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CADERNO FBDG - PROCESSO CIVIL/ TÁRSIS

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Prévia do material em texto

Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
CADERNO – DIREITO PROCESSUAL CIVIL I/ TÁRSIS – FDBG 
 
AULA 01 – PLANEJAMENTO DA DISCIPLINA E OBSERVAÇÕES GERAIS 
 
1. Assuntos: 
 
 Competência – jurisdição, justiças estadual e federal, regras de competência; 
 Cooperação jurídica; 
 Sujeitos processuais (partes/juiz/MP/DP/advocacia), terceiros, despesas processuais; 
 
 Litisconsórcio; 
 Intervenção de terceiros - espécies; 
 Petição inicial – conceito, elementos, pedidos, cumulação de pedidos; 
 Citação, comunicação processual; 
 Tentativas de conciliação; 
 Defesa do réu, contestação, reconvenção; 
 Responsabilidade processual, providências e saneamento; 
 
Há a possibilidade da realização de dois questionários ao longo do semestre, em prol da 
fixação do conteúdo. Poderá valer algum valor extra. 
Aconselhável estudar a matéria não no mesmo dia de dada, mas no dia seguinte ou dois dias 
depois. 
Terá reposição de aula dia 25/02 (sábado). 
 
2. Avaliações: 
 
 1ª avaliação – 06/04; 
 2ª avaliação – 01/06; 
 Assuntos não cumulativos; 
 Questões práticas, objetivas e reflexivas; 
 3 a 5 questões exigindo respostas breves; 
 
3. Referências: 
 
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
 Livros e artigos atualizados; 
 Curso de Direito Processual – Fredie Didier Jr; 
 Novo Curso de Processo Civil – Luiz Guilherme Marinoni; 
 Manual de Direito Processual Civil – Daniel Neres; 
AULAS 02 E 03 – COMPETÊNCIA 
 
1. Conceito: 
Jurisdição é vista por três perspectivas. 
 Poder: A jurisdição é um dos poderes que toca o Estado no exercício da sua 
soberania (imposição de suas decisões). A jurisdição é um poder-dever; 
 Função: O Estado exerce a função de promover a justa composição da LIDE e, 
consequentemente, de promover a pacificação social; 
 Atividade: A jurisdição na sua dimensão dinâmica. Trata-se do complexo de atos 
praticados pelo juiz no processo, na execução do seu poder e no cumprimento de sua 
função; 
 
Outrora, era sustentada a perspectiva de que competência é um limite à jurisdição. O juiz 
competente está investido da jurisdição para atuar perante determinados casos definidos 
por lei. 
A competência limita o poder jurisdicional. Destarte, o juiz incompetente não tem poder 
para agir diante de alguns casos concretos. Entretanto, essa tese foi refutada. 
Esse conceito vai perdendo força a medida que as novas concepções de jurisdição emergem 
– função e atividade. Desse modo, o juiz incompetente para um caso não deixa de exercer o 
seu poder jurisdicional. Competência trata-se, portanto, do critério de distribuição da 
função/atividade entre os órgãos investidos de jurisdição. 
Tal concepção se coaduna com os conceitos contemporâneos de jurisdição. 
 
2. Os fundamentos da competência: 
Se todos tivessem competência para julgar qualquer coisa, ter-se-ia, no mínimo, dois 
problemas: 
 A ausência de especialização: Juiz-generalista, o qual cuidaria de assuntos de diversas 
áreas do Direito; 
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
 A falta de atender as conveniências dos litigantes: Distanciamento das peculiaridades 
do caso concreto, uma vez que um juiz em qualquer lugar poderia julgar a matéria; 
Tem-se o interesse de ministrar a justiça por parte do Estado. Busca-se, desse modo, uma 
maior efetividade no exercício jurisdicional. 
Interesse particular almejando a enxugar o tempo para a realização das etapas processuais. 
Em suma, o interesse de conveniência das partes. 
 
3. Fontes da competência: 
Análise dos dispositivos normativos que discorrem sobre competência. 
 Constituição Federal: traz competências, por exemplo, do STF e do STJ, entre outros 
tribunais; 
 Legislação: Há regras de competência sobre propriedade de bens imóveis, inventário, 
testamento, entre outros; 
 Regimentos internos dos tribunais: Também contêm normas sobre competências; 
 Outros: Como contratos, por exemplo; 
 
 
4. Princípios regentes: 
 
 Tipicidade: Toda competência deve ser vinculada a uma fonte formal. Toda 
competência é típica (expressa em uma fonte normativa - rol mencionado acima). 
Nesse sentido, não há competência atípica. Todavia, o STF reconheceu a presença de 
competências intrínsecas (competências que derivam das competências típicas). De 
certa forma, esse posicionamento do STF mitiga o princípio da tipicidade; 
 Indisponibilidade: O juiz não pode delegar/transferir a sua competência. Uma vez 
estabelecida por legislação, não pode ser afastada, já que é indisponível. O poder da 
competência-competência – que é um poder intrínseco – permite o juiz julgar a sua 
própria competência e reconhecer-se como incompetente; 
 
5. Determinação de competência: 
Estabelece o momento em que a competência é estabelecida. Pode ocorrer: 
 Pelo registro da petição inicial: Quando há apenas um órgão competente; 
 Pela distribuição da petição inicial (competência concorrente): Quando há mais de 
um órgão competente para aquela causa; 
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
Uma vez determinada, existe uma regra de estabilização chamada de perpetuatio 
jurisdictionis (perpetuação). Uma vez consolidada a competência, ela não se modifica, seja 
por alterações fáticas ou jurídicas. 
Art. 43 – NCPC: Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da 
petição inicial, sendo irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas 
posteriormente, salvo quando suprimirem órgão judiciário ou alterarem a competência 
absoluta. 
Há exceções dispostas no próprio artigo supratranscrito: 
 Quando o órgão deixou de existir; 
 Quando ocorreu modificação da competência absoluta; 
 
Art. 42 – NCPC: As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua 
competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da lei. 
Art. 44 – NCPC: Obedecidos os limites estabelecidos pela Constituição Federal , a 
competência é determinada pelas normas previstas neste Código ou em legislação especial, 
pelas normas de organização judiciária e, ainda, no que couber, pelas constituições dos 
Estados. 
 
6. Classificação: 
 
 Competência plena ou cumulativa: O juiz é o mesmo ao longo de todo o processo, 
desde a fase de conhecimento até a execução da sentença. Refere-se a apenas um 
órgão, o qual se responsabiliza por diversos tipos de demanda. Ex: Se em uma 
determinada localidade há apenas um juiz, este será competente para diversos 
núcleos do direito – como o penal, civil, entre outros; 
 Competência privativa: Fixação de determinadas matérias a órgãos jurisdicionais. Ex: 
Varas especializadas de consumidor, varas especializadas em Fazenda Pública, varas 
especializadas em família e sucessões...; 
 Competência comum/residual: Não apresentam uma competência específica. Ex: 
Questões de aeronáutica – acabam destinadas aos órgãos generalistas; 
 Competência exclusiva: Não admite delegação, sendo exercida por um único órgão. 
Ex: A competência de controle concentrado de constitucionalidade a nível federal é 
exclusiva do Supremo Tribunal Federal; 
 Competência concorrente: Há mais de um órgão jurisdicional competente para 
aquela causa. Ex: Ajuizar uma ação cível em Salvador, onde há diversos órgãos com 
competência cível; 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
o Competência concorrente sucessiva: Situações mais excepcionais. 
 
 Competência de foro/juízo: Foro é a instância territorial, local onde o juiz exerce a 
jurisdição. Nem sempre o foro se confunde com a instância territorial do município. 
Ex: Uma comarca pode comportar diversos municípios; 
 Competência originária e derivada: A competência originária é aquela competência 
que o órgão tem para analisar o caso em 1ª instância; já a competência derivada é 
aquela que aprecia casos em grau de recurso; 
 Absoluta e relativa: A competência absoluta visa ao interesse superior(Estado), 
enquanto que a competência relativa se relaciona com os interesses das partes. Há 
os seguintes critérios para se definir competência: 
o Em relação à matéria: Leva em consideração a matéria discutida no processo 
e trata-se de regra de competência absoluta. Ex: Causas de acidente de 
trabalho que não sejam competência da justiça do trabalho são apreciadas 
pela justiça comum; 
o Em razão da pessoa: Também fixa regra de competência absoluta. Ex: Causas 
que envolvam sucessões, 
o Em razão do valor da causa: 
 Nos juizados especiais, caso o valor da causa seja superior a 40 salários 
mínimos, é competência absoluta da justiça comum estadual. Os 
juizados especiais só podem apreciar causas com valor inferior a 40 
salários mínimos. 
 No que tange aos juizados especiais estaduais de fazenda pública e 
juizados especiais federais, o limite é 60 salários mínimos (abaixo de 
60 salários mínimos = competência absoluta da justiça comum 
estadual/federal). Os juizados especiais só podem apreciar causas cujo 
valor é acima de 60 salários mínimos. 
o Competência funcional: Diz respeito à distribuição das atividades 
jurisdicionais entre os diversos órgãos que podem atuar no processo Regra de 
competência absoluta; 
o Competência territorial: Como regra, não há previsão legal, correspondendo à 
competência relativa. Caso a lei expresse, tem-se competência absoluta; 
O princípio do juiz natural apresenta duas dimensões: imparcialidade e competência. 
(IN)COMPETÊNCIA ABSOLUTA (IN)COMPETÊNCIA RELATIVA 
Indisponibilidade. 
 
