostos estejam
provados.
PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE
Ver, também, Art. 557 do CPC, quanto à PENDÊNCIA
DE AÇÃO POSSESSÓRIA
Art. 557 do CPC. Na pendência de ação possessória
é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação
de reconhecimento do domínio, exceto se a
pretensão for deduzida em face de terceira pessoa.
Juízo POSSESSÓRIO
Juízo PETITÓRIO
Só se discute POSSE
Discute-se DOMÍNIO
Atenção! O DETENTOR não possui legitimidade
para as ações possessórias
As ações PETITÓRIAS versam sobre o direito de
propriedade ou qualquer outro direito real
As ações POSSESSÓRIAS se fundam na
simples posse
As ações POSSESSÓRIAS se fundam na
simples posse
Reintegração
Manutenção
Interdito proibitório
Perda da posse
Impossibilidade do 
exercício pleno da posse
Ameaça da perda ou de 
impossibilidade do 
exercício pleno da posse 
As ações PETITÓRIAS versam sobre o direito de
propriedade ou qualquer outro direito real
REIVINDICATÓRIA
Imissão na posse
Busca-se recuperar uma
posse perdida, com
base no domínio
Nunca se exerceu a posse
Exemplo:
Noções gerais sobre 
propriedade
PROPRIEDADE
Entendida como o mais completo
direito real, do qual se extraem ou se
visualizam, por seus poderes, todos os
demais direitos reais, a propriedade é
tratada e garantida como direito
fundamental no Art. 5º, XXII, da CF.MATRÍCULA DO 
IMÓVEL
PROPRIEDADE
DOMÍNIO
DIREITO DE PROPRIEDADE
Direito mais amplo que
domínio, abrangente de bens
materiais e imateriais
Restrito aos bens corpóreos, traduz
uma perspectiva material de poder,
de submissão da coisa
DIREITO À PROPRIEDADE
Direito constitucional, fundamental à moradia, de acesso
à propriedade, de bens voltados para possibilitar a
efetivação de direitos fundamentais anteriores.
Para Pablo Stolze, a distinção entre DIREITO DE
PROPRIEDADE e DIREITO À PROPRIEDADE se
mostra importante justamente para o
reconhecimento do DIREITO À PROPRIEDADE
como um direito fundamental, podendo o DIREITO
DE PROPRIEDADE ser suprimido, quando não
atender à sua função social.
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
DIREITO DE PROPRIEDADE: direito real, oponível erga
omnes, de USAR, GOZAR ou FRUIR, DISPOR e REAVER a
coisa, nos limites da sua função social
● USAR: aproveitar o bem sem que haja alteração em sua
substância, de todas as formas previstas e não vedadas
em lei;
● FRUIR ou GOZAR: direito de perceber os frutos, fruir ou
gozar os benefícios lícitos que a propriedade possa
proporcionar;
● DISPOR: prerrogativa de transferir o bem, a qualquer
título, o que também abarca a possibilidade de consumi-lo,
sem o cometimento de abusos;
● REIVINDICAR / REAVER: buscar o bem de quem
injustamente o detenha.
CARACTERÍSTICAS
● COMPLEXO: pois é formado por um conjunto de
poderes ou faculdades, sendo o mais completo de todos
os direitos reais;
O direito de propriedade é:
● ABSOLUTO: não no sentido de que se possa fazer dele
o que bem entender, mas porque a oponibilidade é erga
omnes, podendo o titular desfrutar dele como lhe aprouver,
desde que respeitadas as limitações legais e
constitucionais;
● EXCLUSIVO: ressalvadas certas situações, a exemplo
do condomínio e da multipropriedade, o poder dominial de
alguém exclui o de outrem, concomitantemente, sobre a
mesma coisa, sendo essa, portanto, a regra geral;
● PERPÉTUO: não se extingue, simplesmente, pelo não
uso, podendo ser transmitido indefinidamente por
gerações;
● ELÁSTICO: pode ser distendidoou contraído na
formação de outros direitos reais sem perder sua essência.
EXEMPLIFICANDO O ELÁSTICO: USUFRUTO
USUFRUTUÁRIO
NU-PROPRIETÁRIO
EXTENSÃO
A propriedade do solo, a teor do Art. 1.229 do CC, abrange a
do espaço aéreo e subsolo, em altura e profundidade úteis ao
seu exercício, não podendo o proprietário opor-se a atividades
que sejam realizadas, por terceiros, a uma altura e
profundidade tais, que não tenha ele interesse legítimo em
impedi-las
Art. 1.230. A propriedade do solo não abrange as jazidas,
minas e demais recursos minerais, os potenciais de
energia hidráulica, os monumentos arqueológicos e outros
bens referidos por leis especiais.
OBJETO
COISA ESPECIFICAMENTE DETERMINADA,
BEM CORPÓREO móvel ou imóvel
Admite-se a PROPRIEDADE DE BENS IMATERIAIS,
a exemplo dos valores mobiliários (ações) ou OBRAS
DO INTELECTO, em uma concepção não
tradicional de propriedade
CLASSIFICAÇÃO
● Quanto à EXTENSÃO do direito do titular (alcance subjetivo)
Quanto todos os poderes inerentes à propriedade (usar,
fruir, dispor e reaver) se acham reunidos na pessoa do
titular, tem-se a PROPRIEDADE PLENA
Quanto ocorre o desmembramento de elementos,
passando um ou alguns desses poderes para o exercício
de outrem, fala-se PROPRIEDADE LIMITADA OU
RESTRITA (Ex: Usufruto, locação...)
● Quanto à PERPETUIDADE do domínio (alcance temporal)
Por exceção, uma vez que o direito de propriedade tem
caráter perpétuo, pode-se falar em PROPRIEDADE
RESOLÚVEL
Resolúvel: propriedade que encontra em seu próprio
título constitutivo uma razão para sua extinção, que
permite retirar a perpetuidade do sujeito proprietário.
Ex.: RETROVENDA, PROPRIEDADE FIDUCIÁRIA
Também é possível conceber o surgimento de uma causa
superveniente juridicamente apta a pôr fim ao direito de
propriedade
Ex.: REVOGAÇÃO DA DOAÇÃO
● Quanto à LOCALIZAÇÃO e DESTINAÇÃO (alcance finalístico)
Distinção entre propriedade URBANA e RURAL
IPTU e ITR CLT e Lei 5.889/73
Propriedade Fiduciária
CONCEITO E DISTINÇÃO NECESSÁRIA
Propriedade RESOLÚVEL x Propriedade AD TEMPUS
RESOLÚVEL: no próprio título da sua constituição,
ENCERRA O PRINCÍPIO QUE A TEM DE EXTINGUIR,
realizada a condição resolutória, ou advindo o termo
extintivo, SEJA POR FORÇA DE DECLARAÇÃO DA
VONTADE, SEJA POR FORÇA DE LEI.
AD TEMPUS: não há causa extintiva previamente
estipulada, mas sim a ocorrência de uma
CIRCUNSTÂNCIA SUPERVENIENTE, NÃO PREVISTA.
A Propriedade Fiduciária é espécie 
de propriedade resolúvel
Essencialmente decorre da pactuação de um contrato de
alienação fiduciária em garantia
Lei nº 9.514/97
O Código Civil restringe-se a tratar da
propriedade fiduciária de bens MÓVEIS
IMÓVEIS são tratados em lei específica:
Art. 1.361. Considera-se fiduciária a PROPRIEDADE
RESOLÚVEL de coisa móvel infungível que o
devedor, com escopo de garantia, transfere ao credor.
