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GRUPO SER EDUCACIONAL UNINASSAU CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA GIULIA STHEFANIE BARBOSA DE LIMA PROJETO DE PESQUISA – TCC1 TECNOLOGIA ASSISTIVA PARA CRIANÇAS COM TEA: ANÁLISE DOS BENEFÍCIOS EM AMBIENTE ESCOLAR. Guarulhos/SP 2023 GRUPO SER EDUCACIONAL UNINASSAU CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA GIULIA STHEFANIE BARBOSA DE LIMA PROJETO DE PESQUISA – TCC1 TECNOLOGIA ASSISTIVA PARA CRIANÇAS COM TEA: ANÁLISE DOS BENEFÍCIOS EM AMBIENTE ESCOLAR. Projeto de Pesquisa apresentado como critério avaliativo para aprovação na disciplina TCC 1 – Trabalho de Conclusão de Curso 1, na graduação em Pedagogia, no semestre 2023.1. Guarulhos/SP 2023 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 3 1.2 TEMA .................................................................................................................... 4 1.3 DELIMITAÇÃO DO TEMA .................................................................................... 4 1.4 PROBLEMA DE PESQUISA ................................................................................. 4 1.5 JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 5 2 OBJETIVOS ......................................................................................................... 6 2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................... 6 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................. 6 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 7 3.1 TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) ................................................ 7 3.2 TECNOLOGIA ASSISTIVA DIRECIONADO AO TEA ........................................... 9 4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ........................................................... 11 4.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO ..................................................................... 11 4.2 UNIVERSO PESQUISADO ................................................................................. 12 4.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS ...................................................... 13 5 REFERÊNCIAS .................................................................................................. 15 3 1 INTRODUÇÃO A escolha do tema “Tecnologia Assistiva Para Crianças Com TEA: Análise Dos Benefícios Em Ambiente Escolar” se justifica pela necessidade de entendermos como as ferramentas tecnológicas podem contribuir para a inclusão de crianças com TEA, proporcionando melhorias em suas habilidades cognitivas, motoras e sociais. O Transtorno do Espectro Autista (TEA.): “[...]é caracterizado por uma série de sintomas com alterações em três áreas específicas: a socialização, a linguagem/comunicação e o comportamento. Os componentes desse trio andam “de mãos dadas” e estão intimamente relacionados” (CARNEIRO VB, etal.,2015). De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevalência do TEA é de aproximadamente 1 a cada 160 crianças em todo o mundo. No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, estima-se que cerca de 2 milhões de pessoas tenham TEA. Existe uma alta demanda de estudantes com deficiências nas escolas, os quais necessitam de uma abordagem adequada para seu processo de ensino e aprendizagem. É crucial notar que essa metodologia não deve ser limitada à escola, pois a família deve se adaptar para proporcionar continuidade ao desenvolvimento em casa, com o objetivo de reforçar o processo educacional (PAROLIN, 2005). A inclusão de crianças com TEA no ambiente escolar é um grande desafio para educadores e profissionais da saúde. Essas crianças enfrentam diversas barreiras no processo educacional, e muitas vezes apresentam dificuldades para se comunicar, interagir socialmente e desenvolver habilidades motoras e cognitivas. Nesse contexto, a tecnologia assistiva tem se destacado como uma ferramenta promissora para a inclusão e o desenvolvimento de crianças com TEA no ambiente escolar. A tecnologia assistiva consiste em recursos e serviços que ampliam as habilidades funcionais de pessoas com deficiência, promovendo a inclusão, independência, autonomia e melhoria da qualidade de vida. Portanto, a realização desse trabalho se torna relevante não apenas para a compreensão do TEA e da Tecnologia Assistiva, mas também para a melhoria da qualidade de vida das crianças com essa condição, que muitas vezes enfrentam barreiras significativas para a inclusão escolar e social. 