Não há prorrogação da competência. 
Caso o juiz seja absolutamente 
incompetente, ele continuará a ser. 
 
Disponibilidade. 
 
Prorrogação da competência: O juiz 
relativamente incompetente pode se 
tornar competente para a causa no caso 
de omissão da parte contrária. 
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
Pode ser conhecida de ofício, isto é, sem 
a provocação das partes. 
 
A incompetência absoluta pode ser 
conhecida a qualquer tempo. 
 
Cabe ação rescisória. 
 
Não se modifica por conexão/continência 
(relação de semelhança de causas). As 
modificações decorrem de lei, gerando a 
ruptura da perpetuação da jurisdição, 
sendo remetido ao foro do juiz 
competente. 
 
O juiz não pode conhecer a 
incompetência relativa de ofício (súmula 
33, STJ). 
Súmula 33, STJ: A incompetência relativa 
não pode ser declarada de ofício. 
 
Nas hipóteses em que o Ministério 
Público atua em prol da defesa dos 
interesses de uma parte, ele tem 
legitimidade para questionar a 
incompetência relativa. 
 
Na incompetência relativa, existe uma 
preclusão. Caso passado o lapso 
temporal, ocorrerá prorrogação de 
competência. 
 
Não cabe ação rescisória. 
 
Pode ocorrer conexão (relação de 
semelhança entre demandas) e 
continência (forma de modificação da 
competência). 
 
 
 Interna e internacional: 
o Na competência interna, discutimos o poder que um órgão jurisdicional tem 
para apreciar causas que envolvam o espaço territorial do órgão jurisdicional 
(tipicidade e indisponibilidade). O Estado, devido à sua soberania, impõe-se 
no âmbito interno; 
o A competência internacional se relaciona com litígios envolvendo Estados 
Soberanos na ordem internacional. O Estado Soberano tem o direito de ser 
tratado igualmente perante seus pares na ordem internacional em virtude da 
soberania. Há princípios que regem a competência internacional: 
 Plenitude jurisdictionis: Plenitude da jurisdição. Poder pleno e 
ilimitado de exercer a jurisdição. Diferentemente do âmbito interno, 
onde há imposição de limites à atuação estatal; 
 Exclusividade: Os tribunais de cada país somente serão limitados pela 
ordem jurídica interna; 
 Unilateralidade: Há uma cortesia, uma uniformidade de valores entre 
os Estados na ordem internacional, os quais devem ser respeitados; 
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
 Imunidade da jurisdição: Os Estados só podem ser processados de 
forma voluntária. Se submetem a tribunais internacionais caso 
decidam se submeter à sua jurisdição; 
 Proibição da denegação de justiça: O Estado pode se identificar como 
um Estado internacionalmente incompetente para a causa, mas pode 
julgar com o fito de não denegar a justiça; 
 Autonomia da vontade: Se há mais de um órgão competente, compete 
ao autor da demanda a escolha das jurisdições concorrentes da sua 
causa; 
 
7. Imunidade da jurisdição: 
 
 Atos de gestão: Funções estatais voltadas para o interesse particular. Tem-se uma 
imunidade de execução (não há coercitividade); 
 Atos de império: O Estado exerce o poder soberano quando, por exemplo, concede 
visto a estrangeiros; 
 
Art. 21 – NCPC: Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em 
que: 
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; 
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; 
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. 
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no Brasil a 
pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal. 
 
Art. 22 – NCPC: Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as 
ações: 
I - de alimentos, quando: 
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; 
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, 
recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos; 
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou residência 
no Brasil; 
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição nacional. 
Esses dois artigos ilustram a competência internacional concorrente (a causa pode ser 
apreciada no Brasil ou no Estado estrangeiro). Não há vedação para que as causas 
transmitem ao mesmo tempo. 
Se as causas forem ajuizadas no estrangeiro, a sentença pode produzir efeitos no Brasil, 
desde que ocorra atuação do STJ. O STJ dá validade interna das decisões e das coisas 
julgadas formadas no estrangeiro. Isso pode se dar por dois procedimentos: 
 Homologação da sentença estrangeira: Procedimento judicial que tem o objetivo de 
dar executoriedade interna e externa a sentenças proferidas em outro país; 
 Exequatur: É uma autorização para que uma sentença estrangeira ou um pedido 
formulado por autoridade estrangeira por carta rogatória seja cumprido no Brasil; 
 
Art. 23 – NCPC: Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: 
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; 
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento particular e 
ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja de 
nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional; 
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à partilha de 
bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade estrangeira ou tenha 
domicílio fora do território nacional. 
Essas três causas precisam, necessariamente, tramitar no Brasil. A decisão da jurisdição 
estrangeira não se aplica no Brasil. 
O STJ não pode dar cumprimento a essas causas nem homologar sentença estrangeira no 
que tange ao artigo supratranscrito. 
 
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
Art. 24 – NCPC: A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não 
obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são 
conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e acordos 
bilaterais em vigor no Brasil. 
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a 
homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos no Brasil. 
Robinho foi condenado na Itália por crime sexual e a Itália requisitou a extradição do atleta. 
O nosso ordenamentoveda, porém, a extradição do brasileiro nato. Os próximos 
desdobramentos serão interessantes. 
 
Princípio da competência adequada: 
Diante do princípio da competência concorrente, a escolha do local onde a ação vai ser 
ajuizada se submete à autonomia da vontade do autor. Tal direito pode ser exercido de 
forma lícita ou abusiva. É abusiva (forum non convenies) quando o autor escolhe o pior local, 
pretendendo prejudicar o andamento do processo e a produção de provas. 
Responsabilidade na análise da competência. O juiz verificando a desproporcionalidade e a 
não razoabilidade da competência (escolha abusiva/ilícita), determina a remessa dos autos. 
Esse exame da proporcionalidade e razoabilidade dá origem ao princípio da competência 
adequada. 
O princípio da competência adequada visa a evitar abusos por parte do autor e a facilitar a 
defesa do réu. Em síntese, busca facilitar o acesso à justiça, se aplicando tanto para a 
competência interna, quanto para a competência internacional. 
 
Para a próxima aula: Circunscrição territorial e modificação da competência. 
 
AULA 04 – CIRCUNSCRIÇÃO TERRITORIAL E MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA 
 
1. Circunscrição territorial: 
 
 Âmbito estadual: Não há identidade absoluta entre a comarca e a circunscrição 
territorial de um único município, visto que uma comarca pode abarcar mais de um 
município. Corresponde às próprias comarcas de cada município; 
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
 Âmbito federal: Corresponde às seções judiciárias. Não existe comarca federal. Além 
disso, temos as subseções que se encontram nas cidades do interior (como a vara 
cível da subseção judiciário de Feira de Santana – o que também acontece com 
Salvador e Lauro, municípios diferentes); 
 
 
2. Modificação de competência: 
 
Não basta que as regras de competência sejam fixadas por normas jurídicas gerais; é 
necessário que se saiba qual, dentre os vários igualmente competentes, será o juízo 
responsável concretamente pela demanda ajuizada (DIDIER, JR. Fredie). 
 
A princípio, a competência segue a lógica da Perpetuatio jurisditionis: uma vez determinada 
a competência, fixada pelo registro ou distribuição da petição inicial, o processo seguirá 
nessa mesma linha até que seja proferida a decisão. 
 
Contudo, há circunstâncias (exceções) em que o processo já tem a sua competência 
estabelecida, mas em razão de determinado fato, ela é modificada. Ela pode se dar tanto por 
questões legais, quanto de maneira voluntária. 
 
Uma vez estabelecida a competência no caso concreto, modificações de fato e de direito não 
alteram a competência anteriormente estabelecida e, assim, modificações de ordem fática 
ou jurídica não alteram sua competência previamente determinada. Salvo exceções. 
 
