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DIREITO E LINGUAGEM: A REPERCUSSÃO DA LÍNGUA JURÍDICA. O Direito está presente em nosso cotidiano, mesmo que não notemos, independente do ocorrido, ele sempre existirá em quaisquer um dos ramos. O Direito relaciona-se com diversas disciplinas, dentre elas a ética, a filosofia, a sociologia, etc. Por isso, a importância que tem para o jurista, não só da linguagem em si, mas de todas as normas da língua. Atualmente, na advocacia, existem operadores do direito que esbarram em dificuldades no correto uso da linguagem e das normas gramaticais, onde se tem como consequência demora no andamento do processo, causando insatisfação do cliente. Entretanto, o advogado precisa dominar esta área da Linguagem, qualitativamente no que diz respeito à colocação das palavras, as estruturas gramaticais e das variações do vocabulário. A Linguagem do advogado é formal, e, na maioria das vezes, os clientes não entendem o que o advogado transmite, tornando-se este fato meio que corriqueiro, porque na maioria dos clientes não há certo conhecimento jurídico, embora que isso esteja mudando gradativamente, junto à sociedade. Daí a necessidade de se conhecer e estar sempre atualizando-se quanto ao conhecimento linguístico, estabelecendo-se assim clara comunicação entre advogado e cliente, em que se preze por não ocorrer falhas nesta comunicação. Destarte, após o período de estudos acadêmicos, é mister que os operadores do Direito saibam usar linguagem simples e objetiva, não só para com seus clientes, mas em todo meio jurídico, impactando em melhor comunicação e resultados nas decisões dos seus processos. No decorrer do trabalho, veremos as diferenças entre linguagem (verbal e não verbal), conceitos para a compreensão da linguagem, além de seus níveis, a comunicação jurídica e seus elementos, relação entre Direito e Linguagem, além do vocabulário jurídico, semântica, semiótica, etc. No mais, entre uma simples conversa de advogado e cliente, bem como na elaboração dos textos jurídicos dos pedidos ou das petições, bem como nas decisões judiciais, vemos a necessidade de correto emprego das palavras. Ao redigir as peças, a nós, advogados, compete buscar a clareza a todo custo, imprimindo nas palavras certa clareza e objetividade. “A palavra é a porta de entrada para o mundo”, devendo o advogado atravessá-la por meio de uma linguagem satisfatória (Eduardo de Moraes Sabbag, advogado, professor e autor de obras jurídicas). CONTEXTUALIZAÇÃO É de grande importância saber se expressar corretamente, pois é com as palavras que o profissional formulará o pedido do cliente, com o intuito de atender as necessidades do mesmo. Para isso é necessário o uso de um vocabulário preciso. Saber usar a palavra em concordância com o contexto é uma arte, e o operador do Direito, deve aprender a dominá-la. O Direito é a ciência da palavra. A palavra é o meio pelo qual o profissional efetua diversas atividades, como: peticionar, julgar, condenar, etc. Sendo assim, o magistrado deve ter cuidado com o vocabulário que utiliza. O texto discorre sobre a relação entre Direito e Linguagem, uma vez que a linguagem se dá por meio da palavra, sendo imprescindível para os operadores de Direito. A compreensão textual pode ser diretamente prejudicada com o uso incorreto da gramática, e como consequência disso, comprometer o andamento de processos. A LINGUAGEM NO DIREITO Considerando que, o primordial instrumento de trabalho de um advogado é a linguagem, esta geralmente é técnica, devemos observar que os clientes não possuem nenhum tipo de conhecimento jurídico para a compreensão dos termos empregados na elaboração dos processos. Diversos problemas gramaticais e organizacionais das ideias, bem como a falta de construção de sentidos do texto jurídico tem dificultado a comunicação entre os operadores do Direito e seus clientes, nos levando a observância de pontos importantes para que haja uma comunicação com sucesso entre ambos. Na linguagem jurídica a expressão deve ser de forma clara, coesa e coerente, para que facilite a comunicação relacionada ao público a quem ele se comunica. A linguagem é uma característica humana universal, e a língua é a linguagem particular de uma comunidade, um grupo, um povo. A língua é sistemática, tem certa regularidade, é potencial, coletiva e a fala é assistemática e nela se observa certa variedade, é concreta, real, individual. Mas qual é a relação entre direito e linguagem? Quais as dificuldades observadas na linguagem na elaboração de processos jurídicos e comunicação com os clientes? Para tanto, identificar as medidas que atrapalham a estruturação da comunicabilidade elaborada em textos processuais