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JANAÍNA RIBEIRO DA SILVA RA:8097200 PORTFÓLIO DE POLÍTICAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA Trabalho apresentado ao Centro Universitário Claretiano na disciplina Políticas da Educação Básica ministrada pelo tutor Wagner Montanhini São Paulo 2020 Com base nas leituras propostas da legislação e do texto de João Cardoso de Palma Filho, desenvolva os seguintes pontos: 1)Apresente as principais características das políticas educacionais em cada período da história republicana do Brasil. Durante a monarquia no século XIX, o Brasil tinha uma maioria de analfabetos, e a educação era uma realidade para poucos que podiam pagar. Não havia um sistema escolar e tanto a criação de escolas quanto a formação de professores eram altamente negligenciadas.Com a proclamação da república em 15 de novembro de 1889, vemos a elite paulistana reorganizar-se para defender seus próprios interesses. Nasce a constituição de 1891, que enfatiza o caráter republicano, federalista e laico do Estado Brasileiro e cria um sistema representativo baseado no voto direto, sem no entanto permitir que esse direito chegue às mulheres, religiosos, militares de baixa patente e analfabetos que eram grande maioria. Referente à educação, a constituição de 1891 permanece com o descentralismo introduzido pelo Ato Institucional de 1834, estabelecendo que o ensino superior e secundário ficariam a cargo da união e os Estados cuidariam do ensino elementar e profissional. Na prática persistiu o modelo monárquico. Houve algumas tentativas de reforma nesse período como a Reforma Benjamin Constant de 1930, que voltada para as escolas sediadas no Rio de Janeiro tinha influência positivista e permitiu a criação do Ministério da instrução correios e telégrafos, a Reforma Rivadávia Corrêa de 1911, que dava total autonomia aos estabelecimentos de ensino, inclusive na frequência às aulas, a Reforma Carlos Maximiniano de 1915, que criou a obrigatoriedade de diploma no ensino secundário para poder prosseguir para o nível superior, e a Reforma Luiz Alves/Rocha Vaz de 1925, que criou normas para a admissão no curso superior. A partir da década de 1920,por causa da Primeira Guerra Mundial, (1914-1918), temos um novo cenário onde cresce uma tímida industrialização em São Paulo, e a política de importações, que atrai muitos imigrantes europeus. No campo das idéias, intelectuais comprometidos com a educação inquietam-se. Surge então a Associação Brasileira de Educação, formada por militantes da área ansiosos por mudanças. Esse movimento ficou conhecido como Escola Nova e defendia escola pública gratuita, laica e obrigatória. Seu idealizador no Brasil foi Anísio Teixeira (1900-1970), influenciado pelo norte americano John Dewey (1859-1952), Inspirou ao lado de outros intelectuais da época importantes reformas educacionais como a Reforma Sampaio Dória em São Paulo (1920), Reforma Lourenço Filho no Ceará (1923), Reforma Anísio Teixeira na Bahia (1925), Reforma Francisco Campos/Mário Casassanta em Minas Gerais (1927) e Reforma Fernando de Azevedo no Distrito Federal (1928). Os efeitos concretos do movimento só foram observados a partir de 1930 após um movimento civil militar que derrubou a oligarquia cafeeira, causando a reorganização da fração elitista de perfil mais urbano e industrial. Com Getúlio Vargas no poder começa uma nova fase política no país que vai de 1930 a 1945, com a reestruturação do sistema capitalista tornando necessário mão de obra qualificada de setor produtivo, e pela primeira vez o Estado assume o papel de estruturador de um sistema escolar em âmbito nacional. A era Vargas promoveu a criação do Ministério da Educação e a publicação da constituição de 1934 que previa medidas mais consistentes em relação à organização da escola. A partir de 1937 a era Vargas entra em uma segunda etapa, instalando a ditadura varguista até 1945. A constituição de 1937 diferencia-se da constituição de 1934 por retirar do Estado a competência de prover educação pública para o sistema escolar. Na verdade houve incentivo do ensino técnico profissionalizante para atender as ofertas de mão de obra qualificada exigidas pelo crescimento industrial que o Brasil vivia naquele momento. Com o fim do Estado Novo em 1945, ingressamos em uma nova etapa política onde novamente foi reorganizado nosso sistema escolar. É promulgada a constituição de 1946, revestida de princípios liberais e democráticos, consagrando o regime federalista e republicano. No campo da educação foi elaborada uma