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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE DIREITO
ALIENAÇÃO PAREENTAL – UMA PROTEÇÃO A VULNERABILIDADE DA CRIANÇA
ESTHER I. OLIVEIRA MARINHO DOS SANTOS 
RIO DE JANEIRO
2019.1
ESTHER I. OLIVEIRA MARINHO DOS SANTOS 
ALIENAÇÃO PAREENTAL – UMA PROTEÇÃO A VULNERABILIDADE DA CRIANÇA
Artigo Científico Jurídico apresentado à Universidade Estácio de Sá, Curso de Direito, como requisito parcial para a conclusão da disciplina Trabalho de Conclusão de Curso.
Orientadora: Simone Alvarez Lima
RIO DE JANEIRO
R9-TAQUARA
2019.1
ALIENAÇÃO PAREENTAL – UMA PROTEÇÃO A VULNERABILIDADE DA CRIANÇA
 ESTHER I. OLIVEIRA MARINHO DOS SANTOS 
RESUMO
O presente trabalho trata da tese da alienação parental, priorizando sempre o princípio do melhor interesse da criança e do adolescente. Mostra-se o instituto da alienação parental, os fatores de identificação, as características do genitor alienante e as consequências para as crianças e adolescentes alienados. Aborda a Lei 12.318/2010, lei da Alienação Parental, elaborando comentários sobre seus dispositivos legais. Por fim, se pesquisa a guarda compartilhada como forma de redução da alienação parental, e a responsabilidade do Poder Judiciário decorrente dos atos alienatórios. O tema é primordial diante dos efeitos da alienação parental na vida dos envolvidos. Conclui-se a necessidade de uma atuação da mediação familiar nos casos onde a alienação parental é reconhecida, para que as medidas previstas em Lei sejam utilizadas corretamente e preservem o direito à convivência familiar dos filhos
	
Palavras-chave: Contexto histórico. Poder Judiciário. Princípio do melhor interesse da criança. Guarda compartilhada.
	
SUMÁRIO
1. Introdução; 2. Desenvolvimento; 2.1. Contexto histórico da alienação parental; 2.2. Conceito; 2.2.1 Característica da alienação parental; 2.2.2. Dano moral e dano psicológico sofrido pela criança alienada; 2.2.3. A responsabilidade do Poder Judiciário na alienação parental; 2.3. Métodos de solução para a alienação parental; 2.3.1. Guarda compartilhada; 2.3.2. Finalidade e característica da guarda; 2.3.3. Mediação familiar na alienação parental; 2.3.4. Princípio do melhor interesse da criança;3.Conclusão;4.Referências
1. INTRODUÇÃO
 O presente trabalho tem por objetivo realizar um estudo sobre a alienação parental, nos termos da Lei 12.318/2010, bem como averiguar a Síndrome da Alienação Parental, a qual chamaremos de SAP pelo entendimento do texto jurídico, destacando o resultado do reiterado abuso realizado pelos genitores para com seus filhos, caracterizando consequentemente um distúrbio exclusivamente no contexto de disputa de custódia da criança, projetando em seu filho toda a frustração do final da relação no intuito de atingir o outro genitor.
 Como se sabe, a Alienação Parental retrata a muito tempo, um dos maiores desafios a serem enfrentados pela sociedade e pelo Estado, por tratar-se de temas que envolvem a questão da proteção integral da criança e do adolescente, a efetivação dos direitos fundamentais, o direito à convivência familiar, plena e saudável, com os pais e com toda a família. A Alienação Parental decorre de uma disputa judicial, em que um dos genitores (alienante) usa de artifícios, para desqualificar ou outro genitor (alienado), com o intuito de se vingar, agindo de forma argilosa, para obter a guarda definitiva dos filhos. 
 Por isso o assunto deve ser tratado com muita atenção e cautela, não apenas por parte do judiciário, mas também por toda a sociedade, devido ao aumento de conflitos familiares, envolvendo processos que abordam sobre a guarda dos filhos, e principalmente por envolver interesses de menores, que são o futuro da nossa sociedade.	
 Diante do estudo, conclui-se a complexidade do tema, referente a abordagem e tratativa da questão sem colocar em risco o desenvolvimento do menor, bem como definir os aspectos legais da SAP, fazendo-se necessário uma intervenção rápida visando a sua interrupção ao observar que esses abusos estão ocorrendo, averiguar, ainda, os fundamentos da guarda compartilhada como umas das medidas preventivas à prática da alienação parental, sem causar maiores danos psicológicos ao filho, e neste contexto os direitos e deveres dos pais com a aplicação da guarda conjunta. Finalmente serão apresentadas a atuação da guarda compartilhada frente a este fenômeno, e a mediação como meio de prevenção. 
2. DESENVOLVIMENTO 
2.1. CONTEXTO HISTÓRICO DA ALIENAÇÃO PARENTAL
Um casamento termina não por que um dos cônjuges foi culpado, mas sim porque a relação se tornou intolerável para alguma das partes ou para ambas. Muitas vezes, a ruptura do casamento advém do desgaste natural de uma relação, onde um dos cônjuges ou ambos deixam de se amar. 
A separação ocorre independentemente da vontade de um dos cônjuges, pois nenhuma relação é exigida desde que não haja sentimento. Porém, ressalta-se que muitas dessas separações são marcadas por mágoas e ressentimentos, um sentimento que pode ser transmitido aos filhos. No contexto da separação, surge o primeiro problema: a guarda dos filhos. Conforme enfatiza Lauria (2002), esse poder é historicamente exercido pela mãe, porém, há casos em que o pai tem melhores condições e acaba ficando com os filhos. Nesse mesmo sentido Lauria enfatiza:
Nos dias atuais, em que a mulher conquistou importantes espaços na sociedade, sobretudo no mercado de trabalho e que não se encara mais com reprovação o ato do pai cuidar dos filhos e realizar tarefas que antes eram exclusivas das mulheres, (...) o fato da maternidade por si só não goza mais de presunção absoluta de melhores condições para o exercício da guarda dos filhos (LAURIA, 2002, p. 73)
Entretanto, conforme descreve Toaldo e Torres (2009), muito se têm discutido sobre a questão de quem deve ficar com os filhos, especificamente sobre a guarda compartilhada. Nesta, ambos os genitores participam ativamente da vida do filho, tomam decisões em conjunto e trabalham a relação com o objetivo de preservar a criança ou o adolescente da ausência do genitor que, por não ser o guardião legal, somente teria contato com o menor em datas estabelecidas. 
Como descreve Rodrigues (2003, p. 273) sobre essa questão: Percebe-se que a decisão sobre qual dos pais apresenta melhor condição para exercer a guarda dos filhos pode envolver uma investigação demorada, que, parece-me, não está no propósito do legislador, pois o problema reclama solução rápida, o juiz deve concluir com relativa celeridade a quem compete à guarda dos menores. Sua decisão, contudo, é suscetível de recurso.
