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CONTABILIDADE SOCIETÁRIA

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Prévia do material em texto

Professor Me. Matheus Henrique Delmonaco
Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade 
Estadual de Maringá (PCO/UEM) - Linha de pesquisa: contabilidade para usuários externos 
(2018). Graduado em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) 
(2015). Participou como bolsista em projeto de pesquisa voltado à Iniciação Científica para 
Ensino Médio (PIBIC-EM) - (2011), na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Atualmen-
te atua como Coordenador dos Cursos de Bacharelado em Ciências Contábeis e Ciências 
Econômicas - EAD, do Centro Universitário Cidade Verde – UNIFCV. Tenho interesse em 
pesquisas relacionadas ao Mercado Financeiro, Mercado de Ações e Fraudes.
<http://lattes.cnpq.br/2569885539130860>
Professor Me. Rodrigo Gaspar de Almeida
Mestre em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Maringá (2018), 
Especialista em Administração pela Universidade Paranaense (2010), possui duas gradua-
ções: Gestão Estratégica pela Universidade Paranaense (2010) e Ciências Contábeis pela 
Universidade Estadual de Maringá (2015). Atuou em organizações industriais e prestadoras 
de serviço: controladoria, planejamento, orçamento, auditoria interna e jurídico (gestão de 
contratos). No ano de 2017, realizou o curso nível profissional de Relato Integrado na BSD 
Consulting em São Paulo/SP. A partir de 2018, ministrou disciplinas nos cursos de Ciências 
Contábeis e Gestão Financeira da Educação a Distância (EAD) do UniCesumar.
<http://lattes.cnpq.br/6488559129142413>
AUTORES
Caro(a) aluno(a), sejam bem-vindos ao Livro de Contabilidade Societária!
Organizamos este material visando contribuir com a sua formação neste curso 
superior e sua atuação no âmbito empresarial. Nesse sentido, reunimos conceitos e legisla-
ções atualizadas, os quais já são convergentes às Normas Internacionais de Contabilidade.
O foco deste material reside na estruturação das demonstrações contábeis, as 
quais são um conjunto de informações compulsórias que as organizações evidenciam aos 
usuários externos, visando elucidar sua posição patrimonial, financeira, econômica e social.
Nesta perspectiva, na Unidade I, você irá conhecer como é o processo de apro-
vação de uma norma brasileira de contabilidade (as quais convergem com as normas 
internacionais de contabilidade), conhecerá as características qualitativas da informação 
contábil-financeira e conhecerá o pressuposto da continuidade, o regime de competência 
e o regime de caixa. Ainda, na Unidade I, será apresentado o Balanço Patrimonial, os seus 
grupos e contas e será enfatizado sobre a sua estrutura segundo a legislação contábil.
Na Unidade II, será discorrido sobre a Demonstração do Resultado, a qual evidencia 
as Receitas e Despesas do período. Prosseguindo, será abordado sobre a Demonstração 
do Resultado Abrangente, a qual evidencia as alterações no Lucro do Período derivadas 
de outros resultados abrangentes (equivalências patrimoniais, ganhos ou perdas atuariais, 
ganhos ou perdas cambiais). Ainda, na Unidade II, você conhecerá a Demonstração dos 
Lucros ou Prejuízos Acumulados e a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, 
as quais enfatizam a movimentação do Patrimônio Líquido.
Na Unidade III, o foco será em 2 demonstrações contábeis: Demonstração do Fluxo 
de Caixa e a Demonstração do Valor Adicionado. A Demonstração do Fluxo de Caixa evi-
dencia a geração do fluxo de caixa decorrente de atividades operacionais, de financiamento 
e de investimento. A Demonstração do Valor Adicionado relaciona as riquezas criadas e 
distribuídas pela organização, desta forma, torna-se uma demonstração contábil que con-
grega informações financeiras, econômicas e sociais.
A Unidade IV enfatiza as Notas Explicativas. Trata-se de uma demonstração con-
tábil que traz informações complementares à todas as demais demonstrações. As Notas 
Explicativas discorrem sobre as políticas contábeis e as bases de mensuração de ativos, 
passivos,. itens patrimoniais, receitas e despesas. Por este fato, torna-se indispensável 
para a análise das demonstrações contábeis.
Esperamos que sua jornada nesta disciplina seja proveitosa e que você possa ter 
êxito na sua conclusão.
Bons estudos!
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
SUMÁRIO
UNIDADE I ...................................................................................................... 5
Demonstrações Contábeis e Balanço Patrimonial
UNIDADE II ................................................................................................... 28
Demonstrações Contábeis Relacionadas ao Lucro
UNIDADE III .................................................................................................. 49
Demonstração do Fluxo de Caixa e Demonstração do Valor 
Adicionado
UNIDADE IV .................................................................................................. 70
Notas Explicativas
5
Objetivos de Aprendizagem
•	 Discorrer sobre a Lei 6.404/1976 e as principais alterações introduzidas pela Lei 
11.638/2007.
•	 Conhecer as características qualitativas da informação contábil da NBC TG Estrutura 
Conceitual: fundamentais e de melhoria.
•	 Compreender sobre o Regime de Caixa e Regime de Competência.
•	 Conhecer o Conjunto Completo das Demonstrações Contábeis.
•	 Discorrer sobre o Balanço Patrimonial: critérios de classificação de grupos e contas.
•	 Conhecer a estrutura do Balanço Patrimonial conforme a Lei Societária brasileira.
Plano de Estudo
•	 A Lei 6.404/1976 e as principais alterações introduzidas pela Lei 11.638/2007.
•	 Características da informação contábil da NBC TG Estrutura Conceitual: 
fundamentais e de melhoria.
•	 Pressuposto da Continuidade Regime de Caixa e Regime de Competência.
•	 Conjunto Completo das Demonstrações Contábeis.
•	 Balanço Patrimonial: critérios de classificação de grupos e contas.
•	 Balanço Patrimonial: estrutura conforme a Lei Societária brasileira.
UNIDADE I
Demonstrações Contábeis e Balanço 
Patrimonial
Professor Me. Matheus Henrique Delmonaco
Professor Me. Rodrigo Gaspar de Almeida
6UNIDADE I Demonstrações Contábeis e Balanço Patrimonial
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), na Unidade 1, do livro da disciplina de Contabilidade Societária, 
será abordado sobre as características gerais das demonstrações contábeis e sobre o 
Balanço Patrimonial.
Primeiramente, será discorrido sobre a Lei 6.404/1976 e as principais alterações 
introduzidas pela Lei 11.638/2007 e 11.941/2009. Ressalta-se que a Lei 6.404/1976 é a 
Lei que trata das Sociedades Anônimas, enquanto que a Lei 11.638/2007 inseriu o Brasil 
no movimento das normas internacionais de Contabilidade, provocando alterações na 
estrutura das demonstrações contábeis. Num próximo momento, você irá conhecer as ca-
racterísticas da informação contábil da NBC TG Estrutura Conceitual: que são as caracte-
rísticas fundamentais (relevância e representação fidedigna) e características de melhoria 
(Comparabilidade, verificabilidade, tempestividade e compreensibilidade), as quais ajudam 
a tornar a informação útil e relevante para fins decisoriais.
Prosseguindo, você irá compreender sobre o Princípio da Continuidade, Regime 
de Caixa (reconhecer receitas e despesas no momento em houve o efetivo ingresso ou 
saída de caixa ou equivalente de caixa da organização) e Regime de Competência (reco-
nhecer receitas e despesas no momento em que as mesmas ocorreram), nesse sentido, 
serão apresentados exemplos de contabilização de fatos geradores de cada um desses 
regimes contábeis. Ainda, você irá conhecer qual é o conjunto completo das Demonstra-
ções Contábeis, ou seja, quais demonstrações contábeis as organizações são obrigadas 
(compulsoriamente) a evidenciar.
Nos últimos tópicos da Unidade, será discorrido sobre o Balanço Patrimonial, uma 
das demonstrações contábeis mais conhecidas pelos usuários da informação. Num pri-
meiro momento, serão vistos os critérios de classificação de grupos e contas do Balanço 
Patrimonial. Por fim, você vai conhecera estrutura do Balanço Patrimonial conforme a Lei 
Societária brasileira.
Bons estudos!
7UNIDADE I Demonstrações Contábeis e Balanço Patrimonial
1. A LEI 6.404/1976 E AS PRINCIPAIS ALTERAÇÕES INTRODUZIDAS PELA LEI 
11.638/2007.
Caro(a) aluno(a), bem-vindo(a) a Unidade 1 do Livro de Contabilidade Societária. 
Antes de adentrarmos nas especificidades de cada uma das demonstrações contábeis, 
iremos discorrer sobre a Lei 6.404/1976 e sobre as alterações introduzidas pela Lei 
11.638/2007. 
A Lei 6.404/1976 é conhecida como a Lei das S/A, ou seja, é a Lei que dispõe sobre 
as Sociedades por Ações. No âmbito brasileiro, a Lei das S/A é considerada a grande revo-
lução do mundo contábil no Século XX. A partir do Capítulo XV, a Lei 6.404/1976 enfatiza 
a estrutura das demonstrações contábeis, as quais serão tratadas neste material didático 
(BRASIL, 1976; CORBARI; MATTOS; FREITAG, 2012).
 Até o ano de 2007, a Lei das S/A servia como referência para que as organizações 
(principalmente as sociedades anônimas) estruturassem e publicassem as demonstrações 
contábeis (BRASIL, 1976). Contudo, a partir de 2007, o Brasil se inseriu no movimento 
mundial de harmonização às Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS), e devido ao 
processo de harmonização contábil, no qual o Brasil está inserido, houve uma ruptura nos 
paradigmas envolvendo a Contabilidade Societária, e a Lei 6404/1976 foi atualizada para 
incorporar essas adequações (CORBARI; MATTOS; FREITAG, 2012). 
Um exemplo das mudanças trazidas pela harmonização do Brasil às normas inter-
nacionais emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB) é o surgimento do 
8UNIDADE I Demonstrações Contábeis e Balanço Patrimonial
órgão Comitê dos Pronunciamentos Contábeis (CPC) em 2005. Órgão CPC é responsável 
por discutir e traduzir as normas internacionais de contabilidade (IFRS) no âmbito nacional. 
Em outras palavras, o órgão CPC, emite os Pronunciamentos Técnicos com base nas IFRS 
(CORBARI; MATTOS; FREITAG, 2012). 