§ 1o Constitui-se a propriedade fiduciária com o registro do
contrato, celebrado por instrumento público ou particular, que
lhe serve de título, no Registro de Títulos e Documentos do
domicílio do devedor, ou, em se tratando de veículos, na
repartição competente para o licenciamento, fazendo-se a
anotação no certificado de registro.
CONCEITO
BENS FUNGÍVEIS são
aqueles que podem ser
substituídos por outros de
mesma espécie, qualidade e
quantidade.
Código Civil. Art. 85. São
fungíveis os móveis que
podem substituir-se por outros
da mesma espécie, qualidade
e quantidade.
Exemplo: dinheiro
BENS INFUNGÍVEIS são os
que não podem ser
substituídos por outros da
mesma espécie, qualidade e
quantidade.
Exemplo: obra de arte
O Código Civil não traz
definição, mas não resta
dúvida que se trata de termo
oposto ao definido em seu
artigo 85.
§ 3o A propriedade superveniente, adquirida pelo
devedor, torna eficaz, desde o arquivamento, a
transferência da propriedade fiduciária.
§ 2o Com a constituição da propriedade fiduciária,
dá-se o desdobramento da posse, tornando-se o
devedor possuidor direto da coisa.
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA EM GARANTIA
A propriedade fiduciária, em caráter resolúvel, é
da INSTITUIÇÃO FINANCEIRA, até que o
devedor cumpra a sua obrigação, pagando o
valor financiado.
Negócio jurídico bilateral, por meio do qual se
realiza a TRANSFERÊNCIA DA PROPRIEDADE
DE UMA COISA AO CREDOR, em caráter
resolúvel, com a finalidade de garantir
determinada obrigação
O DEVEDOR (FIDUCIANTE) permanece como possuidor
direto, ao passo que o CREDOR (FIDUCIÁRIO) detém a
posse indireta e a propriedade resolúvel da coisa, até o
adimplemento da dívida
Protagonistas da dinâmica negocial
● ALIENANTE;
● DEVEDOR FIDUCIANTE;
● CREDOR FIDUCIÁRIO
O Contrato deve conter:
● Total da dívida
● Prazo
● Taxa de juros
● Descrição da coisa
Art. 1.364. Vencida a dívida, e não paga, fica o
credor obrigado a vender, judicial ou
extrajudicialmente, a coisa a terceiros, a aplicar o
preço no pagamento de seu crédito e das
despesas de cobrança, e a entregar o saldo, se
houver, ao devedor.
Em um entendimento tradicional, fundado no
Decreto-Lei nº 911/69 e na súmula 284 do STJ,
admitia-se que o devedor pagasse o débito em
atraso, desde que houvesse adimplido, ao
menos, 40% do preço financiado.
Exemplo: 30 prestações, pagas as 12 primeiras,
atraso de 3, o banco ingressa com busca e
apreensão, poder-se-ia liberar o veículo com o
pagamento das 3 em aberto.
NOVA REALIDADE
Por força da Lei nº 10.931/04: Ao devedor caberia
PAGAR A INTEGRALIDADE DA DÍVIDA, inclusive
as prestações vincendas, não lhe assistindo mais o
direito de purgar a mora adimplindo apenas as
prestações em atraso.
Exemplo: 30 prestações, pagas as 12 primeiras,
atraso de 3, concedida liminar em busca e
apreensão, apenas será possível conservar o bem
pagando as 18 prestações remanescentes.
Art. 1.366. Quando, vendida a coisa, o produto
não bastar para o pagamento da dívida e das
despesas de cobrança, continuará o devedor
obrigado pelo restante.
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA E 
ADIMPLEMENTO SUBSTANCIAL
Não se aplica em caso de obrigação alimentar
Lei nº 9.514/97
g
A propriedade fiduciária de bens IMÓVEIS
constitui-se mediante registro do contrato que lhe
serve de título no Registro de Imóveis
Opera-se, a partir do registro do contrato no
Registro de Imóveis, o DESDOBRAMENTO DA
POSSE
O FIDUCIANTE (devedor) torna-se POSSUIDOR
DIRETO e o FIDUCIÁRIO (credor) converte-se
em POSSUIDOR INDIRETO da coisa imóvel.
Adimplido o débito, cabe ao devedor
(FIDUCIANTE) o direito de reaver a
propriedade plena do bem
HAVENDO INADIMPLEMENTO
O credor (FIDUCIÁRIO) consolidará a propriedade
em seu nome, podendo valer-se, inclusive, da AÇÃO
DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE, para a retomada
do bem
Visão geral sobre as 
formas de aquisição 
de propriedade
Flávio Tartuce, Direito Civil - Volume 4 (2019), pág. 185
Atenção: não se deve confundir a
AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE com o
seu título legitimador.
Não é a celebração de um contrato de compra e
venda que permite, por si só, a aquisição da
propriedade
Tal negócio jurídico (contrato de compra e venda)
traduz apenas o “justo título” para a aquisição
A AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE somente se dará:
Com o REGISTRO, para os bens IMÓVEIS
Com a TRADIÇÃO, para os bens MÓVEIS
CLASSIFICAÇÃO das formas de 
AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE
ORIGINÁRIAS
Decurso do tempo
Acessões
NATURAIS
ARTIFICIAIS
DERIVADAS
Registro de título
Sucessão hereditária
AVULSÃO
USUCAPIÃO
ALUVIÃO
ORIGINÁRIAS
Para Sílvio Venosa, usucapir é adquirir a propriedade pela
posse continuada durante certo lapso de tempo
Decurso do tempo
NATURAIS
ILHAS
ÁLVEO ABANDONADO PLANTAÇÕES
CONSTRUÇÕES
ARTIFICIAIS
Acessões
NATURAIS ILHAS
Interessam ao Direito Civil somente ilhas formadas em rios NÃO
NAVEGÁVEIS (particulares), por pertencerem ao domínio particular,
conforme prevê o Código de Águas ( Art. 23 do Decreto nº 24.643/34)
Art. 20. São bens da União:
Constituição Federal
IV as ilhas fluviais (rios) e lacustres (lagos) nas zonas de fronteira; asilhas
oceânicas e as costeiras, e as referidas no art. 26, II (bens dos Estados);
NATURAIS ILHAS
Maria Silvia Zanella Di Pietro, doutrinadora do Direito Administrativo,
entende que NÃO HÁ MAIS, sob a égide da CF/88 e da Lei nº 9.433/97,
ÁGUAS PARTICULARES e, portanto, RIOS PARTICULARES, o que
impossibilitaria a concepção de ilhas particulares. A água, nessa visão, é
concebida como um BEM DO DOMÍNIO PÚBLICO, conforme Art. 1º, I, da
citada lei, que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e cria o
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
“ÁGUAS PARTICULARES”
Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes
fundamentos:
I - a água é um BEM DE DOMÍNIO PÚBLICO;
NATURAIS ILHAS
Apesar dessa visão do Direito Administrativo, de que a água é um BEM DO
DOMÍNIO PÚBLICO, permanece para os civilistas a classificação dos rios
em NAVEGÁVEIS (públicos) e NÃO NAVEGÁVEIS (privados).
