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Psicologia para concurso

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1 
 
 
 
 
 
 
 
TJ-RJ 
Analista Judiciário 
Especialidade: Psicólogo 
 
1 Código de Ética do psicólogo e resoluções do Conselho Federal de Psicologia ............... 1 
2 Avaliação psicológica e psicodiagnóstico. 2.1 Fundamentos e etapas da medida 
psicológica. 2.2 Instrumentos de avaliação. 2.2.1 Critérios de seleção, avaliação e interpretação 
dos resultados ........................................................................................................................ 29 
2.3 Técnicas de entrevista ................................................................................................. 52 
2.4 Laudos, pareceres e relatórios psicológicos, estudo de caso, informação e avaliação 
psicológica ............................................................................................................................. 65 
2.5 Perícia Psicológica ....................................................................................................... 82 
3 Teorias e técnicas psicoterápicas. 3.1 Psicoterapia individual e grupal. 3.2 Abordagens 
teóricas. 3.2.1 Psicanálise (Freud, M. Klein, Winnicott, Lacan), cognitivo-comportamental 
(Skinner, Beck), humanistaexistencial (Rogers, Perls), sócio-histórica (Vygotsky, Luria) e 
psicodrama (Moreno) ............................................................................................................. 83 
4 Psicopatologia. 4.1 Transtornos de humor. 4.2 Transtornos de personalidade. 4.3 
Transtornos relacionados ao uso e abuso de substâncias psicoativas. 4.4 Transtornos de 
ansiedade. 4.5 Transtorno do estresse póstraumático. 4.6 Transtornos depressivos. 4.7 
Transtornos fóbicos. 4.8 Transtornos psicossomáticos. 4.9 Transtornos somatoformes. 4.10 
Esquizofrenia........................................................................................................................ 120 
4.11 Estruturas clínicas (neurose, psicose e perversão) .................................................. 168 
5 Psicologia da saúde. 5.1 Ações básicas de saúde ........................................................ 181 
5.1.1 Promoção. 5.1.2 Prevenção. 5.1.3 Reabilitação ...................................................... 193 
5.2 Equipes interdisciplinares. 5.2.1 interdisciplinaridade e multidisciplinaridade em saúde. 
5.3 O papel do psicólogo na equipe de cuidados básicos à saúde ....................................... 211 
6 Intervenção psicológica em problemas específicos. 6.1 Tratamento e prevenção da 
dependência química. 6.1.1 Álcool, tabagismo, outras drogas e redução de danos ............. 214 
7 Teorias e Técnicas psicoterápicas ................................................................................ 237 
8 A criança e o adolescente. 8.1 Desenvolvimento emocional e social. 9 Clínica do idoso
 ............................................................................................................................................. 237 
10 Psicologia Social ......................................................................................................... 267 
Grupo Social e Familiar: o indivíduo e o grupo; as transformações da família ................. 277 
11 Saúde mental e os princípios da luta antimanicomial .................................................. 322 
12 Psicologia e justiça. 12.1 Compromisso social, ética e direitos humanos .................... 346 
13 Psicologia jurídica. 13.1 Adoção, infância e juventude, idoso, família, adolescente em 
conflito com a lei, violência doméstica familiar e contra a mulher, área criminal, abuso sexual e 
suas interfaces ..................................................................................................................... 357 
Estatuto da Criança e do Adolescente ............................................................................. 399 
Estatuto do Idoso ............................................................................................................. 455 
Lei nº 12.010/2009 (Lei da Adoção) ................................................................................. 478 
Lei nº 11.340/2006 e suas alterações (Lei Maria da Penha) ............................................ 492 
14 Organizações. 14.1 Estrutura, processos e dinâmica.................................................. 506 
15 Teoria das organizações e concepções de trabalho. .................................................. 520 
16 Cultura e clima organizacional. ................................................................................... 546 
17 Motivação e satisfação no trabalho. ............................................................................ 557 
1626177 E-book gerado especialmente para SILAS HORTA DA SILVA
 
2 
 
18 Poder, liderança e conflitos nas organizações. ........................................................... 570 
19 Equipes de trabalho e grupos nas organizações. ........................................................ 594 
20 Ergonomia da atividade e psicopatologia do trabalho. ................................................ 607 
21 Bem-estar, saúde e qualidade de vida no contexto das organizações. ....................... 613 
22 Conhecimento, aprendizagem e desempenho humano nas organizações. ................. 634 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Olá Concurseiro, tudo bem? 
 
Sabemos que estudar para concurso público não é tarefa fácil, mas acreditamos na sua 
dedicação e por isso elaboramos nossa apostila com todo cuidado e nos exatos termos do 
edital, para que você não estude assuntos desnecessários e nem perca tempo buscando 
conteúdos faltantes. Somando sua dedicação aos nossos cuidados, esperamos que você 
tenha uma ótima experiência de estudo e que consiga a tão almejada aprovação. 
 
Pensando em auxiliar seus estudos e aprimorar nosso material, disponibilizamos o e-mail 
professores@maxieduca.com.br para que possa mandar suas dúvidas, sugestões ou 
questionamentos sobre o conteúdo da apostila. Todos e-mails que chegam até nós, passam 
por uma triagem e são direcionados aos tutores da matéria em questão. Para o maior 
aproveitamento do Sistema de Atendimento ao Concurseiro (SAC) liste os seguintes itens: 
 
01. Apostila (concurso e cargo); 
02. Disciplina (matéria); 
03. Número da página onde se encontra a dúvida; e 
04. Qual a dúvida. 
 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhar em e-mails separados, 
pois facilita e agiliza o processo de envio para o tutor responsável, lembrando que teremos até 
três dias úteis para respondê-lo (a). 
 
Não esqueça de mandar um feedback e nos contar quando for aprovado! 
 
Bons estudos e conte sempre conosco! 
1626177 E-book gerado especialmente para SILAS HORTA DA SILVA
 
1 
 
 
 
Caro(a) candidato(a), serão abordadas aqui as resoluções mais recorrentes em concursos públicos. 
Algumas resoluções são abordadas em outros tópicos. 
 
A Práxis do Psicólogo Face Ao Código de Ética Profissional1 
 
Ética profissional: fatos e possibilidades 
Para TEIXEIRA, a questão ética profissional em Psicologia é discutida a partir de uma tentativa de 
análise comportamental de alguns enunciados verbais sobre moral e ética. A dissociação entre “dizer” e 
o “fazer” éticos a complexidade envolvida na assimilação de contingências sociais, regras ou leis são 
destacadas. Algumas situações circunscritas ao meio acadêmico e aos diversos campos de atuação do 
psicólogo são mencionadas como suscetíveis de questionamentos éticos. O reconhecimento e a 
atribuição de direitos são apontados como bases para o desenvolvimento de reconhecimentos éticos e 
para a superação da dissociação entre o “dizer” e o “fazer” éticos. Essa dissociação entre o “dizer” e o 
“fazer” éticos e a amplitude das questões envolvendo ética, exigem um detalhamento da própria noção 
de ética que permita, posteriormente, sua especificação enquanto ética profissional, no campo da 
Psicologia. Segundo Ferreira, o estudo dos juízos de apreciação referentes à conduta humana suscetível 
de qualificaçãodo ponto de vista do bem e do mal, seja relativamente a determinada sociedade, seja de 
modo absoluto. A ética é a expressão da medida. É a garantia da harmonia que resulta da boa conduta 
da alma e que determina o lugar certo de qualquer coisa (e de qualquer ato) no mundo. Os limites do 
exercício da profissão do psicólogo estão estabelecidos no Código de Ética Profissional dos Psicólogos, 
aprovado pelo Conselho Federal de Psicologia em 03/08/79. Desde então as questões éticas 
relacionadas a este campo de atuação profissional vêm se ampliando e se delineando em novas 
formulações. Skinner afirma que comportamento “moral ou justo é um produto de tipos especiais de 
contingências sociais” e sugere que “precisamos analisar tais contingências se pretendemos construir um 
mundo em que as pessoas ajam moral e equitativamente.” O campo de atuação do psicólogo é muito 
amplo, o que torna muito difícil a tarefa de analisá-lo em suas implicações éticas. E por fim, afirmaria que 
o desenvolvimento do comportamento ético é uma questão de aprendizagem, e esta pode ocorrer em 
qualquer lugar. A escola e o ensino formais não constituem as únicas condições para a aquisição desse 
repertório comportamental. Se todos exigirem respeito de seus direitos, não haverá quem os 
desrespeitem. O comportamento ético concebido, desenvolvido e controlado dessa forma produziriam a 
superação da dissociação entre retórica e fato. 
 
