Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 TJ-RJ Analista Judiciário Especialidade: Psicólogo 1 Código de Ética do psicólogo e resoluções do Conselho Federal de Psicologia ............... 1 2 Avaliação psicológica e psicodiagnóstico. 2.1 Fundamentos e etapas da medida psicológica. 2.2 Instrumentos de avaliação. 2.2.1 Critérios de seleção, avaliação e interpretação dos resultados ........................................................................................................................ 29 2.3 Técnicas de entrevista ................................................................................................. 52 2.4 Laudos, pareceres e relatórios psicológicos, estudo de caso, informação e avaliação psicológica ............................................................................................................................. 65 2.5 Perícia Psicológica ....................................................................................................... 82 3 Teorias e técnicas psicoterápicas. 3.1 Psicoterapia individual e grupal. 3.2 Abordagens teóricas. 3.2.1 Psicanálise (Freud, M. Klein, Winnicott, Lacan), cognitivo-comportamental (Skinner, Beck), humanistaexistencial (Rogers, Perls), sócio-histórica (Vygotsky, Luria) e psicodrama (Moreno) ............................................................................................................. 83 4 Psicopatologia. 4.1 Transtornos de humor. 4.2 Transtornos de personalidade. 4.3 Transtornos relacionados ao uso e abuso de substâncias psicoativas. 4.4 Transtornos de ansiedade. 4.5 Transtorno do estresse póstraumático. 4.6 Transtornos depressivos. 4.7 Transtornos fóbicos. 4.8 Transtornos psicossomáticos. 4.9 Transtornos somatoformes. 4.10 Esquizofrenia........................................................................................................................ 120 4.11 Estruturas clínicas (neurose, psicose e perversão) .................................................. 168 5 Psicologia da saúde. 5.1 Ações básicas de saúde ........................................................ 181 5.1.1 Promoção. 5.1.2 Prevenção. 5.1.3 Reabilitação ...................................................... 193 5.2 Equipes interdisciplinares. 5.2.1 interdisciplinaridade e multidisciplinaridade em saúde. 5.3 O papel do psicólogo na equipe de cuidados básicos à saúde ....................................... 211 6 Intervenção psicológica em problemas específicos. 6.1 Tratamento e prevenção da dependência química. 6.1.1 Álcool, tabagismo, outras drogas e redução de danos ............. 214 7 Teorias e Técnicas psicoterápicas ................................................................................ 237 8 A criança e o adolescente. 8.1 Desenvolvimento emocional e social. 9 Clínica do idoso ............................................................................................................................................. 237 10 Psicologia Social ......................................................................................................... 267 Grupo Social e Familiar: o indivíduo e o grupo; as transformações da família ................. 277 11 Saúde mental e os princípios da luta antimanicomial .................................................. 322 12 Psicologia e justiça. 12.1 Compromisso social, ética e direitos humanos .................... 346 13 Psicologia jurídica. 13.1 Adoção, infância e juventude, idoso, família, adolescente em conflito com a lei, violência doméstica familiar e contra a mulher, área criminal, abuso sexual e suas interfaces ..................................................................................................................... 357 Estatuto da Criança e do Adolescente ............................................................................. 399 Estatuto do Idoso ............................................................................................................. 455 Lei nº 12.010/2009 (Lei da Adoção) ................................................................................. 478 Lei nº 11.340/2006 e suas alterações (Lei Maria da Penha) ............................................ 492 14 Organizações. 14.1 Estrutura, processos e dinâmica.................................................. 506 15 Teoria das organizações e concepções de trabalho. .................................................. 520 16 Cultura e clima organizacional. ................................................................................... 546 17 Motivação e satisfação no trabalho. ............................................................................ 557 1626177 E-book gerado especialmente para SILAS HORTA DA SILVA 2 18 Poder, liderança e conflitos nas organizações. ........................................................... 570 19 Equipes de trabalho e grupos nas organizações. ........................................................ 594 20 Ergonomia da atividade e psicopatologia do trabalho. ................................................ 607 21 Bem-estar, saúde e qualidade de vida no contexto das organizações. ....................... 613 22 Conhecimento, aprendizagem e desempenho humano nas organizações. ................. 634 Olá Concurseiro, tudo bem? Sabemos que estudar para concurso público não é tarefa fácil, mas acreditamos na sua dedicação e por isso elaboramos nossa apostila com todo cuidado e nos exatos termos do edital, para que você não estude assuntos desnecessários e nem perca tempo buscando conteúdos faltantes. Somando sua dedicação aos nossos cuidados, esperamos que você tenha uma ótima experiência de estudo e que consiga a tão almejada aprovação. Pensando em auxiliar seus estudos e aprimorar nosso material, disponibilizamos o e-mail professores@maxieduca.com.br para que possa mandar suas dúvidas, sugestões ou questionamentos sobre o conteúdo da apostila. Todos e-mails que chegam até nós, passam por uma triagem e são direcionados aos tutores da matéria em questão. Para o maior aproveitamento do Sistema de Atendimento ao Concurseiro (SAC) liste os seguintes itens: 01. Apostila (concurso e cargo); 02. Disciplina (matéria); 03. Número da página onde se encontra a dúvida; e 04. Qual a dúvida. Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhar em e-mails separados, pois facilita e agiliza o processo de envio para o tutor responsável, lembrando que teremos até três dias úteis para respondê-lo (a). Não esqueça de mandar um feedback e nos contar quando for aprovado! Bons estudos e conte sempre conosco! 1626177 E-book gerado especialmente para SILAS HORTA DA SILVA 1 Caro(a) candidato(a), serão abordadas aqui as resoluções mais recorrentes em concursos públicos. Algumas resoluções são abordadas em outros tópicos. A Práxis do Psicólogo Face Ao Código de Ética Profissional1 Ética profissional: fatos e possibilidades Para TEIXEIRA, a questão ética profissional em Psicologia é discutida a partir de uma tentativa de análise comportamental de alguns enunciados verbais sobre moral e ética. A dissociação entre “dizer” e o “fazer” éticos a complexidade envolvida na assimilação de contingências sociais, regras ou leis são destacadas. Algumas situações circunscritas ao meio acadêmico e aos diversos campos de atuação do psicólogo são mencionadas como suscetíveis de questionamentos éticos. O reconhecimento e a atribuição de direitos são apontados como bases para o desenvolvimento de reconhecimentos éticos e para a superação da dissociação entre o “dizer” e o “fazer” éticos. Essa dissociação entre o “dizer” e o “fazer” éticos e a amplitude das questões envolvendo ética, exigem um detalhamento da própria noção de ética que permita, posteriormente, sua especificação enquanto ética profissional, no campo da Psicologia. Segundo Ferreira, o estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível de qualificaçãodo ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de modo absoluto. A ética é a expressão da medida. É a garantia da harmonia que resulta da boa conduta da alma e que determina o lugar certo de qualquer coisa (e de qualquer ato) no mundo. Os limites do exercício da profissão do psicólogo estão estabelecidos no Código de Ética Profissional dos Psicólogos, aprovado pelo Conselho Federal de Psicologia em 03/08/79. Desde então as questões éticas relacionadas a este campo de atuação profissional vêm se ampliando e se delineando em novas formulações. Skinner afirma que comportamento “moral ou justo é um produto de tipos especiais de contingências sociais” e sugere que “precisamos analisar tais contingências se pretendemos construir um mundo em que as pessoas ajam moral e equitativamente.” O campo de atuação do psicólogo é muito amplo, o que torna muito difícil a tarefa de analisá-lo em suas implicações éticas. E por fim, afirmaria que o desenvolvimento do comportamento ético é uma questão de aprendizagem, e esta pode ocorrer em qualquer lugar. A escola e o ensino formais não constituem as únicas condições para a aquisição desse repertório comportamental. Se todos exigirem respeito de seus direitos, não haverá quem os desrespeitem. O comportamento ético concebido, desenvolvido e controlado dessa forma produziriam a superação da dissociação entre retórica e fato. Por uma ética na saúde: algumas reflexões sobre a ética e o ser ético na atuação do psicólogo Segundo MEDEIROS, a ética vem sendo tema frequente em discussão, abarcando várias instâncias da sociedade. Nas instituições de Saúde são prementes as questões referentes a parâmetros e limites na intervenção sobre os seres humanos. O psicólogo, profissional presente nas instituições de saúde, tem a sua prática atravessada por vivências de grande significado na vida das pessoas. A presença de situações como