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Apostila de Processo civil I - aula 1 a 7

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Processo Civil I 
Apostila (Aulas 1 – 7) 
OBS: Esta apostila não substitui o caderno, livro didático e outras fontes de 
estudo. 
 
1. Competência Internacional 
Osarts. 21 a 25 do CPC tratam dos “limites da jurisdição nacional”: competência 
internacional e litispendência internacional. 
Competência internacional:hipóteses em que o Judiciáriobrasileiro está 
autorizado a exercer função jurisdicional, sendo, portanto, legítima a 
instauração,no Brasil, do processo judicial. 
Os casos em que o Estado brasileiro exerce jurisdição estão enumerados nos arts. 
21 a 23 doCPC. 
a) Competência internacional concorrente(arts. 21 e 22 CPC): o processo 
judicial pode instaurar-se perante o Judiciáriobrasileiro, mas não impede 
que se instaure perante órgãojurisdicional estrangeiro. Ocorrendo este 
último, a sentença estrangeira poderá produzir efeitos noBrasil 
(dependendo, se for o caso, para que isto ocorra, apenas de homologação). 
b) Competência internacional exclusiva (Art. 23 CPC):o processo judicial só 
podeinstaurar-se perante órgão jurisdicional brasileiro, e eventual sentença 
estrangeira não poderáproduzir efeitos no Brasil, devendo-se inclusive 
negar homologação a eventual provimentooriundo de Estado estrangeiro 
que se pretenda ver reconhecido no Brasil (art. 964 CPC). 
1.2 Cooperação Internacional 
É cada vez mais frequente haver necessidade de que órgãos jurisdicionais (ou 
nãojurisdicionais, como o Ministério Público) de Estados soberanos distintos 
cooperem entre si. Um exemplo comum é a necessidade de colheita de provas 
em outro país. 
Se utiliza, para esta finalidade, essencialmente os tratados internacionais, na 
ausência de um tratado, acooperação se fará com base em reciprocidade 
manifestada por via diplomática (art. 26, § 1º CPC),salvo para homologação de 
sentença estrangeira, para a qual o Direito brasileiro dispensa aexigência de 
reciprocidade (art. 26, § 2º CPC). 
A cooperação judiciária internacional deve observar o respeito às garantias do 
devido processo legal no Estado requerente (art. 26, I); a igualdade de 
tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes ou não no Brasil, em 
relação ao acesso à justiça e à tramitação dosprocessos, assegurando-se 
assistência jurídica aos necessitados (art. 26, II); a publicidade processual, 
exceto nas hipóteses de sigilo previstas na legislação brasileira ou na do 
Estadorequerente (art. 26, III); a existência de autoridade central para 
recepção e transmissão dos pedidos de cooperação (art. 26, IV), que será – na 
falta de designação específica no tratado – o Ministério da Justiça (art. 26, § 
4o); a espontaneidade na transmissão de informações aautoridades 
estrangeiras (art. 26, V). 
Na cooperação judiciária internacional não se admite a prática de atos que 
contrariem ouproduzam resultados incompatíveis com as normas 
fundamentais que regem o Estado brasileiro(art. 26, § 3o), como seria, por 
exemplo, a colheita de meios de prova que, para o Direitobrasileiro, sejam 
ilícitas (ainda que tidas como lícitas no Estado requerente). 
Os meios de cooperação judiciária mais importantes são o auxílio direto (arts. 
28 a 34); acarta rogatória (arts. 35 e 36) e a homologação de decisão 
estrangeira (arts. 960 a 965). 
Cabe o auxílio direto quando a medida não decorrer diretamente de decisão 
de autoridadejurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação 
(homologação de decisãoestrangeira ou concessão de exequatur a carta 
rogatória) no Brasil.O pedido de auxílio direto será encaminhado pelo órgão 
estrangeiro interessado àautoridade central brasileira, na forma estabelecida 
no tratado, cabendo ao Estado requerenteassegurar a autenticidade e a 
clareza do pedido (art. 29). 
Admite-se o pedido de auxílio direto, além dos casos previstos nos tratados 
internacionaisde que o Brasil seja parte, para os seguintes fins: obtenção e 
prestação de informações sobre oordenamento jurídico e sobre processos 
administrativos ou jurisdicionais findos ou em curso(art. 30, I); colheita de 
provas, salvo se a medida for adotada em processo, em curso noestrangeiro, 
de competência exclusiva de autoridade judiciária brasileira (art. 30, II); 
ouqualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei 
brasileira (art. 30, III). 
A carta rogatória é o instrumento por meio do qual um juízo estrangeiro 
solicitaa realização de alguma diligência processual em juízo não nacional. 
Trata-sede umdocumento oficial que serve de veículo para um pedido de 
cooperação. Por meio dacarta rogatória a autoridade judicial (e somente ela) 
solicita ao Estado requerido queexecute ato jurisdicional já proferido, de modo 
que não cabe àquele outro Estadoexercer qualquer cognição de mérito sobre a 
questão processual. 
O art. 109, X, da Constituição determina que a competência para a execução 
decarta rogatória é de juiz federal, após a concessão de exequatur por parte 
do STJ(art. 105, “i”, da CF/1988). Exequatur nada mais é do que uma 
