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IDENTIFICAÇÃO: Título: Projeto a ser implantado por um assentamento da Reforma Agrária: Espécies frutíferas. TIPO DE PROPOSTA: Projeto ÁREA TEMÁTICA PRINCIPAL: Tecnologia e produção 1. INTRODUÇÃO 1.1 Identificação da Ação Título: Projeto a ser implantado por um assentamento da Reforma agrária: Espécies Frutíferas. Tipo de Ação: Projeto Instituição: UFMS – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Início previsto: 01/06/2017 Término previsto: 07/12/2017 Gestores: 1.2 Detalhes da Proposta Carga Horária Total da Ação: 144 horas Justificativa da Carga Horária: Carga Horária de 24 horas mensais, sendo 4 horas de palestra no período da manhã e 4 horas de visita ao campo no período da tarde, entre 3 dias no mês. Durante 6 meses, totalizando 144 horas. Abrangência: Regional Local de Realização: Assentamento de Reforma Agrária em Chapadão do Sul (Matinha) 1.3 Público Alvo Agricultores e familiares dos assentamentos. 1.4 Parcerias MF Rural 1.5 Justificativa do projeto O projeto nasce no intuito de ajudar e favorecer os assentamentos levando conhecimento. Fazendo com que os agricultores que ali residem possam gerar renda e uma alta produtividade. 1.6 Referencial Teórico Abacaxi A espécie Ananas comosus (L.) Merrill pertence a família Bromeliaccae, que contempla aproximadamente 46 gêneros e 1.700 espécies, presentes principalmente em zonas tropicais (THE, 2001). O gênero Ananas é vastamente distribuído nas regiões troícais por intermédio da espécie Ananas comosus (L.) Merrill, a qual abrange todas as cultivares plantadas de abacaxi. O abacaxi é um fruto de grande aceitação pelo seu aroma e sabor, consumido em todo o globo terrestre, sendo rico em açucares, sais minerais e vitaminas (GONÇALVES, 2000). O sabor e o aroma característicos do abacaxi são atribuídos À presença e aos teores de diversos constituintes químicos, ressaltando entre eles os açucares e os ácidos responsáveis pelo sabor, e compostos voláteis associados ao aroma (CARVALHO e BOTREL, 1996). Os carotenoides são os responsáveis pela coloração amarela da polpa, e as vitaminas e os minerais estão relacionados com o valor nutritivo, sobressaindo o ácido ascórbico (vitamina C) e o potássio. Os principais ácidos responsáveis pela acidez são o cítrico e o málico, os quais contribuem respectivamente com 80% a 20% da acidez total. A acidez titulável total geralmente varia de 0,6% a 1% e é expressa como porcentagem de ácido cítrico, enquanto o pH da polpa se enquadra na faixa de 3,7 a 3,9 (CARVALHO e BROTEL, 1996) O fruto apresenta polpa de cor amarela ou laranja avermelhado, possuindo formato normalmente cilíndrico ou ligeiramente cônico, constituído por 100 a 200 pequenas bagas ou frutilhos fundidos entre si sobre o eixo central ou coração, formado por várias flores que iniciam seu desenvolvimento na base do fruto e progride em espiral até o ápice (THE, 2001). No cenário agrícola mundial de frutas, a cultura do abacaxi tem elevada demanda e alta rentabilidade (SANTOS, 2002). É o segundo cultivo tropical de importância mundial, depois da banana, representando cerca de 20% do volume mundial de frutas tropicais. Setenta por cento do abacaxi consumido no mundo é na forma in natura (COVECA,2002). No Brasil, mais de 90% do abacaxi produzido é consumido in natura, com perdas em torno de 10 – 15% do produto colhido (AGRIANUAL, 2001). Segundo Cunha (2010), o abacaxi é muito consumido em todo o mundo, tanto ao natural quanto na forma de produtos industrializados. É uma fruta não climatérica, ou seja, deve estra no estádio ótimo de amadurecimento para consumo por ocasião da colheita, pois ao ser destacado da planta ele perde sua capacidade de amadurecimento e passa a apresentar queda na taxa respiratória. O abacaxi apresenta grande importância econômica não só pelas suas qualidades nutricionais e organolépticas, mas também por sua rentabilidade e importância social, devido seu cultivo exigir intensiva mão de obra (CUNHA et al., 1994). Atualmente, a