“ÁGUAS PARTICULARES”
A despeito das ilhas que se formarem em correntes comuns ou particulares,
estas pertencem aos proprietários ribeirinhos fronteiros, segundo as três
regras seguintes:
1ª 2ª 3ª
NATURAIS ILHAS “ÁGUAS PARTICULARES”
1ª As ilhas que se formarem no meio do rio
consideram-se acréscimos sobrevindos aos
terrenos ribeirinhos fronteiros de ambas as
margens, na proporção de suas testadas, até a
linha que dividir o álveo em duas partes iguais.
No caso acima a ilha foi formada bem no meio do rio, no traço que
representa o meio da formação de água ou álveo. Assim, a propriedade da
ilha será metade do Proprietário X e metade do Proprietário Y.
Art. 1.249, inciso I, do CC
NATURAIS ILHAS “ÁGUAS PARTICULARES”
2ª
As ilhas que se formarem entre a linha que divide o
álveo em duas partes iguais e uma das margens
consideram-se acréscimos aos terrenos ribeirinhos
fronteiros desse mesmo lado
Aqui, se a ilha se formar do lado esquerdo do meridiano, será de propriedade
de X e, se se formar do lado direito, será de Y.
Art. 1.249, inciso II, do CC
NATURAIS ILHAS “ÁGUAS PARTICULARES”
3ª
As ilhas que se formarem pelo desdobramento de
um novo braço do rio continuam a pertencer aos
proprietários dos terrenos à custa dos quais se
constituíram
Art. 1.249, inciso III, do CC
Já a ilha que se formar pelo desdobramento de um novo braço do rio
continua a pertencer ao proprietário do terreno à custa do qual se constituiu.
No caso do desenho acima, será do Proprietário Y.
ALUVIÃO
NATURAIS
O acréscimo paulatino de terras às margens
de um curso de água, de forma lenta e
imperceptível; os depósitos naturais ou
desvios das águas pertencem aos donos dos
terrenos marginais, segundo a regra de que o
acessório segue o principal. O instituto é a
ALUVIÃO PRÓPRIA, em que a “terra vem”.
No exemplo acima, o Proprietário A tem um imóvel à beira de um rio, destinado às suas
pescarias. Aos poucos, a sua propriedade vai aumentando, pois o movimento de águas traz
terra para a sua margem. Eis um exemplo de aquisição originária da propriedade.
ALUVIÃO
NATURAIS
As partes descobertas pelo afastamento das
águas de um curso, denominadas ALUVIÃO
IMPRÓPRIA, hipótese em que a “água vai”,
o rio vai embora.
Aqui, o Proprietário A percebe que adquiriu propriedade, pois o rio que fazia frente ao seu
imóvel recuou. Surge, então, um espaço maior para construir, por exemplo, um deck destinado
as suas pescarias.
ALUVIÃO
NATURAIS
Quando a ALUVIÃO IMPRÓPRIA, hipótese
em que a “água vai”, o rio vai embora, se
formar em frente a imóveis pertencentes a
proprietários diversos, far-se-á divisão entre
eles, em proporção à testada que cada um
dos imóveis apresentava sore a antiga
margem.
Há de se dividir, portanto, entre os Proprietários A e B, na proporção das testadas dos imóveis
de cada um.
AVULSÃO
NATURAIS
Segundo estabelece o Art. 1.251, caput, do CC,
quando, por força natural violenta, uma porção de
terra se destacar de um imóvel e se juntar a outro,
o dono deste último adquirirá a propriedade do
acréscimo, se indenizar o dono do primeiro ou,
sem indenização, se, em um ano, ninguém houver
reclamado.
No exemplo acima, verifica-se que o Proprietário A ganhou propriedade, enquanto B perdeu
parte de sua faixa de terra ribeirinha. B poderá pleitear valores indenizatórios, no prazo de 1 ano.
ÁLVEO ABANDONADO
NATURAIS ÁLVEO: o rio ou a corrente de água que seca, que desaparece
Como determina o Art. 1.252 do CC, o álveo
abandonado pertence aos proprietários
ribeirinhos das duas margens, sem que
tenham indenização os donos dos terrenos por
onde as águas abrirem novo curso,
entendendo-se que os imóveis marginais se
estendem até o meio do álveo.
No exemplo, a distribuição deve ser igual entre os Proprietários A e B, uma vez que a
distância de suas margens ao centro do rio é a mesma.
ARTIFICIAIS
PLANTAÇÕES
CONSTRUÇÕES
Decorrem da atuação humana (Artigos 1.253 a 1.259 do CC)
Exemplo: Ponte sobre córrego
Exemplo: Cana de açúcar
CONSTRUÇÕES e PLANTAÇÕES
Art. 1.253. Toda construção ou plantação existente em um terreno presume-se
feita pelo proprietário e à sua custa, até que se prove o contrário (presunção relativa).
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou
artificialmente.
As construções e plantações têm natureza acessória, uma vez que constituem 
bens imóveis por acessão física artificial, nos termos do Art. 79 do CC, segundo 
o qual:
PRINCÍPIO DA GRAVITAÇÃO JURÍDICA
Refere-se simplesmente à lógica de que O ACESSÓRIO DEVE SEGUIR, EM
REGRA, O PRINCIPAL.
Em questão de concurso para juiz do Tribunal de Justiça do Amazonas, a
banca da Cespe (http://www.cespe.unb.br/concursos/TJ_AM_15_JUIZ/)
trouxe como correta a seguinte assertiva:
“Pelo PRINCÍPIO DA GRAVITAÇÃO JURÍDICA, a propriedade dos bens
acessórios segue a sorte do bem principal, podendo, entretanto, haver disposição
em contrário pela vontade da lei ou das partes”.
DA VEDAÇÃO AO ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA
Art. 884. Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será
obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores
monetários.
Parágrafo único. Se o enriquecimento tiver por objeto coisa determinada, quem a
recebeu é obrigado a restituí-la, e, se a coisa não mais subsistir, a restituição se
fará pelo valor do bem na época em que foi exigido.
Art. 886. Não caberá a restituição por enriquecimento, se a lei conferir ao lesado
outros meios para se ressarcir do prejuízo sofrido.
1ª REGRA. Aquele que semeia, planta ou edifica em TERRENO PRÓPRIO com
sementes, plantas ou materiais alheios, adquire a propriedade destes; mas fica
obrigado a pagar-lhes o valor, além de responder por perdas e danos, se agiu de má-
fé.
TERRENO PRÓPRIO
SEMENTES, PLANTAS OU MATERIAIS ALHEIOS 
ADQUIRE A PROPRIEDADE DESTES
Mas fica obrigado a pagar-lhes o valor
Além de responder por perdas e danos, se agiu de má-fé.
Exemplo da 1ª REGRA: alguém está guardando, por ato de amizade, cimento de
outro em sua propriedade. Certo dia, se utiliza do cimento e constrói um galpão ali.
Aquele que se utilizou do cimento terá a propriedade do que foi construído, mas
por óbvio terá que pagar ao outro o cimento; sem prejuízo de danos, pois
claramente agiu de má-fé, por saber perfeitamente que o cimento não era seu.
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que 
impede a aquisição da coisa.
2ª REGRA. Aquele que semeia, planta ou edifica em TERRENO ALHEIO perde,
em proveito do proprietário, as sementes, plantas ou construções.
Se a construção ou a plantação exceder consideravelmente o valor do terreno,
aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo,
mediante pagamento da indenização fixada judicialmente, se não houver acordo
Se procedeu de boa-fé: terá direito a indenização
Art. 1.255. Aquele que semeia, planta ou edifica em terreno alheio perde, em proveito do
proprietário, as sementes, plantas e construções; se procedeu de boa-fé, terádireito a
indenização.