Para que os CPCs (ou Pronunciamentos Técnicos) sejam aplicados nas organi-
zações brasileiras, há necessidade dos mesmos serem aprovados pelo Conselho Federal 
de Contabilidade (CFC). A partir do momento, em que o CFC aprova um Pronunciamento 
Técnico, este se torna uma Norma Brasileira de Contabilidade, que deve ser aplicada pelas 
organizações para elaboração de suas demonstrações contábeis (Figura 1).
Figura 1: Fluxograma de aprovação de uma Norma brasileira de Contabilidade.
Fonte: elaborado pelos autores (2019).
O CPC, apesar de ser um Pronunciamento Técnico, tem como característica a 
abordagem por princípios e não regras. Isso significa que as Normas Internacionais de 
Contabilidade trouxeram a possibilidade de o contador realizar julgamentos, por exemplo, 
ao definir as bases de uma estimativa, provisão ou ao aplicar uma política contábil. Em 
suma, o contador tem que aplicar o princípio da essência sobre a forma, e abandonar 
os princípios da prudência e conservadorismo (os quais são característicos do período 
pré-convergência às Normas Internacionais de Contabilidade) (CFC, 2011a; CORBARI; 
MATTOS; FREITAG, 2012).
Para que você saiba um pouco mais sobre os CPC e o movimento mundial de 
harmonização contábil, do qual o Brasil faz parte, no Quadro 1, estão relacionados os 
Pronunciamentos Técnicos (ou CPCs) aprovados pelo CFC (até 2019), com a respectiva 
resolução do CFC:
9UNIDADE I Demonstrações Contábeis e Balanço Patrimonial
Quadro 01: Normas Brasileiras de Contabilidade.
Documento Título Data Aprovação Resolução do CFC
CPC 00
Estrutura Conceitual para Elaboração e Divul-
gação de Relatório Contábil-Financeiro
02/12/2011
NBC TG ESTRU-
TURA CONCEI-
TUAL
CPC 01 Redução ao Valor Recuperável de Ativos 06/08/2010 NBC TG 01 (R4)
CPC 02
Efeitos das mudanças nas taxas de câmbio e 
conversão de demonstrações contábeis
03/09/2010
NBC TG 02 (R3)
CPC 03 Demonstração dos Fluxos de Caixa 03/09/2010 NBC TG 03 (R3)
CPC 04 Ativo Intangível 05/11/2010 NBC TG 04 (R4)
CPC 05 Divulgação sobre Partes Relacionadas 03/09/2010 NBC TG 05 (R3)
CPC 06 Operações de Arrendamento Mercantil 06/10/2017 NBC TG 06 (R3)
CPC 07 Subvenção e Assistência Governamentais 05/11/2010 NBC TG 07 (R2)
CPC 08
Custos de Transação e Prêmios na Emissão 
de Títulos e Valores Mobiliários
03/12/2010
NBC TG 08
CPC 09 Demonstração do Valor Adicionado (DVA) 30/10/2008 NBC TG 09
CPC 10 Pagamento Baseado em Ações 03/12/2010 NBC TG 10 (R3)
CPC 11 Contratos de Seguro 05/12/2008 NBC TG 11 (R2)
CPC 12 Ajuste a Valor Presente 05/12/2008 NBC TG 12
CPC 13
Adoção Inicial da Lei nº. 11.638/07 e da Medi-
da Provisória nº. 449/08
05/12/2008
NBC TG 13
CPC 15 Combinação de Negócios 03/06/2011 NBC TG 15 (R4)
CPC 16 Estoques 08/05/2009 NBC TG 16 (R2)
CPC 18
Investimento em Coligada, em Controlada e 
em Empreendimento Controlado em Conjunto
07/12/2012
NBC TG 18 (R3)
CPC 19 Negócios em Conjunto 09/11/2012 NBC TG 19 (R2)
CPC 20 Custos de Empréstimos 02/09/2011 NBC TG 20 (R2)
CPC 21 Demonstração Intermediária 02/09/2011 NBC TG 21 (R4)
CPC 22 Informações por Segmento 26/06/2009 NBC TG 22 (R2)
CPC 23
Políticas Contábeis, Mudança de Estimativa e 
Retificação de Erro
26/06/2009
NBC TG 23 (R2)
CPC 24 Evento Subsequente 17/07/2009 NBC TG 24 (R2)
CPC 25
Provisões, Passivos Contingentes e Ativos 
Contingentes
26/06/2009
NBC TG 25 (R2)
CPC 26 Apresentação das Demonstrações Contábeis 02/12/2011 NBC TG 26 (R5)
CPC 27 Ativo Imobilizado 26/06/2009 NBC TG 27 (R4)
CPC 28 Propriedade para Investimento 26/06/2009 NBC TG 28 (R4)
CPC 29 Ativo Biológico e Produto Agrícola 07/08/2009 NBC TG 29 (R2)
CPC 31
Ativo Não Circulante Mantido para Venda e 
Operação Descontinuada
17/07/2009
NBC TG 31 (R4)
CPC 32 Tributos sobre o Lucro 17/07/2009 NBC TG 32 (R4)
CPC 33 Benefícios a Empregados 07/12/2012 NBC TG 33 (R2)
CPC 35 Demonstrações Separadas 31/10/2012 NBC TG 35 (R2)
CPC 36 Demonstrações Consolidadas 07/12/2012 NBC TG 36 (R3)
CPC 37
Adoção Inicial das Normas Internacionais de 
Contabilidade
05/11/2010
NBC TG 37 (R5)
CPC 39 Instrumentos Financeiros: Apresentação 02/10/2009 NBC TG 39 (R5)
CPC 40 Instrumentos Financeiros: Evidenciação 01/06/2012 NBC TG 40 (R3)
CPC 41 Resultado por Ação 08/07/2010 NBC TG 41 (R2)
10UNIDADE I Demonstrações Contábeis e Balanço Patrimonial
CPC 42 Contabilidade em Economia Hiperinflacionária 07/12/2018 NBC TG 42 
CPC 43
Adoção Inicial dos Pronunciamentos Técnicos 
CPCs 15 a 41
03/12/2010
NBC TG 43
CPC 44 Demonstrações Combinadas 02/12/2011 NBC TG 44
CPC 45
Divulgação de Participações em outras Enti-
dades
07/12/2012
NBC TG 45 (R3)
CPC 46 Mensuração do Valor Justo 07/12/2012 NBC TG 46 (R2)
CPC 47 Receita de Contrato com Cliente 04/11/2016 NBC TG 47
CPC 48 Instrumentos Financeiros 04/11/2016 NBC TG 48
CPC 49
Contabilização e Relatório Contábil de Planos 
de Benefícios de Aposentadoria
06/04/2018
NBC TG 49
CPC PME
Contabilidade para Pequenas e Médias Em-
presas com Glossário de Termos
04/12/2009
NBC TG 1000 (R1)
Nota 1: A sigla NBC TG significa Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas Gerais.
Nota 2: O R em frente ao número da norma indica que a norma sofreu revisão: R1, primeira revisão; R2, se-
gunda revisão; R3, terceira revisão; R4, quarta revisão;
Fonte: elaborado com base em CFC (2019).
Analisando o Quadro 01, é possível notar que existem pronunciamentos gerais (ou 
amplos) como a NBC TG Estrutura Conceitual: e a NBC TG 26 (R5), e pronunciamentos 
que são específicos a grupos como: Estoques, Imobilizado, Intangível, e outros pronuncia-
mentos que se referem a contas ou transações específicas como Receitas dos Contratos, 
Contabilização de Seguros, Benefícios a Empregados, entre outros (CFC, 2011, 2011a).
Nesta disciplina, não iremos tratar de todos os Pronunciamentos Técnicos ou CPCs, 
visto que alguns deles tratam de situações bem específicas e serão estudados com maior 
profundidade em outras disciplinas do curso como: Contabilidade Intermediária, Contabili-
dade Avançada, entre outras.No próximo tópico será explicado sobre as características fundamentais e de me-
lhoria das informações contábeis. 
2. CARACTERÍSTICAS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL DO CPC 00: FUNDA-
MENTAIS E DE MELHORIA.
As informações contábeis são a matéria-prima das demonstrações contábeis, 
desse modo, elas devem possuir certas características para se tornarem úteis e relevantes 
para a tomada de decisão. A NBC TG Estrutura Conceitual traz quais são as características 
qualitativas das informações contábeis, as quais estão apresentadas na Figura 02:
11UNIDADE I Demonstrações Contábeis e Balanço Patrimonial
Figura 02: Características da Informação Contábil
Fonte: CFC (2011).
Conforme o CFC (2011), o primeiro grupo de características qualitativas da infor-
mação contábil são as características fundamentais. Portanto, as informações contábeis 
devem possuir (i) relevância e (ii) representar fidedignamente um fenômeno.
Para que uma informação contábil possa ser considerada (i) relevante, ela deve ser 
capaz de fazer diferença nas decisões que possam ser tomadas pelos usuários, para tanto, 
deve ter valor preditivo, valor confirmatório ou ambos. O valor preditivo é a capacidade de 
ser utilizada como dado de entrada em processos empregados pelos usuários para reali-
zar projeções. A informação contábil tem valor confirmatório se retroalimentar – servir de 
feedback (confirmá-las ou alterá-las). A característica da relevância engloba o conceito de 
Materialidade, a qual diz que uma informação é material se a sua omissão ou sua divulga-
ção distorcida puder influenciar decisões que os usuários tomam com base na informação 
(CFC, 2011). 
Com relação a (ii) representação fidedigna, o CFC (2011) enfatizou que as informa-
ções representam fidedignamente um fenômeno se ela for completa, neutra e livre de erro. 
Uma Informação Completa significa que o usuário deve compreender o fenômeno retra-
tado, com as descrições e explicações necessárias. Uma informação neutra é desprovida 
de distorções que possa dar maior ou menor peso ou qualquer outro tipo de manipulação 
que torne a informação contábil favorável ou desfavorável. Por fim, uma informação livre de 
12UNIDADE I Demonstrações Contábeis e Balanço Patrimonial
erros significa que não há erros ou omissões no fenômeno retratado.
Complementando as características qualitativas fundamentais, têm-se as carac-
terísticas qualitativas de melhoria da informação, as quais devem ser aplicadas sempre 
que for possível. Elas são: a) comparabilidade, b) verificabilidade, c) tempestividade e d) 
compreensibilidade. A comparabilidade (a), é a característica qualitativa que permite que 
os usuários identifiquem e compreendam similaridades dos itens e diferenças entre eles 
(CFC, 2011). 