Sendo assim, nota-se que a questão da guarda não é tão simples de se resolver quanto parece e, ainda dentro desse ambiente, pode surgir o fenômeno da alienação parental, quando a guarda é dada a somente um dos genitores. Esse fenômeno vem sendo trazido para a discussão na atualidade, porém, já existe há tempos na sociedade. 
A primeira definição da Síndrome de Alienação Parental foi apresentada em 1985, por Richard Gardner, professor de psiquiatria clínica no Departamento de Psiquiatria Infantil da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos da Américas, a partir de sua experiência como perito judicial. O conceito de um dos pais tentarem separar a criança do outro progenitor como um castigo por um divórcio tem sido descrito pelo menos desde a década de 1940, mas Gardner foi o primeiro a definir uma síndrome específica. Em um artigo de 1985, ele definiu a SAP como "... um distúrbio que surge principalmente no contexto de disputas de custódia da criança ou do adolescente”. Valente ressalta que: 
Muito antes de Richard Gardner, milhares de crianças são afastadas de seus pais, irmãos, figuras queridas e representativas ao seu desenvolvimento e processo de socialização. É evidente que este fenômeno não é atual, mas este final de século trouxe esta realidade para a consciência de uma sociedade em transformação: os pais quando se separam muitas vezes não sabem, ou não conseguem diferenciara relação entre eles próprios como seres adultos e sua relação com os filhos. (VALENTE, 2007, p. 83)
A síndrome da alienação parental surge principalmente no contexto das separações judiciais conflituosas e das disputas pela guarda dos filhos e consiste em um processo de programação mental exercido pelo genitor guardião sobre a consciência do filho, objetivando o empobrecimento ou até mesmo o rompimento dos vínculos afetivos com o não guardião, que passa a ser odiado pelo filho manipulado. Conforme nos informa Dias (2009), no meio do conflito decorrente da ruptura conjugal, encontra-se o filho, que passa a ser utilizado como instrumento da agressividade, sendo induzido a odiar o outro genitor. 
Tratando-se de verdadeira campanha de desmoralização, em que a criança acaba sendo levada a se afastar de quem ama e de quem também a ama. Conforme enfatiza Souza (2010), expedientes desse tipo sempre existiram, mas é na sociedade moderna que ganham corpo e visibilidade, em razão da aceitação legal e social do divórcio e também porque atualmente os pais têm uma maior conscientização quanto à co-responsabilidade parental na educação dos filhos. Cabe ainda ressaltar, segundo Souza (2010), que os pais de hoje não se contentam em ser em apenas pagadores de pensão ou visitantes de finais de semana. Eles querem agir de maneira que “pai” signifique mais do que uma palavra vazia de conteúdo, para que venha a agregar os profundos afetos que a paternidade responsável desperta. E, realmente, é assim que deve ser e é assim que a lei quer, tanto que a convivência familiar foi alçada à categoria de direito, constitucionalmente, garantido às crianças e adolescentes.
Como se vê a alienação parental tem claro caráter conflituoso. Sendo raras em processos de separações amigáveis, quando as partes se respeitam de forma recíproca e se abrem para diálogo na criação dos filhos.
2.2. CONCEITO 
No início do direito a família se resumia entre pai, mãe e filho, formando uma família monoparental, com o surgimento do desfazimento das relações e principalmente por não haver naquela época a separação, começaram a crescer as famílias de forma desordenada, até que foi invento o divórcio. Atualmente o direito de família é extremamente importante, visto que surgiram novas relações, novos institutos e novos dilemas, ou seja, é o moderno direito de família, surgindo com um instrumento de estudo e tentativa de possível resolução dos dilemas do século XXI, sempre visando o interesse maior da criança. 
Diante de tantos avanços, é notório que houve um índice maior de desunião, sendo evidente que surgem brigas entre marido e mulher. Diante da inabilidade dos mesmos de entender o término do casamento, ou seja, os motivos geradores da separação passam na maioria das vezes, a ter ódio e a atacar o cônjuge com quem foi casado, começando a destruir a imagem deste perante seu filho, fazendo com que a criança desgoste do seu pai ou sua mãe. 
A alienação parental geralmente tem seu início a partir das disputas judiciais pela guarda dos filhos. É a tentativa de desqualificar o parceiro, impedindo que a criança/adolescente mantenha o vínculo afetivo, promovendo mais separação daquele que não ficou com a guarda, onde a criança ou o adolescente é o componente mais fraco no meio desta disputa. Existem também casos em que o alienador pode ser figuras próximas da criança ou do adolescente, como os avôs, tios, irmãos, madrasta e padrasto, dentre outros que possam ter estes menores sob sua autoridade, guarda ou vigilância.
A Lei nº 12.318, de 26 de agosto de 2010 trouxe a respectiva identificação e a inibição desta prática, conforme o seu artigo 2º que passa a expor: 
Art. 2º. Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança e do adolescente, promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança e o adolescente em sua autoridade, guarda ou vigilância, para que repudie o genitor ou que cause prejuízos ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este.
Segundo Lobô a separação dos cônjuges não pode significar a separação de pais e filhos. (“...) o princípio do melhor interesse da criança trouxe-a ao centro da tutela jurídica, prevalecendo sobre os interesses dos pais em conflito”. Por isso, sempre que os pais não chegarem a um acordo após a ruptura matrimonial, o juiz deve intervir assegurando o contato permanente de ambos os genitores com a prole, e neste sentido a Lei 13.058/2014 assegura a guarda compartilhada obrigatória. Sendo assim, o direito de visitas deixa de ser um direito dos pais para ser um dever ou um direito do filho à continuidade da convivência. (LOBO, 2008, p. 168)
Rosa (2008, p. 11) conceitua a Alienação Parental como: “Um processo que consiste em programar uma criança para que odeie o outro genitor, sem justificativa, fazendo uma espécie de campanha para a desmoralização do mesmo”. 
Percebe-se que o genitor alienador não se preocupa com o interesse da criança ou do adolescente, ele faz uma extensão de sua vingança, uma extensão de seus sentimentos, às vezes até patológico. Nota-se que o alienador precisa mais da criança do que este dele, agindo de uma forma que a criança acabe sendo emocionalmente dependente dela, haja vista que ele não consegue viver sem a presença da criança, ao mesmo tempo em que não admite a convivência da prole com outras pessoas. 
A prática de alienação parental fere o direito fundamental da criança e do adolescente, privando-os de possuir uma convivência familiar saudável, prejudicando a relação de afeto com o outro genitor dentro da ordem familiar. Além de tudo, constitui abuso moral contra o menor e infringe os deveres essenciais da autoridade parental, ou que decorrem da tutela ou da guarda (ART.3º LEI 12.318).
