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Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 1 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Olá, amigos. Curso: Direito Penal Professor: Vinício Ferreira Curso: Direito Penal Professor: Vinício Ferreira http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 2 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Olá, amigos! Vamos estudar, nesta aula, os crimes contra a fé pública É um assunto muito importante para as provas de Direito Penal. Vamos analisar todos os tipos penais correspondentes, informando as disposições mais pertinentes. Bons estudos! Aula – Código Penal – Dos Crimes Contra a Fé Pública Sumário 1 – Dos Crimes Contra a Fé Pública ................................................. 4 1.1 Da Moeda Falsa ..................................................................... 4 1.1.1 Moeda Falsa ............................................................................... 4 1.1.2 Crimes Assimilados ao de Moeda Falsa .......................................... 7 1.1.3 Petrechos para Emissão de Moeda ................................................ 8 1.1.4 Emissão de Título ao Portador sem Permissão Legal ........................ 9 1.2 Da Falsidade de Títulos e Outros Papeis Públicos ................. 9 1.2.1 Falsificação de Papéis Públicos ..................................................... 9 1.2.2 Petrechos de Falsificação ............................................................ 11 1.3 Da Falsidade Documental ................................................... 12 1.3.1 Falsificação de Selo ou Sinal Público ............................................ 12 1.3.2 Falsificação de Documento Público ............................................... 13 1.3.3 Falsificação de Documento Particular ........................................... 16 1.3.4 Falsidade Ideológica .................................................................. 17 1.3.5 Falso Reconhecimento de Firma ou Letra ...................................... 18 1.3.6 Certidão ou Atestado Ideologicamente Falso ................................. 19 1.3.7 Falsidade de Atestado Médico...................................................... 21 1.3.8 Reprodução ou Alteração de Selo ou Peça Filatélica ....................... 21 1.3.9 Uso de Documento Falso ............................................................ 22 1.3.10 Supressão de Documento ......................................................... 24 1.4 De Outras Falsidades .......................................................... 25 http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 3 de 74 www.exponencialconcursos.com.br 1.4.1 Falsificação de Sinal Empregado no Contraste de Metal Precioso ou na Fiscalização Alfandegária, ou para Outros Fins ....................................... 25 1.4.2 Falsa Identidade ........................................................................ 26 1.4.3 Uso de Documento de Identidade Alheio....................................... 28 1.4.4 Fraude de Lei sobre Estrangeiro .................................................. 29 1.4.5 Adulteração de Sinal Identificador de Veículos ............................... 31 1.5 Das Fraudes em Certames de Interesse Público ................. 32 2 – Dispositivos Penais Correspondentes ...................................... 35 3 - Exercícios Comentados: ............................................................ 42 4 - Lista de Questões: .................................................................... 64 5 – Gabarito.... ............................................................................... 73 Os crimes contra a fé pública estão previstos no Título X do Código Penal, entre os Artigos 289 e 311-A. Protege-se, por meio destes dispositivos, a fé pública administrativa. Gostaria de ressaltar que seguiremos a sequência proposta pelo próprio Código Penal, iniciando, então, o nosso estudo pelo tipo penal de Moeda Falsa. Vamos à luta! http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 4 de 74 www.exponencialconcursos.com.br 1 – Dos Crimes Contra a Fé Pública Os crimes contra a fé pública são divididos da seguinte forma: 1.1 Da Moeda Falsa 1.1.1 Moeda Falsa O crime de moeda falsa, previsto no Artigo 289 do Código Penal, tem como figura típica a seguinte conduta: falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro. Este crime pode ser praticado de duas formas: Sobre o crime de moeda falsa, é importante levar em consideração o seguinte: É crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa; Não admite a modalidade culposa, podendo ser praticado somente a título de dolo; Da Moeda Falsa Da Falsidade de Títulos e Outros Papéis Públicos Da Falsidade Documental De Outras Falsidades Das Fraudes em Certames de Interesse Público Falsificar a moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estragenrio Fabricando-a Neste caso, o agente cria a moeda falsa ou papel- moeda Alterando-a Neste caso, o agente altera uma moeda ou papel-moeda que são verdadeiros, tranformando-os em falsos http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 5 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Admite a tentativa; Segundo posicionamento doutrinário majoritário, para configuração deste crime, a falsificação ou alteração não podem ser grosseiras (aquela vista a olho nu por qualquer pessoa dotada de capacidade mediana) – neste caso, estaremos diante de conduta que configura crime impossível em relação ao crime de moeda falsa; Contudo, caso a falsificação seja grosseira, o seu uso pode caracterizar o crime de estelionato, conforme entendimento sumulado do STJ. Exige-se que a moeda metálica ou papel-moeda tenham curso legal no país ou no estrangeiro. Caso não tenham, ou estejam foram de circulação, não irá se configurar este crime Configurará o crime de circulação de moeda falsa, incorrendo na mesma pena do crime de moeda falsa, a conduta do agente que, por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa. Sobre o crime de circulação de moeda falsa, fique atento às seguintes informações: É crime de ação múltipla, que se configura com a prática de quaisquer um dos verbos descritos no tipo penal; Caso o agente pratique mais de um verbo, no mesmo contexto fático, responderá por apenas um crime de circulação de moeda falsa. O crime somente poderá ser praticado dolosamente, portanto, é necessário que o agente saiba ou tenha dúvida sobre a falsidade da moeda; Admite tentativa; É crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa, salvo aquele que falsifica a moeda – não se trata de hipótese de concurso de crimes, assim, caso o agente falsifique a moeda e a guarde, responderá apenas pelo crime de moeda falsa; Súmula 73 do STJ A utilização de papel moeda grosseiramente falsificado configura, em tese, o crime de estelionato, da competência da Justiça Estadual http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 6 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Professor, e se o agente recebe a moeda de boa-fé, mas, para não ficar no prejuízo,a restitui à circulação. Ele responderá criminalmente? Sim. A resposta é positiva. Neste caso, responderá o agente pelo crime de circulação de moeda falsa na modalidade privilegiada, com uma pena bem mais branda em relação aos outros dois tipos penais que já estudamos. Sobre o crime de circulação de moeda falsa privilegiada, fique atento ao seguinte: O recebimento da moeda se dá de boa-fé (o agente acredita que é verdadeira). A restituição à circulação deve se dar dolosamente (o agente já conhece sobre a falsidade da moeda); É crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa, exceto o falsificador; Admite tentativa. O crime de moeda falsa possui formas qualificadas. Responderá pelo crime de moeda falsa na modalidade qualificada: 1. O funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei ou de papel-moeda em quantidade superior à autorizada; Neste caso, trata-se de crime próprio, que somente poderá ser praticado pelo funcionário público ou diretor, gerente ou fiscal de banco de emissão. 2. Quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada. O crime de moeda falsa na modalidade qualificada não admite a forma culposa. Circulação de moeda falsa privilegiada Quem, tendo recebido de boa fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos, e multa. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 7 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Os crimes relacionados à moeda falsa são processados e julgados pela Justiça Federal, mediante ação penal pública incondicionada (lembre-se que, caso se trate de falsificação grosseira, poderá caracterizar o estelionato, de competência da Justiça Estadual); 1.1.2 Crimes Assimilados ao de Moeda Falsa Praticará crime assimilado ao de moeda falsa, previsto no Artigo 290 do Código Penal, o agente que formar cédula, nota ou bilhete representativo de moeda com fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o fim de restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua inutilização; restituir à circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já recolhidos para o fim de inutilização. O crime assimilado ao de moeda falsa poderá ser praticado mediante a prática das seguintes condutas: 1. Formar cédula, nota ou bilhete representativo de moeda com fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros – aqui, o agente monta uma nova cédula, nota ou bilhete representativo de moeda, utilizando-se de fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes que são verdadeiros; 2. Suprimir em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o fim de restituí- los à circulação, sinal indicativo de sua inutilização – aqui, a nota, cédula ou bilhete estão recolhidos e inutilizados. O agente, com a finalidade de restituí-los à circulação, retira (suprimi) o sinal indicativo de inutilização; 3. Restituir à circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já recolhidos para o fim de inutilização – aqui, é punida a conduta do agente que devolve à circulação cédula, nota ou bilhete que já estão recolhidos para fins de inutilização ou que se encontrem em uma das condições analisadas logo acima. Sobre o crime assimilado à moeda falsa, é importante ficar atento ao seguinte: É crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa. Não se aplica o princípio da insignificância ao crime de moeda falsa http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 8 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Não admite a modalidade culposa (só poderá ser praticado dolosamente); Admite tentativa. É processado e julgado pelo Justiça Federal, mediante ação penal pública incondicionada; Trata-se de tipo penal misto alternativo, que se consuma com a prática de quaisquer das condutas previstas no tipo penal. 1.1.3 Petrechos para Emissão de Moeda Este crime, previsto no Artigo 291 do Código Penal, tem como figura típica a seguinte conduta: fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda. O objeto material deste crime é o maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda. Logo, exige-se que o equipamento tenha destinação específica, não configurando este tipo penal caso o equipamento tenha outras finalidades e também possa, de alguma forma, ser utilizado para falsificar moeda. Temos aqui uma conduta que constitui exceção à punição de um crime a partir do momento em que se inicia a execução do crime. Assim, caso um agente tenha a finalidade de falsificar moeda e, para isso, adquira um aparelho, mesmo que não inicie a execução da falsificação, poderá ser responsabilizado criminalmente pelos atos preparatórios, que constituem crime autônomo. Sobre o crime de petrechos para emissão de moeda, é importante ficar atento ao seguinte: É crime de ação múltipla, que poderá ser praticado por meio da execução de quaisquer um dos verbos previstos no tipo penal: fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar. É crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa; Existe a possibilidade de ser crime próprio, caso seja cometido por funcionário que trabalha na repartição onde o dinheiro se achava recolhido, ou nela tenha fácil ingresso, em razão do cargo Neste caso, o máximo da reclusão é elevado a doze anos http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 9 de 74 www.exponencialconcursos.com.br O crime se configura ainda que o agente pratique as condutas descritas no tipo penal sem finalidade onerosa; No verbo guardar, trata-se de crime permanente, que admite a prisão em flagrante enquanto não se cessar a permanência; Não admite a forma culposa; Admite tentativa. 1.1.4 Emissão de Título ao Portador sem Permissão Legal Este crime, previsto no Artigo 292 do Código Penal, irá se configurar quando o agente emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha, vale ou título que contenha promessa de pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte indicação do nome da pessoa a quem deva ser pago. Considera-se menos grave a conduta de quem utiliza nota, bilhete, ficha, vale ou título que contenha promessa de pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte indicação do nome da pessoa a quem deva ser pago como dinheiro. Sobre o crime de emissão de título ao portador sem permissão legal, é importante ficar atento ao seguinte: Exige-se que o agente não tenha permissão legal para a emissão, caso a tenha, o fato será atípico; Não admite a modalidade culposa (deve ser praticado dolosamente); É crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa; 1.2 Da Falsidade de Títulos e Outros Papeis Públicos 1.2.1 Falsificação de Papéis Públicos O crime de falsificação de papéis públicos está previsto no Artigo 293 do Código Penal. É um tipo penal bastante extenso, que irá se configurar quando o agente falsificar, fabricando-os ou alterando-os: Selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão legal destinado à arrecadação de tributo; Papel de crédito público que não seja moeda de curso legal; http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso:Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 10 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Vale postal; Cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro estabelecimento mantido por entidade de direito público; Talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável; Bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por Estado ou por Município. Este tipo penal poderá ser praticado com a falsificação de quaisquer um dos documentos vistos acima, de duas formas: fabricando-os (neste caso, o agente cria um documento) ou alterando-os (o agente altera documento já existente). Existem formas equiparadas ao crime de falsificação de papéis públicos, incorrendo o agente nas mesmas penas deste. Nas mesmas penas irá incorrer aquele que: 1. Usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a que se refere este artigo; 2. Importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece ou restitui à circulação selo falsificado destinado a controle tributário; 3. Importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em depósito, guarda, troca, cede, empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria: a) Em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle tributário, falsificado; b) Sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária determina a obrigatoriedade de sua aplicação. O tipo penal do crime de falsificação de papéis públicos apresenta três modalidades em que a pena será mais branda se comparada ao tipo penal principal e às formas equiparadas, que tem como pena a reclusão de dois a oito anos e multa: Aquele que suprimir, em qualquer dos papéis vistos logo acima, quando legítimos, com o fim de torná-los novamente utilizáveis, http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 11 de 74 www.exponencialconcursos.com.br carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização, incorrerá na pena de reclusão de um a quatro anos e multa; Aquele que usar os papéis, depois de alterados (após a supressão de carimbo ou sinal indicativo de inutilização, quando legítimos, com o fim de torna-los utilizáveis), incorrerá na pena de reclusão de um a quatro anos e multa; Aquele que usar ou restituir à circulação, embora recebido de boa-fé, qualquer dos papeis falsificados ou alterados, depois de conhecer a falsidade ou alteração, incorrerá na pena de detenção, de seis meses a dois anos, ou multa Sobre o crime de falsificação de papéis públicos, é importante levar em consideração o seguinte: É crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa; Só admite a modalidade dolosa – não pode ser praticado culposamente; Caso a falsificação seja grosseira, haverá a atipicidade deste crime; Admite a tentativa; Se o papel for de emissão da União, será processado e julgado pela Justiça Federal; 1.2.2 Petrechos de Falsificação Cometerá este crime, previsto no Artigo 294 do Código Penal, o agente que fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto especialmente destinado à falsificação de qualquer dos papeis previstos no crime de falsificação de papéis públicos (Artigo 293 do Código Penal). Sobre o crime de petrechos de falsificação, é importante que você leve para a sua prova as seguintes informações: É crime de ação múltipla, que poderá ser praticado mediante a execução de quaisquer um dos verbos previstos no tipo penal: fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar; Equipara-se a atividade comercial Qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em vias, praças ou outros logradouros públicos e em residências. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 12 de 74 www.exponencialconcursos.com.br É crime comum, que poderá ser praticado por qualquer agente; Entretanto, caso o crime seja praticado por funcionário público, prevalecendo-se este do cargo, a pena será aumentada da sexta parte (1/6). Assim como o crime de petrecho para falsificação de moeda, o objeto deve ser destinado especialmente para falsificar os papéis previstos no Artigo 293, caso o objeto tenha outras finalidades (tem outras utilidades e também serve para falsificar papéis), não há que se falar na prática deste tipo penal; Só poderá ser praticado dolosamente; Admite a modalidade tentada; No verbo guardar, trata-se de crime permanente, protraindo-se a conduta no tempo. 1.3 Da Falsidade Documental 1.3.1 Falsificação de Selo ou Sinal Público O crime de falsificação de selo ou sinal público, que está previsto no Artigo 296 do Código Penal, configura-se com a prática da seguinte conduta típica: falsificar, fabricando-os ou alterando-os selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de Município ou selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião. São condutas equiparadas ao crime de falsificação de selo ou sinal público, incorrendo nas mesmas penas o agente que: A pena do crime de petrechos de falsificação será aumentada de 1/6 (um sexto) se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo Falsificação de selo ou sinal público Falsificar, fabricando ou alterando Selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de Município Selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 13 de 74 www.exponencialconcursos.com.br 1. Faz uso do selo ou sinal falsificado; 2. Utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio. 3. Altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da Administração Pública. Sobre este crime, é importante que você leve em consideração as seguintes disposições: É crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa. Só pode ser praticado dolosamente; Admite a modalidade tentada, já que se trata de crime plurissubsistente; A falsificação pode se dar de 2 (duas formas): com a fabricação (o agente cria o selo ou sinal) ou com a alteração (o agente modifica o selo ou sinal); Trata-se de crime de forma livre, que pode ser praticado de qualquer modo pelo agente. 1.3.2 Falsificação de Documento Público Este crime está previsto no Artigo 297 do Código Penal. A sua conduta típica é: falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro. O crime pode ser praticado das seguintes formas: Caso o crime seja praticado por funcionário público, prevalecendo ele do cargo, a pena será aumentada da sexta parte (aumento de 1/6) Falsificar, total ou parcialmente, documento público Aqui, o agente cria um documento público que não existia Alterar documento público verdadeiro Aqui, o agente modifica o documento público que já existia http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 14 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Trata-sede falsidade material, na qual o agente cria um documento público falso ou modifica o documento público verdadeiro, tornando-se falsos em seu aspecto material, podendo o conteúdo ser verdadeiro ou não. Você não pode confundir a falsidade material com a falsidade ideológica. Falsidade Material O agente cria um documento falso ou modifica um documento verdadeiro O documento é materialmente falso Altera-se o aspecto formal do documento, podendo o conteúdo ser verdadeiro ou não Crimes: falsificação de documento público ou particular Falsidade Ideológica O agente falsifica a declaração que deveria constar no documento público ou privado, que são verdadeiros O documento é materialmente verdadeiro, com o conteúdo falso Altera-se o conteúdo do documento, mas o aspecto formal continua intacto Crime: falsidade ideológica São condutas equiparadas ao crime de falsificação de documento público, incorrendo nas mesmas penas o agente que insere ou faz inserir: 1. Na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório; 2. Na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; 3. Em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado. Incorre, também, nas mesmas penas, quem omite, nos documentos mencionados ao lado, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 15 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Sobre o crime de falsificação de documento público, é importante que você leve em consideração as seguintes informações: É crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa; Caso o agente seja funcionário público e se prevaleça do cargo para praticar o fato, a pena será aumentada da sexta parte (aumento de 1/6). Não admite a modalidade culposa – só pode ser praticado dolosamente; Não exige dolo específico – especial fim de agir; Admite a tentativa; O objeto material do crime é o documento público. É muito importante que você saiba o que é documento público, para fins de configuração deste crime, já que existe, também, o crime de falsificação de documento particular, já que eles são apenados de formas diferentes, sendo aquele mais grave do que este. Para fins de concurso público, pode-se conceituar documento público como aquele emitido por funcionário público, no exercício de suas funções, a serviço da União, estados-membros, Distrito Federal ou municípios (emitido por órgãos ou entidades públicas). Porém, o Código Penal equipara alguns outros documentos, embora emitidos por particulares, a documento público. O título ao portador é documento de crédito que não informa o seu beneficiário, a exemplo do cheque no valor de até R$ 100,00 (cem reais). O endosso é uma forma de transferir a propriedade de um título (do endossante para o endossatário), como os cheques em geral e as notas promissórias, que constituem exemplos de títulos transmissíveis por endosso. Sobre este crime, há uma importante súmula do STJ: Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público O emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 16 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Súmula 17. Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido. Esta súmula se refere à aplicação do princípio da consunção ou absorção. Quando o crime de falsificação de documento público for meio para praticar o crime de estelionato, será por este absorvido. Agente que, para obter ilícita vantagem em prejuízo de terceiro, altera sua carteira de identidade verdadeira, responderá apenas pelo crime de estelionato caso a potencialidade lesiva da falsificação fique exaurida com a prática do estelionato. Caso a falsificação ou alteração sejam grosseiras, haverá atipicidade deste crime, podendo configurar outra infração penal. 