Por uma ética na saúde: algumas reflexões sobre a ética e o ser ético na atuação do psicólogo 
Segundo MEDEIROS, a ética vem sendo tema frequente em discussão, abarcando várias instâncias 
da sociedade. Nas instituições de Saúde são prementes as questões referentes a parâmetros e limites 
na intervenção sobre os seres humanos. O psicólogo, profissional presente nas instituições de saúde, 
tem a sua prática atravessada por vivências de grande significado na vida das pessoas. A presença de 
situações como ansiedades, angústias, medos, desencadeiam crises pessoais e familiares e impõem aos 
profissionais vinculados aos cuidados com a saúde inúmeras dúvidas com relação a práticas que sejam 
coerentes com o propósito ético da ciência que representam. Além das questões éticas que emergem em 
decorrência das biotecnologias, são inúmeras as situações que constituem dilemas éticos na relação do 
psicólogo com a pessoa atendida e/ou familiares desta, ou na relação com a equipe de trabalho. Até onde 
manter o sigilo profissional? É possível quebrar sigilo? Em quais situações? Como agir a atitudes 
antiéticas de colegas de trabalho? Além destas questões é possível enumerar muitas outras. Autores 
como Herreo, Chiattone e Sebastiani, Berlinguer e Lepargneur, fazem referências a falência dos princípios 
morais em nossa época. Frente à essa problemática, são muitas as questões envolvendo a ética, 
constituindo desafios constantes para a Psicologia e para as demais Ciências. Chauí compreende ética 
como “Filosofia moral, isto é, uma reflexão que discuta, problematize e interprete o significado dos valores 
morais.” Considerando a ética, convém questionar: será que a conduta ética pode sustentar-se 
unicamente no cumprimento do Código de Ética Profissional do Psicólogo? E mais: O Código está no 
campo da ética ou no campo da moral? Faz-se necessária a compreensão de que o Código não traz, em 
 
1 REIS, D. K. dos; RODRIGUES, A. da S.; MELO, C. M. da S. A práxis do psicólogo face ao Código de Ética Profissional. Revista científica eletrônica de psicologia, 
2010. 
1 Código de Ética do psicólogo e resoluções do Conselho Federal de Psicologia 
 
1626177 E-book gerado especialmente para SILAS HORTA DA SILVA
 
2 
 
seus cinquenta artigos, respostas parecidas às questões éticas. Daí a necessidade de não limitar-se aos 
conteúdos inscritos no Código. Fica demarcado, portanto, o caráter referencial do mesmo, que serve 
como um relevante norteador para as atividades profissionais da categoria, pois trata de direitos, deveres 
e responsabilidades. As particularidades de cada situação exigem uma ampla reflexão que inclui o Código 
de Ética Profissional do Psicólogo, mas não se limita à ele. E também refere-se à ação do psicólogo 
guiada por seus valores e princípios, construídos ao longo de sua formação pessoal e profissional. 
Certamente devemos considerar que os princípios do Psicólogo são relevantes e devem ser considerados 
e respeitados. Pautar o agir em princípios sustentados pela ética talvez fosse o recurso para uma ação 
profissional livre de padrões fundamentados em regras, normas ou valores pessoais, naquilo que o 
psicólogo valoriza ou considera verdadeiro, sem considerar o que o outro acredita e valoriza, contribuem 
unicamente para a moralização, opressão e marginalização daqueles que esperam ser tratados com 
respeito e dignidade. 
 
Percepção de alunos de graduação em psicologia sobre a conduta ética dos psicólogos 
De acordo com WACHELKE e outros, nos ensinam que, com base no entendimento de que as 
experiências nos cursos de graduação em psicologia constituem uma influência relevante na formação 
das representações dos alunos, que por sua vez guiarão seus comportamentos futuros. Os psicólogos 
apresentavam alguns comportamentos pautados pelos princípios do Código de Ética Profissional do 
Psicólogo. A ética profissional do psicólogo é um assunto de suma importância para os psicólogos, visto 
que devem basear suas práticas profissionais no respectivo código de conduta elaborado e fiscalizado 
pelo CFP. De acordo com o próprio código, o sistema ético proposto” ...permitirá uma atuação profissional 
engajada social e politicamente no mundo, e não um profissional a serviço exclusivo do indivíduo”. 
Embora fosse desejável que todos os profissionais respeitassem as orientações do Código, sabe-se que 
isso nem sempre ocorre. Os princípios fundamentais que regem o Código são pilares que norteiam a 
atuação profissional, mas nem sempre são cumpridos em sua totalidade. Alguns profissionais, como 
ocorre em todos os campos de atuação, utilizam-se dos conhecimentos e do estatuto proporcionados 
pela psicologia para benefício próprio, em detrimento do bem-estar da sociedade. As decorrências de 
uma percepção dos psicólogos enquanto profissionais pouco éticos são graves e numerosas. Em primeiro 
lugar, são estimuladas relações de desrespeito e desconfiança rumo aos pares, o que pode empobrecer 
a atuação profissional de psicólogos e enfraquecer a classe profissional de modo geral. Ainda mais 
preocupante, seria a instalação de uma atmosfera de permissividade entre os psicólogos frente a 
comportamentos antiéticos; pensar que, aos deparar-se com situações delicadas do ponto de vista do 
dever-ser psicológico os profissionais tenham crenças como “Os psicólogos agem assim mesmo”, ou 
então que “isso é normal”, que acabem por pautar uma conduta inadequada. É preciso que os 
profissionais de psicologia possuam sólida formação ética, incluindo a moral a conduta ética, apoiados 
pelo Código. 
 
O Código de Ética Profissional faz-se essencial em sua totalidade à atuação do Psicólogo, mas isso é 
apenas um pilar de sua profissão, pois o profissional depende também de seus recursos éticos e morais 
e dos seus princípios elencados e considerados, nos seus valores enquanto perdurar a sua conduta 
laborativa no âmbito social e profissional como ser humano e social, com os conceitos morais de certo e 
errado perante a sociedade e ainda de acordo com os princípios éticos e morais das Instituições que os 
empregam, frente não somente aos seus pacientes, mas com diante de toda a sociedade e em especial 
no âmbito do seu grupo social. 
 
A Psicanalista Freudiana A Psicoterapia Breve A Psicanalise Reichiana 
“Acho que a noção que 
singulariza a psicanálise 
freudiana é a transferência. Se 
há uma teoria, um conceito que 
a psicanalise revelou, foi esse. 
Ela é um conceito usado em 
outras abordagens, mas apenas 
na psicanálise ela é analisada”. 
Eduardo Losicer, psicanalista e 
analista institucional. 
Desde o início,a psicanálise 
pensa sobre as possibilidades 
do seu método- a escuta 
analítica- ser aplicado nas 
instituições em geral e nas 
instituições da saúde pública em 
particular. Para verificar essas 
possibilidades, há muitos anos 
se mantem uma pesquisa clínica 
que investiga sobre as 
possibilidades do método 
freudiano na genericamente 
chamada “terapia breve”. 
“A prática reichiana se diferencia 
das outras correntes psico-
corporais não só por ela ser a 
original, no sentido de ter sido a 
primeira, mas também porque 
tem uma perspectiva teórica 
muito mais ampla. Mas, 
principalmente, ela se diferencia 
porque Reich construiu um 
pensamento intrinsicamente 
coerente, produzindo uma lógica 
que permite que certas noções e 
questões pertencentes ao 
1626177 E-book gerado especialmente para SILAS HORTA DA SILVA
 
3 
 
Investigamos sobre os efeitos do 
tempo curto na clínica analítica, 
sem renunciar a seus 
pressupostos básicos”, afirma 
Eduardo Losicer. “E os 
resultados tem sido bons”, 
completa. 
pensamento reichiano possam 
ser transpostas para outros 
campos. Muitas outras 
abordagens baseiam suas 
perspectivas em analogias ou 
metáforas de uma forma mais 
poética do que qualquer outra 
coisa” Nicolau José Maluf Junior, 
psicólogo, analista reichiano, 
orgonomista e diretor do Instituto 
de Formação e Pesquisa William 
Reich 
 
A Psicanálise Winnicottiana A Psicanálise Lacaniana 
“Winnicott privilegiou o papel do ambiente na 
constituição da subjetividade e destacou as figuras 
do trauma, da regressão à dependência e do jogo 
no manejo clinico. Além disso ele tratava 
pacientes cuja configuração subjetiva se afastava 
das neuroses clássicas. 
Ele desenvolveu um estilo clinico no qual o 
psicanalista se disponibiliza para ser “usado” pelo 
analisando, não no sentido de um feixe de 
projeções de fantasmas pré-existentes a serem 
interpretados, mas no sentido de poder ser 
reconhecido como uma substancia diferente de 
si”. 
Daniel Kuperman, psicólogo e psicanalista 
membro da Formação Freudiana, doutor em teoria 
psicanalítica pela UFRJ. 
 
“Na psicanalise encontramos uma passagem da 
abordagem tecno-terapêutica para uma 
perspectiva ética, cuja orientação não é o triunfo 
rápido sobre os sintomas, ou a reabilitação 
psicossocial da loucura. A psicanálise não lida 
apenas com isso, ela lida com a alienação do 
sujeito na civilização cientifica, que visa com todas 
as suas técnicas e aparatos uma certa 
“objetivação” do sujeito. Uma análise deve 
possibilitar ao sujeito, que assim o queira, 
posicionar-se como desejante no laço social com 
os outros. Assim, a medida ética de nossa ação é 
a relação com o desejo que a habita. A aposta da 
análise é, portanto, operar com o desejo como 
medida de nossa ação e não apenas em 
conformidade com os ideais da cultura e de suas 
ideologias”. Leticia Balbi, psicanalista, membro da 
Escola Letra Freudiana e professora do 
Departamento de Psicologia da UFF. 
 
 
Psicanálise e Psicoterapia 
Várias instituições psicanalíticas não consideram a psicanálise parte das psicoterapias e vêm 
trabalhando para salientar essa diferença. Para estas instituições, a psicanálise contém uma outra 
lógica ou, como afirmam as psicanalistas paulistas Ana Mariza Fontoura Vidal Selma Lise e Maria 
Benedita Rodrigues Pavam no artigo “Inocência é um belo romance”, publicado em 04 de julho de 2004, 
quando da votação do projeto de Lei 2347/03 que pretendia regulamentar a profissão de 
psicoterapeuta, “uma outra relação entre sujeito, objeto e verdade, o que a impossibilita de estar 
correlacionada a outros constructos teóricos, todos pertencentes a uma mesma posição lógica. Não se 
trata de uma questão de diferença de conteúdo teórico, mas sim de outro paradigma de pensamento 
lógico. É isso que retira a psicanálise e sua práxis da, apenas diversidade, de outras práticas 
psicoterápicas”. 
Consequentemente, estes psicanalistas são contra qualquer tipo de regulamentação da prática, por 
conta de sua formação específica. Diversos movimentos foram fundados para discutir e lutar contra 
essa regulamentação. Um dos mais importante é o Movimento de Articulação de Entidades 
Psicanalistas, do qual fazem parte entidades como a Associação Brasileira de Psicanálise, a 
Associação de Fóruns do Campo Lacaniano, a Escola Brasileira de Psicanálise, a Escola de 
Psicanálise Letra Freudiana, entre outras. Em carta à Revista Isto é de n° 1839, em resposta a matéria 
“Enquadrando Freud”, a Articulação afirma manter “uma luta ativa contra a regulamentação da 
psicanálise, como forma de salvaguardar e manter a especificidade de sua disciplina. (...) Entendemos 
que qualquer enquadramento da psicanálise a regulamentos acadêmicos ou profissionais compromete 
as condições de seu exercício e de sua transmissão e ressaltamos que a psicanálise no último século 
se desenvolveu à margem de qualquer regulamentação, na base do confronto de ideias e práticas”. 
 
