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4_Geografia

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GEOGRAFIA
Didatismo e Conhecimento 1
GEOGRAFIA
Equipe de Professores de Geografia através da coordenação do Professor Márcio André Emídio – Mestrando em Educação; 
Especialista em Planejamento Educacional e Docência do Ensino Superior.
A prova de Geografia visa identificar candidatos que dominem conhecimentos e habilidades relativas à orientação, localização 
e representação espacial, conhecimentos considerados imprescindíveis à leitura crítica do mundo em que vivemos; que compreen-
dam que o espaço se produz a partir de relações sociais que determinam como a natureza é apropriada por meio do trabalho; que 
sociedades desiguais produzemespaços desiguais que interagem, portanto, a análise da realidade imediata pressupõe entendimento 
de relações mais amplas, norteadas pela compreensão do processo histórico; que a natureza, enquanto recurso e restrição, deve ser 
entendida também nos seus mecanismos próprios, considerando-se o seu caráter integrado e dinâmico. Deseja-se questões com foco 
na atualidade e de caráter multidisciplinar, em especial comHistória, Filosofia e Sociologia.
1. A RELAÇÃO SOCIEDADE-NATUREZA.
1.1. OS MECANISMOS DA NATUREZA.
1.2. OS RECURSOS NATURAIS E A SOBREVIVÊNCIA DO HOMEM.
1.2.1. AS DESIGUALDADES NA DISTRIBUIÇÃO E NA APROPRIAÇÃO DOS 
RECURSOSNATURAIS NO MUNDO.
1.2.2. O USO DOS RECURSOS NATURAIS E A PRESERVAÇÃO DO MEIO 
AMBIENTE.
Ultimamente as ciências ecológicas têm seguido duas orientações. A primeira, que tem sido a mais apreciada pelos naturalistas, 
guia para os segredos da Natureza selvagem, ao comportamento complexo com suas ações e reações, das evoluções dos organismos 
vivos quais sejam: vegetais ou animais, úteis ou nocivos, indiferentes, com ou sem interesse econômico. A segunda considera somen-
te o homem, levando-o a contemplar aquilo que ele próprio é, o que faz de útil ou nocivo a si mesmo, advertindo-o contra os perigos 
da despreocupação que o leva a utilizar-se das reservas dos recursos naturais de que necessita, a desfazer-se irresponsavelmente do 
lixo que fabrica.
Qualquer espécie viva que quiser sobreviver deverá submeter-se às exigências do meio que a acolhe, pois está inserida entre esse 
meio e os seres que o ocupam. Quer queira, quer não queira, o homem a elas se submete.
Ecologia foi o nome dado ao conjunto organizado de conhecimentos relativos aos laços que unem os organismos vivos ao seu 
meio vital.A retina do homem é sensível somente às radiações de certos comprimentos de onda, que lhe permitem diferenciar o dia da 
noite, mas as radiações solares também são compostas de raios ultravioleta e infravermelhos. O mundo visual dos animais se difere 
muito do homem. 
Cada animal tem sua maneira própria para reconhecer o meio em que vive e são os seus sentidos que delimitam o seu universo.
Quanto aos cheiros, a acuidade de muitos animais é muito mais aguda, trazendo ao homem a consciência de que está diante de um 
organismo diferente do seu, o qual vive em um meio que é percebido de maneira diferente. Um ser vivo está relacionado com outros, 
e cada um deles tem seu próprio meio. Aí consiste a dificuldade do ecologista, pois deve compreender a vida de seres biológicos que 
têm, cada um, suas próprias exigências e sua própria percepção de um meio que compartilham uns com os outros. 
Aquele que observa a natureza deve, portanto, ser capaz de entender as diferenças existentes entre o meio em que um determinado 
ser vive e o meio que este percebe graças aos seus órgãos de sentido.Um ser vivo tem como primeira imposição a de viver. Depois 
ele tem que sobreviver, tendo que encontrar, portanto, uma maneira de se adaptar às más condições, que cada ser vivente encontra, 
ao menos em potencial. 
Os caminhos da vida são espetacularmente diversificados. O tempo não é uma dimensão contínua para todos os organismos e às 
vezes reagem de forma diferente em dois momentos de sua vida, tais como, larvas e depois aéreos, galactófagos e depois herbívoros, 
carnívoros ouonívoros.
Um problema ecológico tem que ser abordado pelo exterior e pelo interior. O exterior é biótipo que se impõe, isto é, os organismos 
presentes percebem ou não, o conjunto das condições reais do meio. O interior é o meio que cerca o indivíduo ou uma população 
de indivíduos da mesma espécie, que avalia o impacto das condições do meio, percebidas diretamente ou indiretamente, sobre o 
comportamento e a evolução dos organismos.
Cada fase do desenvolvimento ecológico da espécie chama-se ecofase. Cada uma vive um biótipo determinado, e passa a sua 
vida agindo sobre este biótipo e também sobre algumas de outras ecofases presentes, ao mesmo tempo, reagindo à vida das outras. A 
isto dá-se o nome de biocenose, onde as relações entre indivíduos são de várias ordens. Pode haver relações de nutrições, como por 
exemplo, comedores-comidos, entre ecofases de espécies diferentes ou da mesma espécie, o que confere uma estrutura considerada 
conjunto. Pode haver tambémrelações privilegiadas entre indivíduos da mesma espécie, como agregações e congregação, ou de 
espécies diferentes, em determinadas ecofases como simbiose, comensalismo, parasitismo.
Didatismo e Conhecimento 2
GEOGRAFIA
Na escala de um ecossistema fala-se em juventude, meia-idade e senilidade, até chegar-se à estabilidade, que é, no entanto, muito 
relativa, pois todo ecossistema evolui devido às grandes flutuações climáticas a que a própria biosfera está sujeita.Um ecologista, para 
realmente aprender sobre o mundo vivo, precisaria colocar-se no lugar dos organismos que observa, tamanha é sua dependência em 
relação ao meio, dadas às condições físicas, químicas e biológicas.
Para diferenciar o geral do particular, o ecologista usa determinados termos, partindo de uma escala grande para uma pequena:
- bioma, biótipo, e cótipo, estação;
- meio, paisagem, habitat, território;
- povoamento, população, companhia, coorte.
Cada animal tem seu próprio ambiente dentro do biótipo que o acolhe e o homem não foge à regra. 
O biótipo não é imutável, pois evolui com o tempo.A ecologia é uma ciência das relações que se traduzem por uma transmissão 
de energia, fonte de todos os metabolismos. É utilizada para múltiplos fins e quando consumida, irrecuperável.
A Ecologia é, antes de tudo, uma biodinâmica dos conjuntos vivos. Seres cujo tempo de vida é muito breve, mas com capacidade 
de multiplicaçãomuito grande, convivem com seres que não se reproduzem tão depressa.O homem tem procurado dedicar-se à coisas 
que o preocupam ultimamente como: o crescimento da população, o aumento da poluição do ar e água de regiões urbanizadas, o 
impacto da agricultura industrializada sobre a flora e a fauna, o desgaste das fontes de matérias-primas e de energia. Estamos viven-
do uma época de grande aceleração dos fenômenos humanos enquanto a natureza e seus recursos estão à procura de um estado de 
equilíbrio.
Poluição
O termo poluição, muito empregado nos dias atuais, designaconjunto dos resíduos de compostos tóxicos liberados pelo homem 
na atmosfera, mas também as substâncias que, sem serem, de imediato, verdadeiramente perigosas para os organismos vivos, exer-
cem uma ação perturbadora sobre o meio ambiente.
O termo poluir, etimologicamente, significa “profanar, sujar, manchar, degradar”. São vocábulos muito claros e parecem tão 
adequados quanto as longas definições elaboradas pelos peritos.
A história da poluição está diretamente refletida nos progressos da tecnologia. Foi no Neolítico que as primeiras causas da conta-
minação do meio ambiente apareceram. Devido à descoberta da agricultura, apareceram as cidades e, pela primeira vez, a densidade 
da população humana ultrapassou e muito, a densidade que caracteriza as populações de qualquer outra espécie de mamíferos, ainda 
que das mais gregárias. Mesmo assim as fontes de poluição continuaram muito limitadas na natureza. Elas advinham da contami-
nação microbiológica das águas através dos efluentes domésticos e muito pouco, por metalurgia primitiva de elementos tóxicos não 
ferrosos,como o cobre. Foi com o nascimento das grandes indústrias, durante o século XIX, que a contaminação da água, do ar e dos 
solos tornou-se localmente preocupante, principalmente nas imediações das instalações mineiras e nas grandes cidades industriais 
superpovoadas.
As mais graves questões de poluição dos nossos dias provêm de novas tecnologias que se desenvolveram e ao longo das três 
últimas décadas e estão ligados ao lançamento, no meio ambiente, de substâncias ao mesmo tempo tóxicas e não biodegradáveis, 
se não indestrutíveis, ou de compostos inertes ou pouco reativos, liberados nos diversos meios, em quantidades sempre crescentes, 
como é o caso das embalagens plásticas.
Nos dias atuais, população e poluição crescem de modo acelerado, no entanto o poder autopurificador da ecosfera está cada vez 
mais comprometido pela dispersão de resíduos tóxicos e varia no sentido contrário, com a tendência à completa neutralização.
O desperdício dos países ocidentais e o apelo frequente de renovação dos bens de consumo, têm concorrido para aumentar, em 
enormes proporções, a importância das poluições. Assim, o volume dos resíduos jogados no lixo é artificialmente aumentado pela 
obsolescência dos bens de consumo que levanta dentro de nossa sociedade. 
Está havendo uma delapidação de energia e de matérias-primas que levarão toda a humanidade a um déficit insuperável para 
as atividades industriais e agrícolas. É certo que também a urbanização acelerada, com a concentração das indústrias, está entre os 
fatores mais preocupantes.