À luz do artigo 227 da Constituição Federal de 1988, a alienação parental é tratada como uma norma principio lógica e de natureza genérica. Aborda os efeitos nocivos da alienação parental em relação ao direito fundamental de convivência saudável e de afeto nas relações com o genitor no âmbito familiar:
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão A convivência familiar que se refere anteriormente, não seria só a padrão derivada do matrimônio, mas também a harmônica entre os partícipes da relação. Mesmo estando o casal separado pelo divórcio podem os pais, visando o melhor interesse da criança e do adolescente minimizar este processo.
Deste modo, a prática de quaisquer atos que manipule ou intimide a criança ou o adolescente a rejeitar seus genitores ou responsáveis, vem a ser prejudicial para todos, eis que não haverá o desenvolvimento saudável por parte do menor, e ainda, poderá o alienador sofrer consequências judiciais.
De acordo com Maria Berenice dias: “para o pai alienado é um choque ver que seu próprio filho é quem lhe dirige as palavras de ódio antes escutadas do outro Cônjuge, o que pode ocasionar, inclusive, diante “Da sensação de impotência, o seu afastamento da criança – exatamente como quis e planejou o alienador.
2.2.1 Característica da alienação parental
Quando surge a suspeita da prática do ato silenciosamente agressiva de alienação parental por um dos genitores, alguns sintomas podem ser identificados na criança vítima desta situação, tais como: ansiedade, nervosismo, agressividade, depressão, transtorno de identidade, falta de organização, isolamento, insegurança, dificuldades de aprendizado, sentimento de culpa, desespero, dentre outros, que podem, inclusive, levar o indivíduo vítima da alienação parental, à inclinação às drogas e ao álcool e até mesmo ao suicídio nos casos mais graves.
Quanto ao genitor alienador, os sinais que devem ser observados,a fim de verificar se realmente está praticando atos de alienação, são: negar o acesso do outro genitor ao filho, impedindo a realização de visitas; falsas denúncias de abuso sexual; desejo de manter o controle pela família; tratar de assuntos conjugais na frente do filho procurando denegrir a imagem do outro genitor; dentre outros que visam provocar o afastamento do filho da figura do genitor alienado.
A alienação parental se caracteriza pela prática de atos silenciosamente agressivos em face da criança e do adolescente, com o objetivo principal de afastar o convívio entre o genitor alienado e a criança vítima da alienação. Quanto à sua definição, entende Jorge Trindade:
Podemos dizer que o alienador “educa” os filhos no ódio contra o outro genitor, seu pai ou sua mãe, até conseguir que eles, de modo próprio, levem a cabo esse rechaço. As estratégias de alienação parental são múltiplas e tão variadas quanto à mente humana pode conceber, mas a síndrome possui um denominador comum que organiza em torno de avaliações prejudiciais, negativas, desqualificadoras e injuriosas em relação ao outro genitor, interferências na relação com os filhos e, notadamente, obstaculizarão do direito de visitas do alienado. (DIAS, 2010, p. 22)
Segundo Maria Berenice Dias, referência no Direito de Família:
“Grande parte das separações produz efeitos traumáticos que vêm acompanhados dos sentimentos de abandono, rejeição e traição. Quando não há uma elaboração adequada do luto conjugal, tem início um processo de destruição, de desmoralização, de descrédito do ex-cônjuge. Os filhos são levados a rejeitar o genitor, a odiá-lo. Tornam-se instrumentos da agressividade direcionada ao parceiro. A forma encontrada para compensar o abandono, a perda do sonho do amor eterno, acaba recaindo sobre os filhos, impedindo que os pais com eles convivam. ” (DIAS, 2013, p. 29)
Diante das particularidades de cada caso, como estamos falando do comportamento de pessoas, é indiscutível a necessidade de uma avaliação psicológica dos envolvidos, a fim de verificar efetivamente a ocorrência da prática da alienação parental, bem como o desenvolvimento da síndrome pela criança.
Caetano Lagrasta Neto explica que a alienação parental pode ser caracterizada de 3 formas, sendo elas: a) implantação de falsas memórias; b) lavagem cerebral e c) programação pelo alienador das reações da criança ou do adolescente contrárias, em princípio, ao outro genitor, implantando neles sentimentos de ódio ou repúdio ao outro genitor.
Pode demonstrar que a criança está sofrendo com o abuso moral da alienação parental: a falta de comunicação, como por exemplo, a mãe não dizer ao filho que seu pai o procurou, ligou ou mandou um recado à criança. Limitando informações sobre o pai, ou fazendo fiscalizações sobre os horários de visita. 
Assim, incumbe ao genitor ou responsável alienado atentar-se aos atos do alienador e ao comportamento da criança ou do adolescente para que possa intervir e reconstruir o vínculo afetivo familiar do menor
Conforme Maria Berenice Dias descreve:
Neste jogo de manipulações, todas as armas são utilizadas, inclusive a assertiva de ter havido abuso sexual. O filho é convencido da existência de um fato e levado a repetir o que lhe é afirmado como tendo realmente acontecido. Nem sempre consegue discernir que está sendo manipulado e acaba acreditando naquilo que lhe foi dito de forma insistente e repetida. Com o tempo, nem o genitor distingue mais a diferença entre verdade e mentira. A sua verdade passa a ser verdade para o filho, que vive com falsas personagens de uma falsa existência, implantando-se, assim, falsas memórias. (DIAS,2007, p.409).
Em casos de alienação parental, o procedimento a ser seguido pelo advogado é o requerimento da concessão da tutela, ou medida cautelar, em seguida o juiz tem que de imediato designar a audiência, ouvir as partes e proferir uma decisão. Neste momento que se inicia todo o processo de alienação, investigação e estudo do caso. 
Está presente em ações judiciais em que um dos pais se utiliza de argumentos em processos para suspender e até impedir as visitas, destituir o poder familiar, alegar inadimplemento de pensão alimentícia, chegando a acusações de abuso sexual ou agressão física, porém nem sempre de cunho autentico, e sim como mero recurso para a destituição do vínculo parental. (SILVA, 2011, p.45). 
Percebe-se que quando detectadas as características de alienação, deve-se sempre pensar no melhor interesse da criança, ou seja, quão afetada ela foi e o que podemos fazer para reverter esses danos. Comprovada a alienação, o alienador e a criança alienada precisam de um tratamento imediato com psicológicos, a fim de evitar que essa criança adquira problemas afetivos e psicológicos irreversíveis, sem contar com o árduo e triste status de órfãos de pais vivos e, de outro modo a conscientização desse genitor alienador para que perceba o quanto prejudica seu filho, este que é dever dele proteger em todas as circunstancias. 
Sua definição é de extrema importância, pois se tratam de atos que ainda não foram contemplados em nosso ordenamento jurídico, logo desconhecidos por pessoas que estejam envolvidas nesse fenômeno, inclusive pelos próprios agentes públicos encarregados de solucioná-los (FARIAS et. al, 2016).
