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Brasília-DF. Ligações em estruturas metáLicas Elaboração Blenda C. M. Ribeiro Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração Sumário APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 5 ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 6 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8 UNIDADE I CONCEITOS INTRODUTÓRIOS .............................................................................................................. 11 CAPÍTULO 1 MATERIAIS .............................................................................................................................. 11 CAPÍTULO 2 PROCESSOS DE FABRICAÇÃO METÁLICA ................................................................................ 19 CAPÍTULO 3 LIGAÇÕES EM ESTRUTURAS METÁLICAS ................................................................................... 33 UNIDADE II LIGAÇÕES PARAFUSADAS .................................................................................................................... 39 CAPÍTULO 1 TIPOS DE PARAFUSOS ............................................................................................................. 39 CAPÍTULO 2 LIGAÇÕES PARAFUSADAS EM PERFIS SOLDADOS/LAMINADOS ................................................. 45 CAPÍTULO 3 LIGAÇÕES PARAFUSADAS EM PERFIS FORMADOS A FRIO ........................................................ 49 UNIDADE III LIGAÇÕES SOLDADAS ......................................................................................................................... 51 CAPÍTULO 1 PRINCIPAIS PROCESSOS DE SOLDAGEM ................................................................................. 51 CAPÍTULO 2 LIGAÇÕES SOLDADAS EM PERFIS SOLDADOS/LAMINADOS ...................................................... 58 CAPÍTULO 3 LIGAÇÕES SOLDADAS EM PERFIS FORMADOS A FRIO ............................................................. 64 UNIDADE IV ELEMENTOS DE BASE ........................................................................................................................... 67 CAPÍTULO 1 BASES .................................................................................................................................... 67 CAPÍTULO 2 CARATERÍSTICAS DOS ELEMENTOS .......................................................................................... 70 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 77 5 Apresentação Caro aluno A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD. Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo. Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira. Conselho Editorial 6 Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares. A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa. Provocação Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor conteudista. Para refletir Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões. Sugestão de estudo complementar Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso. Atenção Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a síntese/conclusão do assunto abordado. 7 Saiba mais Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões sobre o assunto abordado. Sintetizando Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos. Para (não) finalizar Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado. 8 Introdução Esta disciplina será responsável por aprimorar e consolidar o conhecimento em ligações em estruturas metálicas. No primeiro momento, na Unidade 1, o estudante entenderá alguns conceitos importantes para compreender sobre os materiais e principalmente os materiais metálicos. O capítulo 1 traz uma retrospectiva da evolução dos materiais, seu conceito, estrutura e propriedades, bem como o aprofundamento dos materiais metálicos. No capítulo 2 será possível compreender um dos mais utilizados e conhecidos processos de fabricação na produção dos metais. No capítulo 3 será possível se familiarizar com a definição de ligações metálicas, além de citar e explicar os tipos de ligação que podem acontecer em uma estrutura metálica. A Unidade 2 se ocupará das ligações da classe parafusada. O capítulo 1 exibe os tipos de parafusos utilizados nessas ligações. Na sequência, o capítulo 2 esclarece quais os cálculos e parafusos podem ser usados nos perfis que foram soldados e laminados. Enquanto isso, o capítulo 3 mostra os cálculos e os parafusos que devem ser empregados em perfis que foram estruturados a frio. A Unidade 3 aborda as ligações em materiais metálicos realizadas através de soldagem. O capítulo 2 discorre sobre os cálculos das ligações através de processos de soldagem que satisfazem os perfis soldados e laminados. E o capítulo 3 expõe os cálculos das ligações soldadas que podem ser realizadas em perfis formados a frio. O capítulo 4, por fim, relata o controle de qualidade das soldas, os ensaios não destrutivos realizados para verificação da qualidade das soldas e as ligações usando soldas e parafusos. A Unidade 4, refere-se aos dimensionamentos das peças que serão sujeitas às ligações estruturais metálicas. No capítulo 1 serão apresentadas as bases de pilares de ligas estruturais em placas, e o dimensionamento realizado em bases. 9 Finalmente, o capítulo 2 exibe os componentes constituintes das bases de pilares, bem como suas configurações geométricas. Objetivos » Aprender sobre os materiais,estrutura e propriedades. » Compreender o que é um material metálico. » Estudar sobre os diferentes tipos de ligações em estruturas metálicas. » Entender os cálculos utilizados nas ligações em perfis soldados, laminados e formados a frio. » Assimilar os conceitos do dimensionamento de peças. » Analisar as ligações de viga de aço com elementos de concreto. » Conhecer e entender os critérios de projeto. 10 11 UNIDADE ICONCEITOS INTRODUTÓRIOS Nesta Unidade serão introduzidos alguns conceitos básicos para construir o conhecimento sobre as ligações em estruturas metálicas. O Capítulo 1 resume, historicamente, a evolução dos materiais, definição dos materiais, estruturas e propriedades, bem como uma análise superior dos materiais metálicos. No Capítulo 2 será possível se familiarizar com a definição de ligações metálicas e o capítulo 3 cita e explica os tipos de ligação que podem acontecer em uma estrutura metálica. CAPÍTULO 1 Materiais Resumo histórico Analisando brevemente o cotidiano humano, é possível afirmar que os materiais fazem parte dos costumes ou mesmo da subsistência do homem. Naturais ou artificiais, os materiais estão presentes nos recursos basilares utilizados pelas pessoas, como no transporte, tecnologia e comunicação, produção de alimentos, energia, habitação, saúde, entre outros. Em uma perspectiva histórica, a evolução e o aprimoramento social, estiveram sempre atrelados às aptidões dos seus componentes em conceberem e manusear materiais para suprir suas dificuldades. Isso pode ser confirmado através das civilizações passadas, que eram nomeadas em função do seu progresso material. Assim foram denominadas: » Idade da Pedra: período que corresponde a 2,5 milhões atrás, em que os homens lascavam pedra para produzir armas de caça. 12 UNIDADE I │ CONCEITOS INTRODUTÓRIOS » Idade do Bronze: época que foi marcada pelo início da metalurgia, entre 2000 até 1000 a.C., e pela conquista de armas excelentes através das ligas de cobre e estanho. As ligas são produzidas através da união de mais de um componente. » Idade do Ferro: abrange o tempo ente 1000 até 1 a.C. Embora seja por volta de 500 a.C. que as ligas de ferro foram amplamente substituídas pelo bronze, na Europa, na produção de ferramentas e armas. Shackelford (2008) ainda fala de uma civilização conhecida como Idade do Cobre, entre 4000 e 3000 a.C. na Europa, onde o cobre relativamente puro foi empregado, antes da disponibilidade do estanho. Em outros momentos que arqueólogos não fizeram menção, mas não são menos importantes, como uma ‘idade cerâmica’, tempo em que era frequente a utilização de vasos feitos de barro queimado, assim como artefatos de vidro na Mesopotâmia 4000 a.C. O autor ainda afirma que a segunda metade do século XX muitas vezes é designada como “plástico”, que faz referência à utilização de polímeros para produção de produtos; e que como sugestão alguns observadores classificam esse mesmo período como ‘idade do silício’, pela repercussão da eletrônica avançada, voltada em sua maioria ao desenvolvimento do silício. Conceito de materiais Os materiais “são as substâncias cujas propriedades as tornam utilizáveis em estruturas, máquinas, dispositivos ou produtos consumíveis”. (VAN VLACK, 1984, p. 15) Os materiais são formados por átomos. O arranjo desses átomos distingue um material do outro e define se são metais, madeira, vidro entre outros. Classificação dos materiais Os materiais sólidos são principalmente reunidos em: metais, cerâmicos e polímeros. Essa classificação é estabelecida na estrutura atômica e na constituição química. Atualmente, o compósito foi adicionado a essa classificação. Ele é concebido pela união de dois ou mais materiais específicos com o objetivo de reunir propriedades não existentes em um material individualizado. Os materiais que o compõem podem ser um dos três citados anteriormente (CALLISTER, 2016; PADILHA, 1999). 