O aumento de poluição na ecosfera é ao mesmo tempo quantitativo e qualitativo. Devemos atentar, também, para a comercialização 
de novas substâncias poluentes permitidas pela Química Moderna, muito nocivas para os seres vivos e cuja fabricação em grande 
escala, é geralmente empreendida antes que se façam quaisquer estudos de suas propriedades toxicológicas e ecológicas. As três 
causas principais de contaminação da ecosfera, na civilização industrial são: a produção da energia, as atividades da indústria química 
e as atividades agrícolas.
Dentro da busca para produzir energia podemos citar, como fatores importantes, o uso da hulha que começou a contribuir para 
as poluições atmosféricas, a extração do carvão e do petróleo, feitas em ritmo cada vez mais acelerado e o gás natural. A extração e 
o uso do petróleo acompanham inúmeras poluições e muitos outros contra-sensos ecológicos. 
Didatismo e Conhecimento 3
GEOGRAFIA
A crescente expansão da indústria química implica em inúmeros compostos minerais ou orgânicos, muitas vezes altamente tóxicos, 
que circulam na biosfera. Pouco a pouco, a atmosfera está sendo envenenada por compostos persistentes de toxicidade perniciosa. 
Vestígios destes compostos têm sido encontrados nos organismos de mamíferos do Grande Norte canadense, de peixes pelágicos e 
até de animais antárticos. Temos, portanto, a prova de que o oceano mundial constitui-se em receptáculo final de acumulação de todos 
os resíduos produzidos pela tecnologia moderna.
A elevação de produtividade obtida nas terras de plantio é acompanhada de muitos efeitos indesejáveis ou nocivos. Contribuiu 
para este aumento de rendimento, o emprego de adubo mineral e o uso de pesticidas, este último afetando diretamente o homem. A 
contaminação da alimentação humana constitui, atualmente, um dos mais preocupantes problemas do meio. Outros componentes 
que afetam o homem são os antibióticos, sulfamidas e hormônios usados em zootecnia, como também o uso de aditivos alimentícios, 
tais como corantes, aromatizantes, estabilizantes, que poluem nossa comida. 
Em última análise, o problema das poluições é multiforme e afeta diretamente o Homem através da contaminação dos meio 
inalados ou ingeridos.
Os poluentes podem ser agrupados de acordo com sua natureza física, química, biológica, etc, ou de modo ecológico, de acordo 
com seus efeitos, seja segundo o meio no qual são lançados e sobre o qual exercem ação nociva. Os poluentes penetram no organismo, 
sob o ponto de vista toxicológico, através de inalação, ingestão, contato, etc.
 As substâncias liberadas na ecosfera, em quase totalidade dos casos, são levadas para muito longe do ponto onde foram lançadas. 
A circulação atmosférica e hidrológica se encarregará de dispersá-las de modo progressivo no conjunto da ecosfera. Todo composto 
orgânico ou mineral, mesmo que sólido, pode teoricamente passar para o ar. Este fenômeno acontece devido à circulação das massas 
de ar na troposfera e na estratosfera. As correntes horizontais combinam-se com movimentos verticais das massas de ar que ocasionam 
uma circulação atmosférica de norte para sul. 
Ventos oeste-leste originam um tipo de circulação que permite a troca das massas de ar entre os dois hemisférios ao nível da troca 
da troposfera das regiões equatoriais.
Salvo raras exceções, os poluentes atmosféricos não permanecem no ar infinitamente, pois as precipitações trazem-nos de volta à 
superfície do solo ou à hidrosfera. Em consequência de fenômenos geoquímicos, a massa dos poluentes lançados pelo homem, cedo 
ou tarde será levada ao oceano mundial, o último receptáculo dos agentes tóxicos.
O estudo do pH das águas de chuva, demonstra que este baixou seriamente em consequência o uso cada vez maior de óleos 
combustíveis pesados, ricos em enxofre. Podemos concluir que a combinação de diversos fatores geoquímicos assegura a dispersão 
e a distribuição dos poluentes pelo conjunto da biosfera.
O Panorama das Poluições
É muito ampla a definição de poluição, pois abrange tanto poluentes de origem natural quanto poluentes ligados. A poluição 
de origem natural é rara, e como exemplo, podemos citar as erupções vulcânicas que lançam na atmosfera quantidades variáveis de 
cinzas e gases tóxicos.No entanto, a poluição cresceu simultaneamente com o progresso industrial. Como cita o relatório do Conselho 
Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos, “a poluição aumenta não somente pelo fato de que o espaço disponível para cada indivíduo 
se reduz à medida que as populações crescem, mas também porque a demanda individual cresce continuamente, a tal ponto que cada 
um de nós tem mais restos e resíduos, mas, à proporção que aumenta a densidade de população, tornam-se cada vez mais raros os 
locais onde se possam jogar fora qualquer coisa: o lixo de cada um começa a invadir o espaço vital do vizinho”.
No entanto, todas as nossas concepções econômicas e filosóficas estão ainda impregnadas da crença de que o Homem é o senhor 
da Natureza e pode modificá-la impunemente. Somente agora começamos a perceber que o desrespeito às leis da ecologia resulta 
num certo número de acidentes como a crescente poluição da biosfera. É imprescindível admitir que a Terra é limitada, como também 
os recursos de que dispomos e que uma expansão quantitativa indefinida não é possível.
Sabemos que o lançamento de um poluente na atmosfera nunca será um fenômeno apenas local, mas atingirá sempre uma região 
mais ou menos vasta. Um bom exemplo desta dispersão são os tratamentos com inseticidas, porque mais de 50% da matéria ativapode 
passar para o ar em consequência de fenômeno de condestilação em presença do vapor de água, mesmo que se trate de produtos 
pouco voláteis, como o D.D.T. e a dieldrina. Uma análise de água da chuva, feita na Inglaterra, demonstra a existência constante de 
diversos inseticidas. A transferência a longa distância explica que se tenham encontrado teores de 41 ppb em D.D.T. nos aerossóis 
caídos sobre Barbados, nas Antilhas.
O homem fabrica muitos produtos que têm a particularidade de persistir por muito tempo na Natureza, pois suas moléculas são 
inatacáveis pelos seres vivos, em particular pelas bactérias, que desempenham o papel mais ativo nos ciclos biogeoquímicos. Estes 
produtos são chamados de “não-biodegradáveis”, o quer dizer que se acumulam nos ecossistemas. 
Nesta categoria incluem-se muitos inseticidas, principalmente os organo-clorados como o D.D.T. A liberação de moléculas não--biodegradáveis resulta num envenenamento progressivo da biosfera, por isso é indispensável substituir tais moléculas por outras, 
que sejam biodegradáveis. Isso já foi feito com os detergentes. Porém, pesquisas devem provar que tais moléculas resultantes da 
degradação não terão um poder tóxico superior.
Didatismo e Conhecimento 4
GEOGRAFIA
Os praguicidas, que são produtos utilizados para matar animais ou vegetais indesejáveis, incômodos ou nocivos, podem ser clas-
sificados em três grandes categorias: inseticidas, herbicidas e fungicidas. Na verdade, são nomes enganosos porque os herbicidas e 
inseticidas não atacam apenas ervas daninhas e insetos, mas também os pássaros.
Os inseticidas inorgânicos são os de utilização mais antiga. Os inseticidas orgânicos naturais, de origem vegetal, são também de 
emprego antigo e os inseticidas orgânicos de síntese já fazem parte de uma segunda geração, desde sua origem em 1939. A segunda 
categoria dos inseticidas orgânicos de síntese é a dos organoclorados, são os mais numerosos e talvez, os melhores. São os mais 
seletivos, e suas moléculas se degradam com mais facilidade, não se acumulando na natureza e são, também, os menos tóxicos para 
o homem.
Os herbicidas são produtos destinados a eliminar as ervas daninhas e seu uso maciço traz inconvenientes para o gado, que é 
atraído a certas plantas que normalmente não comeriam.
Os fungicidas destinam-se a lutar contra cogumelos parasitas como os carvões e as ferrugens, contra diversos bolores ou contra 
espécies de fungos. 
Os praguicidas assumiram importância na economia moderna; o mercado mundial de inseticidas chega a 600 milhões de dólares.
Os poluentes atmosféricos podem ser gases (óxido de carbono, óxidos de enxofre e de nitrogênio) ou então partículas sólidas ou 
líquidas em suspensão no ar (poeiras metálicas, substâncias à base de flúor, amianto, pesticidas, etc.). Quanto à origem, classificam-
-se como:
- Poluentes naturais: poeiras arrancadas ao solo; sais marinhos provenientes do salpico das ondas; poeiras e gases de origem 
vulcânica; produtos de incêndios espontâneos de florestas; produtos de origem vegetal, como o pólen;
- Poluentes devidos aos transportes: combustão de carburantes dos veículos a motor; poeira arrancada ao revestimento das es-
tradas;
- Poluentes devidos às combustões: combustão do carvão e dos derivados de petróleo para aquecimento doméstico e nas centrais 
térmicas;
- Poluentes de origem industrial: indústria de metais, indústria do cimento; indústria química; indústria do petróleo.
Numerosos fatores atmosféricos (especialmente o vento) e topográficos fazem a dispersão dos poluentes gasosos. Possivelmen-
te, os óxidos de enxofre (SO2) sejam os poluentes mais nocivos da atmosfera. São produzidos a partir da combustão de carvões ou 
combustíveis líquidos de centrais térmicas, diversas indústrias, automóveis, aquecimento doméstico ou queima de detritos. Possuem 
toxicidade para os vegetais, provocando diversas alterações e, até mesmo, o desaparecimento completo de vegetação vizinha de 
fontes poluidoras. 
As essências florestais sãomais atingidas que as plantas anuais, pois a duração de sua vida permite a manifestação de efeitos 
cumulativos. 
O flúor é eliminado por diversas indústrias, principalmente pela do alumínio.O flúor e seus compostos são tóxicos em doses muito fracas 
e tem ação cumulativa: no ar poluído, os tecidos dos vegetais vão-se enriquecendo progressivamente de flúor. As folhas vão necrosando 
e caem ao atingir metade de sua superfície, acarretando desnutrição e morte, aos poucos, da árvore. Nos animais, as manifestações 
patológicas conhecidas por fluoroses, estão ligadas a um teor muito elevado de flúor nos vegetais consumidos, causando redução no ritmo 
de crescimento, lesões nos dentes e no esqueleto, além de ocorrências de mortalidade.