4 1.2 TEMA Tecnologia Assistiva Para Crianças Com TEA O interesse para pesquisar sobre Tecnologia Assistiva surgiu quando tive a oportunidade de estagiar em uma escola inclusiva e pude vivenciar na prática a inclusão educacional de crianças com TEA. 1.3 DELIMITAÇÃO DO TEMA “Tecnologia Assistiva Para Crianças Com Tea: Análise Dos Benefícios Em Ambiente Escolar”. A delimitação deste trabalho é a análise bibliográfica dos benefícios da tecnologia assistiva para o desenvolvimento de crianças portadoras de transtorno do espectro autista (TEA), em ambiente escolar. Neste trabalho, serão explorados os benefícios do uso da tecnologia assistiva em um ambiente escolar para crianças com TEA, com foco na melhoria da comunicação, aprendizagem e interação social dessas crianças. 1.4 PROBLEMA DE PESQUISA O problema de pesquisa que orienta este estudo é: Como a Tecnologia Assistiva pode ser utilizada de forma eficaz e quais são seus principais benefícios no ambiente escolar para crianças portadoras de transtorno do espectro autista? Esta questão é relevante e atual, uma vez que a tecnologia assistiva tem se mostrado uma ferramenta importante para melhorar a qualidade de vida e inclusão educacional de crianças com TEA. De acordo com Stieglitz et al. (2018), a tecnologia assistiva pode ser um recurso eficaz para melhorar a comunicação, aprendizagem e interação social de crianças com TEA. No entanto, é importante que essas tecnologias sejam utilizadas de maneira adequada e individualizada, levando em consideração as necessidades e habilidades específicas de cada criança. 5 1.5 JUSTIFICATIVA A tecnologia assistiva (TA) tem se mostrado uma ferramenta importante no desenvolvimento da comunicação, habilidades sociais e cognitivas em crianças com transtorno do espectro do autismo (TEA). A utilização de TA em contexto escolar pode proporcionar um ambiente de aprendizagem mais inclusivo e individualizado, tendo em conta a singularidade de cada criança. Do ponto de vista pessoal/profissional, o assunto é relevante para refletir sobre a prática docente em sala de aula, pois as novas tecnologias são continuamente integradas ao cotidiano das escolas. Como educador, é imperativo compreender as potencialidades e limitações da TA, bem como a forma mais adequada de a utilizar de forma a promover um ambiente educativo mais inclusivo e eficaz para todos os alunos. Do ponto de vista organizacional, o uso de TA em ambientes escolares pode trazer benefícios significativos para as instituições de ensino, pois a inclusão de alunos com TEA pode ser um desafio para os educadores e todo o corpo docente. A utilização da TA pode proporcionar um ambiente mais acolhedor e inclusivo, além de contribuir para a formação de cidadãos mais adaptados à diversidade. De uma perspectiva social, a pesquisa sobre o uso de TA em ambientes escolares para crianças com TEA pode trazer contribuições importantes para a sociedade como um todo. A inclusão dessas crianças em ambienteseducacionais e o uso de TA pode representar um grande avanço no processo de inclusão social e na promoção dos direitos das pessoas com deficiência. Nesse sentido, este trabalho tem como objetivo investigar como as tecnologias assistivas podem ser utilizadas de forma eficaz em ambientes escolares, visando a inclusão e o desenvolvimento de habilidades em crianças com autismo. Para tal, serão explorados os principais benefícios e desafios associados à utilização das TA, bem como as práticas pedagógicas mais adequadas à sua utilização. Segundo Vygotsky (1989), a aprendizagem ocorre na interação social, ou seja, na comunicação entre sujeitos envolvidos em um processo. Nesse sentido, o uso de TA no ambiente escolar pode potencializar a interação social e o aprendizado de crianças com TEA, tornando o processo educacional mais eficiente e inclusivo. Outro autor que contribui para a justificativa deste trabalho é Saponara e 6 Cantone (2018), ao destacarem a importância da TA como ferramenta de inclusão social e promoção de direitos das pessoas com deficiência. A utilização de TA em ambiente escolar pode contribuir para a formação de cidadãos mais conscientes e preparados para conviver com a diversidade, promovendo a inclusão e o respeito às diferenças. 