13 CONCEITOS INTRODUTÓRIOS │ UNIDADE I A figura 1 mostra de forma simplificada um exemplo desses materiais. Figura 1. Exemplo da classificação dos materiais sólidos. Borracha Polímero Epóxi Pneu Concreto Armado Cimento Cerâmica Fibra de vidro Compósito Fibra de Vidro Metal Aço Fonte: adaptado de Callister 2016; Sackelford, 2008. Porém, muitos outros materiais não se enquadram nesses grupos citados. Assim, é possível agrupar em: materiais naturais, semicondutores, supercondutores, ainda materiais inteligentes, nanomateriais e biomateriais. (CALLISTER, 2016; PADILHA, 1999, SHACKELFORD, 2008) Estrutura dos materiais A organização interna dos materiais está vinculada não só aos átomos, mas também à relação com os adjacentes, em cristais, moléculas e microestruturas. Assim é possível analisar as estruturas da seguinte maneira: » Subatômica: comunicação atômica individual que ocorre entre os elétrons e o núcleo. » Atômica: disposição dos átomos, formando ligações e moléculas. » Microscópico: utilizado o microscópio como instrumento de auxílio para observar o material. » Macroscópico: análise visual, do comportamento do material em serviço. Propriedade dos materiais Ao selecionar um material, é de extrema importância levar em consideração as propriedades de um material. É necessário fazer essa análise, pois as propriedades devem suportar as condições de trabalho que o material será solicitado, sejam temperatura, esforços mecânicos, produtos químicos etc. 14 UNIDADE I │ CONCEITOS INTRODUTÓRIOS Desse modo, as propriedades finais do material estão relacionadas com o seu processamento e a estrutura interna do material, qualquer modificação entre um desses fatores, modifica o resultado dos outros. (ASKELAND, 1998; SHACKELFORD, 2008; VAN VLACK, 1984) Assim, é importante pensar qual o produto final, realizar o projeto e finalmente selecionar e especificar o material escolhido. As propriedades podem ser de natureza: física, mecânica, térmica, elétrica, química, magnética e ótica. Materiais metálicos Considerando que esta disciplina estuda as ligações em estruturas metálicas, este caderno de estudos ampliará as informações sobre materiais metálicos. Os metais são constituídos por um ou uma combinação de elementos metálicos, e muitas vezes ocorre à presença de elementos não metálicos em menores quantidades. Esses materiais apresentam um elevado ordenamento atômico e são densos se comparados com os polímeros e cerâmicas. (CALLISTER, 2016; PADILHA, 1999) Os materiais metálicos dispõem de numerosos elétrons livres, ou seja, elétrons que não são ligados a um átomo individual. Diversas propriedades dos metais estão vinculadas a esses elétrons. Como é o caso de serem ótimos condutores de eletricidade, calor, não transparentes à luz, possuem superfície com aspecto brilhoso e polido. Ainda é possível afirmar que são relativamente rígidos e resistentes, porém, são passíveis de deformações excessivas sem fraturar, isto é, são dúcteis e resistentes a fraturas. Todas essas propriedades o transformam em um material extremamente atraente para fins estruturais. (CALLISTER, 2016; PADILHA, 1999) Além das propriedades mencionadas, a resistência à fadiga, choque, tração e corrosão, são características importantes para o material metálico, devido à necessidade de o material suportar esforços mecânicos e químicos, aos quais estão sujeitos. Ligas metálicas Com intenção de melhorar as propriedades de um material metálico puro, são realizadas combinações de metais entre si ou ainda metal com outros elementos. Essa união com aspecto metálico e homogêneo é denominada liga metálica. Segundo Callister (2016) e Shackelford (2008), as ligas metálicas podem ser subdivididas basicamente pela adição de ferro, assim sãochamadas de ligas ferrosas e não ferrosas. As ligas ferrosas possuem o ferro como seu fundamental constituinte na formação química, que é o caso dos aços e ferros fundidos. Esses são responsáveis por boa parte da 15 CONCEITOS INTRODUTÓRIOS │ UNIDADE I fabricação de materiais metálicos, e são imprescindíveis como materiais de construção na engenharia. Isso é resultado da abundância dos minérios de ferro na superfície terrestre, bem como a facilidade de produzir o ferro e as ligas de aço por meio de métodos mais econômicos de extração, beneficiamento e de formação de ligas. A versatilidade das propriedades mecânicas e físicas também é essencial, pois é possível atender às diversas necessidades de trabalho. A figura 2 mostra a representação da classificação das ligas ferrosas. As ligas não ferrosas não incluem o ferro na composição química, ou ainda, se apresentam, o ferro é apenas como impureza, assim como o alumínio, o cobre, o níquel, o chumbo, entre outros. Essas ligas substituem as ferrosas devido a algumas limitações que podem ser elucidadas como: obter elevada massa específica, condutividade elétrica comparativamente baixa e a corrosão em alguns meios. As ligas não ferrosas são nomeadas de acordo com seu metal basilar, ou mesmo por uma característica peculiar a um grupo de ligas. A figura 3 mostra o exemplo das ligas metálicas não ferrosas. Figura 2. Representação do agrupamento das ligas metálicas ferrosas. Ligas Metálicas Ferrosas Aços Baixa Liga Baixo Teor de Carbobo Comum Alta Resistência Médio Teor de Carbono Comum Tratável termicamente Alto Teor de Carbono Comum Ferramenta Alta Liga Inoxidável Ferramenta Ferros Fundidos Ferro cinzento Ferro dúctil (nodular) Ferro Maleável Ferro mesclado Não Ferrosas Fonte: adaptada de Callister, 2016. 16 UNIDADE I │ CONCEITOS INTRODUTÓRIOS Figura 3. Representação das ligas não ferrosas. Ligas Metálicas Ligas Ferrosas Ligas Não Ferrosas Ligas de alumínio Ligas de cobre Ligas de magnésio Ligas de titânio Ligas de níquel Ligas de chumbo Ligas de estanho Ligas de zinco Ligas de zircônio Fonte: adaptada de Callister, 2016. Estudo de caso Título Taxa de corrosão pela exposição de materiais em campo utilizando cobre, aço-carbono e aço galvanizado, alumínio e concreto utilizado em redes de distribuição de energia, analisados em dois ambientes litorâneos do Brasil. Leitura complemetar Esse estudo foi realizado na região metropolitana no período de 2009 e 2010 em Salvador-BA e em Pontal do Sul-PR, para a produção dos metais para determinar a corrosividade e degradação de materiais das redes aéreas de distribuição de energia elétrica. Assim, esse estudo busca reduzir custos de reposição, manutenção e proteção dos materiais da engenharia em processo de corrosão atmosférica, em ambiente litorâneos, que podem ser carregados de altas concentrações de cloreto, aumentando a superfície úmida por conter altos teores de cloreto, elevado tempo de superfície úmida. Os painéis foram instalados de acordo com norma ABNT NBR 6209. Os corpos de prova têm uma área de 31.000 mm2. Antes de serem expostos, foram limpos com acetona, pesados e realizadas medidas da largura, comprimento e altura, conforme a norma ABNT NBR 6210, além de uma limpeza química. Uma placa de cada material foi retirada a cada 3 meses, a fim de se avaliar quantitativamente o processo corrosivo. Algumas conclusões foram observadas: Na região do litoral paranaense a agressividade foi considerada muito alta para o aço-carbono e o alumínio e alta para cobre e aço galvanizado. A corrosividade obtida é classificada conforme o tempo de superfície úmida, teor de cloretos e de sulfatos, indicando agressividade moderada. 17 CONCEITOS INTRODUTÓRIOS │ UNIDADE I Em Salvador, na região da Costa do Sauípe, apenas o alumínio se comportou de acordo com as especificações da norma técnica NBR 14643, com corrosividade alta. Já o cobre teve perdas de massa em ambientes de agressividade muito alta, o aço-carbono, como baixa, e o aço galvanizado, moderada. A região do Sauípe foi classificada com ambiente marinho, pelos teores de cloreto e sulfato, enquanto Pontal do Sul com agressividade baixa. As cruzetas de concreto armado, e seus aditivos, não foram possíveis concluir resultados na pesquisa, pois o método eletroquímico é qualitativo e não permitiu prever o tempo de vida útil das estruturas. Depois de um ano e meio de coletas de dados, os potenciais não foram modificados para as regiões de maior chance de corrosão. É possível concluir, assim, que o estudo dos materiais da engenharia é de extrema importância, pois promove soluções viáveis e praticáveis para estruturas metálicas, como para outras áreas da engenharia. Produção dos metais Os métodos de fabricação de peças através do uso de metais são realizados através de diversos processos que produzem materiais com propriedades previstas. Segundo Calister (2016), essas técnicas de fabricação são escolhidas de acordo com algumas condições. Dentre elas, as principais são: » propriedade dos materiais; » tamanho e forma de acabamento; » custo. Dieter (1981) afirma que os processos de produção de metais podem ser subdivididos em: processo sem remoção metálica e processo com remoção de cavaco, realizado através de deformação plástica do material, mantendo o volume e a forma do metal. Os quadros 1 e 2 exemplificam os processos sem remoção de cavaco. Quadro 1. Processos e operações sem remoção de cavaco. Conformação Fundição Principais métodos Outros métodos Principais métodos Outros métodos » laminação; » extrusão; » trefilação; » estiramento; » forjamento; » estapagem. » cunhagem; » repuxamento; » conformação com 3 cilindros; » conformação com coxim de borracha; » mandrilagem; » fabricação de tubos soldados; » conformação por explosão. » por gravidade; » sob pressão; » centrifugação; » precisão; » contínua; » molde cerâmico. Fonte: adaptado de Dieter (1981); Chiaverini (1986) e Callister (2016). 