Parágrafo único. Se a construção ou a plantação exceder consideravelmente o valor do
terreno, aquele que, de boa-fé, plantou ou edificou, adquirirá a propriedade do solo, mediante
pagamento da indenização fixada judicialmente, se não houver acordo.
Do artigo 1.255, e do seu parágrafo único, podem ser retiradas duas situações:
1ª (MÁ-FÉ). Alguém está ocupando a casa de um parente que se encontra viajando para o
exterior por um ano. Aproveitando a ausência do familiar, esse alguém constrói, com material
próprio, uma piscina no fundo da casa. O ocupante não terá qualquer direito, pois agiu de
má-fé, eis que sabia que a propriedade não seria sua.
2ª (BOA-FÉ). Se realizada alguma construção ou mesmo eventual plantação em valor
superior ao do imóvel, aquele que construiu ou plantou adquirirá a propriedade do imóvel,
tendo apenas que pagar uma indenização a ser fixada judicialmente, se não houver acordo
entre as partes.
Nesta segunda hipótese, considera-se a construção ou a plantação como principal e o
imóvel como acessório, em uma consagração do que se denomina como ACESSÃO
INVERSA OU INVERTIDA, de acordo, inclusive, com o Princípio da Função Social da
Propriedade.
3ª REGRA. Se de ambas as partes houver má-fé, adquirirá o proprietário as
sementes, plantas e construções, devendo ressarcir o valor das acessões.
Presume-se má-fé do proprietário quando o trabalho de construção, ou lavoura, se
fez em sua presença e sem impugnação sua.
Art. 1.256. Se de ambas as partes houve má-fé, adquirirá o proprietário as sementes, plantas
e construções, devendo ressarcir o valor das acessões.
Parágrafo único. Presume-se má-fé no proprietário, quando o trabalho de construção, ou
lavoura, se fez em sua presença e sem impugnação sua.
A título de exemplo, imagine-se a situação em que o proprietário de um imóvel permite que
alguém construa, com material próprio, pensando esse alguém que poderá adquirir o domínio
do bem principal. Nesse caso, há má-fé recíproca ou bilateral, pois ambos pretendem o
enriquecimento sem causa.
A conclusão é que o proprietário ficará com o que foi construído, mas deverá indenizar quem
construiu pelos valores gastos com a construção.
Em complemento...
Art. 1.257. O disposto no artigo antecedente aplica-se ao caso de NÃO
PERTENCEREM AS SEMENTES, PLANTAS ou MATERIAIS A QUEM DE BOA-FÉ
OS EMPREGOU EM SOLO ALHEIO.
Parágrafo único. O proprietário das sementes, plantas ou materiais poderá cobrar do
proprietário do solo a indenização devida, quando não puder havê-la do plantador ou
construtor.
De acordo com o caput
do Art. 1.257, as
sementes, plantas ou
materiais, além de
aplicados em solo alheio,
não pertencem a quem
ali os empregou.
Já no parágrafo único,
quando não for indenizado
pelo plantador, o
proprietário das sementes
poderá cobrar do
proprietário do solo a
indenização devida
Plantador Proprietário 
das sementes
Proprietário 
do solo
4ª REGRA. Se a construção, feita parcialmente em solo próprio, invade solo alheio
em proporção não superior à 20ª parte deste, adquire o construtor de boa-fé a
propriedade da parte do solo invadido, se o valor da construção exceder o dessa
parte, e responde por indenização que represente, também, o valor da área perdida
e a desvalorização da área remanescente (texto do Art. 1.258, caput)
Tartuce traz o exemplo de alguém que constrói em sua
propriedade uma churrasqueira com cobertura que invade o
terreno alheio em percentual não superior a 5% deste (um
vigésimo ou 1/20 avos). Se a construção foi de boa-fé, ou seja,
se o construtor não sabe da invasão, poderá adquirir a parte
invadida, desde que a construção exceda o que se invadiu.
Todavia, o construtor deverá indenizar o vizinho pela área
perdida e por eventual desvalorização do imóvel restante.
5ª REGRA. Está na previsão do parágrafo único do Art. 1.258.
Prevê a indenização quando ocorre a construção em pequena parte do terreno vizinho, sendo
maior a indenização na hipótese de má-fé. O dispositivo pretende resolver os conflitos
surgidos nos grandes centros urbanos onde, não raro, é frequente a invasão de pequena parte
do terreno vizinho pelo construtor. FERE O BOM SENSO MANDAR DERRUBAR TODA UMA
CONSTRUÇÃO, ÀS VEZES ENVOLVENDO UM PRÉDIO DE ATÉ VINTE ANDARES,
ATINGINDO ADQUIRENTES DE BOA-FÉ.
Art. 1.258. Parágrafo único. Pagando em décuplo as perdas e danos previstos neste artigo, o
construtor de má-fé adquire a propriedade da parte do solo que invadiu, se em proporção à
vigésima parte deste e o valor da construção exceder consideravelmente o dessa parte e não
se puder demolir a porção invasora sem grave prejuízo para a construção.
6ª REGRA. Art. 1.259. Invasão SUPERIOR a 5%
Em uma primeira situação, se a invasão superior a um vigésimo for de boa-fé, o construtor
invasor adquire a propriedade do que foi invadido, mas responde por perdas e danos
correspondentes ao valor que a invasão acrescer à sua construção, ao valor da área perdida e
ao correspondente à desvalorização da área remanescente. Todos esses danos materiais
devem ser provados por quem os alega, nos termos do Art. 402 do CC e do Art. 373, I, do CPC.
Art. 1.259. Se o construtor estiver de boa-fé, e a invasão do solo alheio exceder a vigésima
parte deste, adquire a propriedade da parte do solo invadido, e responde por perdas e danos
que abranjam o valor que a invasão acrescer à construção, mais o da área perdida e o da
desvalorização da área remanescente; se de má-fé, é obrigado a demolir o que nele construiu,
pagando as perdas e danos apurados, que serão devidos em dobro.
Em complemento...
Em uma primeira situação, se a invasão superior a um vigésimo for de boa-fé, o construtor
invasor adquire a propriedade do que foi invadido, mas responde por perdas e danos
correspondentes ao valor que a invasão acrescer à sua construção, ao valor da área perdida
e ao correspondente à desvalorização da área remanescente. TODOS ESSES DANOS
MATERIAIS DEVEM SER PROVADOS POR QUEM OS ALEGA, nos termos do Art. 402
do CC e do Art. 373, I, do CPC.
O dispositivo (Art. 1.259) determina que, se a invasão superior a um vigésimo ou 5% tiver sido de
má-fé, o proprietário do imóvel invadido poderá requerer a sua demolição, sendo cabível, do ponto
de vista processual, a ação demolitória. Além disso, poderá pedir as perdas e danos em dobro.
Consagra-se, neste dispositivo, o CARÁTER PUNITIVO DA RESPONSABILIDADE CIVIL.
USUCAPIÃO
Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com
exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250 m² cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-
companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio
integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
Art. 1.240-A
É o modo de aquisição da propriedade pelo possuidor da coisa móvel, possuindo-a
como sua, durante 3 anos, com JUSTO TÍTULO e BOA-FÉ, contínua e
incontestadamente (Art. 1.260 do CC).