2 OBJETIVOS Nesta seção, será apresentado as escolhas de objetivos gerais e específicos diante da pesquisa sobre a contribuição da Tecnologia Assistivas para crianças portadoras de TEA. 2.1 OBJETIVO GERAL O objetivo geral deste trabalho é investigar como a Tecnologia Assistiva pode ser utilizada de forma eficaz no ambiente escolar para crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e quais são os principais benefícios dessas tecnologias para essas crianças. O objetivo geral visa estabelecer o propósito central do trabalho, que é entender como a tecnologia assistiva pode ser uma ferramenta importante para melhorar a qualidade de vida e inclusão educacional de crianças com TEA. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Para responder a essa questão, serão abordados os seguintes objetivos específicos: ▪ Apresentar o conceito histórico sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), suas características e os desafios enfrentados pelas crianças com TEA no ambiente escolar; 7 ▪ Identificar o conceito histórico da TA, contextualizando com as principais tecnologias assistivas disponíveis e suas aplicações no contexto escolar para auxiliar crianças com TEA; ▪ Investigar os benefícios da utilização da Tecnologia Assistiva para crianças com TEA no ambiente escolar, considerando aspectos como melhoria na qualidade de vida, inclusão educacional e desenvolvimento das habilidades cognitivas e sociais. 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A revisão da literatura é uma etapa fundamental na condução de qualquer pesquisa científica e inclui o processo sistemático de busca, seleção, leitura, análise e síntese de informações relacionadas ao tema em discussão. Como aponta Lohn (2005), as revisões bibliográficas permitem o esclarecimento de conceitos importantes, a apresentação de teóricos que trataram de um tema de pesquisa e sua vinculação com as pesquisas realizadas, bem como a demonstração de conhecimento sobre o tema e a discussão de assuntos polêmicos. Ao final da revisão bibliográfica, espera-se ter estabelecido conhecimentos sólidos e sólidos sobre o uso de tecnologia assistiva para crianças com TEA em ambientes escolares e tirar conclusões que ajudem a facilitar a inclusão dessas crianças. 3.1 TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) A expressão autismo surgiu em 1908 quando o psiquiatra Eugen Brauwler inicia sua pesquisa na área, ele é o primeiro a utilizar a palavra, que deriva do grego “Autos, que quer dizer: “Voltar-se para si mesmo”. Tal palavra surgiu devido as pessoas consideradas esquizofrênicas, que viviam acometidos ao isolamento social. O pesquisador Hans Asperger em 1944, realizou uma pesquisa onde pode avaliar o comportamento e as habilidades de algumas crianças. Através desses 8 estudos pode perceber algumas características presentes como a falta de empatia, pouca ou nenhuma interação social e hiper foco em alguns assuntos. Destacou a coordenação motora como bem reduzida ou nenhuma, dificuldades na comunicação e linguagem. Tais sintomas foram denominadas como “Síndrome de Asperger”. (SILVA et al, 2012, p. 113). Com o tempo, as pessoas com autismo deixaram de ser consideradas esquizofrênicas, mas somente na década de 80 que as pesquisas científicas ganharam destaque e estabeleceram uma base mais solida sobre o tema, demonstrando maior foco no diagnóstico e mais critérios para inferir sobre o assunto. Só então é feita uma distinção entre esquizofrenia e autismo, que é considerado um transtorno do desenvolvimento (SILVA et al, 2012). Os manuais CID 10 e DSM III nasceram do progresso feito na medicina e saúde mental, posteriormente se transformando no DSM IV (e eventualmente no 19 DSM V em 2013). O objetivo era fornecer aos profissionais médicos uma melhor orientação sobre como o autismo é definido e categorizado (SILVA et al, 2012, p. 114). Existem cinco tipos clínicos na categoria PDD do DSM-IV-TR português, a saber, Transtorno Autista, Transtorno de Rett, Transtorno Desintegrativo da Infância, Transtorno de Asperger e Transtorno Invasivo do Desenvolvimento Sem Outra Especificação. No entanto, os critérios diagnósticos para autismo sofreram mudanças significativas na versão de maio de 2013 do DSM-V, que finalmente abraçou o TEA como uma categoria diagnóstica (MEMNON, 2014, p 8-10). O Transtorno do Espectro Autista (TEA), é uma condição neuropsiquiátrica que se caracteriza por