18 UNIDADE I │ CONCEITOS INTRODUTÓRIOS Quadro 2. Processos e operações sem remoção de cavaco. Soldagem Metalurgia do pó Tipo Etapas Básicas » a arco; » a gás; » alumino- térmica; » resistência; » laser; » feixe eletro; » ultrassom; » fricção. » fabricação dos pós; » mistura dos pós; » compactação dos pós; » sinterização; » tratamento térmico e outros. Fontes: adaptado de Dieter (1981); Chiaverini (1986) e Callister (2016). Processo com remoção metálica, ou processo com remoção de cavaco, que é realizado através da remoção de material até atingir a forma pretendida. O quadro 3 exemplifica o processo de usinagem, exemplificando o processo de remoção de cavaco. Quadro 3. Processo e as operações realizadas com remoção de cavaco. Usinagem Convencional Não convencional » torneamento; » fresamento; » furação; » aplainamento; » serramento; » brochamento; » roscamento; » mandrilhamento; » retificação. » jato d’água; » jato abrasivo; » ultrassônico; » eletroquímica; » química; » descarga elétrica; » laser; » arco-plasma. Fonte: adaptado de Dieter (1981) e Chiaverini (1986). Seria inviável apresentar cada operação dos processos nessa disciplina pela dimensão do conteúdo e também porque alguns desses processos serão abordados por outra disciplina. Então, será realizada a explanação de todos os processos, exemplificando os mais conhecidos métodos com a intenção de conhecimento. 19 CAPÍTULO 2 Processos de fabricação metálica Conformação mecânica No processo de conformação, o materialé sujeito a uma deformação realizada por força ou tensão externa, à qual a magnitude ultrapassa o limite de escoamento do material. Uma grande parcela dos metais pode admitir esse tipo de procedimento, pois são dúcteis e passíveis de deformação permanente sem trincar ou fraturar. Essa deformação pode ser realizada em diferentes temperaturas de recristalização. (CALLISTER, 2016) Quando realizado acima da temperatura de recristalização, o processo é considerado trabalho a quente. Esse tipo de trabalho possui uma grande vantagem, pois grandes deformações podem ser realizadas seguidas, já que o material se torna dúctil e macio. As solicitações de energia se tornam menores que no trabalho a frio. No entanto, no trabalho a quente há alguma perda de material e uma qualidade ruim no acabamento final, que é consequência da oxidação característica em grande parte dos materiais metálicos. Já os trabalhos realizados abaixo da temperatura de recristalização, conhecido como trabalho a frio, geram um aumento na resistência. Portanto, há uma perda de ductilidade resultado do encruamento do material. Há diversos processos que são utilizados com finalidade da conformação mecânica. No entanto, esses processos são resumidos em poucas categorias e podem ser identificadas de acordo com as forças empregues ao material conforme a execução da forma requisitada. Esses grupos são classificados, de acordo com Chiaverini (1986) e Dieter (1981), em: » processos do tipo compressão direta; » processos de compressão indireta; » processos do tipo trativo; » processos de dobramento; » processos de cisalhamento ou corte. 20 UNIDADE I │ CONCEITOS INTRODUTÓRIOS A figura 4 mostra algumas das operações de conformação que exemplificam as subdivisões citadas anteriormente. As duas primeiras operações serão melhores explicadas e ilustradas nas seções subsequentes. Os três últimos processos são autoexplicativos. O tracionamento de chapas é um processo mecânico, em que é empregada uma força de tração com o auxílio de uma matriz. O dobramento é uma conformação mecânica em que são empregados momentos de dobramentos às chapas, enquanto, o cisalhamento compreende o uso de esforços cisalhantes que resultam na ruptura ou corte do material metálico. Figura 4. Exemplos de processos de conformação mecânica. Forjamento Laminação Trefilação Estampagem profunda Cilindro do laminador Cilindro do laminador matriz matriz punção punção matriz Tracionamento Dobramento Matrizes de corte Corte matriz Fonte: Chiaverini, 1986. Os processos que fazem parte da categoria compressão direta são realizados através da ação de uma força à superfície do material, que, por sua vez, escoa na direção de compressão. O forjamento e a laminação são os principais exemplos dessa classe. A laminação, mostrada na figura 5, é o processo de deformação mais comumente empregado, que se resume em deslocar um material metálico entre dois cilindros. A redução que ocorre na espessura da peça é consequência das tensões de compressão realizadas pelo cilindro. (CALLISTER, 2016) 21 CONCEITOS INTRODUTÓRIOS │ UNIDADE I Figura 5. Ilustração em perspectiva do processo de laminação. Fonte: Chiaverini, 1986. O processo de forjamento é a forma mais primitiva de modificação de um material metálico. Realizado pela deformação mecânica de uma peça metálica, por golpes sucessivos (martelagem), ou compressão contínua (prensagem). (CALLISTER, 2016; DIETER, 1981) Atualmente, há diversas máquinas de forja, com variações de tamanho e formato para a fabricação de peças que vão desde “um parafuso do rotor de uma turbina até uma asa inteira de avião.”. (DIETER, 1981) As operações de forja, em sua grande maioria, são executadas a quente. O forjamento é categorizado como matriz fechada ou forjamento em matriz fechada e em matriz aberta, também conhecida como forjamento livre. (CALLISTER, 2016; DIETER, 1981) Esse tipo de forjamento de matriz fechada à força age nas duas ou mais partes da matriz que possui o formato da peça final. O material metálico a ser trabalhado é deformado no interior da cavidade construída pelas partes sob alta pressão, e assim é possível fabricar peças de precisão com pequenas tolerâncias nas dimensões. (CALLISTER, 2016; DIETER, 1981) O processo de forjamento em matriz fechada e mostrado na figura 6. Figura 6. Ilustração das fases do forjamento em matriz fechada. (c) (d) (e) (f) 22 UNIDADE I │ CONCEITOS INTRODUTÓRIOS (c) (d) (e) (f) Fonte: Chiaverini,1986. O forjamento livre, ou de matriz aberta (Figura 7), é realizado por intermédio de duas partes de matrizes com formatos geométricos simples, como chapas planas e paralelas, semicírculos etc. O processo é utilizado principalmente quando são fabricadas peças grandes ou pequenas quantidades dos itens. (CALLISTER, 2016; DIETER, 1981) Figura 7. Exemplo de conformação de um flange em matriz aberta. Fonte: Chiaverini, 1986. Os produtos produzidos a partir desse processo produzem ótimas estruturas de grãos e excelentes características mecânicas para chaves e ferramentas, virabrequins automotivos entre outros. (CALLISTER, 2016) A compressão indireta é exemplificada pela trefilação de fios e tubos, a extrusão e o embutimento profundo. Definida assim, pois apesar de as forças empregadas serem de tração ou compressão, o comportamento do material com a matriz gera forças notáveis de compressão. A trefilação, também conhecida como estiramento, é responsável por puxar uma peça pelo interior de um orifício cônico, com o auxílio de uma força de tração que é aplicada na face de saída da peça. (CALLISTER, 2016) 23 CONCEITOS INTRODUTÓRIOS │ UNIDADE I A ferramenta desse processo, a fieira, acarreta na redução da seção do material metálico. Geralmente, a trefilação ocorre a frio, favorecendo encruamento do material e promovendo modificações nas características do material, o que torna o material menos dúctil, aumentando a resistência mecânica. Segundo Dieter (1981), o material usado nesse tipo de conformação pode produzir produtos finais como formato de barra, vergalhões, fios, arames e tubos. Já Chavierini (1986) afirma que esse processo é realizado em produtos com secção muito reduzida, quando comparada ao comprimento, e em tubos. Figura 8. Figura ilustrativa de uma bancada de trefilação. Cabeçote de tração Suporte da matriz Matriz Garra Fonte: Dieter, 1981. Figura 9. Desenho da seção transversal de uma matriz de treilação (fieira). Superfície de apoio Ângulo de entrada Ângulo de aproximação Fonte: Dieter, 1981. O processo de conformação, conhecido como extrusão é realizado através da redução da seção transversal de um bloco metálico que é obrigado a passar sob alta pressão no orifício de uma matriz, ocorrendo o escoamento. Os produtos finais desse processo abrangem barras e tubos vazados ou de seções transversais irregulares e complexas. (CALLISTER, 2016; DIETER 1981) Essa operação, por muitas vezes, é realizada a quente. Isso é necessário devido às elevadas forças utilizadas na extrusão e assim, com a aplicação de calor, a resistência à deformação se torna menor. 