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ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS Via parenteral Semiotécnica Profa.Adriene Kviatkovski Via parenteral O termo parenteral provém do grego “para” (ao lado) e “enteros”(tubo digestivo), significando a administração de medicamentos “ao lado do tubo digestivo” ou sem utilizar o trato gastrointestinal. As vias parenterais mais comuns são: • IM – Intramuscular; • EV ou IV – Endovenosa ou Intravenosa; • SC – Subcutânea; • ID – Intradérmica. Via parenteral Ação mais rápida; evita ação do suco gástrico; possibilita a administração de medicamentos irritantes ao trato gastrintestinal; possibilita a administração de medicamentos para pacientes com impossibilidade de deglutir; administração de grande volume de medicamentos (soros) EV. Materiais Seringa Agulha Materiais SERINGAS : 1 ml, 3 ml, 5 ml, 10ml, 20 ml, 50 ml, 60ml e 100 ml. AGULHAS Comprimento X Calibre Para todas as vias parenterais Materiais Caneta; - Folha de anotação e checagem; - Algodão hidrófilo; - Álcool 70%; - Luvas de procedimento; - Bandeja de inox; - Medicação a ser administrada; Etiqueta de identificação. Para todas as vias: Técnica : Lavar as mãos; Explicar o procedimento ao paciente; Checar a prescrição Realiar a desinfecção da bancada, limpeza e desinfecção da bandejas Preparar a medicação identificando-a com a etiqueta; Calçar as luvas; Escolher o locar para punção Técnica: SEMPRE asséptica Para todas as vias: Após o procedimento: Manter o paciente confortável no leito; Descartar o material de forma adequada, em uma caixa de pérfuro cortantes, sem reencapar a agulha ou desconectar a agulha da seringa. Retirar as luvas, lavar as mãos; Registrar o procedimento realizado (anotação de enfermagem e checar a prescrição médica. As vias parenterais mais comuns são: • IM – Intramuscular; • EV ou IV – Endovenosa ou Intravenosa; • SC – Subcutânea; • ID – Intradérmica. Via intradérmica Via intradérmica Injeção de uma pequena quantidade de líquido, 0,5 ml ou menos ( geralmente 0,06 a 0,18) dentro das camadas externas da pele do paciente; pouca absorção sistêmica; Usada para reações de hipersensibilidade, como provas de ppd (tuberculose), Schick (difteria) e sensibilidade de algumas alergias. Via intradérmica parte ventral do antebraço; parte superior das costas; parte superior dos braços; região escapular. Locais de administração Devem ser livres de pêlos, manchas, lesões ou cicatrizes. Via intradérmica Materiais Folha de anotação e checagem; Caneta; Algodão hidrófilo; Álcool 70%; Luvas descartáveis; Medicamento a ser administrado; Seringa de 1ml; Agulha curta com calibre fino (10x 5,13 X 3,8; 13 X 4,5); Bandeja de inox; Etiqueta de identificação do medicamento. 15 Via intradérmica-técnica -*antissepsia com álcool, em movimento de espiral, iniciando do centro para a periferia (+ - 5 cm); (* ver recomendações no próximo slides) - Colocar o polegar da mão não dominante cerca de 2,5 cm abaixo do local de inserção e puxar a pele para baixo; - Com o bisel para cima e usando a mão dominante, inserir a agulha exatamente abaixo da pele, a um ângulo de 10 a 15 graus; Via intradérmica-técnica - Uma vez inserida a entrada na pele, avançar a agulha mais 1,25 cm; - Injetar devagar e suavemente o fármaco, ocorrerá a formação de uma bolha; - Retirar a agulha no mesmo ângulo de inserção; - Posicionar uma bola de algodão sobre o local, sem friccionar; - Circular o local da medicação com caneta*; (* ver recomendações no próximo slides) Via intradérmica Recomendações * não é realizada a antissepsia local na execução da BCG PPD, o local também pode ser higienizado com água e sabão s/n. * a utilização da caneta para demarcar/circular a área do local da aplicação é controversa. não necessita de garrote A derme pode ser lesada, se a introdução do medicamento for rápida; Via intradérmica Recomendações: Não friccione o local depois que você administrou uma injeção ID. Isso pode irritar o tecido subjacente; Ao registrar o procedimento, anote o nome do medicamento ou antígeno administrado, quantidade, local ou locais utilizados e a resposta do paciente. ao realizar testes alérgicos realizar a avaliação/resposta em 15 min. após a aplicação e PPD: avaliar após 72h . Teste PPD (Prova tuberculina) Via subcutânea Via subcutânea Injeção de uma pequena quantidade de medicamento líquido (em geral 0,5 a 2 ml) no tecido subcutâneo, abaixo da pele do paciente; O medicamento vai ser absorvido lentamente para os capilares próximos. 