ansiedades, angústias, medos, desencadeiam crises pessoais e familiares e impõem aos profissionais vinculados aos cuidados com a saúde inúmeras dúvidas com relação a práticas que sejam coerentes com o propósito ético da ciência que representam. Além das questões éticas que emergem em decorrência das biotecnologias, são inúmeras as situações que constituem dilemas éticos na relação do psicólogo com a pessoa atendida e/ou familiares desta, ou na relação com a equipe de trabalho. Até onde manter o sigilo profissional? É possível quebrar sigilo? Em quais situações? Como agir a atitudes antiéticas de colegas de trabalho? Além destas questões é possível enumerar muitas outras. Autores como Herreo, Chiattone e Sebastiani, Berlinguer e Lepargneur, fazem referências a falência dos princípios morais em nossa época. Frente à essa problemática, são muitas as questões envolvendo a ética, constituindo desafios constantes para a Psicologia e para as demais Ciências. Chauí compreende ética como “Filosofia moral, isto é, uma reflexão que discuta, problematize e interprete o significado dos valores morais.” Considerando a ética, convém questionar: será que a conduta ética pode sustentar-se unicamente no cumprimento do Código de Ética Profissional do Psicólogo? E mais: O Código está no campo da ética ou no campo da moral? Faz-se necessária a compreensão de que o Código não traz, em 1 REIS, D. K. dos; RODRIGUES, A. da S.; MELO, C. M. da S. A práxis do psicólogo face ao Código de Ética Profissional. Revista científica eletrônica de psicologia, 2010. 1 Código de Ética do psicólogo e resoluções do Conselho Federal de Psicologia 1626177 E-book gerado especialmente para SILAS HORTA DA SILVA 2 seus cinquenta artigos, respostas parecidas às questões éticas. Daí a necessidade de não limitar-se aos conteúdos inscritos no Código. Fica demarcado, portanto, o caráter referencial do mesmo, que serve como um relevante norteador para as atividades profissionais da categoria, pois trata de direitos, deveres e responsabilidades. As particularidades de cada situação exigem uma ampla reflexão que inclui o Código de Ética Profissional do Psicólogo, mas não se limita à ele. E também refere-se à ação do psicólogo guiada por seus valores e princípios, construídos ao longo de sua formação pessoal e profissional. Certamente devemos considerar que os princípios do Psicólogo são relevantes e devem ser considerados e respeitados. Pautar o agir em princípios sustentados pela ética talvez fosse o recurso para uma ação profissional livre de padrões fundamentados em regras, normas ou valores pessoais, naquilo que o psicólogo valoriza ou considera verdadeiro, sem considerar o que o outro acredita e valoriza, contribuem unicamente para a moralização, opressão e marginalização daqueles que esperam ser tratados com respeito e dignidade. Percepção de alunos de graduação em psicologia sobre a conduta ética dos psicólogos De acordo com WACHELKE e outros, nos ensinam que, com base no entendimento de que as experiências nos cursos de graduação em psicologia constituem uma influência relevante na formação das representações dos alunos, que por sua vez guiarão seus comportamentos futuros. Os psicólogos apresentavam alguns comportamentos pautados pelos princípios do Código de Ética Profissional do Psicólogo. A ética profissional do psicólogo é um assunto de suma importância para os psicólogos, visto que devem basear suas práticas profissionais no respectivo código de conduta elaborado e fiscalizado pelo CFP. De acordo com o próprio código, o sistema ético proposto” ...permitirá uma atuação profissional engajada social e politicamente no mundo, e não um profissional a serviço exclusivo do indivíduo”. Embora fosse desejável que todos os profissionais respeitassem as orientações do Código, sabe-se que isso nem sempre ocorre. Os princípios fundamentais que regem o Código são pilares que norteiam a atuação profissional, mas nem sempre são cumpridos em sua totalidade. Alguns profissionais, como ocorre em todos os campos de atuação, utilizam-se dos conhecimentos e do estatuto proporcionados pela psicologia para benefício próprio, em detrimento do bem-estar da sociedade. As decorrências de uma percepção dos psicólogos enquanto profissionais pouco éticos são graves e numerosas. Em primeiro lugar, são estimuladas relações de desrespeito e desconfiança rumo aos pares, o que pode empobrecer a atuação profissional de psicólogos e enfraquecer a classe profissional de modo geral. Ainda mais preocupante, seria a instalação de uma atmosfera de permissividade entre os psicólogos frente a comportamentos antiéticos; pensar que, aos deparar-se com situações delicadas do ponto de vista do dever-ser psicológico os profissionais tenham crenças como “Os psicólogos agem assim mesmo”, ou então que “isso é normal”, que acabem por pautar uma conduta inadequada. É preciso que os profissionais de psicologia possuam sólida formação ética, incluindo a moral a conduta ética, apoiados pelo Código. O Código de Ética Profissional faz-se essencial em sua totalidade à atuação do Psicólogo, mas isso é apenas um pilar de sua profissão, pois o profissional depende também de seus recursos éticos e morais e dos seus princípios elencados e considerados, nos seus valores enquanto perdurar a sua conduta laborativa no âmbito social e profissional como ser humano e social, com os conceitos morais de certo e errado perante a sociedade e ainda de acordo com os princípios éticos e morais das Instituições que os empregam, frente não somente aos seus pacientes, mas com diante de toda a sociedade e em especial no âmbito do seu grupo social. A Psicanalista Freudiana A Psicoterapia Breve A Psicanalise Reichiana “Acho que a noção que singulariza a psicanálise freudiana é a transferência. Se há uma teoria, um conceito que a psicanalise revelou, foi esse. Ela é um conceito usado em outras abordagens, mas apenas na psicanálise ela é analisada”. Eduardo Losicer, psicanalista e analista institucional. Desde o início,a psicanálise pensa sobre as possibilidades do seu método- a escuta analítica- ser aplicado nas instituições em geral e nas instituições da saúde pública em particular. Para verificar essas possibilidades, há muitos anos se mantem uma pesquisa clínica que investiga sobre as possibilidades do método freudiano na genericamente chamada “terapia breve”. “A prática reichiana se diferencia das outras correntes psico- corporais não só por ela ser a original, no sentido de ter sido a primeira, mas também porque tem uma perspectiva teórica muito mais ampla. Mas, principalmente, ela se diferencia porque Reich construiu um pensamento intrinsicamente coerente, produzindo uma lógica que permite que certas noções e questões pertencentes ao 1626177 E-book gerado especialmente para SILAS HORTA DA SILVA 3 Investigamos sobre os efeitos do tempo curto na clínica analítica, sem renunciar a seus pressupostos básicos”, afirma Eduardo Losicer. “E os resultados tem sido bons”, completa. pensamento reichiano possam ser transpostas para outros campos. Muitas outras abordagens baseiam suas perspectivas em analogias ou metáforas de uma forma mais poética do que qualquer outra coisa” Nicolau José Maluf Junior, psicólogo, analista reichiano, orgonomista e diretor do Instituto de Formação e Pesquisa William Reich A Psicanálise Winnicottiana A Psicanálise Lacaniana “Winnicott privilegiou o papel do ambiente na constituição da subjetividade e destacou as figuras do trauma, da regressão à dependência e do jogo no manejo clinico. Além disso ele tratava pacientes cuja configuração subjetiva se afastava das neuroses clássicas. Ele desenvolveu um estilo clinico no qual o psicanalista se disponibiliza para ser “usado” pelo analisando, não no sentido de um feixe de projeções de fantasmas pré-existentes a serem interpretados, mas no sentido de poder ser reconhecido como uma substancia diferente de si”. Daniel Kuperman, psicólogo e psicanalista membro da Formação Freudiana, doutor em teoria psicanalítica pela UFRJ. “Na psicanalise encontramos uma passagem da abordagem tecno-terapêutica para uma perspectiva ética, cuja orientação não é o triunfo rápido sobre os sintomas, ou a reabilitação psicossocial da loucura. A psicanálise não lida apenas com isso, ela lida com a alienação do sujeito na civilização cientifica, que visa com todas as suas técnicas e aparatos uma certa “objetivação” do sujeito. Uma análise deve possibilitar ao sujeito, que assim o queira, posicionar-se como desejante no laço social com os outros. Assim, a medida ética de nossa ação é a relação com o desejo que a habita. A aposta da análise é, portanto, operar com o desejo como medida de nossa ação e não apenas em conformidade com os ideais da cultura e de suas ideologias”. Leticia Balbi, psicanalista, membro da Escola Letra Freudiana e professora do Departamento de Psicologia da UFF. Psicanálise e Psicoterapia Várias instituições psicanalíticas não consideram a psicanálise parte das psicoterapias e vêm trabalhando para salientar essa diferença. Para estas instituições, a psicanálise contém uma outra lógica ou, como afirmam as psicanalistas paulistas Ana Mariza Fontoura Vidal Selma Lise e Maria Benedita Rodrigues Pavam no artigo “Inocência é um belo romance”, publicado em 04 de julho de 2004, quando da votação do projeto de Lei 2347/03 que pretendia regulamentar a profissão de psicoterapeuta, “uma outra relação entre sujeito, objeto e verdade, o que a impossibilita de estar correlacionada a outros constructos teóricos, todos pertencentes a uma mesma posição lógica. Não se trata de uma questão de diferença de conteúdo teórico, mas sim de outro paradigma de pensamento lógico. É isso que retira a psicanálise e sua práxis da, apenas diversidade, de outras práticas psicoterápicas”. Consequentemente, estes psicanalistas são contra qualquer tipo de regulamentação da prática, por conta de sua formação específica. Diversos movimentos foram fundados para discutir e lutar contra essa regulamentação. Um dos mais importante é o Movimento de Articulação de Entidades Psicanalistas, do qual fazem parte entidades como a Associação Brasileira de Psicanálise, a Associação de Fóruns do Campo Lacaniano, a Escola Brasileira de Psicanálise, a Escola de Psicanálise Letra Freudiana, entre outras. Em carta à Revista Isto é de n° 1839, em resposta a matéria “Enquadrando Freud”, a Articulação afirma manter “uma luta ativa contra a regulamentação da psicanálise, como forma de salvaguardar e manter a especificidade de sua disciplina. (...) Entendemos que qualquer enquadramento da psicanálise a regulamentos acadêmicos ou profissionais compromete as condições de seu exercício e de sua transmissão e ressaltamos que a psicanálise no último século se desenvolveu à margem de qualquer regulamentação, na base do confronto de ideias e práticas”. 