Sob essa perspectiva, entre as hipóteses legais de modificação de competência temos: 
 
 
 Supressão de órgão jurisdicional: Significa que o órgão revestido de jurisdição que 
existia, deixou de existir. É o exemplo da extinção de uma comarca. Assim, os 
processos migrarão para outros órgãos, os quais se tornarão competentes; 
 
 Modificação de competência absoluta: Só ocorre com a alteração legal em sentido 
amplo, não podendo ser modificado nem por ato de vontade (por ser indisponível), 
nem por conexão e continência. 
 
 
3. Conexão: 
 
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
A conexão, assim como a continência, modifica apenas regras de competência relativa. A 
conexão é gênero que abarca a continência, posto que é a relação de semelhança entre 
demandas, devendo analisar as demandas de acordo com o caso concreto. 
A conexão é uma situação de fato (semelhança entre demandas) que produz uma série de 
possíveis efeitos. Um desses possíveis efeitos é a reunião das causas para julgamento 
conjunto (mas nem sempre isso vai ocorrer). Assim, a conexão não deve se confundir com 
seus efeitos. 
 
Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles já 
tenha sido sentenciado. 
 
 
Como já mencionado, a conexão é uma relação de semelhança entre demandas. A análise da 
semelhança depende de uma série de critérios, que são: 
 
 Critério tradicional: Existência de identidade de causa de pedir ou o pedido; 
 
 Identidade de relação jurídica material: Não tem previsão legal, mas é acatado pela 
doutrina. Nesse caso, há uma relação jurídica comum. Ex.: Divórcio e alimentos se 
relacionam com o matrimônio; 
 
 Identidade de questões fáticas/jurídicas (Carnelutti): Se existe uma identidade fática, 
há conexão (a base fática é a mesma). Ex: Uma colisão entre veículos que atinge 
diferentes pessoas. Será uma mesma colisão discutindo pedidos diferentes (diferentes 
pontos de vista – o que sofreu o dano e o que causou); 
 
 Prejudicialidade ou preliminariedade: Uma causa é prejudicial à outra se o seu 
julgamento influencia no julgamento da outra (direciona); na preliminariedade, o 
julgamento de uma causa impede o da outra (elimina). Nesse sentido, no que tange à 
causa preliminar, a depender do resultado, esta poderá impedir o julgamento de 
uma causa subsidiária; 
 
 Afinidade: Uma relação entre demandas que é bastante frágil, pois deve produzir a 
mesma base de tese; 
 
AULA 05 – CONTINÊNCIA 
 
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
1. Continência: 
Trata-se de uma espécie de conexão, caracterizada pela relação de continente-conteúdo. 
Continência não se confunde com litispendência. 
 Ocorrerá a continência quando as ações têm as mesmas partes e a mesma causa de 
pedir, mas o pedido, embora diferente, de uma delas engloba o da outra (P1 = P2 + 
P3); 
 Litispendência ocorre quando duas ações possuem as mesmas partes, as mesmas 
causas e os mesmos pedidos; 
 
 
2. Efeitos: 
 
 Permite-se a reunião dos processos conexos, mas um deles não pode ter sido 
sentenciado. No caso da continência, só haverá reunião se o conteúdo tiver sido 
ajuízo antes da demanda do pedido continente. 
Art. 55 – NCPC: Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o 
pedido ou a causa de pedir. 
§ 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta, salvo se um deles 
já houver sido sentenciado. 
§ 2º Aplica-se o disposto no caput : 
I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao mesmo ato 
jurídico; 
II - às execuções fundadas no mesmo título executivo. 
§ 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de 
prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo 
sem conexão entre eles. 
Art. 56 – NCPC: Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade 
quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o 
das demais. 
Art. 57 – NCPC: Quando houver continência e a ação continente tiver sido proposta 
anteriormente, no processo relativo à ação contida será proferida sentença sem resolução 
de mérito, caso contrário, as ações serão necessariamente reunidas. 
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
 
 Possibilidade de extinção do processo: 
É possível extinguir a demanda menor no que tange à continência. 
 
 Suspensão do processo: 
Se não for possível reunir, é possível suspender. 
Art. 313 – NCPC: Suspende-se o processo: 
V - quando a sentença de mérito: 
a) depender do julgamento de outra causa ou da declaração de existência ou de inexistência 
de relação jurídica que constitua o objeto principal de outro processo pendente; 
b) tiver de ser proferida somente após a verificação de determinado fato ou a produção de 
certa prova, requisitada a outro juízo; 
 
Art. 315 – NCPC: Se o conhecimento do mérito depender de verificação da existência de fato 
delituoso, o juiz pode determinar a suspensão do processo até que se pronuncie a justiça 
criminal. 
Dependendo da existência de fato delituoso, o juiz cível pode esperar a decisão do juiz 
penal. Todavia, o juiz cívelnão fica na eterna dependência da justiça criminal. O CPC traz a 
hipótese da competência concorrente sucessiva (por inação ou demora das instâncias 
criminais, o juiz pode ser investido de competência para apreciar a questão de forma 
incidental). O juiz cível não vai analisar se houve ou não crime. 
 
 Distribuição por dependência: 
O processo é direcionado a um órgão específico. 
Art. 58 – NCPC: A reunião das ações propostas em separado far-se-á no juízo prevento, onde 
serão decididas simultaneamente. 
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
Art. 59 – NCPC: O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo. 
O registro ou a distribuição da penal inicial torna o juiz competente. 
Nas hipóteses de distribuição por dependência, o feito será distribuído para o juiz de 1ª 
instância (desde que competente). O juiz que conhecer o bem será declarado prevento e 
julgará o feito. 
 
3. Outras observações: 
Art. 60 – NCPC: Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado, comarca, seção ou 
subseção judiciária, a competência territorial do juízo prevento estender-se-á sobre a 
totalidade do imóvel. 
Art. 61 – NCPC: A ação acessória será proposta no juízo competente para a ação principal. 
Art. 62 – NCPC: A competência determinada em razão da matéria, da pessoa ou da função é 
inderrogável por convenção das partes. 
O art. 61 apresenta a máxima de que o acessório segue a principal. A ação acessória deve ser 
proposta no juízo competente para a ação principal. 
As partes não podem modificar a competência do juiz. 
 
Art. 63 – NCPC: As partes podem modificar a competência em razão do valor e do território, 
elegendo foro onde será proposta ação oriunda de direitos e obrigações. 
§ 1º A eleição de foro só produz efeito quando constar de instrumento escrito e aludir 
expressamente a determinado negócio jurídico. 
§ 2º O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes. 
Fala-se, aqui, em competência relativa. 
Não existe foro de eleição tácito. 
O foro de eleição é sempre um negócio acessório a um negócio principal. Não é possível 
firmar um foro de eleição de mérito, por exemplo. 
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
§ 3º Antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada ineficaz de 
ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro de domicílio do réu. 
§ 4º Citado, incumbe ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro na 
contestação, sob pena de preclusão. 
É possível, porém não é a regra, admitir a incompetência relativa de ofício, caso constatada 
uma cláusula abusiva de eleição de foro, de modo que beneficie uma das partes de forma 
acentuada. 
O juiz está limitado ao tempo da defesa (da contestação). Destarte, não pode reconhecer a 
incompetência a qualquer tempo (art. 63, § 3º, NCPC). 
Citado, incube ao réu alegar a abusividade da cláusula de eleição de foro, sob pena de 
configurar preclusão em caso de silêncio (perda do direito por um lapso temporal e certo 
“desleixo” do interessado). 
 
 
AULA 06 – REGRAS DE COMPETÊNCIA TERRITORIAL E EM RELAÇÃO À PESSOA 
 
1. Exceções à perpetuação da jurisdição: 
 
Art. 45 – NCPC: 
§ 1º Os autos não serão remetidos se houver pedido cuja apreciação seja de competência do 
juízo perante o qual foi proposta a ação. 
§ 2º Na hipótese do § 1º, o juiz, ao não admitir a cumulação de pedidos em razão da 
incompetência para apreciar qualquer deles, não examinará o mérito daquele em que exista 
interesse da União, de suas entidades autárquicas ou de suas empresas públicas. 
§ 3º O juízo federal restituirá os autos ao juízo estadual sem suscitar conflito se o ente 
federal cuja presença ensejou a remessa for excluído do processo. 
 