USUCAPIÃO DE COISAS MÓVEIS
E se essa posse se prolongar por 5 anos, também haverá aquisição por
usucapião, independentemente de título ou boa-fé (art. 1.261 do mesmo Código).
O JUSTO TÍTULO é um documento que faça o possuidor acreditar que é dono e a BOA-FÉ é
o seu estado de espírito de sentir-se proprietário.
No primeiro caso, trata-se de USUCAPIÃO ORDINÁRIA de bem móvel; no
segundo caso, a usucapião será EXTRAORDINÁRIA de coisa móvel.
USUCAPIÃO DE COISAS MÓVEIS
USUCAPIÃO ORDINÁRIA
● Posse mansa, pacífica e com intenção de dono (animus domini) por 3 (TRÊS) ANOS. 
● Justo título e boa-fé. Para caracterização do que seja justo título, aplica-se o enunciado nº
86 do CJF/STJ, segundo o qual a expressão justo título, contida nos artigos 1.242 e 1.260 do
CC, abrange todo e qualquer ato jurídico hábil, em tese, a transferir a propriedade,
independentemente de registro.
USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA
● Posse mansa, pacífica e com intenção de dono (animusdomini) por 5 (CINCO) ANOS. 
USUCAPIÃO DE COISAS MÓVEIS
ESPECIFICAÇÃO (Arts. 1.269 a 1.271)
Consiste na transformação da coisa em uma espécie nova, diante do trabalho do
especificador, não sendo mais possível o retorno à forma anterior. (Art. 1.269)
Art. 1.269. Aquele que, trabalhando em matéria-prima em parte alheia, obtiver espécie nova,
desta será proprietário, se não se puder restituir à forma anterior.
É uma operação jurídica, espécie de ato jurídico lícito (Art. 185), diferente do negócio jurídico. É um
modo de adquirir, diferente da acessão, porque não se trata, como é o caso da acessão, de atribuir
ao proprietário da coisa principal aquilo que lhe advenha como acessório.
Na especificação, A AQUISIÇÃO SE DÁ PORQUE SE COGITA DA MANIPULAÇÃO DE MATÉRIA-PRIMA
QUE, DEPOIS DE TRABALHADA, JÁ NÃO PODE RETORNAR AO ESTADO ANTERIOR e, por isso, faz
desaparecer a coisa que, como no caso desse artigo, era parcialmente alheia e faz surgir outra, fruto do
trabalho criador da espécie nova.
USUCAPIÃO DE COISAS MÓVEIS
ESPECIFICAÇÃO (Arts. 1.269 a 1.271)
Regras de especificação:
1ª REGRA: A ESPÉCIE NOVA SURGIDA SERÁ DE PROPRIEDADE DO ESPECIFICADOR, SE
NÃO FOR POSSÍVEL RETORNAR À SITUAÇÃO ANTERIOR. (Art. 1.269). Regra geral e
fundamental da especificação.
A norma se justifica, pois há uma alteração substancial da coisa, o que faz com que, por uma
reação física, surja outra. O TRABALHO DE ALTERAÇÃO É CONSIDERADO PRINCIPAL,
enquanto A MATÉRIA-PRIMA É ACESSÓRIA, razão pela qual A ATUAÇÃO DO
ESPECIFICADOR DEVE PREVALECER. De qualquer maneira, pelo que consta no Art. 1.271, o
especificador deve indenizar o valor da matéria-prima ao seu dono.
USUCAPIÃO DE COISAS MÓVEIS
ESPECIFICAÇÃO (Arts. 1.269 a 1.271)
Regras de especificação:
2ª REGRA: SE TODA MATÉRIA-PRIMA FOR ALHEIA e não se puder reduzir à forma
precedente, SERÁ DO ESPECIFICADOR DE BOA-FÉ A ESPÉCIE NOVA (Art. 1.270).
EXEMPLO: ESCULTOR ENCONTRA PEDRA SABÃO E REALIZA UMA ESCULTURA. Após
elaborar o trabalho, o escultor (especificador) vem a descobrir que a pedra é de terceiro.
Nesse caso, A ESCULTURA SERÁ SUA, POIS AGIU DE BOA-FÉ. Entretanto, o escultor
deverá indenizar o dono da pedra pelo seu valor, o que veda o enriquecimento sem
causa, em relação à matéria-prima.
USUCAPIÃO DE COISAS MÓVEIS
ESPECIFICAÇÃO (Arts. 1.269 a 1.271)
Regras de especificação:
3ª REGRA: Sendo possível a redução ao estado anterior, ou quando impraticável, se A
ESPÉCIE NOVA SE OBTEVE DE MÁ-FÉ, PERTENCERÁ AO DONO DA MATÉRIA-PRIMA
(Art. 1.270, § 1º, do CC). Como a má-fé induz à culpa, não poderá o especificador que
age por ela guiado adquirir a propriedade do produto da transformação. Desse modo, o
dono da coisa nova será o proprietário da matéria-prima.
Para o caso em que é impraticável a volta ao estado anterior, prevê o Art. 1.271 que O
ESPECIFICADOR DE MÁ-FÉ NÃO TERÁ DIREITO SEQUER À INDENIZAÇÃO PELO
TRABALHO.
USUCAPIÃO DE COISAS MÓVEIS
ESPECIFICAÇÃO (Arts. 1.269 a 1.271)
Regras de especificação:
4ª REGRA: EM QUALQUER CASO, inclusive no da pintura em relação à tela, da escultura,
escritura e qualquer outro trabalho gráfico em relação à matéria-prima, A ESPÉCIE NOVA
SERÁ DO ESPECIFICADOR, SE O SEU VALOR EXCEDER CONSIDERAVELMENTE O DA
MATÉRIA-PRIMA (Art. 1.270, § 2º, do CC). Esse excesso considerável deve ser analisado
caso a caso, levando-se em conta o valor de mercado da matéria-prima (que também pode
ser relevante) e a gravidade do trabalho efetuado. Também aqui, pelo que consta no Art.
1.271, o especificador que adquire a coisa nova deve indenizar o dono da matéria-prima
pelo seu valor.
USUCAPIÃO DE COISAS MÓVEIS
DA CONFUSÃO, DA COMISTÃO (ou COMISSÃO) e DA ADJUNÇÃO (Arts. 1.272 a 1.274)
Os três institutos jurídicos por igual constituem formas derivadas de aquisição da
propriedade móvel e estão presentes quando coisas pertencentes a pessoas
diversas se misturam de tal forma que é impossível separá-las.
CONFUSÃO
Mistura entre coisas líquidas (ou mesmo gases), em que não é possível a
separação. Exemplo: ÁLCOOL E GASOLINA.
As espécies confundidas podem ser iguais ou não
USUCAPIÃO DE COISAS MÓVEIS
COMISTÃO ou COMISSÃO
Mistura entre coisas sólidas ou secas, não sendo possível a separação. Exemplo:
AREIA E CIMENTO.
Serve também de exemplo a mistura de cereais de safras
diferentes, em que não é possível identificar a origem.
USUCAPIÃO DE COISAS MÓVEIS
ADJUNÇÃO
Justaposição ou sobreposição de uma coisa sobre
outra, sendo impossível a separação. Exemplo: TINTA
EM RELAÇÃO À PAREDE.
Quanto à CONFUSÃO, COMISTÃO (ou COMISSÃO) e ADJUNÇÃO, 4
REGRAS são extraídas dos artigos 1.272 a 1.274 do CC, vide slides
seguintes.