1.3.3 Falsificação de Documento Particular O crime de falsificação de documento particular, que está previsto no Artigo 298 do Código Penal, irá se configurar quando o agente falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro. A conduta é igual ao crime de falsificação de documento público, sendo diferente no que se refere ao objeto material do crime. Estes crimes também se diferenciam em relação à pena cominada. Professor, mas o que é documento particular? Amigos, vamos levar para a nossa prova o critério da exclusão. Será documento particular aquele que não é documento público, nem equiparado a documento público. Neste crime, a falsidade também é material, alterando-se a forma estrutural do documento, podendo o conteúdo ser verdadeiro ou não. Sobre o crime de falsificação de documento particular, é importante que você fique atento ao seguinte: É crime comum; Falsificação de documento público Objeto Material: documento público Pena: Reclusão, de dois a seis anos, e multa Falsificação de documento particular Objeto material: documento particular Pena: Reclusão, de um a cinco anos, e multa http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 17 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Admite a tentativa; Só pode ser praticado dolosamente; Não exige especial fim de agir (dolo específico); Aplica-se a Súmula 17 do STJ: quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido; Se a falsificação for grosseira, não irá se configurar este crime, mas poderá se configurar outro tipo penal. Para fins de aplicação deste crime, equipara-se a documento público o cartão de crédito ou de débito. 1.3.4 Falsidade Ideológica Este crime está previsto no Artigo 299 do Código Penal. Configura-se com a prática da seguinte conduta típica: omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar, obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante. Professor, a falsidade ideológica pode ser praticada tanto em documento público quanto em documento particular? Sim, guerreiros. A resposta é positiva. Entretanto, a pena será distinta. 1. Documento público: reclusão, de um a cinco anos, e multa; 2. Documento particular: reclusão, de um a três anos, e multa. O tipo penal deste crime apresenta causa de aumento de pena. A falsidade ideologica se configura das seguintes formas Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar Inserir ou fazer inserir, em documento público ou particular, declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 18 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Em relação ao crime de falsidade ideológica, é importante que você leve em consideração as seguintes informações: É crime comum; Atenção: se praticado por funcionário público, que se prevalece do cargo, haverá aumento de pena de 1/6 (um sexto). Não basta que seja praticado por funcionário público, para se aplicar a causa de aumento da pena, mas, também, que ele se prevaleça do cargo para praticar o crime. Não admite a modalidade culposa – só pode ser praticado dolosamente; Exige-se dolo específico (especial fim de agir): fim de prejudicar direito, criar, obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante. Caso a conduta seja praticado sem uma das finalidades específicas vistas acima, o crime não irá se configurar. Admite a modalidade tentada nas condutas comissivas, mas não admite, segundo posicionamento doutrinário majoritário, na conduta omissiva (omitir); Neste crime, a forma do documento segue intacta; o que se falsifica é o conteúdo das informações contidas no documento público ou particular (com a omissão de declaração ou com a declaração falsa). Inserir informação falsa em currículo Lattes não configura o crime de falsidade ideológica, segundo posicionamento do STJ. 1.3.5 Falso Reconhecimento de Firma ou Letra Previsto no Artigo 300 do Código Penal, este crime se configura com a prática da seguinte conduta típica: reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma ou letra que o não seja. Entendam da seguinte forma: Firma = assinatura; A pena será aumentada da sexta parte (1/6): 1. Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo; 2. Se a falsificação ou alteração é de assentamento de registo civil. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 19 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Letra = manuscrito daquele que assina. A pena do crime será distinta conforme a natureza do documento: Sobre o crime de falso reconhecimento de firma ou letra, você deve ficar atento ao seguinte: É crime próprio, que só poderá ser praticado pelo funcionário público que pode reconhecer firma ou letra; Admite a participação de particular, desde que conheça a condição de funcionário público do agente; Só poderá ser praticado dolosamente; Não exige fim especial de agir (dolo específico); Segundo posicionamento que prevalece, trata-se de crime plurissubsistente, que admite, portanto, a tentativa; A ação penal será pública incondicionada; 1.3.6 Certidão ou Atestado Ideologicamente Falso Este crime está previsto no Artigo 301 do Código Penal. Conduta típica: atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública, fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem. Sobre este crime, é importante levar em consideração o seguinte: As firmas ou letras não são verdadeiras O agente, no exercício da função, reconhece- nas como se fossem Se documento público Reclusão de um a cinco anos, e multa Se documento privado Reclusão de um a três anos, e multa http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 20 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Trata-se de crime próprio, que só pode ser praticado por funcionário público, em razão da função pública; Admite o concurso de pessoas com particulares, desde que estes conheçam sobre a situação de funcionário público; Não admite a modalidade culposa; Admite a forma tentada; É crime de ação múltipla, que pode se configurar com a prática de quaisquer um dos verbos previstos no tipo penal: atestar ou certificar; Para a configuração deste crime, exige-se que a certificação ou atestado se deem para as finalidades previstas no tipo penal: habilitar alguém a obter cargo público; isentar de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem. Caso o crime tenha como finalidade a obtenção de lucro (finalidade específica), será aplicada, além da pena privativa de liberdade, a pena de multa. Ainda no Artigo 301 do Código Penal, em seu Parágrafo 1º, temos um outro tipo penal: Certidão ou Atestado Ideologicamente Falso. O crime de certidão ou atestado ideologicamente falso irá se configurar quando o agente falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou alterar o teor de certidão ou de atestado verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem. Sobre este crime, é importante levar em consideração o seguinte: É crime comum, que poderá ser praticado por qualquer pessoa; Só pode ser praticado dolosamente – não admite a forma culposa; Admite a modalidade tentada; É crime de ação múltipla, que pode ser praticado mediante a execução de quaisquer uma das seguintes condutas: 1. Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão; 2. Alterar o teor de certidão ou atestado verdadeiro. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 21 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Caso o crime tenha como finalidade a obtenção de lucro (finalidade específica), será aplicada, também, a pena de multa. 1.3.7 Falsidade de Atestado Médico O crime de falsidade de atestado médico está previsto no Artigo 302 do Código Penal. Este crime tem como figura típica a seguinte conduta: dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso. Sobre este crime, é importante levar em consideração: É crime próprio, que só poderá ser praticado por médico; Não admite a forma culposa – deve ser praticado dolosamente; Não exige fim especial de agir (dolo específico), salvo no caso de obtenção de lucro; Admite a tentativa; Caso o médico pratique a conduta com finalidade de obter lucro (dolo específico), será aplicada a ele, além da pena privativa de liberdade, a pena de multa; Exige-se que a conduta praticada pelo médico se dê no exercício da função. 