1626177 E-book gerado especialmente para SILAS HORTA DA SILVA
 
4 
 
 
A Terapia cognitivo-
comportamental 
 
 
“As terapias cognitivo-
comportamentais têm sua 
singularidade no reconhecimento 
da importancia dos processos 
cognitivos como influencias nos 
sentimentos e comportamentos 
que nós apresentamos. Não 
apenas isso, mas a influencia 
mútua, reciproca, dos sentimentos 
em relação aos pensamentos e 
vice-versa e do efeito disso sobre 
os comportamentos e também dos 
comportamentos em relação à 
isso. Essa equação básica me 
parece central ma terapia 
cognitivo-comportamental, junto 
com a ideia de que nós somos 
resultados de aprendizagens e a 
terapia é uma oportunidade de 
novas aprendizagens”. 
Bernard Range, professor do 
programa de pós graduação em 
psicologia da UFRJ. 
 
A Terapia centrada na 
pessoa 
 
 
“Acho que o que diferencia a 
Terapia Centrada na Pessoa, 
até das outras terapias 
humanistas e existenciais, é 
uma “centração” no cliente. O 
cliente é o guia do trabalho do 
terapeuta. Ele tem seu pode 
pessoal. Na verdade, a terapia 
não vai dar poder a ninguém, 
ela vai propiciar que o cliente 
use seu poder pessoal, se 
aproprie dele. Assim ele vai se 
sentir cada vez mais livre para 
exercer o seu poder de 
escolha, de autonomia, de 
gerir sua própria vida”. Marcia 
Alves Tassinari, professora e 
supervisora do Serviço de 
Psicologia Aplicada da 
Universidade Estácio de Sá e 
sócia-fundadora do Centro de 
Psicologia da Pessoa. 
A gestalt- terapia 
 
 
“ Acho que a gestalt-terapia 
está principalmente voltada 
para o aqui e agora, 
entendendo que o aqui e o 
agora não são sinônimos do 
presente, mas sim do que está 
presente no momento. Nesse 
sentido, ela trabalha com o 
fenômeno e ela trabalha 
enfatizando a dimensão 
vivencial, ou seja, se 
pensarmos didaticamente, com 
aquilo que é uma mistura do 
pensar, agir e sentir”. 
Alexandre Tsallis, 
psicoterapeuta e professora da 
UFRJ. 
 
 
A Terapia Sistemica 
 
“ O principal da teoria 
sistemica, o que a singulariza, 
é esse deslocamento de uma 
visão intra-individual para uma 
visão relacional, que coloca o 
individuo sempre em contexto. 
E que entende ate esse mundo 
interno dele como um mundo 
de relações, como se constrói 
um individuo a partir dessas 
relações. 
Rosana Rapizo, mestre em 
psicologia clinica e diretora do 
Instituto de Terapia de Familia 
do Rio de Janeiro. 
 
O Psicodrama 
 
“Creio que a grande marca do 
psicodrama é não dicotomizar 
o ser humano e sim integrar 
mente/corpo, ação/ reflexão, 
emoção/razão, 
hoje/ontem/amanha, 
ciencia/arte. 
Talvez a principal diferença 
em relação a outras terapias 
seja integrar ciencia e arte, 
pois surgiu do teatro e se 
constituiu como um corpo 
científico, sem perder a veia 
artistica e a alegria”. 
Vitória Pamplona, 
psicoterapeuta 
psicodramatista e 
coordenadora de grupos de 
gestantes e casais gravidos. 
 
A Clínica Transdisciplinar 
 
“ A clinica transdisciplinar se 
distingue das praticas disciplinares 
e se configura como uma prática 
ético-política.Entretanto, como não 
se trata de teoria, é a partir dos 
impasses, dos incomodos 
experimentados no processo de 
diferenciação de si que somos 
chamados a intervir. Mas, se 
falamos de impasse, falamos de 
forças de resistencia que se 
expressando em meio a uma luta 
nos fazem experimentar uma crise. 
Assim, crise, desestabilização, 
desvio são indicativos de 
momentos de passagem que 
ocorrem na experiencia processual 
da constituição de si, marcando o 
tempo de uma mutação”. 
Ana Rego Monteiro, médica e 
analista. 
 
 
 
 
1626177 E-book gerado especialmente para SILAS HORTA DA SILVA
 
5 
 
Bioética na Saúde2 
 
Bioética é simplesmente a ética aplicada a saúde. A bioética envolve tanto a relação médico paciente 
como a pesquisa em seres humanos, a importância dela está na forma inovadora que ela trata essas 
questões, pois ela consegue ser interdisciplinar, global e sistemática. Entre seus pilares estão a busca de 
uma maior humanização e ética nas relações sociais e pessoais entre paciente, médico e sociedade, 
como prefere alguns estudiosos "é a ciência com consciência e ética". 
O grande interesse da bioética é em acompanhar os avanços da biotecnologia e suas consequências 
à humanidade, como os riscos e a sua aplicabilidade nos procedimentos na investigação científica. Os 
mecanismos utilizados precisam ser revistos, pois nem todo desenvolvimento científico é ético. O 
significado da palavra Bioética é: "bíos" (vida) "éthos" (costume, comportamento, ética), assim em outra 
palavra bioética significa ética da vida. 
A Bioética3 tem como objetivo facilitar o enfrentamento de questões éticas/bioéticas que surgirão na 
vida profissional. Sem esses conceitos básicos, dificilmente alguém consegue enfrentar um dilema, um 
conflito, e se posicionar diante dele de maneira ética. 
O início da Bioética se deu no começo da década de 1970, com a publicação de duas obras muito 
importantes de um pesquisador e professor norte-americano da área de oncologia, Van Rensselaer 
Potter. 
Van Potter estava preocupado com a dimensão que os avanços da ciência, principalmente no âmbito 
da biotecnologia, estavam adquirindo. Assim, propôs um novo ramo do conhecimento que ajudasse as 
pessoas a pensar nas possíveis implicações (positivas ou negativas) dos avanços da ciência sobre a vida 
(humana ou, de maneira mais ampla, de todos os seres vivos). Ele sugeriu que se estabelecesse uma 
“ponte” entre duas culturas, a científica e a humanística, guiado pela seguinte frase: “Nem tudo que é 
cientificamente possível é eticamente aceitável”. 
Um dos conceitos que definem Bioética (“ética da vida”) é que esta é a ciência “que tem como objetivo 
indicar os limites e as finalidades da intervenção do homem sobre a vida, identificar os valores de 
referência racionalmente proponíveis, denunciar os riscos das possíveis aplicações”. 
Para isso, a Bioética, como área de pesquisa, necessita ser estudada por meio de uma metodologia 
interdisciplinar. Isso significa que profissionais de diversas áreas (profissionais da educação, do direito, 
da sociologia, da economia, da teologia, da psicologia, da medicina etc.) devem participar das discussões 
sobre os temas que envolvem o impacto da tecnologia sobre a vida. Todos terão alguma contribuição a 
oferecer para o estudo dos diversos temas de Bioética. Por exemplo, se um economista do governo 
propõe um novo plano econômico que afeta (negativamente) a vida das pessoas, haverá aspectos 
bioéticos a serem considerados. 
O progresso científico não é um mal, mas a “verdade científica” NÃO pode substituir a ética. 
 
Fundamentação da Bioética – o valor da vida humana 
 
Existem diversas propostas para estabelecer quais são os critérios (o fundamento, a base) que devem 
nos orientar nos processos de decisão com os quais podemos nos deparar na nossa vida profissional. 
Para nós, o fundamento ético é como se fosse a estrutura de um prédio. A fundação do prédio é a 
estrutura de concreto ou de metal que permite que a construção seja feita e que o prédio permaneça em 
pé. Se a estrutura não for benfeita, o prédio desaba (como aconteceu no Rio de Janeiro com os edifícios 
Palace I e Palace II, em que foi usada areia da praia para fazer a estrutura dos prédios, o que culminou 
com o desabamento dos edifícios). 
O nosso fundamento ético é tão importante quanto a estrutura de um prédio. Se esse fundamento não 
está bem entendido, corremos o risco de não enfrentar de maneira adequada os desafios éticos que a 
nossa profissão pode trazer. Entretanto, uma vez compreendido esse fundamento, ele não precisa ser 
lembrado a todo tempo (como a estrutura de um prédio que, no final da construção, nós não vemos, mas 
na qual confiamos quando entramos no edifício). O fundamento ético será sempre a base para a nossa 
tomada de decisão. Mas qual é esse fundamento? 
 
A pessoa humana 
Para trilhar um caminho correto diante dos diversos dilemas éticos que podemos encontrar na nossa 
atividade profissional, precisamos de uma “base sólida”, de um fundamento, que nos oriente nos 
momentos de decisão. Esse fundamento é a pessoa humana. 
 