Os óxidos de nitrogênio são produzidos pela combustão dos motores de automóveis e, portanto são mais abundantes no ar das 
cidades. A formação de smog oxidante ocorre através de mecanismos muito complexos e que se pode esquematizar da seguinte forma: 
em presença de radiações ultravioleta, o dióxido de nitrogênio decompõe-se em monóxido de nitrogênio e oxigênio atômico. Este 
pode reagir com o oxigênio molecular, formando o ozônio. São muitos os prejuízos causados à agricultura pela poluição fotoquímica.
O monóxido de carbono não é irritante nem malcheiroso, mas ao combinar-se com a hemoglobina, diminui a capacidade do 
sangue para transportar oxigênio. As pessoas intoxicadas sentem vertigens, dores de cabeça, cansaço. A principal fonte reside nos 
gases de escapamento dos automóveis. Esse gás se difunde rapidamente na atmosfera e a zona de perigo é a que se encontra ao nível 
do solo, na vizinhança dos pontos de emissão.
O dióxido de carbono, mesmo sendo um constituinte normal da atmosfera e indispensável aos vegetais que, graças à fotossíntese, 
têm nesse gás a sua fonte de carbono, tem caráter poluente quando ultrapassa um certo nível. Antes da época industrial, o carbono 
tinha seu ciclo perfeitamente equilibrado: matéria orgânica formada através da fotossíntese era decomposta, graças à respiração 
dos seres vivos, e às fermentações. Assim o gás carbônico era liberado e vinha substituir, na atmosfera, o que havia sido retirado 
do ar pelos vegetais clorofilados. O consumo mundial de combustíveis fósseis tem aumentado o problema da poluição e criado o 
esgotamento das reservas não renováveis. 
Didatismo e Conhecimento 5
GEOGRAFIA
O oceano desempenha um papel fundamental nesta absorção do gás carbônico suplementar. Muito se discute sobre as possíveis 
consequências deste aumento do teor de gás carbônico do ar. Por ser este gás opaco à radiação infravermelha emitida pela Terra, sua 
presença provoca um “efeito estufa”, isto é, um aumento da temperatura do globo. Até o ano 2000, o aumento foi de alguns décimos 
de grau, mas isto seria suficiente para provocar fusão total dos gelos polares e uma elevação do nível dos mares. Estudos sobre a 
variação da temperatura média anual demonstram que estamos, neste momento, num período de aquecimento geral. Alguns autores 
afirmam que a acumulação de poeiras na atmosfera seja um dos fatos de resfriamento, por refletirem os raios solares no espaço. A 
compensação se daria evitando um aumento da temperatura do globo.
O ar das cidades tem de 100 a 200 vezes mais poeiras do que o do campo, pois a espessura da camada atmosférica afetada não 
ultrapassa algumas centenas de metros. 
Do ponto de vista térmico, o clima das grandes cidades é caracterizado por uma redução das amplitudes de temperatura, em 
consequência do aumento das mínimas noturnas, principalmente no verão, e de um aumento das médias anuais.
O metal tóxico mais abundante e mais espalhado na atmosfera é o chumbo. A contaminação pelo chumbo é ainda pouco conhecida. 
A principal fonte de poluição é o automóvel, portanto é mais intensa nas vizinhanças das estradas.
Nossos conhecimentos das consequências da poluição atmosférica são ainda insuficientes, particularmente no que diz respeito 
aos efeitos da permanência prolongada de seres humanos em meios fracamente poluídos. Pessoas muito expostas a misturas poluentes 
permitem concluir que doenças como bronquite aumentam nitidamente, como também o aparelho cardiovascular. Acredita-se que 
o câncer pulmonar possa ser provocado por diversos poluentes presentes no ar. Outros efeitos desastrosos são devidos à poluição 
atmosférica tais como enegrecimento dasfachadas das construções, ataque das pedras calcárias pelas águas das chuvas ácidas, ou 
pelo ácido nítrico, formado por bactérias a partir do amoníaco presente no ar das cidades e degradação dos telhados de zinco pela 
ação do ácido sulfúrico.
A poluição atmosférica custa caro em termos de saúde, de redução das colheitas, de degradação de florestas ou imóveis. Diante 
desses fatos, seria mais razoável prevenir a poluição, tomando as medidas necessárias.
Completando, seria preciso tratar da poluição sonoraque castiga o meio urbano e a vizinhança dos aeroportos. Acima de 80 
decibéis, ocorrem traumatismos psíquicos e fisiológicos
A poluição dos solos pode apresentar-se sob diversos aspectos. Ocorre muito frequentemente no campo, mas pode aparecer 
também nas cidades, onde vemos o enfraquecimento das árvores plantadas nas praças e ao longo das ruas.
Aagricultura moderna está cada vez mais industrializada e utiliza doses cada vez maiores de adubos. Eles são necessários para 
devolver ao solo os elementos dele retirados pelas colheitas e levados para longe. A tendência atual é de empregar exclusivamente 
adubos minerais, abandonando-se os adubos orgânicos tradicionais como o esterco. Como consequência teremos uma redução do teor 
de húmus do solo e uma degradação de sua estrutura.
Em zonas áridas ou semiáridas, onde é necessário suprir a falta de água de chuva com a irrigação, observa-se um tipo de poluição 
que é a salinização dos solos. As águas de irrigação não penetram em profundidade nos solos pouco permeáveis, e ao evaporar o sal 
nela contido deposita-se nas camadas superiores.
Os praguicidas ocasionam a redução das populações animais e vegetais e, às vezes, sua eliminação. A toxicidade dos inseticidas 
pode ser aguda, quando se manifesta imediatamente após a absorção do inseticida por um ser vivo ou pode ser crônica, quando a 
absorção quotidiana e contínua de pequenas doses durante um período mais ou menos longo. Os herbicidas levam a uma rarefação 
extrema de certas plantas que crescem, de preferência nas colheitas. Os insetos úteis são os mais sensíveis aos inseticidas e os 
mais atingidos. Mamíferos e aves também sofrem com o tratamento por inseticidas. Os mamíferos são, frequentemente, ainda mais 
sensíveis que os pássaros à ação dos inseticidas. As intoxicações agudas com praguicidas ao homem,constituem uma exceção em 
virtude das precauções tomadas. 
As únicas vítimas são as crianças ou os operários em contato com os praguicidas. No entanto encontram-se pequenas quantidades 
de praguicidas nos alimentos e em particular nos laticínios.
As águas podem ser poluídas de forma natural. Na floresta, grandes quantidades de folhas mortas caem nos pequenos rios e char-
cos, onde sofrem uma fermentação que consome grande parte do oxigênio da água, causando uma mortalidade sazonal da fauna. Aos 
efeitos da falta de oxigênio, acrescenta-se o efeito tóxico de alguns elementos constituintes das folhas mortas. 
Vários produtos químicos poluentes podem ser encontrados nas águas.Os fosfatos contidos nos detergentes são, em parte respon-
sáveis pela eutroficação de lagos e rios. Também provém dos detergentes a espuma que se acumula sobre cursos de água, impedindo 
as trocas de oxigênio com a atmosfera e inibindo a autodepuração da água. Eles têm uma toxicidade que traz sérios acidentes aos pei-
xes. Os detergentes biodegradáveis suprimiram as espumas dos rios e permitiu liberar na Natureza moléculas tóxicas de propriedades 
ainda não bem conhecidas. Os efeitos bactericidas desses produtos provocam um bloqueio da autodepuração ainda mais acentuado 
que no caso dos detergentes não biodegradáveis.
Fertilizantes como os nitratos e fosfatos, são empregados em doses altas e podem ser responsáveis pela eutroficação. É cada 
vez mais comum encontrarem-se nitratos infiltrados nas águas subterrâneas. Também são encontrados na água muitos metais e sais 
minerais de origem industrial. No Japão, as águas dos arrozais, às vezes, se tornam tão poluídas pelo chumbo que o arroz se torna 
impróprio para o consumo. O mercúrio, cujos efeitos nocivos foram principalmente estudados em meio marinho, também está pre-
sente em água doce.
Didatismo e Conhecimento 6
GEOGRAFIA
Os inseticidas têm os mesmos efeitos em meio aquático e em meio terrestre. A cada tentativa de destruir as larvas aquáticas de 
insetos nocivos, como mosquitos ou borrachudos, observa-se uma elevada mortalidade de peixes, principalmente os que são muito 
sensíveis aos inseticidas como o D.D.T. e à rotenona.
Poluições biológicas são as provocadas por matérias orgânicas suscetíveis de sofrer fermentação bacteriana. Tanto em água doce, 
como em meio marinho, a causa fundamental desta poluição é a fraca solubilidade do oxigênio na água. A introdução de matérias 
orgânicas na água desencadeia a proliferação de bactérias que consomem muito oxigênio.
Quando os resíduos de águas poluídas mais ou menos ricas em nitratos e fosfatos se tornam demasiado abundantes em relação 
à quantidade de água pura disponível, surge o fenômeno da eutroficação. Manifesta-se nos rios lentos e sobretudo nos lagos onde a 
correnteza é insuficiente para evacuar as águas usadas. A eutroficação não se verifica apenas nos lagos alpinos; ocorre em todos os 
lugares do mundo. Os Grandes Lagos da América do Norte, que constituem a maior reserva de água doce do mundo, estão quase 
perdidos, por causa dos abundantes despejos de águas usadas que recebem.
Produtos petrolíferos são lançados nos oceanos, voluntariamente ou não, numa quantidade quevaria de 1 a 10 toneladas por ano. 
A essa poluição devem ser acrescentadas as perdas naturais de lençóis petrolíferos submarinos e os transportes de hidrocarbonetos 
por via atmosférica. É possível que a quantidade dos hidrocarbonetos evaporados ou produzidos pela combustão incompleta nos 
motores e trazidos por via atmosférica seja ainda maior do que a dos lançamentos diretos.