24 UNIDADE I │ CONCEITOS INTRODUTÓRIOS Segundo Chiaverini (1986) e Dieter (1981), extrusão pode ser classificada basicamente em duas categorias: » Extrusão direta: o material metálico é posicionado em uma câmara e compelido no orifício da matriz pelo pistão (êmbolo). » Extrusão indireta: o pistão possui uma cavidade e está fixado à matriz; o extremo contrário da câmara é obstruído por uma placa. Nesse tipo de extrusão, o esforço preciso para a deformação é menor, isso se torna possível pela ausência de movimento relativo entre as paredes da câmarae do material metálico. No entanto, esse tipo de operação restringe a cara utilizada pela configuração geométrica do êmbolo. A figura 10 ilustra os tipos basilares de extrusão explanados acima. A operação de conformação mecânica conhecida como estampagem, comumente é executada a frio e reúne diversas etapas, em que uma chapa plana é sujeita a modificações geométricas, adquirindo nova forma que pode ser plana ou oca. (CHIAVERINI, 1986) Os estampos ou matrizes são os dispositivos que assessoram as prensas de estampagem, que são responsáveis pela deformação plástica ocasionada. Chiaverini (1986) atesta que a estampagem é composta fundamentalmente por três procedimentos: » corte; » dobramento e encurvamento; » estampagem profunda. Os dois primeiros passos da estampagem são comumente realizados a frio, já a estampagem profunda pode ser executada a quente, isso depende da exigência técnica. É importante ressaltar que esse processo de estampagem ainda pode ser realizado duas ou mais vezes, de acordo a profundidade requerida. Em situações mais elementares, apenas uma deformação será eficiente. A figura 11 ilustra a matriz utilizada na etapa de estampagem profunda. Figura 10. Tipos basilares de extrusão. direção do movimento êmbolo placa de pressão bloco matriz Barra extrudada Suporte da matriz câmara Extrusão Direta Extrusão Indireta placa de fechamento matriz bloco câmara Barra extrudada êmbolo 25 CONCEITOS INTRODUTÓRIOS │ UNIDADE I direção do movimento êmbolo placa de pressão bloco matriz Barra extrudada Suporte da matriz câmara Extrusão Direta Extrusão Indireta placa de fechamento matriz bloco câmara Barra extrudada êmbolo Fonte: Chiaverini, 1986. Figura 11. Imagem representando a matriz simplificada de estampagem profunda. porta-punção B punção A disco de retenção matriz C Bucha D mola de compressão E base F peça Fonte: Chiaverini, 1986. Fundição O processo de fabricação nomeado como fundição, consiste em fundir e vazar um metal em uma cavidade de um molde. Esse molde é um recipiente que possui dimensões e forma estimadas. Diversas peças podem ser fabricadas por meio desse processo, como parte de motores, turbinas hidráulicas e a gás. Durante o resfriamento e solidificação do material, o material apresentará as características do molde. Esse processo é muitas vezes considerado inicial, pois viabiliza a produção de lingotes, que serão futuramente conformados mecanicamente e transformados em produtos finais. (CALLISTER; CHIAVERINI, s/d) A fundição pode ser considerada simplesmente pelos processos de fusão e solidificação do metal sólido e a peça quase finalizada. Já em outros processos tradicionais da produção de peças metálicas, além das etapas citadas previamente, há uma deformação plástica entre o metal sólido e o produto semiacabado. A figura 12 mostra um esquema básico de um processo de fundição completo. 26 UNIDADE I │ CONCEITOS INTRODUTÓRIOS Figura 12. Mostra do processo completo de fundição. Expedição Acabamento Desmoldagem Recuperação/ Regeração da areia Vazamento Preparação de panelas Fusão Preparação de carga metálica /Tratamentos do metal Líquido Moldagem Preparação de areia /Moldes Macharia Preparação de areia /Machos Modelagem Modelo /Caixa de Macho Projeto Desenho Pedido Fonte: Guia de Boas Práticas do Setor de Fundição, 2016. A fundição possibilita a produção de peças de diferentes formas, com uma mínima restrição de grandeza, formato e complexidade. Além de conseguir com êxito propriedades mecânicas que resistem às diversas situações de trabalho. (CHIAVERINI, 1986) O passo que determina os diversos tipos de fundição é a fabricação do molde, ou modelagem. Segundo Chiaverini (1986), a fundição acolhe diversos processos, cada qual marcado por suas peculiaridades. Portanto, serão ressaltados os mais comumente utilizados. Fundição por gravidade Nesse tipo de procedimento, a ocupação do molde pelo metal é realizada pela ação da gravidade, sem o uso de qualquer força externa. Esses processos são realizados em moldes de areia (moldes temporários) ou moldes metálicos (moldes permanentes). 27 CONCEITOS INTRODUTÓRIOS │ UNIDADE I A figura 13 apresenta a fundição em molde de areia e metálico, respectivamente. Figura 13. Exemplo de fundição por gravidade, em molde metálico. Peça de Fundição Miolo Cavidade Metade do molde Pino do núcleo Concha Metal fundido Corredor Bededouro Metade do molde Pino do núcleo Fonte: <http://www.sifumg.com.br/wp-content/uploads/2016/02/cartilha-de-fundicao.pdf>. Fundição sob pressão Resume-se em preencher o molde, conhecido como matriz, sob pressão. Esse processo é realizado em moldes metálicos e podem ser utilizados por diversas vezes. A peça final desse método possui ótima precisão dimensional, bem como qualidade superficial. Durante o período de solidificação, a pressão é mantida por mais tempo, até que ocorra a completa solidificação. Em seguida, a matriz é aberta e a peça retirada, ocorre o processo de limpeza e lubrificação; e a matriz é novamente fechada para o início de um novo ciclo. O vazamento sob pressão assegura que o preenchimento seja perfeito em todo o molde; assim como nos canais distribuídos em algumas regiões, que são responsáveis pelo escape do ar. Esses canais ainda auxiliam no completo preenchimento do molde, evitando fenômenos durante a solidificação que causem heterogeneidade do material. A figura 14 exemplifica esse tipo de fundição. Figura 14. Ilustração esquemática da fundição realizada em câmara quente. cilindro hidráulico metal fundido forno matriz fixa Altura matriz (abertura) matriz móvel (de ejeção) cilindro hidráulico de fechamento Fonte: Chiaverini, 1986. 28 UNIDADE I │ CONCEITOS INTRODUTÓRIOS Soldagem Callister (2016) afirma que a soldagem, de certa forma, pode ser entendida como um processo de fabricação. Nesse processo, ocorre a união de duas ou mais peças metálicas de forma a tornar-se uma única peça. O contato e aquecimento das superfícies resultam na fusão parcial ou na plasticidade do material. Isso gera uma difusão na zona soldada, produzindo uma solda resistente e coesa quando há o resfriamento do material. (CHIAVERINI,1986) É importante ressaltar que tanto materiais diferentes quanto análogos podem ser utilizados na técnica de soldagem. Durante a soldagem há ligação metalúrgica, existindo o processo de difusão, diferente do que acontece com a união de materiais com parafusos ou rebites, onde a ligação é mecânica. Os tipos de soldagem são identificados pela fonte de energia utilizada para promover o aquecimento e a situação da área superficial de contato dos metais. Esse procedimento abrange diferentes setores, exemplificando o da indústria e construção mecânica e naval, bem como a engenharia civil. A figura 15 faz menção aos fenômenos que ocorrem em processo de soldagem de um aço. Figura 15. Ilustração dos eventos metalúrgicos na soldagem de aço. Zo na d e de pó si to d o m et al de b as e Zo na d e fu sã o Zo na d e re cr is ta liz aç ão in co m pl et a Zo na s em a lte ra çã o es tru tu ra l Zo na d e es tru tu ra s em el ha nt e à do m et al o rig in al Zo na d e su pe ra qu ec im en to Zo na d e no rm al iz aç ão Fonte: Chiaverini, 1986. 29 CONCEITOS INTRODUTÓRIOS │ UNIDADE I Metalurgia do pó O processo conhecido metalurgia dopó é responsável por produzir compostos metálicos ou não através da consolidação de pós que são auxiliados por pressão e calor. (CHAIVERINI, 1986; PEREIRA, 2011) Essa técnica de fabricação compacta uma mistura de pós-metálicos com a ajuda de uma matriz, gerando “peças verdes”, que são aglomerados do material na forma pretendida. (PEREIRA, 2011) Conseguinte, o compactado é submetido a temperaturas elevadas, que devem ser abaixo do ponto de fusão do constituinte predominante. Esse aquecimento é realizado de forma controlada, assim como o tempo e a atmosfera utilizada para realizar esse procedimento, nomeado de sinterização. (CHAIVERINI, 1986; PEREIRA, 2011) A sinterização promove as ligações químicas atômicas entre as partículas. Após esse processo, podem ser realizadas calibragem, recompactação ou mesmo infiltração; que são operações responsáveis por melhorar a exatidão dimensional, acabamento superficial, resistência mecânica e redução de porosidade. Chiaverini (1986) resume a metalurgia do pó através das seguintes etapas basilares: » mistura dos pós; » compactação da mistura por aplicação de pressão com auxílio de uma matriz; » sinterização: aplicação de calor, consolidando através de ligações entre as partículas e oferecendo resistência mecânica ao material compactado. Esse conjunto de operações produz peças mais densas e praticamente sem poros. Essa técnica de fabricação pode ser utilizada para produzir buchas e engrenagens que necessitam de uma precisão dimensional elevada. (CALlISTER,2016; PEREIRA, 2011) Essas etapas podem ser visualizadas na figura 16. 