2 STIGAR, R. A bioética na saúde, março 2008. 
3 JUNQUEIRA, C. R. Bioética: conceito, fundamentação e princípios. UNIFESP, 2011. 
1626177 E-book gerado especialmente para SILAS HORTA DA SILVA
 
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Definir o que é a pessoa pode ser uma tarefa difícil (e que os filósofos costumam estudar arduamente), 
porém entender o que é a pessoa é algo que fazemos todo dia quando nos olhamos no espelho. Nós 
conhecemos a “pessoa humana” porque somos “pessoas humanas”. 
Mas quais são os conceitos que existem na realidade da pessoa dos quais devemos nos lembrar por 
serem importantes no enfrentamento das questões bioéticas? 
a) A pessoa é única. Isso significa que as pessoas são diferentes (mesmo os gêmeos idênticos são 
diferentes), têm suas características, seus anseios, suas necessidades, e esse patrimônio, essa 
identidade, merece ser respeitado (para que as pessoas não sejam tratadas como números). Reconhecer 
que “o outro é diferente de mim” não significa que uma pessoa é melhor que a outra. Uma pessoa não 
vale mais que a outra. Somos iguais a todos no que se refere à dignidade. 
b) A pessoa humana é provida de uma “dignidade”. Isso significa que a pessoa tem valor pelo simples 
fato de ser pessoa. 
c) A pessoa é composta de diversas dimensões: dimensão biológica (que as ciências da saúde, 
medicina, enfermagem, odontologia, fisioterapia e outras estão acostumadas a estudar), dimensão 
psicológica (que os psicólogos estudam detalhadamente), dimensão social ou moral (estudada pelas 
ciências sociais) e dimensão espiritual (estudada pelas teologias). Por isso, falamos que a pessoa é uma 
totalidade, pois todas essas dimensões juntas compõem a pessoa. 
Quando nos relacionamos com uma pessoa e não a respeitamos em todas as suas dimensões, essa 
pessoa (que pode ser nosso paciente ou não) se sentirá desrespeitada e ficará insatisfeita. 
Assim, todas as nossas reflexões e ações diante das pessoas (seja em situações de conflitos éticos 
ou não) devem ser guiadas pelo respeito a esse fundamento, a pessoa humana (entendida como um ser 
único, que é uma totalidade e dotado de dignidade). Quando conseguimos agir dessa maneira, ou seja, 
respeitando esse fundamento, podemos estar certos de que estamos agindo de forma ética. 
 
O valor da vida humana 
Outro conceito importante para construirmos a nossa reflexão ética/bioética é o de vida humana. 
Para a Bioética, é fundamental o respeito à vida humana. Mas o que designamos vida humana? 
Segundo os principais livros de Embriologia, a vida humana inicia-se no exato momento da fecundação, 
quando o gameta masculino e o gameta feminino se juntam para formar um novo código genético. Esse 
código genético não é igual ao do pai nem ao da mãe, mas que é composto de 23 cromossomos do pai 
e de 23 cromossomos da mãe. 
Sendo assim, nesse momento, inicia-se uma nova vida, com patrimônio genético próprio, e, a partir 
dessemomento, essa vida deverá ser respeitada. Este é o primeiro estágio de desenvolvimento de cada 
um de nós. A nossa experiência mostra que o desenvolvimento de todos nós se deu da mesma maneira, 
ou seja, a partir da união dos gametas do pai e da mãe. 
Além disso, a vida é um processo que pode ser: 
a) contínuo = porque é ininterrupto na sua duração. Estar vivo representa dizer que não existe 
interrupção entre sucessivos fenômenos integrados. Se houver interrupção, haverá a morte. 
b) coordenado = significa que o DNA do próprio embrião é responsável pelo gerenciamento das etapas 
de seu desenvolvimento. Esse código genético coordena as atividades moleculares e celulares, o que 
confere a cada indivíduo uma identidade genética. 
c) progressivo = porque a vida apresenta, como propriedade, a gradualidade, na qual o processo de 
desenvolvimento leva a uma complexidade cada vez maior da vida em formação. 
Contudo, o valor da vida de algumas pessoas, em diferentes épocas, não foi respeitado (e ainda hoje, 
em muitos casos, não é). Por exemplo: os escravos no Brasil (até a Abolição da Escravatura, em 1888), 
com consequente (e ainda frequente) discriminação dos afrodescendentes; os prisioneiros nos campos 
de concentração na 2ª Guerra Mundial; os pacientes com necessidades especiais (como os portadores 
do vírus HIV em diversas situações); as mulheres e os pobres em diversas sociedades (inclusive na 
nossa), dentre tantos outros exemplos. 
 
Os princípios da Bioética 
Após a compreensão desse fundamento (o respeito pela pessoa humana), podemos utilizar 
“ferramentas” para facilitar o nosso processo de estudo e de decisão sobre os diversos temas de Bioética. 
A essas ferramentas chamamos princípios. 
Esses princípios foram propostos primeiro no Relatório Belmont (1978) para orientar as pesquisas com 
seres humanos e, em 1979, Beauchamps e Childress, em sua obra Principles of biomedical ethics, 
estenderam a utilização deles para a prática médica, ou seja, para todos aqueles que se ocupam da 
saúde das pessoas. 
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A utilização desses princípios para facilitar o enfrentamento de questões éticas é muito comum entre 
os americanos e os brasileiros. 
Passaremos a explicar esses princípios (considerados nossas “ferramentas de trabalho”). 
 
Beneficência/não maleficência 
O primeiro princípio que devemos considerar na nossa prática profissional é o de beneficência/não 
maleficência (também conhecido como benefício/não malefício). O benefício (e o não malefício) do 
paciente (e da sociedade) sempre foi a principal razão do exercício das profissões que envolvem a saúde 
das pessoas (física ou psicológica). 
Beneficência significa “fazer o bem”, e não maleficência significa “evitar o mal”. Desse modo, sempre 
que o profissional propuser um tratamento a um paciente, ele deverá reconhecer a dignidade do paciente 
e considerá-lo em sua totalidade (todas as dimensões do ser humano devem ser consideradas: física, 
psicológica, social, espiritual), visando oferecer o melhor tratamento ao seu paciente, tanto no que diz 
respeito à técnica quanto no que se refere ao reconhecimento das necessidades físicas, psicológicas ou 
sociais do paciente. Um profissional deve, acima de tudo, desejar o melhor para o seu paciente, para 
restabelecer sua saúde, para prevenir um agravo, ou para promover sua saúde. 
 
Autonomia 
O segundo princípio que devemos utilizar como “ferramenta” para o enfrentamento de questões éticas 
é o princípio da autonomia. De acordo com esse princípio, as pessoas têm “liberdade de decisão” sobre 
sua vida. A autonomia é a capacidade de autodeterminação de uma pessoa, ou seja, o quanto ela pode 
gerenciar sua própria vontade, livre da influência de outras pessoas. 
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, que foi adotada pela Assembleia Geral das Nações 
Unidas (1948), manifesta logo no seu início que as pessoas são livres. Nos últimos anos, tem sido 
frequente a busca pela liberdade (ou autonomia). Nos casos de atendimento clínico de pacientes, 
podemos mencionar o Código de Defesa do Consumidor, o qual, em alguns de seus artigos, garante 
proteção às pessoas que buscam serviços de saúde, por exemplo, no que diz respeito ao direito de ser 
suficientemente informada sobre o procedimento que o profissional vai adotar. 
Para que o respeito pela autonomia das pessoas seja possível, duas condições são fundamentais: a 
liberdade e a informação. Isso significa que, em um primeiro momento, a pessoa deve ser livre para 
decidir. Para isso, ela deve estar livre de pressões externas, pois qualquer tipo de pressão ou 
subordinação dificulta a expressão da autonomia. 
Em alguns momentos, as pessoas têm dificuldade de expressar sua liberdade. Nesses casos, dizemos 
que ela tem sua autonomia limitada. 
Vejamos o exemplo das crianças. Em razão de seu desenvolvimento psicomotor, a criança terá 
dificuldade de decidir o que é melhor para a saúde dela. Ela terá, ao contrário, uma tendência em fugir 
de todo tratamento que julgar desconfortável. Por essa razão, caberá aos responsáveis pela criança 
decidir o que deverá ser feito, qual tratamento será mais adequado, porque o responsável deseja que a 
saúde da criança se restabeleça e que o melhor tratamento seja feito. 
Existem outras situações em que percebemos a limitação de autonomia de uma pessoa. Os pacientes 
atendidos em clínicas de Instituições de Ensino podem manifestar essa limitação de seu poder de decisão, 
principalmente quando existe fila de espera para o atendimento. Afinal, ele poderá pensar que perderá a 
vaga (que ele demorou tanto para conseguir) se ele reclamar de alguma coisa. 
Outro exemplo de limitação de autonomia pode ocorrer em casos de pesquisas biomédicas realizadas 
em países subdesenvolvidos. As populações desses países (incluindo a do nosso), quando selecionadas 
para participar de pesquisas de novos fármacos, são consideradas vulneráveis (isto é, têm limitação de 
autonomia). Mas, apesar dessa limitação de autonomia, essas pessoas serão tratadas e incluídas em 
pesquisas. Como isso é possível? 
A correta informação das pessoas é que possibilita o estabelecimento de uma relação terapêutica ou 
a realização de uma pesquisa. 
A primeira etapa a ser seguida para minimizar essa limitação é reconhecer os indivíduos vulneráveis 
(que têm limitação de autonomia) e incorporá-los ao processo de tomada de decisão de maneira legítima. 
Assim, será possível estabelecer uma relação adequada com o paciente e maximizar sua satisfação com 
o tratamento. 
Para permitir o respeito da autonomia das pessoas, o profissional deverá explicar qual será a proposta 
de tratamento. Mas atenção! Essa explicação não se esgota na primeira consulta! Em todas as consultas 
o profissional deverá renovar as informações sobre o tratamento. Além disso, é preciso ter certeza de que 
o paciente entendeu as informações que recebeu. 
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Por isso, consideramos que a informação não se encerra com as explicações do profissional, mas com 
a compreensão, com a assimilação das informações pelos pacientes, desde que essas informações 
sejam retomadas ao longo do tratamento. 
A esse processo de informação e compreensão e posterior comprometimento com o tratamento 
denominamos consentimento. 
Entretanto, vamos imaginar a situação oposta: o exagero na expressão da autonomia de uma pessoa. 
Se entendermos que o respeito pela autonomia de uma pessoa é o princípio que deve ser considerado 
em primeiro lugar, cairemos em uma armadilha. Nem sempre o paciente tem condições de avaliar qual o 
melhor tratamento para ele (afinal ele é leigo, não tem o conhecimento técnico necessário para isso). 
Imaginemos um paciente que tem uma doença que exige a prescrição de medicamentos. Poderá 
ocorrer de ele se recusar a tomar os remédios. Contudo, nesse caso, o profissional não pode alegar que 
“o paciente é adulto, sua autonomia deve ser respeitadae por isso ele faz o que ele quiser”. Ao contrário, 
o profissional (por ter o conhecimento técnico que diz que aquele medicamento é necessário) deverá se 
esforçar ao máximo para explicar ao paciente a importância do medicamento, afinal o princípio da 
beneficência (e não o da autonomia) deve ser respeitado em primeiro lugar. 
Em algumas situações, a liberdade (autonomia) de algumas pessoas não é respeitada para que se 
respeite o benefício de outras. Por exemplo, a proibição de fumar em ambientes fechados. 
Se pensarmos no respeito pela autonomia daqueles que desejam fumar, não seria ético proibir, mas 
se pensarmos no benefício (ou não malefício) daqueles que não desejam fumar, a proibição se justifica. 
Outro exemplo é a interdição de restaurantes ou clínicas pela vigilância sanitária quando estes não 
apresentam condições satisfatórias para atender o público. O fechamento desses locais fere a autonomia 
do dono da clínica ou do restaurante em benefício da sociedade que os frequenta. 
Precisamos nos preparar (estudar e exercitar o que aprendemos) para nos comportarmos de maneira 
ética. 
 