1.3.8 Reprodução ou Alteração de Selo ou Peça Filatélica Este crime, previsto no Artigo 303 do Código Penal, irá se configurar quando o agente reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que tenha valor para coleção, salvo quando a reprodução ou a alteração está visivelmente anotada na face ou no verso do selo ou peça. O crime de reprodução ou alteração de selo ou pela filatélica pode ser praticado de duas formas: Professor, o que seria peça filatélica? É qualquer documento que tenha interesse para a coleção de selos. A filatelia é a arte de estudar ou de colecionar selos. Reproduzir Selo ou peça filatética que tenha valor para coleção Alterar Selo ou peça filatética que tenha valor para coleção http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 22 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Sobre este crime, é importante ficar atento ao seguinte: É crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa; Não admite a forma culposa – deve ser praticado dolosamente; Em regra, não exige dolo específico, salvo no caso da conduta prevista no Artigo 303, Parágrafo único: na mesma pena incorre quem, para fins de comércio, faz uso do selo ou peça filatélica. Se a reprodução ou alteração se derem pelo mesmo agente que fez uso para comércio, responderá ele por crime único. É crime plurissubjetivo, que admite a modalidade tentada; Para que o crime se configure, é necessário que o selo ou peça filatélica tenham valor para fins de coleção; A conduta não será típicacaso a reprodução ou a alteração estejam visivelmente anotadas na face ou no verso do selo ou peça. 1.3.9 Uso de Documento Falso Previsto no Artigo 304 do Código Penal, o crime de uso de documento falso tem como figura típica a seguinte conduta: fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os artigos 297 a 302 do Código Penal. Vamos recordar quais são os tipos penais previstos entre os artigos 297 e 302 do Código Penal: O uso de qualquer um dos documentos previstos acima configura o crime de uso de documento falso, respondendo o agente com a mesma pena correspondente à falsificação ou alteração. Falsificação de documento público; Falsificação de documento particular; Falsidade ideológica; Falso reconhecimento de firma ou letra; Certidão ou atestado ideologicamente falso; Falsidade material de atestado ou certidão; Falsidade de atestado médico. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 23 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Caso um agente seja surpreendido utilizando um documento público falso, será responsabilizado com a pena de reclusão de dois a seis anos, e multa, mesma pena aplicada ao crime de falsificação de documento público. Professor, e se o agente que fez uso do documento falso foi o mesmo que o falsificou? Ele será responsabilizado de que forma? Amigos, segundo entendimento que predomina no STJ, neste caso, deverá o agente responder apenas por falsificação de documento público. Assim, caso o agente falsifique e use o documento falso, deverá responder apenas por aquele. Sobre o crime de uso de documento falso, é importante levar em consideração as seguintes informações: A súmula 546 do STJ estabelece: a competência para processar e julgar o crime de uso de documento falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento público, não importando a qualificação do órgão expedidor. Assim, caso o agente utilize uma carteira de identidade falsa, não será relevante para fins de análise de competência para processo e julgamento o órgão expedidor do documento (unidade da federação que o expediu), mas sim o órgão ou entidade ao qual foi apresentado o documento. Caso o agente apresente o documento falso a um órgão ou entidade federais, a exemplo da Polícia Rodoviária Federal e do INSS, a competência para processo e julgamento será da Justiça Federal. Se o documento falso for apresentado a órgão ou entidade estaduais, a exemplo das polícias civis ou da SANEAGO, o processo e julgamento será de competência da Justiça Estadual. Para caracterização deste crime, não basta o mero porte do documento falso, exigindo-se que o agente o use efetivamente, apresentando-o a alguém; É crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa; É crime formal; Não admite a modalidade culposa – só pode ser praticado dolosamente; http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 24 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Não exige fim especial de agir (dolo específico); Caso o agente desconheça sobre a falsidade do documento e o utilize, não há que se falar na configuração deste tipo penal, já que, como visto acima, o elemento subjetivo é somente o dolo; Prevalece o entendimento de que não admite a modalidade tentada, já que se trata de crime unissubsistente, perfazendo-se mediante a execução de um único ato (ou o agente usa o documento e pratica o crime; ou o agente não usa o documento e o fato será atípico); Segundo o STJ, se o documento usado for grosseiramente falsificado, perceptível aos olhos do homem comum, não irá se configurar o crime de uso de documento falso; 1.3.10 Supressão de Documento O crime de supressão de documento, que está previsto no Artigo 305 do Código Penal, irá se configurar quando o agente destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor. Trata-se de crime de ação múltipla, que poderá ser praticado com a execução das seguintes condutas: A pena do crime será diferente, a depender da natureza do documento destruído, suprimido ou ocultado. Em relação aos tipos penais que apresentam penas como visto acima, você deve ter um cuidado redobrado ao analisar o tipo penal e possíveis questões de prova sobre o tema. Observe uma possível questão de prova. Destruir Suprimir Ocultar Documento Público Reclusão, de dois a seis anos, e multa Documento Particular Reclusão, de um a cinco anos, e multa Documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor; Em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio; http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 25 de 74 www.exponencialconcursos.com.br (INÉDITA) Para fins de aplicação de pena do crime de supressão de documentos, previstos no Artigo 305 do Código Penal, é importante se analisar se o documento, objeto material do crime, é de natureza pública ou particular. Como sabemos, o item está CERTO. Se o documento for público, a pena aplicada ao agente possuirá patamares maiores. Sobre este crime, faz-se necessário ficar atento às seguintes informações: É crime comum, que pode ser praticado por qualquer agente; Não admite a modalidade culposa; É necessário que o agente pratique as condutas descritas no tipo penal em benefício próprio ou alheio ou em prejuízo alheio (finalidade específica); Exige-se, para configuração deste tipo penal, que o agente não possa dispor do documento público ou particular; Admite a tentativa. 1.4 De Outras Falsidades Os crimes “de outras falsidades” estão previstos entre os Artigos 306 e 311 do Código Penal. São tipos penais que não são tão cobrados em provas como os que vimos até aqui, contudo, quando o são, fazem com que muitos candidatos acabem perdendo pontos preciosos, devido à negligência em sua preparação. Sendo assim, recomendo a análise com bastante cuidado destes crimes. Vamos gabaritar Direito Penal. 1.4.1 Falsificação de Sinal Empregado no Contraste de Metal Precioso ou na Fiscalização Alfandegária, ou para Outros Fins Este tipo penal, de nome bastante extenso, encontra-se previsto no Artigo 306 do Código Penal. Sua conduta típica é: falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca ou sinal empregado pelo poder público no contraste de metal precioso ou na fiscalização alfandegária, ou usar marca ou sinal dessa natureza, falsificado por outrem. Trata-se de crime de ação múltipla, que pode ser praticado mediante a execução dos verbos falsificar ou usar. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 26 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Sobre este crime, é importante levar as seguintes informações para a sua prova: É crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa; Não admite a modalidade culposa – só pode ser praticado dolosamente; Não exige dolo específico; Admite a forma tentada, salvo quando executado por meio verbo usar. 1.4.2 Falsa Identidade O crime de falsa identidade está previsto no Artigo 307 do Código Penal. Figura típica: atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem. O crime pode ser praticado das seguintes formas: Neste crime, o agente se passa por uma outra pessoa. Responderá o agente com uma pena mais branda,podendo ser reclusão ou detenção, de um a três anos, e multa, se a marca ou sinal falsificado é o que usa a autoridade pública para o fim de 1. Fiscalização sanitária; 2. Autenticar ou encerrar determinados objetos; 3. Comprovar o cumprimento de formalidade legais. Falsificar, fabricando-o ou alterando-o Admite a tentativa Usar Não admite a tentativa Falsa identidade Atribuir-se O agente atribui a falsa identidade a si próprio Atribuir a terceiro O agente atribuiu falsa identidade a uma outra pessoa http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 27 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Um indivíduo, chamado Carlos Eduardo Diogo, sabendo que se encontra, em seu desfavor, um mandado de prisão em aberto, com a finalidade de não ser preso e de que não se descubra a sua condição de procurado, ao ser abordado por uma equipe policial, atribui a si próprio o nome de Antônio Carlos dos Céus, contra quem não existe nenhuma medida judicial. Amigos, no exemplo acima, configurou-se o crime de falsa identidade, já que o agente, com a finalidade de obter proveito próprio, atribuiu a si mesmo falsa identidade. Professor, mas o fato de Carlos Eduardo Diogo se atribuir falsa identidade para evitar prisão não está de acordo com o princípio do Direito Processual Penal que permite que o indivíduo não seja compelido a produzir provas contra si mesmo, podendo, inclusive, mentir? Caso ele seja responsabilizado penalmente, não haveria violação ao princípio da não autoincriminação? Por muito tempo, este assunto foi divergente. O entendimento que predomina atualmente é o de que a responsabilização penal por falsa identidade, ainda que diante de situação de alegada autodefesa, não viola o princípio da não autoincriminação, sendo, portanto, fato típico. Inclusive, este assunto se encontra sumulado pelo STJ. Súmula 522. A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa. Sobre o crime de falsa identidade, é importante que você leve em consideração: É crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa; Não admite a modalidade culposa – o elemento subjetivo exigido é sempre o dolo; Exige dolo específico: o agente deve praticar a conduta com o fim de obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano; Não admite tentativa. Parte da doutrina a admite, ainda que de difícil configuração, caso o crime seja praticado de forma escrita; Trata-se de crime subsidiário, respondendo o agente por ele apenas se o fato não constituir elemento de crime mais grave; http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 28 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Não se exige que o agente atribua a si ou a terceiro nome de pessoa real, podendo ocorrer caso o nome seja inexistente; É crime formal, que se consuma independentemente de o agente conseguir obter a vantagem ou efetivamente causar dano. 1.4.3 Uso de Documento de Identidade Alheio Este crime se encontra previsto no Artigo 308 do Código Penal. Conduta típica: usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer documento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa natureza, próprio ou de terceiro. Este crime pode ser praticado das seguintes formas: O tipo penal apresenta hipótese de interpretação analógica, já que exemplifica quais são os documentos de identidade, a exemplo do passaporte, título de eleitor e caderneta de reservista (fórmulas casuísticas), e por fim, amplia as possibilidades ao utilizar a expressão “qualquer documento de identidade (fórmula genérica)”. Sobre este crime, é importante que você leve para a sua prova o seguinte: É crime comum, que pode ser praticado por qualquer indivíduo; Não admite a modalidade culposa – só pode ser praticado dolosamente; Admite-se a modalidade tentada; É crime subsidiário, não respondendo o agente por ele se o fato constituir elemento de crime mais grave. Os crimes a seguir apresentam condutas bastante parecidas. Cuidado para não as confundir: Quando o agente faz uso de documento de identificação alheio Quando o agente cede, para que outro utilize, documento de identificação próprio ou alheio http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 29 de 74 www.exponencialconcursos.com.br 1.4.4 Fraude de Lei sobre Estrangeiro Previsto no Artigo 309, este crime se configura com a prática da seguinte conduta: usar o estrangeiro, para entrar ou permanecer no território nacional, nome que não é o seu. Trata-se de crime bastante parecido com o crime de falsa identidade, porém, com este não se confunde. Falsificação de documento Público ou Particular Conduta: falsificar, no todo ou em parte, documento público ou particular ou alterar documento público ou particular verdadeiro Uso de documento falso Conduta: fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os artigos 297 a 302 (incluindo documento público ou particular) Falsa identidade Conduta: atribuir-se ou atribuir a terceiro falsa identidade para obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem Uso de documento de identidade alheio Conduta: usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer documento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa natureza, próprio ou de terceiro Diferenças Falsa identidade Crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa Finalidade específica: obter vantagem, em proveito próprio ou alheio, ou para causar dano a outrem Fraude de Lei sobre Estrangeiro Crime próprio, que só pode ser praticado pelo estrangeiro Finalidade específica: entrar ou permanecer no território nacional http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 30 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Este crime apresenta uma modalidade qualificada, que irá se configurar quando o agente atribuir a estrangeiro falsa qualidade para promover-lhe a entrada em território nacional. Forma Simples Forma Qualificada Usar o estrangeiro, para entrar ou permanecer no território nacional, nome que não é o seu. Atribuir a estrangeiro falsa qualidade para promover-lhe a entrada em território nacional Detenção, de um a três anos, e multa Reclusão, de um a quatro anos, e multa Sobre este crime, é importante que você leve em consideração as seguintes informações: É crime próprio; Não admite a modalidade culposa – só poderá ser praticado dolosamente; Exige finalidade especial de agir (dolo específico): Não admite a modalidade tentada; Caso o estrangeiro tente entrar ou permanecer no território nacional utilizando-se de documento falso, irá responder pelo Artigo 304 do Código Penal (uso de documento falso). Caso pratique as duas condutas, irá responder pelos crimes em concurso. No Artigo 310 do Código Penal, há a seguinte conduta típica, nomeada por alguns doutrinadores de falsidade em prejuízo da nacionalização de sociedade: prestar-se a figurar como proprietário ou possuidor de ação, título ou valor pertencente a estrangeiro, nos casos em que a este é vedada por lei a propriedade ou a posse de tais bens. Forma Simples Entrar ou permanecer no territórionacional Forma Qualificada Promover a entrada do estrangeiro no território nacional http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 31 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Este crime tipifica a conduta daquele que figura como “laranja” de estrangeiro, que age como proprietário ou possuidor de valores, ações ou títulos que, na verdade, pertencem a um estrangeiro, já que a lei proíbe a este a propriedade ou a posse. A Constituição Federal estabelece que a propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, não podendo o estrangeiro ser proprietário de uma dessas empresas. Suponha que Augusto, brasileiro nato, preste-se a figurar como proprietário de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens, que, na verdade, pertence a Alfred, estadunidense nato. Pronto, amigos, a conduta praticada por Augusto configura o tipo penal previsto no Artigo 310 do Código Penal, podendo ele ser incurso nas penas de detenção, de seis meses a três anos, e multa. Sobre o crime previsto no Artigo 310, é importante levar em consideração: É crime próprio, que só poderá ser praticado por brasileiro, seja nato ou naturalizado; Não admite a modalidade culposa – só pode ser praticado dolosamente; Não exige fim especial de agir (dolo específico); É necessário que o agente saiba que a propriedade ou posse dos bens seja proibida por lei ao estrangeiro (lembre-se que o crime não admite a forma culposa); Admite tentativa. 