30 UNIDADE I │ CONCEITOS INTRODUTÓRIOS Figura 16. Etapas do processo da metalurgia do pó. Pós metálicos e lubrificantes Mistura Compactação Sinterização Peça acabada Essas etapas podem ou não ser seguidas por uma das seguintes alternativas se necessárias InfiltraçãoCalibragem Calibragem Sinterização Sinterização Peça acabada Peça acabada Calibragem Calibragem Fonte: Chiaverini, 1986. Usinagem Usinagem é um processo de fabricação de peças que por meio da remoção de material, também conhecido como cavaco, concede forma, dimensão ou aperfeiçoamento superficial ou conciliar, ambos para um melhor resultado. O cavaco é retirado pela interferência entre o material e a ferramenta. A ferramenta de corte é produzida com material que possui dureza e resistência mecânica elevada, maior que à do material submetido ao processo. Os processos de usinagem, em sua grande maioria, são efetivados pelo tensionamento posicionado em área da peça, resultado do movimento entre ferramenta e o material. (DIETER, 1981) Esses processos geralmente empregam energia mecânica, no entanto, alguns mais modernos, utilizam energia química, elétrica ou térmica. (DIETER, 1981) 31 CONCEITOS INTRODUTÓRIOS │ UNIDADE I A usinagem ajusta as diferentes particularidades dimensionais e de formatos na fabricação de peças que por outros processos são impraticáveis. Assim, é possível fabricar peças com menor custo. Chiaverini (1986) definiu as seguintes operações básicas de usinagem: » Torneamento: utilizado quando se deseja superfícies de revolução, ou seja, o material tem o movimento de giro em torno do eixo da máquina operatriz e a ferramenta de corte é guiada concomitantemente. O torneamento pode ser retilíneo, cilíndrico, cônico entre outros. » Fresamento: essa operação permite obter diversas superfícies através da utilização de ferramentas multicortantes. Ilustrando esse tipo de operação, é possível citar o fresamento frontal, cilíndrico tangencial, tangencial de encaixe etc. » Furação: procedimento responsável por produzir, alargar ou acabar furos. Neste caso, a ferramenta gira, enquanto a peça tem movimento retilíneo, coincidente ou paralelo ao eixo da máquina operatriz. Exemplificando a furação como: de centro, escalonada, em cheio etc. » Aplainamento: é realizado através de um movimento de translação da ferramenta ou peça para obter superfícies planas. Esse pode ser horizontal ou vertical. » Serramento: realizado com ferramentas multicortantes, esse procedimento secciona o material. Nesse caso, a peça pode permanecer estática ou deslocando-se, ao mesmo tempo em que a ferramenta multicortante gira ou se desloca, ou realiza os dois distintos movimentos. Pode-se citar o serramamento circular ou retilíneo. » Brochamento: esse tipo de operação é realizado para diferentes tipos de superfície. A ferramenta multicortante pode ter deslocamento retilíneo, coincidente ou paralelo ao eixo da peça. Esse deslocamento pode ser realizado também pela peça. Exemplificando o brochamento interno e externo. » Roscamento: é necessário quando se deseja obter filetes de rosca. Um ou mais sulcos, com passo constante, são realizados nas superfícies cilíndricas ou cônicas de revolução. Essa operação pode ser realizada interna ou externamente através do giro da peça ou ferramenta, enquanto uma delas se desloca de forma linear, paralela ou inclinada ao eixo rotacional. 32 UNIDADE I │ CONCEITOS INTRODUTÓRIOS » Mandrilamento: esse procedimento é responsável por obter superfícies de revolução e é realizado com a ajuda de uma ou diversas ferramentas de corte. O mandrilamento pode ser do tipo: cilíndrico, radial, cônico etc. » Retificação: o procedimento abrasivo é utilizado para conseguir superfícies mais lisas, com acabamento fino e precisão dimensional e normalmente é realizado após outras operações de usinagem. A ferramenta empregada nesse processo é conhecida comumente como rebolo, gira e desloca com a peça a ser retificada. Esse processo pode ser: frontal ou tangencial. Figura 17. Exemplos de operações convencionais de usinagem. Torneamento Fresamento Furação Aplainamento Serramento Brochamento Brocha Roscamento Madrilamento Retificação Superfície periférica peça rebôlo Serra circular Fonte: adaptada de Ferrasi, 1977. 33 CAPÍTULO 3 Ligações em estruturas metálicas As estruturas metálicas podem ser distinguidas das demais estruturas por diferentes fatores. Um dos mais relevantes desses fatores está relacionado às ligações existentes entre as peças que integram determinada estrutura. (VALECIANI, 1997) Ligação é uma designação utilizada para todas as particularidades construtivas que possibilitem a junção de peças estruturais, podendo ser entre si ou com componentes externos (IBS/CBCA, 2004). A figura 18 expõe alguns exemplos de ligações estruturais metálicas. Figura 18. Exemplos de ligações estruturais. Vista Lateral Vista Frontal Perspectiva Tipo de Ligação Viga-Viga Viga coluna engastada Ligação em treliças Viga-Coluna transmitindo esforço cortante Placa de base para coluna Emenda de viga Fonte: Marcon, 2012. 34 UNIDADE I │ CONCEITOS INTRODUTÓRIOS As ligações possuem, ainda, a finalidade de transmitir os esforços entre os componentes, e é extremamente importante que eles sejam compatíveis dimensionalmente, para trabalharem em harmonia e suportem solicitações relacionadas às reações da estrutura pela cara de serviço. De acordo com a ABNT/ NBR 8800:2008 (Projeto de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios), no item 6.1.1.2, as ligações metálicas resumem-se em: » Elementos de ligação: enrijecedores, chapas de ligação, cantoneiras e consolos. » Meios de ligação: soldas, parafusos, barras redondas rosqueadas e pinos. A norma citada ainda determinada que esses componentes devam ser previamente dimensionados, de modo que a resistência de cálculo nos estados limites admissíveis seja superior ou igual às exigências de cálculos, estabelecidas: (1) Pela análise da estrutura exposta às combinações de cálculo das ações,conforme o item 4.7 desta norma. (2) Como uma porcentagem especificada da resistência da barra ligada. Em algumas situações específicas, o dimensionamento pode também ter como base um estado limite de serviço. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2008, p. 62.) IBS/CBCA (2004) explica que os elementos de ligação são o conjunto de todos os elementos que possibilitam ou favorecem a propagação de esforços, enquanto os meios de ligação são os componentes que propiciam a união entre peças estruturais para fomentar a ligação. Classificação das ligações Barbosa (2006) explana em seu trabalho que, no decorrer de alguns anos, diferentes parâmetros de classificação das ligações foram adotados. Segundo a norma americana AISC/ASD (1978) apud Barbosa (2006) as ligações são classificadas em: » ligações rígidas; » ligações flexíveis; » ligações semirrígidas. As ligações do tipo rígidas são consideradas na teoria como uma união que bloqueia inteiramente qualquer tipo de rotação entre as peças. Na prática, esse tipo de ligação 35 CONCEITOS INTRODUTÓRIOS │ UNIDADE I é apontado como rígida se pelo menos 90% da capacidade de rotação é limitada. A deformação que ocorre no nó é insignificante, portanto, não provoca distribuição de momentos nas vias e colunas. As ligações denominadas como flexíveis, são também conhecidas como ligações simples, rotuladas ou articuladas. Não há ocorrência de restrição à rotação. Elas são produzidas com o objetivo de conceder a maior rotabilidade praticável e deverão possuir particularidades que favoreçam à rotação com o número de restrições que propiciem essa rotação com o número de restrição. As ligações semirrígidas são aquelas em que as uniões que possuem rotação relativa, entre os componentes, oscilam de 20 a 90% da rotação possível caso a ligação fosse do tipo flexível. Nesse tipo de ligação, a rotação da união influencia na divisão de esforços através da estrutura, por isso é importante que o profissional projetista domine a relação momento-rotação da ligação e que integre na investigação estrutural. A figura 19 apresenta as ligações rígida e flexível, respectivamente. Figura 19. Ilustração exemplificando os tipos de ligação. (a) Ligação Rígida (b) Ligação Flexível Fonte: Marcon, 2012. A figura 20 demostra um diagrama Momento/Rotação para as ligações citadas anteriormente. Figura 20. Diagrama Momento/Rotação das ligações. LIGAÇÃO RÍGIDA LIGAÇÃO SEMI-RÍGIDA LIGAÇÃO FLEXÍVEL M=WL2/12-2EIØ/L WL3/24EI ROTAÇÕES NAS EXTREMIDADES MOMENTO NAS EXTREMIDADES <0,2WL2/12 >0,9WL2/12 WL2/12 Fonte: IBS/CBCA, 2004 e Marcon,2012. 