Justiça 
O terceiro princípio a ser considerado é o princípio de justiça. Este se refere à igualdade de tratamento 
e à justa distribuição das verbas do Estado para a saúde, a pesquisa etc. Costumamos acrescentar outro 
conceito ao de justiça: o conceito de equidade que representa dar a cada pessoa o que lhe é devido 
segundo suas necessidades, ou seja, incorpora-se a ideia de que as pessoas são diferentes e que, 
portanto, também são diferentes as suas necessidades. 
De acordo com o princípio da justiça, é preciso respeitar com imparcialidade o direito de cada um. Não 
seria ética uma decisão que levasse um dos personagens envolvidos (profissional ou paciente) a se 
prejudicar. 
É também a partir desse princípio que se fundamenta a chamada objeção de consciência, que 
representa o direito de um profissional de se recusar a realizar um procedimento, aceito pelo paciente ou 
mesmo legalizado. 
Todos esses princípios (insistimos que eles devem ser nossas “ferramentas” de trabalho) devem ser 
considerados na ordem em que foram apresentados, pois existe uma hierarquia entre eles. Isso significa 
que, diante de um processo de decisão, devemos primeiro nos lembrar do nosso fundamento (o 
reconhecimento do valor da pessoa); em seguida, devemos buscar fazer o bem para aquela pessoa (e 
evitar um mal!); depois devemos respeitar suas escolhas (autonomia); e, por fim, devemos ser justos. 
 
A Bioética pretende contribuir para que as pessoas estabeleçam “uma ponte” entre o conhecimento 
científico e o conhecimento humanístico, a fim de evitar os impactos negativos que a tecnologia pode ter 
sobre a vida (afinal, nem tudo o que é cientificamente possível é eticamente aceitável). 
Em razão da influência histórica, cultural e social que sofremos, devemos estar muito atentos; caso 
contrário, corremos o risco de perder os parâmetros que devem nos nortear na nossa atividade 
profissional para que nossas atitudes sejam éticas. 
A primeira etapa que devemos seguir é reconhecer que essas influências (paternalismo, cartesianismo, 
ênfase na doença, individualismo, hedonismo e utilitarismo) existem e que não podemos escapar delas. 
O segundo passo é entender qual fundamento (base) devemos ter para nos orientar nos nossos 
processos de decisão, a fim de que essas influências negativas não prejudiquem nossas ações. Esse 
fundamento é o reconhecimento da dignidade da pessoa humana (como um ser único e que deve ser 
considerado em sua totalidade – aspectos físicos, psicológicos, sociais e espirituais). 
O terceiro passo é utilizar as “ferramentas” (princípios) adequadas para definir quais devem ser as 
nossas atitudes, sem esquecer o nosso fundamento. O primeiro princípio a ser seguido deverá ser o de 
beneficência/não maleficência, o segundo o de autonomia e o terceiro o de justiça. 
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Neste texto apresentamos alguns conceitos e teorias que fornecem subsídios para que possamos 
saber como agir de maneira ética. 
Se esse processo de construção da reflexão ética/bioética, que parte do entendimento do fundamento 
bioético e se segue pelo respeito aos seus princípios, for seguido, as respostas sobre como agir 
eticamente diante de um conflito ético, ou de uma situação clínica nova (ou diferente), surgirão 
naturalmente. 
 
Código de Ética Profissional do Psicólogo4 
 
RESOLUÇÃO CFP Nº 010/05 
 
Aprova o Código de Ética Profissional do Psicólogo. 
 
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, no uso de suas atribuições legais e regimentais, que lhe 
são conferidas pela Lei no 5.766, de 20 de dezembro de 1971; 
CONSIDERANDO o disposto no Art. 6º, letra “e”, da Lei no 5.766 de 20/12/1971, e o Art. 6º, inciso VII, 
do Decreto nº 79.822 de 17/6/1977; 
CONSIDERANDO o disposto na Constituição Federal de 1988, conhecida como Constituição Cidadã, 
que consolida o Estado Democrático de Direito e legislações dela decorrentes; 
CONSIDERANDO decisão deste Plenário em reunião realizada no dia 21 de julho de 2005; 
 
RESOLVE: 
 
Art. 1º - Aprovar o Código de Ética Profissional do Psicólogo. 
 
Art. 2º - A presente Resolução entrará em vigor no dia 27 de agosto de 2005. 
 
Art. 3º - Revogam-se as disposições em contrário, em especial a Resolução CFP n º 002/87. 
 
Brasília, 21 de julho de 2005. 
 
Apresentação 
 
Toda profissão define-se a partir de um corpo de práticas que busca atender demandas sociais, 
norteado por elevados padrões técnicos e pela existência de normas éticas que garantam a adequada 
relação de cada profissional com seus pares e com a sociedade como um todo. 
Um Código de Ética profissional, ao estabelecer padrões esperados quanto às práticas referendadas 
pela respectiva categoria profissional e pela sociedade, procura fomentar a autorreflexão exigida de cada 
indivíduo acerca da sua práxis, de modo a responsabilizá-lo, pessoal e coletivamente, por ações e suas 
consequências no exercício profissional. A missão primordial de um código de ética profissional não é de 
normatizar a natureza técnica do trabalho, e, sim, a de assegurar, dentro de valores relevantes para a 
sociedade e para as práticas desenvolvidas, um padrão de conduta que fortaleça o reconhecimento social 
daquela categoria. Códigos de Ética expressam sempre uma concepção de homem e de sociedade que 
determina a direção das relações entre os indivíduos. Traduzem-se em princípios e normas que devem 
se pautar pelo respeito ao sujeito humano e seus direitos fundamentais. Por constituir a expressão de 
valores universais, tais como os constantes na Declaração Universal dos Direitos Humanos; 
socioculturais, que refletem a realidade do país; e de valores que estruturam uma profissão, um código 
de ética não pode ser visto como um conjunto fixo de normas e imutável no tempo. As sociedades mudam, 
as profissões transformam-se e isso exige, também, uma reflexão contínua sobre o próprio código de 
ética que nos orienta. 
A formulação deste Código de Ética, o terceiro da profissão de psicólogo no Brasil, responde ao 
contexto organizativo dos psicólogos, ao momento do país e ao estágio de desenvolvimento da Psicologia 
enquanto campo científico e profissional. Este Código de Ética dos Psicólogos é reflexo da necessidade, 
sentida pela categoria e suas entidades representativas, de atender à evolução do contexto institucional-
legal do país, marcadamente a partir da promulgação da denominada Constituição Cidadã, em 1988, e 
das legislações dela decorrentes. 
 
4 https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2012/07/codigo-de-etica-psicologia.pdf 
1626177 E-book gerado especialmente para SILAS HORTA DA SILVA
 
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Consoante com a conjuntura democrática vigente, o presente Código foi construído a partir de múltiplos 
espaços de discussão sobre a ética da profissão, suas responsabilidades e compromissos com a 
promoção da cidadania. O processo ocorreu ao longo de três anos, em todoo país, com a participação 
direta dos psicólogos e aberto à sociedade. 
Este Código de Ética pautou-se pelo princípio geral de aproximar-se mais de um instrumento de 
reflexão do que de um conjunto de normas a serem seguidas pelo psicólogo. Para tanto, na sua 
construção buscou-se: 
a. Valorizar os princípios fundamentais como grandes eixos que devem orientar a relação do psicólogo 
com a sociedade, a profissão, as entidades profissionais e a ciência, pois esses eixos atravessam todas 
as práticas e estas demandam uma contínua reflexão sobre o contexto social e institucional. 
b. Abrir espaço para a discussão, pelo psicólogo, dos limites e interseções relativos aos direitos 
individuais e coletivos, questão crucial para as relações que estabelece com a sociedade, os colegas de 
profissão e os usuários ou beneficiários dos seus serviços. 
c. Contemplar a diversidade que configura o exercício da profissão e a crescente inserção do psicólogo 
em contextos institucionais e em equipes multiprofissionais. 
d. Estimular reflexões que considerem a profissão como um todo e não em suas práticas particulares, 
uma vez que os principais dilemas éticos não se restringem a práticas específicas e surgem em quaisquer 
contextos de atuação. 
Ao aprovar e divulgar o Código de Ética Profissional do Psicólogo, a expectativa é de que ele seja um 
instrumento capaz de delinear para a sociedade as responsabilidades e deveres do psicólogo, oferecer 
diretrizes para a sua formação e balizar os julgamentos das suas ações, contribuindo para o 
fortalecimento e ampliação do significado social da profissão. 
 
