Noções de direito previdenciário e tipos de aposentadoria e auxílios

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C.E.F.E.P PRESIDENTE COSTA E SILVA
TÉCNICO EM SEGURANÇA DO TRABALHO
ANGÉLICA STEFANIAK
EVELIN MANDZAK
LUANA KNAPP
LUCAS MUCHAU
MARÍLIA KULLER
REGINALDO GAVLAK
SARAH CASTRO
NOÇÕES DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO E TIPOS DE APOSENTADORIA E AUXÍLIOS
IRATI
2019
ANGÉLICA STEFANIAK
EVELIN MANDZAK
LUANA KNAPP
LUCAS MUCHAU
MARÍLIA KULLER
REGINALDO GAVLAK
SARAH CASTRO
NOÇÕES DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO E TIPOS DE APOSENTADORIA E AUXÍLIOS
Trabalho apresentado à professora Anadaiane , na disciplina de Legislação do curso Técnico em Segurança do Trabalho, para obtenção de nota parcial semestral.
IRATI
2019
INTRODUÇÃO
	O pertence trabalho tem como objetivo apresentar uma base sobre o conceito de Direito Previdenciário e comentar, de forma mais geral, sobre os principais benefícios que são garantidos aos trabalhadores pelo Regime Geral da Previdência Social.
Na situação política atual, muito se fala de Direito Previdenciário e de Benefícios da Previdência, mas o conhecimento da maioria da população a respeito de ambos gira muito mais em torno daquilo que está presente no senso comum do que naquilo que está presente na lei, pois muitas das pessoas não procuram se informar melhor sobre esse ramo até que realmente precisem fazer usufruto dos benefícios garantidos por ele. Afinal, o que é Direito Previdenciário? Quais os Benefícios da Previdência que devem ser garantidos pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS)?
DIREITO PREVIDENCIÁRIO
	Presente na Constituição Federal de 1988, o Direito Previdenciário é o ramo que garante que a Seguridade Social seja respeitada. A área pertence à um dos ramos do Direito Público brasileiro, e tem como função regulamentar o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), que é o órgão governamental responsável por garantir a saúde e segurança do trabalhador. Portanto, por possuir princípios próprios, além de uma lei específica, o Direito Previdenciário é considerado autônomo do Direito Público. 
	Atualmente, por direito, é esse ramo que garante que o INSS conceda aos trabalhadores os 10 tipos de benefícios do Regime Geral de Previdência Social, sendo eles: quatro aposentadorias, três auxílios, dois salários e uma pensão, que serão comentados a seguir. Além disso, o trabalho também abordará o Benefício de Prestação Continuada (BPC), relacionada à assistência social. 
APOSENTADORIAS
Aposentadoria Especial
A Aposentadoria Especial é o benefício previdenciário concedido ao trabalhador que exerce suas atividades laborais exposto a agentes nocivos, que podem causar algum prejuízo à sua saúde e integridade física ao longo do tempo. O benefício é concedido mediante a comprovação de que o trabalhador exerceu a atividade com exposição a algum agente nocivo definido pela legislação em vigor à época do trabalho realizado. Um exemplo clássico no Direito Previdenciário é o do mineiro, que se aposenta com este benefício excepcional após 15 anos de atividade.
	A carência mínima exigida para a concessão do benefício é de 180 contribuições e, além disso, o trabalhador precisa também ter exercido a atividade com exposição à agentes nocivos por um determinado período. O tempo de contribuição necessário pode ser de 15 anos, 20 anos ou 25 anos a depender do agente nocivo a que o trabalhador foi exposto.
O segurado que exercer mais de uma atividade especial durante seu período contributivo, mas sem completar o período mínimo (15, 20 ou 25 anos), poderá converter o período total de cada atividade e, ao final, somar todos os períodos para concessão do benefício. Para efeito de enquadramento, será utilizado sempre a atividade preponderante.
Aposentadoria por Idade
	É o benefício previdenciário devido aos segurados do INSS, tanto trabalhadores quanto contribuintes, que comprovarem no mínimo 180 meses de contribuições para a Previdência, ou seja, quinze anos de contribuições. 
A Aposentadoria por Idade é um direito e, como dito nas regras do INSS, consideram-se aptos a obtenção desse benefício os segurados que já tenham atingido uma determinada idade. A idade mínima exigida para as mulheres é de 60 anos e para os homens é de 65 anos. Para os trabalhadores rurais ou pessoas com alguma deficiência a idade mínima é reduzida em cinco anos. Essas regras de concessão de benefício vieram com a Reforma da Previdência, quem atingiu a idade acima mencionada antes de 2010 precisará de menos contribuições para se aposentar. 