Já a verificabilidade (b), significa que diferentes usuários, podem chegar a um 
consenso, embora não cheguem necessariamente a um completo acordo, quanto ao re-
trato de um fato empresarial. A tempestividade (c) significa ter informação disponível para 
tomadores de decisão a tempo de poder influenciá-los em suas decisões. Por último, a 
compreensibilidade (d) consiste em apresentar a informação com clareza e concisão (CFC, 
2011). 
Ademais, é discorrido em CFC (2011), que as organizações tem que observar 
o princípio do custo x benefício ao elaborar as informações contábeis. Na aplicação da 
restrição do custo, avalia-se se os benefícios proporcionados pela elaboração e divulgação 
de informação em particular são provavelmente justificados pelos custos incorridos para 
fornecimento e uso dessa informação.
13UNIDADE I Demonstrações Contábeis e Balanço Patrimonial
3. PRESSUPOSTO DA CONTINUIDADE, REGIME DE COMPETÊNCIA E REGI-
ME DE CAIXA.
Os usuários externos avaliam as demonstrações contábeis com o objetivo de veri-
ficar se a organização vai continuar operando no futuro, ou seja, se conseguirá quitar seus 
compromissos financeiros, receber as suas vendas a prazo, adquirir matéria-prima e outras 
atividades necessárias à sua sobrevivência. Além disso, o usuário necessita perceber se a 
organização tem a intenção de negociar seus ativos (vender os ativos) ou continuar operan-
do. Tais informações se referem ao princípio da Continuidade (CFC, 2011, 2011a).
A aplicação do pressuposto de Continuidade é apropriada, quando a administração 
concluir que a organização tem capacidade de continuar operando no período mínimo de 
doze meses a partir da data do balanço. O grau de consideração depende dos fatos de 
cada caso. Caso a organização identifique que não tem condição de continuar operando 
nos próximos períodos, deve divulgar tal fato nas demonstrações contábeis (CFC, 2011).
Quanto ao regime contábil, as demonstrações contábeis são elaboradas sob o 
regime de competência, exceto para a demonstração dos fluxos de caixa, as qual utiliza o 
regime de caixa (CFC, 2011a). 
Segundo o CFC (2011a), o regime de competência é utilizado, quando os itens 
do ativo, passivo, patrimônio líquido, receitas e despesas satisfazem as definições e os 
critérios de reconhecimento e não por ocasião do pagamento ou recebimento dos fluxos 
de caixa. Já o regime de caixa, demanda que as organizações registrem os itens do ativo, 
14UNIDADE I Demonstrações Contábeis e Balanço Patrimonial
passivo, patrimônio líquido, receitas e despesas quando ocorrer o efetivo pagamento ou 
recebimento dos fluxos de caixa. Para compreender a distinção entre os 2 regimes de 
competência observe o exemplo abaixo.
Exemplo 1
Em janeiro de 20x1, a Cia Mutante LTDA está elaborando suas demonstrações con-
tábeis para o exercício de 20x0 e para tanto, precisa contabilizar uma venda de mercadorias 
de R$ 100.000,00 ocorrida em dez/20x0. O valor referente a essa venda foi negociado em 
2 parcelas: 50% referente a uma entrada (à vista) e 50% para fevereiro de 20x1. Qual o 
montante seria reconhecido nas demonstrações contábeis de 20x0 se a Mutante LTDA 
utilizar o regime de competência? E se a Mutante LTDA utilizar o regime de caixa?
Resposta: Se a Mutante LTDA utilizar o regime de competência, vai reconhecer em 
20x0 os R$ 100.000,00 (reconhece no período onde ocorreu a venda). 
Por outro lado, se a Mutante LTDA utilizar o regime de caixa, reconhecerá R$ 
50.000,00 em dezembro de 20x0, e os outros R$ 50.000,00 em fevereiro de 20x1 (reconhe-
ce no período em que recebeu os fluxos de caixa).
Exemplo 2
Em janeiro de 20x1, a Cia Vingadora LTDA está elaborando suas demonstrações 
contábeis para o exercício de 20x0 e para tanto, precisa contabilizar uma compra de mer-
cadorias de R$ 300.000,00 ocorrida em novembro/20x0. O valor referente a essa venda foi 
negociado em 3 parcelas: 20% referente a uma entrada (à vista) e 40% para dezembro de 
20x0 e 40% para janeiro de 20x1. Qual o montante seria reconhecido nas demonstrações 
contábeis de 20x0 se a Vingadora LTDA utilizar o regime de competência? E se a Vingadora 
LTDA utilizar o regime de caixa?
Resposta: Se a Vingadora LTDA utilizar o regime de competência, vai reconhecer 
os R$ 300.000,00 em 20x0 (período onde ocorreu a compra). 
Por outro lado, se a Vingadora LTDA utilizar o regime de caixa, reconhecerá R$ 
180.000,00 em 20x0, e os outros R$ 120.000,00 em 20x1 (período em que houve o desem-
bolso dos fluxos de caixa).
4. CONJUNTO COMPLETO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS.
As demonstrações contábeis são um conjunto de relatórios, os quais evidenciam 
a situação patrimonial, econômica, financeira e até operacionais. Conforme a NBC TG 26 
15UNIDADE I Demonstrações Contábeis e Balanço Patrimonial
(R5) (CFC, 2011a) o conjunto completo das Demonstrações Contábeis, inclui: 
• Balanço Patrimonial (BP);
• Demonstração do Resultado (DR);
• Demonstração do Resultado Abrangente (DRA);
• Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)
• Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA);
• Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC);
• Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e 
• Notas Explicativas.
Asdemonstrações contábeis devem ser publicadas, no mínimo, anualmente. As 
organizações de capital aberto, por exemplo, apresentam as informações trimestralmente 
e anualmente (CFC, 2011a).
Ainda, as sociedades anônimas necessitam auditar as suas demonstrações con-
tábeis antes de publicá-las (por um auditor independente) e publicá-las em um jornal de 
grande circulação (ou de circulação nas dependências da organização) (CFC, 2011a).
Outras demonstrações (ou relatórios) que são elaborados pelas organizações são: 
Formulário de Referência, Relatórios de Administração e Relatórios de Sustentabilidade, 
porém, esses relatórios não integram o conjunto das Demonstrações Contábeis conforme 
as normas societárias brasileiras (CFC, 2011).
No decorrer do livro, iremos abordar cada uma das demonstrações contábeis, 
relacionando suas características, especificidades e modelos de estrutura conforme a 
legislação contábil.
16UNIDADE I Demonstrações Contábeis e Balanço Patrimonial
5. BALANÇO PATRIMONIAL: CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO DE GRUPOS E 
CONTAS.
O Balanço Patrimonial é uma demonstração contábil que enfatiza a posição patri-
monial e financeira da organização em um período específico do tempo (CORBARI; MAT-
TOS; FREITAG, 2012). Destarte, o Balanço Patrimonial demonstra a origem dos recursos 
(passivo e patrimonio líquido) e respectivas aplicações (ativos) (Figura 3):
Figura 03: Relação entre Ativos, Passivos e Patrimônio Líquido.
Fonte: elaborado pelos autores com base na NBC TG Estrutura Conceitual (CFC, 2011).
A Figura 03, enfatiza que o total do Ativo será a soma entre o Passivo e o Patrimônio 
Líquido (CORBARI; MATTOS; FREITAG, 2012). São exemplos de cada um dos itens que 
são evidenciados no Balanço Patrimonial, conforme CFC (2011a) (Quadro 02):
Quadro 02: Exemplos de itens do Balanço Patrimonial.
Ativos Passivo Patrimônio Líquido
•	 caixa e equivalentes de caixa; 
•	 duplicatas a receber; 
•	 estoques; 
•	 ativos financeiros;
•	 investimentos; 
•	 imobilizado; 
•	 intangível; 
• contas a pagar (comer-
ciais e outras); 
• provisões; 
• obrigações financeiras; 
• participação de não con-
troladores apresentada 
de forma destacada den-
tro do patrimônio líquido;
• capital social inte-
gralizado
• reservas de lucro.
• resultado do perío-
do.
• ações em tesoura-
ria.
Fonte: elaborado com base em CFC (2011a).
Conforme a NBC TG Estrutura Conceitual:, para que um item possa ser considera-
do como ativo tem que ser: (i) um recurso controlado pela organização como (ii) resultado 
de eventos passados, do qual se espera que (iii) fluam futuros benefícios econômicos para 
17UNIDADE I Demonstrações Contábeis e Balanço Patrimonial
a entidade, além disso, é necessário que (iv) a entidade controle os principais riscos asso-
ciados ao ativo. O benefício econômico futuro incorporado a um ativo é o seu potencial em 
contribuir, direta ou indiretamente, para o fluxo de caixa ou equivalentes de caixa para a 
entidade (CFC, 2011; CORBARI; MATTOS; FREITAG, 2012). 
Um ativo geralmente é conversível em caixa ou equivalentes de caixa ou pode ter a 
capacidade de reduzir as saídas de caixa, (reduzir os custos de produção). São exemplos 
de ativos: caixa, bancos, aplicações financeiras, duplicatas a receber, adiantamento a 
funcionários (CFC, 2011a).
Ademais, os ativos podem ter forma física ou não. Os itens do imobilizado, como 
equipamentos de produção, prédio da organização, veículos, instalações e computadores 
têm forma física. Os itens classificados como Intagíveis, não possuem substância física, 
entretanto, têm a capacidade de produzir benefícios econômicos futuros para a entidade. 
São exemplos de intangíveis: royalties, patentes e os direitos autorais (CFC, 2011a).
A ausência de gasto relacionado ao Ativo, não impede que um item se qualifique 
para reconhecimento no balanço patrimonial. Por exemplo, um terreno doado à organização 
(sem ter provocado nenhum gasto para a organização) pode satisfazer à definição de ativo 
(CFC, 2011a).
O passivo é uma (i) obrigação presente da entidade, derivada de eventos passa-
dos, que (ii) pode ser mensurada em valores monetários e (ii) cuja liquidação se espera que 
resulte na saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos. São 
exemplos de passivos: contas a pagar por bens e serviços recebidos, impostos a recolher, 
empréstimos e financiamentos (CFC, 2011a).
A liquidação de um passivo pode ocorrer, por meio de: pagamento em caixa; 
transferência de outros ativos (troca ou permuta); prestação de serviços; substituição da 
obrigação por outra; conversão da obrigação em item do patrimônio líquido (pagamentos 
baseados em ações) (CFC, 2011a).