autorização préviaconcedida pelo STJ para que as diligências eventualmente 
requisitadas pelaautoridade estrangeira possam ser executadas no Brasil. 
O art. 36 do CPC/2015 descreve que o procedimento da carta rogatória 
peranteo Superior Tribunal de Justiça é de jurisdição contenciosa, devendo ser 
asseguradaàs partes as garantias do devido processo legal. Como neste 
mecanismo decooperação internacional é realizado apenas um juízo de 
delibação – juízo sumário esuperficial, sem entrar no mérito da decisão ou 
despacho oriundo da justiçaestrangeira –, a defesa é restrita à discussão 
acerca do cumprimento (ou não) dosrequisitos exigidos para que a decisão 
estrangeira produza seus efeitos no Brasil(art. 36, § 1º). O órgão jurisdicional 
brasileiro não detém, portanto, competênciapara julgar ou modificar a decisão 
de mérito proferida pela autoridade estrangeira(art. 36, § 2º). 
O art. 40 CPC estabelece que a execução de sentençaestrangeira dar-se-ápor 
meio de carta rogatória ou de ação de homologação de sentença estrangeira, 
segundo o disposto no art. 960 CPC. É por meio deste mecanismo que se 
reconhecerá, em umdeterminado Estado, decisão judicial definitiva proferida 
por autoridade estrangeira. 
Qualquer provimento, inclusive não judicial, proveniente de uma 
autoridadeestrangeira só terá eficácia no Brasil após sua homologação pelo 
Superior Tribunal de Justiça (art. 216 da Emenda Regimental nº 18/2014). 
Os requisitos indispensáveis à homologação de uma sentença 
estrangeira,segundo o art. 216Dda Emenda Regimental nº 18/2014, são: 
a) ter a sentença sidoproferida por autoridade competente; 
b) existir comprovação de terem sido as partescitadas ou haver-selegalmente 
verificado a revelia; 
c) ter a decisão transitado emjulgado; 
d) estar autenticada pelo cônsul brasileiro e acompanhada de tradução 
portradutor oficial ou juramentado no Brasil. 
O art. 963 do CPC/2015 acrescenta,ainda, a necessidade de a sentença ser 
eficaz no país em que foi proferida (inc. I),não ofender a coisa julgada 
brasileira (inc. IV) e não houver sido proferida commanifesta ofensa à ordem 
pública (inc. VI). O STJ deverá, ainda, analisar se adecisão proferida no 
estrangeiro não contraria os princípios fundamentais de direitoexistentes no 
nosso ordenamento jurídico. 
2. Competência Interna 
O exercício da jurisdição pelo órgão que dela é investido, em si, não 
comportalimitações. O órgão jurisdicional é criado e existe para o fim exclusivo 
de tutelajurisdicional permitida. Havendo, porém, pluralidade de órgãos 
jurisdicionais, alei limita a atividade de cada um. Esta limitação se chama 
competência, que é a medida exata de jurisdição do órgão judicante, ou seja, 
a fração que lhe compete,no amplo exercício da função estatal de aplicação da 
justiça. 
2.1 Critérios de determinação de competência 
Segundo Araújo Cintra, Ada Grinover e Cândido Dinamarco, a operação 
tendente a determinar acompetênciainterna, diante de cada caso concreto, se 
faz por meio de sucessivas etapas, cada umarepresentando um problema a ser 
resolvido, observada a seguinte sequência: 
(a) competência de Justiça: qual a Justiça competente? 
(b) competência originária: dentro da Justiça competente, o conhecimento da 
causa cabe aoórgão superior ou ao inferior? 
(c) competência de foro: se a atribuição é do órgão de primeiro grau de 
jurisdição, qual acomarca ou seção judiciária competente? 
(d) competência de juízo: se há mais de um órgão de primeiro grau com as 
mesmas atribuiçõesjurisdicionais, qual a vara competente? 
(e) competência interna: quando numa mesma Vara ou Tribunal servem vários 
juízes, qual ouquais deles serão competentes? 
(f) competência recursal: a competência para conhecer do recurso é do 
próprio órgão quedecidiu originariamente ou de um superior?Prevalecendo, 
outrossim, em nosso sistema jurisdicional o princípio de duplo grau de 
jurisdiçãocomo regra geral, há sempre, pelo menos, duas operações sucessivas 
de determinação decompetência para cada causa ajuizada: 
(a) uma inicial, tendente a determinar o órgão que tomará conhecimento 
originário da lide; e 
(b) outra posterior, que fixará o órgão a cuja competência será atribuído o 
julgamento do recursoeventualmente interposto das decisões daquele que 
conheceu da causa em primeiro grau dejurisdição. 
A primeira recebe a denominação de competência originária (juízo da causa) 
ea segunda, decompetência hierárquica (juízo do recurso). 
O CPC considera três critérios: 
O critério é denominado objetivo quando toma por base as características 
dademanda para a fixação da competência, isto é, a distribuição da 
competência se dácom base nos elementos da ação (partes, pedido e causa de 
pedir). 
Será funcionalquando o critério básico para determinação da competência 
relacionar-secom oconjunto de atribuições que as leis conferem aos diversos 
órgãos judiciários que vãoatuar no processo. 
Territorial quando o critério levar em conta a divisão dopoder jurisdicional em 
razão de foros ou circunscrições judiciárias em que estádividido o país. 
 