Como ressalta Rolf Madaleno:
Outra forma de detectar a SAP é verificar, no diálogo do menor, a existência de situações simuladas, ou seja, de encenações, cenas e conversas que ele atribui como vivências suas, mas que ou eles nunca estiveram em determinado lugar ou soa incoerente com sua idade. Nessa questão deve-se atentar para as entrevistas realizadas pelos psicólogos, com irmãos ou o alienador presente, pois, geralmente, quando o menor hesita acerca de umapergunta, o outro logo o complementa, auxiliando-o na resposta, em um claro indício de que não vivenciou a situação. (Carpes, MADALENO, ANA C., MADALENO, ROLF, Síndrome da Alienação parental, 4° edição forense, 01/2017)
Rolf Madaleno também descreve que as crianças desenvolvem uma linguagem corporal que deve ser percebida
Os menores desenvolvem, ainda, uma linguagem não verbal muito clara, como a ausência de contato visual, manutenção de uma distância excessiva do pai alienado, alguns, nas visitas, sequer tira os casacos, a falta de diálogo é uma constante, bem como uma conversação circular – em que os menores respondem as perguntas com outras perguntas interrompem o genitor com queixas acerca de seu tom de voz, do calor ou do frio, desvirtuam e descontextualizam seu diálogo, aproveitando-se literalmente de suas palavras. (Carpes, MADALENO, ANA C., MADALENO, ROLF, Síndrome da Alienação parental, 4° edição forense, 01/2017)
2.2.2. Dano moral e dano psicológico sofrido pela criança alienada 
O dano moral proveniente da alienação parental é tema polêmico e pouco estudado no âmbito do direito de família. Sobre esse assunto é necessária análise de critérios multidisciplinares, pois a matéria deve ser vista sob o prisma jurídico, psicológico, antropológico e social. A lesão relativa à prática da alienação parental causa danos morais identificáveis, por vezes muito tempo após o processo danoso. O dano moral deve ser analisado sob a ótica civil constitucional como violação ao direito fundamental da pessoa, levando em consideração a responsabilidade atribuída aos pais exercentes da autoridade parental. 
A responsabilidade civil no que tange o direito de família tem como base o dano que envolva os partícipes desta relação, sendo, pois de caráter subjetivo. A metodologia aplicada na pesquisa foi de caráter bibliográfico e documental e tendo o caráter descrito analítico. Ao final conclui-se pela possibilidade de identificação do dano moral nas relações familiares e principalmente o que tange ao causado pela alienação parental, porém se torna mais difícil coibi-lo, mas não impossível, pois através de métodos legislativos e com a ajuda da sociedade, o Poder Judiciário pode e deve inibir esta prática.
Em meio às inúmeras discussões referentes aos interesses dafamília, o dano moral assume especial relevância, talvez pelas incertezas e imprecisões na aplicação dos conceitos pertinentes ao tema.
Motivados pela vingança e falta de conformação com o fim da relação, o objetivo principal do cônjuge é destruir a imagem do genitor para o seu filho, e com essa destruição, o alienador impede que a criança/adolescente tenha um contato saudável com seu genitor e que construa uma relação de afeto, que é o que o ECA- Estatuto da Criança e do Adolescentes estabelece como direito fundamental da criança e do adolescente, sendo o livre acesso a ambos os genitores e a convivência familiar. Isto chamamos como um abuso moral do genitor alienador. 
O juiz quando percebe que há indícios de alienação parental ou quando já tem o estudo técnico psicológico social da equipe do fórum, ele escabele as seguintes penalidades, podendo ser está cível e criminal, apesar do STF ter decidido não considerar crime. Vejamos: no primeiro momento o alienador é advertido, após é suspenso o contato com a criança ou o adolescente e após, de forma cumulativa, ele aplica multa diária em valor pecuniário, para aquele alienador que não cumpre as determinações do juiz, em último caso pode suspender o poder familiar daquele genitor alienador, para que faça um acompanhamento psicológico, isso será analisado há cada caso concreto. 
Primeiros indícios que a criança sofre de alienação é apresentação de agressividade, não querer ter contato com os familiares, tem uma imagem errada do genitor e verbaliza isso. Qualquer pessoa da família que verifique estes atos de alienação pode ir até o Ministério Público e fazer uma representação, ou ir diretamente ao juiz. O juiz de oficio ou provocado instaura uma ação de alienação parental, e dentro desta ação terá um processo de estudo psicossocial e haverá a verificação se ato realmente ocorre e se há sequelas no menor e no genitor alienado. 
Conforme destaca brilhantemente SILVA:
Sem o tratamento adequado, a SAP poderá produzir sequelas capazes de permanecer durante toda a vida, pois implica comportamentos abusivos contra o menor, instaura vínculos patológicos, promove convivência contraditória da relação entre o pai e a mãe e cria imagens distorcidas das figuras paternas e maternas, provocando um olhar destrutivo e maligno sobre as relações amorosas como um todo (SILVA, 2009).
O dano moral criado por esta prática é perfeitamente percebido, porém parece oportuno distinguir que a identificação e a mitigação desta prática estão distantes de ter fáceis soluções. Nas relações que cercam o afeto, e estando presente a autonomia da vontade é de difícil aceitação a responsabilização a um dano que ocorreu, mesmo que voluntariamente.
A responsabilização civil que viola as relações de afeto é controversa tanto pela doutrina como pela jurisprudência e de difícil acesso. Neste seguimento, o dano moral integrante de tais relações está referente à violação da dignidade da pessoa enquanto sujeito daquela entidade familiar.
Conclui-se, portanto que é possível identificar o dano quando da prática de alijamento realizada pela alienação parental, sobretudo quando se apresenta como violação a dignidade da pessoa humana, porém a dificuldade está em coibir o dano, ou até mesmo evita- lo.
2.2.3. A responsabilidade do poder judiciário na alienação parental 
A Lei que 12. 318/10 trata da alienação parental traz um rol exemplificativo e enumera cada uma das modalidades de sua prática. 
Desde a primeira análise do teor de seus oito artigos, ressalta veemente o reconhecimento da contribuição fundamental da psicologia no reconhecimento fundamental da apreciação, em cinco artigos descreve a psicologia como uma ciência auxiliar aos juízes da vara de família. 
O dado é extremamente significativo e merece uma profunda reflexão na medida em que a autonomia do poder judiciário não fica atrelada aquela ciência, mas agora deve operar juntamente com os saberes oriundos da psicologia, a lei é claríssima nesse sentido. 
No art. 2° a lei conceitua o que se entende por alienação parental
Art. 2º. Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança e do adolescente, promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança e o adolescente em sua autoridade, guarda ou vigilância, para que repudie o genitor ou que cause prejuízos ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este.
A interferência a qual o legislador está se referindo de um genitor, homem ou mulher pode ser tanto produzida, quanto induzida. E o ato de alienação parental pode ser tanto produzido, quanto induzido, isto é, fomentado, proposto, levado a efeito ou realizado, ou meramente induzido. A saber, persuadir a acreditar em algo, ou instigar. Logo como se vê nas varas de família, indeferir um pedido de alienação parental sob alegação errônea que de houve mera indução, mas não promoção de alienação parental, deve ser desde logo, rechaçada pelo poder judiciário, porque contraria ao texto legal.