Alguns passivos somente podem ser mensurados por meio do emprego de signifi-
cativo grau de estimativa. No Brasil, os passivos reconhecimentos por meio de estimativas 
são as provisões. São exemplos: provisão para férias, provisão para 13º salário e provisão 
para passivos judiciais (CFC, 2011a).
O patrimônio líquido é o interesse residual nos ativos da entidade depois de dedu-
zidos todos os seus passivos. Por exemplo, na sociedade por ações, recursos aportados 
pelos sócios, reservas resultantes de retenções de lucros e reservas representando ajustes 
para manutenção do capital podem ser demonstrados separadamente. Tais classificações 
podem ser relevantes para a tomada de decisão dos usuários das demonstrações contábeis 
18UNIDADE I Demonstrações Contábeis e Balanço Patrimonial
quando indicarem restrições legais ou de outra natureza sobre a capacidade que a entidade 
tem de distribuir ou aplicar de outra forma os seus recursos patrimoniais. Podem também 
refletir o fato de que determinadas partes com direitos de propriedade sobre a entidade têm 
direitos diferentes com relação ao recebimento de dividendos ou ao reembolso de capital 
(CFC, 2011a).
A constituição de reservas é, por vezes, exigida pelo estatuto ou por lei para dar à 
entidade e seus credores uma margem maior de proteção contra os efeitos de prejuízos. 
Outras reservas podem ser constituídas em atendimento a leis que concedem isenções ou 
reduções nos impostos a pagar quando são feitas transferências para tais reservas. A exis-
tência e o tamanho de tais reservas legais, estatutárias e fiscais representam informações 
que podem ser importantes para a tomada de decisão dos usuários. As transferências de 
saldos para tais reservas são apropriações de lucros acumulados, portanto, não constituem 
despesas (CFC, 2011a).
19UNIDADE I Demonstrações Contábeis e Balanço Patrimonial
6. BALANÇO PATRIMONIAL: ESTRUTURA CONFORME A LEI SOCIETÁRIA 
BRASILEIRA.
A estrutura do Balanço Patrimonial considera a premissa de que o Ativo é a soma 
do Passivo e do Patrimônio Líquido. Outrossim, há uma ordem para apresentação de tais 
itens ou grupos nessa demonstração contábil. 
A primeira classificação dos ativos e passivos no Balanço Patrimonial é a sua 
distinção entre circulante e não circulante. O Patrimônio Líquido, devido ser considerado 
residual, é um grupo que possui característica de longo prazo, visto que a organização 
possui a intenção de continuar operando (Figura 04).
Figura 04: Representação Gráfica do Balanço Patrimonial.
Fonte: elaborado com base em CFC (2011a).
Usualmente, a distinção entre circulante e não circulante considera o período de 
12 meses. Por exemplo: se o ativo for realizado em um período inferior a 12 meses é 
considerado ativo circulante, já quando é realizado em um período superior a 12 meses é 
considerado ativo não circulante. A mesma lógica aplica-se ao passivo circulante.
Para as organizações que fornecem bens ou serviços dentro de ciclo operacional 
claramente identificável, a classificação separada de ativos e passivos circulantes e não 
circulantes no balanço patrimonial destaca os ativos que se espera sejam realizados dentro 
do ciclo operacional corrente, bem como os passivos que devam ser liquidados dentro do 
mesmo período.Por exemplo, a organização identificou que seu ciclo operacional é de 1,5 
ano, neste caso, a separação entre ativo circulante e não circulante, consideraria o período 
de realização de 1,5 ano, igualmente para os passivos.
Uma exceção aplica-se às Instituições Financeiras, as quais evidenciam seus 
20UNIDADE I Demonstrações Contábeis e Balanço Patrimonial
ativos e passivos por ordem crescente ou decrescente de liquidez, visto que é uma infor-
mação confiável e mais relevante do que a apresentação em circulante e não circulante 
considerando que tais entidades não fornecem bens ou serviços dentro de ciclo operacional 
claramente identificável. 
Um ativo é classificado como circulante quando satisfizer qualquer um dos seguin-
tes critérios:
• espera-se que seja realizado, vendido ou consumido dentro do ciclo operacional 
da entidade (geralmente, dozes meses); 
• está mantido essencialmente com o propósito de ser negociado; 
• é caixa ou equivalente de caixa (a menos que sua troca ou uso para liquidação 
de passivo se encontre vedada durante pelo menos doze meses). 
Todos os demais ativos devem ser classificados como não circulantes. Os ativos 
não circulantes incluem os ativos tangíveis, intangíveis e ativos financeiros ou outros ativos 
de natureza associada a longo prazo. No Balanço Patrimonial o ativo não circulante deve 
ser subdividido em realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível.
Exemplo 3
Em janeiro de 20x1, a Cia Ativa LTDA está elaborando suas demonstrações con-
tábeis para o exercício de 20x0 e para tanto, precisa classificar seus ativos em circulantes 
e nao circulantes. Sabe-se que organização efetuou uma venda a prazo de R$ 3.600,00 
em dez/20x0 para recebimento em 36 parcelas mensais de R$ 100,00, a primeira parcela 
vende em jan/20x1. Qual o montante seria reconhecido nas demonstrações contábeis da 
Ativa LTDA como ativo circulante e não circulante?
Resposta: A Ativa LTDA está elaborando seu Balanço Patrimonial para 31/12/20x0, 
portanto, o montante a ser reconhecido como circulante, são os valores a receber até 
31/12/20x1, no caso, 12 parcelas mensais de R$ 100,00, o restante das parcelas (24 par-
celas) serão reconhecidas como não circulantes. Desta forma, R$ 1.200,00 (12 parcelas 
de R$ 100,00) seria considerado como Ativo Circulante e R$ 2.400,00 (24 parcelas de R$ 
100,00) seria considerado como Ativo Não Circulante.
Exemplo 4
Em janeiro de 20x2, a Cia Ativa LTDA está elaborando suas demonstrações contá-
beis para o exercício de 20x1 e para tanto, precisa classificar seus ativos em circulantes e 
nao circulantes. Sabe-se que organização efetuou uma venda a prazo de R$ 3.600,00 em 
dez/20x0 para recebimento em 36 parcelas mensais de R$ 100,00. Durante o exercício de 
21UNIDADE I Demonstrações Contábeis e Balanço Patrimonial
20x1, a Ativa recebeu 12 parcelas. Qual o montante seria reconhecido nas demonstrações 
contábeis da Ativa LTDA em 31/12/20x1 como ativo circulante e não circulante?
Resposta: A Ativa LTDA está elaborando seu Balanço Patrimonial para 31/12/20x1, 
dessa forma, ela deve baixar o valor recebido, ou seja, o montante a receber será R$ 
2.400,00 (R$ 3.600,00 – R$ 1.200,00). O montante a ser reconhecido como ativo circulante, 
são os valores a receber até 31/12/20x2, no caso, 12 parcelas mensais de R$ 100,00, o 
restante das parcelas (12 parcelas) serão reconhecidas como ativo não circulante. Desta 
forma, R$ 1.200,00 (12 parcelas de R$ 100,00) seria considerado como Ativo Circulante e 
R$ 1.200,00 (12 parcelas de R$ 100,00) seria considerado como Ativo Não Circulante.
O Passivo deve ser classificado como circulante quando satisfizer qualquer dos 
seguintes critérios:
• espera-se que seja liquidado durante o ciclo operacional da entidade (geralmen-
te doze meses); 
• está mantido essencialmente para a finalidade de ser negociado;
• a entidade não tem direito incondicional de diferir a liquidação do passivo duran-
te pelo menos doze meses após a data do balanço. 
Todos os outros passivos devem ser classificados como não circulantes. Por exem-
plo, os passivos financeiros, que proporcionem financiamento em longo prazo (ou seja, não 
façam parte do capital circulante usado no ciclo operacional normal da entidade) e cuja 
liquidação não esteja prevista para o período de até doze meses após a data do balanço, 
são passivos não circulantes.
Exemplo 5
Em janeiro de 20x1, a Cia Passiva LTDA está elaborando suas demonstrações 
contábeis para o exercício de 20x0 e para tanto, precisa classificar seus passivos em circu-
lantes e nao circulantes. Sabe-se que organização contraiu um empréstimo de R$ 7.200,00 
em dez/20x0 para pagamento em 36 parcelas mensais de R$ 200,00, a primeira parcela 
vende em jan/20x1. Qual o montante seria reconhecido nas demonstrações contábeis da 
Passiva LTDA como passivo circulante e não circulante?
Resposta: A Passiva LTDA está elaborando seu Balanço Patrimonial para 
31/12/20x0, portanto, o montante a ser reconhecido como circulante, são os valores a pagar 
até 31/12/20x1, no caso, 12 parcelas mensais de R$ 200,00, o restante das parcelas (24 
parcelas) serão reconhecidas como não circulantes. Desta forma, R$ 2.400,00 (12 parcelas 
de R$ 200,00) seria considerado como Passivo Circulante e R$ 4.800,00 (24 parcelas de 
22UNIDADE I Demonstrações Contábeis e Balanço Patrimonial
R$ 200,00) seria considerado como Passivo Não Circulante.
Exemplo 6
Em janeiro de 20x2, a Cia Passiva LTDA está elaborando suas demonstrações con-
tábeis para o exercício de 20x1 e para tanto, precisa classificar seus ativos em circulantes 
e nao circulantes. Sabe-se que organização contraiu um empréstimo de R$ 7.200,00 em 
dez/20x0 para pagamento em 36 parcelas mensais de R$ 200,00. Durante o exercício de 
20x1, a Passiva pagou 12 parcelas. Qual o montante seria reconhecido nas demonstrações 
contábeis da Passiva LTDA em 31/12/20x1 como passivo circulante e não circulante?
Resposta: A Passiva LTDA está elaborando seu Balanço Patrimonial para 
31/12/20x1, dessa forma, ela deve baixar o valor pago, ou seja, o montante a pagar será R$ 
4.800,00 (R$ 7.200,00 – R$ 2.400,00). O montante a ser reconhecido como passivo circu-
lante, são os valores a receber até 31/12/20x2, no caso, 12 parcelas mensais de R$ 200,00, 
o restante das parcelas (12 parcelas) serão reconhecidas como passivo não circulante. 
Desta forma, R$ 2.400,00 (12 parcelas de R$ 200,00) seria considerado como Passivo 
Circulante e R$ 2.400,00 (12 parcelas de R$ 200,00) seria classificado como Passivo Não 
Circulante.