36 UNIDADE I │ CONCEITOS INTRODUTÓRIOS A capacidade de evitar a rotação relativa dos componentes de uma ligação influência de maneira considerável no retorno da estrutura aos esforços submetidos. O grau de rigidez da ligação deve estar devidamente apontado no projeto de estudo da análise estrutural. Essas ligações ainda precisam ser corretamente dimensionadas e projetadas, para que a estrutura consiga admitir os esforços de deslocamento e rotações, de acordo com o esperado. Assim, as ligações devem sempre ser projetadas segundo as proposições encontradas para os nós das barras no estudo da estrutura. O Instituto do Aço do Brasil/CBA, além da categoria de rigidez, classifica quanto ao esforço solicitante e às posições relativas desse esforço. Assim, é possível citar basicamente as seguintes ligações, como exemplos mostrados na figura 21: » cisalhamento centrado; » cisalhamento excêntrico; » tração ou compressão; » tração ou compressão com cisalhamento. Figura 21. Algumas ligações estruturais. Compressão na solda Cisalhamento nos parafusos Tração na solda Cisalhamento na solda (a) Cisalhamento Centrado Cisalhamento no Parafuso devido à torção Flexão na chapa Cisalhamento na solda devido à torção Cisalhamento no Parafuso devido à força Cisalhamento na solda devido à força (b) Cisalhamento Excêntrico Tração na solda Tração nos parafusos Tração na chapa (c) Tração centrada Cisalhamento na solda Tração nos parafusos Cisalhamento nos parafusos (d) Tração com cisalhamento 37 CONCEITOS INTRODUTÓRIOS │ UNIDADE I Compressão na solda Cisalhamento nos parafusos Tração na solda Cisalhamento na solda (a) Cisalhamento Centrado Cisalhamento no Parafuso devido à torção Flexão na chapa Cisalhamento na solda devido à torção Cisalhamento no Parafuso devido à força Cisalhamento na solda devido à força (b) Cisalhamento Excêntrico Tração na solda Tração nos parafusos Tração na chapa (c) Tração centrada Cisalhamento na solda Tração nos parafusos Cisalhamento nos parafusos (d) Tração com cisalhamento Fonte: Instituto do aço/CBA, 2017. O meio de ligação selecionado está relacionado com às particularidades do projeto. No entanto, os meios mais utilizados são os parafusos e a solda. Um meio bastante empregado até a década de 1960 foi o rebite, porém, houve um decaimento na sua utilização em consequência da sua baixa resistência mecânica, exigência de trabalho especializado e entraves nas etapas de inspeção e controle. (PEIXOTO, 2012) A figura 22 demonstra como é o processo de instalação do rebite e como ele se comportaria em uma estrutura: » instalação do rebite no furo com temperatura de aproximadamente 100°C; » constituição da cabeça pela operação de martelamento e sustento da cabeça que foi previamente formada; » resfriamento do rebite, promovendo a compressão das chapas; » rebite que está sendo esforçado pelo corte. Figura 22. Representação do rebite durante o processo de instalação. (a) (b) (c) (d) Fonte: Pfeil, 2009. IBS/CBCA (2004) classifica as ligações quanto ao meio de ligação como soldadas e/ou aparafusadas, no entanto, geralmente os cálculos da ligação estão nas classes de parafusos ou procedimentos de solda. 38 UNIDADE I │ CONCEITOS INTRODUTÓRIOS IBS/CBCA (2004) ainda afirma que cada meio de ligação citado anteriormente suporta esforços diferentes: » Os parafusos: tração e/ou cisalhamento. » As soldas: tensões de tração, compressão e/ou cisalhamento. Esses meios de ligação devem resistir a diferentes esforços. Enquanto os parafusos suportam as forças de tração, cisalhamento ou combinação de ambas; já as soldas precisam suportar foças de tração, compressão, cisalhamento ou forças tangenciais e normais, simultaneamente. A figura 23 apresenta os esforços suportados pelos parafusos e soldas. Figura 23. Representação dos esforços suportados por parafusos e soldas. (a) Tração nos parafusos (b) Cisalhamento nos parafusos (c) Tração ou compressão na solda (d) Cisalhamento na solda Solicitação de Cisalhamento na solda Solicitação de tração ou compressão na solda Fonte: IBS/CBCA, 2004. As ligações soldadas e parafusadas são mais econômicas quando existem situações que precisam conter os momentos. Essas ligações são vantajosas na facilidade e segurança na soldagem de peças, no entanto, é necessário ter cautela na fabricação dos componentes, pois serão soldados e parafusados. As ligações mistas sofrem interferência da rigidez dos diversos tipos de ligação. Essas ligações também devem ser projetadas para as soldas ou parafusos resistirem aos carregamentos, mesmo utilizando a combinação de ambos. 39 UNIDADE IILIGAÇÕES PARAFUSADAS Nesta unidade será possível verificar e entender um pouco das ligações parafusadas. No primeiro capítulo serão abordados os tipos convencionais de parafusos utilizados em ligações metálicas. O capítulo 2 será responsável por demostrar o dimensionamentode ligações parafusadas em perfis soldados e laminados. Finalmente, o capítulo 3 resume-se em apresentar o dimensionamento de ligações parafusadas em perfis formados a frio. CAPÍTULO 1 Tipos de parafusos Parafuso Os parafusos utilizados em estruturas são classificados em parafusos de baixo carbono, também nomeados de parafusos comuns e os de alta resistência. (INSTITUTO DO AÇO BRASIL/CBCA, 2017; PFEIL, 2009; VALENCIANI, 1997) Parafusos de baixo carbono Esses tipos de parafusos são, geralmente, forjados com barras aço-carbono com um pequeno teor de carbono ou fio de máquinas e são especificados conforme a ASTM A 307 ou ISSO 981 classe 4.6. (INSTITUTO DO AÇO BRASIL/CBCA, 2017; PFEIL, 2009) Empregados em estruturas com pequenas solicitações, devido a sua baixa resistência, os parafusos de baixo carbono podem ser empregados em pequenas treliças, estruturas leves, corrimãos, entre outros. Os parafusos comuns podem possuir cabeça quadrada ou sextavada. E ainda rosca do tipo métrica e tipo americano. Esse último tipo é o mais utilizado no Brasil, embora a padronização seja pelas roscas métricas. (PFEIL, 2009) 40 UNIDADE II │ LIGAÇÕES PARAFUSADAS A figura 24 apresenta a ilustração de um parafuso com cabeça e porca sextavada, enquanto a figura 25 representa as vistas de um parafuso com cabeça e porca hexagonal. Figura 24. Ilustração do parafuso de porca sextavada e arruelas. Comprimento do parafuso Comprimento de aperto Comprimento da rosca Fuste Porca cabeça Identificação fabricante Cabeça hexagonal Porca hexagonal Fonte: Pfeil, 2009. Figura 25. Vistas da cabeça e da porca de um parafuso hexagonal. Fonte: Instituto do Aço Brasil/CBCA, 2017. As ligações que abrangem os parafusos comuns são consideradas sempre como ligação do tipo de contato. Nesse tipo de ligação os parafusos estão expostos ao cisalhamento, à tração ou aos dois conjuntamente. Os esforços de tração são transmitidos diretamente por meio de tração no corpo do parafuso e os esforços de cisalhamento são transmitidos por cisalhamento do corpo do parafuso e o contato de sua superfície lateral com a face do furo, devido ao deslizamento entre as chapas ligadas. (INSTITUTO DO AÇO BRASIL/CBCA, 2017, p.13) Figura 26. Representação dos esforços em parafusos de baixo carbono. Tração na ligação Tração no corpo do parafuso Cisalhamento no corpo do parafuso Cisalhamento na ligação (com escorregamento entre as chapas) Contato Lateral (a) Tração (b) Cisalhamento Fonte: Instituto do Aço Brasil/CBCA, 2017. 41 LIGAÇÕES PARAFUSADAS │ UNIDADE II Parafusos de alta resistência Os parafusos de alta resistência utilizados em ligações metálicas são o ASTM A-325 e o ASTM A-490, ou ISO 4016 Classe 8.8 ou 10.9 quando classificados pela ISO. (INSTITUTO DO AÇO BRASIL/CBCA, 2011) Figura 27. Desenho em vista que demonstra o parafuso de alta resistência. Comprimento da rosca Comprimento do parafuso Fonte: Instituto do Aço Brasil/CBCA, 2017. Os parafusos do tipo ASTM A-325 são geralmente fabricados de aço de médio carbono submetidos a tratamento térmico, considerado de alta resistência quando utilizados em aço estrutural e com o limite de escoamento que varia de 560 a 630 Mpa, e é inversamente proporcional ao diâmetro do parafuso. Essa classe de parafuso de alta resistência tem seus diâmetros que vão de 12,5 a 38 mm e são selecionados de acordo com o serviço solicitado. É possível exemplificar alguns: » Aço de médio carbono: para fins gerais em altas temperaturas. » Aço martensita de baixo carbono: empregado para fins gerais em temperatura atmosférica. » Parafusos utilizados para resistir à corrosão causada por intempéries: utilizado com os aços A242 e A588. Já os parafusos ASTM A-490 são comumente produzidos de aço-liga e expostos a tratamentos térmicos, com o limite de escoamento que vão de 790 a 900 Mpa de acordo com o diâmetro. Assim como o ASTM A-325, esses parafusos têm diâmetros que vão 12,5 a 38 mm e podem ser escolhidos de acordo com a solicitação do serviço: » Aço-Liga: utilizado em altas temperaturas. » Aço martensita de baixo carbono: para fins em temperaturas atmosféricas utilizando diâmetros de 12,5 a 25 mm. » Parafuso de aço-liga para resistir à corrosão causada pelas intempéries, podendo se equiparar aos aços A-242 ou A588. 