Caracterizo a intervenção, não apenas os atos de clara incitação, mas também os de manipulação do menor. A omissão do poder judiciário pode gerar efeitos imprevisíveis na condução da alienação parental pelo genitor alienador. 
Ressalte-se ainda a irrelevância da produção de efeitos para a caracterização do ato de alienação parental, ou seja, o que a lei quer ressaltar é que a pratica do ato por si só é o ilícito civil independentemente da ocorrência ou não de seus efeitos. Porque assim agindo, o alienador está aliciando a criança do salutar convívio familiar, isto é, o legislador realça enormemente a responsabilidade do poder judiciário que não deve aguardar os efeitos da alienação parental para agir, mas sim atuar desde logo, com firmeza, antes que ocorram os efeitos nefastos da alienação. 
Logo, a prática reiteradamente constatada nas Varas de família, do juiz aguardar o logo e tormentoso andamento do processo, anos na maioria das vezes, e o posterior laudo psicológico para advertir o alienador suspeito deve ser evitada a qualquer custo. Pois tal conduta além de incentivar a atuação dolosa do alienador, aumenta o risco de comprometimento do vínculo paterno/ materna filial que deve ser sempre salvaguardado. 
Se da inicial há elementos suficientes da convicção do juiz conforme dicção do art. 131 do CPC, ele deve aplicar o direito com firmeza e sem vacilações, para o alienador entender desde logo, que a sua manobra já é do conhecimento do poder judiciário e não tenderá a progredir. 
No inciso IV do art. 2° o legislador não se refere a mais grave caracterização da alienação parental, a saber: 
VI - Apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente; 
O poder judiciário ainda mal aparelhado para a apreciação da complexa temática, prefere as medias paliativas ao enfrentamento objetivo e eficaz do problema, criando uma zona nebulosa de criticável indefinição e manifesto prejuízo da vítima maior, que é sempre a criança. 
Para que se tenha uma idéia do aqui afirmado, basta avaliar a quantidade de decisões que ainda insistem em diante da mera alegação de abuso sexual, sem prova nenhuma, nem prova contundente, mas mera alegação de um dos genitores, na maioria das vezes a mãe, suspender a visita do alienador suspeito, em manifesto prejuízo da relação paterno filial e o que é pior, em manifesta vitória do genitor alienador eu encara o despacho judicial como um ganho em relação ao outro genitor. 
E tem sido alvo da crítica contundente dos operadores do direito e dos pesquisadores da tormentosa matéria, mesmo quando existem fortes indícios de pratica de abuso sexual, ainda nesta hipótese, o rompimento abruta no vinculo, deve ser sempre evitado. Nessa situação, o esquema de visitação mais empregado é o da visita monitorada nas varas de família, em que há previsão legal na lei, favorecendo o contato do genitor alienado com o filho, mesmo que sob a vigilância das equipes de avaliação. 
Aindaque se pudesse criticar essa forma de contato, a visitação monitorada apresenta uma dupla vantagem, de valor inquestionável. Em primeiro lugar favorece o contato do genitor alienado como filho, sem risco de eventual abuso sexual, uma vez que a visita é controlada pela equipe de psicólogos, em segundo lugar, durante na visitação, a equipe tem condições melhores de avaliar o nível de troca afetiva emocional entre o genitor e a criança. 
Diante das alegações contraditórias, de um lado o genitor guardião e o risco que corre a criança de ficar junto ao genitor acusado de abuso, e de outro, o guardião visitante exigindo legitimamente a presença do filho, para não romper o vínculo paterno. O juiz fica em permanente dilema que exacerba o risco de não emitir decisões justas, adequadas e objetivas capaz de suprir integralmente o interesse maior do menor, manter o vínculo paterno/materno filial.
Infelizmente na grande maioria dos casos a simples suspeita de ocorrência de abuso moral ou sexual, leva o juiz a determinar o afastamento entre o suposto abusador e a criança, na dúvida e sem elemento de convicção suficiente, o judiciário tem optado pela medida mais simples, mais fácil, mas de resultado notoriamente funestos.
No art. 3° a lei de alienação resgata primacialmente o princípio constitucional do direito a convivência familiar. Já estampado no art. 227 da Constituição Federal de 88, que já constava, ainda que indiretamente, no código civil art. 1634, II e foram reafirmados no art. 19 da lei 8069/90, dita Estatuto da Criança e do Adolescente. 
Este artigo 3° da lei subsidia a conduta ilícita e abusiva por parte do alienante, que justifica a propositura da ação por danos morais contra ele, além de outras medidas de cunho ressarcitório ou inibitórios, por tais condutas. Assim, é bom que se diga por que ainda há vacilações sobre o tema, que como advento da lei, o abuso moral é sim reparável, não pelo desamor, como pretendem alegar alguns seguimentos, com o intuito de fragilizar a proposta legal, mas como meio de compensação da prática ilícita decorrente da própria alienação. 
O que o legislador afirmou, é que o abuso moral pode sim ser invocado em autos apartados, quer pelas crianças ou quer adolescente, quer pelos genitores alienados, todas as vítimas da referida prática, condenável tanto pela ordem civil, quanto pela ordem penal, alienação parental se revela então, um ilícito civil e penal, por isso no art. 6 desta lei o legislador fala em responsabilidade civil ou criminal:
Art. 6° Caracterizados atos típicos de alienação parental ou qualquer conduta que dificulte a convivência de criança ou adolescente com genitor, em ação autônoma ou incidental, o juiz poderá, cumulativamente ou não, sem prejuízo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilização de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos, segundo a gravidade do caso
No art. 4° o legislador apresenta uma serie de aspectos processuais que foram colocados à disposição do poder judiciário, e que merecem grande reflexão do mesmo, nesse dispositivo o legislador previu: primeiro a prioridade na tramitação processual, segundo as providencias cautelares e terceiro garantia de convivência mínima. Em assim dispondo, tanto as partes, quanto o magistrado ou os agentes do ministério público, estão devidamente legitimados a prevenir ou ao menos mitigar os efeitos dos atos decorrentes da famigerada alienação parental. 
Para evitar que o processo de arraste, ou melhor, que o evento decurso temporal agrave a situação das vítimas, genitor alienado e da criança, o legislador se referiu a tramitação prioritária em ação autônoma ou incidentalmente, ou seja, essa prioridade pode se materializar, tanto em ação específica de alienação parental, assim como em outras ações paralelas que batem as portas do poder judiciário, do tipo, ações de divórcio, onde se constata a ocorrência de possível alienação, ou em ações de guarda e visitação, onde a alienação pode subjazer a natureza da própria ação.
 Assim, ouvido o Ministério Público, o juiz deve deferir sim a antecipação da tutela, para assegurar a segurança da criança com o genitor alienado, e não em suspender a visitação como se tem constatado na unanimidade da jurisprudência nacional. 