O lançamento de petróleo no mar é obra de navios petroleiros que, após a limpeza dos reservatórios lançam ao mar uma mistura de 
água com resíduos de petróleo, que é sumariamente decantada. Esta técnica não permite recuperar senão uma parte do petróleo. Cerca 
de dez toneladas de hidrocarbonetos são lançadas ao mar de cada vez. Muitos navios nem a praticam e atiram ao mar os produtos 
da lavagem sem perder tempo com a decantação. As refinarias lançam ao mar uma grande quantidade de resíduos, acrescidos aos 
lubrificantes para automóveis, despejados na terra ou nos cursos de água, que são levados para o mar.
Os efeitos dos hidrocarbonetos sobre a fauna e a flora dependem, em grande parte, da composição química dos mesmos, que 
é muito variável. Entretanto, poucas pesquisas têm sido realizadas a esse respeito. Pode-se afirmar que este tipo de poluição é um 
fenômeno mundial. Os resíduos da degradação bacteriana do petróleo formam bolas de diâmetro variável (1mm a 10 cm), que sujam 
todos os oceanos, conforme já foi possível verificar através de uma coleta de todos os seres vivos e partículas que se encontram na 
superfície da água, apanhados com a ajuda de redes especiais.
Metais pesados é o nome que se dá a uma série de elementos que ocupam as colunas centrais da classificação periódica. Todos 
têm propriedades tóxicas e são encontrados em pequenas doses no meio natural, sendo que alguns deles são indispensáveis, pois 
entram na constituição de enzimas. Entretanto, se o meio estiver sobrecarregado de metais pesados, os animais e vegetais absorverão 
quantidades excessivas destes elementos, podendo intoxicar-se. Os mais tóxicos são o chumbo e o mercúrio.
O mercúrio é o elemento mais estudado e o mais temido. Sua presença na água do mar tem sua quantidade aumentada pelos 
resíduos de diversas indústrias, trazidos pelos rios. Ele é utilizado na fabricação de vários aparelhos elétricos, na fabricação do cloro 
e da soda, na indústria de plásticos e de tintas anticorrosivas. Serve como bactericida e fungicida na fabricação da pasta de papel e é 
componente básico de numerosos fungicidas e herbicidas. A intoxicação ou envenenamento por mercúrio, causa uma moléstia que 
ataca principalmente o sistema nervoso, e já ocasionou muitas mortes em Minamata, de onde veio seu nome “doença de Minamata”.
As marés vermelhas sejam, talvez a mais espetacular consequência da poluição. Este fenômeno é devido à pululação de organismos 
pouco exigentes quanto ao oxigênio - os peridíneos (algas unicelulares). As marés vermelhas aparecem naturalmente, sobretudo nas 
regiões tropicais. Os peridíneossegregam na água substâncias tóxicas que são responsáveis pela morte maciça de peixes. Já houve 
acidentes relacionados com o sistema nervoso e até casos de morte em pessoas que tinham comido mariscos. A toxina responsável 
ainda não foi isolada, mas os efeitos podem ser minimizados pelo uso de anti-histamínicos.
Durante muito tempo foram descarregadas no mar águas ricas em microrganismos de todos os tipos, pois acreditava-se que as 
águas do mar fossem capazes de destruir os micróbios patogênicos estranhos nelas introduzidos. Esta teoria, da autodepuração, é 
muito controvertida ultimamente, pois o grande número de casos de poluição bacteriana vem demonstrar que há nisso grande parte 
de exagero. A maior parte dos micróbios encontra, no meio marinho, condições favoráveis à sobrevivência, à resistência, ao retorno 
à vida ativa. 
Os germes patogênicos que vão ter ao mar é, quase totalmente, de origem humana, levados por cursos de águas poluídos, por 
esgotos das localidades litorâneas, por despejos selvagens de acampamentos, de navios, de veranistas. Portanto, a poluição é muito 
mais grave durante os períodos de férias, em regiões em que população fica quase decuplicada.
A poluição microbiana manifesta-se principalmente pela incidência de doenças como as salmoneloses, febre tifóide, as 
paratifóides, as gastroenterites, de que há milhares de casos todos os anos, com uma mortalidade às vezes inquietante. Muitas 
afecções são mais frequentes entre os veranistas de beira-mar como afecções oculares semelhantes à “conjuntivite das piscinas”, 
das afecções rinofaríngeas, de várias afecções cutâneas, como as furunculoses devidas a estafilococos ou a Candida. Um número 
considerável de fungos patogênicos estão presentes na areia das praias, causando doenças da pele, tais como dermatoses e micoses.
Pode haver contaminação indireta através do consumo de produtos do mar. Basta lembrarmos a epidemia de cólera, propagada 
por mexilhões. Já foram contraídas, também, febre tifóide e hepatite por vírus.
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Um aspecto relativamente novo da poluição tem como causa principal a construção de centrais elétricas cada vez mais numerosas 
e cada vez mais potentes. Indústrias siderúrgicas,usinas têxteis que lavam a lã e refinaria de açúcar influem para o aquecimento das 
águas, porém em menor proporção. A central elétrica deve dispor de uma fonte fria para poder funcionar. A mistura de águas quentes 
e águas frias não se efetua facilmente, devido às diferenças de densidade e viscosidade. Frequentemente há formação de “massas” ou 
“plumas” térmicas que propagam as águas quentes até pontos localizados, mais distantes.
A temperatura é um fator ecológico importante, entretanto não o único, entre todos os que agem sobre os seres vivos. Para cada 
espécie, é possível definir uma temperatura máxima letal e acima dela, o animal só pode sobreviver durante um tempo muito limitado. 
Há também a temperatura mínima letal, próxima a zero grau Celsius. Peixes submetidos durante um certo tempo a uma temperatura 
chamada “de aclimatação” apresentam temperaturas letais tanto mais elevadas quanto mais elevada é a própria temperatura de 
aclimatação.
A elevação da temperatura acarreta uma diminuição do teor em gás dissolvido e consequentemente o consumo de oxigênio pelos 
seres vivos aumenta. Este aumento de necessidade é devido à ativação do metabolismo e à diminuição da afinidade da hemoglobina 
para com o oxigênio. A penúria de oxigênio no meio aquático é maior quanto mais povoado for esse meio. A desgaseificação rápida 
que se segue ao aquecimento das águas pode provocar a morte dos peixes por embolia, isto é, por aparecimento de minúsculas bolhas 
de nitrogênio no sangue.
Os seres vivos reagem diferentemente a um choque térmico conforme a fase desenvolvimento em que se encontrem. Os estágios 
mais jovens (ovos, larvas, alevinos) são os mais sensíveis. Os invertebrados mostram a mesma sensibilidade que os peixes e os mais 
vulneráveis são os crustáceos.
A consequência da implantação generalizada de centrais trará, evidentemente, a eliminação dos peixes estenotérmicos (trutas e 
outros salmonídeos) e sua substituição por peixes brancos de menor valor, nos rios das trutas, caracterizadas por águas frescas ebem 
oxigenadas. 
O desenvolvimento de organismos patogênicos são favorecidos por uma temperatura elevada, principalmente as espécies 
termófilas anaeróbicas, que é singularmentetemível para o homem. Há, portanto, um grande risco para os consumidores de frutos do 
mar, crustáceos e peixes em serem contaminados por salmonelas que, como sabemos, são os agentes da febre tifóide e salmoneloses.
Recursos e Riquezas Naturais em perigo
O fluxo de energia encontra-se totalmente modificado na sociedade industrial contemporânea. A civilização ocidental consome 
energia de modo irrefletido. Os Estados Unidos representam 7% da população mundial e consomem sozinhos um terço da produção 
energética do mundo.
A passagem de uma civilização de tipo agrário para a civilização industrial traduziu-se, no plano energético, pelo uso de 
quantidades cada vez maiores de uma energia em forma concentrada, contida nos combustíveis fósseis, e resultante da acumulação da 
energia solar, transformada pelos vegetais fósseis. Essa acumulação foi processada durante centenas de milhões de anos, permitindo 
a constituição das jazidas de petróleo e de hulha.
A agricultura moderna consome uma quantidade cada vez maior de matérias-primas minerais e também de energia e pode ser 
uma das primeiras dentre as atividades humanas a defrontar-se com os problemas dos recursos não renováveis, considerando-se o 
desperdício desenfreado que deles faz a civilizaçãotecnológica contemporânea.
De maneira geral, é tão elevado o valor absoluto do nível atual de consumo de energia, matérias-primas e água, que muitos se 
assustam ao descobrir, de repente, o caráter finito da biosfera.
O mau uso de energia é responsável pela maior parte da crise contemporânea do meio ambiente nas sociedades tecnologicamente 
desenvolvidas. É fato o crescimento anárquico dos transportes rodoviários, de passageiros e também de fretes, quando se sabe que 
estrada consome sete vezes mais energia e dez vezes mais espaço do que uma ferrovia que preste o mesmo serviço. E assim, rodovias 
de ligação vão penetrando por toda parte e invadindo pouco a pouco os últimos vestígios de grandes florestas. Os combustíveis 
fósseis, especialmente o petróleo, são responsáveis por nove décimos das poluições.
Se o consumo de petróleo continuar aumentando nas bases da década passada (tempo de duplicação da extração ligeiramente 
inferior a dez anos), pode-se prever que a era útil do petróleo duraria cinquenta e oito anos na pior das hipóteses, e sessenta e quatro 
anos na melhor.
Resumindo, nossos filhos verão, sem dúvida alguma, o fim dos hidrocarbonetos (produtos de petróleo) e gasosos como fonte 
primária de energia.
Dispomos de dados geológicos que levam a concluir que o carvão é o único substituto capaz de aliviar, em pouco tempo, a 
penúria em carburantes que resulta de uma crise de recursos petrolíferos. A hulha pode substituir o petróleo em todos os seus usos 
energéticos. A Alemanha nazista fez a guerra durante três anos, devido à gasolina sintética, fabricada em carvão. 