De acordo com a NBC TG Estrutura Conceitual: o grupo do Balanço Patrimonial, 
Patrimônio Líquido, refere-se ao interesse residual nos ativos da entidade depois de dedu-
zidos todos os seus passivos.
São exemplos de itens classificados como Patrimônio Líquido: capital social (re-
cursos aportados pelos sócios), reservas de lucros e reservas para manutenção do capital. 
As informações evidenciadas no Patrimônio Líquido permitem que os usuários 
identifiquem quais os montantes referem-se a direitos sobre o desempenho da organização, 
como o recebimento de dividendos.
Por vezes, a constituição de reservas é exigida pelo estatuto ou por lei para dar 
à organização e seus credores uma margem maior de proteção contra os efeitos de pre-
juízos. A existência e o tamanho das reservas legais, estatutárias e fiscais representam 
informações importantes para a tomada de decisão dos usuários. 
Exemplo 7
Em janeiro de 20x1, a Cia Residual LTDA está elaborando suas demonstrações 
contábeis para o exercício de 20x0 e para tanto, precisa classificar apurar o valor do Patri-
mônio Líquido. Sabe-se que organização possui um Ativo Total de R$ 200.000,00, possui 
R$ 50.000,00 classificados como passivo circulante e R$ 40.000,00 como passivo não 
23UNIDADE I Demonstrações Contábeis e Balanço Patrimonial
circulante. Qual o montante seria reconhecido nas demonstrações contábeis da ResidualLTDA como Patrimônio Líquido?
Resposta: O valor do Patrimônio Líquido da Residual LTDA em 31/12/20x0, será 
a diferença entre o Ativo e o Passivo. Considerando que a Residual LTDA possui um Ativo 
de R$ 200.000,00 e um Passivo de R$ 90.000,00 (R$ 40.000,00 + R$ 50.000,00), o valor 
classificado como Patrimônio Líquido será R$ 110.000,00 (R$ 200.000,00 – R$ 90.000,00).
Na Figura 05, consta um exemplo de estrutura do Balanço Patrimonial elaborado 
de acordo com as normas societárias:
Figura 05: Estrutura do Balanço Patrimonial conforme a Legislação Societária.
Fonte: elaborado com base em CFC (2011a).
Conforme se observa na Figura 05, as contas do Balanço Patrimonial são agrega-
das conforme a sua natureza. No ativo, a ordem é a de liquidez, por isso inicia-se pelo ativo 
circulante (itens mais líquidos). No Passivo e Patrimônio, por ordem de exigibilidade, nesse 
sentido, as contas que possuem vencimento em menor período de tempo são apresentadas 
primeiramente, seguidas das obrigações que possuem prazo maior de vencimento.
A seguir, apresentam-se as considerações finais desta Unidade.
24UNIDADE I Demonstrações Contábeis e Balanço Patrimonial
Caro(a) aluno(a), na Unidade 1, foi abordado sobre as características gerais das 
demonstrações contábeis e sobre o Balanço Patrimonial. Tais conhecimentos corroboram 
para a sua aprendizagem na disciplina Contabilidade Societária e no âmbito da Contabili-
dade de forma geral.
Primeiramente, foi discorrido sobre a Lei 6.404/1976 e as principais alterações 
introduzidas pela Lei 11.638/2007, por exemplo: a extinção do Ativo Permanente, a cria-
ção do Ativo Imobilizado, a separação entre Ativo Circulante e Não Circulante, etc. Num 
próximo momento, você conheceu as características da informação contábil do CPC 00, 
nesse sentido você entendeu que as características fundamentais devem estar presentes 
no processos de produção de informações contábeis, ao passo que as características de 
melhoria corroboram para compreensão da informação evidenciada.
Prosseguindo, você compreendeu a diferença entre o Regime de Caixa e o Regime 
de Competência. Ainda, você conheceu o conjunto completo das Demonstrações Contábeis, 
que são: Balanço Patrimonial (BP), Demonstração do Resultado (DR), Demonstração do 
Resultado Abrangente (DRA), Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA), 
Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e 
Notas Explicativas.
Nos últimos tópicos da Unidade, foi discorrido sobre o Balanço Patrimonial, uma de-
monstração estática, ou seja, representa o conjunto de bens, direito e obrigações (situação 
patrimonial) em um dado período do tempo. Você conheceu os critérios de classificação 
de grupos e contas do Balanço Patrimonial (tempo de liquidação do ativo ou realização 
do passivo). Por fim, você conheceu a estrutura do Balanço Patrimonial conforme a Lei 
Societária brasileira, a qual compreende Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido.
Bons estudos!
CONSIDERAÇÕES FINAIS
25UNIDADE I Demonstrações Contábeis e Balanço Patrimonial
Leitura Complementar
Usuários Externos da Informação.
Caro(a) durante a Unidade I, foi enfatizado que as demonstrações contábeis são 
voltadas para os usuários externos. Nesta leitura complementar, você conhecerá quem são 
os usuários externos.
As demonstrações contábeis referem-se ao mínimo de informações necessárias 
que precisam ser evidenciadas pelas organizações para o bom funcionamento do mercado. 
Os usuários internos, têm acesso à informações mais detalhadas (ou então têm acesso à 
todas as transações e fatos relevantes), por isso, estes podem estruturar seus relatórios 
conforme a sua necessidade informacional.
Nesta perspectiva, os usuários externos têm acesso à informações limitadas e não 
se encontram em posição de julgar maiores detalhamentos, porque a organização poderia 
retê-las se não houvesse a obrigação legal de divulgação.
São exemplos de usuários externos das demonstrações contábeis:
• Acionistas ou investidores: os quais podem ter interesse em conhecer os mon-
tantes apurados como lucros, destinação de lucros para reservas e valores a 
serem distribuídos a títulos de dividendos.
• Fornecedores: os quais podem ter interesse em informações sobre Estoques de 
produtos, bem como aspectos relacionados a liquidez ou endividamento.
• Credores: neste grupo podem ser incluídos bancos comerciais ou outros finan-
ciadores, os quais têm interesse em informações sobre a liquidez e rentabilidade 
das organizações.
• Governo: este usuário tem interesse na evolução patrimonial, nos valores apu-
rados como Receita de Vendas, Lucros, Folha de pagamento, os quais são 
base de cálculo para tributação, ou seja, recolhimento de impostos.
• Comunidade: trata-se de um público afetado pelas atividades da organização, 
nesse sentido, buscam informações sobre projetos sociais na comunidade, 
redução de impactos ao meio ambiente, estratégias de conservação do meio 
ambiente, os quais podem ser apresentadas nas demonstrações contábeis.
• Pesquisadores: estes usuários incluem alunos de graduação ou de outros cur-
sos que acessam as demonstrações contábeis para efetuar estudos científicos.
26UNIDADE I Demonstrações Contábeis e Balanço Patrimonial
• Analistas de Mercado: tal grupo de usuários acessam as demonstrações con-
tábeis para efetuar estimativas de lucro, projeções e indicar a compra ou venda 
de títulos patrimoniais (ou ações).
• Para que as demonstrações contábeis consigam satisfazer as distintas necessi-
dades destes inúmeros tipos de usuários externos, há a necessidade das mes-
mas serem elaboradas conforme a estrutura societária, por isso, o arcabouço 
legislativo da Contabilidade Societária.
Fonte: elaborado pelos professores com base em CFC (2011).
27UNIDADE I Demonstrações Contábeis e Balanço Patrimonial
Material Complementar
LIVRO
Manual de Contabilidade Societária
Autor: Ernesto Rubens Gelbcke; Ariovaldo dos Santos; Sérgio de 
Iudícibus; Eliseu Martins.
Editora: Atlas.
FILME
Fome de Poder
Ano: 2017
Sinopse: O filme retrata a história do empresário que revolucio-
nou o modelo de negócios de uma organização mundial do setor 
alimentício. Este filme poderá contribuir com a sua formação ao 
abordar facetas do mundo de negócio e ao enfatizar questões 
relativas a marca e ativo intangível.
VÍDEO
No link abaixo há explicações sobre a diferença entre os Ativos Circulantes e Ativos Não 
Circulantes, os quais são subgrupos do Balanço Patrimonial.
Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=sEziQ9oIK5c&list=PLbXEfa3iXrdTET-
zaoJY7KggA10YP3TG44&index=4>. Acesso em: 14 mai. 2019.
28
Objetivos de Aprendizagem
•	 Discorrer sobre a Demonstração do Resultado (DR).
•	 Discorrer sobre a Demonstração do Resultado Abrangente (DRA).
•	 Abordar sobre a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA).
•	 Apresentar a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL).
Plano de Estudo
•	 Demonstração do Resultado (DR).
•	 Demonstração do Resultado Abrangente (DRA).
•	 Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA).
•	 Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL).
UNIDADE II
Demonstrações Contábeis 
Relacionadas ao Lucro
Professor Me. Matheus Henrique Delmonaco.
Professor Me. Rodrigo Gaspar de Almeida.
29UNIDADE II Demonstrações Contábeis Relacionadas ao Lucro
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a), na Unidade 2, do livro da disciplina de Contabilidade Societária, 
damos continuidade as demonstrações contábeis. Nesta Unidade, discorreremos sobre a 
Demonstração do Resultado (DR), as normas que embasam essa demonstração, como 
deve ser estruturada, e as informações nela contida. Prosseguiremos com a Demonstração 
do Resultado Abrangente (DRA) que demonstra as alterações no patrimônio líquido de uma 
sociedade durante um período, decorrente de transações e outros eventos e circunstâncias 
não originadas dos sócios. Na sequência será abordado sobre a Demonstração dos Lucrosou Prejuízos Acumulados (DLPA), essa demonstração evidencia as alterações e movi-
mentações ocorridas no saldo da conta de lucros ou prejuízos acumulados, no Patrimônio 
Líquido. E por fim será explanado sobre a Demonstração das Mutações do Patrimônio 
Líquido (DMPL), demonstrará as alterações (aumento ou redução) do patrimônio líquido da 
entidade durante um período. Essas demonstrações contábeis podem auxiliar na tomada 
de decisões dos usuários da contabilidade, pois contém informações relevantes sobre as 
companhias.
Bons estudos!
30UNIDADE II Demonstrações Contábeis Relacionadas ao Lucro
1. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO (DR)
De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1), que tratada da Apresenta-
ção das Demonstrações Contábeis, as companhias devem apresentar todas as mutações 
do patrimônio líquido reconhecidas em cada exercício que não representem transações 
entre a empresa e seus sócios em duas demonstrações, para que isso seja possível, duas 
demonstrações: Demonstração do Resultado do Período e a Demonstração do Resultado 
Abrangente do Período. 