1626177 E-book gerado especialmente para SILAS HORTA DA SILVA 4 A Terapia cognitivo- comportamental “As terapias cognitivo- comportamentais têm sua singularidade no reconhecimento da importancia dos processos cognitivos como influencias nos sentimentos e comportamentos que nós apresentamos. Não apenas isso, mas a influencia mútua, reciproca, dos sentimentos em relação aos pensamentos e vice-versa e do efeito disso sobre os comportamentos e também dos comportamentos em relação à isso. Essa equação básica me parece central ma terapia cognitivo-comportamental, junto com a ideia de que nós somos resultados de aprendizagens e a terapia é uma oportunidade de novas aprendizagens”. Bernard Range, professor do programa de pós graduação em psicologia da UFRJ. A Terapia centrada na pessoa “Acho que o que diferencia a Terapia Centrada na Pessoa, até das outras terapias humanistas e existenciais, é uma “centração” no cliente. O cliente é o guia do trabalho do terapeuta. Ele tem seu pode pessoal. Na verdade, a terapia não vai dar poder a ninguém, ela vai propiciar que o cliente use seu poder pessoal, se aproprie dele. Assim ele vai se sentir cada vez mais livre para exercer o seu poder de escolha, de autonomia, de gerir sua própria vida”. Marcia Alves Tassinari, professora e supervisora do Serviço de Psicologia Aplicada da Universidade Estácio de Sá e sócia-fundadora do Centro de Psicologia da Pessoa. A gestalt- terapia “ Acho que a gestalt-terapia está principalmente voltada para o aqui e agora, entendendo que o aqui e o agora não são sinônimos do presente, mas sim do que está presente no momento. Nesse sentido, ela trabalha com o fenômeno e ela trabalha enfatizando a dimensão vivencial, ou seja, se pensarmos didaticamente, com aquilo que é uma mistura do pensar, agir e sentir”. Alexandre Tsallis, psicoterapeuta e professora da UFRJ. A Terapia Sistemica “ O principal da teoria sistemica, o que a singulariza, é esse deslocamento de uma visão intra-individual para uma visão relacional, que coloca o individuo sempre em contexto. E que entende ate esse mundo interno dele como um mundo de relações, como se constrói um individuo a partir dessas relações. Rosana Rapizo, mestre em psicologia clinica e diretora do Instituto de Terapia de Familia do Rio de Janeiro. O Psicodrama “Creio que a grande marca do psicodrama é não dicotomizar o ser humano e sim integrar mente/corpo, ação/ reflexão, emoção/razão, hoje/ontem/amanha, ciencia/arte. Talvez a principal diferença em relação a outras terapias seja integrar ciencia e arte, pois surgiu do teatro e se constituiu como um corpo científico, sem perder a veia artistica e a alegria”. Vitória Pamplona, psicoterapeuta psicodramatista e coordenadora de grupos de gestantes e casais gravidos. A Clínica Transdisciplinar “ A clinica transdisciplinar se distingue das praticas disciplinares e se configura como uma prática ético-política.Entretanto, como não se trata de teoria, é a partir dos impasses, dos incomodos experimentados no processo de diferenciação de si que somos chamados a intervir. Mas, se falamos de impasse, falamos de forças de resistencia que se expressando em meio a uma luta nos fazem experimentar uma crise. Assim, crise, desestabilização, desvio são indicativos de momentos de passagem que ocorrem na experiencia processual da constituição de si, marcando o tempo de uma mutação”. Ana Rego Monteiro, médica e analista. 1626177 E-book gerado especialmente para SILAS HORTA DA SILVA 5 Bioética na Saúde2 Bioética é simplesmente a ética aplicada a saúde. A bioética envolve tanto a relação médico paciente como a pesquisa em seres humanos, a importância dela está na forma inovadora que ela trata essas questões, pois ela consegue ser interdisciplinar, global e sistemática. Entre seus pilares estão a busca de uma maior humanização e ética nas relações sociais e pessoais entre paciente, médico e sociedade, como prefere alguns estudiosos "é a ciência com consciência e ética". O grande interesse da bioética é em acompanhar os avanços da biotecnologia e suas consequências à humanidade, como os riscos e a sua aplicabilidade nos procedimentos na investigação científica. Os mecanismos utilizados precisam ser revistos, pois nem todo desenvolvimento científico é ético. O significado da palavra Bioética é: "bíos" (vida) "éthos" (costume, comportamento, ética), assim em outra palavra bioética significa ética da vida. A Bioética3 tem como objetivo facilitar o enfrentamento de questões éticas/bioéticas que surgirão na vida profissional. Sem esses conceitos básicos, dificilmente alguém consegue enfrentar um dilema, um conflito, e se posicionar diante dele de maneira ética. O início da Bioética se deu no começo da década de 1970, com a publicação de duas obras muito importantes de um pesquisador e professor norte-americano da área de oncologia, Van Rensselaer Potter. Van Potter estava preocupado com a dimensão que os avanços da ciência, principalmente no âmbito da biotecnologia, estavam adquirindo. Assim, propôs um novo ramo do conhecimento que ajudasse as pessoas a pensar nas possíveis implicações (positivas ou negativas) dos avanços da ciência sobre a vida (humana ou, de maneira mais ampla, de todos os seres vivos). Ele sugeriu que se estabelecesse uma “ponte” entre duas culturas, a científica e a humanística, guiado pela seguinte frase: “Nem tudo que é cientificamente possível é eticamente aceitável”. Um dos conceitos que definem Bioética (“ética da vida”) é que esta é a ciência “que tem como objetivo indicar os limites e as finalidades da intervenção do homem sobre a vida, identificar os valores de referência racionalmente proponíveis, denunciar os riscos das possíveis aplicações”. Para isso, a Bioética, como área de pesquisa, necessita ser estudada por meio de uma metodologia interdisciplinar. Isso significa que profissionais de diversas áreas (profissionais da educação, do direito, da sociologia, da economia, da teologia, da psicologia, da medicina etc.) devem participar das discussões sobre os temas que envolvem o impacto da tecnologia sobre a vida. Todos terão alguma contribuição a oferecer para o estudo dos diversos temas de Bioética. Por exemplo, se um economista do governo propõe um novo plano econômico que afeta (negativamente) a vida das pessoas, haverá aspectos bioéticos a serem considerados. O progresso científico não é um mal, mas a “verdade científica” NÃO pode substituir a ética. Fundamentação da Bioética – o valor da vida humana Existem diversas propostas para estabelecer quais são os critérios (o fundamento, a base) que devem nos orientar nos processos de decisão com os quais podemos nos deparar na nossa vida profissional. Para nós, o fundamento ético é como se fosse a estrutura de um prédio. A fundação do prédio é a estrutura de concreto ou de metal que permite que a construção seja feita e que o prédio permaneça em pé. Se a estrutura não for benfeita, o prédio desaba (como aconteceu no Rio de Janeiro com os edifícios Palace I e Palace II, em que foi usada areia da praia para fazer a estrutura dos prédios, o que culminou com o desabamento dos edifícios). O nosso fundamento ético é tão importante quanto a estrutura de um prédio. Se esse fundamento não está bem entendido, corremos o risco de não enfrentar de maneira adequada os desafios éticos que a nossa profissão pode trazer. Entretanto, uma vez compreendido esse fundamento, ele não precisa ser lembrado a todo tempo (como a estrutura de um prédio que, no final da construção, nós não vemos, mas na qual confiamos quando entramos no edifício). O fundamento ético será sempre a base para a nossa tomada de decisão. Mas qual é esse fundamento? A pessoa humana Para trilhar um caminho correto diante dos diversos dilemas éticos que podemos encontrar na nossa atividade profissional, precisamos de uma “base sólida”, de um fundamento, que nos oriente nos momentos de decisão. Esse fundamento é a pessoa humana. 2 STIGAR, R. A bioética na saúde, março 2008. 3 JUNQUEIRA, C. R. Bioética: conceito, fundamentação e princípios. UNIFESP, 2011. 