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1 Nome dos acadêmicos 2 Nome do Professor tutor externo Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Processos Gerenciais (EMD 1275/3) – Seminário Interdisciplinar: Plano de Negócios – 28/05/19 Mairone Michele Adriano¹ Adriana de Souza Erbs² 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Nos dias atuais, na literatura não há uma definição final quando o assunto é Estratégia, segundo Witt & Meyer (2010), existem opiniões muito fortes e diferentes no que se diz respeito aos principais temas que abrangem a Estratégia. Assim sendo, diversas tentativas de definições são apresentadas em seguida, de forma a demonstrar os inúmeros pensamentos sobre estratégia. Para CHANDLER, Alfred (Strategy and Structure, 1962) “Estratégia é um padrão de objetivos, propósitos, ou metas e os principais planos e políticas para atingir estes objetivos, declarados de tal forma que definam o que a empresa e o negócio são ou deveriam ser”. Segundo Ghemawat (2006:16), “estratégia é um termo criado pelos antigos gregos, para os quais significava um magistrado ou comandante-chefe militar”. O conceito de estratégia, no início utilizado apenas por organizações militares, posteriormente foi ocupado pelo ambiente de negócios, e seu desenvolvimento relacionado com as transformações em ritmo contínuo do mundo empresarial e da sociedade em geral. Nenhum planejamento estratégico ou administração estratégica terá sustentação se os gestores responsáveis pela macrodecisão da organização não tiverem um pensamento estratégico. Quando os gestores estiverem pensando estrategicamente, será necessário que tenham raciocínio inclusive do geral para o particular e depois vice-versa. O raciocínio estratégico pressupõe todo um “sexto sentido” para se diferenciar dos gestores com pensamento estratégico comum (OLIVEIRA, 1999). Pensar estrategicamente equivale a desenvolver caminhos que possibilitem a descoberta de possibilidades para o alcance de um objetivo e resultados satisfatórios em relação à dificuldades, problemas ou riscos que podem surgir ao se enfrentar um desafio de qualquer natureza. Portanto, a preocupação principal envolvendo o planejamento estratégico é com as escolhas de longo prazo da organização, as quais necessitam garantir a sobrevivência da empresa e mantê-la na contínua evolução de desempenho. Existe ainda um cuidado com a competência da empresa de tornar a decisão tomada em uma realidade, afinal não adianta tomar a decisão certa e não ser capaz de executa-la. 3. MATERIAIS E MÉTODOS FIGURA 1: EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ESTRATÉGICO A EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ESTRATÉGICO 2 FONTE: LOBATO, David Menezes. Estratégia de Empresas, Rio de Janeiro, ed. 8, p. 16, 2006. Desde que a humanidade começou a sua atividade produtiva de bens e serviços, as “ciências de gestão” foram usadas mesmo de que forma inconsciente. Esta ciência é o principal instrumento para o entendimento e estruturação de “estratégias empresariais”. A escolha do tema estratégia está totalmente ligado ao fato de que o sucesso das empresas está associado à habilidade e competência de seus gestores de elaborarem e executarem estratégias que as levem a superar o desempenho diante de seus concorrentes diretos e indiretos. A finalidade deste artigo é mostrar a evolução do pensamento estratégico ao longo das últimas décadas, período compreendido entre 1950 até 1990, destacando as características mais marcantes de cada escola durante esta evolução. Neste primeiro momento, apresentaremos os diversos conceitos de estratégia. Posteriormente, as 5 fases da evolução das escolas de planejamento, identificando as principais 3 características, sistemas de valores, problemas e sua predominância com base no modelo desenvolvido por Gluck, Kaufmann e Walleck (1980). Desta forma ao final compreenderemos que cada escola integra e complementa a anterior, com a finalidade em comum de tratar o problema econômico entre a oferta e demanda. 3.1 FASE 1: ESCOLA DO PLANEJAMENTO FINANCEIRO Nos anos de 1950 inicia-se a primeira fase da evolução do pensamento estratégico. Nesta época o que se entendia por planejamento financeiro era, na realidade, o controle financeiro. A escola do planejamento financeiro aplicava a perspectiva top-down (de cima para baixo), onde o responsável era o executivo no alto da pirâmide organizacional, sendo ele que aprovava o orçamento anual para controlar o desempenho da organização. Essa escola operava de maneira formal sendo guiada pelo orçamento anual, buscando a eficiência nos processos realizados. Uma das suas características era o foco na administração por objetivos (APO), conceito desenvolvido por Peter Drucker. Entretanto, uma das preocupações geradas por esse tipo de planejamento era “cumprir o orçamento”, desta forma, desencorajando a capacidade empreendedora dos envolvidos no processo, seguindo o pensamento de seguir as regras priorizando as atividades operacionais e colocando os riscos em segundo plano. Desta forma, o planejamento financeiro era visto como um “jogo de números”, onde nada era explicado a respeito das formulações de estratégias e o foco central estava nas atividades de controle e orçamento, não havendo espaço para o conceito de estratégia. 3.2 FASE 2: ESCOLA DO PLANEJAMENTO A LONGO PRAZO Nos anos de 1960 inicia-se a segunda fase da evolução do pensamento estratégico. Nesta fase consistia em projetar o futuro a partir de projeção de indicadores passados e atuais. A escola do planejamento a longo prazo trabalhava com elaborações de cenários para justificar as mais diversas situações do mercado. Uma das características nesse tipo de planejamento é a técnica de preenchimento de lacunas existentes entre o ponto de projeção de referência até o ponto de projeção do cenário desejável, respeitando as regras de causa e efeito. Outra técnica bastante usada nesta fase é a curva de experiência, desenvolvida pelo Boston Consulting Group (BCG). Essa técnica consiste na previsão da diminuição progressiva de custos de um produto à proporção que a sua produção aumenta. O planejamento a longo prazo resumia-se em supor que a previsão do futuro pudesse partir através de projeções e curvas de experiência, ou seja, a empresa deveria ser capaz de prever, controlar ou manter a estabilidade do cenário correspondente ao seu ambiente de atuação. 