legislação própria sobre o assunto, que abriu portas para uma futura Lei de Diretrizes e Bases da educação nacional. Em 20 de dezembro de 1961, a Lei número 4.4024 que instituía a Lei de Diretrizes e Bases de Educação Nacional foi sancionada pelo poder executivo. Apesar dos avanços possibilitados, a LDB 4.024/61 não contemplou de fato as necessidades do ensino básico. Ainda durante a república populista (1946-1964), houve campanhas a favor da escola pública e movimentos para alfabetização de adultos. Em 1964, com o golpe militar que derrubou o presidente João Goulart, entramos em uma nova fase política no Brasil com claras consequências às políticas de educação básica. Nesse momento com sucessivos golpes de estado, foi difícil construir uma política de educação duradoura. O golpe de 1964 instaurou uma ditadura que durou até 1985. Foi estabelecido um projeto político autoritário, não democrático, baseado na violência do Estado, concentrador de renda e excludente. Duas reformas foram marcantes em relação à educação durante o período militar (1964+1985). A primeira ficou conhecida como MEC- USAID através da Lei 5.540/68. Efetivamente a reforma universitária de 1968 visava promover controle ideológico dos cursos universitários e impor lógica burocrática, empregada na forma de organização e classificação dos alunos para seu ingresso. A segunda reforma atingiu o ensino básico através da LEI de Diretrizes e Bases número 5.692/71 que revogou a LDB de 1961. Estruturou-se em três níveis sendo o primeiro grau correspondente ao primário e ao ginásio, com duração de oito anos, o segundo grau era profissionalizante durando três ou quatro anos dependendo da especialização escolhida, e o terceiro grau correspondida ao ensino superior. No conteúdo curricular houve manipulação ideológica com a introdução de disciplinas como Educação Moral e Cívica, Organização Social e Estudos Sociais, que ocupavam lugar de disciplinas reflexivas como História, Geografia e Filosofia. A aprovação da Lei número 7.044 de 1982 pôs fim à obrigatoriedade do ensino profissionalizante no segundo grau, confirmando seu fracasso e levando-o novamente a ser preparação para o ensino superior. Ao término do regime militar o quadro da educação nacional era aterrador, com altos níveis de analfabetismo, evasão escolar e negligência na formação de profissionais, ,nada muito diferente das primeiras décadas do início do século vinte. A partir de 1985 uma nova fase da história política renova as esperanças de melhora da educação escolar. Foi promulgada a constituição de 1988 que estabelece princípios da educação nacional inspirados no liberalismo, democracia e direitos humanos. Um novo passo foi dado com a promulgação da nova LDB de 1996,Lei número 9.934/96 que representou avanços no panorama educacional brasileiro, principalmente em termos quantitativos. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 aprovada após oito anos de debates e apesar disso os desafios da educação no país ainda são enormes. 2) Apresente As concepções de educação expressas na Constituição Federal de 1988,dos artigos 205 a 214, com uma crítica pessoal ao final Art. 205. A educação, direito de todos e deverdo Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei; VII - garantia de padrão de qualidade. VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados profissionais da educação básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de carreira, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. § 1º É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 11, de 1996). § 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de pesquisa científica e tecnológica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 11, de 1996) Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para todos os que a ele não tiveram acesso na idade própria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um; VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando; VII - atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. De§ 1º - O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo. § 2º - O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente. § 3º - Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela frequência à escola. Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições: I - cumprimento das normas gerais da educação nacional; II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público. Art. 210. Serão fixados conteúdos mínimos para o ensino fundamental, de maneira a assegurar formação básica comum e respeito aos valores culturais, artísticos, nacionais e regionais § 1º - O ensino religioso, de matrícula facultativa, constituirá disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental. § 2º - O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurada às comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem. Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino. § 1º A União organizará o sistema federal de ensino e o dos Territórios, financiará as instituições de ensino públicas federais e exercerá, em matéria educacional, função redistributiva e supletiva, de forma a garantir equalização de oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade do ensino mediante assistência técnica e financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) § 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) § 3º Os Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) § 4º Na organização de seus sistemas de ensino, os Estados e os Municípios definirão formas de colaboração, de modo a assegurar a universalização do ensino obrigatório. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) § 5º A educação básica pública atenderá prioritariamente ao ensino regular. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino. § 1º - A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, ou pelos Estados aos respectivos Municípios, não é considerada, para efeito do cálculo previsto neste artigo, receita do governo que a transferir. § 2º - Para efeito do cumprimento do disposto no “caput” deste artigo, serão considerados os sistemas de ensino federal, estadual e municipal e os recursos aplicados na forma do art. 213. § 3º - A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento das necessidades do ensino obrigatório, nos termos do plano nacional de educação. § 4º - Os programas suplementares de alimentação e assistência à saúde previstos no art. 208, VII, serão financiados com recursos provenientes de contribuições sociais e outros recursos orçamentários. § 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) § 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da contribuição social do salário-educação serão distribuídas proporcionalmente ao número de alunos matriculados na educação básica nas respectivas redes públicas de ensino. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006) Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas públicas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que: I - comprovem finalidade não-lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em educação; II - assegurem a destinação de seu patrimônio a outra escola comunitária, filantrópica ou confessional, ou ao Poder Público, no caso de encerramento de suas atividades. § 1º - Os recursos de que trata este artigo poderão ser destinados a bolsas Nde estudo para o ensino fundamental e médio, na forma da lei, para os que demonstrarem insuficiência de recursos, quando houver falta de vagas e cursos regulares da rede pública na localidade da residência do educando, ficando o Poder Público obrigado a investir prioritariamente na expansão de sua rede na localidade. § 2º - As atividades universitárias de pesquisae extensão poderão receber apoio financeiro do Poder Público. Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração plurianual, visando à articulação e ao desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis e à integração das ações do Poder Público que conduzam à: I - erradicação do analfabetismo; II - universalização do atendimento escolar; III - melhoria da qualidade do ensino; IV - formação para o trabalho; V - promoção humanística, científica e tecnológica do País. Desde 1988 a educação básica é gratuita e obrigatória trazendo ao Poder Público a responsabilidade de zelar por ela e trazer a todos os cidadãos o acesso ao ensino. Infelizmente a realidade em que vivemos está ainda bem distante da ideal. Ainda não há estrutura para que o que está descrito nos artigos descritos acima aconteça de forma plena. Ainda assim é importante lembrar que, sendo a educação um direito que pertence a todos, cabe à sociedade colaborar e cobrar do Poder Público um ensino de qualidade visando o desenvolvimento da pessoa e preparando o cidadão para o exercício pleno da ccidadania com o intuito de prepara-lo para o futuro. Numa forma de síntese, desenvolva os seguintes tópicos: A)Retrospecto do processo de tramitação da LDB no Congresso Nacional(Câmara Federal e Senado Federal); O enfraquecimento do governo militar na década de oitenta do século passado trouxe um novo fôlego para a democracia