2. Regras de competência: 
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
Art. 46 – NCPC: A ação fundada em direito pessoal ou em direito real sobre bens móveis será 
proposta, em regra, no foro de domicílio do réu. 
Ações fundadas em direitos pessoais são (I) aquelas que discutem direitos de personalidade 
e (II) que lidam com obrigações. 
Como regra, a ação é proposta no foro de domicílio do réu (competência relativa). Observa-
se que o próprio código admite exceções. 
§ 1º Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles. 
§ 2º Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele poderá ser demandado onde for 
encontrado ou no foro de domicílio do autor. 
§ 3º Quando o réu não tiver domicílio ou residência no Brasil, a ação será proposta no foro 
de domicílio do autor, e, se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em 
qualquer foro. 
§ 4º Havendo 2 (dois) ou mais réus com diferentes domicílios, serão demandados no foro de 
qualquer deles, à escolha do autor. 
§ 5º A execução fiscal será proposta no foro de domicílio do réu, no de sua residência ou no 
do lugar onde for encontrado. 
O parágrafo 2º faz menção à competência concorrente. 
O parágrafo 3º não trata de competência concorrente pois faz menção à regra: foro de 
domicílio do autor. 
Visa-se à proteção em relação à inconveniência do foro no que tange ao réu residido fora do 
Brasil (art. 46, § 3º, parte final, NCPC). 
 
Art. 47 – NCPC: Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro 
de situação da coisa. 
§ 1º O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não 
recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e 
de nunciação de obra nova. 
§ 2º A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem 
competência absoluta. 
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
Em regra, o artigo 47 é competência relativa. 
Se o litígio recair sobre litígio de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de 
terras e de nunciação de obra nova: pode-se optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro 
de eleição. Tem-se um problema pois os exemplos listados representam 99% dos casos. 
Observa-se que alguns direitos – como direitos reais sobre imóveis (hipoteca, anticrese, 
penhor) – não são mencionados. 
O parágrafo 2º apresenta uma regra de competência absoluta. 
 
Art. 48 – NCPC: O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o 
inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a 
impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for 
réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro. 
Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente: 
I - o foro de situação dos bens imóveis; 
II - havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes; 
III - não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio. 
Causas de direitos reais sobre bens imobiliários: competência internacional exclusiva do 
Brasil 
 
Art. 49 – NCPC: A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu último 
domicílio, também competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o cumprimento 
de disposições testamentárias. 
Art. 50 – NCPC: A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de domicílio de seu 
representante ou assistente. 
Art. 51 – NCPC: É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autora a 
União. 
Parágrafo único. Se a União for a demandada, a ação poderá ser proposta no foro de 
domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação 
da coisa ou no Distrito Federal. 
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
Art. 52 – NCPC: É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor 
Estado ou o Distrito Federal. 
Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a ação poderá ser 
proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a 
demanda, no de situação da coisa ou na capital do respectivo ente federado. 
Um estado-membropode ajuizar uma ação em outro estado. Qualquer pessoa pode ajuizar 
uma ação em qualquer lugar, independentemente de existir a divisão em entes federativos. 
 
Art. 53 – NCPC: É competente o foro: 
I - para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou 
dissolução de união estável: 
a) de domicílio do guardião de filho incapaz; 
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz; 
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal; 
d) de domicílio da vítima de violência doméstica e familiar, nos termos da Lei nº 11.340, de 7 
de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha); (Incluída pela Lei nº 13.894, de 2019) 
II - de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos; 
III - do lugar: 
a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica; 
b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica contraiu; 
c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou associação sem 
personalidade jurídica; 
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento; 
e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo 
estatuto; 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2006/Lei/L11340.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13894.htm#art2
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano por ato 
pratiado em razão do ofício; 
IV - do lugar do ato ou fato para a ação: 
a) de reparação de dano; 
b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios; 
V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em 
razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves. 
Observa-se que a maioria dos artigos listados discorre sobre competência territorial. 
Visa-se à ampliação do acesso à justiça. 
 
3. Regras de competência federal: 
Estão dispostas em diversos dispositivos, tais como os arts. 108 e 109 da Constituição 
Federal. 
 
Art. 109 – CF: Aos juízes federais compete processar e julgar: 
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem 
interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as 
de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; 
Matérias excluídas: Falência, recuperação judicial, insolvência, acidente do trabalho, justiça 
do trabalho, justiça eleitoral. 
“Entidades autárquicas” admite uma interpretação extensiva, abrangendo fundações 
públicas, etc. 
“Empresa pública federal”: Causas envolvendo Sociedades de Economia Mista (ex: Banco do 
Brasil) não se encontram aqui inseridas (competência comum estadual). A interpretação, 
neste caso, é literal. 
Existem precedentes no STJ estendendo a regra acima a mandados de segurança em relação 
a atos contra Sociedade de Economia Mista federal no exercício de competência da União. 
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
 
Supondo que haja um processo na justiça estadual entre A (autor) e B (réu). A União passa a 
intervir neste processo. A justiça estadual tem que receber e remeter o processo 
imediatamente para a justiça federal. O processo que era da justiça comum estadual foi 
remetido à justiça federal em razão da intervenção da União. O juiz federal vai analisar a 
intervenção e verificar se procede ou não. Se entender que não procede, exclui-se a 
participação da União e o processo será devolvido para a justiça estadual (é isso que 
expressa o art. 45 do Código de Processo Civil). O estadual não é competente para analisar 
se procede ou não a intervenção (ele apenas remete e quem analisa é a União). 
Art. 45 – NCPC: Tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão remetidos ao 
juízo federal competente se nele intervier a União, suas empresas públicas, entidades 
autárquicas e fundações, ou conselho de fiscalização de atividade profissional, na qualidade 
de parte ou de terceiro interveniente, exceto as ações: 
 
I - de recuperação judicial, falência, insolvência civil e acidente de trabalho; 
II - sujeitas à justiça eleitoral e à justiça do trabalho. 
A cumulação de pedidos (art. 327, NCPC) para acontecer exige, entre outros requisitos, que 
os pedidos tenham a mesma competência. Caso de competências diferentes, cada juiz julga 
o pedido relacionado à sua competência. Esse fenômeno será desenvolvido no final do 
curso. 
 
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa 
domiciliada ou residente no País; 
Essas causas também são competências da justiça estadual (competência em relação à 
pessoa). Essa situação precisa ser lida a partir da competência originária do STF para julgar e 
processar causas que envolvam Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o 
Estado, o Distrito Federal ou o Território (art. 102, I, e, CF). 
 
Art. 102 – CF: Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da 
Constituição, cabendo-lhe: 
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e a União, o Estado, o 
Distrito Federal ou o Território 
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
Deve-se ficar atento aos termos pois às vezes questões objetivas trocam, por exemplo, DF 
(art. 102) com município (art. 109). 
 
AULA 07 – ANÁLISE DO ART. 109 DA CF 
 
1. Incidente de deslocamento de competência: 
O IDC constitui mecanismo consagrador da federalização dos crimes graves contra os 
direitos humanos. Ele está previsto na CF da seguinte forma: no próprio artigo 109, o seu 
inciso V determina que cabe aos juízes federais processar e julgar as causas relativas a 
direitos humanos a que se refere o §5º desse mesmo artigo. Assim, nas hipóteses de grave 
violação de direitos humanos, o Procurador Geral da República poderá suscitar em qualquer 
fase do processo, o incidente de deslocamento de competência para a justiça federal. 
Art. 109, § 5º - CF: Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral 
da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de 
tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, 
perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente 
de deslocamento de competência para a Justiça Federal. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
 
2. Continuação da análise do art. 109 da CF: 
Art. 109 – CF: Aos juízes federais compete processar e julgar: 
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem 
interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as 
de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; 
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa 
domiciliada ou residente no País; 
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou 
organismo internacional; 
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou 
interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as 
contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art109
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art109
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução 
no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; 
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; (Incluído 
pela EmendaConstitucional nº 45, de 2004) 
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o 
sistema financeiro e a ordem econômico-financeira; 
VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o 
constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra 
jurisdição; 
VIII - os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, 
excetuados os casos de competência dos tribunais federais; 
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da 
Justiça Militar; 
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta 
rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas 
referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; 
XI - a disputa sobre direitos indígenas. 
 
 Em razão da pessoa (incisos I, II, X e XI); 
 Em razão da matéria (III a VII e IX); 
 Competência funcional (VIII); 
 
3. Competência territorial da justiça federal: 
Art. 109 – CF: 
§ 1º As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver 
domicílio a outra parte. 
§ 2º As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que 
for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à 
demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal. 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art1
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art1
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
Não há respectividade entre município e subseção. 
 