produção brasileira é destinada, na maior parte, ao mercado interno, mas o aumento do consumo de abacaxi no mercado europeu tem levado empresas nacionais a traçar planos para investir em exportações (RODRIGUES, 2006). Melo et al. (2010) afirmam que o processamento dessa fruta ocasiona alterações químicas, físicas e organolépticas, fazendo com que se tenha perda de vitaminas, havendo também escurecimento provocado por reações enzimáticas e não enzimáticas. Por esse motivo, a escolha dos equipamentos e dos métodos para processamento é fundamental para a manutenção de suas características de qualidade. Dentre as cultivares mais exploradas em todo mundo destacam-se: Smooth Cayenne, Singapore Spanish, Queen, Red Spanish, Perola e perolera (GONÇALVES, 2000), sendo que 70% da produção mundial de abacaxi provem da variedade Smooth Cayenne (FIGUEIREDO; QUEIROZ; NORONHA, 2003). As cultivares mais plantadas no Brasil são a ‘Perola’ e a ‘Smooth Cayenne’, sendo a ‘Perola’ considerada insuperável para o consumo ao natural, graças a sua polpa suculenta e saborosa (CUNHA, 2010). A variedade Smooth Cayenne é a mais importante para a industrialização, inclusive para a produção de passas. A garantia de um produto final de boa qualidade está vinculado ao processamento de uma fruta colhida no estágio de maturação adequado, ou seja, com a cor da casca amarela, envolvendo mais da metade da superfície total do fruto (MELONI, 2003). 1.7 Metodologia Durante os 6 meses foram realizadas 3 visitas técnicas com palestras por mês. Onde o público alvo ficou satisfeito por adquiri conhecimento e aprender um pouco mais. Espécie implantada: Ananas Comosus L. Merril, vulgo nome popular: abacaxi. No primeiro mês realizamos palestras onde foi mostrado métodos de controle para doenças e pragas que viessem à atacar a plantação. As pragas mais comuns são a broca do fruto (Thecla basalides) e a cochonilha (Dysmicoccus brevipes), esta última causadora da "murcha do abacaxi". A broca do fruto é a larva de uma pequena borboleta que ataca a inflorescência do abacaxi, cavando galerias e provocando o aparecimento de uma substância com aspecto de goma. O tratamento pode ser feito com carbaril (260 gramas em 100 litros d'água); paration metílico, diazinon (90 ml/100 1 de água), na base de 30 a 50 ml da solução por planta. A cochonilha é um inseto pequeno, sem asas, que se apresenta coberto por uma espécie de farinha branca. Seu combate pode ser feito com paration metílico (90 ml/100 1 de água) dimetoato (60 ml/100 1 água) e vamidotion (30 ml/100 1 de água). O tratamento de mudas só é recomendado nos casos de alta infestação de pragas. Foi falado sobre a possibilidade do consórcio do abacaxi com outros meios de cultura, que os favorece muito mais. Pois, poderia ser feito com culturas anuais de autoconsumo como feijão, feijão de corda (caupi), mandioca, arroz, amendoim, quiabo, pimentão, pimenta, tomate, repolho couve, entre outras. Além disso, o abacaxi também poderia ser consorciado com outras espécies frutíferas e com o café. Foi dito sobre as vantagens que o consórcio poderia trazer. O uso do consórcio seria vantajoso porque tende a diminuir alguns manejos, como o da capina. Há diminuição do risco de doenças e ataque de insetos em função do plantio de apenas uma cultura (monocultura). E o aumento da renda pelos agricultores. O método de controle de plantas daninhas na lavoura. O controle do mato pode ser feito com capinas manuais (enxada), cultivos à tração animal, uso de cobertura morta e herbicidas recomendados para a cultura, à base de diuron (1,6 a 3,2kg/ha), simazina (2,4 a 3,21/ha), ametrina (2,4 a 3,21/ha) ou outros aplicados em pré-emergência das plantas daninhas. O uso de herbicidas reduz a mão-de-obra e é o método mais eficiente. O pulverizador deve ser calibrado para garantir a dose correta. Em áreas infestadas por plantas daninhas de difícil controle (tiririca,capim sapé, grama-seda etc) recomenda-se a aplicação de herbicidas à base de glifosate, na dosagem de cinco a sete litros