A partir da Lei 6.404/1976 que rege as Sociedades por Ações, instituiu a Demons-
tração do Resultado do Exercício – DRE, como obrigatória para as empresas. Dessa forma, 
essa demonstração traz consigo o resultado econômico.
A Demonstração do Resultado (DR) é a apresentação, em forma resumida, das 
receitas e despesas decorrentes das operações realizadas pela empresa, durante um 
período, podendo ser o exercício social, com o objetivo de demonstrar a composição do 
resultado líquido do período. 
De acordo com o art. 187 da Lei das Sociedades por Ações (6404/76) para fins de 
publicação da Demonstração do Resultado do Exercício, devesse seguir uma ordem de 
apresentação das receitas, custos e despesas. A demonstração do resultado do exercício 
discriminará: 
“I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os abati-
mentos e os impostos;
II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e servi-
31UNIDADE II Demonstrações Contábeis Relacionadas ao Lucro
ços vendidos e o lucro bruto;
III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das re-
ceitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;
IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despe-
sas;(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) 
V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão 
para o imposto; 
VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes 
beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições 
ou fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracte-
rizem como despesa;(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) 
VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do 
capital social.
§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados:
a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemen-
te da sua realização em moeda; e
b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, cor-
respondentes a essas receitas e rendimentos.” (BRASIL, 1976).
 
A partir desses conceitos dados pela Lei, pode se perceber que se enquadram 
no pressuposto do Regime de Competência no CPC 00 (R1) – Estrutura Conceitual para 
Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro, que implica na confrontação 
entre as receitas e as despesas, conforme descrito no item 95 do Pronunciamento Técnico 
do CPC supracitado: 
“As despesas são reconhecidas na demonstração do resultado com base na 
associação direta entre elas e os correspondentes itens de receita. Esse pro-
cesso, usualmente chamado de confrontação entre despesas e receitas (Re-
gime de Competência), envolve o reconhecimento simultâneo ou combinado 
das receitas e despesas que resultem diretamente das mesmas transações 
ou outros eventos; (...)” (CPC 00, 2011)
Dessa forma, a receita de venda é contabilizada por ocasião da transferência do 
controle, e não quando de seu recebimento; o custo do produto vendido, que englobaria 
material, mão de obra e demais custos de sua fabricação; as despesas incorridas, sejam 
de comercialização ou de administração; a despesa de pessoal (salários e seus encargos) 
é reconhecida no mês em que se recebeu tal prestação de serviços, mesmo sendo paga no 
mês seguinte; a despesa do Imposto de Renda é registrada no mesmo período dos lucros 
a que se refere e não no exercício seguinte, quando é declarada e paga.
De forma complementar à Lei nº 6.404/76, o CPC 26 - R1 (2011) estabelece uma 
estrutura mínima para a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), obedecidas tam-
bém as determinações legais, deve ser composto por:
32UNIDADE II Demonstrações Contábeis Relacionadas ao Lucro
• receitas; 
• custo dos produtos, das mercadorias ou dos serviços vendidos; 
• lucro bruto; 
• despesas com vendas, gerais, administrativas e outras despesas e receitas 
operacionais; parcela dos resultados de empresas investidas reconhecida por 
meio do método de equivalência patrimonial; 
• resultado antes das receitas e despesas financeiras; 
• despesas e receitas financeiras; 
• resultado antes dos tributos sobre o lucro; 
• despesa com tributos sobre o lucro;
• resultado líquido das operações continuadas; valor líquido dos seguintes itens: 
 ▪ resultado líquido após tributos das operações descontinuadas; 
 ▪ resultado após os tributos decorrente da mensuração ao valor justo menos 
despesas de venda ou na baixa dos ativos ou do grupo de ativos à disposição 
para venda que constituem a unidade operacional descontinuada; 
• resultado líquido do período;
• resultados líquidos atribuíveis:
 ▪ à participação de sócios não controladores; 
 ▪ e aos detentores do capital próprio da empresa controladora
Exemplo 1: A companhia Lactose LTDA apresentou os seguintes dados extraídos 
de sua contabilidade em 2018:
Quadro 01: Dados extraídos de sua contabilidade em 2018 Lactose LTDA.
Lactose S/A - contas em 2018 Valores em R$
Despesas Comerciais 25.000,00
Despesas Administrativas 15.000,00
Receita Bruta 300.000,00
CMV (Custo das Mercadorias Vendidas) 50.000,00
Receitas Financeiras 30.000,00
Depreciação e Amortização 15.000,00
IR e CSLL 35.000,00
Impostos sobre as vendas 75.000,00
Fonte: Elaborado pelos autores (2019)
Sabendo dos valores apresentados pela companhia, estruture a Demonstração do 
Resultado do Exercício de 2018:
33UNIDADE II Demonstrações Contábeis Relacionadas ao Lucro
Quadro 02: Demonstração do Resultado do Exercício de 2018 Lactose LTDA.
Demonstração do Resultado do Exercício de 2018: Valores em R$
Receita Bruta 300.000,00
(-) Impostos sobre as vendas (75.000,00)
(=) Receita Líquida 225.000,00
(-) CMV (Custo das Mercadorias Vendidas) (50.000,00)
(=) Lucro Bruto 175.000,00
(-) Despesas Operacionais
Despesas Comerciais (25.000,00)
Despesas Administrativas (15.000,00)
Depreciação e Amortização (15.000,00)
(±) Despesas ou Receitas Financeiras
Receitas Financeiras 30.000,00
(=) Lucro ou Prejuízo Operacional 150.000,00
(=) Resultado Operacional antes do IR e CSLL 150.000,00
(-) IR e CSLL (35.000,00)
(=) Lucro Líquido do Exercício 115.000,00
Fonte: Elaborado pelos autores (2019)
O modelo de Demonstração do Resultado apresentado no quadro 2, remetesse ao 
modelo proposto pelo o art. 187 da Lei 6.404/76. De acordo com essa legislação estabelece 
a DRE inicie com o valor total da receita bruta apurada nas operações de vendas e ser-
viços, subtraindo-se as deduções das vendas, os abatimentos e os impostos sobre estas 
receitas, apurando-se a receita líquida das vendas e serviços. 
Entretanto, as normas internacionais de contabilidade, a partir do CPC 47 (2016) 
que discorre sobre Receita de Contrato com Cliente, determinam que a divulgação se inicie 
pelas receitas líquidas, para conciliar o determinado pela Lei das Sociedade por Ações, 
bem como o exigido pela legislação fiscal, escrituram-se asreceitas brutas e as diminui-
ções destas receitas, mas a demonstração é feita a partir das receitas líquidas, sendo que 
a conciliação entre ambas é evidenciada em notas explicativas.
Ao analisar as normas contábeis, até 2014, os Pronunciamentos Técnicos do CPC 
continham várias normas que abordavam questões relacionadas à identificação, reconhe-
cimento, mensuração e divulgação de receita de vendas, todos os pronunciamentos foram 
substituídos pelo CPC 47/IFRS 15. Tais substituições foram necessárias, devido a grande 
quantidade de normas que orientavam sobre as receitas, porem se tornavam insuficientes 
para orientar a contabilização de receitas oriundas de transações mais complexas. 
De forma geral, o CPC 47 (2016) é aplicado na contabilização de receitas de to-
34UNIDADE II Demonstrações Contábeis Relacionadas ao Lucro
dos os contratos com clientes, nos quais se vendam produtos ou serviços, inclusive de 
construção, porém algumas transações de compra e venda estão fora desse pronuncia-
mento, são elas: Contratos de arrendamento dentro do alcance do CPC 06 – Operações 
de Arrendamento Mercantil; Contratos de seguro dentro do alcance do CPC 11 – Contratos 
de Seguro; Instrumentos financeiros e outros direitos ou obrigações contratuais dentro do 
alcance do CPC 38 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração, do CPC 
36 – Demonstrações Consolidadas, do CPC 19 – Negócios em Conjunto, do CPC 35 – 
Demonstrações Separadas e do CPC 18 – Investimento em Coligada, em Controlada e 
em Empreendimento Controlado em Conjunto; e permutas não monetárias entre entidades 
na mesma linha de negócios para facilitar vendas a clientes ou clientes potenciais. Por 
exemplo, este pronunciamento não se aplica a contrato entre duas empresas do setor de 
óleo e gás que pactuem a permuta de petróleo para satisfazer a demanda de seus clientes 
em diferentes locais especificados, de forma tempestiva.
35UNIDADE II Demonstrações Contábeis Relacionadas ao Lucro
2. DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE (DRA)
O CFC (2011a), seguindo as normas internacionais de contabilidade e CPC 26 - R1 
(2011), instituiu a obrigatoriedade de elaboração da Demonstração do Resultado Abran-
gente (DRA). Essa demonstração apresenta as receitas, despesas e outras mutações que 
afetam o patrimônio líquido, mas que não são reconhecidas (ou não foram reconhecidas 
ainda) na Demonstração do Resultado, seguindo o que determinam os Pronunciamentos, 
Interpretações e Orientações que regulam a atividade contábil. Tais receitas e despesas 
são identificadas como “outros resultados abrangentes” e, de acordo com o CPC 26 - R1 
(2011) compreendem os seguintes itens:
a) variações na reserva de reavaliação quando permitidas legalmente (veja 
Pronunciamentos Técnicos CPC 27 – Ativo Imobilizado e CPC 04 – Ativo 
Intangível); 
b) ganhos e perdas atuariais em planos de pensão com benefício definido 
reconhecidos conforme item 93A do Pronunciamento Técnico CPC 33 – Be-
nefícios a Empregados;
c) ganhos e perdas derivados de conversão de demonstrações contábeis de 
operações no exterior (ver Pronunciamento Técnico CPC 02 – Efeitos das 
Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis); 
d) ajuste de avaliação patrimonial relativo aos ganhos e perdas na remen-
suração de ativos financeiros disponíveis para venda (ver Pronunciamento 
Técnico CPC 48 – Instrumentos Financeiros); 
e) ajuste de avaliação patrimonial relativo à efetiva parcela de ganhos ou 
perdas de instrumentos de hedge em hedge de fluxo de caixa (ver também 
CPC 48).