1626177 E-book gerado especialmente para SILAS HORTA DA SILVA 6 Definir o que é a pessoa pode ser uma tarefa difícil (e que os filósofos costumam estudar arduamente), porém entender o que é a pessoa é algo que fazemos todo dia quando nos olhamos no espelho. Nós conhecemos a “pessoa humana” porque somos “pessoas humanas”. Mas quais são os conceitos que existem na realidade da pessoa dos quais devemos nos lembrar por serem importantes no enfrentamento das questões bioéticas? a) A pessoa é única. Isso significa que as pessoas são diferentes (mesmo os gêmeos idênticos são diferentes), têm suas características, seus anseios, suas necessidades, e esse patrimônio, essa identidade, merece ser respeitado (para que as pessoas não sejam tratadas como números). Reconhecer que “o outro é diferente de mim” não significa que uma pessoa é melhor que a outra. Uma pessoa não vale mais que a outra. Somos iguais a todos no que se refere à dignidade. b) A pessoa humana é provida de uma “dignidade”. Isso significa que a pessoa tem valor pelo simples fato de ser pessoa. c) A pessoa é composta de diversas dimensões: dimensão biológica (que as ciências da saúde, medicina, enfermagem, odontologia, fisioterapia e outras estão acostumadas a estudar), dimensão psicológica (que os psicólogos estudam detalhadamente), dimensão social ou moral (estudada pelas ciências sociais) e dimensão espiritual (estudada pelas teologias). Por isso, falamos que a pessoa é uma totalidade, pois todas essas dimensões juntas compõem a pessoa. Quando nos relacionamos com uma pessoa e não a respeitamos em todas as suas dimensões, essa pessoa (que pode ser nosso paciente ou não) se sentirá desrespeitada e ficará insatisfeita. Assim, todas as nossas reflexões e ações diante das pessoas (seja em situações de conflitos éticos ou não) devem ser guiadas pelo respeito a esse fundamento, a pessoa humana (entendida como um ser único, que é uma totalidade e dotado de dignidade). Quando conseguimos agir dessa maneira, ou seja, respeitando esse fundamento, podemos estar certos de que estamos agindo de forma ética. O valor da vida humana Outro conceito importante para construirmos a nossa reflexão ética/bioética é o de vida humana. Para a Bioética, é fundamental o respeito à vida humana. Mas o que designamos vida humana? Segundo os principais livros de Embriologia, a vida humana inicia-se no exato momento da fecundação, quando o gameta masculino e o gameta feminino se juntam para formar um novo código genético. Esse código genético não é igual ao do pai nem ao da mãe, mas que é composto de 23 cromossomos do pai e de 23 cromossomos da mãe. Sendo assim, nesse momento, inicia-se uma nova vida, com patrimônio genético próprio, e, a partir dessemomento, essa vida deverá ser respeitada. Este é o primeiro estágio de desenvolvimento de cada um de nós. A nossa experiência mostra que o desenvolvimento de todos nós se deu da mesma maneira, ou seja, a partir da união dos gametas do pai e da mãe. Além disso, a vida é um processo que pode ser: a) contínuo = porque é ininterrupto na sua duração. Estar vivo representa dizer que não existe interrupção entre sucessivos fenômenos integrados. Se houver interrupção, haverá a morte. b) coordenado = significa que o DNA do próprio embrião é responsável pelo gerenciamento das etapas de seu desenvolvimento. Esse código genético coordena as atividades moleculares e celulares, o que confere a cada indivíduo uma identidade genética. c) progressivo = porque a vida apresenta, como propriedade, a gradualidade, na qual o processo de desenvolvimento leva a uma complexidade cada vez maior da vida em formação. Contudo, o valor da vida de algumas pessoas, em diferentes épocas, não foi respeitado (e ainda hoje, em muitos casos, não é). Por exemplo: os escravos no Brasil (até a Abolição da Escravatura, em 1888), com consequente (e ainda frequente) discriminação dos afrodescendentes; os prisioneiros nos campos de concentração na 2ª Guerra Mundial; os pacientes com necessidades especiais (como os portadores do vírus HIV em diversas situações); as mulheres e os pobres em diversas sociedades (inclusive na nossa), dentre tantos outros exemplos. Os princípios da Bioética Após a compreensão desse fundamento (o respeito pela pessoa humana), podemos utilizar “ferramentas” para facilitar o nosso processo de estudo e de decisão sobre os diversos temas de Bioética. A essas ferramentas chamamos princípios. Esses princípios foram propostos primeiro no Relatório Belmont (1978) para orientar as pesquisas com seres humanos e, em 1979, Beauchamps e Childress, em sua obra Principles of biomedical ethics, estenderam a utilização deles para a prática médica, ou seja, para todos aqueles que se ocupam da saúde das pessoas. 1626177 E-book gerado especialmente para SILAS HORTA DA SILVA 7 A utilização desses princípios para facilitar o enfrentamento de questões éticas é muito comum entre os americanos e os brasileiros. Passaremos a explicar esses princípios (considerados nossas “ferramentas de trabalho”). Beneficência/não maleficência O primeiro princípio que devemos considerar na nossa prática profissional é o de beneficência/não maleficência (também conhecido como benefício/não malefício). O benefício (e o não malefício) do paciente (e da sociedade) sempre foi a principal razão do exercício das profissões que envolvem a saúde das pessoas (física ou psicológica). Beneficência significa “fazer o bem”, e não maleficência significa “evitar o mal”. Desse modo, sempre que o profissional propuser um tratamento a um paciente, ele deverá reconhecer a dignidade do paciente e considerá-lo em sua totalidade (todas as dimensões do ser humano devem ser consideradas: física, psicológica, social, espiritual), visando oferecer o melhor tratamento ao seu paciente, tanto no que diz respeito à técnica quanto no que se refere ao reconhecimento das necessidades físicas, psicológicas ou sociais do paciente. Um profissional deve, acima de tudo, desejar o melhor para o seu paciente, para restabelecer sua saúde, para prevenir um agravo, ou para promover sua saúde. Autonomia O segundo princípio que devemos utilizar como “ferramenta” para o enfrentamento de questões éticas é o princípio da autonomia. De acordo com esse princípio, as pessoas têm “liberdade de decisão” sobre sua vida. A autonomia é a capacidade de autodeterminação de uma pessoa, ou seja, o quanto ela pode gerenciar sua própria vontade, livre da influência de outras pessoas. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, que foi adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas (1948), manifesta logo no seu início que as pessoas são livres. Nos últimos anos, tem sido frequente a busca pela liberdade (ou autonomia). Nos casos de atendimento clínico de pacientes, podemos mencionar o Código de Defesa do Consumidor, o qual, em alguns de seus artigos, garante proteção às pessoas que buscam serviços de saúde, por exemplo, no que diz respeito ao direito de ser suficientemente informada sobre o procedimento que o profissional vai adotar. Para que o respeito pela autonomia das pessoas seja possível, duas condições são fundamentais: a liberdade e a informação. Isso significa que, em um primeiro momento, a pessoa deve ser livre para decidir. Para isso, ela deve estar livre de pressões externas, pois qualquer tipo de pressão ou subordinação dificulta a expressão da autonomia. Em alguns momentos, as pessoas têm dificuldade de expressar sua liberdade. Nesses casos, dizemos que ela tem sua autonomia limitada. Vejamos o exemplo das crianças. Em razão de seu desenvolvimento psicomotor, a criança terá dificuldade de decidir o que é melhor para a saúde dela. Ela terá, ao contrário, uma tendência em fugir de todo tratamento que julgar desconfortável. Por essa razão, caberá aos responsáveis pela criança decidir o que deverá ser feito, qual tratamento será mais adequado, porque o responsável deseja que a saúde da criança se restabeleça e que o melhor tratamento seja feito. Existem outras situações em que percebemos a limitação de autonomia de uma pessoa. Os pacientes atendidos em clínicas de Instituições de Ensino podem manifestar essa limitação de seu poder de decisão, principalmente quando existe fila de espera para o atendimento. Afinal, ele poderá pensar que perderá a vaga (que ele demorou tanto para conseguir) se ele reclamar de alguma coisa. Outro exemplo de limitação de autonomia pode ocorrer em casos de pesquisas biomédicas realizadas em países subdesenvolvidos. As populações desses países (incluindo a do nosso), quando selecionadas para participar de pesquisas de novos fármacos, são consideradas vulneráveis (isto é, têm limitação de autonomia). Mas, apesar dessa limitação de autonomia, essas pessoas serão tratadas e incluídas em pesquisas. Como isso é possível? A correta informação das pessoas é que possibilita o estabelecimento de uma relação terapêutica ou a realização de uma pesquisa. A primeira etapa a ser seguida para minimizar essa limitação é reconhecer os indivíduos vulneráveis (que têm limitação de autonomia) e incorporá-los ao processo de tomada de decisão de maneira legítima. Assim, será possível estabelecer uma relação adequada com o paciente e maximizar sua satisfação com o tratamento. Para permitir o respeito da autonomia das pessoas, o profissional deverá explicar qual será a proposta de tratamento. Mas atenção! Essa explicação não se esgota na primeira consulta! Em todas as consultas o profissional deverá renovar as informações sobre o tratamento. Além disso, é preciso ter certeza de que o paciente entendeu as informações que recebeu. 