Em segundo lugar o legislador fala em providências cautelares, ato contínuo, o legislador admite por requerimento da parte interessada, ou de oficio do julgador. O juiz ouvindo o Ministério Público determine com urgência as medidas provisórias necessárias para a preservação da integridade psicológica da criança ou do adolescente. 
Essas medidas provisórias tendem a preservar a integridade psicológica da criança e do adolescente, podem ser as mais diversas, e devem ser aplicadas em graduação contingente, pode se sentir risco presente em cada situação fática, por exemplo: o juiz pode ordenar a conversão da guarda do cônjuge alienador para o conjugue alienado, embora essa seja uma medida excepcionalmente aplicada pelas Varas de Família, de igual modo, excepcionalmente ocorre a suspensão ou destituição do poder familiar, quando a medida deveria ser aplicada com mais frequência, não só para desestimular os alienadores, mas igualmente para prevenir eventuais infratores do risco que correm em face do judiciário. 
Em uma pesquisa feita em 06 de abril de 2019, desde 2010, apenas 323 processos sobre alienação parental subiram para a segunda instância do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. 
Quanto aos processos que sobem ao STJ a fim de questionar a sentença em face do princípio do melhor interesse da criança, sendo este o Estatuto da Criança e do Adolescente, o STF não enfrenta a questão alegando a Súmula 7 do STF:
RECURSO ESPECIAL. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. FAMÍLIA. GUARDACOMPARTILHADA. MELHOR INTERESSE DO MENOR.IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA Nº 7/STJ. ART. 1.584, § 3º, DO CC/2002. INTERESSE DA PROLE. SUPERVISÃO. DIREITO DE VISITAS.IMPLEMENTAÇÃO. CONVIVÊNCIA COM O GENITOR. AMPLIAÇÃO.POSSIBILIDADE. ALIENAÇÃO PARENTAL. PRECLUSÃO.1. A implementação da guarda compartilhada não se sujeita à transigência dos
genitores. 2. As peculiaridades do caso concreto inviabilizam a implementação da guarda compartilhada em virtude da realização do princípio do melhor interesse da menor, que obstaculiza, a princípio, sua efetivação.3. A verificação da procedência dos argumentos expendidos no recurso especial exigiria, por parte desta Corte, o reexame de matéria fática, o que é vedado pela Súmula nº 7/STJ.4. Possibilidade de modificação do direito de visitas com o objetivo de ampliação do tempo de permanência do pai com a filha menor. 5. A tese relativa à alienação parental encontra-se superada pela preclusão, conforme assentado pelo acórdão recorrido.6. Recurso especial parcialmente provido. (REsp 1654111/DF, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 22/08/2017, DJe 29/08/2017)AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO
DE REGULAMENTAÇÃO DE GUARDA. INTERESSE DO MENOR.REEXAME FÁTICO-PROBATÓRIO. SÚMULA 7/STJ. AGRAVO DESPROVIDO.1. O Tribunal de origem, apreciando as peculiaridades fáticas da causa e considerando
o interesse do menor, concluiu pela procedência do pedido de guarda paterna e pela inviabilidade da guarda compartilhada. Desse modo, a modificação de tal entendimento lançado no v. acórdão recorrido, como ora perseguida, demandaria a análise do acervo fático-probatório dos autos, o que é vedado pela Súmula 7 do STJ, que dispõe: "A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial." 2.As peculiaridades destacadas pelo acórdão recorrido afastam o cabimento do recurso "a" quanto pela alínea "c" do permissivo especial com base em aventado dissídio jurisprudencial, valendo destacar a compreensão desta Corte de que a incidência da Súmula 7 inviabiliza o conhecimento do apelo nobre tanto pela alínea
2.3 MÉTODOS DE SOLUÇÃO PARA A ALIENAÇÃO PARENTAL
2.3.1 Guarda Compartilhada
A Constituição Federal de 1988, em seu artigo 5º, inciso I, concedeu tratamento isonômico àsmulheres e homens, assegurando-lhes assim, iguais direitos e deveres, incluindo aqueles referentes à sociedade conjugal, estes previstos no artigo 226, § 5º da Carta Magna, in verbis:
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
§ 5º - Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher. Portanto, sob esta ótica pode-se concluir, considerando as entidades familiares e em especial ao tema ora tratado, que “chega a hora de reconhecer que mães e pais têm a mesma importância na vida dos filhos e têm, ambos, de participar ativamente no respectivo crescimento. ”
A idéia inicial é de partilhar em conjunto, não é dividir, é somar. Importante que se entenda que em relação a criança ou o adolescente, somando é melhor, ou seja, os pais em conjunto partilhando dos cuidados necessários que aquela criança ou adolescente precise é um dos melhores métodos a ser utilizado. 
Fazer com que o filho escolha um dos seus genitores com quem vai viver é uma idéia totalmente errada, fazendo um mal enorme aquela criança ou adolescente. A guarda compartilhada foi criada para que ambos os genitores possam opinar, decidir, intervir e interferir em todas as decisões importante relacionada a criança ou o adolescente, seja ela relativa a saúde, moradia, educação, sendo uma série de decisões do dia a dia que precisam ser tomadas em relação aos filhos. 
Inicialmente há a idéia da divisão do tempo que os genitores passarão com a criança, precisamos entender que aquele pai que só era pagador de pensão, não era participativo e só via o filho de 15 em 15 dias, esse pai, esse homem atualmente já não existe mais. Hoje os pais são mais participativos, mais interativos, mais presentes na vida da criança ou do adolescente, portanto, pai e mãe possuem as mesmas responsabilidades sociais para educar, criar e decidir sobre o futuro dos filhos, visando o direito daquele menor. 
Hoje segundo a lei, a regra é que a guarda compartilhada seja aplicada em qualquer momento havendo separação dos casais, a não ser que haja uma hipótese onde um dos pais não queira, ou que exista alguma dificuldade, exemplo um genitor que seja impedido a ter a guarda compartilhada daquela criança ou adolescente. 
José Manuel Aguilar, ao recordar-se de suas experiências como psicólogo, relata que:
De todos os casos que participei aqueles em que se manteve – embora apenas durante duas horas por semana – o contacto com o filho alienado, o vínculo afetivo e as tentativas de alienação do progenitor não avançaram com a intensidade que este poderia desejar. (...) este pai, um professor do ensino primário cuja ex-mulher decidiu afastá-lo da sua filha de alguns meses quando se separaram, depois de conseguir uma sentença em tribunal que lhe conferia um regime de visitas, já visita há mais de um ano a sua filha, que vive duzentos quilômetros de si, todas as semanas sem falta. Muitas vezes só para passaram alguns minutos com ela. Neste momento, pai e filha desfrutam já de uma relação afetiva correta. 
