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HIPERTENSÃO E DIABETES MELLITUS NA ATENÇÃO BÁSICA Profª Ericka Holmes Amorim. Enfermeira. Especialista em Saúde da Família com Ênfase nas Linhas de Cuidado (UFPB). Mestra e Doutoranda em Modelos de Decisão e Saúde (UFPB). Doenças crônicas não transmissíveis As doenças crônicas compõem um conjunto de condições crônicas. Em geral, estão relacionadas a causas múltiplas, caracterizadas por início gradual, de prognóstico usualmente incerto, com longa ou indefinida duração. Apresentam curso clínico que muda ao longo do tempo, com possíveis períodos de agudização, podendo gerar incapacidades. Requerem intervenções com o uso de tecnologias leves, leveduras e duras, associadas a mudanças de estilo de vida, em um processo de cuidado contínuo que nem sempre leva à cura. BRASIL, 2013. DCNT no Brasil Arq Bras Cardiol 2016; 107(3Supl.3):1-83 Estatísticas das DCNT no Brasil ■ Dados recentes do Ministério da Saúde apontam que: ■ A Organização Mundial da Saúde estimou em 2003 que o excesso de peso é responsável por: ■ Diabetes melittus (DM) e hipertensão arterial (HA) atingem, respectivamente, 6,3% e 23,3% dos adultos brasileiros. 52,6% dos homens e 44,7% das mulheres com mais de 18 anos estão acima do peso ideal. 58% da carga de doença relativa ao diabetes tipo II 39% da doença hipertensiva 21% do infarto do miocárdio BRASIL, 2011 Estatísticas das DCNT no Brasil Além da mortalidade, as doenças crônicas apresentam forte carga de morbidades relacionadas. São responsáveis por grande número de internações, bem como estão entre as principais causas de amputações e de perdas de mobilidade e de outras funções neurológicas. Envolvem também perda significativa da qualidade de vida, que se aprofunda à medida que a doença se agrava. BRASIL, 2013. Hipertensão e Diabetes no Brasil ■ A hipertensão arterial sistêmica e o diabetes mellitus compõem a primeira causa de hospitalizações no sistema público de saúde e são os principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares, dos quais cerca de 60 a 80% dos casos podem ser tratados na rede pública básica. Silva JVM, Mantovani MF, Kalinke LP, Ulbrich EM. Hypertension and Diabetes Mellitus Program evaluation on user’s view. Rev Bras Enferm. 2015;68(4):626-32. Hipertensão e Diabetes no Brasil ■ Na tentativa de reduzir o número de hospitalizações e de atingir o acompanhamento e o tratamento adequados na atenção básica, diversas estratégias e ações vêm sendo elaboradas e adotadas no Ministério da Saúde. ■ Dentre essas ações, merece destaque o Plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial (HA) e ao Diabetes Mellitus (DM) Silva JVM, Mantovani MF, Kalinke LP, Ulbrich EM. Hypertension and Diabetes Mellitus Program evaluation on user’s view. Rev Bras Enferm. 2015;68(4):626-32. Hipertensão arterial ■ É o aumento da Hipertensão arterial que pode ter como causas: Hereditariedade Sedentarismo Alcoolismo Estresse Fumo Determinantes sociais da saúde (DSS) Conceito Prevalência da HA no Brasil e no mundo Arq Bras Cardiol 2016; 107(3Supl.3):1-83 Hipertensão arterial ■ Diagnosticando a HA Aferindo a pressão arterial no consultório GUIA DE REFERÊNCIA RÁPIDA, RIO DE JANEIRO, 2013. Classificação da Hipertensão em estágios BRASIL, 2010 Recomendações para acompanhamento BRASIL, 2010 Intervenções para mudanças de estilo de vida ■ Aconselhamento sobre mudanças de estilo de vida deve ser oferecido após o diagnóstico da hipertensão e reforçado periodicamente durante as consultas de revisão. Deve-se questionar os pacientes sobre sua dieta e padrões de atividade física e oferecer aconselhamento e material escrito ou audiovisual para promover mudanças de estilo de vida. Oferecer participação no Programa Academia Carioca, onde os exercícios são de intensidade leve a moderada, não havendo indicação para solicitação de teste ergométrico antes do início das atividades (para maiores detalhes, ver também Guia de Prevenção Cardiovascular). Deve-se questionar os pacientes sobre o consumo de álcool e encorajá-los a reduzir o uso se relatarem consumo excessivo. Limite da ingestão diária de bebidas alcoólicas para até 30 g/dia de etanol para homens (625 ml de cerveja, um pouco menos de duas latas; 93,7 ml de uísque, pouco menos de 2 doses; 312,5 ml de vinho) e 15 g/dia para mulheres e pessoas magras. Desaconselhar o consumo excessivo de café e outros produtos ricos em cafeína. • Aconselhar redução do sal na dieta. Máximo de 6g de sal/dia ou 2,3g de sódio/dia. • Oferecer aconselhamento e apoio para a cessação do tabagismo. • Identificar recursos na comunidade para auxiliar nas mudanças de estilo de vida. Arq Bras Cardiol 2016; 107(3Supl.3):1-83 Tratamento farmacológico da hipertensão GUIA DE REFERÊNCIA RÁPIDA, RIO DE JANEIRO, 2013. GUIA DE