§ 3º Lei poderá autorizar que as causas de competência da Justiça Federal em que forem 
parte instituição de previdência social e segurado possam ser processadas e julgadas na 
justiça estadual quando a comarca do domicílio do segurado não for sede de vara 
federal. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
§ 4º Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal 
Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau. 
Os parágrafos 3º e 4º discorrem sobre a delegação de competência. 
Se o sujeito for ajuizar uma ação contra o INSS, ele não precisa se deslocar até o local. 
Amplia-se, assim, o acesso à justiça. 
OBS: Não se deve confundir delegação de competência com deslocamento de competência. 
DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA 
Da justiça estadual, o incidente pode ser 
deslocado para a estrutura federal. O 
incidente desloca a competência. O juiz 
federal passa a ser competente para a causa. 
Ferramenta pensada para facilitar o acesso à 
justiça. 
 
Técnica por meio do qual causa da 
competência da justiça federal pode ser 
processada e julgada perante a justiça 
estadual nos locais em que não forem sede 
de vara federal. 
 
A competência se mantém com a justiça 
federal (o que não ocorre no deslocamento). 
 
4. Competência dos Tribunais Regionais Federais: 
Art. 108 – CF: Compete aos Tribunais Regionais Federais: 
I - processar e julgar, originariamente: 
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do 
Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da 
União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc103.htm#art1
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da 
região; 
c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tribunal ou de juiz 
federal; 
d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal; 
e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal; 
II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes 
estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição. 
 
5. Conflito de competência: 
 Positivo: Dois ou mais juízes se reconhecem como competentes para julgar 
determinada causa; 
 Negativo: Dois ou mais juízes se reconhecem como incompetentes para julgar 
determinada causa; 
Pode-se seguir as seguintes regras: 
I - O STF, se tiver tribunal superior; 
II - Tribunal na mesma estrutura e de hierarquia superior; 
III - Quando não tiver, a competência é do STJ. 
 
AULA 08 – SUJEITOS PROCESSUAIS 
 
1. Os sujeitos processuais – aspectos gerais: 
Os sujeitos processuais são todos aqueles que atuam no processo e nele produzem efeitos. 
Tais sujeitos assumem, ao longo de toda a cadeia procedimental, diversas posições jurídicas 
– sejam ativas (faculdades) ou passivas (deveres). 
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
Os sujeitos processuais mais conhecidos são as partes e o juiz (órgão jurisdicional), sendo 
necessário o preenchimento de determinados requisitos para que haja processo, entre eles a 
parte demandante e o órgão jurisdicional. 
As partes, diferentemente do órgão jurisdicional, são sujeitos processuais interessados, ou 
seja, defendem posições jurídicas (interesses jurídicos) no processo, atuando com 
parcialidade. Essas posições jurídicas assumidas pelas partes variam ao longo do processo, 
não existindo uma rigidez (há direitos e deveres recíprocos). 
Os interesses das partes podem ser subjetivos (particulares – ex: interesses econômicos) ou 
objetivos (teses, ideias – vide o Amicus curiae). 
Há outros sujeitos processuais para além dos mencionados (partes e juiz), tais como o 
Amicus curiae (amigo da corte), o qual traz informações importantes para a solução do 
litígio, aprimorando o magistrado. A figura do Amicus curiae será aprofundada em momento 
posterior do curso. 
Muitas vezes há a convergência de interesses entre as partes – seja durante o processo ou 
após a obtenção do resultado. O modelo de rivalidade e antagonismo (“briga irracional” – 
partes enquanto sujeitos em contraditório), aos poucos, foi sendo substituído pelo modelo 
cooperativo (diálogo), ou seja, pautado na cooperação entre as partes do processo. Nesse 
sentido, faz-se de suma importância garantias processuais como o contraditório, embora tal 
termo tenha perdido o sentido. 
É sobre as partes que recairão os efeitos da decisão judicial, pouco importando se é autor ou 
réu. Daí se fala na bilateralidade da ação e na inevitabilidade da jurisdição. O sujeito, uma 
vez submetido à jurisdição, não pode se negar a se submeter (no caso do réu) e pode ser 
substituído pela vontade jurisdicional (no caso do autor). 
Autor é aquele que deduz uma pretensão em juízo e o réu é contra quem a pretensão está 
sendo exercida. Pode existir processo sem réu, contudo os efeitos de uma decisão judicial só 
se aplicariam aos sujeitos que atuaram em contraditório. É possível o julgamento do mérito 
(de um dos pedidos ou do processo integralmente) para se reconhecer a improcedência 
liminar que atendam a determinadas circunstâncias (ex: prescrição e decadência). 
 
2. Garantias processuais importantes: 
A citação é requisito de validade para os atos subsequentes e de eficácia no que tange à 
produção de efeitos para o réu. 
A paridade de armas (igualdade) significa que as partes precisam ter instrumentos e técnicas 
equivalentes para apresentar as suas razões. É necessário dar às partes a capacidade de se 
“neutralizarem”. Em suma, paridade de armas é equivalência de poder. 
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
Deve-se observar o contraditório – no aspecto formal (ampla defesa = apresentar 
argumentos e razões), e no sentido material (o órgão jurisdicional tem a obrigação de ser 
influenciado pelos argumentos/manifestações das partes). 
 
3. O Ministério Público: 
O Ministério Público geralmente é autor, mas também pode ser réu em um processo (vide 
os casos de impedimento e suspeição de membrosdo MP). O MP pode participar tanto em 
posições ativas quanto em posições passivas em um processo. 
Art. 178 – NCPC: O Ministério Público será intimado para, no prazo de 30 (trinta) dias, 
intervir como fiscal da ordem jurídica nas hipóteses previstas em lei ou na Constituição 
Federal e nos processos que envolvam: 
I - interesse público ou social; 
II - interesse de incapaz; 
III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana. 
Parágrafo único. A participação da Fazenda Pública não configura, por si só, hipótese de 
intervenção do Ministério Público 
O Ministério Público pode intervir como defensor da lei (fiscal da ordem jurídica) ou na 
representação das partes (vide o Caso Boate Kiss) – arts. 127 a 130-A CF/88. 
 
Para a próxima aula: A decisão judicial também pode produzir efeitos em relação a 
terceiros? + Como se tornar parte do processo? 
 
AULA 09 – EFEITOS EM RELAÇÃO A TERCEIROS 
 
1. Pode o processo produzir efeitos em relação a terceiros? 
A regra é de que o processo não produz efeitos em relação a terceiros. 
Há, contudo, ocasiões em que a decisão judicial produz efeitos em relação a terceiros. Ex: O 
divórcio, uma vez decretado, produz efeitos em diversas outras áreas, como o setor 
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
imobiliário e bancário (não sendo necessária a anuência do ex-cônjuge). São desnecessárias 
as formalidades cartoriais excessivas, uma vez decretado o divórcio. 
Vejamos os seguintes institutos: 
 Intervenção de terceiros: Os possíveis terceiros de sofrer efeitos do processo podem 
participar deste, de forma voluntária ou imposta; 
 Extensão subjetiva da coisa julgada: No contexto da coisa julgada, em regra, o regime 
jurídico da coisa julgada é interpartes (apenas haverá coisa julgada em relação aos 
sujeitos que atuaram em contraditório e, por conseguinte, no processo). Todavia, 
pode-se ter coisa julgada em relação a terceiro, o qual pode alegá-la na defesa dos 
seus interesses (vimos isso em Arbitragem). Ex: O juiz dá uma ordem a um banco 
para bloquear uma conta; 
 
2. Aquisição da qualidade de parte: 
 
 Demanda: Demandar possibilita se tornar autor do processo; 
 Citação: Figura como réu; 
 Intervenção de terceiros: O sujeito que não é parte do processo, adquire a qualidade 
de parte; 
 Sucessão processual: Um terceiro, seja em razão da morte ou de forma voluntária; 
 
3. O juiz: 
Sujeito processual imparcial que pode atuar tanto individualmente quanto através de 
colegiado. 
O órgão jurisdicional apresenta como principal característica a imparcialidade. A 
imparcialidade não significa ser desprovido de valores e experiências. Portanto, não se 
confunde com neutralidade. 
Há um distanciamento do juiz com a causa do julgamento. É um sujeito estranho/afastado 
do processo que está julgando. A depender da ideologia do juiz, deve-se afastar, 
reconhecendo a sua parcialidade (princípio da competência-competência). 
Há a vedação do non liquet, ou seja, uma vez competente, o juiz não pode se negar a julgar 
(decidir). 
O magistrado possui Poder de Polícia, visando a garantir a ordem e o decoro no processo. 
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
Há, também, os poderes jurisdicionais propriamente ditos – voltados efetivamente à 
prestação da atividade jurisdicional. Ex: Instrumental, como o poder de gerar a efetividade 
de uma medida coercitiva aplicada. 
Vejamos os demais poderes do juiz: 
Art. 139 – NCPC: O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, 
incumbindo-lhe: 
I - assegurar às partes igualdade de tratamento; 
Esse inciso remete ao expresso no art. 7º do mesmo diploma. A paridade de armas é 
garantida, principalmente, por meio de um efetivo contraditório (capacidade de ser ouvido e 
de influenciar efetivamente a decisão). 
Art. 7º - NCPC: É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de 
direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à aplicação 
de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório. 
 
