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P O S . C E R S . C O M . B R M A T E R I A C O M P L E M E N T A R: PÓS GRADUAÇÃO C I Ê N C I A S C R I M I N A I S Olá, Caro Aluno! Tudo bem? Com base nos temas mais recorrentes da disciplina de Direito Penal, nosso Setor de Inteligência preparou este material objetivo e direcionado com o intuito de trazer os pontos mais importantes do “Concurso de Pessoas” para você não vacilar na prova! Este material passou pela revisão pedagógica do professor: Jaime Sarinho Juiz Federal Substituto no Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Graduado pela Universidade Católica de Pernambuco. Ex-Procurador Federal e Procurador do Estado de Pernambuco. P Ó S - G R A D U A Ç Ã O E A D CIÊNCIAS CRIMINAIS P O S . C E R S . C O M . B R Introdução O concurso de pessoas está disposto dos arts. 29 ao 31 do CP e pode ser entendido como sendo a colaboração de dois ou mais agentes para a prática de um delito ou de uma contravenção penal. Em outras palavras, o concurso de pessoas ocorre quando duas ou mais pessoas participam da prática de um crime, nos seguintes termos: Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. § 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço. § 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. Circunstâncias incomunicáveis Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. Casos de impunibilidade Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. Os crimes passíveis de concurso de pessoas podem ser classificados como: Monossubjetivos Trata-se daqueles crimes que podem ser cometidos por um ou mais agentes, sendo característica da maioria dos crimes previstos na legislação penal. P O S . C E R S . C O M . B R P Ó S - G R A D U A Ç Ã O E A D CIÊNCIAS CRIMINAIS CONCURSO DE PESSOAS P O S . C E R S . C O M . B R P Ó S - G R A D U A Ç Ã O E A D CIÊNCIAS CRIMINAIS Plurissubjetivos Diz respeito aos crimes que só podem ser praticados por mais de um agente, a exemplo da rixa e da associação criminosa e são divididos em delitos de condutas paralelas1, convergentes2, ou contrapostas3. 1. Espécies de Concurso de Pessoas Concurso Necessário Diz respeito àqueles crimes que exigem o concurso de pelo menos duas pessoas, os plurissubjetivos. A norma incriminadora, nesse caso, exige como conditio sine qua non do tipo a existência de mais de um autor, de modo que não existe possibilidade de a conduta ser praticada por apenas uma pessoa. Portanto, essa espécie de concurso reclama sempre a coautoria. Concurso Eventual Corresponde aos crimes monossubjetivos. Isto é, quando o crime é cometido por duas ou mais pessoas, havendo coautoria ou participação. 1. Natureza jurídica Teoria Unitária ou Monística É a teoria adotada pelo Código Penal, segundo a qual o concurso de pessoas deve ser compreendido como crime único, ou seja, todos os agentes têm que responder pelo mesmo crime. No entanto, não quer dizer que todos sofrerão a mesma pena. 1 São condutas que visam à produção de um resultado comum, com o auxílio mútuo. 2 Ocorre quando as condutas se encontram e, desse encontro, surge o resultado delituoso. Na prática do delito, não há o intuito, mas as condutas geram o resultado. 3 As condutas criminosas, aqui, são praticadas umas contra as outras, sendo os agentes, ao mesmo tempo, vítimas e autores. Esta corresponde à valoração da conduta de cada um. Diante disso, é fundamental destacar que o Código Penal adotou uma teoria unitária mitigada. Teoria Dualista ou Dualística Consoante essa teoria, quando houver mais de um agente e mais de uma conduta provocando um resultado, é necessário dividir os coautores e os partícipes. Assim sendo, cada um desses responderá por um delito diferente, mesmo tendo produzido o mesmo resultado. Teoria Pluralista ou Pluralística Aqui, cada agente deve responder por um crime próprio, sendo a quantidade de crimes a quantidade de participantes da conduta delituosa. 