no Brasil, e muitos educadores viram esse momento como propício para a construção de uma nova legislação educacional nacional.Com a aspiração dia educadores garantia na Constituição Federal a comunidade educacional se organizou para paralelamente à formulação da Constituição Federal elaborarem um anteprojeto para criar uma nova LDB da educação nacional. O texto da nova LDB proposta pelos educadores é apresentado na Câmara Federal em dezembro de 1988, logo depois da promulgação da Constituição Federal. Apresentado pelo então deputado Octávio Elísio (PSDB-MG) com o número 1.158/88, contém na íntegra o texto elaborado pelos educadores, tendo o mesmo acrescentado em março de 1989 por Florestan Fernandes (PT-SP) e Jorge Hage(PSDB-BA), e designados por Ubiratan Aguiar (PMDB-BA) , então presidente da Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Câmara. Jorge Hage possibilitou a participação da comunidade educacional na elaboração do projeto , o que possibilitou direcioná-lo favorável à escola pública. Construído o projeto, se desencadeia no primeiro semestre de 1990, na Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Câmara Federal , agora com o presidente Carlos Sant'Anna o processo de votação e negociação do substitutivo. Surge a terceira versão do substitutivo Jorge Hage que por motivos de exames e revisões fora reescrito e aprovado por unanimidade em junho de 1990. Ações paralelas do Senado tentavam garantir em lei espaço da iniciativa privada na educação, todavia sua continuação foi impedida pelo Fórum Nacional de Defesa da Escola Pública, que atuou contra o projeto devido a matéria pertencer à LDB em tramitação na Câmara e não sendo interessa da comunidade educacional sua tramitação paralela à lei da educação. Outro momento difícil foi quando o senador Março Marco Maciel (PFL-PE), quis apresentar um projeto de LDB paralelamente ao da Câmara, o que foi contornado com um acordo entre ele e. Jorge Hage, onde Maciel assumiu publicamente o compromisso de que nenhuma votação ocorreria sobre isso no Senado antes que aí desse entrada o projeto de LDB então em tramitação na Câmara. A nova característica do parlamento brasileiro com a legislatura que começa em 1991, de tendência conservadora , desconsidera esse acordo na busca de uma forma de defender seus interesses. Morando que as obstruções na Câmara não surtiam o efeito desejado , num golpe de oportunismo se utiliza do sistema de funcionamento Bicamaral do Parlamento brasileiro para iniciar a elaboração de um projeto de LDB da educação no Senado Federal priorizando os interesses da iniciativa privada. Essa manobra resultou de um acordo entre o bloco governista liderado pelo deputado Eraldo Tinoco (PFL-BA), o MEC e o PDT, culminando no projeto de LDB do Senado apresentado pela primeira vez em vinte de maio de 1992 e intitulado Projeto de Lei do Senado(PLS) número 67/92 de autoria do senador Darcy Ribeiro (PDT-RJ), com assessoria do alto escalão do MEC, ficando mais conhecida como Projeto Darcy Ribeiro. Enquanto não acontecia a aprovação da LDB na Câmara, em fevereiro de 1993 estratégias eram usadas no Senado para tentar aprovar o projeto Darcy Ribeiro, e devido a uma abertura encontrada no novo Regimento Interno do Senado que permitia a qualquer comissão desta casa aprovar projetos de lei sem que esse fosse obrigado a passar pelo Plenário, acontece então a aprovação do projeto na Comissão de Educação do Senado. Porém a mesma arma usada pelos senadores para aprovar o projeto Darcy Ribeiro e anular a tramitação na Câmara fora usada contra os próprios, devido ao fato de o Regimento também prever a aprovação do projeto pela Comissão de Educação. Uma questão de ordem levantada por Jarbas Passarinho (PDS-PA) fez cair por terra as investidas dos senadores favoráveis ao projeto de Ribeiro. O projeto de lei não contava na pauta até convocação de 02 de fevereiro de 1993, e assim sendo, sem esse poder se deliberado pelo Senado o presidente desta casa acolhe o pedido de ordem do Senado e invalida a decisão da Comissão de Educação, retornando o projeto para análise do Senado. A eleição de Fernando Collor de Melo como presidente permitiu ao PDS, partido que historicamente defende a iniciativa privada em educação, passe a conduzir a tramitação da nova LDB. O bloco conservador desta casa usou de grandes números de destaque para obstruir o projeto da LDB na Câmara. Os deputados Celso Bernardi e Ubiratan Barbosa entram com pedido de urgência urgentíssima no final do primeiro semestre de 1992, porém o pedido foi inviabilizado pela