A massa colossaldas reservas de hulha indica-nos que se há de recorrer inevitavelmente a esse tipo de combustível. Só na C.E.E. 
as quantidades de carvão contidas no subsolo são iguais, em equivalência energética, às reservas mundiais de petróleo já comprova-
das atualmente.
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A era do petróleo e, de um modo geral, a dos combustíveis fósseis, será caracterizada pelo incrível desperdício. O recurso ma-
ciço ao petróleo e à hulha, apesar de sua brevidade, terá causado perdas irreparáveis ao meio ambiente. Nossa espécie utilizou-se de 
um recurso natural que levou centenas de milhões de anos para formar-se, e que sóterá servido à humanidade durante um séculono 
máximo, duração ínfima na escala de sua história.
Atualmente, há quem deposite grandes esperanças na energia nuclear, mas essa é uma direção insegura. O recente desenvolvi-
mento de programas eletronuclearesgrandiosos, baseados na energia de fissão, levanta o problema relativo aos recursos de urânio.
Um reator de 1.000 megawatts necessita de 150 toneladas de urânio natural por ano e as reservas metropolitanas comprovadas de 
urânio são de 60.000 toneladas, com uma estimativa otimista de 120.000 toneladas, contidas no subsolo francês. Nestas condições, 
a potência eletronuclearde 50 gigawattsprevista para 1985 esgotaria em oito anos as reservas já comprovadas na França. Para a meta 
de se chegar a 170 gigawatts no ano 2000, as 120.000 toneladas de matéria físsil contida nos minérios de alto teor estariam esgotadas 
em menos de cinco anos. Outras prospecções levam a conclusões idênticas, não só para a França, como para o mundo todo. Se os 
programas eletronucleares atuais forem levados a termo, nas nações industrializadas, as reservas de urânio não passarão de dez anos.
Os países consumidores de matérias-primasdevem empregar técnicas eficazes de reciclagem, pois é prevista uma séria escassez 
de metais não ferrosos, a partir do próximo século.
As reservas de ouro, prata, platina, chumbo, zinco e estanho, não são suficientes para suprir as necessidades industriais. As reser-
vas mundiais de cobre e tungstênio ficarão esgotadas. As reservas de cobalto, níquel e manganês não chegarão a passar muito além 
do fim do próximo século.
Os fosfatos constituem um problema pouco conhecido, embora muito angustiante, pois nenhuma agricultura intensiva é possível 
sem adubos fosfatados. A humanidade está em plena explosão demográfica e a intensificação da produção agrícola vai provocar um 
aumento considerável no consumo de adubos fosfatados.
Quando pensamos na gigantesca quantidade de água que utilizam os países industrializados, descobrimos que a água doce chega a 
ser rara, apesar de sua aparente abundância. O volume de água doce disponível é muito limitado. O homempode contar, teoricamente, 
com o volume global constituído pelas águas continentais: cursos de água, lagos e lençóis freáticos. As estimativas mais otimistas 
apontam 900.000 quilômetros cúbicos de água continentais, embora muitos peritos calculem um valor mais baixo, de cerca de 250.000 
Km³. A água doce continental representa apenas 0,5%, quando muito, do valor global. 
A massa hídrica utilizável é ainda mais limitada. O homem só pode aproveitar as quantidades que as precipitações trazem às 
águas de superfície, isto é, águas correntes, e às águas subterrâneas, as infiltrações, sob pena de secar os lagos ou lençóis freáticos, 
ou de esgotar as fontes, consumindo, assim, uma parte do capital hidrogeológico regional.
Nos países industrializados, boa parte dos recursos em água são deteriorados pela poluição. Nos Estados Unidos, por exemplo, 
nove décimos das águas fluviais servem para carregar restos para o mar. Na França, a falta de água limpa para indústria impede que 
se instalem novas usinas em muitas regiões urbanas. 
É certo, também, que certas fábricas consomem e poluem massas consideráveis de água. São necessários 300m³ de água para 
fabricar uma tonelada de papel e 600m³ para sintetizar uma tonelada de nitratos. O desenvolvimento das usinas eletronucleares e das 
centrais termoelétricas clássicas criou um novo setor de atividade que consome grandes quantidades de água. Estes recursos em água, 
que diminuem dia a dia, devem fazer face a necessidades cada vez maiores, nos países industrializados.
A construção de grandes barragens vem sempre acompanhada de efeitos negativos tais como a inundação de áreas, significando 
a perda de vastas superfícies de terras aluviais muito férteis, que ficarão definitivamente submersas, pois o fundo dos vales é sempre 
recoberto por solos limosos depositados em períodos geológicos recentes. A barragem retém os sedimentos que antes iam depositar-
se à jusante, por ocasião das enchentes, levando aos solos preciosos elementos fertilizantes.
A civilização tecnológica é responsável por um verdadeiro ecocídio, que vem destruindo, uns após os outros, todos os ecossistemas 
naturais e substituindo-os por zonas urbanizadas ou por agroecossistemas destinados à cultura industrial e, portanto muito artificiais. 
Como resultadoda alteração ou do desaparecimento puro e simples dos ecossistemas continentais temos as agressões sofridas por 
dois de seus componentes fundamentais: o biótipo, conjunto de elementos abióticos que constituem o meio, e a biocenose, conjunto 
de comunidades vegetais e animais próprias do ecossistema considerado.
A urbanização e a industrialização traduzem-se pelo aniquilamento de numerosos biótipos, já que o concreto e o betume destroem 
inelutavelmenteo meio onde são implantados. Desde tempos remotos, o homem habituou-se a edificar suas cidades no coração 
das bacias aluviais ou nas planícies litorâneas maisférteis. Esta prática não teve grande importância até o efeito do crescimento 
demográfico e do êxodo rural.
O chamado ”manejo turístico” das costas deferiu um golpe fatal nos ecossistemas muito frágeis das dunas que antigamente 
cobriam milhares de quilômetros, nas fachadas atlânticas e mediterrâneas. A apropriação do litoral por particulares, tolerada e até 
encorajada, permite que se construam imóveis quase junto ao mar. Além de prejudicar a paisagem, esta invasão acarreta uma séria 
destruição dos biótipos das dunas, provindas de uma vegetação e uma fauna muito particular. A promoção imobiliária também 
maltrata as montanhas, onde as zonas superiores, com suas florestas bem como os prados são loteados ou transformados em grandes 
conjuntos de férias. É óbvio que a apropriação dos locais e das paisagens pelos particulares deve cessar o mais breve possível.
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A destruição dos biótipos tem como causa, também, a construção de vias de comunicação, especialmente de estradas. Os 
responsáveis pela economia dos países ocidentais parecem ter esquecido que a estrada de ferro é o meio de transporte que menos 
afeta o meio, inclusive o aquático, além de ser menos dispendioso em espaço e energia. 
A influência das rodovias sobre a paisagem é muito mais nefasta que a das ferrovias, pois, além de consumirem muito mais 
espaço, as autoestradas são construídas sobre aterros e desaterros, a fim de economizar obras de engenharia. Em zonas acidentadas, 
os viadutos e túneis permitem a integração da via férrea no meio ambiente, com um mínimo de danos. As rodovias, porém, escavam 
imensas colinas, mutilando-as, provocam erosões dos solos e perturbam a rede hidrológica local rasgando estradas nos morros e 
aterrando pequenos vales,
As zonas úmidas estão entre os biótipos mais ameaçados, devido à ideia que os homens têm de lagoa, pântano, laguna costeira 
como símbolo de insalubridade. Assim, através da história, o homem obstinou-se em aterrar ou secar essas zonas úmidas. As zonas 
úmidas representam um papel essencial na regularização do ciclo da água. Os pântanos funcionam como gigantescas esponjas que 
retêm a massa hídrica durante os períodos de precipitação, restituindo-a posteriormente aos cursos de água e aos lençóis freáticos. 
Verifica-se, então, duas funções: proteção contra as inundações e reserva de água doce para os períodos de relativa seca.
Outro tipo de destruição de biótipos está relacionada a diversas operações de manejo agrícola que convergem todas para um 
mesmo fim: promover desenvolvimento da agricultura industrial intensiva, quaisquer que sejam as consequências ecológicas e 
econômicas. Um frenesi de nivelação vem acompanhado da retificação dos cursos de água, com a ajuda da pá mecânica.
Grandes superfícies ficaram expostas à erosão dos solos devido ao cultivo intempestivo de terras cuja estrutura pedológica não 
se prestava a atividades agrícolas, ao efeito conjunto do desmatamento e da pastagem excessiva.
A erosão hídrica foi aprimeira a se manifestar na história. Sua ação máxima verifica-se nas zonas montanhosas. O desmatamento 
de encostas íngremes facilita a formação de sulcos por ocasião das precipitações. Criam-se, assim, novas torrentes, ao passo que 
as correntes que já existiam anteriormente vão devastando cada vez mais os solos situados dos dois lados de seu leito. A ausência 
de vegetação favorece a correnteza e o despejamento de grandes massas de água recebidas das vertentes, cuja ação destruidora é 
aumentada pelo desnivelamento.
Com a destruição das florestas, porém, a erosão será acelerada pela violência do impacto das gotas de chuva sobre a terra 
descoberta e pelos riachos que se formarão. Muitas montanhas, outrora cobertas por densas florestas e hoje desnudadas, são vítimas 
da erosão, que põe à mostra o abstrato rochoso. A pastagem excessiva também contribui para a ruína dos solos nas montanhas devido 
ao pisoteamento aliado ao consumo voraz da vegetação, que pode deixar a terra nua se a carga de herbívoros passar de um certo limite 
por hectare. 
É muito variável o efeito das culturas sobre a estabilidade dos solos. De todas as culturas, as mais perigosas para as terras frágeis 
são as das plantas mondadas como milho e batata, por exemplo, por deixarem a terra desprotegida, com isso favorecendo a ação do 
vento e o escoamento superficial das águas.