1.4.5 Adulteração de Sinal Identificador de Veículos O crime de adulteração de sinal identificador de veículos, previsto no Artigo 311 do Código Penal, tem como figura típica a seguinte conduta: adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal identificador de veículo automotor, de seu componente ou equipamento. Este crime apresenta uma causa de aumento de pena: A pena será aumentada de 1/3 (um terço) Se o agente comete o crime no exercício da função pública ou em razão dela http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 32 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Incorrerá nas mesmas penas (forma equiparada) o funcionário público que contribui para o licenciamento ou registro do veículo remarcado ou adulterado, fornecendo indevidamente material ou informação oficial. Sobre o crime de adulteração de sinal identificador de veículos, fique atento ao seguinte: Em regra, é crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa. Atenção ao aumento de pena aplicável no caso de ser praticado no exercício da função ou em razão dela e à forma equiparada, que constitui crime próprio. Trata-se de crime instantâneo Este crime não é permanente. Portanto, a sua conduta não se prolonga no tempo. Não admite a modalidade culposa – só será praticado com dolo; Não exige dolo específico; Admite a modalidade tentada; 1.5 Das Fraudes em Certames de Interesse Público O crime de fraudes em certames de interesse público, previsto no Artigo 311-A, foi inserido no Código Penal no ano de 2011. Este tipo penal foi editado para proteger a lisura dos certames de interesse público. Este crime tem como figura típica a prática da seguinte conduta: utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de 1. Concurso público (segundo Sanches, instrumento de acesso a cargos e empregos públicos); 2. Avaliação ou exame públicos (segundo Sanches, abrange, por exemplo, os exames psicotécnicos); Neste caso, trata-se de crime próprio, que só poderá ser praticado pelo funcionário público. http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 33 de 74 www.exponencialconcursos.com.br 3. Processo seletivo para ingresso no ensino superior (conforme Sanches, engloba vestibulares e outras formas de avaliação para ingresso no ensino superior, a exemplo do ENEM); 4. Exame ou processo seletivo previstos em lei (conforme ensina Rogério Sanches, a exemplo do exame da OAB). O crime de fraude em certames de interesse pública apresenta uma forma equiparada, uma forma qualificada e uma forma majorada (com aumento de pena): Forma equiparada: incorre nas mesmas penas o agente que permite ou facilita, por qualquer meio, o acesso de pessoas não autorizadas às informações sigilosas relacionadas a concurso público; avaliação ou exame públicos; processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou exame ou processo seletivo previstos em lei. Forma qualificada: se da ação ou omissão resultar dano à administração pública; Forma majorada: a pena será aumentada de 1/3 (um terço) se o fato é cometido por funcionário público. Sobre este crime, é importante ficar atento às seguintes informações: Este crime se aplica a certames de interesse público de maneira geral, e não apenas a concursos públicos em sentido estrito. Caso um agente, por exemplo, divulgue, indevidamente, o conteúdo sigiloso de Vestibular da UNB, irá praticar o crime aqui mencionado. É crime comum, que pode ser praticado por qualquer pessoa; Fraudes em certames de interesse público Conduta: utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de Concurso público Avaliação ou exame públicos Processo seletivo para ingresso no ensino superior Exame ou processo seletivo previstos em lei http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 34 de 74 www.exponencialconcursos.com.br É comum acharem que se trata de crime próprio, que só pode ser praticado por funcionário público. Não é crime próprio. Na verdade, para este crime, a condição de funcionário público não é elementar, constituindo, contudo, causa de aumento de pena de 1/3 (um terço). Não admite a modalidade culposa – só pode ser praticado dolosamente; Exige fim especial de agir (dolo específico): fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame; Trata-se de crime formal, que se consuma com a mera divulgação ou utilização das informações sigilosas, ainda que o agente não consiga beneficiar a si ou a terceiro ou não consiga comprometer a credibilidade do certame público; Admite a forma tentada; Caso o agente promova a utilização ou divulgação das informações sigilosas devidamente (com justa causa), não há que se falar na prática deste crime; Aqui, encerramos a teoria sobre os crimes contra a fé pública. Você está municiado de informações para acertar muitas questões de concurso público sobre o assunto. Não deixe de ler a legislação pertinente. É muito importante para a sua preparação. Resolva as questões, aplicando, assim, o conhecimento que você adquiriu. Boa sorte! http://www.exponencialconcursos.com.br/ Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 35 de 74 www.exponencialconcursos.com.br 2 – Dispositivos Penais Correspondentes TÍTULO X DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA CAPÍTULO I DA MOEDA FALSA Moeda Falsa Art. 289 - Falsificar, fabricando-a ou alterando-a, moeda metálica ou papel-moeda de curso legal no país ou no estrangeiro: Pena - reclusão, de três a doze anos, e multa. § 1º - Nas mesmaspenas incorre quem, por conta própria ou alheia, importa ou exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda ou introduz na circulação moeda falsa. § 2º - Quem, tendo recebido de boa-fé, como verdadeira, moeda falsa ou alterada, a restitui à circulação, depois de conhecer a falsidade, é punido com detenção, de seis meses a dois anos, e multa. § 3º - É punido com reclusão, de três a quinze anos, e multa, o funcionário público ou diretor, gerente, ou fiscal de banco de emissão que fabrica, emite ou autoriza a fabricação ou emissão: I - de moeda com título ou peso inferior ao determinado em lei; II - de papel-moeda em quantidade superior à autorizada. § 4º - Nas mesmas penas incorre quem desvia e faz circular moeda, cuja circulação não estava ainda autorizada. Crimes assimilados ao de moeda falsa Art. 290 - Formar cédula, nota ou bilhete representativo de moeda com fragmentos de cédulas, notas ou bilhetes verdadeiros; suprimir, em nota, cédula ou bilhete recolhidos, para o fim de restituí-los à circulação, sinal indicativo de sua inutilização; restituir à circulação cédula, nota ou bilhete em tais condições, ou já recolhidos para o fim de inutilização: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. Parágrafo único - O máximo da reclusão é elevado a doze anos e multa, se o crime é cometido por funcionário que trabalha na repartição onde o dinheiro se achava recolhido, ou nela tem fácil ingresso, em razão do cargo.(Vide Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Petrechos para falsificação de moeda Art. 291 - Fabricar, adquirir, fornecer, a título oneroso ou gratuito, possuir ou guardar maquinismo, aparelho, instrumento ou qualquer objeto especialmente destinado à falsificação de moeda: http://www.exponencialconcursos.com.br/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#artII Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 36 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. Emissão de título ao portador sem permissão legal Art. 292 - Emitir, sem permissão legal, nota, bilhete, ficha, vale ou título que contenha promessa de pagamento em dinheiro ao portador ou a que falte indicação do nome da pessoa a quem deva ser pago: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Parágrafo único - Quem recebe ou utiliza como dinheiro qualquer dos documentos referidos neste artigo incorre na pena de detenção, de quinze dias a três meses, ou multa. CAPÍTULO II DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS Falsificação de papéis públicos Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão legal destinado à arrecadação de tributo; (Redação dada pela Lei nº 11.035, de 2004) II - papel de crédito público que não seja moeda de curso legal; III - vale postal; IV - cautela