USUCAPIÃO DE COISAS MÓVEIS
1ª REGRA: As COISAS PERTENCENTES A DIVERSOS DONOS, confundidas,
misturadas ou adjuntadas sem o consentimento deles, continuam a pertencer-lhes,
SENDO POSSÍVEL SEPARÁ-LAS SEM DETERIORAÇÃO. (Art. 1.272, caput, do CC)
2ª REGRA: NÃO SENDO POSSÍVEL A SEPARAÇÃO DAS COISAS, ou exigindo
DISPÊNDIO EXCESSIVO, permanece o estado de indivisão, cabendo a cada um dos
donos quinhão proporcional ao valor da coisa com que entrou para a mistura ou
agregado. (Art. 1.272, § 1º, do CC)
Sendo possível retornar ao estado anterior (status quo ante), sem que isso desvalorize
as coisas misturadas, esse é o caminho a ser percorrido.
Cada um dos proprietários dos bens móveis terá direito ao valor que corresponder ao
seu quinhão. COMO NÃO É POSSÍVEL DETERMINAR O QUINHÃO REAL,
PROCURA-SE UM QUINHÃO IDEAL.
Ainda quanto à 2ª REGRA: Se uma das coisas puder ser considerada principal, o
dono desse principal o será do todo, indenizando os demais pelos valores que
corresponderem aos seus quinhões (Art. 1.272, § 2º, do CC)
Exemplo: Havendo mistura de areia e cimento e sendo
impossível o retorno ao estado anterior, o dono da parte mais
valiosa, no caso, do cimento, considerado principal, ficará
com o todo, devendo indenizar o dono do acessório, no
caso, o dono da areia.
Aplicação inequívoca do PRINCÍPIO DA GRAVITAÇÃO JURÍDICA
3ª REGRA: Se a CONFUSÃO, a COMISTÃO (ou COMISSÃO) ou a ADJUNÇÃO se
operou de má-fé, À OUTRA PARTE QUE ESTIVER DE BOA-FÉ CABERÁ
ESCOLHER ENTRE:
● Adquirir a propriedade do todo, pagando o que não for seu, abatida a indenização
que lhe for devida;
● Renunciar ao que lhe pertencer, caso em que será indenizado de forma integral
(Art. 1.273 do CC 2002);
OU
A norma tem a sua razão de ser, punindo o proprietário que agiu de má-fé no ato de
misturar, o que induz à sua culpa. Por isso é que são colocadas à disposição do
proprietário de boa-fé DUAS OPÇÕES, de acordo com a sua livre vontade.
4ª REGRA: Se da união de matérias de natureza diversa se formar espécie nova, à CONFUSÃO,
COMISTÃO (ou COMISSÃO) ou ADJUNÇÃO, aplicam-se as normas dos artigos 1.272 e 1.273,
conforme prevê o Art. 1.274 do CC.
Para Flávio Tartuce, como o caso se iguala à ESPECIFICAÇÃO, houve um erro no Código Civil
ao mencionar os artigos 1.272 e 1.273. Para o autor, em razão de tal igualação, HÁ DE SE
APLICAR OS TERMOS DOS ARTIGOS 1.270 E 1.271.
Dando seguimento, ainda quanto à USUCAPIÃO DE COISAS MÓVEIS
DA TRADIÇÃO (Art. 1.267, caput)
A TRADIÇÃO pode ser:
● REAL: se dá pela entrega efetiva ou material da coisa;
● SIMBÓLICA: ato representativo da transferência da coisa, colocada à disposição da outra parte.
● FICTA: se dá por presunção, como ocorre na tradição em que o possuidor possuía em nome alheio
e passa a possuir em nome próprio (traditio brevi manu) ou, de modo inverso, quando possuía em
nome próprio e passa a possuir em nome alheio (constituto possessório); (ver Art. 1.267 do CC)
Constituto possessório, também conhecido como cláusula constituti, trata-se de
uma operação jurídica que altera a titularidade na posse, de maneira que aquele que
possuía em nome próprio, passa a possuir em nome alheio.
Ex.: vendo um imóvel que possuía em nome próprio e insiro no contrato de compra e
venda uma cláusula que prevê minha permanência nele na condição de locatário, ouseja, passo a possuir o imóvel em nome alheio. Essa cláusula é a constituti.
O inverso do constituto possessório ocorre quando a pessoa que possuí em nome
alheio passa a possuir em nome próprio.
Ex.: o locatário que possui o imóvel em nome alheio o adquire e passa a possuí-lo em
nome próprio, neste caso a cláusula será da traditio brevi manu.
Ainda em tradição, tem-se a ALIENAÇÃO A NON DOMINO (Art. 1.268)
ALIENAÇÃO A NON DOMINO: aquela realizada por quem não é dono da coisa
móvel, situação em que a tradição não aliena a propriedade, exceto se a coisa,
oferecida ao público, em leilão ou estabelecimento comercial, for transferida em
circunstâncias tais que, ao adquirente de boa-fé, como a qualquer pessoa, o
alienante se afigurar dono. De início, o disposto no Art. 1.268 deixa claro que o caso
é de INEFICÁCIA DA VENDA, atingindo o terceiro degrau da ESCADA PONTEANA.
EXISTÊNCIA
VALIDADE
EFICÁCIA
Para que um negócio gere
efeitos, é preciso que
exista e que seja válido
Para que seja válido,
é preciso que exista
Há casos em que é possível um negócio inválido
gerar efeitos, quando, embora haja vício do
consentimento, não se propõe a ação anulatória.
A TRADIÇÃO, no esquema do slide anterior, na “escada Ponteana”, situa-se, em
regra, no PLANO DA EFICÁCIA.
A título de ilustração, em casos envolvendo compra e venda de bens móveis e
imóveis, a TRADIÇÃO e o REGISTRO estão no último degrau desses atos,
respectivamente.
Entretanto, em casos envolvendo CONTRATOS REAIS, como ocorre no comodato,
no mútuo, no depósito e no contrato estimatório, a TRADIÇÃO situa-se no PLANO
DA VALIDADE, pois tais contratos somente têm aperfeiçoamento com a entrega da
coisa.
Havendo um problema no segundo
degrau da Escada Ponteana
(problema de validade do título), não
há como se chegar ao terceiro degrau
(eficácia, tradição). Sendo nulo o
contrato, também será nula a tradição.
DA SUCESSÃO HEREDITÁRIA (Art. 1.784)
Conforme Art. 1.784 do CC, o direito sucessório também pode gerar a aquisição
derivada da propriedade móvel, seja a sucessão legítima ou testamentária.
Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros
legítimos e testamentários.
DA PERDA DA PROPRIEDADE MÓVEL (Art. 1.275)
● ALIENAÇÃO: transmissão do direito de propriedade de um patrimônio a outro, como ocorre nos casos
de COMPRA e VENDA, de TROCA ou PERMUTA e no de DOAÇÃO. Não é demais frisar que, em se tratando
de bens móveis, para a aquisição da propriedade, exige‐se a TRADIÇÃO (Art. 1.267).
● RENÚNCIA: ato unilateral pelo qual o proprietário declara, de forma expressa, a sua vontade de abrir
mão do seu direito sobre a coisa. Atenção: não confundir renúncia com remissão, que é ato bilateral
consubstanciado no perdão de uma dívida.
● ABANDONO: o proprietário deixa a coisa com a intenção de não mais tê‐la consigo. Surgindo a coisa
abandonada, qualquer pessoa pode adquiri‐la, seja por meio da ocupação, seja por intermédio da
usucapião, ambas formas de aquisição originária da propriedade.