é imprescindível. Nota-se a necessidade dos operadores de direito de domínio dos diversos níveis de linguagens, considerando ser a linguagem jurídica do direito norma para diferentes tipos de linguagens diversificados. LINGUA E LINGUAGEM A língua como elemento de comunicação traduz, ideias de pensamentos humanos, pois há a necessidade de interação entre duas ou mais partes. Considerando o Direito haver essa interação entre advogado/cliente e justiça, tanto as línguas como os sistemas linguísticos com seus respectivos níveis de linguagens, desde a língua padrão e não padrão; comunicação verbal/não verbal, e suas normas culta e comum, devem ser observados e aplicados no padrão da norma jurídica pelos operadores do direito, pois no geral “a LINGUAGEM é uma característica humana Universal”(MEDEIROS et al, p.17-21), variante de ‘fatores sociológicos’’(MEDEIROS et al, p.25) O emprego técnico da norma de linguagem na ciência jurídica do Direito depende da compreensão correta dos variantes de linguagens, pois a sociedade no contexto geral necessita da tradução desse trabalho para que possa compreender de forma precisa o ‘’juridiquês’’ muitas vezes, incompreendido. O Direito, através da linguagem jurídica faz o controle dos comportamentos da sociedade. A linguagem realiza e a comunicação do conhecimento jurídico, de forma que a norma é desvelada do veículo da linguagem. Destarte, o Direito e a Norma precisam está aliados para guiar os humanos da melhor forma. NÍVEIS DE LINGUAGEM As formas linguísticas podem ter variações, são conhecidas como variantes. Por exemplo a língua padrão e a não padrão; linguagem culta (formal) e linguagem popular (linguagem do povo, informal, "errada"). ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO Os ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO ocorre ao estabelecer-se uma comunicação entre pessoas. "A comunicação é a única forma de se socializar. É o que determina uma conversa. Sem a comunicação não haveria cultura." (GONÇALVES, 2002, p.9). A linguagem a abrange todas as matérias jurídicas, pois ela é interdisciplinar, ela é a ferramenta laboral para qualquer operador do Direito. Emissor: É quem passa a mensagem, é o sujeito ativo, etc... Receptor: É quem recebe a mensagem do emissor, é o sujeito passivo, etc... Mensagem: recurso utilizado dentro da comunicação. É a representação verbal ou não-verbal do conteúdo. Portanto, é o conjunto de informações emitidas pelo falante. Código: é o conjunto de signos utilizados para a transmissão da mensagem, sejam eles gráficos, palavras, etc. Referente: É o meio de condução da mensagem, o que transmite a mensagem. CONCLUSÃO O Direito depende do emprego de sua adequada ferramenta funcional, ou seja, a palavra. Em virtude disso, o uso correto dos signos deve ser objeto de estudo dos operadores do Direito. A linguagem jurídica atual deve ser clara e objetiva, uma vez que deve-se abandonar o exagerado uso de gírias, que mancham a imagem da linguagem jurídica, desviando os objetivos do intérprete, e também do operador do Direito. A sociedade está preocupada com a ciência jurídica, no sentido de tradução de um trabalho jurídico ao indivíduo que a busca de maneira clara. Para os operadores do Direito é imprescindível o domínio do uso da linguagem, pois através do domínio do uso da linguagem ele irá saber usar as melhores palavras para ser claro e objetivo para determinadas situações, seja perante o juizou ao cliente. No entanto, será necessário que desenvolva a habilidade da pesquisa sobre estruturas e palavras para melhor adequá-las em seu vocabulário para obter a melhor clareza e objetividade em suas petições, apelos, entre outros, perante o justiça. Dos autores do texto: O Direito depende do emprego adequado das palavras e o uso correto dos signos devem ser objeto de estudo dos operadores do Direito. A complexidade da linguagem não pode ser admitida a ciência que analisa e rege as relações presentes na sociedade. O bom senso deve prevalecer devido a linguagem do Direito ser erudita para a maioria da população. Da leitura do grupo: Os operadores do Direito devem buscar qualificação profissional para elaboração de textos jurídicos. O bom senso é imprescindível no tratar com o cliente. A linguagem jurídica deve ser clara e objetiva para não ofuscar os objetivos do intérprete, assim como do operador do Direito. Todos as formas de comunicação devem ser observadas, uma vez que, até mesmo um gesto é uma forma de linguagem. REFERENCIAS GONÇALVES, Wilson José. Comunicação Jurídica: perspectiva da semiótica. Campo Grande: UCDB, 2002 MEDEIROS, João Bosco; TOMASI, Carolina. Português Forense: a produção de sentido. São Paulo: Atlas, 2004. p. 17-21