alterações no desenvolvimento da comunicação social e na presença de comportamentos repetitivos e restritos. Segundo Meltzer e seus colaboradores (2017), o TEA é um distúrbio que afeta cerca de 1% da população mundial e tem como principal característica a dificuldade de interação social, além de desafios na comunicação e na linguagem, bem como comportamentos repetitivos e estereotipados. No contexto escolar, crianças com TEA enfrentam diversos desafios, desde a dificuldade de adaptação a novos ambientes e rotinas até a inclusão social e educacional. De acordo com Riviera e seus colaboradores (2016), a inclusão escolar de crianças com TEA exige uma atenção especial por parte da escola e dos 9 professores, que precisam estar preparados para lidar com as demandas específicas dessas crianças. 3.2 TECNOLOGIA ASSISTIVA DIRECIONADO AO TEA Em atendimento aos direitos humanos consagrados na Constituição Federal brasileira, houve um aumento significativo na participação das pessoas com deficiência na sociedade. Com esse avanço, a demanda por Tecnologias Assistivas (TA) tem aumentado em todo o mundo (FREITAS; ROSA; ROSA, 2020). Ainda que o TA não seja algo novo e exista desde a antiguidade, como na forma de bengalas de madeira utilizadas como apoio para caminhar (GALVÃO FILHO, 2009). As tecnologias assistivas são ferramentas que visam auxiliar pessoas com deficiência a realizarem atividades cotidianas e a participarem plenamente da sociedade. No contexto escolar, as tecnologias assistivas podem ser utilizadas para auxiliar crianças com TEA a se comunicarem melhor, a realizarem atividades de forma mais independente e a melhorarem sua inclusão social e educacional. Segundo Lacerda e sua equipe (2019), as tecnologias assistivas podem ser classificadas em diversas categorias, como tecnologias para comunicação aumentativa e alternativa, tecnologias de apoio à mobilidade, tecnologias de apoio à acessibilidade, entre outras. Cada uma dessas categorias pode ser utilizada de forma específica para auxiliar crianças com TEA em diferentes aspectos do seu desenvolvimento. A utilização da Tecnologia Assistiva pode trazer diversosbenefícios para crianças com TEA no ambiente escolar. A fim de aumentar a independência, a inclusão social e a qualidade de vida geral, existem atualmente vários mecanismos especializados em melhorar uma gama diversificada de atividades, como trabalho, mobilidade, comunicação e maior acesso ao alcance global (BERSCH, 2017; ALVES; RODRIGUES, 2013). Com as políticas governamentais como a Política Nacional de Educação Especial e na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI), é possível realizar solicitações de Tecnologias Assistivas no Brasil. Tal iniciativa tem como objetivo integrar tanto os alunos com deficiência, quanto aqueles com TEA e altas 10 habilidades/superdotação, nas escolas para uma melhor participação geral dos ambientes de aprendizagem. (BRASIL, 2008). A área de conhecimento multidisciplinar com a qual as pessoas com necessidades complexas de comunicação mais interagem é a Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA). AAC é o TA primário usado durante o desenvolvimento de crianças com autismo. Essa técnica envolve o uso de vários recursos e modalidades para substituir ou complementar temporária ou permanentemente as habilidades de comunicação existentes de uma pessoa (ERICKSON; IACONO; TREMBAT, 2016). Por exemplo, eles incluem gestos e gestos, símbolos gráficos, dispositivos de sistema de voz, placas de comunicação e muito mais. É um termo amplamente utilizado por crianças e adultos verbais e não verbais, seja por meio de aparatos tecnológicos ou apenas de gestos, sem a necessidade de ferramentas específicas (CESD, [2003-2022]). Uma das tecnologias assistivas divulgadas na literatura é o Picture Exchange Communication System (PECS), que é uma ferramenta de Comunicação Complementar e/ou Alternativa (CSA), sendo a ideia de que uma criança solicite algum material ou faça algo por meio de uma imagem de crianças com TEA comunicação, estimulando o diálogo, a interação social e a autonomia (BRANCO; LUZ, 2021). Outro AT descoberto é o "SCALA", cuja ideia principal é ajudar a monitorar a alfabetização em pacientes com TEA. Seu primeiro protótipo online foi criado em 2009 por pesquisadores e alunos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) por meio do Grupo de Tecnologia Educacional