Aposentadoria por invalidez
A aposentadoria por invalidez consiste no benefício devido ao segurado que for considerado totalmente incapaz e insusceptível de recuperação para o exercício de atividade laborativa que lhe garanta a sua subsistência.
	Para ter direito a esse benefício, o trabalhador deve ter feito no mínimo 12 contribuições, no caso de doença. No caso de acidente, esse prazo de carência não é exigido, mas há a exigência de o trabalhador estar inscrito na Previdência Social. São beneficiários da aposentadoria por invalidez comum todos os segurados do regime geral de previdência social. Já a aposentadoria por invalidez acidentária laboral será devida somente aos segurados empregados. 
	 Somente será devida a aposentadoria por invalidez caso seja constatada a incapacidade definitiva do segurado. É preciso, assim, que seja verificada a condição de incapacidade mediante exame médico pericial, a cargo da previdência social, a cada dois anos, garantindo que benefício não seja suspenso. A aposentadoria por invalidez deixa de ser paga quando o segurado recupera a capacidade e volta ao trabalho. Se o segurado não tiver como ir ao local da perícia, o perito deverá ir até ele.
Aposentadoria por Tempo de Contribuição
A aposentadoria por tempo de contribuição é o benefício devido ao segurado que completar um período mínimo de contribuição ao sistema previdenciário. Pode ser integral ou proporcional. Para ter direito à aposentadoria integral, o trabalhador homem deve comprovar pelo menos 35 anos de contribuição e a trabalhadora mulher, 30 anos. Para requerer a aposentadoria proporcional, o trabalhador tem que combinar dois requisitos: tempo de contribuição e a idade mínima. Os homens podem requerer aposentadoria proporcional aos 53 anos de idade e 30 anos de contribuição (mais um adicional de 40% sobre o tempo que faltava em 16 de dezembro de 1998 para completar 30 anos de contribuição). As mulheres têm direito à proporcional aos 48 anos de idade e 25 de contribuição (mais um adicional de 40% sobre o tempo que faltava em 16 de dezembro de 1998 para completar 25 anos de contribuição).
	O fator previdenciário é aplicado no cálculo desse tipo de benefício e considera a idade, a expectativa de vida e o tempo de contribuição. A aplicação do fator previdenciário no cálculo da aposentadoria, na prática, reduz o valor do benefício da maioria dos contribuintes, fazendo com que se retardem os pedidos de aposentadoria. Além disso, a fórmula utilizada com o fator previdenciário possui muitas variáveis e operações aritméticas, tornando sua compreensão bastante difícil, trazendo dúvidas ao beneficiário quanto à escolha do tipo de aposentadoria: por idade ou por contribuição.
	Com a nova Lei 13.183/2015 houve uma mudança na aposentadoria por tempo de contribuição, trazendo para o Direito Previdenciário a nova fórmula 85/95, na qual a idade do segurado mais o tempo de contribuição devem somar 85 anos para mulheres e 95 para homens. Com essa nova regra o fator previdenciário não é mais obrigatoriamente aplicado, dando-se sua aplicação em caráter opcional, ou no caso de o contribuinte não atingir os pontos necessários da nova regra.
AUXÍLIOS
Auxílio Acidente
	É o benefício previdenciário de cunho indenizatório, sendo devido ao segurado acidentado quando, após a consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem sequelas que impliquem redução da capacidade para a atividade laborativa habitual parcial e permanentemente. Este benefício não possui caráter substitutivo da renda proveniente do trabalho, pois é recebido pelo segurado cumulativamente como salário.
	Têm direito à concessão do auxílio-acidente os empregados (urbanos, rurais e domésticos), os trabalhadores avulsos e os segurados especiais, não tendo direito ao recebimento do mesmo os contribuintes individuais e os segurados facultativos.
	Para a concessão desse benefício é necessário que o segurado tenha sofrido um acidente de qualquer natureza, que tenha levado à uma redução parcial e definitiva da capacidade para o trabalho habitual, comprovando o nexo causal entre o acidente e a redução da capacidade.
	O benefício de auxílio-acidente é devido a partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença ou na data de entrada do requerimento, quando não precedido de auxílio-doença. São causas da cessação do auxílio-acidente o óbito do segurado ou a concessão de qualquer aposentadoria.
