Buscar

Fichamento Leitura Descartes história dos saberes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP
CURSO DE PSICOLOGIA
FICHAMENTO
Aluno: 
R.A.: 
Semestre: 1º Semestre
Turno: manhã 
Professor: 
Síntese:
Esse texto, oferece uma visão geral sobre o pensamento desse que é um grandes filósofos da modernidade, René Descartes, francês , filósofo do século XVII trata do dualismo humano, ou seja que o corpo é formado de matéria física e alma, formando assim, uma máquina perfeita de carne e osso. E porque o homem é físico, está sujeito as leis da física, localizado em espaço e tempo. Mas segundo ele o ser humano é o único ser que possuem mente, (alma). Ou seja, se o homem perder uma parte do corpo para ele, ainda sim será inteiro mesmo na falta de um membro. No entanto, se perde a alma (mente), não será mais o “ser”, ou, deixará de existir.
Texto:
Segundo o autor, com o enfraquecimento da filosofia contemporânea Descartes entende a necessidade de um novo método de evidenciar a presença da verdade. Para isso, ele propõe um método chamado de “dúvida metódica”, ou dúvida sem falhas. Ao iniciar esse processo ele aplica a si mesmo nessa pesquisa entrando num quarto e submetendo-se a duvida tudo o que conhecia como verdade. Eliminando assim, aquelas que se apresentavam como dúbias. Ao final, o resultado foi o conhecimento de que existe apenas uma verdade totalmente livre de dúvida: “o fato de estar pensando” onde surge a clássica expressão: penso, logo existo, o que consiste no “princípio básico de toda a filosofia”. 
Com isso como base, segundo Descartes, para que todo o saber seja reconstituído, deve-se ser colocado em dúvida todo o saber e aquilo que a dúvida conseguir derrubar, deixa-se e segue-se reafirmando outros saberes nesse mesmo processo até que estes estejam livres de toda dúvida. 
Para Descartes, a verdade deveria ser colocada em quatro regras (Discurso do Método): a) Acolher como verdadeiro somente o que é evidente, b) dividir o problema em partes para solucioná-lo, c) ordenar os pensamentos desde o mais simples ao mais complexo e d) controlar o percurso do raciocínio. Definindo assim como cita Arendt (1999) que “a mente pode conhecer apenas aquilo que ela mesma produz e retém dentro de si, sendo a ciência matemática o campo exemplar desse poder”. Ou seja, a partir da descoberta do “eu” descobre-se a realidade que se vive.
Descartes defendia a autonomia do pensamento. Para ele, o conhecimento da mente pode ser conhecido anteriormente ao conhecimento do corpo. O ser humano seria independe do corpo e de lugar, pois o “eu”, ou o “ser” é inteiramente distinto do corpo. Pensar para Descartes não significa simplesmente raciocínio. Descartes usa a palavra “pensamento” para se referir a toda a gama de estados conscientes como conhecer, duvidar, desejar, querer, imaginar, sentir e assim por diante. E para isso como Arquimedes cita, o ser humano precisa apenas de um ponto de apoio, uma só coisa indubitável, visto que por “ser”, ainda não se conhece muito bem, por isso poderia incorrer no erro de confundir-se com outra coisa: “porém, eu que estou certo de que sou, não conheço ainda com suficiente clareza quem sou ; de sorte que daqui por diante devo ter muito cuidado de não confundir , por imprudência, alguma outra coisa comigo”, (p. 337). 
Descartes também propõe, o conhecimento do corpo humano e biológico como a composição de uma máquina. Para ele a maquina não se move por alma e sim por mecânica que se move por um fim proposto pelo homem. No exemplo que ele aplica, tubos de água que circulam toda formação da maquina produzindo movimentos, assim como Deus ao criar o homem colocou nele a alma que segundo ele: 
“não só lhe dá por fora a cor e a figura de todos os nossos membros, como ainda põe dentro todas as peças que se requerem para que ande, coma e respire, e enfim imite todas aquelas nossas funções que se possa imaginas procedentes da matéria e só dependentes das disposições dos órgãos. (p. 338).
	Segundo Descartes, o órgão que conecta o corpo com a mente mesmo sendo duas substâncias separadas, é a glândula pineal que traz unidade ao corpo. Para Descartes, diferente da psicologia clássica que acreditava na formação do homem como uma unidade psicossomática (corpo, alma e espírito), ele acreditava no conceito dualista de homem, ou seja, mente e corpo em que fundamentava a tese da imortalidade da alma. Sendo o corpo divisível e alma indivisível. 
	Com isso, Descartes modifica a visão de homem e a maneira de seu conhecimento afirmando que o pensamento é o único atributo que não pode ser separado do eu. Como ele afirma: “Quando considero o espírito , isto é, a mim mesmo, enquanto sou apenas uma coisa que pensa, não posso distinguir em mim partes, mas pelo contrário conheço e concebo muito claramente que sou uma coisa absolutamente uma e inteira”, (p.339). Neste argumento a favor do dualismo mente-corpo, sua teoria é baseada na noção de que todos os objetos materiais possuem extensão e por isso é divisível. E por ser o corpo um objeto material, pode sempre ser dividido repetidamente.
Quanto ao pensamento ainda, Descartes entendia que todo pensamento era proveniente da alma, sendo o corpo impossibilitado de pensar. E que todo o resto, inclusive o mundo material, passível de dúvida, ou seja, tudo que vemos, sentimos, tocamos, pode ser fruto de nossa imaginação, não existindo realmente. Apenas o pensamento tem força e prova de verdade. 
Descartes utilizou os conceitos do mecanicismo já citados para descrever a interação mente-corpo propondo que o movimento do espírito animal, como era denominada a essência da vida, a alma nos tubos nervosos provocava uma impressão e daí a mente produzia a sensação. Sobre isso ele diz: 
“em certos homens que os espíritos refletidos da imagem assim formada na glândula seguem daí, parte para os nervos que servem para voltar as costas e mexer as pernas para a fuga, e partem para o que alargam ou encolhem de tal modo os orifícios do coração, ou então que agitam de tal maneira as outras partes de onde o sangue lhe é enviado , que este sangue rarefazendo-se aí de forma diferente da comum, envia espíritos ao cérebro que são próprios para manter abertos ou então abrir de novo os poros do cérebro que os conduzem aos mesmos nervos , pois pelo fato de esses mesmos espíritos entrarem nesses poros , excitam um movimento particular nessa glândula, o qual é instituído pela natureza para fazer sentir a alma essa paixão...” (pg 342).
	Concluindo, Descartes modifica profundamente a visão de homem e o método de seu conhecimento, assim como adota o mecanicismo como modelo de conhecimento da corporeidade humana.

Continue navegando

Outros materiais