O novo Código reconhece duas modalidades de definição de competência 
interna: competência absoluta e competência relativa (NCPC, arts. 62 e 
63)embasando-se em critérios ligados ora aointeresse público (conveniência 
da função jurisdicional), ora ao interesse privado (comodidade daspartes). 
Não procedeu, de maneira explícita, à antiga divisão doutrinária e da 
codificação de 1973,que levava em conta (i) o valor da causa; (ii) a matéria; (iii) 
a função; e, (iv) o território. OBS: O novo código parece manter esta lógica do 
código processual antigo, como, por exemplo, da leitura do novo CPC, o art. 62 
considera inderrogável por convenção das partes a competência 
determinadaem razão da matéria, da pessoa ou da função. Por outro lado, o 
art. 63 admite que as partes possammodificar a competência estabelecida em 
razão do valor e do território, valendo-se de eleição deforo. 
Portanto, a divisão legal entre as competências absolutas e as relativas foi feita 
justamente emfunção dos antigos critérios de valor, matéria, função e 
território. 
Absoluta é a competência insuscetível de sofrer modificação, seja pela 
vontade das partes, sejapelos motivos legais de prorrogação (conexão ou 
continência de causas). Trata-se de regra fixada ematenção ao interesse 
público. 
Relativa, ao contrário, é a competência passível de modificação por vontade 
das partes ou porprorrogação oriunda de conexão ou continência de causas, 
porque atende principalmente ao interesseparticular. 
2.2 Incompetência absoluta e relativa 
 A incompetência absoluta apresenta as seguintes características: 
 pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição e deve ser 
declaradade ofício pelo magistrado (art. 64, § 1º); 
 pode ser objeto de ação rescisória (art. 966, II); 
 não se altera pela vontade das partes (art. 62), tampouco por conexão 
oucontinência; 
 não se altera pela vontade das partes, nem se prorroga. 
 A incompetência relativa, por sua vez, apresenta características 
diferentes: 
 diferentemente do que ocorre na incompetência absoluta, o juiz não 
podeconhecer de ofício a incompetência relativa (Súmula nº 33 do STJ e 
art. 337,§ 5º, do CPC/2015); 
 as regras de incompetência relativa podem ser alteradas pelas partes 
(art. 63),bem como em razão da conexão/continência (art. 54); 
 se ela não for alegada em tempo oportuno, o juízo 
relativamenteincompetente passará a ser competente para processar e 
julgar o feito (art.65). Nesse caso, ocorre o fenômeno da prorrogação da 
competência; 
 pode ser alegada pelo Ministério Público nas causas em que atuar (art. 
65,parágrafo único). 
O que é comum aos dois institutos: 
 A incompetência absoluta e a relativa devem ser alegadas como questão 
preliminar na peça contestatória (art. 64). 
 O órgão jurisdicional deve decidir imediatamente a alegação 
deincompetência, seja ela absoluta ou relativa. Se reconhecidas, os autos 
serãoremetidos ao juiz competente (art. 64, § 3º). 
 Os efeitos da decisão proferida por juiz absoluta ou 
relativamenteincompetente serão conservados até que outra seja proferida 
(art. 64, § 2º).Aregra, no entanto, não é absoluta. O próprio CPC ressalva a 
possibilidade deser proferida decisão judicial em sentido contrário, 
afastando os efeitosdecorrentes das decisões proferidas pelo juiz 
incompetente. 
 Ao alegar a incompetência absoluta ou relativa, deve o réu fundamentar 
einstruir a contestação com as provas disponíveis (se for o caso), 
podendo,inclusive, protocolizar a sua defesa no foro do seu domicílio (art. 
340).Nesse caso, deve o juiz que recebeu a contestação comunicar o fato 
ao juiz dacausa, preferencialmente por meio eletrônico. 
 
2.3 Modificação de competência 
 
Dá-seo nome “modificação da competência” ao fenômeno processual 
queconsiste em atribuir competência a um juízo que originariamente não a 
possuía. 
A prorrogação é uma forma de modificação da competência que ocorre 
pordisposição legal, somente na hipótese de competência relativa (art. 65). 
Como essaespécie não pode ser reconhecida de ofício pelo juiz, é preciso 
que sejaexpressamente arguida pelo réu; caso este não o faça, haverá a 
prorrogação e o foroque originalmente era incompetente tornar-se-
ácompetente. 
 
Reputam-seconexas duas ou mais ações quando lhes for comum o objeto 
ou acausa de pedir (art. 55). Vários herdeiros, em ações distintas, pleiteiam 
a nulidadedo testamento (objeto comum). Vários passageiros, em ações 
distintas, acionam aempresa de ônibus com fundamento no mesmo 
acidente (causa de pedir comum). 
 