Auxílio Doença 
	É o benefício previdenciário devido ao segurado que estiver total e temporariamente incapaz de exercer suas atividades habituais por mais de 15 dias consecutivos. O auxílio-doença pode ser de dois tipos: acidentário, decorrente de acidentes de trabalho e seus equiparados, doença profissional e doença do trabalho; ou ordinário, concedido em relação aos demais casos, sendo de origem não-ocupacional. 
 	Para ter acesso a esse benefício, o trabalhador deve ter feito no mínimo 12 contribuições à previdência, sendo que esse número de contribuições não é exigido em caso de acidente de qualquer natureza (por acidente de trabalho ou fora do trabalho).
	Para a concessão desse benefício é necessária a comprovação da incapacidade em exame realizado pela perícia médica da Previdência Social, sendo o trabalhador obrigado a realizar exame médico periódico e participar do programa de reabilitação profissional prescrito e custeado pela previdência, sob pena de ter o benefício suspenso. 
O auxílio doença só é pago até o momento em que o segurado recupera a sua capacidade laboral e volta ao trabalho, ou quando o benefício se transforma em aposentadoria por invalidez. 
Auxílio Reclusão 
	É um benefício previdenciário instituído com o objetivo de proteger a família do segurado de baixa renda que foi encarcerado, sob regime fechado ou semiaberto, independente do motivo de sua prisão, garantindo que seu recolhimento a prisão não impeça a sua subsistência. Para a concessão do benefício é necessário que se prove a condição de baixa renda da família, levando em conta a média dos últimos doze salários do segurado preso. Outros requisitos básicos para a concessão do auxílio reclusão são: o não recebimento de remuneração da empresa em que trabalhava (caso estivesse empregado), não estar recebendo outro auxílio, aposentadoria, salário ou pensão da previdência, contribuição mínima de vinte e quatro meses.
	Após a concessão do benefício, os dependentes devem apresentar à Previdência Social, de três em três meses, atestado de que o trabalhador continua preso, emitido por autoridade competente.
	O auxílio reclusão deixará de ser pago: com o óbito do segurado (substituindo o auxílio reclusão pela pensão por morte); em caso de fuga, liberdade condicional ou extinção da pena; quando o dependente completar 21 anos, for emancipado ou falecer. 
PENSÃO
Pensão por Morte
É o benefício devido ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, sendo o falecido aposentado ou não. Havendo mais de um pensionista dentro da mesma classe, a pensão será dividida em partes iguais entre todos.
Para a concessão desse benefício não há tempo mínimo de contribuição, sendo necessário apenas que o óbito do trabalhador tenha ocorrido enquanto estava na qualidade de segurado. Se o óbito ocorrer após a perda da qualidade de segurado, os dependentes terão direito a pensão desde que o trabalhador tenha cumprido, até o dia de sua morte, os requisitos para a obtenção de aposentadoria.
O benefício deixa de ser pago quando ocorre a morte do pensionista, quando se emancipa ou completa 21 anos (no caso de irmão ou filho do segurado), ou ainda quando o pensionista perde sua qualidade de invalidez (nos casos em que o pensionista é considerado inválido). 
A Pensão por Morte também pode ser concedida nos casos em que há morte presumida, como em casos de desaparecimento do segurado em catástrofe, acidente ou desastre. Para que o benefício seja concedido nesse caso, serão aceitos como prova de desaparecimento boletins de ocorrência da polícia, documento que confirme a presença do segurado no local do desastre, manchetes ou notícias de meios e comunicação, entre outros. Nesses casos, quem recebe a pensão também tem que apresentar, de seis em seis meses, documento sobre o andamento do processo de desaparecimentos até que seja emitida a certidão de óbito. 
SALÁRIOS
Salário-família
É o benefício de cunho assistencial, que tem valor fixo pago mensalmente, ao trabalhador de baixa renda com qualidade de segurado empregado e de trabalhador avulso. É devido na proporção do número de filhos, para auxiliar no sustento dos filhos de até 14 anos incompletos ou filhos inválidos, sendo equiparados à filhos os enteados e tutelados do segurado, quando não possuem bens suficientes para seu próprio sustento. Os empregados domésticos, contribuintes individuais, segurados especiais e facultativos não recebem o salário-família. 
	Para a concessão desse benefício, a Previdência Social não exige tempo mínimo de contribuição. Para garantir o salário-família, o segurado deve apresentar certidão de nascimentos do filho ou sentença de adoção, certeira de vacinação em dia para os menores de sete anos, comprovação de invalidez (no caso de filhos maiores de 14 anos) e comprovante de frequência escolar quando o dependente for maior de sete anos).