1626177 E-book gerado especialmente para SILAS HORTA DA SILVA 8 Por isso, consideramos que a informação não se encerra com as explicações do profissional, mas com a compreensão, com a assimilação das informações pelos pacientes, desde que essas informações sejam retomadas ao longo do tratamento. A esse processo de informação e compreensão e posterior comprometimento com o tratamento denominamos consentimento. Entretanto, vamos imaginar a situação oposta: o exagero na expressão da autonomia de uma pessoa. Se entendermos que o respeito pela autonomia de uma pessoa é o princípio que deve ser considerado em primeiro lugar, cairemos em uma armadilha. Nem sempre o paciente tem condições de avaliar qual o melhor tratamento para ele (afinal ele é leigo, não tem o conhecimento técnico necessário para isso). Imaginemos um paciente que tem uma doença que exige a prescrição de medicamentos. Poderá ocorrer de ele se recusar a tomar os remédios. Contudo, nesse caso, o profissional não pode alegar que “o paciente é adulto, sua autonomia deve ser respeitadae por isso ele faz o que ele quiser”. Ao contrário, o profissional (por ter o conhecimento técnico que diz que aquele medicamento é necessário) deverá se esforçar ao máximo para explicar ao paciente a importância do medicamento, afinal o princípio da beneficência (e não o da autonomia) deve ser respeitado em primeiro lugar. Em algumas situações, a liberdade (autonomia) de algumas pessoas não é respeitada para que se respeite o benefício de outras. Por exemplo, a proibição de fumar em ambientes fechados. Se pensarmos no respeito pela autonomia daqueles que desejam fumar, não seria ético proibir, mas se pensarmos no benefício (ou não malefício) daqueles que não desejam fumar, a proibição se justifica. Outro exemplo é a interdição de restaurantes ou clínicas pela vigilância sanitária quando estes não apresentam condições satisfatórias para atender o público. O fechamento desses locais fere a autonomia do dono da clínica ou do restaurante em benefício da sociedade que os frequenta. Precisamos nos preparar (estudar e exercitar o que aprendemos) para nos comportarmos de maneira ética. Justiça O terceiro princípio a ser considerado é o princípio de justiça. Este se refere à igualdade de tratamento e à justa distribuição das verbas do Estado para a saúde, a pesquisa etc. Costumamos acrescentar outro conceito ao de justiça: o conceito de equidade que representa dar a cada pessoa o que lhe é devido segundo suas necessidades, ou seja, incorpora-se a ideia de que as pessoas são diferentes e que, portanto, também são diferentes as suas necessidades. De acordo com o princípio da justiça, é preciso respeitar com imparcialidade o direito de cada um. Não seria ética uma decisão que levasse um dos personagens envolvidos (profissional ou paciente) a se prejudicar. É também a partir desse princípio que se fundamenta a chamada objeção de consciência, que representa o direito de um profissional de se recusar a realizar um procedimento, aceito pelo paciente ou mesmo legalizado. Todos esses princípios (insistimos que eles devem ser nossas “ferramentas” de trabalho) devem ser considerados na ordem em que foram apresentados, pois existe uma hierarquia entre eles. Isso significa que, diante de um processo de decisão, devemos primeiro nos lembrar do nosso fundamento (o reconhecimento do valor da pessoa); em seguida, devemos buscar fazer o bem para aquela pessoa (e evitar um mal!); depois devemos respeitar suas escolhas (autonomia); e, por fim, devemos ser justos. A Bioética pretende contribuir para que as pessoas estabeleçam “uma ponte” entre o conhecimento científico e o conhecimento humanístico, a fim de evitar os impactos negativos que a tecnologia pode ter sobre a vida (afinal, nem tudo o que é cientificamente possível é eticamente aceitável). Em razão da influência histórica, cultural e social que sofremos, devemos estar muito atentos; caso contrário, corremos o risco de perder os parâmetros que devem nos nortear na nossa atividade profissional para que nossas atitudes sejam éticas. A primeira etapa que devemos seguir é reconhecer que essas influências (paternalismo, cartesianismo, ênfase na doença, individualismo, hedonismo e utilitarismo) existem e que não podemos escapar delas. O segundo passo é entender qual fundamento (base) devemos ter para nos orientar nos nossos processos de decisão, a fim de que essas influências negativas não prejudiquem nossas ações. Esse fundamento é o reconhecimento da dignidade da pessoa humana (como um ser único e que deve ser considerado em sua totalidade – aspectos físicos, psicológicos, sociais e espirituais). O terceiro passo é utilizar as “ferramentas” (princípios) adequadas para definir quais devem ser as nossas atitudes, sem esquecer o nosso fundamento. O primeiro princípio a ser seguido deverá ser o de beneficência/não maleficência, o segundo o de autonomia e o terceiro o de justiça. 1626177 E-book gerado especialmente para SILAS HORTA DA SILVA 9 Neste texto apresentamos alguns conceitos e teorias que fornecem subsídios para que possamos saber como agir de maneira ética. Se esse processo de construção da reflexão ética/bioética, que parte do entendimento do fundamento bioético e se segue pelo respeito aos seus princípios, for seguido, as respostas sobre como agir eticamente diante de um conflito ético, ou de uma situação clínica nova (ou diferente), surgirão naturalmente. Código de Ética Profissional do Psicólogo4 RESOLUÇÃO CFP Nº 010/05 Aprova o Código de Ética Profissional do Psicólogo. O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, no uso de suas atribuições legais e regimentais, que lhe são conferidas pela Lei no 5.766, de 20 de dezembro de 1971; CONSIDERANDO o disposto no Art. 6º, letra “e”, da Lei no 5.766 de 20/12/1971, e o Art. 6º, inciso VII, do Decreto nº 79.822 de 17/6/1977; CONSIDERANDO o disposto na Constituição Federal de 1988, conhecida como Constituição Cidadã, que consolida o Estado Democrático de Direito e legislações dela decorrentes; CONSIDERANDO decisão deste Plenário em reunião realizada no dia 21 de julho de 2005; RESOLVE: Art. 1º - Aprovar o Código de Ética Profissional do Psicólogo. Art. 2º - A presente Resolução entrará em vigor no dia 27 de agosto de 2005. Art. 3º - Revogam-se as disposições em contrário, em especial a Resolução CFP n º 002/87. Brasília, 21 de julho de 2005. Apresentação Toda profissão define-se a partir de um corpo de práticas que busca atender demandas sociais, norteado por elevados padrões técnicos e pela existência de normas éticas que garantam a adequada relação de cada profissional com seus pares e com a sociedade como um todo. Um Código de Ética profissional, ao estabelecer padrões esperados quanto às práticas referendadas pela respectiva categoria profissional e pela sociedade, procura fomentar a autorreflexão exigida de cada indivíduo acerca da sua práxis, de modo a responsabilizá-lo, pessoal e coletivamente, por ações e suas consequências no exercício profissional. A missão primordial de um código de ética profissional não é de normatizar a natureza técnica do trabalho, e, sim, a de assegurar, dentro de valores relevantes para a sociedade e para as práticas desenvolvidas, um padrão de conduta que fortaleça o reconhecimento social daquela categoria. Códigos de Ética expressam sempre uma concepção de homem e de sociedade que determina a direção das relações entre os indivíduos. Traduzem-se em princípios e normas que devem se pautar pelo respeito ao sujeito humano e seus direitos fundamentais. Por constituir a expressão de valores universais, tais como os constantes na Declaração Universal dos Direitos Humanos; socioculturais, que refletem a realidade do país; e de valores que estruturam uma profissão, um código de ética não pode ser visto como um conjunto fixo de normas e imutável no tempo. As sociedades mudam, as profissões transformam-se e isso exige, também, uma reflexão contínua sobre o próprio código de ética que nos orienta. A formulação deste Código de Ética, o terceiro da profissão de psicólogo no Brasil, responde ao contexto organizativo dos psicólogos, ao momento do país e ao estágio de desenvolvimento da Psicologia enquanto campo científico e profissional. Este Código de Ética dos Psicólogos é reflexo da necessidade, sentida pela categoria e suas entidades representativas, de atender à evolução do contexto institucional- legal do país, marcadamente a partir da promulgação da denominada Constituição Cidadã, em 1988, e das legislações dela decorrentes. 4 https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2012/07/codigo-de-etica-psicologia.pdf 1626177 E-book gerado especialmente para SILAS HORTA DA SILVA 10 Consoante com a conjuntura democrática vigente, o presente Código foi construído a partir de múltiplos espaços de discussão sobre a ética da profissão, suas responsabilidades e compromissos com a promoção da cidadania. O processo ocorreu ao longo de três anos, em todoo país, com a participação direta dos psicólogos e aberto à sociedade. Este Código de Ética pautou-se pelo princípio geral de aproximar-se mais de um instrumento de reflexão do que de um conjunto de normas a serem seguidas pelo psicólogo. Para tanto, na sua construção buscou-se: a. Valorizar os princípios fundamentais como grandes eixos que devem orientar a relação do psicólogo com a sociedade, a profissão, as entidades profissionais e a ciência, pois esses eixos atravessam todas as práticas e estas demandam uma contínua reflexão sobre o contexto social e institucional. b. Abrir espaço para a discussão, pelo psicólogo, dos limites e interseções relativos aos direitos individuais e coletivos, questão crucial para as relações que estabelece com a sociedade, os colegas de profissão e os usuários ou beneficiários dos seus serviços. c. Contemplar a diversidade que configura o exercício da profissão e a crescente inserção do psicólogo em contextos institucionais e em equipes multiprofissionais. d. Estimular reflexões que considerem a profissão como um todo e não em suas práticas particulares, uma vez que os principais dilemas éticos não se restringem a práticas específicas e surgem em quaisquer contextos de atuação. Ao aprovar e divulgar o Código de Ética Profissional do Psicólogo, a expectativa é de que ele seja um instrumento capaz de delinear para a sociedade as responsabilidades e deveres do psicólogo, oferecer diretrizes para a sua formação e balizar os julgamentos das suas ações, contribuindo para o fortalecimento e ampliação do significado social da profissão. Princípios Fundamentais