Dá-sea continência entre duas ou mais ações sempre que há identidade 
quantoàs partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais 
amplo, abrange odas demais (art. 56). A propõe contra B ação declaratória 
para reconhecimento dedívida. Em ação distinta, o autor da ação 
declaratória pleiteia a condenação de B nopagamento da mesma dívida (as 
partes e a causa de pedir são idênticas, mas o objetoda ação condenatória 
é mais amplo, abrangendo o da ação declaratória). 
 
Havendo conexão ou continência de uma demanda a ser ajuizada com uma 
anteriormente proposta, a distribuição será feita por dependência. As 
ações conexasou continentes serão distribuídas por dependência ao juízo 
da causa anterior, ou seja,ao juízo prevento (art. 286, I), ocorrendo prévia 
prorrogação da competência. 
Caso as ações conexas ou continentes já estejam em curso, e sendo relativa 
acompetência, elas deverão ser reunidas para decisão conjunta, salvo se 
em um dosprocessos já houver sido proferida sentença (art. 55, § 1º).15 A 
reunião, se for ocaso, far-se-áno juízo prevento (art. 58). Exemplo: há 
conexão entre duas ações,sendo que para uma delas o juiz prevento é 
incompetente em razão do território. 
Nesse caso, o juiz, em vezde se declarar incompetente, deverá determinar 
a reuniãodas ações propostas separadamente e julgá-las,prorrogando-sea 
competência (não esquecer de conferir o parágrafo terceiro do artigo 55 do 
CPC). 
 
2.4 Conflito de competência 
 
Se encontra no artigo 66 do CPC. O conflito será positivo quando os juízes 
se declaram competentes; e negativona hipótese contrária. 
O conflito pode ser suscitado por qualquer das partes – exceto por aquela 
que,no processo, arguiu a incompetência relativa (art. 952) –, bem como 
pelo MinistérioPúblico ou pelo juiz ao tribunal hierarquicamente superior 
aos juízes envolvidos nadivergência (arts. 951 e 953). Nos conflitos que 
envolvam órgãos fracionários dostribunais, desembargadores e juízes em 
exercício no tribunal, o conflito decompetência será suscitado segundo as 
regras constantes do regimento interno norespectivo tribunal (art. 958). 
 
3. Sujeitos do Processo 
 
Todas as pessoas, sem exceção, têm capacidade de ser parte, porque são 
titulares de direitos e obrigações na ordem civil. A regra abrange as 
pessoas naturais ou físicas e as jurídicas, de direito público ouprivado. O 
art. 75 do CPC trata da representação das pessoas jurídicas e dos entes 
despersonalizados, que têmcapacidade de ser parte. 
 
Dentre as pessoas físicas, nem todas terão capacidade processual, a 
aptidão para estar em juízopessoalmente. O art. 70 do CPC a atribui apenas 
àquelas pessoas que se acham no exercício dos seus direitos,que, de acordo 
com a lei civil, têm a chamada capacidade de fato ou exercício. Em outras 
palavras, às pessoascapazes. 
 
O art. 71 do CPC determina que os incapazes, no processo, serão 
representados ou assistidos por pais,tutores ou curadores, na forma da lei 
civil. Se a incapacidade é absoluta, há necessidade de representação; 
serelativa, de assistência. 
 
3.1 Substituição processual 
Em regra, a titularidade da ação vincula se à titularidade do pretendido 
direito materialsubjetivo, envolvido na lide (legitimação ordinária). Assim, 
“ninguém poderá pleitear direito alheioem nome próprio, salvo quando 
autorizado pelo ordenamento jurídico” (NCPC, art. 18). 
Há, só por exceção, portanto, casos em que a parte processual é 
pessoadistinta daquela que éparte material do negócio jurídico litigioso, ou 
da situação jurídica controvertida. Quando issoocorre, dá se o que em 
doutrina se denomina substituição processual (legitimação 
extraordinária),que consiste em demandar a parte, em nome próprio, a 
tutela de um direito controvertido de outrem. 
 
Na sucessão de parte ocorre uma alteração nos polos subjetivos do 
processo. Uma outra pessoapassa a ocupar o lugar do primitivo sujeito da 
relação processual (ex.: o herdeiro passa a ser o novoautor ou o novo réu, 
na ação em que ocorreu o falecimento do litigante originário). Já na 
substituição processual, nenhuma alteração se registra nos sujeitos do 
processo. Apenas um deles age, porespecial autorização da lei, na defesa 
de direito material de quem não é parte na relação processual(ex.: a parte 
que aliena, durante o processo, o bem litigioso, e continua a defende-lo em 
juízo, nointeresse do novo proprietário, ou a associação que move uma 
ação não para a defesa de direitospróprios, mas de seus associados). 
 
3.2 Deveres das partes 
 
Vêm enumerados no art. 77 do CPC, que tem seis incisos. Apesar do nome 
atribuído ao capítulo — dos deveresdas partes e seus procuradores — os 
incisos impõem deveres que transcendem tais personagens, estendendo-os 
às partes, a seus procuradores e a todos aqueles que, de qualquer forma, 
participam do processo, como osintervenientes, o Ministério Público, os 
funcionários do Judiciário, os peritos e assistentes técnicos, as testemunhas 
eas pessoas a quem são dirigidas as determinações judiciais. 
 