3.3 FASE 3: ESCOLA DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Nos anos de 1960 inicia-se a terceira fase da evolução do pensamento estratégico. Nesta fase a estratégia começou a ser desenvolvida através da técnica de análise Swot. 4 A análise Swot foi desenvolvida em Harvard e suas principais características são a avaliação do ambiente interno da empresa através de suas forças e fraquezas, e do ambiente externo através de suas oportunidades e ameaças. Conforme essa escola, o desenvolvimento da estratégia é resultado de uma habilidade adquirida, e não natural e intuitiva. Esse processo deve ser compreendido e aplicado às decisões e operações da empresa, destacando-se a importância tanto da eficiência quanto da eficácia da organização. Os conceitos mais utilizados são: pensamento estratégico, análise das mudanças de ambiente e análise de recursos e competências. Segundo Mintzberg (1994), essa escola deveria chamar-se programação estratégica considerando que o planejamento estratégico nunca foi de fato a geração de estratégias e sim uma separação clara entre pensamento e ação. 3.4 FASE 4: ESCOLA DA ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA Nos anos de 1980 inicia-se a quarta fase da evolução do planejamento estratégico. Nesta fase mostrou-se que a implantação das estratégias era igualmente importante a sua formulação. Conforme Ansoff, Declerck e Hayes (1981), o planejamento do comportamentoestratégico confronta-se com dois desafios. O primeiro deles, a análise de competividade, compreende em definir como a empresa alcançara o sucesso nas áreas estratégicas que pretende atuar. O segundo deles, consiste em incorporar seus objetivos nessas diversas áreas de forma global. Michael Porter (1980) voltou sua atenção ao lado prescritivo do pensamento estratégico, elaborando o “modelo de análise de indústria baseados em cinco forças competitivas”, analisando os seguintes fatores: ameaças de novos entrantes, intensidade da rivalidade entre empresas concorrentes, poder de barganha dos fornecedores, poder de barganha dos clientes da empresa e ameaça de produtos substitutos. Conforme esse autor a competitividade em uma indústria é uma questão central para a definição da estratégia, pois quanto maior for a rivalidade, menor será a lucratividade das empresas envolvidas. Poter também identificou três tipos de estratégias genéricas de competição, sendo elas: diferenciação, custo mínimo e foco. Além disso, incorporou o conceito de cadeia de valor, onde a organização pode ser separada em atividades primarias e de suporte. Essa escola valorizou as pesquisas e atribuiu um conjunto de conceitos com aplicação prática baseada e cálculos analíticos, podendo ser utilizado de forma complementar as outras escolas. 3.5 FASE 5: ESCOLA DA GESTÃO ESTRATÉGICA Nos anos de 1990 inicia-se a quarta fase da evolução do planejamento estratégico. Nesta fase a valorização da gestão estratégica, além de “planejar estrategicamente” fez-se necessário organizar, dirigir, coordenar e controlar de forma estratégica. O conceito tradicional do pensamento estratégico centralizado tornou-se ultrapassado, sendo substituído por funções estratégicas com a finalidade de promover o equilíbrio entre as demandas dos ambientes internos e externos, assim como a integração de todos os setores da empresa, tendo como principal meta alocar de forma mais eficiente os recursos para atingir os objetivos estabelecidos. 5 Nessa escola, os processos se relacionam dinamicamente entre si com a finalidade de atingir o objetivo, agindo sobre as entradas (informação, energia, matéria) e fornecendo saídas processadas (obtenção de resultados). No centro deste sistema está todas as funções de gestão estratégica, sendo elas: organização estratégica, coordenação estratégica e a direção estratégica. Cada função deste processo, composto de várias funções que buscam estar em sinergia com o meio que atuam e com o propósito de transformar as entradas em resultados desejados. A metodologia aplicada deve-se ajustar a necessidade da organização, desta forma, não existindo uma metodologia universal de gestão estratégica, considerando que cada empresa é diferente ana estrutura, atividade e cultura. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Vivemos atualmente em tempos de incerteza considerando o mercado de negócios, pensar estrategicamente passa a ser fundamental, principalmente com clientes casuais e menos fiéis a marcas e produtos, guerra por menores preços, serviços similares e inovação tecnológica, forçando os empresários a observar o ambiente interno e externo com mais atenção. Desta forma, aproveitando as oportunidades e neutralizando as ameaças, aumentando as forças e reduzindo as fraquezas, e principalmente aperfeiçoando o planejamento estratégico, aplicando como ferramenta fundamental para a projeção de cenários e o mecanismo para execução das metas estabelecidas. 5. CONCLUSÃO Conclui-se, que o Planejamento Estratégico é um recurso valioso para qualquer organização, possibilitando identificar, metas, objetivos, definindo sua missão, visão, valores, conhecendo as oportunidades e ameaças impostas pela oferta e demanda e sobretudo criando uma sólida base de dados para tomada de decisão no presente, com base no passado e planejando o futuro, na busca permanente da qualidade, da produtividade e competitividade, ou seja, numa real guerra pela sobrevivência neste mundo cada vez mais globalizado. REFERÊNCIAS LOBATO, David Menezes. Estratégia de Empresas – 8 ed. – Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006. MINTZBERG, Henry. Ascensão e queda do Planejamento Estratégico. – Porto Alegre: Bookman, 2007. PORTER, Michael E. Estratégia Competitiva. – Campus: Rio de Janeiro, 1986.