para Inclusão Social e Aprendizagem (TEIAS). Ao longo dos anos, a plataforma foi crescendo e também foi criada uma versão mobile. Possui duas abas (Quadros e Histórias) e possui diversas categorias de imagens como Pessoas, Objetos, Natureza e Comida. Também possui uma categoria "Minhas Imagens", onde as pessoas podem colocar suas próprias imagens na plataforma. Assim como os CAAs tradicionais, o quadro é projetado para facilitar uma melhor comunicação entre as pessoas, sejam elas com TEA ou não. Essas histórias são utilizadas com sugestões que estimulam o diálogo, podem ser fornecidas pela plataforma ou criadas pelos próprios usuários, podendo ser apresentadas como faladas ou lidas dependendo do que está escrito 11 (BITTENCOURT, FUMES, 2016). O uso de tecnologia assistiva (TA) é muito relevante e fundamental para a qualidade do ensino de alunos com TEA, pois apoia e auxilia na conversação e no desenvolvimento comportamental e cognitivo, além de potencializar o desempenho, a presença e o desempenho na escola por meio de ajustes a estrutura do curso, materiais apropriados e modalidades eletrônicas para concluir as tarefas são necessários para auxiliar no conteúdo de aprendizagem. (ASFORA; SILVA; SILVA, 2015). Avanços recentes na educação especial são evidenciados no aumento das matrículas nas redes de ensino em todo o Brasil (BRASIL, 2008). No entanto, ainda há muito a ser feito para aumentar a inclusão social das pessoas com deficiência, envolvendo todos os setores, sejam as escolas ou a própria população (ALVES; RODRIGUES, 2013). A tecnologia está crescendo exponencialmente e esta é uma grande aliada na criação e desenvolvimento de novas tecnologias assistivas para facilitar o dia a dia daqueles que dependem de tais ferramentas (BERSCH, 2017). 4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Para atingir plenamente os objetivos traçados neste trabalho, é fundamental empregar procedimentos metodológicos que permitam a busca e análise de informações relevantes sobre o tema. Nesse sentido, este capítulo apresenta os procedimentos metodológicos empregados nesta revisão bibliográfica, incluindo a revisão bibliográfica propriamente dita, e a análise e síntese dos dados obtidos por meio desta revisão. A partir desses procedimentos, espera-se identificar as principais contribuições do uso de tecnologia assistiva em contexto escolar para crianças com TEA e tirar conclusões que possam ajudar os profissionais da educação e da saúde a promover a inclusão dessas crianças. 4.1 CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO 12 O estudo a seguir caracteriza-se como um estudo bibliográfico, pois inclui uma revisão da literatura existente sobre o transtorno do espectro do autismo (TEA), as características e desafios enfrentados por crianças com autismo em ambientes escolares e o uso da tecnologia neste auxílio no caso. Quanto à abordagem metodológica, podemos classificar este estudo como qualitativo porque o objetivo principal foi compreender os benefícios do uso de tecnologia assistiva em ambientes escolares para crianças com TEA por meio de revisão de literatura e análise das informações coletadas. A pesquisa bibliográfica é um método que envolve a análise de material já publicado, como livros, artigos, teses e dissertações, com o objetivo de compreender e avaliar ideias e informações existentes sobre determinado tema. Nesse tipo de pesquisa, é imprescindível realizar uma análise crítica do material selecionado e fornecer um resumo das informações relevantes, a fim de contribuir para o desenvolvimento do conhecimento científico sobre o tema. 4.2 UNIVERSO PESQUISADO Para realizar uma revisão bibliográfica do universo, uma variedade de fontes foram utilizadas. Essas fontes incluíram artigos científicos publicados em periódicos nacionais e internacionais, bem como livros e outras publicações pertinentes ao tema. Vários bancos de dados eletrônicos, incluindo Scopus, Web of Science, PubMed, Google Scholar e a Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD) foram pesquisados para compilar as informações necessárias para esta revisão. Além disso, foram consultadas bibliotecas universitárias e instituições de pesquisa, bem como sites de organizações e associações relacionadas ao tema em questão. Para garantir que os materiais escolhidos fossem adequados ao tema pretendido, alguns critérios foram utilizados no processo de seleção. Isso incluiu a significância do conteúdo em relação ao tema proposto, a atualidade dos artigos e publicações selecionados e a fidedignidade e fidedignidade das fontes utilizadas. Após a aplicação desses critérios, cerca de 50 artigos e publicações relevantes foram selecionados para a revisão bibliográfica. 