de penhor, caderneta de depósito de caixa econômica ou de outro estabelecimento mantido por entidade de direito público; V - talão, recibo, guia, alvará ou qualquer outro documento relativo a arrecadação de rendas públicas ou a depósito ou caução por que o poder público seja responsável; VI - bilhete, passe ou conhecimento de empresa de transporte administrada pela União, por Estado ou por Município: Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. § 1o Incorre na mesma pena quem: (Redação dada pela Lei nº 11.035, de 2004) I – usa, guarda, possui ou detém qualquer dos papéis falsificados a que se refere este artigo; (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004) II – importa, exporta, adquire, vende, troca, cede, empresta, guarda, fornece ou restitui à circulação selo falsificado destinado a controle tributário; (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004) III – importa, exporta, adquire, vende, expõe à venda, mantém em depósito, guarda, troca, cede, empresta, fornece, porta ou, de qualquer forma, utiliza em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, produto ou mercadoria: (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004) http://www.exponencialconcursos.com.br/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L11035.htm#art293i http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L11035.htm#art293i http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L11035.htm#art293%C2%A71 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L11035.htm#art293%C2%A71 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L11035.htm#art293%C2%A71 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L11035.htm#art293%C2%A71 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L11035.htm#art293%C2%A71 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L11035.htm#art293%C2%A71 Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 37 de 74 www.exponencialconcursos.com.br a) em que tenha sido aplicado selo que se destine a controle tributário, falsificado; (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004) b) sem selo oficial, nos casos em que a legislação tributária determina a obrigatoriedade de sua aplicação. (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004) § 2º - Suprimir, em qualquer desses papéis, quando legítimos, com o fim de torná-los novamente utilizáveis, carimbo ou sinal indicativo de sua inutilização: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 3º - Incorre na mesma pena quem usa, depois de alterado, qualquer dos papéis a que se refere o parágrafo anterior. § 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a falsidade ou alteração, incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. § 5o Equipara-se a atividade comercial, para os fins do inciso III do § 1o, qualquer forma de comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em vias, praças ou outros logradouros públicos e em residências. (Incluído pela Lei nº 11.035, de 2004) Petrechos de falsificação Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto especialmente destinado à falsificação de qualquer dos papéis referidos no artigo anterior: Pena - reclusão, de um a três anos, e multa. Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. CAPÍTULO III DA FALSIDADE DOCUMENTAL Falsificação do selo ou sinal público Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de Município; II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a autoridade, ou sinal público de tabelião: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. § 1º - Incorre nas mesmas penas: I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado; http://www.exponencialconcursos.com.br/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L11035.htm#art293%C2%A71 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L11035.htm#art293%C2%A71 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L11035.htm#art293%C2%A71 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Lei/L11035.htm#art293%C2%A75 Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 38 de 74 www.exponencialconcursos.com.br II - quem utiliza indevidamenteo selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou alheio. III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades da Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) § 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. Falsificação de documento público Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. § 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular. § 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) § 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3o, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) Falsificação de documento particular (Redação dada pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência http://www.exponencialconcursos.com.br/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9983.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12737.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12737.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12737.htm#art4 Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 39 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento particular verdadeiro: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa. Falsificação de cartão (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento particular o cartão de crédito ou débito. (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012) Vigência Falsidade ideológica Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular. Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte. Falso reconhecimento de firma ou letra Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma ou letra que o não seja: Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público; e de um a três anos, e multa, se o documento é particular. Certidão ou atestado ideologicamente falso Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública, fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem: Pena - detenção, de dois meses a um ano. Falsidade material de atestado ou certidão § 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou alterar o teor de certidão ou de atestado verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem: Pena - detenção, de três meses a dois anos. § 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena privativa de liberdade, a de multa. Falsidade de atestado médico http://www.exponencialconcursos.com.br/ http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12737.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12737.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12737.htm#art4 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12737.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12737.htm#art3 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12737.htm#art4 Curso: Direito Penal Teoria e Questões comentadas Prof.° Vinício Ferreira Prof. Vinício Ferreira 40 de 74 www.exponencialconcursos.com.br Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso: Pena - detenção, de um mês a um ano. Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa. Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que tenha valor para coleção, salvo quando a reprodução ou a alteração está visivelmente anotada na face ou no verso do selo ou peça: Pena - detenção, de um a três anos, e multa. Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para fins de comércio, faz uso do selo ou peça filatélica. Uso de documento falso Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302: Pena - a cominada à falsificação ou à alteração. Supressão de documento Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público, e reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é particular. CAPÍTULO IV DE OUTRAS FALSIDADES Falsificação do sinal empregado no contraste de metal precioso ou na fiscalização alfandegária, ou para outros fins Art. 306 - Falsificar, fabricando-o ou alterando-o, marca ou sinal empregado pelo poder público no contraste de metal precioso ou na fiscalização alfandegária, ou usar marca ou sinal dessa natureza, falsificado por outrem: Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa. Parágrafo único
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