Para suprir as necessidades alimentares da humanidade, antes de começar a cultivar novas terras é preciso conservar a integralidade 
do potencial produtivo das terras já cultivadas atualmente. 
Um balanço mundial dos prejuízos ameaçados pela erosão não seria otimista.
Em terras cultivadas intempestivamente, que apresentam uma estrutura pedológica frágil, a destruição ou a modificação brutal da 
cobertura vegetal, pode também provocar, não uma erosão, mas uma alteração química irreversível dos solos, que os torna impróprios 
a qualquer cultura e mesmo à reconstituição de sua vegetação primitiva. A alteração pode se dar pelo sal, através da irrigação das 
terras salgadas de países de clima semiárido ou desértico. Após algum tempo ocorre o fenômeno denominado solontchaks, quando 
uma franja capilar aflora à superfície provocando no solo a formação de eflorescências brancas, que resultam da acumulação de placas 
de sal (fenômeno das salinas). Outra alteração chamada lateritização refere-se a solos ferralíticos e encontram-se em todas as regiões 
tropicais do globo. Caracterizam-se por um elevado teor de ferro e alumínio, uma reação ácida e uma fraca concentração em silício.
Quando a floresta, ou a vegetação secundária que a substituiu, é destruída para dar lugar a uma plantação, ou quando a exploração 
abusiva da madeira em pé (cortes radicais) expõe o solo ao sol e às fortes precipitações características dos climas tropicais, verifica-
se a formação de uma couraça laterítica, cuja cor e consistência lembram a do tijolo. Por esta razão, o desmatamento das florestas 
umbrófilas equatoriais vai muitas vezes transformar em regiões nuas e estéreis vastos territórios que eram antes cobertos por 
exuberantes florestas. A enorme gravidade do problema apresentado pela fragilidade dos solos ferralíticos tropicais sugere que a 
única forma racional de aproveitamento consiste em uma exploração seletiva e controlada das essências de madeiras preciosas que 
crescem nessas regiões.
A ação conjunta dos incêndios, dos rebanhos, das derrubadas para plantio e para a extração da madeira, cada vez mais utilizada 
como combustível e como matéria-prima, ameaçam todos os biomas florestais do planeta, que estão regredindo com uma rapidez 
inquietante.
A floresta presta serviços ao homem tais como a proteção contra a erosão hídrica nas regiões montanhosas; a redução do ciclo 
da água, o abastecimento dos lençóis freáticos, a proteção da fauna e do espaço de lazer e, finalmente o principal: a produção de uma 
matéria-prima insubstituível, a madeira, mas na medida em que o ritmo das derrubadas seja inferior ao do crescimento médio anual.
Didatismo e Conhecimento 10
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Segundo peritos, o consumo mundial de madeira cresce de modo ininterrupto, a uma velocidade superior às previsões. No 
Terceiro Mundo a madeira tem sido utilizada como combustível causando um desmatamento catastrófico. Pouco mais da metade da 
madeira abatida tem usos industriais; todo o restante destina-se ao aquecimento ou à cocção de alimentos, seja diretamente ou após 
sua transformação em carvão de lenha.
O emprego de madeira como combustível provoca maiores consequências nefastas para os ecossistemas florestais do que o uso 
industrial, pois não apenas os troncos, mas todas as partes lenhosas, são exportados, excluindo a possibilidade de serem devolvidos 
aos solos os elementos minerais nutritivos que a madeira encerra.
A pastagem na floresta constitui um flagelo para as florestas do Terceiro Mundo e mesmo nos países do Mediterrâneo setentrional.
Os rebanhos são levados para a sombra dos bosques, durante a estação seca. Bovinos, ovinos e caprinos, que exploram, cada 
um, um estrato diferente da vegetação subarbórea, impedem qualquer regeneração ao devorar os brotos novos.O desmatamento 
da floresta constitui um importante fator de regressão desses ecossistemas. A floresta amazônica está hoje ameaçada também de 
desmatamento, devido à meta oficial de implantar a agricultura e a criação de gado nessa região.São tamanha, hoje em dia, as 
ameaças que pesam sobre as florestas umbrófilas tropicais, que muitos peritos preveem o seu completo desaparecimento antes do 
fim deste século.O fogo constitui, hoje em dia, um elemento geralmente acidental de degradação das matas, ao contrário dos fatores 
precedentes desflorestamento. Desde a mais remota Antiguidade até ao alvorecer do século XXI, e ainda hoje em muitos países do 
Terceiro Mundo, o fogo foi empregado intencionalmente como meio de desmatamento, transformando ecossistemas florestais em 
habitats abertos: landas, garrigues, chaparral, estepe, savanas, são exemplos de paisagens vegetais moldadas pelo fogo.
O incêndio influi diretamente sobre as biocenoses vegetais, pois modifica a concorrência interespecífica entre as plantas, 
favorecendo algumas delas que se adaptam à passagem do fogo, as quais são chamadas de pirófitas. Numerosas espécies vegetais 
linhosas ou herbáceas são eliminadas pelo fogo cedendo o lugar às pirófitas. A disseminação das sementes de certas pirófitas é, no 
entanto, favorecida pelo incêndio. Os conesde certas coníferas protegem as sementes contra o fogo e liberam-nas depois de sua 
passagem. As sementes de algumas espécies vegetais racham-se com o calor e germinam depois do incêndio. Assim, a floresta 
meridional incendiada cede lugar a matas de resinosas (pinheiro-de-alepo, pinheiro-marítimo) sob os quais cresce um estrato arbustivo 
bem diversificado, constituído por vários arbustos e outras plantas lenhosas xerófilas.
Porém, quando o fogo se repete demasiadamente, a floresta secundária de pinheiros é substituída por um outro tipo de formação 
vegetal: o maquis ou a garringue de carvalhos-quermes. Esta pequena árvore pirófita, raramente atingindo mais de três metros de 
altura, resiste bem ao fogo graças a um sistema de raízes bem desenvolvido, cujos brotos dormentes desenvolvem-se muito depressa 
após a destruição das partes aéreas. O fogo provoca enfim, profundas modificações nas comunidades vegetais das regiões tropicais.
As savanas tropicais foram profundamente modificadas pelo uso do fogo, ateado intencionalmente pelos pastores a fim de fazer 
brotar novamente as ervas verdes assim que terminava a estação da seca. Ainda assim, a vegetação clímax cede lugar às pirófitas. De 
modo geral, os incêndios dessas zonas provocam um empobrecimento do solo em matéria de humo, a solubilização maciça dos sais 
minerais nutritivos, a elevação do pH em consequência da formação de compostos alcalinos e alcalino-terrosos básicos e, finalmente, 
uma diminuição da capacidade de retenção de água dos solos.
O rebanho mundial atingeatualmente, da mesma forma que as populações que ele ajuda a alimentar, valores numéricos tais que 
na maioria das estepes e pradarias do mundo já existe um excesso de animais domésticos, em proporção à produtividade primárias 
desses ecossistemas. 
Motivações econômicas aliadas a uma pressão demográfica exagerada, particularmente no Terceiro Mundo, fazem com que os 
criadores esqueçam a existência de um limite de capacidade para cada pasto. Esse limite não pode ser ultrapassado, sob pena de se 
comprometer a produtividade dos prados naturais ou das pastagens.
Devido às preferências dos animais por certas plantas, os terrenos de percurso acabam sendo invadidos pelas plantas que eles 
desdenham, com a proliferação de diversos cardos, podendo acontecer também a proliferação de pequenos roedores terrícolas e de 
insetos migradores. Assim, tanto o homem como seu rebanho ajudam a criar habitats particularmente favoráveis à instalação e per-
manência de populações de insetos, como as que vivem em relevos descontínuos.
A fauna selvagem é eliminada progressivamente devido a vários fatores do mundo moderno. O desaparecimento de numerosas 
espécies animais no decorrer do último século resulta de uma modificação da concorrência interespecífica pela introdução de comu-
nidades de espécies originárias de outros continentes. Esses seres vivos quando liberados em um novo ecossistema desprovido de 
seus predadores e competidores naturais, multiplicam-se sem entraves, em detrimento das espécies endêmicas, cujo nicho ecológico 
pode ficar muito reduzido, ou ser mesmo totalmente ocupado pela espécie recém-chegada.
Atualmente, a caça constitui uma causa essencial de destruição da fauna, motivada por diversas razões: comerciais, pela venda 
de peles e da carne; alimentares em certas regiões do Terceiro Mundo, onde a caça constitui, ainda hoje, para várias populações, um 
complemento de proteínas animais; e, acima de tudo, uma atividade de lazer, se não um “esporte” como pretendem os adeptos desta 
atividade.
O comércio de pele representa, ainda hoje, um importante fator de rarefação de numerosas espécies de mamíferos, constituindo 
uma ameaça permanente de aniquilamento para todos os carnívoros de pelagem desenhada: panteras, leopardos, tigres, ocelotes.
Didatismo e Conhecimento 11
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A venda de pássaros e mamíferos como animais de viveiros e exposições, particularmente a venda de representantes de espécies 
já raras para jardins zoológicos particulares represente um fator importante na destruição da fauna.A avifauna sempre sofreu e sofre 
ainda perdas irremediáveis devido a certas atividades comerciais específicas. Também o comércio de plumas, muito praticado no 
primeiro quarto de nosso século, foi catastrófico para muitas espécies de aves. A coleta de ovos no ninho, por colecionadores, é par-
ticularmente nefasta para diversas espécies pouco prolíficas, como as rapaces.
De modo abrangente, a caça abusiva, a que estão sujeitas tantas espécies de pássaros e de mamíferos, constitui um desperdício 
escandaloso de riquezas naturais insubstituíveis. As gerações futuras saberão utilizar melhor que nós os herbívoros selvagens e mui-
tas espécies de aves que oferecem possibilidades zootécnicas ainda inexploradas. Examinada nessa perspectiva, a proteção da fauna 
torna-se não um luxo justificado por considerações estéticas, mas uma imperiosa necessidade.