Princípios Fundamentais 
 
I. O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da 
igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal 
dos Direitos Humanos. 
II. O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das 
coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, 
exploração, violência, crueldade e opressão. 
III. O psicólogo atuará com responsabilidade social, analisando crítica e historicamente a realidade 
política, econômica, social e cultural. 
IV. O psicólogo atuará com responsabilidade, por meio do contínuo aprimoramento profissional, 
contribuindo para o desenvolvimento da Psicologia como campo científico de conhecimento e de prática. 
V. O psicólogo contribuirá para promover a universalização do acesso da população às informações, 
ao conhecimento da ciência psicológica, aos serviços e aos padrões éticos da profissão. 
VI. O psicólogo zelará para que o exercício profissional seja efetuado com dignidade, rejeitando 
situações em que a Psicologia esteja sendo aviltada. 
VII. O psicólogo considerará as relações de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas 
relações sobre as suas atividades profissionais, posicionando-se de forma crítica e em consonância com 
os demais princípios deste Código. 
 
Das Responsabilidades do Psicólogo 
 
Art. 1º – São deveres fundamentais dos psicólogos: 
a) Conhecer, divulgar, cumprir e fazer cumprir este Código; 
b) Assumir responsabilidades profissionais somente por atividades para as quais esteja capacitado 
pessoal, teórica e tecnicamente; 
c) Prestar serviços psicológicos de qualidade, em condições de trabalho dignas e apropriadas à 
natureza desses serviços, utilizando princípios, conhecimentos e técnicas reconhecidamente 
fundamentados na ciência psicológica, na ética e na legislação profissional; 
d) Prestar serviços profissionais em situações de calamidade pública ou de emergência, sem visar 
benefício pessoal; 
e) Estabelecer acordos de prestação de serviços que respeitem os direitos do usuário ou beneficiário 
de serviços de Psicologia; 
f) Fornecer, a quem de direito, na prestação de serviços psicológicos, informações concernentes ao 
trabalho a ser realizado e ao seu objetivo profissional; 
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g) Informar, a quem de direito, os resultados decorrentes da prestação de serviços psicológicos, 
transmitindo somente o que for necessário para a tomada de decisões que afetem o usuário ou 
beneficiário; 
h) Orientar a quem de direito sobre os encaminhamentos apropriados, a partir da prestação de serviços 
psicológicos, e fornecer, sempre que solicitado, os documentos pertinentes ao bom termo do trabalho; 
i) Zelar para que a comercialização, aquisição, doação, empréstimo, guarda e forma de divulgação do 
material privativo do psicólogo sejam feitas conforme os princípios deste Código; 
j) Ter, para com o trabalho dos psicólogos e de outros profissionais, respeito, consideração e 
solidariedade, e, quando solicitado, colaborar com estes, salvo impedimento por motivo relevante; 
k) Sugerir serviços de outros psicólogos, sempre que, por motivos justificáveis, não puderem ser 
continuados pelo profissional que os assumiu inicialmente, fornecendo ao seu substituto as informações 
necessárias à continuidade do trabalho; 
l) Levar ao conhecimento das instâncias competentes o exercício ilegal ou irregular da profissão, 
transgressões a princípios e diretrizes deste Código ou da legislação profissional. 
 
Art. 2º – Ao psicólogo é vedado: 
a) Praticar ou ser conivente com quaisquer atos que caracterizem negligência, discriminação, 
exploração, violência, crueldade ou opressão; 
b) Induzir a convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, de orientação sexual ou a 
qualquer tipo de preconceito, quando do exercício de suas funções profissionais; 
c) Utilizar ou favorecer o uso de conhecimento e a utilização de práticas psicológicas como 
instrumentos de castigo, tortura ou qualquer forma de violência; 
d) Acumpliciar-se com pessoas ou organizações que exerçam ou favoreçam o exercício ilegal da 
profissão de psicólogo ou de qualquer outra atividade profissional; 
e) Ser conivente com erros, faltas éticas, violação de direitos, crimes ou contravenções penais 
praticados por psicólogos na prestação de serviços profissionais; 
f) Prestar serviços ou vincular o título de psicólogo a serviços de atendimento psicológico cujos 
procedimentos, técnicas e meios não estejam regulamentados ou reconhecidos pela profissão; 
g) Emitir documentos sem fundamentação e qualidade técnico-científica; 
h) Interferir na validade e fidedignidade de instrumentos e técnicas psicológicas, adulterar seus 
resultados ou fazer declarações falsas; 
i) Induzir qualquer pessoa ou organização a recorrer a seus serviços; 
j) Estabelecer com a pessoa atendida, familiar ou terceiro, que tenha vínculo com o atendido, relação 
que possa interferir negativamente nos objetivos do serviço prestado; 
k) Ser perito, avaliador ou parecerista em situações nas quais seus vínculos pessoais ou profissionais, 
atuais ou anteriores, possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados 
da avaliação; 
l) Desviar para serviço particular ou de outra instituição, visando benefício próprio, pessoas ou 
organizações atendidas por instituição com a qual mantenha qualquer tipo de vínculo profissional; 
m) Prestar serviços profissionais a organizações concorrentes de modo que possam resultar em 
prejuízo para as partes envolvidas, decorrentes de informações privilegiadas; 
n) Prolongar, desnecessariamente, a prestação de serviços profissionais; 
o) Pleitear ou receber comissões, empréstimos, doações ou vantagens outras de qualquer espécie, 
além dos honorários contratados, assim como intermediar transações financeiras; 
p) Receber, pagar remuneração ou porcentagem por encaminhamento de serviços; 
q) Realizar diagnósticos, divulgar procedimentos ou apresentar resultados de serviços psicológicos em 
meios de comunicação, de forma a expor pessoas, grupos ou organizações. 
 
Art. 3º – O psicólogo, para ingressar, associar-se ou permanecer em uma organização, considerará a 
missão, a filosofia, as políticas,as normas e as práticas nela vigentes e sua compatibilidade com os 
princípios e regras deste Código. 
Parágrafo único: Existindo incompatibilidade, cabe ao psicólogo recusar-se a prestar serviços e, se 
pertinente, apresentar denúncia ao órgão competente. 
 
Art. 4º – Ao fixar a remuneração pelo seu trabalho, o psicólogo: 
a) Levará em conta a justa retribuição aos serviços prestados e as condições do usuário ou 
beneficiário; 
b) Estipulará o valor de acordo com as características da atividade e o comunicará ao usuário ou 
beneficiário antes do início do trabalho a ser realizado; 
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c) Assegurará a qualidade dos serviços oferecidos independentemente do valor acordado. 
 
Art. 5º – O psicólogo, quando participar de greves ou paralisações, garantirá que: 
a) As atividades de emergência não sejam interrompidas; 
b) Haja prévia comunicação da paralisação aos usuários ou beneficiários dos serviços atingidos pela 
mesma. 
 
Art. 6º – O psicólogo, no relacionamento com profissionais não psicólogos: 
a) Encaminhará a profissionais ou entidades habilitados e qualificados demandas que extrapolem seu 
campo de atuação; 
b) Compartilhará somente informações relevantes para qualificar o serviço prestado, resguardando o 
caráter confidencial das comunicações, assinalando a responsabilidade, de quem as receber, de 
preservar o sigilo. 
 
Art. 7º – O psicólogo poderá intervir na prestação de serviços psicológicos que estejam sendo 
efetuados por outro profissional, nas seguintes situações: 
a) A pedido do profissional responsável pelo serviço; 
b) Em caso de emergência ou risco ao beneficiário ou usuário do serviço, quando dará imediata ciência 
ao profissional; 
c) Quando informado expressamente, por qualquer uma das partes, da interrupção voluntária e 
definitiva do serviço; 
d) Quando se tratar de trabalho multiprofissional e a intervenção fizer parte da metodologia adotada. 
 
Art. 8º – Para realizar atendimento não eventual de criança, adolescente ou interdito, o psicólogo 
deverá obter autorização de ao menos um de seus responsáveis, observadas as determinações da 
legislação vigente: 
§1° – No caso de não se apresentar um responsável legal, o atendimento deverá ser efetuado e 
comunicado às autoridades competentes; 
§2° – O psicólogo responsabilizar-se-á pelos encaminhamentos que se fizerem necessários para 
garantir a proteção integral do atendido. 
 
Art. 9º – É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da 
confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso no exercício 
profissional. 
 
Art. 10° – Nas situações em que se configure conflito entre as exigências decorrentes do disposto no 
Art. 9º e as afirmações dos princípios fundamentais deste Código, excetuando-se os casos previstos em 
lei, o psicólogo poderá decidir pela quebra de sigilo, baseando sua decisão na busca do menor prejuízo. 
Parágrafo único – Em caso de quebra do sigilo previsto no caput deste artigo, o psicólogo deverá 
restringir-se a prestar as informações estritamente necessárias. 
 
Art. 11° – Quando requisitado a depor em juízo, o psicólogo poderá prestar informações, considerando 
o previsto neste Código. 
 
Art. 12° – Nos documentos que embasam as atividades em equipe multiprofissional, o psicólogo 
registrará apenas as informações necessárias para o cumprimento dos objetivos do trabalho. 
 
Art. 13° – No atendimento à criança, ao adolescente ou ao interdito, deve ser comunicado aos 
responsáveis o estritamente essencial para se promoverem medidas em seu benefício. 
 
Art. 14° – A utilização de quaisquer meios de registro e observação da prática psicológica obedecerá 
às normas deste Código e a legislação profissional vigente, devendo o usuário ou beneficiário, desde o 
início, ser informado. 
 
Art. 15° – Em caso de interrupção do trabalho do psicólogo, por quaisquer motivos, ele deverá zelar 
pelo destino dos seus arquivos confidenciais. 
§ 1° – Em caso de demissão ou exoneração, o psicólogo deverá repassar todo o material ao psicólogo 
que vier a substituí-lo, ou lacrá-lo para posterior utilização pelo psicólogo substituto. 
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13 
 
§ 2° – Em caso de extinção do serviço de Psicologia, o psicólogo responsável informará ao Conselho 
Regional de Psicologia, que providenciará a destinação dos arquivos confidenciais. 
 