II - velar pela duração razoável do processo; 
III - prevenir ou reprimir qualquer ato contrário à dignidade da justiça e indeferir postulações 
meramente protelatórias; 
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias 
necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que 
tenham por objeto prestação pecuniária; 
V - promover, a qualquer tempo, a autocomposição, preferencialmente com auxílio de 
conciliadores e mediadores judiciais; 
O magistrado deve proporcionar a solução consensual dos conflitos (art. 3º, § 2º, NCPC). 
VI - dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, 
adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tutela do 
direito; 
Desde que de forma fundamentada, pode alterar a ordem da obtenção de provas. 
VII - exercer o poder de polícia, requisitando, quando necessário, força policial, além da 
segurança interna dos fóruns e tribunais; 
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
VIII - determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes, para inquiri-las 
sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso; 
IX - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios 
processuais; 
X - quando se deparar com diversas demandas individuais repetitivas, oficiar o Ministério 
Público, a Defensoria Pública e, na medida do possível, outros legitimados a que se referem 
o art. 5º da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985 , e o art. 82 da Lei nº 8.078, de 11 de 
setembro de 1990 , para, se for o caso, promover a propositura da ação coletiva respectiva. 
O magistrado pode identificar causas individuais que apresentam potencial para produzir 
efeitos em uma coletividade. O juiz pode oficiar os órgãos estatais de proteção da 
coletividade e, se for possível, outros legitimados (associações, por exemplo) para que estes 
possam atuar no processo de forma efetiva. 
Parágrafo único. A dilação de prazos prevista no inciso VI somente pode ser determinada 
antes de encerrado o prazo regular. 
 
Vejamos a seguir as causas de impedimento e de suspeição do juiz, as quais podem torna-lo 
incompetente. Tal juiz está vedado a julgar ou é recomendável que não atue por não estar 
adequadamente distante do conflito. 
No impedimento, há uma vedação para que o juiz julgue o processo. O impedimento decorre 
de fatores objetivos, os quais estão listados, principalmente, no art. 144 do Código de 
Processo Civil. 
 
Art. 144 – NCPC: Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no 
processo: 
I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou como 
membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha; 
II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão; 
No inciso I, o juiz está bastante envolvido no processo. 
No caso do inciso II, um juiz que tenha julgado em uma instância inferior, caso promovido, 
não pode apreciar novamente a matéria. 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7347orig.htm#art5
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8078.htm#art82
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8078.htm#art82
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou membro do 
Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, consanguíneo ou 
afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; 
O juiz é declarado impedido caso determinados parentes exerçam determinados cargos 
(como defensor público, advogado ou membro do Ministério Público). 
Colateral até terceiro grau é a relação entre tio(a) e sobrinho(a). 
IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, ou parente, 
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive;V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa jurídica parte no 
processo; 
Não faz sentido julgar uma empresa da qual é sócio ou membro. 
VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer das partes; 
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação de emprego 
ou decorrente de contrato de prestação de serviços; 
Caso seja professor, por exemplo, de uma faculdade que faz parte do processo, tem-se uma 
causa de impedimento. 
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge, 
companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro 
grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de outro escritório; 
IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado. 
 
§ 1º Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o defensor público, o 
advogado ou o membro do Ministério Público já integrava o processo antes do início da 
atividade judicante do juiz. 
§ 2º É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar impedimento do juiz. 
§ 3º O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de mandato conferido 
a membro de escritório de advocacia que tenha em seus quadros advogado que 
individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente 
no processo. 
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
 
Art. 147 – NCPC: Quando 2 (dois) ou mais juízes forem parentes, consanguíneos ou afins, em 
linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, o primeiro que conhecer do processo 
impede que o outro nele atue, caso em que o segundo se escusará, remetendo os autos ao 
seu substituto legal. 
Ex: O processo foi conduzido pelo juiz A. A se aposentou no curso do processo. Quando o 
processo voltou, quem estava compondo o órgão jurisdicional era B, filho de A. B não pode 
julgar. B se escusará, consoante a parte final do artigo supratranscrito. 
Cônjuge, sogro, genro, nora, sogra, irmão, tio, sobrinho, filho são pessoas com uma relação 
muito forte, razão pela qual acertou o magistrado na redação do art. 147. 
 
 
Art. 145 – NCPC: Há suspeição do juiz: 
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados; 
II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de 
iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que 
subministrar meios para atender às despesas do litígio; 
III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou 
companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive; 
IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes. 
Observa-se a presença de elementos subjetivos e expressões vagas (“amigo íntimo”, 
“interessado no julgamento”), o que abre margem para uma discricionariedade. 
 
§ 1º Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de 
declarar suas razões. 
§ 2º Será ilegítima a alegação de suspeição quando: 
I - houver sido provocada por quem a alega; 
II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta aceitação do arguido. 
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
Não pode A, parte do processo, dar um presente ao juiz e pedir a suspeição deste. 
O inciso II discorre sobre um abuso de direito. A concordância expressa ou tácita do juiz não 
pode ser contrariada com a arguição posterior da suspeição. 
 
Art. 146 – NCPC: No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a parte 
alegará o impedimento ou a suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do processo, na 
qual indicará o fundamento da recusa, podendo instruí-la com documentos em que se 
fundar a alegação e com rol de testemunhas. 
§ 1º Se reconhecer o impedimento ou a suspeição ao receber a petição, o juiz ordenará 
imediatamente a remessa dos autos a seu substituto legal, caso contrário, determinará a 
autuação em apartado da petição e, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentará suas razões, 
acompanhadas de documentos e de rol de testemunhas, se houver, ordenando a remessa 
do incidente ao tribunal. 
§ 2º Distribuído o incidente, o relator deverá declarar os seus efeitos, sendo que, se o 
incidente for recebido: 
I - sem efeito suspensivo, o processo voltará a correr; 
II - com efeito suspensivo, o processo permanecerá suspenso até o julgamento do incidente. 
§ 3º Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido o incidente ou quando este for 
recebido com efeito suspensivo, a tutela de urgência será requerida ao substituto legal. 
§ 4º Verificando que a alegação de impedimento ou de suspeição é improcedente, o tribunal 
rejeitá-la-á. 
§ 5º Acolhida a alegação, tratando-se de impedimento ou de manifesta suspeição, o tribunal 
condenará o juiz nas custas e remeterá os autos ao seu substituto legal, podendo o juiz 
recorrer da decisão. 
§ 6º Reconhecido o impedimento ou a suspeição, o tribunal fixará o momento a partir do 
qual o juiz não poderia ter atuado. 
§ 7º O tribunal decretará a nulidade dos atos do juiz, se praticados quando já presente o 
motivo de impedimento ou de suspeição. 
 
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
Art. 148 – NCPC: Aplicam-se os motivos de impedimento e de suspeição: 
I - ao membro do Ministério Público; 
II - aos auxiliares da justiça; 
III - aos demais sujeitos imparciais do processo. 
§ 1º A parte interessada deverá arguir o impedimento ou a suspeição, em petição 
fundamentada e devidamente instruída, na primeira oportunidade em que lhe couber falar 
nos autos. 
§ 2º O juiz mandará processar o incidente em separado e sem suspensão do processo, 
ouvindo o arguido no prazo de 15 (quinze) dias e facultando a produção de prova, quando 
necessária. 
§ 3º Nos tribunais, a arguição a que se refere o § 1º será disciplinada pelo regimento interno. 
§ 4º O disposto nos §§ 1º e 2º não se aplica à arguição de impedimento ou de suspeição de 
testemunha. 
As hipóteses referentes a testemunhas serão estudadas em Processo Civil II. 
 
AULA 10 – LITISCONSÓRCIO 
 
1. Auxiliares da justiça: 
O órgão jurisdicional, por si só, não é capaz de dar conta de todas as atividades. Há um grupo 
de pessoas que atua na atividade de apoio no exercício da atividade jurisdicional. São os 
chamados auxiliares da justiça – exercem uma atividade de apoio fundamental e 
imprescindível à atividade jurisdicional. 
 