22 Via subcutânea - Provoca pouco trauma tecidual e oferece pouco risco de atingir vasos sanguíneos e nervos; contra-indicada nas áreas que estejam inflamadas, edemaciadas, cicatrizadas ou cobertas por quaisquer tipos de lesões ou manchas; - A heparina e a insulina são os medicamentos mais utilizados através dessa via. Via subcutânea Os locais indicados para a administração por essa via possuem menor inervação local, acesso mais facilitado e maior capacidade de distensão local do tecido, para receber o volume administrado. Via subcutânea abdome Quadril superior Dorso superior Faces laterais da porção superior do braço e das coxas via subcutânea Materiais: - Seringa de 1 a 3 ml agulha com calibre adequado - (13 X 3,8; 13 X 4,5); Via subcutânea Técnica: Escolher o local para punção; Realizar a antissepsia com álcool (em espiral); Segurar cerca de 2,5 cm de pele e tecido gorduroso com o polegar e demais dedos; - Com a mão dominante, inserir a agulha a um ângulo de 45º até 90º rápida e delicadamente; via subcutânea Técnica: Pessoas de maior porte, introduzir agulha a 90º; Soltar a dobra da pele; Aspirar* com o êmbolo e observar o cilindro da seringa quanto ao retorno de sangue; injetar caso não venha sangue; Havendo retorno de sangue, retirar a agulha, pressionar o local e realizar nova punção em outro local; Retirar a agulha no mesmo ângulo de inserção; Aplicar uma pressão leve com algodão, sem massagear; Via subcutânea * Não há necessidade de realizar a aspiração na administração da insulina *Não devemos aspirar na administração da Heparina pelo risco de formação de hematoma. - Antes de administrar a injeção, você pode aplicar uma compressa fria no local da injeção para minimizar a dor; - Quando estiver administrando insulina, inverta suavemente e role o frasco para homogeneizar o medicamento. Não agite o frasco porque bolhas de ar poderiam entrar na seringa e reduzir a dose administrada; Via subcutânea faça um rodízio dos locais de punção; Não administre heparina dentro de um raio de 5 cm de uma cicatriz, de uma equimose ou hematoma, ou da cicatriz umbilical; Não massageie o local quando tiver administrado insulina ou heparina. Com outros medicamentos, no entanto, a massagem suave pode ajudar a distribuir o medicamento e estimular a absorção. Via subcutânea Complicações: Infecções ou abcessos – por contaminação do material durante o preparo e administração; Embolias – pela lesão e injeção de medicamentos em vasos sanguíneos; Lesão de nervos – punção inadvertida de nervos acompanhada por queixas de dor; Úlceras ou necrose de tecidos – devido à administração de medicamentos que não são indicados para a via SC; formação de nódulos, provocados por injeções repetidas em um mesmo local, podendo ocorrer necrose no ponto de injeção; Tecido fibrótico, formação – devido à injeção de volume excessivo, introdução do líquido em velocidade rápida ou por injeções repetidas em um mesmo local. “Fenômeno de Arthus”:formação de nódulos, provocados por injeções repetidas no mesmo local, podendo ocorrer necrose do ponto de inoculação. Via intramuscular - Injeção que deposita o medicamento profundamente no tecido muscular, que é ricamente irrigado por sangue. - O medicamento injetado movimenta-se rapidamente para dentro da circulação sistêmica; Via intramuscular -suspensões oleosas ou aquosas. - Permite um aporte relativamente grande de volume de medicamento. A dose usualé de 3 ml ou menos, mas você pode administrar até 5 ml em um músculo de grande porte, dependendo da massa muscular do paciente. Vale o bom senso! - Os idosos, crianças ou pessoas magras podem tolerar menos de 2 ml; Via intramuscular - As seringas costumam ser de 3 , 5 ou 10 ml; - Utilize uma agulha 40X12 ou 40X16, para aspiração do medicamento e outra para a injeção Via intramuscular Via intramscular técnica Realizar a antissepsia do local em espiral (centro para fora); Prender o algodão com o dedo mínimo da mão não dominante; Colocar o polegar e o indicador da mão não dominante sobre o local da injeção; Inserir a agulha num ângulo de 90º, com a mão dominante, como se atirasse um dardo; Segurar a seringa com o dedo polegar e o indicador da mão não dominante, sem mover a seringa; Via intramscular técnica Aspirar o êmbolo da seringa com o dedo polegar e indicador da mão dominante, segurando pela parte inferior do êmbolo; Se houver retorno de sangue, retirar a agulha e reiniciar o procedimento em outro local; Não ocorrendo retorno, empurrar o êmbolo para baixo lentamente; Retirar a agulha no