13 A análise desses estudos permitiu identificar os principais benefícios do uso de tecnologia assistiva em ambientes escolares para crianças com autismo, bem como os desafios e limitações do uso de tecnologia assistiva. Além disso, são identificadas as principais tecnologias assistivas usadas para ajudar crianças com TEA a aprender e desenvolver habilidades sociais e de comunicação. As conclusões desta revisão bibliográfica são apresentadas nas seções Resultados e Discussão deste trabalho. 4.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS Para realizar esta revisão bibliográfica, foram utilizados diversos instrumentos de coleta de dados. Pesquise artigos e publicações relevantes usando palavras- chave relacionadas ao tema relevante, como 'tecnologia assistiva', 'transtorno do espectro do autismo', 'crianças', 'inclusão escolar', etc. Essas palavras-chavesão inseridas nos campos de busca das bases de dados eletrônicas consultadas, possibilitando a obtenção de artigos e publicações relacionados ao tema. Além disso, foram consultadas bibliotecas universitárias e instituições de pesquisa, bem como sites de organizações e associações relacionadas ao tema. As buscas manuais em bibliografias relevantes são realizadas por meio da leitura de artigos e publicações selecionadas com o objetivo de identificar outras fontes de informação pertinentes ao tema em questão. Os critérios de seleção empregados incluíram a relevância do conteúdo para o tema proposto, a atualidade dos artigos e publicações selecionados e a credibilidade e confiabilidade das fontes. Depois de selecionar artigos e publicações relevantes, eles foram lidos crítica e analiticamente na tentativa de identificar as principais contribuições do uso de tecnologia assistiva em ambientes escolares para crianças com TEA. Mas as principais referências utilizadas estão no quadro logo a baixo: Quadro 1- Instrumento de coleta de dados. 14 Instrumento de coleta de dados Universo pesquisado Finalidade do Instrumento ALVES; RODRIGUES, 2013 Tecnologia Assistiva Pessoas com deficiência ou limitação. ASFORA; SILVA; SILVA, 2015 Práticas pedagógicas Aprendizagem das crianças com TEA BERSCH, 2017 Tecnologia Assistiva Crianças com deficiência ou limitação BITTENCOURT, FUMES, 2016 Tecnologia Assistiva Crianças com TEA FREITAS; ROSA; ROSA, 2020 Tecnologia Assistiva Pessoas com deficiência ou limitação GALVÃO FILHO, 2009 Tecnologia Assistiva Pessoas com deficiência ou limitação Fonte: CAVALCANTI e MOREIRA (2008) Portanto, as ferramentas de coleta de dados utilizadas nesta revisão bibliográfica foram bases de dados eletrônicas, bibliotecas universitárias e instituições de pesquisa, sites de organizações e associações relacionadas ao tema, buscas manuais de bibliografias relevantes e crítica e análise de artigos selecionados. 15 5 REFERÊNCIAS ALVES, L. R. G.; RODRIGUES, P. R. Tecnologia Assistiva – Uma revisão do Tema. Revista HOLOS, [S. l.], vol. 6, 2013. ASFORA, R.; SILVA, C. A.; SILVA, R. A. Práticas pedagógicas inclusivas com crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na Educação Infantil. Trabalho de Conclusão de Curso, Graduação em Pedagogia, Universidade Federal Pernambuco, 24p., 2015. BERSCH, R. Introdução à Tecnologia Assistiva. Tecnologia e Educação. Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Disponível em: http://inf.ufes.br/~zegonc/material/Comp_Sociedade/ZEGONC_Tecnologias_Assistiv as_Livro_Introducao_TA.pdf. Acesso em 1 mai. 2023. BITTENCOURT, Ivanise; FUMES, Neiza. A tecnologia assistiva SCALA na promoção de narrativas de sujeitos com Transtorno do Espectro Autista sobre as suas experiências escolares e o autismo. Brazilian Symposium on Computers in Education (Simpósio Brasileiro de Informática na Educação - SBIE), [S.l.], p. 767, nov. 2016. CARNEIRO VB. A tecnologia assistiva no processo de mediação da aprendizagem do aluno autista. EDUCERE. PUCPR. 2015. Disponível em: https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/16117_7472.pdf. Acesso em: 24 de mar.de 2023. 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