O etnocídio dos povos primitivos ou massacre de aborígines, subsistiam ainda, no começo do século XIX, em diversos continen-
tes, por numerosas populações humanas de cultura primitiva, que tinham atingido estágios de aculturação muito diversos, segundo a 
importância dos contatos mantidos com outros povos tecnologicamente mais adiantados.
A ampliação da colonização europeia no decorrer do século passado foi frequentemente acompanhada do etnocídio e, às vezes, 
do genocídio de muitos desses povoamentos arcaicos. Os índios da América do Norte e os aborígines australianos figuram entre as 
principais vítimas, pelo menos entre as mais conhecidas,deste contato com os “civilizadores” brancos. 
O povoamento da Austrália era avaliado em 300.000 homens no fim do século XVIII, quando começou a colonização desse 
continente. Esta etnia, de cultura paleolítica, levava a vida dos caçadores-predadores pré-históricos, representando umafase da evolução 
dos grupos humanos ainda mais arcaica que a dos índios. Os colonos britânicos foram responsáveis por um verdadeirogenocídio 
desta raça. Organizaram-se verdadeiras caças aos aborígines, que nem ao menos eram considerados homens, que perduraram até o 
século XX; a última caçada teria ocorrido em 1934. Subsistiram 46.000 indivíduos de raça pura em todo o continente, na maior parte 
rechaçados para as zonas mais desérticas de acordo com o recenseamento de 1947.
Há múltiplos exemplos de etnias primitivas para as quais foi fatal o contato com os civilizadores europeus no decorrer do século 
passado. Os antigos habitantes da Terra do Fogo, os Yahgans, povo de resistência fisiológica extraordinária, homens que enfrentavam 
quase nus o frio do inverno antártico. Em seu convívio com os europeus, os Yahgans aprenderam a vestir-se. Como navegavam em 
canoas expostas aos respingos de água, as roupas foram fatais, pois sem poder secar as vestimentas molhadas, contraíram graves 
pneumonias. Também a gripe, a varíola, a tuberculose, moléstias importadas através dos europeus, como a febre tifóide, devastaram 
as populações.
Apesar do efeito irreversível da civilização tecnológica, sobrevivem ainda algumas etnias primitivas, cujo estágio cultural é, no 
melhor dos casos, comparável ao do médio Neolítico (início da Idade do Ferro). Esses povos vivem nas zonas mais longínquas do 
planeta: regiões árticas ou subárticas, desertos, florestas tropicais.
Sempre é possível questionar o valor da contribuição que a civilização ocidental trouxe aos povos aculturados. A sociedade 
de consumo não traz felicidade. Os homens das etnias arcaicas, confrontados de repente com um sistema de valores estranhos a 
suas estruturas sociais e a suas antigas tradições, privados da segurança psicológica proporcionada por seus ritos e crenças, são 
brutalmente lançados na confusão da civilização industrial. 
Dentre os todos os graves problemas inerentes à crise atual do meio ambiente, a crise dos recursos alimentares não representa 
uma ameaça para o futuro: ela impera já, às vezes mesmo há muito tempo, em diversos continentes.
É verdade que durante o período histórico, terríveis crises de fome afligiram as regiões mais povoadas do mundo, manifestando-
se de modo quase regular em certas épocas. O espectro da fome apareceu cada vez que a densidade das populações humanas alcançou 
um valor tal que o nível dastécnicas agrícolas não foi suficiente para garantir uma produção capaz de suprir às necessidades.
Apesar da atitude deliberadamente otimista de certos “peritos” dos organismos internacionais, basta uma análise um pouco mais 
profunda da situação alimentar mundial para nos levar a encarar os fatos sob perspectivas muito mais sombrias. 
A Conferência da FAO de novembro de 1974 vem confirmar essa afirmação com dados que informam que perto de um terço da 
humanidade estava sendo vítima de desnutrição. Em 1967, R. Dumont confirmou que 20% dos habitantes do Terceiro Mundo sofriam 
de fome permanente e que 60% destes eram carentes de proteínas animais. Desde então, a situação alimentar piorou em todo oMundo.
Salientamos que, em todo o mundo, as reservas de cereais somam apenas o suficiente para um mês de consumo, lembrando 
também que o preço dos combustíveis e dos adubos quadruplicou, enquanto que as secas e inundações contribuem para agravar a 
situação já crítica.
Nações como a Venezuela, Nigéria ou Irã, e países industrializados superpovoadostêm possibilidade de adquirir, graças a seus 
excedentes comerciais, os alimentos que não produzem em quantidade suficiente.
A produção de proteínas animais em quantidade suficiente, mais ainda que a importância calórica,constitui um enorme problema 
quando se trata de enfrentar a demanda crescente dos países chamados “em vias de desenvolvimento”. Com efeito, a produção de 
proteínas animais estagnou na maior parte dos países, mesmo desenvolvidos, conforme mostra o grande déficit dacultura da soja. Em 
1970, enquanto os europeus e norte-americanos, dispunham de 90 gramas de proteínas por dia e por habitante, sendo a metade de 
proteínas animais, a ração era de apenas 60 gramas e 8 gramas por dia e por habitante respectivamente na África e no Oriente Médio, 
e menos ainda na Índia e certos países latino-americanos.
Didatismo e Conhecimento 12
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A taxa de crescimento da população humana aumenta à razão de 2,1% por ano, o que corresponde à duplicação da população a 
cada trinta etrês anos. Isto significa que em 2009, a produção mundial de alimentos duplicou, mantendo-se o nível de nutrição atual, 
considerado bastante precário. Aí está um formidável desafio, um colossal problema com que a humanidade jamais se defrontou.
Pode-se pensar em três maneiras de aumentar a produção alimentar: ampliar as superfícies cultivadas, intensificar os rendimentos, 
aumentar as retiradas de produtos naturais animais ou vegetais, especialmente intensificando a exploração da pesca marítima. Porém, 
um atento exame dessas possibilidades não incita ao otimismo, pois cada uma delas apresenta muitas limitações.
A extensão real das terras cultiváveis não é superior à dos solos já cultivados atualmente. Para transformarmos terras de cultura, 
estas teriam de vir essencialmente do desmatamento de florestas tropicais, o que resultaria em limitações ecológicas. Na maioria, 
trata-se de solos ferralíticos e, portanto, incapazes de suportar uma exploração permanente, ou então de terras muito sensíveis à 
erosão eólica e à alteração pelo sal, provocada pela irrigação. A transformação de muitas áreas em novas terras de cultura serviria 
apenas para compensar, em certos casos, a perda de solos às vezes muito férteis, provocada pela urbanização e industrialização de 
uma população cada vez maior. Levando-se em consideração os imperativos de conservação dos recursos naturais, parece que a 
humanidade já está aproveitando todos os solos cultiváveis do planeta.
A intensificação dos rendimentos das culturas parece-nos menos executável. Uma agricultura intensiva consome enormes quanti-
dades de energia e de adubos, o que redunda em problema diante dos recursos em petróleo e em fosfatos que, se ainda não é limitado, 
certamente o será antes da metade do próximo século. 
Nos anos vindouros, o problema do déficit mundial em proteínas animais vai tornar-se dramático. É este o ponto, mais ainda do 
que a questão da complementação da ração calórica mínima, que reúne as condições objetivas do risco de fome generalizada.
A principal possibilidade de aumento dessa produção reside em uma maior exploração do oceano. Mesmo assim, as possibilida-
des de expansão são mais teóricas que reais. Os fatos mostram que a produção da indústria haliêutica mundial já se estagnou há cinco 
anos. A maior parte das espécies de peixes de interesse econômico, tais como anchovas do Peru, arenque, bacalhau, mostram sinais 
indiscutíveis de exaustão. Finalmente, este potencial produtivo está arriscado a diminuir consideravelmente por causa das poluições, 
visto que todas as nações consideram os mares ao mesmo tempo como uma despensa de alimentos e uma lata de lixo, uma atitude 
paradoxal.
Cidades Verdes e Abertas
As árvores vão desaparecendo de certas cidades, a despeito da vontade que se têm de as conservar. Elas são aquela coisa que 
mal se conhece e na qual se pensa depois que a área já foi construída. A árvore sozinha não quer dizer nada; deve ser considerada 
através das relações que mantém com suas vizinhas, dentro do quarteirão, ela mesma concebida em função do parque urbano, parte 
de um todo que, sob o nome de espaços abertos ou conjunto de áreas verdes, liga o meio urbano ao campo vizinho. Deve-se tratar 
a árvore da cidade como parte de um todo que constitui, em face da área construída, uma área verde recriada, onde o homem possa 
reencontrar a Natureza.
Um espaço aberto corresponde a uma porção de território situada no interior de uma região, seja em razão de seu estado inicial 
(agricultura, landa, passeio), seja em função de um manejo (parques, praças, jardins, alameda, passeios). São bastante diversificados: 
pequenos ou grandes, urbanos ou rurais, permanentes ou temporários, já afetados por manejo ou não, públicos ou particulares. Partin-
do dessa definição, pode-se elaborar uma tipologia baseada em duas: as áreas arborizadas e as áreas que são total ou quase totalmente 
desprovidas de árvores.
Na distribuição espacial, traduzida pela expressão rede verde, deve-se considerar se a quantidade de árvores e as superfícies de 
água presentes em uma cidade permitem que as funções dos espaços abertos se realizem com eficácia, não se pode esquecer o papel 
qualitativo que árvores e água desempenham dentro do tecido urbano. A função qualitativa não se resume na depuração da atmosfera, 
mas também na satisfação dos habitantes, que desejam ver a árvore onipresente em sua vida quotidiana. 
Já ficou constatado que de nada adiantaconcentrar o conjunto de áreas verdes num só ponto da cidade, sendo preferível que os 
espaços abertos sejam diluídos por todo o meio construído. O contato brutal entre uma massa de concreto e um espaço verde pode 
resultar num fenômeno de polos frios, que provocam inversões térmicas capazes de fixar as poluições ao solo, durante a noite. 
É através de uma união estreita entre vegetação e concreto que se poderá realmente erguer uma cidade humana, que aos seus 
habitantes os fatores ecológicos indispensáveis à vida.
