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ANÁLISE SOBRE OS PRINCÍPIOS RECURSAIS

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ANÁLISE SOBRE OS PRINCÍPIOS RECURSAIS[footnoteRef:1] [1: Texto retirado da obra CURSO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL MODERNO de JOSÉ MIGUEM GARCIAL MEDINA, EDITORA RT. Obra Sugerida Que Se Sugere Como Bibliografia.] 
Duplo grau de jurisdição
Afirma-se, à luz do princípio do duplo grau de jurisdição, que toda decisão judicial deve poder ser submetida a novo exame, de modo que a segunda decisão prevaleça sobre a primeira, exame este realizado por órgão diverso daquele que proferiu a decisão. 
Entendemos que o duplo grau de jurisdição é princípio que se insere no rol de garantias mínimas decorrentes do devido processo legal. Como princípio, convive, em nível constitucional, com aquele que lhe é oposto, chamado de princípio da unicidade de juízo ou de instância, ou do julgamento único. 
O STF tem decidido que o duplo grau de jurisdição não é garantia absoluta. Pensamos que o princípio do duplo grau de jurisdição é proeminente em relação ao princípio que lhe é oposto, razão pela qual devem ser tidas por contrárias àquele princípio constitucional as decisões judiciais que, sem amparo legal expresso, suprimam a possibilidade de duplo exame, por órgãos jurisdicionais hierarquicamente distintos. 
Taxatividade
A criação de recursos deve dar-se por lei federal. No caso, está-se diante de matéria processual, e não procedimental, para os fins de incidência da regra referida no art. 22, I, da CF.
O rol indicado pelo art. 994 do CPC/2015 não é exaustivo, já que outras leis federais podem tratar de recursos (cf., p.ex., art. 34 da Lei 6.830/1980, art. 41 da Lei 9.099/1995).
Nesse sentido deve ser entendido o princípio da taxatividade, que decorre do princípio da legalidade.
Tendo em vista que os recursos devem ser criados por lei federal, não se deve permitir sua criação ou supressão por regimentos internos dos tribunais, ou que tais regimentos criem requisitos ou estabeleçam efeitos não previstos em lei federal para um determinado recurso. 
Unicidade (singularidade ou unirrecorribilidade)
Como regra, definida a natureza do pronunciamento judicial (cf. art. 203 do CPC/2015), saber-se-á o recurso cabível.
No contexto do CPC/2015, essa fórmula não pode ser aceita sem reservas.
É certo que contra sentença (art. 203, § 1.º, do CPC/2015) caberá apelação (art. 1.009, caput, do CPC/2015). Contra decisões interlocutórias (art. 203, § 2.º, do CPC/2015), porém, pode caber agravo de instrumento, nos casos previstos em lei (art. 1.015 do CPC/2015) ou apelação, em se tratando de decisão interlocutória não impugnável por agravo de instrumento, nos casos previstos no § 1.º do art. 1.009 do CPC/2015.
Em se tratando de acórdão (art. 204 do CPC/2015), o cabimento de recurso extraordinário ou especial dependerá da presença de condições específicas, previstas no art. 102, III, e § 3.º, e no art. 105, III, da CF (cf. art. 1.029 do CPC/2015).
Segundo o princípio da unicidade (ou singularidade, ou unirrecorribilidade), contra uma decisão deve-se admitir apenas um recurso, não se permitindo a interposição simultânea ou cumulativa de outro. 
Essa regra, porém, comporta exceções.
Existem casos em que cabem dois ou mais recursos contra um mesmo pronunciamento judicial (considerado, aqui, de modo amplo, para abranger todos os seus capítulos). Conforme o caso, devem ser interpostos concomitantemente recursos extraordinário e especial (cf. Súmula 126 do STJ). Em alguns casos, dois recursos podem ser cabíveis contra uma mesma decisão (p.ex., embora cabíveis embargos de declaração, se não interpostos poderá ser admitida a apelação), mas eles não poderão ser interpostos concomitantemente (no mesmo exemplo, caso interpostos embargos de declaração, o prazo para apelação é interrompido, cf. art. 1.026, caput, do CPC/2015).
3.1.2.6. Fungibilidade
Definida a natureza da decisão, deve-se ter condições de saber, também, qual será o recurso cabível.
Apesar da tentativa do legislador em criar um sistema recursal perfeito, que não admitisse haver dúvida acerca do recurso adequado a cada pronunciamento judicial, verifica-se, em certos casos, discussão acerca de se saber qual é o recurso cabível. Aplica-se, no caso, o princípio da fungibilidade.

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