3.3 Juiz. Ministério Público. Defensoria Pública. Advocacia. Advocacia 
Pública. Auxiliares da Justiça. 
Para que o processo se desenvolva regularmente é necessária a conjugação 
da atividade de no mínimo três pessoas – um autor que pede, um réu que 
se defende e um juiz que julga. Cada uma dessas pessoas tem um papel que 
lhe é reservado pela Constituição e pela legislação no processo. 
Nosso Código arrola como um dos seus princípios fundamentais a 
colaboração entre os participantes do processo (art. 6.º CPC). Isso não quer 
dizer, contudo, que as partes tenham o dever de cooperar entre si – como 
equivocadamente consta na nossa legislação. Vale dizer: cada qual 
persegue o seu próprio interesse. Essa é a razão pela qual as partes não 
têm o dever de cooperar entre si. 
Certamente, as partes têm o dever de agir de boa fé no processo (art. 5.º 
CPC) – mas é certo que a necessidade de boa fé não se confunde com a 
necessidade de colaboração. 
O processo civil brasileiro é dirigido pelo juiz (art. 139 CPC), que deve fazê-
lo de forma paritária ao longo de todo procedimento, primando pelo 
diálogo com as partes, assumindo uma posição assimétrica apenas quando 
decide as questões da causa. 
 
3.3.1 Juiz 
 
O poder judiciário brasileiro é formado por juízes e tribunais (art. 92, da 
CF), tendo em sua organização ainda o Conselho Nacional de Justiça, que 
não detém funções jurisdicionais, mas exerce controle administrativo sobre 
a magistratura. 
Os Juízes de primeiro grau que compõem a Justiça Estadual (art. 125, da CF) 
e a Justiça Federal (art. 109, da CF), bem como os Tribunais de Justiça e os 
Tribunais Regionais Federais (art. 108, da CF), que se enquadram no gênero 
cortes de justiça, têm por função decidir os casos com justiça e prover 
adequada e tempestiva efetivação de suas decisões. O Supremo Tribunal 
Federal (art. 102, da CF) e o Superior Tribunal de Justiça (art. 105, da CF) 
são cortes de vértice, encarregadas de dar a última palavra a respeito da 
adequada interpretação do direito constitucional e do direito 
infraconstitucional federal respectivamente. 
O juiz é responsável pela condução do processo (art. 139 CPC) e pelo 
julgamento da causa (art. 141 CPC) no processo civil. 
O juiz tem deveres de esclarecimento, de diálogo, de prevenção e de auxílio 
para com os litigantes – a fim de que o processo possa de fato dar tutela 
aos direitos e refletir em seu resultado não um desfecho apenas formal, 
que extinga o processo sem resolução de mérito (art. 488 CPC), mas um fim 
que efetivamente enfrente o litígio existente entre as partes (art. 490 CPC), 
extinguindo o processo ou uma de suas fases com resolução do mérito da 
causa (art. 487 CPC). 
 
3.3.2 Ministério Público 
 
Art. 127 CF O Ministério Público é instituição permanente, essencial à 
função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, 
do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. 
Quando o art. 127 da CF/88 utiliza a expressão “instituição permanente”, 
trata-se de uma cláusula pétrea, não podendo, portanto, ser suprimida pelo 
poder constituinte derivado (art. 60, § 4º, da CF). Já no concernente à 
expressão “essencial”, significa dizer que, nas hipóteses em que sua 
intervenção for obrigatória, se não for chamado, será caso de nulidade do 
processo, isto é, não poderá haver jurisdição válida. A atuação do 
Ministério Público como custos legis, ou seja, fiscal da lei, seria a defesa da 
ordem jurídica. Já a atuação do Parquet em todos os processos de natureza 
eleitoral está fundamentada na defesa do regime democrático, também 
contido nesse dispositivo. 
A participação do Ministério Público pode-se dar de duas formas no 
processo: pela sua atuação ou por meio de sua intervenção. 
Fala-se em atuação quando o Ministério Público age como parte no 
processo promovendo a ação. A intervenção refere-se às hipóteses em que 
o Ministério Público funciona como fiscal da lei, como custos legis em uma 
ação que foi proposta por outrem. 
Percebe-se, então, que se o Ministério Público participa do processo como 
parte,ele detém o prazo em dobro para se manifestar. 
Caso o Ministério Público esteja participando como fiscal da ordem jurídica, 
ou seja, não foi ele quem propôs a demanda, mas sua intervenção é 
obrigatória por força da presença de uma das hipóteses do art. 178, seu 
prazo é de 30 dias. 
3.3.3 Advocacia 
 