mesmo ângulo de inserção; Retirar o algodão do dedo mínimo da mão não dominante e aplicar sobre o local da punção, não massagear; Recomendações Via intra muscular Recomendações: Não administre injeções IM em locais inflamados, edemaciados, irritados, com presença de lesões ou manchas e cicatrizes; Quanto menor o volume aplicado, menor será o risco de complicações para o paciente; Via intramuscular Recomendações: Se o paciente for idoso, considere o uso de uma agulha mais curta; As injeções IM podem ser contra-indicada para pacientes com distúrbios de coagulação ou com condições que interfiram na absorção periférica, como doença vascular periférica ou choque; Não administre uma injeção IM em um membro paralisado ou imobilizado, porque o medicamento será mal absorvido, podendo desenvolver um abcesso; Intramuscular Recomendações: Em pacientes que podem deambular, considere o uso dos músculos glúteos dorsal e ventral, vasto lateral ou deltóide. Em pacientes que não podem deambular, considere o uso dos músculos vasto lateral, reto femoral ou, possivelmente, o deltóide; Em pacientes idosos, que costumam ter menos tecido SC e mais adiposidade ao redor dos quadris, do abdômen e das coxas, considere o músculo vasto lateral ou área ventroglútea (glúteos médio e mínimo, não o glúteo máximo); Intramuscular Recomendações: Verifique a área a ser administrado o medicamento, para ter certeza que não existem protuberâncias, depressões, rubor, calor, equimoses ou hematomas; Quando o paciente se queixa de dor e ansiedade devido á repetidas injeções IM, entorpeça o local com gelo, por vários segundos, antes de administrar a injeção; Quando se precisar injetar mais de 5 ml de medicamento, divida em 2 locais diferentes; Quando o paciente é extremamente magro, pince delicadamente o músculo para elevá-lo, de modo a não empurrar a agulha por completo, através do músculo; Via intramuscular Recomendações: Os pacientes idosos apresentam risco mais elevado para a formação de hematomas. Faça rodízio dos locais se o paciente precisar de injeções repetidas. Músculos utilizados DELTÓIDE indicado para aplicação de vacinas contra-indicado : grandes volumes (> *2 ml), crianças até 10 anos e idosos - pouca massa muscular substâncias irritantes (ex: Benzetacil), injeções consecutivas, paralisia ou imobilização do membro, mastectomia e/ou esvaziamento cervical prévios. DELTÓIDE Procedimento para injeção no músculo deltóide - Posicionamento do paciente: braço paralelo ao corpo ou fletido sobre o abdômen; - Aprisionar a maior parte possível da massa muscular (4 dedos abaixo da articulação do ombro-acrômio); - Introduzir a agulha num ângulo de 90°, perpendicular ao músculo, na parte central; - Solte o músculo e aspire; injetar a medicação. IM- região dorsoglútea Introdução - composta pelos 3 principais músculos: glúteos máximo, médio e mínimo. Região bastante inervada e o nervo de maior importância é o ciático, responsável pela movimentação de membros inferiores. Injeções nessa região utilizam mais frequentemente o músculo glúteo máximo. Injeções nessa região utilizam mais frequentemente o músculo glúteo máximo. IM- região dorsoglútea Contra-indicada: para crianças menores de 2 anos, atrofia muscular, idosos, parestesia ou paralisia de membros inferiores lesões vasculares de membros inferiores. IM-região dorsoglútea Procedimento para injeção na região dorsoglútea - Injeções no glúteo máximo devem ser realizadas no quadrante superior externo do glúteo; - Faça a punção num ângulo de 90°, perpendicular ao músculo. IM-região dorsoglútea Delimite corretamente o ângulo externo e o quadrante superior externo, determinando uma área com maior segurança, distante do nervo ciático; NERVO CIÁTICO ventroglútea/Hochstetter Introdução - Formada pelos músculos glúteos médio e mínimo. Nesse local, a irrigação e inervação localizam-se a uma certa profundidade. É segura para qualquer faixa etária. Não existem contra-indicações. IM ventroglútea/Hochstetter O paciente poderá estar em qualquer decúbito: sentado, ventral, dorsal, em pé; - Para localizar, posicione sua mão contrária ao lado do paciente (ex: lado D do paciente, sua mão E) no quadril do paciente; - Colocar o dedo indicador na espinha ilíaca ântero-superior depois afastar o dedo médio ao longo da crista ilíaca, para formar o triângulo. Manter a mão espalmada sobre a base do grande trocânter do fêmur; - Dirigir a punção no triângulo, com a agulha ligeiramente voltada para a crista ilíaca. Para delimitar o local da aplicação na