REFERÊNCIA RÁPIDA, RIO DE JANEIRO, 2013. Diabetes Mellitus ■ A prevalência da diabetes do tipo II está aumentando – aproximadamente 7% da população adulta brasileira tem esse problema. ■ A diabetes lidera como causa de cegueira, doença renal e amputação e expõe a um aumento de mortalidade, principalmente por eventos cardiovasculares. ■ É possível por meio do rastreamento da diabetes nas pessoas com elevação dos níveis pressóricos (acima de 135/80 mmHg) reduzir a incidência de mortalidade e dos eventos cardiovasculares, por meio de um rigoroso controle da pressão arterial. IMPORTANTE! Diabetes Mellitus DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2017-2018 Diabetes Mellitus Diabetes Mellitus (DM) consiste em um distúrbio metabólico caracterizado por hiperglicemia persistente, decorrente de deficiência na produção de insulina ou na sua ação, ou em ambos os mecanismos, ocasionando complicações em longo prazo DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2017-2018 Diabetes Mellitus tipo 2 ■ O diabetes mellitus tipo 2 (DM2) corresponde a 90 a 95% de todos os casos de DM. ■ Possui etiologia complexa e multifatorial, envolvendo componentes genético e ambiental. ■ Geralmente, o DM2 acomete indivíduos a partir da quarta década de vida, embora se descreva, em alguns países, aumento na sua incidência em crianças e jovens. ■ Trata-se de doença poligênica, com forte herança familiar, ainda não completamente esclarecida, cuja ocorrência tem contribuição significativa de fatores ambientais. DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2017-2018 Indicações para rastreamento de DM ■ Indivíduos com idade < 45 anos; sugere-se rastreamento de DM2 em indivíduos com sobrepeso ou obesidade e que apresentem mais um fator de risco para DM dentre os seguintes: • Pré-diabetes; • História familiar de DM (parente de primeiro grau); • Raça/etnia de alto risco para DM (negros, hispânicos ou índios Pima); • Mulheres com diagnóstico prévio de DMG; • História de doença cardiovascular; • Hipertensão arterial; • HDL-c < 35 mg/dL e/ou triglicérides > 250 mg/dL; • Síndrome de ovários policísticos; • Sedentarismo; DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2017-2018 D IA G N Ó S T IC O DIRETRIZES DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES 2017-2018 Tratamento Medicamentoso Não medicamentoso BRASIL, 2013. Tratamento não medicamentoso Hábitos alimentares saudáveis Estímulo a atividade física regular Redução do consumo de bebidas alcoólicas BRASIL, 2013. Tratamento medicamentoso Classe farmacológica Denominação Concentração apresentação Dose mínima Dose máxima X ao dia Biguanidas Cloridrato de Metformina 500 mg comprimido 500 mg 2.550 mg 3 Cloridrato de Metformina 850 mg Comprimido 500 mg 2.550 mg 3 Derivados da ureia, sulfonamidas Glibenclamida 5 mg 2,5 mg 20 mg 2 – 3 Gliclazida 30 mg 30 mg - 1 Gliclazida 60 mg 30 mg - 1 Gliclazida 80 mg 80 mg 320 mg 1 - 2 BRASIL, 2013. Tratamento medicamentoso Insulina Indicada para casos de difícil manejo e glicemia > 300 mg/dL; Formas distribuídas pelo SUS: NPH (ação intermediária) e regular (açãorápida). BRASIL, 2013. A equipe de saúde da família no contexto do HIPERDIA O trabalho da equipe multiprofissional é imprescindível e possibilita realizar após as avaliações e ações a interdisciplinaridade, pois permite traçar conjuntamente as ações necessárias para a recuperação e manutenção da saúde dos usuários, portadores dessas doenças. O trabalho em equipe nas unidades é um dos principais instrumentos de intervenção, pois as ações e práticas se estruturam a partir da equipe, ao mesmo tempo em que ocorre neste tipo de trabalho em saúde, a ampliação do objeto de intervenção, para além do âmbito individual e clínico NASCIMENTO et al., 2017 A equipe de saúde da família no contexto do HIPERDIA A busca pela melhor qualidade na atenção a saúde dos usuários, exige dos profissionais competências técnicas em suas atuações de modo que a qualificação seja adequada e seguida de capacitações tornando o profissional de saúde apto para atuar em todos os níveis de atenção. O enfermeiro é reconhecido por ser o interlocutor e o principal agente catalisador das políticas e programas voltados para a saúde coletiva, em especial para a ESF. A promoção da saúde e prevenção de doenças contribuem para o atendimento de excelência ao usuário e buscam alcançar perfis profissionais orientados pelas necessidades da população, em cada realidade regional e em cada nível de complexidade. NASCIMENTO et al., 2017 HIPERTENSÃO E DIABETES MELLITUS NA ATENÇÃO BÁSICA Profª Ericka Holmes Amorim. Enfermeira. Especialista em Saúde da Família com Ênfase nas Linhas de Cuidado (UFPB). Mestra e Doutoranda em Modelos de Decisão e Saúde (UFPB).
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