A Demonstração do Resultado Abrangente pode ser apresentada dentro da De-
monstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL), como veremos no mais para 
frente, ou através de relatório próprio, sendo que o CPC sugere que se faça uso da apre-
sentação na DMPL. Quando apresentada em demonstrativo próprio, a DRA tem como 
valor inicial o resultado líquido do período apurado na DRE, seguido dos outros resultados 
abrangentes, conforme estrutura mínima para a Demonstração do Resultado Abrangente 
estabelecida pelo CPC 26 (R1): 
• resultado líquido do período; 
• cada item dos outros resultados abrangentes classificados conforme sua natu-
reza (exceto montantes relativos ao item c;
• parcela dos outros resultados abrangentes de empresas investidas reconhecida 
por meio do método de equivalência patrimonial; e 
• resultado abrangente do período. 
36UNIDADE II Demonstrações Contábeis Relacionadas ao Lucro
A DRA, pelas normas internacionais, pode ainda ser apresentada como continuida-
de da DRE, mas no Brasil o CPC determinou que fosse como um relatório à parte.
Quadro 03: Demonstração do Resultado Abrangente de 2018.
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE EM 31.12.X0 - R$
Lucro Líquido do Exercício 272.000,00
Parcela dos Sócios da Controladora 250.000,00 
Parcela dos Não controladores 22.000,00 
(-) Ajustes de Instrumentos Financeiros 60.000,00
Tributos sobre Ajustes de Instrumentos Financeiros 20.000,00
Equivalência Patrimonial sobre Ganhos Abrangentes de 
Coligadas 30.000,00
Ajustes de Conversão do Período 260.000,00
(-) Tributos sobre Ajustes de Conversão do Período 90.000,00
Outros Resultados Abrangentes Antes da Reclassificação 160.000,00
Ajustes de Instrumentos Financeiros Reclassificados para 
Resultado 10.600,00
Outros Resultados Abrangentes 170.600,00
Parcela dos Sócios da Controladora 164.600,00 
Parcela dos Não Controladores 6.000,00 
Resultado Abrangente Total (6) 
 442.600,00 
Parcela dos Sócios da Controladora 414.600,00 
Parcela dos Não Controladores 28.000,00 
Fonte: Modelo adaptado do Apêndice A do CPC 26 – R1 (2011)
37UNIDADE II Demonstrações Contábeis Relacionadas ao Lucro
3. DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS (DLPA)
A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados é uma das demonstrações 
obrigatórias para as sociedades limitadas e outros tipos de empresas que são tributadas 
com base no Lucro Real, de acordo com a legislação do Imposto de Renda. De acordo com 
o Art. 176 da lei n° 6.404/76:
“Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na es-
crituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, 
que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e 
as mutações ocorridas no exercício:
 I - balanço patrimonial;
 II - demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
 III - demonstração do resultado do exercício;
 IV - demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº 11.638,de 
2007)
 V - se companhia aberta, demonstração do valor adicionado. (Incluído pela 
Lei nº 11.638,de 2007)” (BRASIL, 1976).
Essa demonstração segundo Ribeiro (2017) é um relatório contábil que evidencia 
o movimento ocorrido na conta Lucros ou Prejuízos Acumulados durante o exercício social. 
De acordo com o § 2º do artigo 186 da Lei nº 6.404/76 a Demonstração dos Lucros ou 
Prejuízos Acumulados poderá ser incluída na Demonstração das Mutações do Patrimônio 
Líquido (DMPL), se elaborada e divulgada pela companhia, pois não inclui somente o mo-
vimento da conta dos lucros ou prejuízos acumulados, mas também o de todas as demais 
38UNIDADE II Demonstrações Contábeis Relacionadas ao Lucro
contas do patrimônio líquido. Veremos sobre a DMPL na seção 4 desse capítulo.
As empresas brasileiras lidam com uma série de obrigações acessórias, que de-
vem ser evidenciadas para o Governo, tornando esse trabalho burocrático. Além disso, ao 
informar estes dados aumenta a transparência do empreendimento, dando credibilidade 
à empresa. A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DPLA) fornece infor-
mações de extrema importância para os usuários da contabilidade, pois a partir dessa de-
monstração é possível identificar os períodos em qual houve lucros e prejuízos, facilitando 
o entendimento da viabilidade econômica para determinados investimentos, pode-se citar 
como exemplo, a compra de novos equipamentos ou a expansão do negócio.Na seção IV da lei n° 6.404/76 o Art.186 explica o que a demonstração dos lucros 
ou prejuízos acumulados deverá discriminar:
“I - o saldo do início do período, os ajustes de exercícios anteriores e a corre-
ção monetária do saldo inicial;
II - as reversões de reservas e o lucro líquido do exercício;
III - as transferências para reservas, os dividendos, a parcela dos lucros in-
corporada ao capital e o saldo ao fim do período.
§ 1º Como ajustes de exercícios anteriores serão considerados apenas 
os decorrentes de efeitos da mudança de critério contábil, ou da 
retificação de erro imputável a determinado exercício anterior, e que não 
possam ser atribuídos a fatos subsequentes.
§ 2º A demonstração de lucros ou prejuízos acumulados deverá indicar 
o montante do dividendo por ação do capital social e poderá ser incluída 
na demonstração das mutações do patrimônio líquido, se elaborada e 
publicada pela companhia.” (BRASIL, 1976).
A partir da Lei n° 11.638/07, a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados foram ex-
cluídos do Patrimônio Líquido, mantendo apenas a conta Prejuízos Acumulados. A partir 
dessa nova legislação, as companhias de sociedade por ações, devem destinar todo o lucro 
líquido apurado no final de cada exercício social, utilizando-o na compensação de prejuízos 
acumulados, para constituir reservas, para o aumento de capital ou na distribuição aos 
acionistas. Por orientação do Conselho Federal de Contabilidade – CFC, essa proibição fi-
cou restrita às sociedades por ações. Assim, as demais companhias constituídas sob outra 
forma jurídica que não a de sociedade por ações, podem manter no Balanço Patrimonial, 
a conta Lucro Acumulados ou a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados com saldo credor 
para futuras destinações.
Para se elaborar a DLPA, basta coletar os dados diretamente do Livro Razão das 
contas envolvidas. A DLPA pode ser apresentada no seguinte Modelo, conforme o Quadro 
4 a seguir:
39UNIDADE II Demonstrações Contábeis Relacionadas ao Lucro
Quadro 04: Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA).
Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)
Companhia:
Exercício findo em:
Descrição X0 X1
1. Saldo no Início do Período
2. Ajustes de Exercícios Anteriores
3. Saldo Ajustado
4. Lucro ou Prejuízo do Exercício
5. Reversão de Reservas
6. Saldo a Disposição
7. Destinação do Exercício
Reserva Legal
Reserva Estatutária
Reserva para Contingência
Outras Reservas
Dividendos Obrigatórios (R$ por ação)
Juros sobre Capital Próprio
8. Saldo no Fim do Exercício
Fonte: Elaborado pelos autores (2019)
A seguir temos um exemplo de DLPA: 
A companhia Lactose S/A apurou um lucro líquido de R$ 650.000,00 no exercício 
de 2018. Sabe-se que a companhia tinha R$ 21.000,00 de Reserva para Contingência e 
R$35.000,00 de Reserva Legal no período anterior (2017). Segundo o estatuto da compa-
nhia, ela deve destinar para Reserva Legal 5% do lucro líquido do exercício, para Reserva 
Contingência 3%, e o restante a companhia distribui em Dividendos Obrigatórios, sabendo 
que a empresa tem 1.000.000 (um milhão) de ações. Elabore a Demonstração dos Lucros 
ou Prejuízos Acumulados do exercício de 2018:
40UNIDADE II Demonstrações Contábeis Relacionadas ao Lucro
Quadro 05: Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) 2018 
Lactose LTDA.
Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA)
Companhia: Lactose LTDA
Exercício findo em: 31 de Dezembro de 2018
Descrição 2017 2018
1. Saldo no Início do Período
2. Ajustes de Exercícios Anteriores
3. Saldo Ajustado
4. Lucro ou Prejuízo do Exercício R$700.000,00 R$ 650.000,00
5. Reversão de Reservas
6. Saldo a Disposição
7. Destinação do Exercício
Reserva Legal
Reserva Estatutária
Reserva para Contingência
Outras Reservas
Dividendos Obrigatórios (R$ por ação)
Juros sobre Capital Próprio
R$ 35.000,00
R$ 21.000,00
R$ 0,642 
R$ 32.500,00
R$ 19.500,00
R$0,598
8. Saldo no Fim do Exercício R$ 0,00 R$ 0,00
Fonte: Elaborado pelos autores (2019)
No exemplo da companhia Lactose S/A, por se tratar de uma sociedade por ações, 
o seu lucro do período deve ser distribuído, não podendo ser acumulado, de acordo com Lei 
n° 11.638/07. Dessa forma o saldo no final do exercício sempre será R$ 0,00 em períodos 
em que a companhia tiver lucro.
41UNIDADE II Demonstrações Contábeis Relacionadas ao Lucro
4. Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido evidencia as alterações que 
ocorreram no patrimônio líquido das organizações em termos globais (novas integralizações 
de capital, resultado do exercício, ajustes de exercícios anteriores, dividendos, ajuste de 
avaliação patrimonial etc.) e em termos de mutações internas (incorporações de reservas 
ao capital, transferências de lucros acumulados para reservas e vice-versa etc.)
A DMPL nunca foi obrigatória pela Lei das Sociedades Anônimas n°6.404/76, mas 
a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a partir da Instrução n° 59/86 passou a exigir 
das companhias de capital aberto a publicação. A partir do Pronunciamento Técnico CPC 
26 – Apresentação das Demonstrações Contábeis, aprovado pela CVM em sua Delibera-
ção n°595/09 e pelo CFC n° 1.185/09. Assim, a DMPL passou a fazer parte do conjunto 
completo das demonstrações contábeis, sendo assim, obrigatória às companhias de capital 
aberto, substituindo a Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA).
 As informações disponibilizadas na DMPL são de suma importância para a tomada 
de decisão dos usuários da contabilidade, uma vez que indica as movimentações ocorridas 
durante o período nas diversas contas que compõe o Patrimônio Líquido, demonstrando a 
o fluxo de uma conta para outra, indicando o valor de origem, acréscimo ou diminuição no 
Patrimônio Líquido. Ao entender o conceito da DMPL, pode se verificar que essa demons-
tração é mais importante que a DLPA, pois além de evidenciar a movimentação de todas 
as contas do Patrimônio Líquido, e não somente dos Lucros ou Prejuízos Acumulados, 
também indica claramente a formação e a utilização de todas as reservas, e não apenas 
das originadas por lucros. 