via ventroglútea podemos utilizar a mão direita ou esquerda, conforme os desenhos: IM ântero lateral da coxa músculo vastolateral fácil acesso IM ântero lateral da coxa ântero lateral da coxa Possíveis complicações: fibrose (devido à aplicação no mesmo local) lesão do nervo femorocutâneo. região ântero lateral da coxa Antes da administração, avalie a massa muscular e a espessura do tecido adiposo, para utilizar a agulha adequada; Se o paciente movimentar pouco o membro inferior ou não movimentar, não utilize essa região; A agulha a ser utilizada deve ser mais curta (do tipo 25); Posicionamento do paciente: decúbito dorsal ou sentado, com a perna fletida; Utilize o terço médio do vastolateral, 12 cm acima da parte superior do joelho e 12 cm abaixo da região inguinal (articulação coxofemoral); Faça a prega muscular para realizar a punção; Puncione, obedecendo a um ângulo de 45º a 60º, posicionando a agulha inclinada em direção podálica. - Medicação intramuscular com técnica em Z – Trajeto em Z Utilizada quando: administrar um medicamento irritante, como aqueles que utilizam ferro, administrar uma injeção a um paciente idoso, com massa muscular diminuída; Medicação intramuscular com técnica em Z – Trajeto em Z Com esse método, você desloca os tecidos antes de inserir a agulha. Depois disso, restaurando os tecidos à sua posição normal, aprisiona-se o medicamento dentro do músculo; Medicação intramuscular com técnica em Z Trajeto em Z Medicação intramuscular com técnica em Z Trajeto em Z Nunca injete mais de 5 ml em um único local usando o método do trajeto em Z; Nunca massageie um local de injeção com trajeto em Z porque você pode causar a irritação ou deslocar o medicamento para dentro do tecido SC; Para aumentar a velocidade de absorção, estimule a atividade física, como caminhar; Para as injeções subseqüentes, alterne as nádegas. - Medicação intramuscular com técnica em Z – Trajeto em Z 1- Para começar, coloque o dedo sobre a superfície epidérmica puxando a pele e as camadas subcutâneas fora de alinhamento em relação à camada de tecido muscular subjacente. Você pode mover a pele em aproximadamente 1 centímetro; - Medicação intramuscular com técnica em Z – Trajeto em Z 2- Insira a agulha num ângulode 90°, no local onde antes você colocava o dedo, injete a medicação e retire a agulha; - Medicação intramuscular com técnica em Z – Trajeto em Z 3- Finalmente retire o dedo deixando as estruturas retornarem à sua posição inicial, aprisionando a medicação injetada na camada muscular profunda. (As camadas retornam às suas posições normais. O caminho da agulha é mostrado pelas linhas pontilhadas) Preparo de medicamentos parenterais Não misturar drogas diferentes em um mesmo recipiente, seringa ou frasco, a não ser que as drogas sejam compatíveis, e façam parte do protocolo Não infundir soluções turvas e com precipitados, garanta que a droga esteja bem dissolvida, sem alteração de coloração e aspecto. Administração parenteral Complicações As reações podem ser: local ou geral Infecções Causas: insumos, medicamento, técnica e proveniente da própria condição do paciente. Infecções podem ser locais ou generalizadas (septicemia) Característica da infecção local: hiperemia, intumescimento, dor e calor. Presença de Flegmas (Fleimão): inflamação, pus com infiltração e propagação formando abscesso Característica da infecção generalizada: invasão da corrente sanguínea por microorganismos oriundos de um ou mais focos. Multiplicação dos microorganismos no sangue. Administração Parenteral Complicações Alergias Pode ser decorrente do medicamento injetado ou do anti-séptico Sinais: urticária, edema, tecido fibrótico, choque anafilático. Choque anafilático: vasodilatação, hiperemia, palidez, vertigem, congestionamento da face, agitação, ansiedade, hipertemia, tremores, cianose, edema de glote, até morte. “Fenômeno de Arthus”:formação de nódulos, provocados por injeções repetidas no mesmo local, podendo ocorrer necrose do ponto de inoculação. Administração parenteral Complicações Má absorção das drogas Droga de difícil absorção. Droga injetada em local inadequado: além da absorção inadequada pode resultar em formação de nódulos ou abscessos assépticos, que incomodam e impedem o resultado desejado da droga. - As agulhas indicadas para administração de medicação intramuscular são: Faixa etária Espessura SC Solução aquosa Solução oleosa ou suspensão Magro 25x7 25x8 Adulto Normal 30x7 30x8 Obeso 40x7 40x8
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