A guarda compartilhada consiste na responsabilidade simultânea dos pais sobre o filho menor, mesmo que ele resida apenas com um dos genitores, buscando elevar ainda mais o princípio de igualdade entre homens e mulheres, em relação aos seus deveres com os filhos.
Os artigos 1.583 e seguintes do Código Civil, orientam a forma de proteger os filhos menores em situações em que ocorram o fim da vida em comum dos pais. Dão prioridade à guarda compartilhada como norma geral e impõem as providências judiciais apropriadas à sua regulamentação, que serão tomadas após audiências de conciliação, sendo indispensável o apoio de técnicos trabalhando em equipe interdisciplinar (psicólogos e assistentes sociais). Visam a solucionar os litígios familiares com o intuito de buscar a igualdade ideal de direitos entre os pais separados, divorciados ou por qualquer outro motivo que causem o impedimento de uma convivência regular, a todo tempo buscando o melhor interesse da criança. 
Conforme o artigo 1583 § 2º do Código Civil: 
“Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido de forma equilibrada com a mãe e com o pai, sempre tendo em vista as condições fáticas e os interesses dos filhos. ”
Com relação ao local de moradia dos filhos dentro do regime da guarda compartilhada, esta será no local em que melhor atenda aos interesses dos menores.
Em audiência prévia de conciliação, ficam incumbidas as partes conceituar o significado de guarda compartilhada, a simultaneidade de direitos e deveres, que são de encargos dos pais, além de ressaltar sobre as sanções penais aplicadas caso haja descumprimento de suas prerrogativas.
Não havendo acordo entre os pais, estando ambos aptos ao exercício do poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo se um dos genitores manifestarem ao magistrado que anseie pela guarda da criança. Entretanto, o juiz considerará as necessidades do filho e determinará o compartilhamento de tempo necessário à convivência deste com ambos os pais.
Venosa descreve que: 
A decisão do juiz para definir a responsabilidade do pai e da mãe e os períodos de convivência sob a guarda compartilhada poderá se fundamentar em orientação técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar, devendo visar à divisão moderada do tempo com a mãe e com o pai (VENOSA, 2016).
2.3.2 Finalidade e características da guarda	
A guarda terá sempre como aplicação principal a de proteger a criança ou adolescente, como ser até então em progresso, que deve ser vigiado e cuidado. Maria Manoela Rocha de Quintas ao citar a real finalidade da guarda, explica que “guarda nos traz a idéia de proteger, manter seguro, entre seus sinônimos encontra-se vigilância, cuidado, defesa e criação. Portanto, através da guarda, compete aos pais vigiar, defender, cuidar, proteger e dirigir a vida de seus filhos”. 
Consequentemente, cabe ao pai, detentor da guarda, dirigir a vida do filho, proporcionando a educação e formação moral do menor, conforme se extrai do artigo 33 do Estatuto da Criança e do Adolescente25, que dispõe sobre a proteção integral da criança e do adolescente, a seguir transcrito: 
Art. 33. A guarda obriga à prestação de assistência material, moral e educacional à criança ou adolescente, conferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais.
§1º. A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos procedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros.
§2º. Excepcionalmente, deferir-se-á guarda, fora dos casos de tutela e adoção, para atender a situação peculiares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido o direito de representação para a prática de atos determinados.
§3º. A guarda confere à criança ou adolescente a condição de dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previdenciários.
Desta maneira, a guarda exige aos detentores o dever de garantir ao menor meios materiais e morais de assegurar o desenvolvimento da criança, pois de acordo com Maria Helena Diniz: “a guarda destinar-se-á à prestação de assistência material, moral e educacional ao menor, sob pena de incorrer no art. 249, dando ao seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclusive aos pais, regularizando assim a posse de fato”.
 Devido destacar-se que o documento legal do qual se faz menção ao artigo 249 é o Estatuto da Criança e do Adolescente. Isto posto, qualquer pessoa que possua a posse de fato da criança ou adolescente, poderá requerer a sua guarda em juízo, podendo até mesmo se opor a terceiros e aos próprios pais, se necessário for. A guarda, todavia, poderá ser retirada do genitor que a possuir a qualquer momento, comprovado que é penitenciosa ao menor. 
Conforme destaca Fábio Ulhoa Coelho:
O cônjuge que ficar com a guarda, unilateral ou compartilhadamente, poderá perdê-la, a qualquer momento, se comprovado que a convivência é penitenciosa à formação do menor. Por essa mesma razão,o juiz pode transformar a guarda conjunta em individual, deferindo-a, por óbvio, ao outro cônjuge. Não é motivo para perda da guarda o novo casamento do pai ou da mãe que o titula. (COELHO, 2011, p. 118)
Faz-se pertinente destacar, porém, que o simples fato do genitor detentor da guarda contrair novas núpcias ou conviver em regime de união estável, por si só, não é fator causador para alterar a guarda, pois o novo casamento não é motivo ensejador da alteração da guarda, salvo se o menor não estiver recebendo o tratamento adequado.
Acrescenta Adalgisa Wiedemann Chavesainda que, conforme o entendimento dos Tribunais Brasileiros, deverão ser evitadas mudanças sequenciais de guarda, as quais acarretam no desgaste e na instabilidade emocional do menor, acrescentando que:
É bom que se lembre que o Tribunal Pátrio tem entendido que, em havendo idêntica condição entre os genitores é de ser mantida a situação fática consolidada. Ou seja, se os filhos estão na guarda de um genitor, não basta o outro desejar a alteração, pois não havendo nada que desaconselhe a manutenção destes na situação verificada, não há razão alguma para se deferir a alteração. A modificação de guarda, lembre-se, somente ocorre em estrito atendimento aos interesses dos menores.
Assim, para ser requerida a alteração de guarda pelo genitor não detentor ou até mesmo por terceiros, deverão ser comprovados os motivos ocasionadores da alteração, sempre com o intuito de preservar os interesses do menor.
2.3.3 Mediação familiar na alienação parental 
CONCEITO 
Com as modificações ocorridas no conceito de família, mister, ressaltar os aspectos sociais e psicológicos deste conceito. Primeiramente, ela é antes uma estruturação psíquica, onde cada um de seus membros ocupa um lugar, uma função sem estarem necessariamente ligados biologicamente. Sendo assim, um indivíduo pode ocupar o lugar de pai sem que seja o pai biológico (...). É essa estrutura familiar que existe antes e acima do Direito que nos interessa investigar e trazer para o Direito. É sobre ela que através dos tempos o Direito em regulando e legislando, com o intuito de ajudar para mantê-la, que o indivíduo possa existir como cidadão (Lacan,2012).A evolução e as mudanças significativas a respeito da estruturação da família, traz consigo a necessidade de mediar, conciliar. 