 Auxiliares permanentes: Compõem os quadros da Administração Pública e participam 
de todos os processos (chefes de secretaria, escrivão...). 
 Auxiliares eventuais: Nem sempre compõem a estrutura do Poder Judiciário e sua 
atuação acontece de maneira eventual (nem todo processo precisa de intérprete, 
tradutor ou depositário, por exemplo). 
 
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
2. Litisconsórcio: 
Os polos de uma demanda podem ser compostos por uma ou mais pessoas. 
O litisconsórcio se caracteriza pela presença de mais de um sujeito no polo ativo, passivo ou 
em ambos da demanda. 
Os sujeitos partes de um litisconsórcio são chamados de litisconsortes. 
São três os fundamentos que justificam a existência do litisconsórcio, os quais geram três 
diferentes tipos de litisconsórcio: 
 Comunhão de interesses: Há interesses em comum. Ex: Condôminos ajuízam uma 
ação para reivindicar determinado direito (como o fornecimento de água); 
 Conexão: Indivíduos não apresentam o mesmo direito, mas estão ligados por 
relações conexas. Ex: Contrato de locação tem conexão com o direito de propriedade 
do imóvel (relação jurídica de propriedade). Em uma discussão sobre a propriedade 
do imóvel, o locatário pode ingressar em litisconsórcio, discutindo a relação jurídica 
devido à conexão e devido às possíveis consequências que lhe impactem; 
 Afinidade (impróprio): Não há co-titularidade de direitos e não há relação de 
conexão, contudo tais sujeitos apresentam situações bem semelhantes.Ex: Dois 
trabalhadores que realizaram horas extras de carga horária distinta (3 e 5 horas, por 
exemplo) em diferentes empresas (vínculo rarefeito e superficial). Outro ex: Dois 
indivíduos que sofreram acidentes distintos de trânsito; 
Art. 113 – NCPC: Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, 
ativa ou passivamente, quando: 
I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide; 
II - entre as causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir; 
III - ocorrer afinidade de questões por ponto comum de fato ou de direito. 
Há um risco de que determinado processo em litisconsórcio seja tratado como demanda 
coletiva (foco no objeto). Nesta, há um interesse de grupo (objetivos transindividuais), tais 
como a preservação do meio ambiente. Ademais, há uma indivisibilidade de tal direito, de 
sorte que a proteção do direito gera efeitos não só para um sujeito, mas para uma 
coletividade. 
A tutela coletiva no que tange aos direitos individuais homogêneos se diferencia nas 
demandas individuais e não pelo fato de ser conduzido por litisconsórcio (ou não). Os 
direitos individuais homogêneos correspondem a uma ficção jurídica (determinados pela 
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
lei), diferentemente dos difusos (direito ao meio ambiente) e coletivos (direitos do sindicato 
dos professores), os quais nascem de um fato ou de uma relação jurídica, respectivamente. 
DIREITOS GRUPO OBJETO ORIGEM EXEMPLO 
DIFUSOS Indeterminado Indivisível Fato Direito à 
preservação do 
meio ambiente 
COLETIVOS Determinado Indivisível Rel. Jurídica Direitos do 
sindicato dos 
bancários 
INDIVIDUAIS 
HOMOGÊNEOS 
Determinado Divisível Origem comum 
(ficção jurídica) 
Direitos dos 
consumidores 
que adquiriram 
um produto 
determinado 
com defeito 
 
Art. 113 – NCPC: 
§ 1º O juiz poderá limitar o litisconsórcio facultativo quanto ao número de litigantes na fase 
de conhecimento, na liquidação de sentença ou na execução, quando este comprometer a 
rápida solução do litígio ou dificultar a defesa ou o cumprimento da sentença. 
§ 2º O requerimento de limitação interrompe o prazo para manifestação ou resposta, que 
recomeçará da intimação da decisão que o solucionar. 
Vejamos um exemplo que ilustra o disposto no § 1º. Um grupo de 100 trabalhadores 
reivindicando horas extras por motivos diversos. Faz-se plausível limitar o litisconsórcio 
facultativo no que tange ao número de litigantes em prol da duração razoável do processo. 
 
3. Classificação do litisconsórcio: 
 Ativo x passivo x misto: Leva em consideração o número de sujeitos em um ou em 
ambos os polos (nomenclatura autoexplicativa); 
 Inicial x ulterior: O litisconsórcio inicial é formado com o ajuizamento da demanda; o 
litisconsórcio ulterior é formado após a instauração da demanda. Exemplos de 
litisconsórcio ulterior (superveniente): conexão, intervenção de terceiros e sucessão 
processual; 
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
 Unitário x simples: No litisconsórcio unitário, os sujeitos formam uma única parte 
(tratados como uma única pessoa). Isso se justifica por duas razões, seja a (I) 
indivisibilidade do bem ou (II) a presença de uma única relação jurídica. A título 
exemplificativo pode-se citar a reivindicação de direitos por parte de um grupo de 
condôminos (uma única relação jurídica). A decisão proferida aproveita a todos (é 
igual para todos – por isso os sujeitos são tratados como um único fossem). No 
litisconsórcio simples ou comum ocorre o oposto. Aqui há a defesa de interesses 
próprios e cada indivíduo é tratado individualmente, podendo, inclusive, a decisão 
ser diferente para cada um deles; 
 Necessário x facultativo: Autoexplicativo. O litisconsórcio facultativo é opcional – 
pode acontecer ou não. Na próxima aula veremos os requisitos do litisconsórcio 
necessário. 
 
AULA 11 – LITISCONSÓRCIO (CONTINUAÇÃO) 
 
1. Litisconsórcio – classificação: 
Geralmente o litisconsórcio necessário encontra respaldo na lei (norma). Pode também 
haver a obrigatoriedade em virtude do litisconsórcio unitário passivo. Caso não adotado o 
litisconsórcio, o juiz determinará que a parte autora adote as medidas necessárias para o 
litisconsórcio. 
OBS: Litisconsórcio necessário não se confunde com litisconsórcio unitário. 
O litisconsórcio é dito comum (ou simples), quando a decisão puder ser diferente para os 
litisconsortes (não há unidade). 
O litisconsórcio é unitário quando a decisão tiver que ser a mesma para todos os 
litisconsortes. 
O litisconsórcio é necessário ativo quando obriga dois ou mais sujeitos ingressem no polo 
ativo da demanda (autor). Isso viola o princípio da inafastabilidade da jurisdição (art. 5º, 
XXXV, CF) – não há a obrigatoriedade de demandar e veda que uma demanda dependa da 
vontade de outrem para ser ajuizada. A doutrina costuma dizer que, como regra, não existe 
litisconsórcio necessário ativo. Há exceções: 
 A lei de S.A exige, para o ajuizamento de ação que visa a discutir atos de gestão, um 
percentual mínimo de acionistas; 
 O STJ admite o litisconsórcio necessário ativo quando houver litisconsórcio unitário; 
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
Quando a demanda puder gerar efeitos a terceiros, o juiz pode determinar que o autor 
adote medidas para que terceiros ocupem um dos polos da relação jurídica processual. 
Garante-se a ampla defesa e o contraditório a terceiros. 
O terceiro pode concordar com a demanda e assumir o polo ativo, ou resistir à demanda e 
figurar no polo passivo. A jurisdição é inevitável caso réu – o terceiro não pode escolher não 
ser réu, enquanto que o autor tem discricionariedade. 
 
Art. 114 – NCPC: O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela 
natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de 
todos que devam ser litisconsortes. 
Art. 115 – NCPC: A sentença de mérito, quando proferida sem a integração do contraditório, 
será: 
I - nula, se a decisão deveria ser uniforme em relação a todos que deveriam ter integrado o 
processo; 
II - ineficaz, nos outros casos, apenas para os que não foram citados. 
Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor 
que requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, 
sob pena de extinção do processo. 
O art. 114 discorre sobre a diferença entre litisconsórcio necessário e ativo. 
O artigo subsequente aborda os efeitos da não ocorrência do litisconsórcio. A não 
observação do litisconsórcio necessário unitário (tratado como se fosse um litigante único) 
implica em nulidade pois não é possível ter uma decisão válida pra uns e não para outros (a 
decisão é uniforme). 
No que tange ao litisconsórcio necessário simples (ou comum), a decisão é ineficaz para os 
que não foram citados, ou seja, aqueles que não participaram (taxatividade). 
No que tange ao litisconsórcio passivo necessário, o autor deve citar todos que devem ser 
litisconsortes e se não fizer (ou fizer erroneamente), poderá ocorrer a extinção do processo. 
 