42 UNIDADE II │ LIGAÇÕES PARAFUSADAS É necessário cautela com arruelas e o acabamento superficial de parafusos de alta resistência que estarão em contato com os componentes da estrutura. Os parafusos de alta resistência são aplicados em ligações mais requisitadas e são instalados com esforço de protensão, que é o torque estabelecido na instalação. Os parafusos comuns não são montados sem especificação de propensão. (IBS/CBA, 2004) A instalação desses parafusos com protensão, só é possível graças ao emprego de aços de alta resistência, impedindo o deslizamento entre as partes ligadas; devido ao contato estreito entre as chapas, comprimindo-as. (INSTITUTO DO AÇO BRASIL/CBCA, 2017) Assim é fácil perceber que o torque é proporcional à compressão entre as chapas. Então, quanto mais elevada a protensão, maior a força de atrito, portanto, maior a resistência ao deslize. (INSTITUTO DO AÇO BRASIL/CBCA, 2017; PFEIL, 2009) Na figura 28 é possível observar como ocorre a protensão no parafuso. Figura 28. Desenho ilustrando o esforço de protensão no parafuso. Tronco Porca Arruela Arruela Cabeça Momento reativo Momento da chave 0 Fonte: Instituto do Aço Brasil/CBCA, 2017. O contato firme entre as chapas só é possível pelos “cones de pressão” (IBS/CBCA, 2004), que basicamente é esquematizado “como um cilindro de pressão formado com regiões circulares das chapas, altamente comprimidas, com o parafuso no centro, altamente tracionado.”. (IBS/CBCA, 2004, p. 15) Dessa forma, a força de tração que ocorre nessas ligações é “absorvida no sistema através da diminuição de pressão no cilindro e pequeno aumento de tração no parafuso.”. (IBS/CBCA, 2004, p. 15) 43 LIGAÇÕES PARAFUSADAS │ UNIDADE II O cone de pressão e o cilindro de pressão pode ser analisado na figura 29. Figura 29. Desenho ilustrando o parafuso protendido e cilindro de pressão, respectivamente. Parafuso protendido Cone de pressão nas capas Cilindro de pressão Fonte: IBS/CBA, 2004. Instituto do Aço Brasil/CBCA (2017) e Peixoto (2012) afirmam que nas ligações que utilizam parafusos de alta resistência, os esforços de cisalhamento podem ser absolvidos por ligações de atrito ou de contato. Na ligação por atrito, as chapas ficam impedidas de deslizarem, provocando um atrito entre as superfícies e consequentemente uma resistência à força presente. Já na ligação por contato, não ocorre essa retenção de deslizamento entre as chapas, e a resistência à força presente é provocada pelo contato do corpo do parafuso e das paredes do furo, ocasionando a ruptura ou corte do corpo do parafuso. Figura 30. Ligação tipo atrito: (a) demostrando a ligação; (b) representação das forças da ligação. Força de Protensão do parafuso Força de compressão entre chapas Folga da furação das chapas Força de atrito Arruela Fonte: Pfeil, 2009. Figura 31. Ligação tipo contato: (a) demostrando a ligação; (b) representação das forças da ligação. Folga da furação das chapas Força de corte em uma seção do parafuso Tensão de apoio σa Fonte: Pfeil, 2009. 44 UNIDADE II │ LIGAÇÕES PARAFUSADAS Estudo de caso Título Estudo sobre aplicações de controle de torque em juntas aparafusadas. Leitura complemetar Esse estudo aborda sobre os principais elementos e características que compreendem uma junta parafusadacom aplicação e controle de torque. Considerando a fixação comumente utilizada nas operações na indústria, as ligações aparafusadas ganharam essa fama por serem os fixadores que geram ligações desmontáveis. Estuda e compara o método de aperto por controle de torque de um processo de união de uma junta de caso crítico, com diferentes métodos: o de controle de torque e ângulo de deslocamento. Com objetivo de sanar os problemas crescentes na engenharia de aperto de fixadores, em especial no setor automotivo, pois eles afetam a segurança, confiabilidade, conforto e satisfação do cliente final. Para consolidar o objetivo proposto, utilizou-se do recolhimento de uma série de dados de 1000 apertos de controle de torque a serem comparados com base nas normas ISO e SAE. Algumas conclusões O primeiro método de torque “seco” verificou que 677 dos apertos que foram promovidos estavam encaixados dentro da margem de aprovação do torque, isso por causa da eficiência da unidade controladora eletropneumática no processo, no entanto os mesmos 677 apertos mostraram uma elevada dispersão na força tensora do elemento fixador, quando analisado por um método diferente. Já para o método de aperto por torque e ângulo de deslocamento, um conjunto de 115 apertos, onde os parafusos estão tensionados na sua região elasto-plástica, ultrapassaram seu limite de escoamento, promovendo alongamento, porém, não atingiram seu limite de ruptura. Conclui-se, então, que frente aos resultados apresentados o método de controle de torque com monitoramento de ângulo foi mais eficiente para fixação do freio tipo tambor ao eixo do caminhão do caso estudado, garantindo melhor qualidade e confiabilidade no aperto da junta. O controle de torque é importante em diversos seguimentos. Antigamente o aperto era efetuado sem controle de torque, sem confiabilidade e garantia, porém, a evolução ferramental modificou esses aspectos. 45 CAPÍTULO 2 Ligações parafusadas em perfis soldados/laminados Segundo Pfeil (2009), os cálculos dos parafusos no estado limite último são realizados através das rupturas das ligações. Exemplificando como mostrado na figura 32: » colapso do parafuso, ruptura do fuste do parafuso; » colapso por rasgamento da chapa ou ovalização do furo; » colapso por tração na chapa, rasgamento entre a chapa e furo ou dois furos; » colapso por tração na chapa, rasgamento da seção transversal. Figura 32. Exemplos de rupturas de ligações. (a) (b) (c) (d) Fonte: Pfeil, 2009. De acordo com Pinheiro (2005) e Pfeil (2009), o dimensionamento dos parafusos deve ser realizado utilizando-se a NBR 8800. Assim, os cálculos abordados nesse caderno de estudos serão os de esforços basilares encontrados em parafusos. A seguir, será demonstrado o dimensionamento dos parafusos. Tração A resistência de projeto à tração de um parafuso tracionado é dada por: R� = R�� γ�� (Eq. 1) (Eq. 1) Onde: γa2 = coeficiente de ponderação da resistência é registrado pelo quadro 4, depende das associações de ações. Esses valores são baseados no estado limite último, para o aço estrutural de perfis, pinos e parafusos. 46 UNIDADE II │ LIGAÇÕES PARAFUSADAS Quadro 4. Coeficiente γm Parcial de Segurança. Material Combinações de Ações γm Normais Especiais ou de construção Excepcionais Aço estrutural, pinos e parafusos-Estados limites de escoamento e flambagem γ a1 1,10 1,10 1,00 Aço estrutural, pinos e parafusos- Estado limite de ruptura γ a2 1,35 1,35 1,15 Concreto γ c 1,40 1,20 1,20 Aço de armadura de concreto armado γ m 1,15 1,15 1,00 Fonte: NBR 8800/2008; Pfeil, 2009. Rmt Resistência Nominal à tração e é dada por: Rmt = Abe fub Onde: ƒub é a resistência à ruptura do material do parafuso; Abe é a área efetiva do parafuso para tração; Essa área Abe está entre o valor área bruta e da raiz encontrada pela fórmula: Abe = 0,75 Ab (Eq. 2) A área bruta, Ab é baseada no diâmetro do parafuso e é obtida pela equação: �� = ���� 4 (Eq. 3) (Eq. 3) Cisalhamento O cálculo da resistência ao cisalhamento é realizado através do plano de corte: » Parafusos de alta resistência, com rosca que passa pelo plano de corte e todas as situações para parafusos comuns. Considera a seguinte fórmula: R� = 0,4A�f�� γ�� (Eq. 4)(Eq. 4) A resistência nominal Rmv para um plano de corte é dada por: Rmv = 0,4Ab fub (Eq. 5) Logo: R� = ������ (Eq. 6)(Eq. 6) 47 LIGAÇÕES PARAFUSADAS │ UNIDADE II » Parafusos de alta resistência, com a rosca fora do plano de corte. Considera a seguinte fórmula: R� = 0,5A�f�� γ�� (Eq. 7) (Eq. 7) A resistência nominal Rmv para um plano de corte é dada por: Rmv = 0,5Ab fub (Eq. 8) Logo: R� = ������ (Eq. 9)(Eq. 9) Resistência a rasgamento e pressão de contato em furos Considerando a resistência à pressão de apoio exercida por meio do fuste do parafuso e a parede do furo, assim como o rasgamento da chapa, pode ocorrer entre a chapa e o parafuso ou entre o parafuso e uma borda. Essa resistência é Rd e é dada pela expressão R� = R� γ�� (Eq. 10) (Eq. 10) Rn adotado é alcançado pelas equações que seguem: Para furos-padrão, furos alargados, furos pouco alongados em todas as direções e furos muito alongados apenas na direção da força: » Se a deformação ocorrida no furo não for aceitável nas cargas do projeto: Pressão de contato: Rn = 2,4Afu (Eq. 11) Rasgamento: Rn = 1,2atfu (Eq. 12) Logo: R� = 1,2atf� γ�� ≤ 2,4Af�/γ�� (Eq. 13) (Eq. 13) » Se a deformação ocorrida no furo for aceitável nas cargas do projeto: Pressão de contato: Rn = 3,0 Afu (Eq. 14) 48 UNIDADE II │ LIGAÇÕES PARAFUSADAS Rasgamento: Rn = 1,5atfu (Eq. 15) Logo: R� = 1,5atf� γ�� ≤ 3,0 Af�/γ�� (Eq. 16) (Eq. 16) » Para os furos muitos alongados na direção perpendicular à força: Pressão de contato: Rn = 2,0 Afu (Eq. 17) Rasgamento: Rn = 1,0atfu (Eq. 18) Logo: R� = 1,0atf� γ�� ≤ 2,0 Af�/γ�� (Eq. 19) (Eq. 19) Onde: a é a distância entre a borda do furo e a extremidade da chapa medida na direção da força de serviço; a distância entre a borda do furo e a borda do furo consecutivo, medida na direção da força de serviço; t é a espessura da chapa de serviço; ƒu é a resistência à ruptura do aço da parede do furo; γa2 = coeficiente de ponderação da resistência depende das associações de ações e é registrado pelo quadro 4, mostrado anterioremente. A é área efetiva para pressão de contato do parafuso: A = dt (Eq. 20) Onde: d: é o diâmetro do parafuso; t: é a espessura da chapa de serviço. Tração e cisalhamento combinados Quando ocorrer a ação simultânea de tração e cisalhamento, deve ser atendida a seguinte equação de interação: �T�R� � � � �V�R�� � ≤ 1,0 (Eq. 21) (Eq. 21) Onde Td é o esforço de tração solicitante de projeto por parafuso; Vd é a força de cisalhamento solicitante de projeto por parafuso. 