● PERECIMENTO: perda do objeto, como no caso em que uma pessoa que está em um navio deixa cair
uma joia em alto‐mar.
USUCAPIÃO DE 
BENS IMÓVEIS
USUCAPIÃO A expressão vem do latim USUCAPIO (tomar/adquirir pelo uso)
Aquisição do domínio, ou mesmo de outro direito real (usufruto ou
servidão), pela posse prolongada, por permitir a lei que essa
DETERMINADA SITUAÇÃO DE FATO, alongada por certo intervalo de
tempo, se transforme em: AQUISIÇÃO ORIGINÁRIA DA PROPRIEDADE.
Essa DETERMINADA SITUAÇÃO DE FATO ALONGADA nada mais é do
que a POSSE AD USUCAPIONEM OU USUCAPÍVEL.
Art. 1.208. Não induzem posse os ATOS DE MERA PERMISSÃO ou
TOLERÂNCIA assim como não autorizam a sua aquisição os atos
violentos, ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou a
clandestinidade.
Importante 
lembrar:
Conforme Art. 1.208 do CC, EM SEDE DE PRINCÍPIO não é possível
alegar usucapião na vigência de um contrato em que a posse é transmitida,
por exemplo, como na locação e no comodato.
* POLÊMICA surge quanto aos atos de mera permissão e tolerância em
relação, por exemplo, ao BEM EM CONDOMÍNIO, particularmente nos
casos envolvendo herdeiros
Recurso Especial 
1631859
Posse 
exclusiva
Maria Helena Diniz sintetiza a referida polêmica a respeito da possibilidade
de usucapião no condomínio:
Para que se torne possível a um condômino usucapir contra os demais, NECESSÁRIO
SERIA DE SUA PARTE UM COMPORTAMENTO DE PROPRIETÁRIO EXCLUSIVO, ou
a INVERSÃO DA SUA POSSE, abrangendo o todo e não apenas uma parte.
O condômino para pretender a usucapião deverá TER SOBRE O TODO
POSSE EXCLUSIVA, de maneira a cessar o estado de comunhão.
POSSE EXCLUSIVA
Mediante aplicação do PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA, particularmente a
SUPRESSIO, que é a perda de um direito ou de uma posição jurídica pelo seu não
exercício no tempo, o julgado (Resp 214680) possibilitou, de forma indireta, a
usucapião de uma área comum em um condomínio edilício – parte do corredor
que dava acesso a alguns apartamentos.
Art. 1.208. MERA PERMISSÃO
ou TOLERÂNCIA de uso por
parte dos condôminos, não
haveria que se falar em
usucapião.
CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS da posse ad usucapionem ou usucapível
● POSSE COM A INTENÇÃO DE DONO (animus domini)
A intenção do usucapiente de SE TRANSFORMAR EM DONO DA COISA. Neste particular, é fundamental
tomar conhecimento e destacar‐se a possibilidade de ALTERAÇÃO NA CAUSA DA POSSE (interversio
possessionis), por meio da qual se admite a usucapião em casos excepcionais, como na hipótese em que
um LOCATÁRIO permanece no imóvel por cerca de trinta anos, não pagando os alugueis por cerca de
vinte anos, tendo o locador desaparecido.
No julgamento do REsp 154733, o STJ, mediante relatoria do Ministro Cesar Asfor Rocha,
decidiu que: “NADA IMPEDE QUE O CARÁTER ORIGINÁRIO DA POSSE SE MODIFIQUE,
motivo pelo qual o fato de ter havido no início da posse da autora um vínculo locatício, não é
embaraço ao reconhecimento de que, a partir de um determinado momento, essa mudou de
natureza e assumiu a feição de posse em nome próprio, sem subordinação ao antigo dono e,
por isso mesmo, com força ad usucapionem.
● POSSE MANSA E PACÍFICA
É aquela exercida sem qualquer manifestação em contrário de quem tenha legítimo interesse, ou seja,
sem a oposição do proprietário do bem. Pois, se em algum momento houver contestação dessa posse
pelo proprietário, desaparece o requisito da mansidão e, assim, a posse ad usucapionem.
● POSSE CONTÍNUA E DURADORA
Somente possibilita a usucapião a posse sem intervalos, ou seja, sem interrupção. O Art. 1.243 do CC,
contudo, admite a soma de posses sucessivas.
Art. 1.243. O possuidor pode, para o fim de contar o tempo exigido pelos artigos antecedentes, acrescentar à
sua posse a dos seus antecessores (art. 1.207), contanto que todas sejam contínuas, pacíficas e, nos casos
do art. 1.242, com justo título e de boa-fé.
De acordo com o enunciado 497 da V Jornada de Direito Civil, e o disposto no Art. 493 do CPC, “o prazo,
na ação de usucapião, pode ser completado no curso do processo, ressalvadas as hipóteses de má‐fé
processual do autor”.
● POSSE JUSTA
A posse usucapível deve se apresentar sem violência, clandestinidade ou precariedade. Se a
situação fática for adquirida por meio de atos violentos ou clandestinos, não induzirá posse para
os fins de usucapião, enquanto não cessar a violência ou a clandestinidade.
● POSSE DE BOA‐FÉ E COM JUSTO TÍTULO
Para a usucapião ORDINÁRIA, seja de bem móvel ou
imóvel, a lei exige a boa-fé e o justo título (Arts. 1.242 e 1.260).
A noção de justo título está intimamente ligada à boa-fé. O
justo título exterioriza-se e ganha solidez na boa-fé. Aquele
que sabe possuir de forma violenta, clandestina ou precária
não tem justo título. Documento que faz crer a todos
transferir a propriedade é justo título. Cabe ao impugnante
provar a existência de má-fé, porque (a) boa-fé se presume.
Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o
possuidorignora o vício, ou o obstáculo que
impede a aquisição da coisa.
Parágrafo único. O possuidor com JUSTO
TÍTULO tem por si a PRESUNÇÃO DE BOA-
FÉ, salvo prova em contrário, ou quando a lei
expressamente não admite esta presunção.
USUCAPIÃO ORDINÁRIA (Art. 1.242 e parágrafo único)
Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e
incontestadamente, com JUSTO TÍTULO e BOA-FÉ, o possuir por DEZ ANOS.
Parágrafo único. Será de CINCO ANOS o prazo previsto neste artigo se o imóvel
houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do
respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele
tiverem estabelecido a sua moradia, ou REALIZADO INVESTIMENTOS DE
INTERESSE SOCIAL E ECONÔMICO.
DUAS MODALIDADES de USUCAPIÃO ORDINÁRIA
1) REGULAR ou COMUM (Art. 1.242, caput)
▪ POSSE MANSA, PACÍFICA e ININTERRUPTA com animus domini por 10 ANOS;
▪ JUSTO TÍTULO
(todo e qualquer ato jurídico hábil, em tese, a transferir a propriedade, independentemente de registro);
▪ Boa-fé (Art. 1.201);
2) POR POSSE-TRABALHO (Art. 1.242, parágrafo único)
Posse qualificada pelo cumprimento de uma função social, em sentido positivo, por 5 ANOS
Para Flávio Tartuce:
A existência de um DOCUMENTO HÁBIL registrado e cancelado posteriormente, como
um compromisso de compra e venda, por exemplo, SERIA DISPENSÁVEL. Bastando
apenas, para o citado autor, a POSSE-TRABALHO, que seria o bastante para se
presumir a existência da boa-fé (boa-fé objetiva, no plano da conduta) e do justo título.