do p.c./ha, sobre as plantas daninhas, uma a duas semanas antes da aração ou da gradagem. Então, foi explicado o porquê das plantas interagirem tão bem em consórcio com o abacaxi. Uma cultura que apresenta ciclo longo pode ser usadas as entrelinhas com culturas de ciclos curtos. Um exemplo seria o repolho ou o pimentão. O consórcio poderia ser implantado e colhido em até seis meses de cultivo da cultura principal (abacaxi) e não prejudica o desenvolvimento final. O feijão por exemplo, consorciado com o abacaxi fornece cerca de 20 kg/ha de nitrogênio. Se for consorciado com o feijão de corda (caupi) são fornecidos cerca de 120 kg de nitrogênio por ha. Entretanto, não poderia haver consórcio entre o milho e o abacaxi pois, o mesmo é hospedeiro da fusario, doença está que causa podridão no fruto, e poderia causar danos ao abacaxi. Citamos também, que as plantas em consórcio deveriam ser plantadas uma única vez e colhidas antes do abacaxi entrar em florescimento. Durante os meses seguintes realizamos visitas técnicas onde acompanhamos de perto o cultivo e conceder um melhor auxilio. Nessas visitas, os alertamos e mostramos como iria ocorrer o consorcio e o espaçamento adequado. A distância entre as plantas pode variar de acordo com a variedade, o destino da produção, o nível de mecanização e outros fatores. Para produção de frutos in natura ou suco, o espaçamento deve ser mais fechado - frutos com peso variando de 1,1-1,5kg. Na produção para industrialização devem ser utilizados espaçamentos maiores (menos plantas por área) - frutos acima de 1,5kg. Tipo de plantio Distância entre filas e plantas (m) Plantas/ha 0,90 x 0,30 37.000 Filas simples 0,80 x 0,30 41.600 0,70 x 0,30 47.600 Filas duplas 0,90 x 0,40 x 0,30 51.200 0,80 x 0,40 x 0,30 55.500 1.8 Referências bibliográficas MOREIRA,V. R. R Cultivo do abacaxi em consórcios. Disponível em:<https://www.google.com.br/url?sa=t&source=web&rct=j&url=http://www.agricultura.gov.br/assuntos/sustentabilidade/organicos/fichas-agroecologicas/arquivos-producao-vegetal/10-cultivo-do-abacaxi-em-consorcios.pdf&ved=2ahUKEwiK4djUy8zeAhVOlpAKHdH5CzsQFjAFegQIABAB&usg=AOvVaw3KCNjDXmD0MPZEj3TUiaOP >. Acesso em: 11 nov. 2018. AGRIANUAL. Anuário da agricultura brasileira. São Paulo: FNP Consultoria e Comércio. 2001. P. 127-135. COVECA. Comisión veracruzana de comercialización agropecuária. Gobierno del estado de veracruz, México, 2002. CARVALHO, V. D.; BOTREL, N. Características da fruta para exportação, in: BRASIL. Ministério da agricultura e abastecimento. Abacaxi para exportação: procedimentos de colheita e pós- colheita. Brasília: EMBRAPA, 1996. 41 p. CUNHA, G. A. P. da; et al. Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária, Secretaria de Desenvolvimento Rural, Programa de Apoia a Produção e Exportação de Frutas, Hortaliças, Flores e Plantas Ornamentais. Abacaxi para exportação: aspectos técnicos da produção Brasília: Embrapa-SPI. Série publicações técnicas, 1994. 35 p. FIGUEIREDO, R. M. F.; QUEIROZ, A. J. M.; NORONHA, M. A. S. Armazenamento de abacaxi minimamente processado. Revista Brasília de Produtos Agroindustriais. Campina Grande, n. 1, p. 95-103, 2003. GONÇALVEZ, N. B. Abacaxi: pós-colheita. Brasília: EMBRAPA Comunicação para Transferência de Tecnologia, 2000. Cap. 2, p. 13-27 (frutas do brasil, 5). MELONI, P. L. S. Desidratação de Frutas e Hortaliças. Fortaleza: Instituto Frutal, 2003. 87 p. RODRIGUES, E. Secagem de Abacaxi em Secador de Leito Fixo.2006. 125 p. tese (Doutorado em Engenharia Agrícola) - Universidade Federal de Viçosa- MG, 2006. SANTOS, J. C. B.; Influência da atmosfera modificada ativa sobre a qualidade do abacaxi “perola” minimamente processado. 2002. 73 p. Dissertação (Mestrado em Ciências dos Alimentos) – Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2002. THÉ, V. M. P. Efeito da associação de tratamento hidrotérmico, cloreto de cálcio e atmosfera modificada cv. Smooth cayenne. 2001. 128 f. Tese (Doutorado em Ciência dos Alimentos) – Universidade Federal de Lavras, Lavras, 2001.