49 CAPÍTULO 3 Ligações parafusadas em perfis formados a frio Vergílio (2011) mostra que o dimensionamento das ligações parafusadas para os perfis formados a frio é realizado de acordo com a norma NBR 14762:2010. Essa norma só se aplica para materiais com espessura inferior a 4,75 mm, para espessuras superiores a esse valor são utilizadas as especificações contidas na NBR 8800:2008. As especificações citadas na norma NBR 14762:2010: Tração R� = 0,75A�f� y (Eq. 22) (Eq. 22) Onde: ƒu é a resistência à ruptura do aço da parede do furo; g = 1,35 para parafusos de alta resistência; g = 1,55 para os parafusos comuns. Ab é a área bruta baseada no diâmetro do parafuso e é obtida pela equação: A� = πd�� 4 (Eq. 23) (Eq. 23) Cisalhamento » Com rosca que passa peloplano de corte: R�� 0,4 A�f� γ (Eq. 24)(Eq. 24) » Com rosca que passa não pelo plano de corte: R�� 0,5 A�f� γ (Eq. 25)(Eq. 25) γ = 1,55 para parafusos de alta resistência; γ = 1,65 para os parafusos comuns. 50 UNIDADE II │ LIGAÇÕES PARAFUSADAS Resistência a rasgamento e pressão de contato em furos » Rasgamento entre furos e entre furo e borda R� = tef� γ (Eq. 26) (Eq. 26) t é a espessura da chapa de serviço; e é a distância do centro do furo-padrão à borda mais próxima do furo adjacente ou do elemento conectado; γ = 1,35 » Pressão de contato: R� = 2,4dtf� γ (Eq. 27) (Eq. 27) d é o diâmetro do parafuso γ = 1,35 Tração e cisalhamento combinados » Parafusos comuns ou de alta resistência: �T�R� � � � �V�R�� � ≤ 1,0 (Eq. 28)(Eq. 28) » Parafusos de aço sem qualificação estrutural: (T�R� ) + ( V� R�) ≤ 1,0 (Eq. 29)(Eq. 29) Onde: Td é o esforço de tração solicitante de projeto por parafuso; Vd é a força de cisalhamento solicitante de projeto por parafuso. 51 UNIDADE IIILIGAÇÕES SOLDADAS A Unidade III tem como objetivo primordial apresentar as ligações soldadas. O capítulo 1 apresenta os principais processos de soldagem que são comumente utilizados em estruturas metálicas, bem como apresentar as juntas soldadas e seus símbolos. O capítulo 2 apresenta os principais esforços das ligações soldadas e seus respectivos cálculos para perfis soldados/ laminados. Por fim, o capítulo 3 apresenta os principais esforços das ligações soladas e seus respectivos dimensionamentos para os perfis formados a frio. CAPÍTULO 1 Principais processos de soldagem Para ligações soldadas, a NBR 8800:2008 propõe a utilização das disposições que compõem a Strucutural Welding Code da Americam Welding Society (AWS D1. 1) para caracterização dos materiais utilizados nos processos de soldagem, assim como os processos de soldagem apresentados no quadro 5. Quadro 5. Processos de soldagem. Processos de Soldagem Sigla Soldagem com eletrodo revestido ou “Shield Metal Arc Welding” SMAW Soldagem com proteção gasosa ou “Gas metal Arc welding” GMAW Soldagem com fluxo no núcleo ou “Flux cored Arc Welding” FCAW Soldagem a arco submerso ou “Submerged Arc Welding” SAW Fonte: Instituto do Aço/CBA, 2017. O processo de soldagem com eletrodo revestido é o mais eclético dos diferentes processos de soldagem a arco. Isso ocorre pela facilidade do equipamento, obtenção de soldas de boa qualidade e diversos metais com diferentes espessuras. Além disso, o procedimento de soldagem é manual e simplório, utilizando apenas uma fonte de energia (corrente alternada ou contínua), cabos de ligação, porta eletrodo, conector de terra e o eletrodo revestido. Esse tipo de processo pode ser utilizado em 52 UNIDADE III │ LIGAÇÕES SOLDADAS diversas condições e ambientes com baixo custo. Esse processo ocorre pelo aquecimento entre um eletrodo consumível e o metal de base. (CHIAVERINI, 1986; INSTITUTO DO AÇO/CBA, 2011) Conhecidos também como eletrodos revestidos, os consumíveis são compostos por uma “alma metálica” revestida por elementos de liga e desoxidantes, estabilizadores de arco, formadores de escória e fundentes e materiais que promovem uma proteção atmosférica durante o processo. O depósito do metal fundido do eletrodo é realizado por meio do arco para a poça de fusão do metal-base, originando, assim, o metal de solda. (CHIAVERINI, 1986) Figura 33. Imagem ilustrando o processo de soldagem com eletrodo revestido. Arame (alma) do eletrodo Gases proteção Escória Revestimento Metal de Solda Metal de Solda Fundido Cratera Penetração Metal de Solda Fonte: adaptada do Centro de Conhecimento ESAB/SMAW. Figura 34. Posições de Soldagem. Sobre cabeça Plana Horizontal Ve rt ic al Fonte: adaptada do Instituto do Aço/CBA, 2017. 53 LIGAÇÕES SOLDADAS │ UNIDADE III Figura 35. Especificação de Soldagem pela AWS. Refere-se à posição de soldagem: 1 = todas as posições; 2 = horizontal e plana; 3 = plana. Eletrodo Indica a resistência à tração em Ksi Indica o tipo de corrente (contínua ou alternada), a penetração do arco e a natureza do revestimento. Utilizando apenas na especificação AWS 5.5, indicando a composição química do depósito de soldagem. Fonte: adaptada do Instituto do Aço/CBA, 2017. A exemplo: o eletrodo E6013; resistência à tração 60 Ksi; (1) todas as posições de soldagem; (3) corrente CA, CC+ ou CC-, revestimento rutílico e silicato de potássio. Enquanto E7024; resistência à tração 70ksi. (2) Posição horizontal e plana em ângulo; (8) corrente CA, CC+ e CC- revestimento com 50% de pó em peso. O processo de soldagem com proteção gasosa ocorre através da queima da mistura do gás combustível com o ar (oxigênio), provocando, assim, uma chama com elevada temperatura. Essa chama e responsável por fundir o metal-base e a vareta de metal para formar a solda. Utilizada geralmente em trabalhos de reparo, a GMAW pode ser utilizada para soldar grande parte dos metais e em diversos trabalhos. Também é considerada de baixo custo. (CHIAVERINI, 1986) Os processos mais utilizados com a proteção gasosa são: » MIG (Metal Inert Gas), utilizando essencialmente gases inertes como o hélio ou argônio. » MAG (Metal Active Gas), utilizando essencialmente gases ativos como o dióxido de carbono, oxigênio e nitrogênio. 54 UNIDADE III │ LIGAÇÕES SOLDADAS Figura 36. Processo de soldagem com proteção gasosa. Alimentação do arame Metal de solda solidificado Tocha MIG Arame de Soldagem Proteção Gasosa Poção de fusão Arco de Elétrico Peça Fonte: adaptada do Centro de Conhecimento ESAB/GMAW. Conhecido também como MIFG/MAG, possuem alta velocidade de soldagem, alta taxa de deposição e pouca quantidade de respingos, liberação de gás e fumaça reduzida, além da ótima qualidade do cordão de solda e é convencionalmente utilizado para soldar chapas com espessuras finas. O equipamento utilizado nesse processo e formado por uma pistola de soldagem, uma fonte de energia, uma fonte de gás para proteção e um gatilho de suprimento do arame. (INSTITUTO DO AÇO/CBA, 2017) O processo de soldagem com fluxo no núcleo, também conhecido como arame tubular, é similar ao processo MIG/MAG, principalmente com equipamentos utilizados no processo. Nesse processo, o arame é tubular e a parte interna possui um fluxo que interfere nas características mecânicas do metal que será depositado. Esse fluxo combinado com a proteção gasosa é capaz de produzir boas soldas, estabilidade no arco e menos respingos. De acordo com a proteção da poça de fusão e do arco elétrico a soldagem tubular pode ser: » por fluxo contido no interior do arame (arames tubulares autoprotegidos); » por uma fonte gasosa externa. 55 LIGAÇÕES SOLDADAS │ UNIDADE III Figura 37. Imagem exemplificando a soldagem com arame tubular autoprotegido. Arame tubular Fluxo: elementos de liga formadores de atmosfera protetora, desoxidantes e formadores de escória. Atmosfera Protetora Transferência de metal e arco Direção de SoldagemMetal de solda Poça de Fusão Tipo de contato Escória fundida Escória solidificada Fonte: CENTRO DE CONHECIMENTO ESAB/Arame Tubular. Figura 38. Imagem exemplificando a soldagem com arame tubular com proteção externa. Metal de solda solidificado Arco e transferência de metal Poça de fusão Escória líquida Fluxo Arame tubular Gás de proteção Bico de contato Bocal Escória solidificada Fonte: adaptada do Centro de Conhecimento ESAB/Arame Tubular. O procedimento de soldagem a arco submerso é responsável pela união dos metais pela aplicação de
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