O novo CPC, por sua vez, trata dos advogados privados entre os arts. 103 e 
107. 
Os arts. 133 da CF/88 e 2º da Lei n. 8.906/94 (Estatuto do Advogado), a 
advocacia é função essencial à administração da Justiça, ao lado do 
Ministério Público, da Advocacia Pública (Advocacia Geral da União e 
Procuradorias dos Estados e dos Municípios) e da Defensoria Pública. 
O advogado deve atuar com o instrumento de mandato, a procuração ad 
judicia. Como regra no ordenamento brasileiro, sem esse instrumento, o 
advogado poderá apenas, em nome da parte, intentar ação a fim de evitar 
a decadência ou a prescrição, bem como intervir no processo para praticar 
atos urgentes; mas, nesses casos excepcionais, deverá exibir o instrumento 
de mandato no prazo de 15 dias, prorrogáveis por mais 15, por despacho 
do juiz. 
Um dos pressupostos processuais de existência é a capacidade postulatória 
que, em regra, não é atributo das pessoas em geral. Quem não a tem 
precisa outorgar procuração a advogado legalmente habilitado, que o 
represente. Há casos excepcionais, porém, em que a lei atribui capacidade 
postulatória a pessoas que normalmente não a têm, àqueles que não são 
advogados, nem integrantes do Ministério Público. É o exemplo do habeas 
corpus e das ações no Juizado Especial Cível, até vinte salários mínimos. 
 
3.3.4 Advocacia Pública 
 
Igualmente essenciais à administração da Justiça e indispensáveis ao 
exercício da jurisdição são as atividades exercidas pela Advocacia Pública 
(bacharéis em direito inscritos no quadro de advogados da OAB, que atuam 
na defesa da União, dos Estados e dos Municípios). 
Têm atuação vinculada à proteção do erário e do patrimônio público. 
Ingressam por concurso público de provas e títulos. No âmbito da União, 
têm-se o Advogado da União e os Procuradores da Fazenda Nacional. 
A Advocacia Geral da União, criada pela Constituição Federal de 1988 (art. 
131), é chefiada pelo Advogado-Geral da União, de livre nomeação pelo 
Presidente da República. Da Advocacia Pública dos Estados e do Distrito 
Federal trata o art. 132 da CF, segundo o qual os Procuradores dos Estados 
e do Distrito Federal exercerão a representação judicial e consultoria 
jurídica das respectivas unidades federadas. No âmbito municipal, a 
Advocacia Pública é exercida pelas Procuradorias dos Municípios, que não 
se encontram previstas na Constituição Federal e que nem sempre 
existirão, cabendo a cada Município instituí-las se for do interesse da 
Administração. 
Os advogados públicos são tratados pelo novo CPC nos arts. 182 a 184. 
Enquanto o art. 182 dispõe que “incumbe à Advocacia Pública, na forma da 
lei, defender e promover os interesses públicos da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios”, o art. 183 garante o prazo em dobro 
para todas as manifestações processuais, salvo se o contrário for 
expressamente ressalvado em lei (art. 183, § 2º). 
 
3.3.5 Defensoria Pública 
Com atribuições previstas no art. 134 da CF e na LC n. 80/94514, foi 
instituída para o cumprimento da promessa constitucional de assistência 
jurídica integral, contida no art. 5º, LXXIV CF. 
No novo CPC, a Defensoria Pública é tratada nos arts. 185 a 187. 
O art. 185 dispõe que a Instituição “exercerá a orientação jurídica, a 
promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e 
coletivos dos necessitados, em todos os graus, de forma integral e 
gratuita”. 
Assim como os advogados públicos, os defensores também gozam de prazo 
em dobro em todas as suas manifestações e ostentam a prerrogativa da 
intimação pessoal nos mesmos moldes do art. 183, § 1º. 
Isso se aplica aos escritórios de prática jurídica das faculdades de Direito 
reconhecidas, bem como às entidades que prestam assistência jurídica 
gratuita mediante convênio com a própria Defensoria Pública (§ 3º). 
 
4. Litisconsórcio 
 
Litisconsórcio, etimologicamente, significa consórcio (pluralidade de 
partes)nainstauração da lide; a mesma sorte na lide. Tecnicamente, dá-seo 
nome de litisconsórcio quando duas ou mais pessoaslitigam, no mesmo 
processo, em conjunto, ativa ou passivamente (art. 113). Éhipótese, 
portanto, de cúmulo subjetivo (de partes) no processo. 
O litisconsórcio é disciplinado pela lei. Em alguns casos, emrazão da 
relevância do direito controvertido, o legislador condicionou a validade do 
processo à integração de marido e mulher no polo passivo (art. 73, § 1º). 
Em outros,o litisconsórcio, embora facultativo, só pode ser formado se 
entre os litisconsortes houver comunhão de direitos ou obrigações, 
conexão ou afinidade (art. 113, I a III). 
 
O litisconsórcio pode ser classificado sob diversos aspectos. 
 