Eliana Riberti Nazareth conceitua a Mediação como: 
Um método de condução de conflitos, voluntário e sigiloso, aplicado por um terceiro neutro e especialmente treinado, cujo objetivo é restabelecer a comunicação entre as pessoas que se encontram em um impasse, ajudando-as a chegar a um acordo. ’ Para a autora, ‘o objetivo é facilitar o diálogo, colaborar com as pessoas e ajudá-las a comunicar suas necessidades, esclarecendo seus interesses, estabelecendo limites e possibilidades para cada um, tendo sempre em vista as implicações de cada tomada de decisão a curto, médio e longo prazo’ (NAZARETH, 2009, p. 71)
Groeninga e Barbosa conceituam a Mediação como:
Um método por meio do qual uma terceira pessoa neutra, especialmente treinada, colabora com as pessoas de modo a que elaborem as situações de mudança, e mesmo de conflito, a fim de que estabeleçam, ou restabeleçam, a comunicação, podendo chegar a um melhor gerenciamento dos recursos. (Groeninga e Barbosa, 2003)
Nas mediações que envolvam a alienação parental, os genitores terão a possibilidade de dialogar sobre o melhor interesse da criança, buscando estabelecer uma forma de convívio adequada para aquele contexto familiar. Será função do mediador auxiliar o ex-casal para o conflito instalado, sendo certo que o resultado do processo dependerá dos dois genitores, atuará para ouvir, compreender o conflito e cevar as partes a entender as razões um do outro, com o intuito precípuo de proporcionar a reflexão sobre a situação dos filhos levando as partes a uma comunicação consciente. 
A Mediação Familiar deve buscar a conscientização da paternidade como um dos componentes do desenvolvimento da criança, mas também dos próprios pais como adultos que exercem os papeis de pai e mãe. É importante que considerem seus papeis parentais e se preocupem com o bem-estar dos filhos, mas devem também ter a oportunidade de lidar com seus afetos, reorganizar suas identidades de forma mais abrangente, e elaborar o luto da separação mantendo o par parental 
Para Grunspun em entrevista à Pai Legal: 
a Mediação Familiar torna-se um instrumento importantíssimo para a estruturação da Guarda Compartilhada, pois da parte dos pais facilita a comunicação entre eles acerca da educação e futuro dos filhos, dirimindo os ressentimentos, os conflitos, as dificuldades de diálogo e, especialmente os posicionamentos de “perdedor” e “vencedor”, porque nessas contendas judiciais essas posições são ilusórias, só há perdedores, e os maiores prejudicados são os filhos; da parte dos filhos, como não há envolvimento emocional em ‘tomar partido’ de um dos pais em detrimento do outro, não há culpas conscientes ou inconscientes que possam ser reprimidos pelo recalque para se transformarem em sintomas (inclusive somáticos) (GRUNSPUN, 2017, em entrevista à Pai legal: 163, vol. 7, num, 23, 2018)
2.3.4 Princípio do melhor interesse da criança
O melhor interesse da criança e do adolescente foi reconhecido no início da Convenção Internacional dos Direitos da Criança e adotada pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 20 de novembro de 1989, que foi ratificado no Brasil em 26 de janeiro de 1990, pelo Decreto Legislativo nº 28, de 14 de setembro de 1990, e promulgado pelo decreto Presidencial nº 99.710 de 21 de novembro de 1990, nos seguintes termos:
“Todas as ações relativas às crianças, levadas a efeito por instituições públicas ou privadas de bem-estar social, autoridades administrativas ou órgãos legislativos, devem considerar, primordialmente, o interesse maior da criança. ”
A Constituição Federal de 1988 assegura, de forma efetiva, os direitos das crianças e dos adolescentes em todos os níveis de convivência; ou seja, tanto no ambiente familiar como no social, aplicando o que é melhor para o menor. Este entendimento vem regulamentando no art. 227 que estabelece prioridade precípua a criança e ao adolescente no ordenamento jurídico brasileiro
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Eduardo de Oliveira Leite esclarece que a análise do que a lei pretende expressar como sendo “interesse do menor”, o interesse do menor serve, primeiramente de critério de controle, isto é, de instrumento que permite vigiar o exercício da autoridade parental sem questionar a existência dos direitos dos pais. 
É possível observar que a finalidade do legislador ao dizer que deve ser respeitado o interesse do menor é para evitar que sejam cometidas arbitrariedades pelos pais, como a alienação parental.
Infelizmente, por inúmeras vezes os pais não conseguem chegar a um acordo sobre a guarda do filho sob o prisma do melhor interesse do menor, e conforme esclarece Silvio de Salvo Venosa, o melhor interesse dos menores leva os tribunais a propor aguarda compartilhada ou conjunta. O instituto da guarda ainda não atingiu sua plena evolução. 
Há os que defendem ser plenamente possível essa divisão de atribuições ao pai e à mãe na guarda concomitante do menor. A questão da guarda, porém, nesse aspecto, a pessoas que vivam em locais separados não é de fácil deslinde. Dependerá muito do perfil psicológico, social e cultural dos pais, além do grau de fricção que reina entre eles após a separação.
3. CONCLUSÃO
Conforme foi abordado no presente trabalho, na antiguidade os casamentos formais eram considerados o marco legal para a constituição da entidade familiar,porém nos dias atuais é comum a formação de famílias que se constituem a partir das relações de afeto, sem necessariamente estabelecerem um contrato formal para tanto. 
Diante do tema, foi demonstrado que a alienação parental é como uma expressão da negação do direito de crianças e adolescentes à convivência familiar. Para compreender a alienação parental é necessário considerar as mudanças ocorridas com o passar nos anos na estrutura familiar, compreendendo suas particularidades, e as implicações que estas mudanças estruturais trazem para a vida de homens, mulheres, e principalmente de crianças e adolescentes.
Assim, dos caminhos possíveis de se analisar a pratica da Alienação Parental é nos casos judiciais que versam sobre a guarda e custodia dos filhos. De acordo com o trabalho realizado verificou-se que a existência de comportamentos de alienação parental, pode causar consequências desastrosas no desenvolvimento da criança e do adolescente. 
Depois de propor uma introdução sobre a Alienação Parental, enfatizando os seus conceitos, o estudo passou a analisar suas consequências mais gravosas, que decorre com apresentação da Síndrome da Alienação Parental.
Desta forma, verifica-se, que os danos causados com apresentação da Síndrome, são severos. Assim, para evitar a ocorrência da alienação parental, têm-se adotado, nos últimos anos, o modelo de guarda compartilhado ao invés da guarda unilateral. Este modelo proporciona que ambos os genitores participem de forma ativa da vida da criança, dividindo responsabilidades que versam sobre a saúde e educação dos filhos. Dessa forma, averígua-se que a modelo de guarda compartilhada permite um convívio mais harmônico entre a família, diminuindo os sentimentos rejeição que podem surgir com a mudança do status familiar.
Portanto, o presente trabalho serviu para demonstrar que a família, enquanto instituição social e unidade protetiva do indivíduo, por meio de seu papel principal de guardiã dos direitos de todos os que nela estão inseridos, é a unidade primária de constituição das primeiras interações sociais de qualquer indivíduo, onde este deve gozar de proteção integral.
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