2. Litisconsórcio – efeitos: 
Art. 116 – NCPC: O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o 
juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes. 
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
Art. 117 – NCPC: Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte 
adversa, como litigantes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as 
omissões de um não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar. 
Art. 118 – NCPC: Cada litisconsorte tem o direito de promover o andamento do processo, e 
todos devem ser intimados dos respectivos atos. 
Consoante o art. 117, a omissão de um litisconsorte no caso de litisconsórcio unitário, não 
prejudicará os demais; contudo, efeitos positivos de determinadas atitudes tendem a 
beneficiar o todo. 
Sãoefeitos decorrentes do litisconsórcio (art. 117 – NCPC): 
LITISCONSÓRCIO SIMPLES/COMUM LITISCONSÓRCIO UNITÁRIO 
Condutas determinantes: Só prejudicam o 
agente (ex: a falta da confissão do faltante); 
 
Condutas alternativas: Potencialmente só 
favorecem o agente (um contesta a ação e o 
outro, não: só o que contesta se beneficia, 
salvo quando se tratar de matéria comum); 
Condutas determinantes: São ineficazes em 
relação a todos, salvo quando com a 
concordância de todos. Ex: Se um confessar 
e os outros, não, tal confissão é ineficaz; 
 
Condutas alternativas: Potencialmente 
favorecem a todos; 
 
 Condutas determinantes: Causam uma situação de prejuízo para o sujeito (não 
produzir provas, não exercer a defesa...); 
 Condutas alternativas: Podem trazer uma situação de vantagem no processo 
(recorrer, por exemplo); 
Art. 229 – NCPC: Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de 
advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em 
qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requerimento. 
§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é oferecida 
defesa por apenas um deles. 
§ 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos. 
 
3. Casos de litisconsórcio atípicos: 
 Litisconsórcio eventual: Se formula pedidos de caráter subsidiário em relação ao 
litisconsórcio principal. Caso não condenado no litisconsórcio principal, poderá haver 
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
condenação no litisconsórcio eventual (o segundo só é examinado se o primeiro não 
for acolhido). Há fixada, aqui, uma ordem de prioridade; 
 Litisconsórcio alternativo: Não se estabelece uma ordem de prioridade (tanto faz 
condenar A ou condenar B); 
 Litisconsórcio sucessivo: Para que ocorra a condenação do litisconsórcio 
subsequente, há a dependência em relação à procedência do pedido do litisconsórcio 
anterior. Se a pretensão foi acolhida em relação a A, se formula uma pretensão 
sucessiva em relação a B (ex: responsabilidade subsidiária trabalhista) – “se A for 
condenado, quero que se formule uma pretensão, também, contra B”. 
O assunto da prova vai até aqui (competência, partes e litisconsórcio). 
Próxima aula: Intervenção de terceiros. 
 
EXTRA: 
SÍNTESE – COMPETÊNCIA/FREDIE DIDIER JR. 
 
1. Considerações iniciais: 
 
 A jurisdição é una e, portanto, monopólio estatal; 
 Divisão em órgãos em prol de facilitar a administração jurisdicional; 
 Competência jurisdicional é o poder de exercer a jurisdição nos limites da lei; 
 A distribuição de competências se faz por meio da Constituição Federal, leis, 
regimentos internos e até mesmo negócios jurídicos processuais; 
 Regra da competência-competência: todo juiz (órgão jurisdicional) tem uma 
competência mínima – a de julgar a sua própria competência; 
 Perpetuatio jurisdictionis (perpetuação da jurisdição – art. 43, CPC): Uma vez 
competente in concreto, o juiz seguirá competente até a prolação da decisão; 
 Exceções à Perpetuatio jurisdictionis: supressão do órgão judiciário ou alteração 
superveniente da competência absoluta; 
 
2. Competência por distribuição: 
A distribuição deve ser feita imediatamente (na data de propositura da ação) consoante o 
art. 93, XV, CF/88. 
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
As normas que tratam da distribuição são cogentes e, portanto, normas de competência 
absoluta, de modo que a fraude à distribuição implica em incompetência absoluta. 
 
3. Classificação da competência: 
 
a) Competência do foro (territorial) e competência do juízo: 
Foro é o local onde o órgão jurisdicional exerce as suas funções; é a unidade territorial sobre 
a qual se exerce o poder jurisdicional. 
Assim, para uma mesma causa, verifica-se primeiro qual o foro competente, depois o juízo. 
A competência do foro é regulada pelo CPC. 
 
b) Competência originária e derivada: 
 
 Competência originária: Atribuída ao órgão jurisdicional para conhecer da causa em 
primeiro lugar; 
 Competência derivada: O órgão jurisdicional conhece em grau de recurso; 
 
c) Competência absoluta x competência relativa: 
COMPETÊNCIA ABSOLUTA COMPETÊNCIA RELATIVA 
Atende aos interesses públicos. 
 
A incompetência absoluta pode ser alegada 
a qualquer tempo, por qualquer das partes. 
 
A incompetência absoluta pode ser 
reconhecida de ofício (ex officio) pelo órgão 
julgador. 
 
A incompetência absoluta é um defeito 
grave, podendo ser arguida até dois anos 
após o trânsito em julgado. 
 
Regras cogentes. 
Atende, principalmente, a interesse 
particular. 
 
A incompetência relativa somente pode ser 
arguida pelo réu, na contestação (sob pena 
de preclusão e prorrogação da 
competência). 
 
A incompetência relativa não pode ser 
reconhecida de ofício (ex officio) pelo órgão 
julgador. 
 
Regras dispositivas – podem ser modificadas 
pela vontade das partes, quer pelo foro de 
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
 
Regras não sujeitas à conexão ou 
continência. 
 
Ex: Competência em razão da matéria, da 
pessoa e funcional + em razão do valor da 
causa (quando extrapolar os limites 
estabelecidos pelo legislador). 
 
Mudança superveniente de competência 
absoluta impõe o deslocamento da causa 
para outro juízo, excetuando a perpetuação 
da competência. 
eleição, quer pela não alegação da 
incompetência relativa. 
 
Regras sujeitas à conexão ou continência. 
 
Ex: Competência territorial (como regra) e + 
competência pelo valor da causa (quando 
aquém do limite estabelecido pela lei). 
 
 
Mudança superveniente de competência 
relativa é um irrelevante processual, 
mantendo a regra da perpetuação da 
competência. 
 
 
 
 
4. Foros concorrentes, forum shopping, forum non conveniens e princípio da 
competência adequada: 
Forum shopping: A escolha do foro pelo demandante (escolhe o que acredita ser o mais 
favorável a seus interesses, desde que compatível com a proteção da boa-fé). Destarte, é 
ilícito o abuso de direito – técnica de dificultar a defesa do demandado ou impedir o bom 
prosseguimento do processo (princípio da competência adequada – visa à preservação do 
direito fundamental a um processo adequado e leal). 
Para se evitar o arbítrio emergiu a regra de temperamento (forum non conveniens), a qual 
concede discricionariedade para o juiz analisar a competência do caso concreto como justa e 
adequada. Trata-se de equilibrar segurança jurídica e justiça do caso concreto. 
Foros concorrentes: Todos eles são igualmente competentes para julgar um determinado 
tipo de demanda, devendo ser controlado in concreto o exercício do direito de escolha do 
foro. 
 
5. Competência constitucional: 
Há quem considere como não-juiz o magistrado que decide em dissonância com as normas 
constitucionais que atribuem jurisdição (Calmon de Passos). Para Fredie Didier, contudo, 
Thiago Coelho (@taj_studies) 
 
apesar da tese sedutora, o caso é de incompetência e não da falta de jurisdição – se fala em 
sentença inválida e não em sentença inexistente. 
A incompetência internacional é causa de ação rescisória (art. 966, II, CPC). 
 
6. Competência internacional: 
Existem outros Estados, também organizados, que não reconhecem a validade ou eficácia de 
uma sentença proferida em outro. 
A competência internacional visa, portanto, a delimitar o espaço em que se deve atuar a 
jurisdição (princípio da efetividade). É a limitação da jurisdição de um Estado em face de 
outros (limitação espacial da jurisdição). 
O CPC trata dessa competência ao longo dos arts. 21 a 24. 
 Competência internacional concorrente ou cumulativa (arts. 21 e 22, CPC): 
necessidade de homologação pelo STJ para eficácia; 
 Competência internacional exclusiva (art. 23, CPC): sentença proferida no estrangeiro 
não produz qualquer efeito no território nacional; 
 Competência concorrente e litispendência (art. 24, CPC): ação

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