 Quanto à posição das partes: o litisconsórcio pode ser ativo, passivo 
ou misto.Ativo quando a pluralidade for de autores; passivo quando 
a pluralidade for de réus;e misto quando a pluralidade for de autores 
e réus. 
 Quanto ao momento de sua formação: o litisconsórcio pode ser 
inicial ouincidental (ulterior). Inicial quando sua formação é pleiteada 
na petição inicial.Olitisconsórcio incidental ou ulterior ocorre 
quando o litisconsorte não é indicado napetição inicial (Ex: conexão, 
chamamento ao processo, denunciação da lide etc). 
 Quanto à obrigatoriedade da formação:necessário (obrigatório) e 
facultativo. 
O litisconsórcio necessário decorre de imposição legal ou da 
natureza da relaçãojurídica, hipóteses em que ao autor não resta 
alternativa senão a formação dolitisconsórcio (ex: Ações que versem 
sobre direito real imobiliário devem ser propostas contramarido e 
mulher). 
OBS: A não citação de um litisconsorte necessário enseja extinção do 
processo ou nulidade da sentença (caso já tenha sido proferida – 
conferir artigo 115, p.ú CPC) 
A formação do litisconsórcio facultativo fica, a princípio, a critério do 
autor,desde que preenchidos os requisitos legais, isto é, quando 
entre os litisconsortes(ativos ou passivos) houver comunhão de 
direitos ou de obrigações relativamente àlide; quando entre as 
causas houver conexão pelo objeto ou pela causa de pedir; 
ouquando ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato 
ou de direito. 
Pode ocorrer de o número de autores ou de réus alcançar 
nívelextremamente elevado (litisconsórcio multitudinário), 
comprometendo a rápida solução do litígio (efetividade), dificultando 
a defesa ou o cumprimento da sentença.O desmembramento do 
litisconsórcio ativo multitudinário poderá ser decretado deofício 
pelo juiz ou a pedido da parte ré. Nesta última hipótese, o 
requerimentointerromperá o prazo de resposta, que recomeçará a 
correr da intimação da decisão. 
 Quanto à uniformidade da decisão: podemos classificar o 
litisconsórcio emsimples e unitário. 
Será simples o litisconsórcio quando a decisão, embora proferidano 
mesmo processo, puder ser diferente para cada um dos 
litisconsortes. A merapossibilidade de decisões diferentes já tornará 
simples o litisconsórcio, como noscasos em que vários correntistas de 
um banco ajuízam, em conjunto, ação decobrança de expurgos 
inflacionários. Será unitário quando, ao contrário, a demandativer de 
ser decidida de forma idêntica para todos os que figuram no mesmo 
polo darelação processual. A caracterização do litisconsórcio unitário 
pressupõe a discussãode uma única relação jurídica indivisível, por 
exemplo, quando dois condôminosatuam em juízo na defesa da coisa 
comum. 
Quanto à classificação do litisconsórcio unitário, além de necessário, 
ele poderá ser facultativo. 
ATENÇÃO: Nem sempre uma obrigação solidária terá decisão unitária 
(ex: quando um dos devedores opõe exceçãopessoal em uma 
obrigação solidária passiva). 
 
5. Intervenção de terceiros 
 
Dá-sea intervenção de terceiro, nas modalidades assistência, 
denunciação echamamento, quando uma pessoa (física ou jurídica), 
ingressa como parte ou coadjuvante (assistente) da parte em 
processo pendente. 
Na intervenção relacionadaao incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica, o terceiro será o sócio oua pessoa jurídica, 
que integrará o polo passivo da lide. Já na intervenção do 
amicuscuriae, a assistência que se dá à parte leva em consideração a 
sua integração ao 
núcleo da sociedade o qual o amicus curiae representa(por exemplo: 
manifestaçãode associações civis em defesa dos direitos humanos na 
ADIn nº 3.510, queobjetivava declarar a inconstitucionalidade do art. 
5º da Lei nº 11.105/2005 – Lei deBiossegurança). Nesse tipo de 
intervenção o amicus curiae atua não como parte noprocesso, mas 
como interessado na causa. 
Em síntese, terceiro quer dizer estranho à relação processual 
inicialmente estabelecida entre autor e réu. Essa característica 
distingue o instituto da intervenção de terceiro do litisconsórcio, 
uma vez que os litisconsortes são partes originárias do processo, 
ainda que, por equívoco, não sejam nomeados na petição 
inicial(litisconsórcio necessário). 
 
5.1 Assistência 
 
Nos termos do art. 119, dá-sea assistência quando o terceiro, 
napendência de uma causa entre outras pessoas, tendo interesse 
jurídico em que asentença seja favorável a uma das partes, intervém 
no processo para lhe prestarcolaboração. Por exemplo: em uma ação 
de despejo movida contra o locatário, emrazão do fato de a sentença 
poder influir na sublocação, pode o sublocatárioingressar como 
assistente do réu. 
Do art. 119 extraem-seos pressupostos de admissibilidade da 
assistência: 
a) aexistência de uma relação jurídica entre uma das partes do 
processo e o terceiro(assistente); 
b) a possibilidade de a sentença influir na relação jurídica. 
 
Para definir a situação processual, poderes e ônus do assistente, é 
precisodistinguir as duas modalidades de assistência previstas em 
nosso ordenamento: aassistência simples e a assistência 
litisconsorcial. 
A diferença entre elas reside basicamente no interesse jurídico do 
assistente.Assim, quando o interesse do assistente for indireto, isto 
é, não vinculadodiretamente ao litígio, diz-seque a assistência é 
simples ou adesiva. No exemplo daação de despejo entre locador e 
locatário, a sublocação não figura como objeto dalide. A 
admissibilidade da assistência decorre de interesse indireto. Se a 
sentença forfavorável ao locatário, indiretamente beneficiará o 
sublocador. 
Entretanto, quando o interesse for direto, ou seja, o assistente 
defender direitopróprio, a assistência é denominada litisconsorcial 
(art. 124). Na ação reivindicatóriapromovida por um dos 
condôminos, o outro poderá figurar na demanda. Serálitisconsorte se 
figurar na petição inicial na qualidade de autor; será, 
entretanto,assistente litisconsorcial se a sua intervenção se der 
posteriormente ao ajuizamentoda demanda. A intervenção dessa 
parte material no processo posteriormente aoajuizamento da 
demanda denomina-se 
assistência litisconsorcial, uma vez que asentença terá influência 
direta sobre o direito material do assistente (art. 1.314 doCC). 
 