instauração da CPI de Paulo Cesar Farias e depois pelo impeachment de Fernando Collor. Com a posse de Itamar Franco na presidência da República e a ascensão do professor Murilo Hingel ao Ministério da Educação, a situação se tornou mais favorável ao andamento do projeto. Deferido o pedido , e depois de um longo processo de negociação e votação, em maio de 1993 o projeto chega a sua aprovação fim na Câmara. No Senado é designado Cid Saboia como relator na Comissão de Educação, o que causou preocupação aos defensores da escola pública, por ele ter sido o relator no projeto Darcy Ribeiro. Depois de acertos necessários ,mas preservando a estrutura do projeto da Câmara, é aprovado na Comissão de Educação do Senado em 30 de novembro de 1994 e encaminhado ao Plenário em 12 de dezembro do mesmo ano. Com a posse de Fernando Henrique Cardoso na presidência em janeiro de 1995 as forças conservadoras novamente têm favoritismo no Parlamento Federal. Sob a alegação de que havia muitas irregularidades e através de algumas manobras regimentais, impede-se a votação do PLC no Plenário, e fica clara a intenção dos parlamentares em perceber inconstitucionalidades que afetassem os interesses da iniciativa privada na educação. Depois de inúmeras tentativas , os projetos advindos da Câmara foram desconsiderados trazendo de VT o anteprojeto de Darcy Ribeiro. Este incorporou várias emendas para minimizar i descontentamento e as resistências da comunidade educacional. Assim em 08 de fevereiro de 1996, a versão derradeira do projeto ganha aprovação no Plenário do Senado. B) Os princípios gerais da Educação Brasileira; Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Art. 3º O ensinoserá ministrado com base nos seguintes princípios: 1.igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 2.liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; 3.pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas; 4.respeito à liberdade e apreço à tolerância; 5.coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; 6.gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; 7.valorização do profissional da educação escolar; 8.gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino; 9.garantia de padrão de qualidade; 10.valorização da experiência extra-escolar; 11.vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. C) Os níveis da educação no Brasil: Educação básica Educação Superior; Inicialmente, a educação escolar é dividida em dois níveis, segundo a LDB, em seu artigo 21: Educação Básica e Educação Superior. A Educação Básica apresenta três etapas: Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio. E ainda temos as fases da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, conforme a DCN de Educação Básica, também em seu artigo 21. A Educação Infantil compreende a creche e a pré-escola, já o Ensino Fundamental, os anos iniciais e os anos finais. O Ensino Superior se dividiu em cursos e programas: cursos sequenciais, graduação, pós-graduação e de extensão. Para facilitar um pouquinho, vamos tentar organizar isso tudo numa só imagem. D) Da educação básica;. . A Educação Básica, a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB - 9.394/96), passou a ser estruturada por etapas e modalidades de ensino, englobando a Educação Infantil, o Ensino Fundamental obrigatório de nove anos e o Ensino Médio. E) A formação dos profissionais da educação básica; 62. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal. A União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios, em regime de colaboração, deverão promover a formação inicial, a continuada e a capacitação dos profissionais de magistério ,que pode ser feira através de cursos à distância. Referências:: Corrêa, Rubens Arantes Políticas da educação básica / Rubens Arantes Corrêa, Karina Elizabeth Serrazes, – Batatais, SP : Claretiano, 2013. 186 p. 1. Políticas Educacionais. 2. Estrutura do Ensino Brasileiro. 3. Legislação Escolar. I. Serrazes, Karina Elizabeth. II. Políticas da educação básica. Rocha, Maciel Raryson A construção da Lei número 9.394/96, trajetórias e impasses políticos Universidade Federal do Pará-UFPA, 2017 12p. Disponível em https://www.editorarealize.com.br Acessado em 24 de Março de 2020 Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional número 9.394/96, Brasília, DF, Senado, 1996, Disponível em https://portal.mec.gov.br/arquivos/PDF/ldb.pdf. https://www.editorarealize.com.br/ https://portal.mec.gov.br/arquivos/PDF/ldb.pdf Acessado em 24 de Março de 2020
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