	O benefício é cessado quando os dependentes completam 14 anos ou quando os filhos maiores de 14 anos deixam de ser considerados inválidos. 
Salário-maternidade
Trata-se do benefício pago nos casos de maternidade, devido a pessoa que se afasta de sua atividade por motivo de nascimento de filho, aborto não criminoso, adoção ou guarda judicial para fins de adoção. 
É dever da empresa pagar o salário maternidade à empregada gestante. As trabalhadoras que contribuem para a Previdência Social têm direito a esse benefício nos 120 dias em que ficam afastadas das suas atividades no trabalho por causa do parto. Esse benefício também foi estendido para as mães adotivas e seguradas desempregada (empregada, trabalhadora avulsa e doméstica) e segurada especial, cujas contribuições, sendo elas individuais ou facultativas, cessaram, desde que mantida sua qualidade de segurada. 
Para a concessão desse benefício não é exigido tempo mínimo de contribuição das trabalhadoras empregadas, empregadas domésticas e trabalhadoras avulsas, desde que comprovem filiação nesta condição na data do afastamento para fins de salário maternidade ou na data do parto. Já a contribuinte facultativa e a individual têm que ter pelo menos dez contribuições para receber o benefício. A segurada especial tem direito ao benefício se comprovar no mínimo dez meses de trabalho rural. 
BENEFÍCIO ASSISTENCIAL 
Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social ao idoso e à pessoa com deficiência – BPC - LOAS 
	É o benefício da assistência social, integrante do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), pago pelo Governo Federal e assegurado por lei, que visa garantir uma renda mensal para pessoas que não possuem meios de prover a sua própria subsistência ou de tê-la provida por sua família, garantindo a idosos e pessoas com deficiência as condições mínimas para uma vida digna. 
 	Esse benefício pode ser concedido à: pessoa idosa que comprovar que possui 65 anos de idade ou mais, que não recebe nenhum benefício da previdência e que tenha renda mensal familiar per capta menor que um quarto do salário vigente; pessoa com qualquer deficiência que seja considerada incapacitante para uma vida independente e para o trabalho pela perícia do INSS, além de ter que comprovar que a renda mensal de seu grupo familiar é inferior a um quarto do salário mínimo vigente.
	O benefíciodeixa de ser pago quando há superação das condições que deram origem a sua concessão ou pelo falecimento do beneficiário. Esse benefício é intransferível e, portanto, não gera pensão aos dependentes do pensionista. 
CONCLUSÃO
	Podemos concluir que o Direito Previdenciário é amplo e está pautado nas necessidades sociais dos trabalhadores, garantindo o necessário a sobrevivência com dignidade. É de responsabilidade do Regime Geral da Previdência Social elaborar as políticas relacionadas aos benefícios que garantem a renda do contribuinte e de sua família em casos de doença, acidente, gravidez, morte, prisão ou velhice, e que é dever do INSS garantir que essas políticas sejam aplicadas. Os benefícios devem ser cedidos aos trabalhadores considerados inválidos, garantindo a eles tranquilidade, tanto com relação ao presente quanto em relação ao futuro, assegurando um rendimento seguro ao contribuinte e sua família.
	A Seguradoria Social, que se desdobra em Assistência Social, Previdência Social e Direito à Saúde, regra a relação jurídica de benefícios e custeios do previdenciário e a relação jurídica de previdência complementar. Podemos observar que todo trabalhador com carteira assinada é automaticamente filiado à Previdência Social. Quem trabalha por conta própria precisa se inscrever e contribuir mensalmente para ter acesso aos benefícios previdenciários, podendo ser empregados, empregados domésticos, trabalhadores avulsos, contribuintes individuais e trabalhadores rurais, donas-de-casa e estudantes.
	
Referências Bibliográficas
INSS, Instituto Nacional do Seguro Social. Disponível em: < https://www.inss.gov.br/beneficios/> Acesso em 26 de set. de 2019.
MASSAMBANI, Vania. Resumo da previdência social – para concursos públicos. Curitiba: Juruá, 2011. 
PREVIDENCIARISTA. Disponível em: < https://previdenciarista.com> Acesso em 25 de set. de 2019.
SOUZA, Lilian Castro de. Direito previdenciário. 7ª Ed. São Paulo: Atlas, 2012.