Art. 16° – O psicólogo, na realização de estudos, pesquisas e atividades voltadas para a produção de 
conhecimento e desenvolvimento de tecnologias: 
 
a) Avaliará os riscos envolvidos, tanto pelos procedimentos, como pela divulgação dos resultados, com 
o objetivo de proteger as pessoas, grupos, organizações e comunidades envolvidas; 
b) Garantirá o caráter voluntário da participação dos envolvidos, mediante consentimento livre e 
esclarecido, salvo nas situações previstas em legislação específica e respeitando os princípios deste 
Código; 
c) Garantirá o anonimato das pessoas, grupos ou organizações, salvo interesse manifesto destes; 
d) Garantirá o acesso das pessoas, grupos ou organizações aos resultados das pesquisas ou estudos, 
após seu encerramento, sempre que assim o desejarem. 
 
Art. 17° – Caberá aos psicólogos docentes ou supervisores esclarecer, informar, orientar e exigir dos 
estudantes a observância dos princípios e normas contidas neste Código. 
 
Art. 18° – O psicólogo não divulgará, ensinará, cederá, emprestará ou venderá a leigos instrumentos 
e técnicas psicológicas que permitam ou facilitem o exercício ilegal da profissão. 
 
Art. 19° – O psicólogo, ao participar de atividade em veículos de comunicação, zelará para que as 
informações prestadas disseminem o conhecimento a respeito das atribuições, da base científica e do 
papel social da profissão. 
 
Art. 20° – O psicólogo, ao promover publicamente seus serviços, por quaisquer meios, individual ou 
coletivamente: 
a) Informará o seu nome completo, o CRP e seu número de registro; 
b) Fará referência apenas a títulos ou qualificações profissionais que possua; 
c) Divulgará somente qualificações, atividades e recursos relativos a técnicas e práticas que estejam 
reconhecidas ou regulamentadas pela profissão; 
d) Não utilizará o preço do serviço como forma de propaganda; 
e) Não fará previsão taxativa de resultados; 
f) Não fará autopromoção em detrimento de outros profissionais; 
g) Não proporá atividades que sejam atribuições privativas de outras categorias profissionais; 
h) Não fará divulgação sensacionalista das atividades profissionais. 
 
Das Disposições Gerais 
 
Art. 21° – As transgressões dos preceitos deste Código constituem infração disciplinar com a aplicação 
das seguintes penalidades, na forma dos dispositivos legais ou regimentais: 
a) Advertência; 
b) Multa; 
c) Censura pública; 
d) Suspensão do exercício profissional, por até 30 (trinta) dias, ad referendum do Conselho Federal de 
Psicologia; 
e) Cassação do exercício profissional, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia. 
 
Art. 22° – As dúvidas na observância deste Código e os casos omissos serão resolvidos pelos 
Conselhos Regionais de Psicologia, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia. 
 
Art. 23° – Competirá ao Conselho Federal de Psicologia firmar jurisprudência quanto aos casos 
omissos e fazê-la incorporar a este Código. 
 
Art. 24° – O presente Código poderá ser alterado pelo Conselho Federal de Psicologia, por iniciativa 
própria ou da categoria, ouvidos os Conselhos Regionais de Psicologia. 
 
Art. 25°– Este Código entra em vigor em 27 de agosto de 2005. 
 
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14 
 
Questões 
 
01. (UTFPR - Psicólogo – UTFPR/2017). De acordo com o Código de Ética Profissional, ao psicólogo 
é vedado: 
(A) sugerir serviços de outros psicólogos, sempre que, por motivos justificáveis, não puderem ser 
continuados pelo profissional que os assumiuinicialmente. 
(B) prestar serviços profissionais em situações de calamidade pública ou de emergência. 
(C) fornecer, a quem de direito, na prestação de serviços psicológicos, informações concernentes ao 
trabalho a ser realizado e ao seu objetivo profissional. 
(D) informar, a quem de direito, os resultados decorrentes da prestação de serviços psicológicos. 
(E) induzir a convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas ou de orientação sexual, 
quando do exercício de suas funções profissionais. 
 
02. (SEDF - Analista de Gestão Educacional – Psicologia – CESPE/2017). Considerando o código 
de ética profissional do psicólogo e as perspectivas contemporâneas da atuação do psicólogo escolar, 
julgue o item a seguir. 
 
Em situação multiprofissional, não cabe ao psicólogo, em respeito ao código de ética, intervir na 
prestação de serviços psicológicos que estejam sendo efetuados por outros profissionais. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
03. (Prefeitura de Bela Vista de Minas/MG - Psicólogo – FUNDEP/2017). Sobre os deveres 
fundamentais descritos no Art. 1º do Código de Ética Profissional do Psicólogo, é correto afirmar: 
(A) O psicólogo deve informar, a quem de direito for, os resultados decorrentes da prestação de 
serviços psicológicos, comunicando apenas o que for necessário para a tomada de decisões que afetem 
o beneficiário. 
(B) O psicólogo deve induzir seus pacientes a convicções de orientação sexual quando do exercício 
de suas funções profissionais. 
(C) O psicólogo deve pleitear ou receber comissões, doações ou empréstimos além dos honorários 
contratados, assim como intermediar transações financeiras. 
(D) O psicólogo deve realizar diagnóstico, divulgar procedimentos ou apresentar resultados de serviços 
psicológicos em meios de comunicação, de forma a auxiliar grupos e organizações. 
 
04. (SEDF - Professor – Psicologia – Quadrix/2017). Com base no Código de ética profissional do 
psicólogo, julgue o item a seguir. 
 
No art. 12, consta que o psicólogo registrará todas as informações necessárias para o cumprimento 
dos objetivos do trabalho nos documentos que embasem as atividades em equipe multiprofissional. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
05. (EBSERH - Psicólogo - Área Hospitalar (HUGG-UNIRIO) – IBFC/2017). As transgressões dos 
preceitos descritos no atual Código de Ética do Psicólogo constituem infração disciplinar, e são previstas 
na legislação vigente a aplicação de sanções e ou penalidades em casos de comprovação de tais 
transgressões. Assinale a alternativa que não corresponde a uma penalidade descrita no atual Código de 
Ética do Psicólogo diante de uma infração disciplinar cometida pelo profissional. 
(A) Cassação do exercício profissional 
(B) Multa 
(C) Censura pública 
(D) Suspensão do exercício profissional por até um ano 
(E) Advertência 
 
06. (DEGASE-Psicólogo-CEPERJ) De acordo com o Código de Ética Profissional dos Psicólogos, a 
alternativa correta sobre a atuação do psicólogo é: 
(A) quando o psicólogo atua em equipe multiprofissional, as informações compartilhadas não carecem 
de preservação do sigilo. 
(B) o psicólogo deve prestar serviços profissionais em situações de calamidade pública ou 
emergências 
(C) o psicólogo, em caso de greve, poderá suspender na íntegra suas atividades profissionais cm 
comunicação prévia aos usuários, mesmo em atividades de emergência. 
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15 
 
(D) o psicólogo, ao ingressar ou associar-se a uma organização, deve ser fiel a suas políticas, filosofia 
e missões e, por isso, fica o profissional isento de qualquer responsabilidade por desrespeito ao código. 
(E) o psicólogo, ao desligar-se de uma organização por demissão ou exoneração, fica isento de 
preocupar-se com o destino dos arquivos confidenciais. 
 
07. (NC-UFPR-Psicólogo- UFPR) A participação do psicólogo em equipes multiprofissionais requer 
alguns cuidados para se manter uma postura ética. O atual código de ética profissional do psicólogo 
recomenda: 
(A) o empréstimo de instrumentos da psicologia a outros profissionais da equipe. 
(B) o registro de relatos dos atendimentos, que devem ser feitos de modo detalhado e integral. 
(C) a paralisação de todos os atendimentos, inclusive os serviços emergenciais, quando o profissional 
participar de greves. 
(D) o pagamento de um percentual da remuneração inicial quando o cliente é encaminhado por 
profissionais ou instituições externas. 
(E) o arquivamento dos documentos elaborados por um período de pelo menos cinco anos. 
 
08. (Polícia Federal- psicólogo-CESPE) Com relação à ética profissional do psicólogo, julgue os itens 
que se seguem. 
 
A transgressão dos preceitos contidos no código de ética profissional do psicólogo, considerada 
infração disciplinar, inclui as seguintes penalidades: advertência verbal, advertência por escrito, censura 
ética, suspensão do exercício profissional por até vinte dias e cassação do exercício profissional. 
( ) Certo ( ) Errado 
 
Gabarito 
 
01. E / 02. Certo / 03. A / 04. Certo / 05. D / 06. B / 07. E / 08. Errado 
 
Respostas 
 
01. Resposta: E 
Código de Ética do Psicólogo 
Art. 2º – Ao psicólogo é vedado: 
( ) 
b) Induzir a convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, de orientação sexual ou a 
qualquer tipo de preconceito, quando do exercício de suas funções profissionais. 
 
02. Resposta: Certo 
Código de Ética do Psicólogo 
Art. 7º – O psicólogo poderá intervir na prestação de serviços psicológicos que estejam sendo 
efetuados por outro profissional, nas seguintes situações: 
( ) 
b) Em caso de emergência ou risco ao beneficiário ou usuário do serviço, quando dará imediata ciência 
ao profissional; 
 
03. Resposta: A 
Código de Ética do Psicólogo 
Art. 1º – São deveres fundamentais dos psicólogos: 
( ) 
g) Informar, a quem de direito, os resultados decorrentes da prestação de serviços psicológicos, 
transmitindo somente o que for necessário para a tomada de decisões que afetem o usuário ou 
beneficiário. 
 
04. Resposta: Certo 
Código de Ética do Psicólogo 
Art. 12 – Nos documentos que embasam as atividades em equipe multiprofissional, o psicólogo 
registrará apenas as informações necessárias para o cumprimento dos objetivos do trabalho. 
 