A assistência tem lugar em qualquer dos tipos de procedimento e em 
todos osgraus da jurisdição, mas o assistente recebe o processo no 
estado em que se encontra(art. 119, parágrafo único). 
Sendo formalizado o pedido de assistência (simples ou 
litisconsorcial), o juizdeterminará a intimação das partes para 
manifestação. Se não houver impugnação noprazo de quinze diase 
não for o caso de rejeição liminar do pedido, o assistenteserá 
admitido no processo. Por outro lado, se qualquer parte alegar que 
faltainteresse jurídico ao requerente, o juiz decidirá o incidente sem 
a suspensão doprocesso (art. 120). Contra essa decisão, seja ela 
favorável ao assistente ou não, 
caberá agravo de instrumento (art. 1.015, IX). 
 
5.2 Denunciação da Lide 
 
Consiste a denunciação da lide em “uma ação regressiva, in 
simultaneusprocessus,proponível tanto pelo autor como pelo réu, 
sendo citada como denunciadaaquela pessoa contra quem o 
denunciante terá uma pretensão indenizatória, pretensão 
de reembolso, caso ele, denunciante, vier a sucumbir na ação 
principal”. 
A finalidade do instituto é a economia processual. A denunciação da 
lideconstitui “verdadeira propositura de uma ação de regresso 
antecipada, para aeventualidade da sucumbência do denunciante”. 
 
Trata-sede demanda incidente, em processo já emcurso, que 
acarreta a ampliação subjetiva ulterior do processo. Ou seja, 
proposta adenunciação, o processo passará a ter duas demandas: a 
principal, envolvendo autore réu; e a incidental, envolvendo 
denunciante e denunciado. De tal sorte, se odenunciante for vencido 
na ação principal, o juiz passará ao julgamento dadenunciação da 
lide; se vencedor, a ação de denunciação não terá o seu 
pedidoexaminado (art. 129). 
 
A denunciação feita pelo autor será requerida na própria petição 
inicial (art. 126,1ª parte). Nesse caso, cita-seprimeiro o denunciado, a 
fim de que ele possa sedefender quanto à ação regressiva e aditar a 
petição inicial, assumindo a posição delitisconsorte do denunciante, 
ou permanecer inerte, caso em que será reputado revelna demanda 
regressiva (art. 127). Somente após transcorrer o prazo para 
contestar aação regressiva e aditar a inicial é que o réu será citado. 
 
Quando o denunciante for o réu, a denunciação será requerida no 
prazo paracontestar (art. 126). A citação do denunciado deve ser 
promovida no prazo de 30(trinta) dias, sob pena de se tornar sem 
efeito a denunciação (art. 126, parte final, c/co art. 131). Caso o 
denunciado resida em outra comarca, seção ou subseçãojudiciárias, 
ou, ainda, em lugar incerto, o prazo para a citação será de dois 
meses. 
 
O juiz pode indeferir o pedido se entender não ser caso de 
denunciação, decisãoessa que enseja agravo de instrumento (art. 
1.015, IX). Aceitando a denunciação, alide principal e a secundária 
tramitarão de forma simultânea e serão decididas emuma única 
sentença. 
Feita a citação do denunciado, este poderá adotar as seguintes 
posturas (art.128): contestar o pedido do autor e atuar ao lado do 
denunciante, como litisconsorte(art. 128, I); permanecer inerte, 
hipótese em que o denunciante poderá deixar deprosseguir em sua 
defesa, restringindo a sua atuação à ação regressiva (art. 128, 
II);confessar os fatos alegados pelo autor, podendo o denunciante 
prosseguir em suadefesa ou aderir ao reconhecimento e requerer 
apenas a procedência da açãoregressiva (art. 128, III). 
Procedente o pedido da ação principal, pode o autor, se for o caso, 
requerer ocumprimento da sentença também contra o denunciado, 
nos limites da condenaçãodeste na ação regressiva (art. 128, IV). 
Com relação à hipótese do art. 128, II, diferentemente do que estava 
previsto noCPC/1973,21 se o denunciado permanece inerte, não está 
o denunciante obrigado aprosseguir na defesa da ação principal. 
Poderá o denunciante, querendo, deixar deoferecer contestação ou 
usar de outros meios de defesa, na esperança de, ao final,ver julgada 
procedente a demanda incidental, em razão da revelia. Da mesma 
forma,mesmo se não revel o denunciado, o denunciante pode deixar 
de apresentar respostaà pretensão principal, arcando com as 
consequências de sua inércia.

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