2. Formas de Concurso de Pessoas Coautoria Ocorre quando todos os agentes colaboram mutuamente para atingir um mesmo fim. No entanto, não é necessário que essa colaboração seja materialmente a mesma. Pode haver uma divisão dos atos. Participação O partícipe é aquele que concorre para que o autor ou coautores realizem a conduta principal4. Isso significa que a pessoa que participa do ato delituoso não pratica o núcleo do tipo penal, mas, de alguma forma, contribui para a produção do resultado. Diante disso, é fundamental destacar que existem 2 aspectos definidores da participação, sendo estes, a vontade de colaborar com a conduta principal e a efetiva colaboração, a partir de uma atuação concreta acessória da conduta principal. 4 CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal Parte Geral. 23ª edição. São Paulo: Saraiva, 2019, p. 514. P O S . C E R S . C O M . B R P Ó S - G R A D U A Ç Ã O E A D CIÊNCIAS CRIMINAIS O que difere o autor do partícipe é que o autor pratica a conduta principal, que está descrita no tipo penal incriminador, enquanto o partícipe tão somente colabora para a efetiva realização da conduta principal (o verbo), reverberando na produção do resultado. A participação pode se dar de duas formas: moral e material. Na participação moral, há a instigação e o induzimento. Assim, na instigação, o agente já tem a intenção de praticar o ato delituoso, o participante apenas reforça essa intenção, enquanto no induzimento, o agente não tinha a intenção de cometer o delito e foi induzido a fazê-lo. Na participação material, por outro lado, há o auxílio. Diante disso, o participante é aquele que ajuda efetivamente na preparação ou execução do ato delituoso. 3. Requisitos do concurso de pessoas Pluralidade de Agentes e Condutas Para ser configurado o concurso de pessoas, é necessário que mais de uma pessoa colabore para o ato criminoso e haja, no mínimo, duas condutas, sendo duas principais5 ou uma principal e outra acessória6. A doutrina majoritária entende que todos os agentes devem ser culpáveis, a fim de se caracterizar o concurso de pessoas. Vale destacar ainda, que nos crimes plurissubjetivos, que deve haver mais de um agente, mesmo que um dos agentes não seja culpável, ainda terá o concurso de pessoas. Relevância causal das condutas Se a conduta não contribuiu em nada para a efetivação do resultado, não há concurso de pessoas. Assim sendo, só é possível falar em concurso de pessoas quando a outra conduta colabora para a consumação do resultado delituoso. Ademais, essa colaboração deve ser anterior ou simultânea à consumação do delito. No entanto, mesmo que a colaboração seja posterior, se foi combinada previamente, haverá o concurso de pessoas. 5 Quando são realizadas pelos autores, havendo, nesse caso, a coautoria. 6 Aqui, as condutas são realizadas, respectivamente, pelo autor e partícipe. P O S . C E R S . C O M . B R P Ó S - G R A D U A Ç Ã O E A D CIÊNCIAS CRIMINAIS Liame Subjetivo É imprescindível que haja a vontade de todos os agentes de contribuir para a produção do resultado. Ou seja, o crime é o produto da cooperação recíproca entre os agentes. Se não houver o concurso de vontades visando a um fim comum, não haverá concurso de pessoas. Portanto,é necessário existir um vínculo subjetivo entre os agentes, para haver, de fato, o concurso de pessoas. Identidade de Infração para Todos Consoante o art. 29 do Código Penal, “quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade”. Nesse sentido, todos os coautores e partícipes devem responder pelo mesmo crime, salvo exceções pluralísticas. Princípio da Exterioridade O ato praticado pelos agentes deve ser punível, exigindo então, no mínimo, a forma tentada do crime. Assim, conforme disposto no art. 31 do Código Penal, o concurso de pessoas somente será possível se houver, ao menos, a tentativa. Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. É possível ainda, que a preparação do ato delituoso configura fato punível. P O S . C E R S . C O M . B R P Ó S - G R A D U A Ç Ã O E A D CIÊNCIAS CRIMINAIS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal Parte Geral. 23ª edição. São Paulo: Saraiva, 2019. P O S . C E R S . C O M . B R P Ó S - G R A D U A Ç Ã O E A D CIÊNCIAS CRIMINAIS
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