Neste contexto... USUCAPIÃO ORDINÁRIA
USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA (Art. 1.238)
Art. 1.238. Aquele que, por QUINZE ANOS, sem interrupção, nem oposição, possuir
como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, INDEPENDENTEMENTE DE
TÍTULO E BOA-FÉ; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a
qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.
Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a DEZ ANOS se o
possuidor houver ESTABELECIDO NO IMÓVEL A SUA MORADIA HABITUAL, ou
nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo.
DUAS MODALIDADES de USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA
● REGULAR ou COMUM (Art. 1.238, caput)
Posse mansa, pacífica e ininterrupta, com animus domini por 15 ANOS;
● POR POSSE-TRABALHO (Art. 1.238, parágrafo único)
O prazo cai para 10 ANOS se o possuidor houver estabelecido no imóvel sua
MORADIA HABITUAL ou houver realizado OBRAS OU SERVIÇOS DE CARÁTER
PRODUTIVO, ou seja, se a função social da posse estiver sendo cumprida pela
presença da posse‐trabalho.
Percebe-se, nos dois casos, que NÃO HÁ necessidade de se provar a BOA-FÉ e o JUSTO
TÍTULO, havendo uma presunção absoluta (iure et de iure) da presença de tais elementos.
Art. 1.228. (...) PODERES INERENTES À PROPRIEDADE.
§ 4o O proprietário também PODE SER PRIVADO DA COISA se o imóvel reivindicado consistir em EXTENSA
ÁREA, na posse ininterrupta e de boa-fé, por mais de CINCO ANOS, de CONSIDERÁVEL NÚMERO DE
PESSOAS, e estas nela houverem realizado, em conjunto ou separadamente, OBRAS E SERVIÇOS
CONSIDERADOS PELO JUIZ DE INTERESSE SOCIAL E ECONÔMICO RELEVANTE.
§ 5o No caso do parágrafo antecedente, o juiz fixará a JUSTA INDENIZAÇÃO DEVIDA AO PROPRIETÁRIO;
pago o preço, valerá a sentença como título para o registro do imóvel em nome dos possuidores.
A propósito da POSSE-TRABALHO
POSSUIDORES PROPRIETÁRIA
Ação dominial 
REIVINDICATÓRIA
DESAPROPRIAÇÃO JUDICIAL
e INDENIZAÇÃO devida pelos
possuidores à proprietária
• Desapropriação judicial. Posse-trabalho . A norma cria a DESAPROPRIAÇÃO JUDICIAL,
considerada uma inovação “do mais alto alcance, inspirada no sentido social do direito de
propriedade, implicando não só novo conceito desta, mas também novo conceito de posse, que se
poderia qualificar como sendo de posse-trabalho” (Miguel Reale, Exposição de motivos ao Ministro
da Justiça, Diário do Congresso Nacional, Seção I, Suplemento B ao n. 061, 13.6.1975n. 27 c, p.
121).
• Constitucionalidade da desapropriação judicial. A norma é constitucional porque resolve a
aparente antinomia entre o direito de o proprietário reivindicar a coisa de quem injustamente a
possua e a FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE, com a manutenção do bem com aquele que lhe
deu função social com a posse-trabalho (Teori Albino Zavascki. A tutela da posse na Constituição e
no Projeto do Novo Código Civil [Martins-Costa. Reconstrução, p. 854]). No mesmo sentido,
entendendo que a garantia do DIREITO DE PROPRIEDADE não pode estar acima do PRINCÍPIO
CONSTITUCIONAL DA FUNÇÃO SOCIAL. O que não se pode permitir de maneira alguma é que
se deixe de fazer o pagamento da indenização. Esta, a qual deverá consistir numa SOMA CAPAZ
DE COBRIR O VALOR DO BEM, tem como finalidade a salvaguarda do justo equilíbrio entre o
direito de propriedade e as exigências do interesse geral, e deverá ser calculada com coerência
razoável e compatível com a perda experimentada pelo desapropriado.
• Desapropriação judicial. Conceito. É o ato pelo qual o juiz, em ação dominial (v.g., reivindicatória)
ajuizada pelo proprietário, ACOLHENDO DEFESA DOS RÉUS QUE EXERCEM A POSSE-TRABALHO,
fixa na sentença a justa indenização que deve ser paga por eles, réus, ao proprietário, após o que valerá a
sentença como título translativo da propriedade, com ingresso no registro de imóveis em nome dos
possuidores, que serão os novos proprietários (CC 1228 § 5.º).
• Desapropriação judicial. Elementos. Compõem o direito de desapropriação judicial: a) COM RELAÇÃO
AO IMÓVEL: propriedade de outrem, área extensa; b) QUANTO À POSSE: ser ininterrupta e de boa-fé por
cinco anos; ter sido exercida por número considerável de pessoas; ser caracterizada como posse-trabalho,
isto é, exercida por pessoas que realizaram no imóvel, em conjunto ou separadamente, obras e serviços de
interesse social ou econômico relevante.
● COM RELAÇÃO AO IMÓVEL: propriedade de outrem e área extensa;
● QUANTO À POSSE: ininterrupta e de boa-fé por cinco anos, exercida por número considerável de
pessoas, caracterizada como posse-trabalho, isto é, com a realização, no imóvel, em conjunto ou
separadamente entre as pessoas que o possuem, obras e serviços de interesse social ou econômico
relevante.
REPITA-SE E DESTAQUE-SE:
A CF garante a todos que a propriedade exerça função social e o Art. 1.228,
parágrafos 4º e 5º, diz, na hipótese que menciona, que A DESAPROPRIAÇÃO
JUDICIAL É MANIFESTAÇÃO DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE. Norma
de ordem pública (Art. 2.035, parágrafo único, do CC), tem aplicação imediata.
USUCAPIÃO CONSTITUCIONAL
(Art. 191 da CF e Art. 1.239 do CC)
Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por
CINCO ANOS ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a
cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua
moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Parágrafo único. Os IMÓVEIS PÚBLICOS NÃO SERÃO
ADQUIRIDOS POR USUCAPIÃO.
1 hectare = 10.000 m²
Também conhecida como USUCAPIÃO AGRÁRIA ou ESPECIAL RURAL
Requisitos para a USUCAPIÃO CONSTITUCIONAL, 
AGRÁRIA ou ESPECIAL RURAL
● Área não superior a 50 hectares (50 ha), localizada na zona rural.
50 hectares = 500.000 m²
● Posse de 5 ANOS ininterruptos, sem oposição e com
ANIMUS DOMINI.
Animus domini: uma
vontade exercida sobre a
coisa, elemento anímico, a
intenção de tê‐la para si,
como proprietário.
● Utilização do imóvel para subsistência ou trabalho, que pode ser na
agricultura, na pecuária, no extrativismo ou em atividade similar.
O fator essencial é que a pessoa ou família esteja tornando produtiva a terra, por
força de seu trabalho.
● Não ser proprietário de outro imóvel, seja ele rural ou urbano.
NÃO HÁ, na usucapião constitucional, qualquer previsão quanto ao JUSTO
TÍTULO e à BOA-FÉ, pois tais elementos se presumem de forma absoluta pela
destinação que se dá ao imóvel, com o atendimento à sua função social.
USUCAPIÃO

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