I. O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos. II. O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. III. O psicólogo atuará com responsabilidade social, analisando crítica e historicamente a realidade política, econômica, social e cultural. IV. O psicólogo atuará com responsabilidade, por meio do contínuo aprimoramento profissional, contribuindo para o desenvolvimento da Psicologia como campo científico de conhecimento e de prática. V. O psicólogo contribuirá para promover a universalização do acesso da população às informações, ao conhecimento da ciência psicológica, aos serviços e aos padrões éticos da profissão. VI. O psicólogo zelará para que o exercício profissional seja efetuado com dignidade, rejeitando situações em que a Psicologia esteja sendo aviltada. VII. O psicólogo considerará as relações de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relações sobre as suas atividades profissionais, posicionando-se de forma crítica e em consonância com os demais princípios deste Código. Das Responsabilidades do Psicólogo Art. 1º – São deveres fundamentais dos psicólogos: a) Conhecer, divulgar, cumprir e fazer cumprir este Código; b) Assumir responsabilidades profissionais somente por atividades para as quais esteja capacitado pessoal, teórica e tecnicamente; c) Prestar serviços psicológicos de qualidade, em condições de trabalho dignas e apropriadas à natureza desses serviços, utilizando princípios, conhecimentos e técnicas reconhecidamente fundamentados na ciência psicológica, na ética e na legislação profissional; d) Prestar serviços profissionais em situações de calamidade pública ou de emergência, sem visar benefício pessoal; e) Estabelecer acordos de prestação de serviços que respeitem os direitos do usuário ou beneficiário de serviços de Psicologia; f) Fornecer, a quem de direito, na prestação de serviços psicológicos, informações concernentes ao trabalho a ser realizado e ao seu objetivo profissional; 1626177 E-book gerado especialmente para SILAS HORTA DA SILVA 11 g) Informar, a quem de direito, os resultados decorrentes da prestação de serviços psicológicos, transmitindo somente o que for necessário para a tomada de decisões que afetem o usuário ou beneficiário; h) Orientar a quem de direito sobre os encaminhamentos apropriados, a partir da prestação de serviços psicológicos, e fornecer, sempre que solicitado, os documentos pertinentes ao bom termo do trabalho; i) Zelar para que a comercialização, aquisição, doação, empréstimo, guarda e forma de divulgação do material privativo do psicólogo sejam feitas conforme os princípios deste Código; j) Ter, para com o trabalho dos psicólogos e de outros profissionais, respeito, consideração e solidariedade, e, quando solicitado, colaborar com estes, salvo impedimento por motivo relevante; k) Sugerir serviços de outros psicólogos, sempre que, por motivos justificáveis, não puderem ser continuados pelo profissional que os assumiu inicialmente, fornecendo ao seu substituto as informações necessárias à continuidade do trabalho; l) Levar ao conhecimento das instâncias competentes o exercício ilegal ou irregular da profissão, transgressões a princípios e diretrizes deste Código ou da legislação profissional. Art. 2º – Ao psicólogo é vedado: a) Praticar ou ser conivente com quaisquer atos que caracterizem negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade ou opressão; b) Induzir a convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, de orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito, quando do exercício de suas funções profissionais; c) Utilizar ou favorecer o uso de conhecimento e a utilização de práticas psicológicas como instrumentos de castigo, tortura ou qualquer forma de violência; d) Acumpliciar-se com pessoas ou organizações que exerçam ou favoreçam o exercício ilegal da profissão de psicólogo ou de qualquer outra atividade profissional; e) Ser conivente com erros, faltas éticas, violação de direitos, crimes ou contravenções penais praticados por psicólogos na prestação de serviços profissionais; f) Prestar serviços ou vincular o título de psicólogo a serviços de atendimento psicológico cujos procedimentos, técnicas e meios não estejam regulamentados ou reconhecidos pela profissão; g) Emitir documentos sem fundamentação e qualidade técnico-científica; h) Interferir na validade e fidedignidade de instrumentos e técnicas psicológicas, adulterar seus resultados ou fazer declarações falsas; i) Induzir qualquer pessoa ou organização a recorrer a seus serviços; j) Estabelecer com a pessoa atendida, familiar ou terceiro, que tenha vínculo com o atendido, relação que possa interferir negativamente nos objetivos do serviço prestado; k) Ser perito, avaliador ou parecerista em situações nas quais seus vínculos pessoais ou profissionais, atuais ou anteriores, possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliação; l) Desviar para serviço particular ou de outra instituição, visando benefício próprio, pessoas ou organizações atendidas por instituição com a qual mantenha qualquer tipo de vínculo profissional; m) Prestar serviços profissionais a organizações concorrentes de modo que possam resultar em prejuízo para as partes envolvidas, decorrentes de informações privilegiadas; n) Prolongar, desnecessariamente, a prestação de serviços profissionais; o) Pleitear ou receber comissões, empréstimos, doações ou vantagens outras de qualquer espécie, além dos honorários contratados, assim como intermediar transações financeiras; p) Receber, pagar remuneração ou porcentagem por encaminhamento de serviços; q) Realizar diagnósticos, divulgar procedimentos ou apresentar resultados de serviços psicológicos em meios de comunicação, de forma a expor pessoas, grupos ou organizações. Art. 3º – O psicólogo, para ingressar, associar-se ou permanecer em uma organização, considerará a missão, a filosofia, as políticas,as normas e as práticas nela vigentes e sua compatibilidade com os princípios e regras deste Código. Parágrafo único: Existindo incompatibilidade, cabe ao psicólogo recusar-se a prestar serviços e, se pertinente, apresentar denúncia ao órgão competente. Art. 4º – Ao fixar a remuneração pelo seu trabalho, o psicólogo: a) Levará em conta a justa retribuição aos serviços prestados e as condições do usuário ou beneficiário; b) Estipulará o valor de acordo com as características da atividade e o comunicará ao usuário ou beneficiário antes do início do trabalho a ser realizado; 1626177 E-book gerado especialmente para SILAS HORTA DA SILVA 12 c) Assegurará a qualidade dos serviços oferecidos independentemente do valor acordado. Art. 5º – O psicólogo, quando participar de greves ou paralisações, garantirá que: a) As atividades de emergência não sejam interrompidas; b) Haja prévia comunicação da paralisação aos usuários ou beneficiários dos serviços atingidos pela mesma. Art. 6º – O psicólogo, no relacionamento com profissionais não psicólogos: a) Encaminhará a profissionais ou entidades habilitados e qualificados demandas que extrapolem seu campo de atuação; b) Compartilhará somente informações relevantes para qualificar o serviço prestado, resguardando o caráter confidencial das comunicações, assinalando a responsabilidade, de quem as receber, de preservar o sigilo. Art. 7º – O psicólogo poderá intervir na prestação de serviços psicológicos que estejam sendo efetuados por outro profissional, nas seguintes situações: a) A pedido do profissional responsável pelo serviço; b) Em caso de emergência ou risco ao beneficiário ou usuário do serviço, quando dará imediata ciência ao profissional; c) Quando informado expressamente, por qualquer uma das partes, da interrupção voluntária e definitiva do serviço; d) Quando se tratar de trabalho multiprofissional e a intervenção fizer parte da metodologia adotada. Art. 8º – Para realizar atendimento não eventual de criança, adolescente ou interdito, o psicólogo deverá obter autorização de ao menos um de seus responsáveis, observadas as determinações da legislação vigente: §1° – No caso de não se apresentar um responsável legal, o atendimento deverá ser efetuado e comunicado às autoridades competentes; §2° – O psicólogo responsabilizar-se-á pelos encaminhamentos que se fizerem necessários para garantir a proteção integral do atendido. Art. 9º – É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso no exercício profissional. Art. 10° – Nas situações em que se configure conflito entre as exigências decorrentes do disposto no Art. 9º e as afirmações dos princípios fundamentais deste Código, excetuando-se os casos previstos em lei, o psicólogo poderá decidir pela quebra de sigilo, baseando sua decisão na busca do menor prejuízo. Parágrafo único – Em caso de quebra do sigilo previsto no caput deste artigo, o psicólogo deverá restringir-se a prestar as informações estritamente necessárias. Art. 11° – Quando requisitado a depor em juízo, o psicólogo poderá prestar informações, considerando o previsto neste Código. Art. 12° – Nos documentos que embasam as atividades em equipe multiprofissional, o psicólogo registrará apenas as informações necessárias para o cumprimento dos objetivos do trabalho. Art. 13° – No atendimento à criança, ao adolescente ou ao interdito, deve ser comunicado aos responsáveis o estritamente essencial para se promoverem medidas em seu benefício. Art. 14° – A utilização de quaisquer meios de registro e observação da prática psicológica obedecerá às normas deste Código e a legislação profissional vigente, devendo o usuário ou beneficiário, desde o início, ser informado. Art. 15° – Em caso de interrupção do trabalho do psicólogo, por quaisquer motivos, ele deverá zelar pelo destino dos seus arquivos confidenciais. § 1° – Em caso de demissão ou exoneração, o psicólogo deverá repassar todo o material ao psicólogo que vier a substituí-lo, ou lacrá-lo para posterior utilização pelo psicólogo substituto. 