Pode-se aplicar um programa progressivo de implantação de uma rede verde, seguindo um procedimento metodológico que 
consta de quatro pontos:
- análise do local, salientando-se dados geográficos, ecológicos e paisagísticos mais representativos, sobretudo quanto à natureza 
da vegetação e aos planos de água.
- destaque das zonas sensíveis que mereçam tratamento e gestão especiais tais como: orlas de bosques, terrenos agrícolas. 
Neste item estabelecem-se três tipos de espaços:espaços primários de grandes dimensões, correspondentes às zonas de urbanização 
ou ilhotas urbanas;espaços secundários que estruturam os diversos bairros previstos;áreas terciárias integradas estreitamente aos 
imóveis de pequena altura aos locais coletivos e aos habitats individuais.
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- a busca de coerência nos diversos esquemas de organização elaborados segundo diferentes planos, como os de tráfego;
- a elaboração dos diversos documentos de urbanismo desde os esquemas de setor até os Planos de Manejo das Zonas e os Planos 
de Ocupação dos Solos.
Não é possível comparar a reação de uma árvore isolada com a de um bosquete e, ainda menos com a de uma floresta. Basicamente 
podemos citar algumas funções das árvores e dos espaços abertos. A primeira função diz respeito à poluição atmosférica por exercerem 
uma ação particularmente eficaz no que se refere à despoluição do ar. A luta contra a poluição da água é outra função dos espaços 
abertos na cidade. Destaca-se aqui a captação dos poluentes contidos nas águas pluviais pelas folhas, que assim impedem a sua 
penetração no solo. Mantendo as superfícies, sem impermeabilizá-las, as áreas verdes e abertas participam também da luta contra a 
poluição da água. O poder autodepurador do solo conserva assim todas as suas faculdades, recebendo e tratando apenas quantidades 
reduzidas de água poluída que provém geralmente das chuvas ou das áreas de estacionamento.
Na luta contra o barulho, admite-se que a floresta, as sebes ou as cortinas de árvores agem unicamente em função da importância 
de sua superfície foliar. O efeito varia conforme a frequência dos sons, a posição das árvores em relação à fonte emissora do ruído, 
a espécie, estrutura e composição do povoamentovegetal, a estação do ano. Já se demonstrou que, no caso do ruído de veículos, 
200 a 250 metros de floresta têm o mesmo efeito de dois quilômetros de terreno descoberto.Uma outra função das árvores e espaços 
abertos que não deve ser negligenciada é a conservação do clima regional. Uma harmoniosa mistura faz com que se reduzam ou 
desapareçam totalmente as perturbações climáticas, especialmente devidas à existência de polos frios. O efeito que exercem depende 
da morfologia e da fisiologia das espécies presentes e dos raios de sol. Através da grande quantidade de água absorvida do solo, 
fomentam os ciclos hidrológicos devolvendo a maior parte à atmosfera em forma de vapor.
A manutenção é um aspecto importante para o bom êxito de uma área verde. Trabalhos clássicos de rotina, como o arejamento 
da superfície do solo,eliminação dos vegetais concorrentes e a irrigação, devem ser aliados à poda. 
A podadura é um verdadeiro ato cirúrgico que deve ser realizado por um especialista e só em casos extremos.A política das áreas 
abertas tornou-se, sob a pressão da opinião pública, um reativo social cheio de ensinamentos, capaz de sublevar conflitos e paixões. 
É o reflexo direto de um modo de vida, que valoriza o qualitativo em relação ao quantitativo, o ser em relação ao ter, para que haja 
mais harmonia entre o homem e seu ambiente.
A Proteção dos Sítios e das Paisagens
As paisagens mais ameaçadas são as paisagens rurais, seja pela transformação dos modos de produção, seja pelo abandono puro 
e simples de superfícies cultivadas não rentáveis, seja ainda pela extensão das zonas urbanas. Em seguida vêm os territórios florestais 
ou naturais, embora sua economia, em todos os sentidos,seja diferente, todo o mundo está de acordo, hoje em dia, em dizer que não é 
mais possível fazer extrações suplementares.Os grandes espaços naturais, isto é, aqueles que ainda não foram afetados pela produção, 
já existem tão poucos e, na maior parte, são tão pouco rentáveis ou acessíveis que podemos esperar que se decida, de uma vez por 
todas, pela sua proteção a nível nacional.O território urbano, ainda que não seja considerado pelo grande público como paisagem, 
possui também todos os elementos constitutivos de uma paisagem. A degradação das paisagens urbanas está assumindo proporções 
insustentáveis, no que diz respeito tanto à quantidade como à qualidade.
As paisagens são brutalmente envolvidas pelo redemoinho das aglomerações próximas, tremem diante das novas implantações 
industriais ou comerciais, fragmentam-se segundo o traçado dos eixos rodoviários. A paisagem só pode ser compreendida a partir 
do trabalho que a transformou gradativamente, a partir do espaço natural, através dos meios e estruturas sociais próprios de cada 
conjunto histórico. É uma obra completada pela continuidade de todas as gerações, um trabalho antigo que nunca cessou.Existe 
uma grande tentação em querer estabilizar as formas, deter a progressão do quadro, do envoltório. A grande maioria das áreas que 
sofrem transformações, que foram sujeitas a diferentes formas de aproveitamento e por isso exigem ou já exigiram uma eventual 
conservação, são espaços desde há muito conquistados ao meio natural, que trazem todas as marcas de seus destinos anteriores.
A evolução das tendências atuais de implantação de áreas industriais vão progressivamente se libertando das restrições impostas 
pelo local enquanto suporte físico. A presença de matérias-primas ou de fontes de energia, ligava antigamente a empresa a um meio 
geográfico específico. A paisagem de alguma maneira determinava o local da indústria. A transformação e a distribuição da energia, 
o aparecimento de novas matérias-primas sintéticas, a rapidez dos transportes e dos meios de comunicação, entre outros fatores, 
permitem hoje que uma empresa se instale segundo critérios que destroem sua solidariedade com um meio particular, para inseri-la 
numa rede de trocas e de distribuições, nas proximidades da mão-de-obra, dos eventuais empreiteiros, dos equipamentos terciários 
ou de toda espécie de motivações complexas que a situem numa paisagem abstrata, sócio-econômica e técnica.
O remanejamento progressivo de todo o espaço urbano substitui os antigos bairros por unidades de conteúdo social homogêneo 
que contrasta fortemente com o das unidades exteriores. Isto foi possível através da banalização do espaço, que permitiu a 
intermutabilidade, facilitando assim todas as estratégias a este respeito.As ciências de hoje permitem abrir o espaço, multiplicar suas 
dimensões e sua sociabilidade, porém as condições impostas pela Geografia de troca polarizam muito fortemente o espaço em torno 
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de núcleos de atividades abusivamente concentradas como centros urbanos,centros de lazer, centros industriais. Esta polarização é 
resultado de uma saturação do espaço em pontos obrigatórios e, consequentemente, o aumento de valor dos mesmos. É a escassez e o 
aumento da procura que, conjuntamente, conferem valor ao espaço, transformando-o em um produto como outro qualquer, integrado 
no sistema mercante. 
Essa nova valorização será naturalmente transformada em novos lucros. Já se vende ecologia, saúde, ar puro. Já existe um 
mercado alimentício, turístico, residencial, que permite vender a natureza, a água pura, a saúde. Esta prodigalidade se apoia na 
rarefação artificial desses bens, até então inalienáveis, que aliás não estão em falta.Lembremo-nos que não se poderia falar em 
Ecologia, sítio ou paisagem sem falar igualmente de cidade, pois o quadro de vida tende a ser cada vez mais urbano. A questão não 
apenas proteger unicamente o verde do mineral, de conservar o equilíbrio chamado natural e de viver em cidades monstruosas, mas 
sim de criar condições deste novo equilíbrio que é a cidade. Portanto, concluímos que a ecologia é também urbana pois dentro do 
nosso dia-a-dia, ela nos diz respeito diretamente.
O papel essencial das coletividades no problema da proteção dos sítios é a possibilidade que elas têm de tomar a iniciativa da 
criação de zonas particulares, adquirindo terrenos que virão a ser reservas territoriais ou Zonas de Manejo Diferenciado. De acordo 
com a lei de orientação territorial, as coletividades podem adquirir terrenos, mesmo construídos, usando, se for necessário, do direito 
de expropriação, com o fim de constituir reservas cujo manejo obedecerá a uma política determinada.
É necessário que os verdadeiros poderes de decisão sejam restituídos à própria escala das paisagens que devem ser defendidas, 
isto é, à escala da população que as ocupa. As paisagens pertencem às pessoas que as habitam, e nenhum olhar poderia melhor que o 
delas definir os critérios de mutação ou de preservação. As cidades ou agrupamento de cidades que vivem em um sítio ecologicamente 
homogêneo devem opor-se a todas as estratégias de conjunto que visem a retirar-lhes a posse total ou parcial de seu território para 
integrá-lo sem discernimento, e aos pedaços, no sistema geopolítico ou econômico do Estado. A paisagem não é um quadro estático 
preso à moldura dos lazeres. Ela se oferece à percepção como um livro de história, e propõe-se ao mesmo tempo como o suporte de 
seu futuro.
Meio Ambiente
Impactos ambientais são efeitos causados no meio ambiente que decorrem de atividades humanas ou naturais. Muitas atividades 
são potencialmente causadoras de danos ambientais. Podemos citar como principais danos ambientais enfrentados hoje, o aquecimento 
global, a extinção de espécies, o desmatamento e outros. 
Com o intuito de minimizar os danos irreversíveis ao meio ambiente, foi criado uma série de procedimentos legais que deverão 
ser observados pelas empresas, órgãos públicos e pela própria sociedade. É o que veremos a seguir:
O Estudo de Impacto Ambiental (EIA) constitui-se em instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente, posto ser requisito 
indispensável à concessão do licenciamento de obras ou atividades potencialmente causadoras de significativa degradação ambiental.

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