 
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05. Resposta: D 
Código de Ética do Psicólogo 
Art. 21 – As transgressões dos preceitos deste Código constituem infração disciplinar com a aplicação 
das seguintes penalidades, na forma dos dispositivos legais ou regimentais: 
( ) 
d) Suspensão do exercício profissional, por até 30 (trinta) dias, ad referendum do Conselho Federal de 
Psicologia; 
 
06. Resposta: B 
Das Responsabilidades do Psicólogo 
Art. 1º - São deveres fundamentais dos psicólogos: 
d) Prestar serviços profissionais em situações de calamidade pública ou de emergência, sem visar 
benefício pessoal; 
 
07. Resposta: E 
Art. 4°. A guarda do registro documental é de responsabilidade do psicólogo e/ou da instituição em que 
ocorreu o serviço. 
§ 1. ° O período de guarda deve ser de no mínimo 05 anos, podendo ser ampliado nos casos previstos 
em lei, por determinação judicial, ou ainda em casos específicos em que seja necessária a manutenção 
da guarda por maior tempo. 
 
08. Resposta: Errado 
O artigo 21 do Código de Ética Profissional do Psicólogo enumera as penalidades aplicáveis 
decorrentes do Processo: 
a) Advertência; 
b) Multa; 
c) Censura pública; 
d) Suspensão do exercício profissional, por até 30 (trinta) dias, ad referendum do Conselho Federal de 
Psicologia; 
e) Cassação do exercício profissional, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia. 
 
RESOLUÇÃO Nº 9, DE 25 DE ABRIL DE 20185 
 
Estabelece diretrizes para a realização de Avaliação Psicológica no exercício profissional da psicóloga 
e do psicólogo, regulamenta o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos - SATEPSI e revoga as 
Resoluções n° 002/2003, nº 006/2004 e n° 005/2012 eNotas Técnicas n° 01/2017 e 02/2017. 
 
O CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, no uso das atribuições legais e regimentais que lhe são 
conferidas pela Lei nº 5.766, de 20 de dezembro de 1971, e o Decreto nº 79.822, de 17 de junho de 1977; 
(Redação dada pelo Ofício nº 2596/2019, que segue no final do ato para download) 
 
CONSIDERANDO que a utilização de métodos e técnicas psicológicas constitui função privativa da 
psicóloga e do psicólogo, com base nos objetivos previstos no parágrafo 1º, do art. 13, da Lei nº 4.119, 
de 27 de agosto de 1962, e no art. 4º, do Decreto nº 53.464/1964; 
 
CONSIDERANDO a necessidade de estabelecer diretrizes sobre Avaliação Psicológica que possam 
orientar o trabalho das psicólogas e dos psicólogos em diferentes contextos de atuação profissional; 
 
CONSIDERANDO a função social do Sistema Conselhos de Psicologia em contribuir para o 
aprimoramento da qualidade técnico-científica dos métodos e procedimentos psicológicos; 
 
CONSIDERANDO a garantia do compromisso ético das psicólogas e dos psicólogos na utilização de 
testes psicológicos no âmbito profissional; 
 
CONSIDERANDO a demanda social e técnico-científica de construir um sistema contínuo de avaliação 
de testes psicológicos compatível com a dinâmica da produção científica e com as necessidades das 
profissionais e dos profissionais da Psicologia; 
 
5 Disponível em: https://atosoficiais.com.br/lei/avaliacao-psicologica-cfp?origin=instituicao 
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17 
 
CONSIDERANDO que o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI) é um sistema 
informatizado que tem por objetivo avaliar a qualidade técnico-científica de instrumentos submetidos à 
apreciação da Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica do Conselho Federal de Psicologia (CFP); 
 
CONSIDERANDO o constante trabalho de aprimoramento e incorporação de melhorias do SATEPSI 
sugeridas e debatidas em diferentes fóruns científicos; 
 
CONSIDERANDO a necessidade de tornar público os critérios de análise e o processo de avaliação 
de testes psicológicos; 
 
CONSIDERANDO os princípios éticos fundamentais que norteiam a atividade profissional da psicóloga 
e do psicólogo, e o inciso IV dos Princípios Fundamentais no Código de Ética Profissional da psicóloga e 
do psicólogo, que estabelece a responsabilidade da psicóloga e do psicólogo por seu contínuo 
aprimoramento profissional e pelo desenvolvimento da Psicologia como campo científico de 
conhecimento e de prática; 
 
CONSIDERANDO a alínea b, do art. 1º do Código de Ética Profissional da psicóloga e do psicólogo 
que preconiza que as psicólogas e psicólogos assumam responsabilidades profissionais somente por 
atividades para as quais estejam capacitados, pessoal, teórica e tecnicamente, e; CONSIDERANDO a 
decisão deste Plenário em 25 de novembro de 2017; 
 
RESOLVE: 
 
DAS DIRETRIZES BÁSICAS PARA A REALIZAÇÃO DE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA NO 
EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA PSICÓLOGA E DO PSICÓLOGO 
 
Art. 1º - Avaliação Psicológica é definida como um processo estruturado de investigação de fenômenos 
psicológicos, composto de métodos, técnicas e instrumentos, com o objetivo de prover informações à 
tomada de decisão, no âmbito individual, grupal ou institucional, com base em demandas, condições e 
finalidades específicas. 
§1 - Os testes psicológicos abarcam também os seguintes instrumentos: escalas, inventários, 
questionários e métodos projetivos/expressivos, para fins de padronização desta Resolução e do 
SATEPSI. 
§2 - A psicóloga e o psicólogo têm a prerrogativa de decidir quais são os métodos, técnicas e 
instrumentos empregados na Avaliação Psicológica, desde que devidamente fundamentados na literatura 
científica psicológica e nas normativas vigentes do Conselho Federal de Psicologia (CFP). 
 
Art. 2º - Na realização da Avaliação Psicológica, a psicóloga e o psicólogo devem basear sua decisão, 
obrigatoriamente, em métodos e/ou técnicas e/ou instrumentos psicológicos reconhecidos cientificamente 
para uso na prática profissional da psicóloga e do psicólogo (fontes fundamentais de informação), 
podendo, a depender do contexto, recorrer a procedimentos e recursos auxiliares (fontes complementares 
de informação). 
Consideram-se fontes de informação: 
I – Fontes fundamentais: 
a) Testes psicológicos aprovados pelo CFP para uso profissional da psicóloga e do psicólogo e/ou; 
b) Entrevistas psicológicas, anamnese e/ou; 
c) Protocolos ou registros de observação de comportamentos obtidos individualmente ou por meio de 
processo grupal e/ou técnicas de grupo. 
II - Fontes complementares: 
a) Técnicas e instrumentos não psicológicos que possuam respaldo da literatura científica da área e 
que respeitem o Código de Ética e as garantias da legislação da profissão; 
b) Documentos técnicos, tais como protocolos ou relatórios de equipes multiprofissionais. 
§1 - Será considerada falta ética, conforme disposto na alínea c do Art. 1º e na alínea f do Art. 2º do 
Código de Ética Profissional da psicóloga e do psicólogo, a utilização de testes psicológicos com parecer 
desfavorável ou que constem na lista de Testes Psicológicos Não Avaliados no site do SATEPSI, salvo 
para os casos de pesquisa na forma da legislação vigente e de ensino com objetivo formativo e histórico 
na Psicologia. 
§2 - Na hipótese de dúvida acerca da classificação do instrumento (teste psicológico ou instrumento 
não psicológico), ficam legitimados os Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) a submeter o 
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18 
 
respectivo instrumento à Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica (CCAP) do CFP para 
apreciação. 
§3 - A profissional psicóloga e o profissional psicólogo poderão requerer ao CRP a submissão do 
instrumento à apreciação da CCAP nos termos do parágrafo §2. 
 
Art. 3º - Documentos decorrentes do processo de Avaliação Psicológica deverão ser elaborados em 
conformidade com a(s) resolução(ões) vigente(s) do CFP. É obrigatória a manutenção de todos os 
registros dos atendimentos do processo de avaliação psicológica, conforme preconiza a resolução CFP 
n° 01/2009. 
 
DA SUBMISSÃO E AVALIAÇÃO DE TESTES AO SISTEMA DE AVALIAÇÃO DE TESTES 
PSICOLÓGICOS (SATEPSI) 
 
Art. 4º - Um teste psicológico tem por objetivo identificar, descrever, qualificar e mensurar 
características psicológicas, por meio de procedimentos sistemáticos de observação e descrição do 
comportamento humano, nas suas diversas formas de expressão, acordados pela comunidade científica. 
 
Art. 5º - Os documentos a seguir são referências para a definição dos conceitos, princípios e 
procedimentos de avaliação de instrumentos psicológicos, bem como o detalhamento dos requisitos 
estabelecidos nesta Resolução: 
I - American Educational Research Association, American Psychological Association & National 
Council on Measurement in Education (2014). Standards for Educational and Psychological Testing. New 
York: American Educational Research Association; 
II - International Testing Comission (2005). Diretrizes para o Uso de Testes: International Test 
Commission. (http://www.intestcom.org); 
III - International Testing Comission (2005). ITC Guidelines for Translating and Adaptating Tests. 
(http://www.intestcom.org); 
IV - International Testing Comission (2014). The ITC Guidelines on the Security of Tests, Examinations, 
and Other Assessments. 
(http://www.intestcom.org); 
V - International Testing Comission (2013). ITC Guidelines on Quality Control in Scoring, Test Analysis, 
and Reporting of Test Scores. (http://www.intestcom.org); 
VI - International Testing Comission (2005). ITC Guidelines on ComputerBased and Internet Delivered 
Testing. (http://www.intestcom.org); 
VII - CFP (2013). Cartilha de Avaliação Psicológica. (http://site.cfp.org.br/publicacao/cartilha-
avaliacao-psicologica-2013/). 
 
Art. 6º – Os testes psicológicos, para serem reconhecidos para uso

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