1626177 E-book gerado especialmente para SILAS HORTA DA SILVA 13 § 2° – Em caso de extinção do serviço de Psicologia, o psicólogo responsável informará ao Conselho Regional de Psicologia, que providenciará a destinação dos arquivos confidenciais. Art. 16° – O psicólogo, na realização de estudos, pesquisas e atividades voltadas para a produção de conhecimento e desenvolvimento de tecnologias: a) Avaliará os riscos envolvidos, tanto pelos procedimentos, como pela divulgação dos resultados, com o objetivo de proteger as pessoas, grupos, organizações e comunidades envolvidas; b) Garantirá o caráter voluntário da participação dos envolvidos, mediante consentimento livre e esclarecido, salvo nas situações previstas em legislação específica e respeitando os princípios deste Código; c) Garantirá o anonimato das pessoas, grupos ou organizações, salvo interesse manifesto destes; d) Garantirá o acesso das pessoas, grupos ou organizações aos resultados das pesquisas ou estudos, após seu encerramento, sempre que assim o desejarem. Art. 17° – Caberá aos psicólogos docentes ou supervisores esclarecer, informar, orientar e exigir dos estudantes a observância dos princípios e normas contidas neste Código. Art. 18° – O psicólogo não divulgará, ensinará, cederá, emprestará ou venderá a leigos instrumentos e técnicas psicológicas que permitam ou facilitem o exercício ilegal da profissão. Art. 19° – O psicólogo, ao participar de atividade em veículos de comunicação, zelará para que as informações prestadas disseminem o conhecimento a respeito das atribuições, da base científica e do papel social da profissão. Art. 20° – O psicólogo, ao promover publicamente seus serviços, por quaisquer meios, individual ou coletivamente: a) Informará o seu nome completo, o CRP e seu número de registro; b) Fará referência apenas a títulos ou qualificações profissionais que possua; c) Divulgará somente qualificações, atividades e recursos relativos a técnicas e práticas que estejam reconhecidas ou regulamentadas pela profissão; d) Não utilizará o preço do serviço como forma de propaganda; e) Não fará previsão taxativa de resultados; f) Não fará autopromoção em detrimento de outros profissionais; g) Não proporá atividades que sejam atribuições privativas de outras categorias profissionais; h) Não fará divulgação sensacionalista das atividades profissionais. Das Disposições Gerais Art. 21° – As transgressões dos preceitos deste Código constituem infração disciplinar com a aplicação das seguintes penalidades, na forma dos dispositivos legais ou regimentais: a) Advertência; b) Multa; c) Censura pública; d) Suspensão do exercício profissional, por até 30 (trinta) dias, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia; e) Cassação do exercício profissional, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia. Art. 22° – As dúvidas na observância deste Código e os casos omissos serão resolvidos pelos Conselhos Regionais de Psicologia, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia. Art. 23° – Competirá ao Conselho Federal de Psicologia firmar jurisprudência quanto aos casos omissos e fazê-la incorporar a este Código. Art. 24° – O presente Código poderá ser alterado pelo Conselho Federal de Psicologia, por iniciativa própria ou da categoria, ouvidos os Conselhos Regionais de Psicologia. Art. 25°– Este Código entra em vigor em 27 de agosto de 2005. 1626177 E-book gerado especialmente para SILAS HORTA DA SILVA 14 Questões 01. (UTFPR - Psicólogo – UTFPR/2017). De acordo com o Código de Ética Profissional, ao psicólogo é vedado: (A) sugerir serviços de outros psicólogos, sempre que, por motivos justificáveis, não puderem ser continuados pelo profissional que os assumiuinicialmente. (B) prestar serviços profissionais em situações de calamidade pública ou de emergência. (C) fornecer, a quem de direito, na prestação de serviços psicológicos, informações concernentes ao trabalho a ser realizado e ao seu objetivo profissional. (D) informar, a quem de direito, os resultados decorrentes da prestação de serviços psicológicos. (E) induzir a convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas ou de orientação sexual, quando do exercício de suas funções profissionais. 02. (SEDF - Analista de Gestão Educacional – Psicologia – CESPE/2017). Considerando o código de ética profissional do psicólogo e as perspectivas contemporâneas da atuação do psicólogo escolar, julgue o item a seguir. Em situação multiprofissional, não cabe ao psicólogo, em respeito ao código de ética, intervir na prestação de serviços psicológicos que estejam sendo efetuados por outros profissionais. ( ) Certo ( ) Errado 03. (Prefeitura de Bela Vista de Minas/MG - Psicólogo – FUNDEP/2017). Sobre os deveres fundamentais descritos no Art. 1º do Código de Ética Profissional do Psicólogo, é correto afirmar: (A) O psicólogo deve informar, a quem de direito for, os resultados decorrentes da prestação de serviços psicológicos, comunicando apenas o que for necessário para a tomada de decisões que afetem o beneficiário. (B) O psicólogo deve induzir seus pacientes a convicções de orientação sexual quando do exercício de suas funções profissionais. (C) O psicólogo deve pleitear ou receber comissões, doações ou empréstimos além dos honorários contratados, assim como intermediar transações financeiras. (D) O psicólogo deve realizar diagnóstico, divulgar procedimentos ou apresentar resultados de serviços psicológicos em meios de comunicação, de forma a auxiliar grupos e organizações. 04. (SEDF - Professor – Psicologia – Quadrix/2017). Com base no Código de ética profissional do psicólogo, julgue o item a seguir. No art. 12, consta que o psicólogo registrará todas as informações necessárias para o cumprimento dos objetivos do trabalho nos documentos que embasem as atividades em equipe multiprofissional. ( ) Certo ( ) Errado 05. (EBSERH - Psicólogo - Área Hospitalar (HUGG-UNIRIO) – IBFC/2017). As transgressões dos preceitos descritos no atual Código de Ética do Psicólogo constituem infração disciplinar, e são previstas na legislação vigente a aplicação de sanções e ou penalidades em casos de comprovação de tais transgressões. Assinale a alternativa que não corresponde a uma penalidade descrita no atual Código de Ética do Psicólogo diante de uma infração disciplinar cometida pelo profissional. (A) Cassação do exercício profissional (B) Multa (C) Censura pública (D) Suspensão do exercício profissional por até um ano (E) Advertência 06. (DEGASE-Psicólogo-CEPERJ) De acordo com o Código de Ética Profissional dos Psicólogos, a alternativa correta sobre a atuação do psicólogo é: (A) quando o psicólogo atua em equipe multiprofissional, as informações compartilhadas não carecem de preservação do sigilo. (B) o psicólogo deve prestar serviços profissionais em situações de calamidade pública ou emergências (C) o psicólogo, em caso de greve, poderá suspender na íntegra suas atividades profissionais cm comunicação prévia aos usuários, mesmo em atividades de emergência. 1626177 E-book gerado especialmente para SILAS HORTA DA SILVA 15 (D) o psicólogo, ao ingressar ou associar-se a uma organização, deve ser fiel a suas políticas, filosofia e missões e, por isso, fica o profissional isento de qualquer responsabilidade por desrespeito ao código. (E) o psicólogo, ao desligar-se de uma organização por demissão ou exoneração, fica isento de preocupar-se com o destino dos arquivos confidenciais. 07. (NC-UFPR-Psicólogo- UFPR) A participação do psicólogo em equipes multiprofissionais requer alguns cuidados para se manter uma postura ética. O atual código de ética profissional do psicólogo recomenda: (A) o empréstimo de instrumentos da psicologia a outros profissionais da equipe. (B) o registro de relatos dos atendimentos, que devem ser feitos de modo detalhado e integral. (C) a paralisação de todos os atendimentos, inclusive os serviços emergenciais, quando o profissional participar de greves. (D) o pagamento de um percentual da remuneração inicial quando o cliente é encaminhado por profissionais ou instituições externas. (E) o arquivamento dos documentos elaborados por um período de pelo menos cinco anos. 08. (Polícia Federal- psicólogo-CESPE) Com relação à ética profissional do psicólogo, julgue os itens que se seguem. A transgressão dos preceitos contidos no código de ética profissional do psicólogo, considerada infração disciplinar, inclui as seguintes penalidades: advertência verbal, advertência por escrito, censura ética, suspensão do exercício profissional por até vinte dias e cassação do exercício profissional. ( ) Certo ( ) Errado Gabarito 01. E / 02. Certo / 03. A / 04. Certo / 05. D / 06. B / 07. E / 08. Errado Respostas 01. Resposta: E Código de Ética do Psicólogo Art. 2º – Ao psicólogo é vedado: ( ) b) Induzir a convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, de orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito, quando do exercício de suas funções profissionais. 02. Resposta: Certo Código de Ética do Psicólogo Art. 7º – O psicólogo poderá intervir na prestação de serviços psicológicos que estejam sendo efetuados por outro profissional, nas seguintes situações: ( ) b) Em caso de emergência ou risco ao beneficiário ou usuário do serviço, quando dará imediata ciência ao profissional; 03. Resposta: A Código de Ética do Psicólogo Art. 1º – São deveres fundamentais dos psicólogos: ( ) g) Informar, a quem de direito, os resultados decorrentes da prestação de serviços psicológicos, transmitindo somente o que for necessário para a tomada de decisões que afetem o usuário ou beneficiário. 