A DMPL complementa as demais demonstrações, como o Balanço Patrimonial e 
da Demonstração do Resultado, pois ela pode ser utilizada para tomada de decisão dos 
usuários contábeis. Essa demonstração é importante para as companhias que possuem 
um Patrimônio Liquido formado por diversas contas com muitas transações. A formação e 
a utilização das reservas, originadas ou não pelos lucros estarão disponibilizadas na DMPL. 
A utilização dessa demonstração pelas companhias que para avaliam seus investimentos 
permanentes em coligadas e controladas, pelo método de equivalência patrimonial se torna 
muito útil para tomada de decisões.
O Pronunciamento Técnico CPC 26 - R1 (2011) – Apresentação das Demonstrações 
Contábeis, traz os requisitos gerais, estruturas e conteúdo básico para apresentação da 
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido, segundo o item 106 do CPC 26 - R1 
(2011), “A entidade deve apresentar na demonstração das mutações do patrimônio líquido”:
42UNIDADE II Demonstrações Contábeis Relacionadas ao Lucro
• O resultado abrangente do período, apresentando separadamente o 
montante total atribuível aos proprietários da entidade controladora e o 
montante correspondente à participação de não controladores; 
• Para cada componente do patrimônio líquido, os efeitos da aplicação re-
trospectiva ou da reapresentação retrospectiva, reconhecidos de acordo 
com o Pronunciamento Técnico CPC 23 – Políticas Contábeis, Mudança 
de Estimativa e Retificação de Erro;
• Para cada componente do patrimônio líquido, a conciliação do saldo no 
início e no final do período, demonstrando-se separadamente (no míni-
mo) as mutações decorrentes: 
• do resultado líquido; 
• de cada item dos outros resultados abrangentes; e 
• de transações com os proprietários realizadas na condição de pro-
prietário, demonstrandoseparadamente suas integralizações e as 
distribuições realizadas, bem como modificações nas participações 
em controladas que não implicaram perda do controle.
Segundo o CPC 26 – R1 (2011), para cada componente do patrimônio líquido, a 
entidade deve apresentar, ou na demonstração das mutações do patrimônio líquido ou nas 
notas explicativas, uma análise dos outros resultados abrangentes por item. O patrimônio 
líquido deve apresentar o capital social, as reservas de capital, os ajustes de avaliação 
patrimonial, as reservas dos lucros, as ações ou quotas em tesouraria, os prejuízos acu-
mulados, se legalmente admitidos os lucros acumulados e as demais contas exigidas pelos 
Pronunciamentos Técnicos emitidos pelo CPC. A entidade deve apresentar, na demons-
tração das mutações do patrimônio líquido ou nas notas explicativas, o montante de divi-
dendos reconhecidos como distribuição aos proprietários durante o período e o respectivo 
montante dos dividendos por ação.
A preparação da DMPL traz de forma simples e coordenada, as movimentações que 
ocorreram durante o exercício nas diversas contas ou subgrupos do Patrimônio Líquido, 
como: Capital Social, Reservas de Capital, Reservas de Lucros, Reservas de Reavaliação 
(quanto permitida por Lei), Ajustes de Avaliação Patrimonial, Lucros ou Prejuízos Acumula-
dos etc. Essa movimentação deve ser extraída dos registros contábeis.
As contas que estão classificadas no Patrimônio Líquido podem ser impactadas por 
variações de inúmeros motivos, na quais podem ou não afetar o patrimônio total. 
Dos itens que afetam o patrimônio total de acordo do CFC (2011a) são:
• Acréscimo pelo lucro ou redução pelo prejuízo líquido do exercício. 
• Redução por dividendos. 
• Redução por pagamento ou crédito de juros sobre o capital próprio. 
• Acréscimo por reavaliação de ativos (quando permitida por Lei). 
• Acréscimo por doações e subvenções para investimentos recebidos 
(após transitarem pelo resultado). 
43UNIDADE II Demonstrações Contábeis Relacionadas ao Lucro
• Acréscimo por subscrição e integralização de capital. 
• Acréscimo pelo recebimento de valor que exceda o valor nominal das 
ações integralizadas ou o preço de emissão das ações sem valor nomi-
nal. 
• Acréscimo pelo valor da alienação de partes beneficiárias e bônus de 
subscrição. 
• Acréscimo por prêmio recebido na emissão de debêntures (após transitar 
pelo resultado). 
• Redução por ações próprias adquiridas ou acréscimo por sua venda. 
• Acréscimo ou redução por ajustes de exercícios anteriores. 
• Redução por reversão da Reserva de Lucros a Realizar para a conta de 
dividendos a pagar. 
• Acréscimo ou redução por outros resultados abrangentes. 
• Redução por gastos na emissão de ações. 
• Ajuste de avaliação patrimonial. 
• Ganhos ou perdas acumulados na conversão etc.
Dos itens que NÃO afetam o patrimônio total de acordo do CFC (2011a) são: 
• Aumento de capital com utilização de lucros e reservas. 
• Apropriações do lucro líquido do exercício, por meio da conta de Lucros 
Acumulados, para a formação de reservas, como Reserva Legal, Reser-
va de Lucros a Realizar, Reserva para Contingência e outras. 
• Reversões de reservas patrimoniais para a conta de Lucros ou Prejuízos 
Acumulados (conta transitória). 
• Compensação de Prejuízos com Reservas etc.
A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido pode ser elaborada de duas 
formas segundo o CPC 26 – R1 (2011), com ou sem a evidenciação da Demonstração do 
Resultado Abrangente (DRA). 
Quadro 06: Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL)
Capital So-
cial Integra-
lizado
Reservas 
de Capital, 
Opções 
Outor-
gadas e 
Ações em 
Tesouraria 
(1)
Reser-
vas de 
Lucros 
(2)
Lucros ou 
Prejuízos 
Acumula-
dos
Outros Re-
sultados 
Abrangen-
tes (3)
Patrimônio 
Líquido 
Consolida-
do
Saldos Iniciais
Aumento de Capital
Gastos com Emissão de 
Ações
Opções Outorgadas Re-
conhecidas
44UNIDADE II Demonstrações Contábeis Relacionadas ao Lucro
Ações em Tesouraria Ad-
quiridas
Ações em Tesouraria 
Vendidas
Dividendos
Transações de Capital 
com os Sócios
Lucro Líquido do Pe-
ríodo
Ajustes Instrumentos Fi-
nanceiros
Tributos s/ Ajustes Ins-
trumentos Financeiros
Equiv. Patrim. s/ Ganhos 
Abrang. de Coligadas
Ajustes de Conversão do 
Período
Tributos s/ Ajustes de 
Conversão do Período
Outros Resultados 
Abrangentes
Reclassific. p/ Resultado 
– Aj. Instrum. Financ.
Resultado Abrangente 
Total
Constituição de Reser-
vas
Realização da Reserva 
Reavaliação
Tributos sobre a Realiza-
ção da Reserva de Rea-
valiação
Saldos Finais
Fonte: Modelo adaptado do Apêndice A do CPC 26 – R1 (2011)
Observa-se que, no modelo apresentado pelo CPC 26 (R1), a coluna de Lucros ou 
Prejuízos Acumulados evidencia as informações que seriam divulgadas pela Demonstração 
dos Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA), prevista na Lei n o 6.404/76, mas caída em 
desuso, por Deliberação da CVM e Resolução do CFC citadas anteriormente, quando a 
DMPL passou a ser incluída como uma demonstração contábil obrigatória.
Pode se seguir os procedimentos abaixo para a elaboração da DMPL:
a) abrir um papel de trabalho, ou uma planilha eletrônica, dividido em colunas, no 
qual se transcrevem, no topo de cada coluna, os nomes das contas ou sub-
grupos, reservando espaço na primeira coluna para descrição da natureza das 
transações, e a coluna final para o patrimônio líquido total; no caso de demons-
tração consolidada, há a coluna da subsoma das contas que representam o 
45UNIDADE II Demonstrações Contábeis Relacionadas ao Lucro
patrimônio líquido dos sócios da controladora, o que como regra é o patrimônio 
líquido da própria controladora. 
b) saldo de abertura – transcrever os saldos de cada conta ou subgrupo na data 
do Balanço final do exercício anterior. Somar os saldos por conta/subgrupo para 
preencher a coluna patrimônio líquido total; 
c) adicionar ou subtrair os movimentos ocorridos nas referidas contas, no período, 
abrindo linhas para cada natureza de transação, primeiramente as relativas às 
transações de capital com os sócios; 
d) adicionar ou subtrair os movimentos ocorridos nas contas próprias relativas aos 
resultados abrangentes, começando pelo resultado líquido do período, depois 
os demais resultados abrangentes e, finalmente, as reclassificações para o 
resultado; 
e) adicionar ou subtrair os movimentos das demais mutações internas do patrimô-
nio líquido; 
f) totalizar, ao final, as colunas, cujos saldos devem coincidir com os saldos do 
Balanço Patrimonial, e totalizar também as linhas.
Ao analisar o momento de decidir quais contas serão apresentadas de forma ana-
lítica na própria estrutura da DMPL ou em quadros e notas complementares, a companhia 
deve levar em consideração a relevância e materialidade. A divulgação de uma quantidade 
excessiva de colunas na DMPL, incluindo contas que não apresentam saldos materiais, não 
contribui para maior transparência e relevância das demonstrações contábeis, já que difi-
culta a visualização e compreensão das mutações patrimoniais que ocorreram no período. 
A companhia, visando, dar maior transparência as suas informações a divulgação de forma 
analítica podem serem feitas tanto em notas explicativas quanto em quadros auxiliares.
46UNIDADE II Demonstrações Contábeis Relacionadas ao Lucro
Caro(a) aluno(a), na Unidade 2, foi abordado sobre as demonstrações que envolvem 
as movimentações que afetam o Patrimônio Líquido. Analisamos os conceitos que envol-
vem a Demonstração do Resultado (DR), Demonstração do Resultado Abrangente (DRA), 
Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA) e Demonstração das Mutações 
do Patrimônio Líquido (DMPL). Tais conhecimentos corroboram para a sua aprendizagem 
na disciplina Contabilidade Societária e no âmbito da Contabilidade de forma geral. Vimos 
que a Demonstração do Resultado é um tipo de demonstração que tem como objetivo 
principal compilar as informações da companhia a fim de formar

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