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Constitucionalismo Liberal e Social
	Sabemos que foi com o constitucionalismo liberal que surgiram alguns direitos que são chamados de 1°, 2° e 3° dimensão, também conhecidos como direito à liberdade, igualdade e fraternidade, consecutivamente. Esses direitos são chamados de social dentro de uma Constituição liberal. 
	O movimento liberal teve início com revoluções liberais do século XVIII, mais precisamente as Americanas e Francesas. Esse constitucionalismo foi criado para ir de encontro ao Estado Absolutista vigente na época, com a premissa de retirar o poder do Estado e entregá-lo ao indivíduo. O pensamento liberal traz consigo algumas ideias importantes, tais como um Estado com menos poder atuador, um Estado organizado, com a separação de seus poderes, e a garantia de direitos das pessoas perante o Estado. Ele só poderia agir quando expressamente autorizado por sua Constituição, mas as leis não poderiam proibir direitos constitucionais garantidos aos seus indivíduos.
	Ao contrário do que muitos acreditam, esse movimento não nasceu democrático. Para a burguesia (indivíduo), a qual foi dada o poder, uma democracia era sinal de mudanças e transformações, o que não era bem-vindo para eles. A Constituição liberal garantia segurança nas relações políticas entre a burguesia, sabendo que o Estado não interveria na sua propriedade e em seus negócios. Contudo, foi também durante este movimento liberal que surgiram alguns direitos sociais, conhecidos como Direitos de 1°, 2° e 3° geração, ou, Direitos à liberdade, igualdade e fraternidade, consecutivamente. Esses direitos irão retornar, porém com mais amplitude, no Estado Social. 
	A Primeira Guerra Mundial, em 1914, foi o marco onde findaram o discurso de constitucionalismo liberal e iniciou-se o de constitucionalismo social. Existem duas Constituintes que foram usadas como base para as vindas posteriormente, a Constituição do México- 1917 e a Constituição de Weimar- 1919. Essas duas Constituições foram de extrema importância para a sociedade, sendo elas as primeiras Constituições escritas, codificadas, que inventaram o constitucionalismo social, que traz no seu propósito os direitos sociais e os princípios de democracia social. 
	Surgiu então o modelo de Estado denominado Welfare State, Estado de bem-estar-social, onde, de acordo com Bobbio, todo e qualquer indivíduo, independente da sua situação perante a sociedade, teria garantias como renda, alimentação, saúde, educação e habitação, não como caridade, mas como direito político. Acredita-se que para as pessoas serem efetivamente livres elas necessitam de meios que garantam essa liberdade, ou seja, para um cidadão ser capaz de ir e vir ele precisa que exista transportes públicos, para que ele exerça seu direito à vida, ele precisa ter garantido o seu acesso a saúde, e assim por diante. 
	A Constituição do Máximo, em 1917, trouxe consigo uma transformação do direitos individuais em direitos fundamentais, como, acesso á terra para trabalhadores rurais, jornada mínima de trabalho, idade mínima para trabalhar, obrigatoriedade no pagamento do salário, horas-extras, participação nos lucros, regulamentação do trabalho realizado pela mulher, entre outras. Esta constituinte nos fez entender que para uma Constituição ser legitimada pelo seu povo ela precisa obter um caráter material, pois é constituidora da própria sociedade. Com a Constituição de Weimar não foi diferente. Foi possível notar que nas décadas iniciais do século XX existiram diversos conflitos sociais e com eles alguns dogmas foram instaurados. Contudo era necessário derrubar alguns desses pressupostos, como a crença na unidade e exclusividade do Estado e de uma sociedade de indivíduos livres que sanava, até então, o sentido de representação social. 
	Foi no século XX em que houve um grande salto do movimento constitucional, no qual o Estado começou a ser intervencionista e, com isso, derrubando alguns princípios liberais, diante das crises do mercado que começaram a surgir. Era necessário que houvesse uma mudança nas Constituições que foram estabelecidas por estes conceitos, uma adaptação à nova realidade, a consagração dos Direitos Sociais, que abrangiam direitos trabalhistas, previdenciários, saúde pública, educação pública etc. Como visto no texto disponibilizado pelo Prof. Emerson Pinto- Constitucionalismo Alemão, para o autor Bercovici o constitucionalismo social foi uma tentativa de estabelecer uma democracia social, um compromisso político para renovação democrática alemã.
	Pode-se dizer que o constitucionalismo social mantém dos direitos individuais do Estado Liberal, mas amplia estes direitos para um grupo maior de pessoas. Além dos direitos individuais ( vida, liberdade, propriedade, segurança, intimidade e privacidade) e os Direitos Políticos ( direito ao voto e de ser votado), ambos tornados direitos fundamentais, começaram a existir novos direitos sociais fundamentais, como o trabalhista; previdenciário; saúde e educação públicas e direito à moradia, e Direitos Econômicos, o Estado começa a regular a atividade econômica e a exercer esta atividade ao lado do setor privado. 
	Hoje, conseguimos notar o grande avanço que já obtivemos. É necessário o indivíduo comandar sua vida, seus negócios, seu trabalho e todo o restante. Mas é ainda mais necessário termos um Estado que possa atuar a favor daqueles que não são capazes sozinhos. Mediar o poder do Estado nas ações do indivíduo, mas não retirar a obrigação, a prestação e o garantismo do Estado perante os seus cidadãos. Vemos o quão importante esta ação pelo momento em que estamos vivendo. Não basta só o indivíduo garantir seu acesso a saúde, ao tratamento, à prevenção. É necessário o Estado, como entidade maior, garantir esses mesmos bens a todo e qualquer indivíduo.

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