04. Resposta: Certo Código de Ética do Psicólogo Art. 12 – Nos documentos que embasam as atividades em equipe multiprofissional, o psicólogo registrará apenas as informações necessárias para o cumprimento dos objetivos do trabalho. 1626177 E-book gerado especialmente para SILAS HORTA DA SILVA 16 05. Resposta: D Código de Ética do Psicólogo Art. 21 – As transgressões dos preceitos deste Código constituem infração disciplinar com a aplicação das seguintes penalidades, na forma dos dispositivos legais ou regimentais: ( ) d) Suspensão do exercício profissional, por até 30 (trinta) dias, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia; 06. Resposta: B Das Responsabilidades do Psicólogo Art. 1º - São deveres fundamentais dos psicólogos: d) Prestar serviços profissionais em situações de calamidade pública ou de emergência, sem visar benefício pessoal; 07. Resposta: E Art. 4°. A guarda do registro documental é de responsabilidade do psicólogo e/ou da instituição em que ocorreu o serviço. § 1. ° O período de guarda deve ser de no mínimo 05 anos, podendo ser ampliado nos casos previstos em lei, por determinação judicial, ou ainda em casos específicos em que seja necessária a manutenção da guarda por maior tempo. 08. Resposta: Errado O artigo 21 do Código de Ética Profissional do Psicólogo enumera as penalidades aplicáveis decorrentes do Processo: a) Advertência; b) Multa; c) Censura pública; d) Suspensão do exercício profissional, por até 30 (trinta) dias, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia; e) Cassação do exercício profissional, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia. RESOLUÇÃO Nº 9, DE 25 DE ABRIL DE 20185 Estabelece diretrizes para a realização de Avaliação Psicológica no exercício profissional da psicóloga e do psicólogo, regulamenta o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos - SATEPSI e revoga as Resoluções n° 002/2003, nº 006/2004 e n° 005/2012 eNotas Técnicas n° 01/2017 e 02/2017. O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, no uso das atribuições legais e regimentais que lhe são conferidas pela Lei nº 5.766, de 20 de dezembro de 1971, e o Decreto nº 79.822, de 17 de junho de 1977; (Redação dada pelo Ofício nº 2596/2019, que segue no final do ato para download) CONSIDERANDO que a utilização de métodos e técnicas psicológicas constitui função privativa da psicóloga e do psicólogo, com base nos objetivos previstos no parágrafo 1º, do art. 13, da Lei nº 4.119, de 27 de agosto de 1962, e no art. 4º, do Decreto nº 53.464/1964; CONSIDERANDO a necessidade de estabelecer diretrizes sobre Avaliação Psicológica que possam orientar o trabalho das psicólogas e dos psicólogos em diferentes contextos de atuação profissional; CONSIDERANDO a função social do Sistema Conselhos de Psicologia em contribuir para o aprimoramento da qualidade técnico-científica dos métodos e procedimentos psicológicos; CONSIDERANDO a garantia do compromisso ético das psicólogas e dos psicólogos na utilização de testes psicológicos no âmbito profissional; CONSIDERANDO a demanda social e técnico-científica de construir um sistema contínuo de avaliação de testes psicológicos compatível com a dinâmica da produção científica e com as necessidades das profissionais e dos profissionais da Psicologia; 5 Disponível em: https://atosoficiais.com.br/lei/avaliacao-psicologica-cfp?origin=instituicao 1626177 E-book gerado especialmente para SILAS HORTA DA SILVA 17 CONSIDERANDO que o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI) é um sistema informatizado que tem por objetivo avaliar a qualidade técnico-científica de instrumentos submetidos à apreciação da Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica do Conselho Federal de Psicologia (CFP); CONSIDERANDO o constante trabalho de aprimoramento e incorporação de melhorias do SATEPSI sugeridas e debatidas em diferentes fóruns científicos; CONSIDERANDO a necessidade de tornar público os critérios de análise e o processo de avaliação de testes psicológicos; CONSIDERANDO os princípios éticos fundamentais que norteiam a atividade profissional da psicóloga e do psicólogo, e o inciso IV dos Princípios Fundamentais no Código de Ética Profissional da psicóloga e do psicólogo, que estabelece a responsabilidade da psicóloga e do psicólogo por seu contínuo aprimoramento profissional e pelo desenvolvimento da Psicologia como campo científico de conhecimento e de prática; CONSIDERANDO a alínea b, do art. 1º do Código de Ética Profissional da psicóloga e do psicólogo que preconiza que as psicólogas e psicólogos assumam responsabilidades profissionais somente por atividades para as quais estejam capacitados, pessoal, teórica e tecnicamente, e; CONSIDERANDO a decisão deste Plenário em 25 de novembro de 2017; RESOLVE: DAS DIRETRIZES BÁSICAS PARA A REALIZAÇÃO DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NO EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA PSICÓLOGA E DO PSICÓLOGO Art. 1º - Avaliação Psicológica é definida como um processo estruturado de investigação de fenômenos psicológicos, composto de métodos, técnicas e instrumentos, com o objetivo de prover informações à tomada de decisão, no âmbito individual, grupal ou institucional, com base em demandas, condições e finalidades específicas. §1 - Os testes psicológicos abarcam também os seguintes instrumentos: escalas, inventários, questionários e métodos projetivos/expressivos, para fins de padronização desta Resolução e do SATEPSI. §2 - A psicóloga e o psicólogo têm a prerrogativa de decidir quais são os métodos, técnicas e instrumentos empregados na Avaliação Psicológica, desde que devidamente fundamentados na literatura científica psicológica e nas normativas vigentes do Conselho Federal de Psicologia (CFP). Art. 2º - Na realização da Avaliação Psicológica, a psicóloga e o psicólogo devem basear sua decisão, obrigatoriamente, em métodos e/ou técnicas e/ou instrumentos psicológicos reconhecidos cientificamente para uso na prática profissional da psicóloga e do psicólogo (fontes fundamentais de informação), podendo, a depender do contexto, recorrer a procedimentos e recursos auxiliares (fontes complementares de informação). Consideram-se fontes de informação: I – Fontes fundamentais: a) Testes psicológicos aprovados pelo CFP para uso profissional da psicóloga e do psicólogo e/ou; b) Entrevistas psicológicas, anamnese e/ou; c) Protocolos ou registros de observação de comportamentos obtidos individualmente ou por meio de processo grupal e/ou técnicas de grupo. II - Fontes complementares: a) Técnicas e instrumentos não psicológicos que possuam respaldo da literatura científica da área e que respeitem o Código de Ética e as garantias da legislação da profissão; b) Documentos técnicos, tais como protocolos ou relatórios de equipes multiprofissionais. §1 - Será considerada falta ética, conforme disposto na alínea c do Art. 1º e na alínea f do Art. 2º do Código de Ética Profissional da psicóloga e do psicólogo, a utilização de testes psicológicos com parecer desfavorável ou que constem na lista de Testes Psicológicos Não Avaliados no site do SATEPSI, salvo para os casos de pesquisa na forma da legislação vigente e de ensino com objetivo formativo e histórico na Psicologia. §2 - Na hipótese de dúvida acerca da classificação do instrumento (teste psicológico ou instrumento não psicológico), ficam legitimados os Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) a submeter o 1626177 E-book gerado especialmente para SILAS HORTA DA SILVA 18 respectivo instrumento à Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica (CCAP) do CFP para apreciação. §3 - A profissional psicóloga e o profissional psicólogo poderão requerer ao CRP a submissão do instrumento à apreciação da CCAP nos termos do parágrafo §2. Art. 3º - Documentos decorrentes do processo de Avaliação Psicológica deverão ser elaborados em conformidade com a(s) resolução(ões) vigente(s) do CFP. É obrigatória a manutenção de todos os registros dos atendimentos do processo de avaliação psicológica, conforme preconiza a resolução CFP n° 01/2009. DA SUBMISSÃO E AVALIAÇÃO DE TESTES AO SISTEMA DE AVALIAÇÃO DE TESTES PSICOLÓGICOS (SATEPSI) Art. 4º - Um teste psicológico tem por objetivo identificar, descrever, qualificar e mensurar características psicológicas, por meio de procedimentos sistemáticos de observação e descrição do comportamento humano, nas suas diversas formas de expressão, acordados pela comunidade científica. Art. 5º - Os documentos a seguir são referências para a definição dos conceitos, princípios e procedimentos de avaliação de instrumentos psicológicos, bem como o detalhamento dos requisitos estabelecidos nesta Resolução: I - American Educational Research Association, American Psychological Association & National Council on Measurement in Education (2014). Standards for Educational and Psychological Testing. New York: American Educational Research Association; II - International Testing Comission (2005). Diretrizes para o Uso de Testes: International Test Commission. (http://www.intestcom.org); III - International Testing Comission (2005). ITC Guidelines for Translating and Adaptating Tests. (http://www.intestcom.org); IV - International Testing Comission (2014). The ITC Guidelines on the Security of Tests, Examinations, and Other Assessments. (http://www.intestcom.org); V - International Testing Comission (2013). ITC Guidelines on Quality Control in Scoring, Test Analysis, and Reporting of Test Scores. (http://www.intestcom.org); VI - International Testing Comission (2005). ITC Guidelines on ComputerBased and Internet Delivered Testing. (http://www.intestcom.org); VII - CFP (2013). Cartilha de Avaliação Psicológica. (http://site.cfp.org.br/publicacao/cartilha- avaliacao-psicologica-2013/). Art. 6º – Os testes psicológicos, para serem reconhecidos para uso
Compartilhar