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CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 1 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br AULA 04 - COMPETÊNCIA Olá, tudo bem? Vamos para a aula 02 que trata sobre competência, tema sempre recorrente em qualquer concurso que inclua no edital a disciplina de processo civil. As bancas adoram abordar a matéria, sempre com trocadilhos, pegadinhas, “cascas de banana”. JURISDIÇÃO é exercida Art. 1o A jurisdição civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes, em todo o território nacional. Jurisdição é REPARTIDA entre ÓRGÃOS A Lei traça (prefixa) a COMPETÊNCIA dos órgãos jurisdicionais (fixa as atribuições nos LIMITES dentro dos quais eles podem exercer sua PARCELA DE JURISDIÇÃO); LIMITA o poder jurisdicional. A lei define a COMPETÊNCIA de cada órgão jurisdicional (Juízes e Tribunais). Pelo Princípio da Aderência ao Território: o exercício da jurisdição deve estar previamente vinculado a uma delimitação territorial. CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 2 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br A competência do juízo é a quantidade de jurisdição cujo exercício se atribui a um específico órgão judiciário ou a órgãos da mesma espécie, pertencentes à mesma Justiça, localizados no mesmo grau (instância) de jurisdição e ocupando a mesma base territorial. O juízo é cada um dos órgãos jurisdicionais instituídos pela lei (Estado) para o exercício da jurisdição. A competência de juízo é a determinação do órgão concretamente competente para conduzir o processo a partir do início (competência inicial, originária) como também para apreciar os recursos que no processo vierem a ser interpostos (competência recursal). Jurisdição é exercida em todo o território nacionaç COMPETÊNCIA é o LIMITE da jurisdição (LIMITA a jurisdição). É PARCELA da jurisdição. É o poder de exercer a jurisdição nos LIMITES impostos pela lei. São as atribuições do exercício da função jurisdicional dentro do LIMITE estipulado pela lei. Porém o Juiz “A” possui competência para exercer a jurisdição na comarca de Belo Horizonte, na 1ª Vara de Família. CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 3 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Tanto os órgãos de primeiro grau de jurisdição integram o conceito de juízo (varas), como os de jurisdição superior (tribunais). A competência de juízo é atribuída concretamente para a causa ligada a determinada vara (dentre as várias situadas na mesma comarca), assim como para o foro federal de primeira instância, como para determinar a qual tribunal pertencerá à própria causa em seu início (competência originária) ou em relação a eventuais recursos (competência recursal). Assim dispõe o CPC: A lei fixa critérios que distribuem entre os diversos órgãos do Estado a órbita do poder jurisdicional de seus agentes. Fazendo isto a lei confere competência ao órgão estatal incumbido de exercer a jurisdição, nos exatos limites do que foi traçado. O artigo dispõe que “ressalvada às partes a faculdade de instituírem juízo arbitral”. Isso significa que as partes ao realizarem um contrato, por exemplo, estabelecem cláusula dispondo que, posteriormente, caso haja por qualquer motivo, conflito entre eles, este conflito será levado ao conhecimento de um árbitro para resolvê-lo (e não ao conhecimento do Juiz). Ou seja: as partes, previamente a ocorrência de um suposto conflito, subtraem-no a sua apreciação pelo Poder Judiciário. E você pode estar se perguntando: “Professora, e como fica o Princípio da Indelegabilidade da Jurisdição”? Fica do jeitinho que está! não tem nada a ver uma coisa com outra. Pelo Princípio da Indelegabilidade da Jurisdição, o Juiz não pode delegar ao exercício da sua função jurisdicional porque é própria dele. Acontece que aqui ELE, JUIZ NÃO está delegando. A própria lei ressalva que a atividade jurisdicional pode ser exercida por um árbitro, assim como a CF também atribui aos outros Poderes, excepcionalmente, o exercício da função jurisdicional. São exceções, portanto! A função jurisdicional é atribuída abstratamente aos órgãos jurisdicionais e vai se concretizando até que seja determinada a competência concreta do Juiz competente para determinado Art. 86. As causas cíveis serão processadas e decididas, ou simplesmente decididas, pelos órgãos jurisdicionais, nos limites de sua competência, ressalvada às partes a faculdade de instituírem juízo arbitral. CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 4 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br processo. Assim, fixado o Juiz competente, excluem-se os demais, para que só aquele exerça, em concreto, a sua parcela de jurisdição. A distribuição da competência é feita pela Constituição Federal, lei federal (CPC), Constituições Estaduais, leis de organização judiciária. O CPC traça o seguinte quadro da competência: A primeira limitação da jurisdição ocorre em torno da linha divisória de um Estado estrangeiro em face de outros: competência geral, externa ou internacional. A competência internacional divide-se em: a) exclusiva e b) concorrente. Observe o que dispõe o CPC: Na internacional verifica-se, diante de um caso concreto, se a causa será julgada perante a justiça brasileira ou pela justiça estrangeira. COMPETÊNCIA INTERNA INTERNACIONAL EXCLUSIVA CONCORRENTE RELATIVA ABSOLUTA FUNCIONAL (HIERÁRQUICA) MATÉRIA TERRITORIAL (FORO) VALOR RECURSAL ORIGINÁRIA COMPETÊNCIA INTERNACIONAL CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 5 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Internacional Exclusiva Concorrente Art. 88. É competente a autoridade judiciária brasileira quando: I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação. Exemplo: contrato realizado no estrangeiro com cláusula de cumprimento da obrigação aqui no Brasil; III - a ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil. Diz respeito à responsabilidade civil: estrangeiro vem passar uns dias no Brasil e causa dano, prejuízo = dever de indenizar. Parágrafo único. Para o fim do disposto no no I, reputa-se domiciliada no Brasil a pessoa jurídica estrangeira que aqui tiver agência, filial ou sucursal. Art. 89. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil. II - proceder a inventário e partilha de bens, situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja estrangeiro e tenha residido fora do território nacional. Não distingue se são bens móveis ou imóveis. CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 6 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Exclusiva: Imóvel Inventário e partilha de bens Litispendência significa litis (lide) e pendência (pendente, que está em curso), duas lides idênticas pendentes, ou seja: ocorrência simultânea de duas ou mais demandas. Há litispendência quando uma ação repete outra em curso. Pois bem! A justiça brasileira é indiferente que se tenha ajuizado ação em país estrangeiro, que seja idêntica a outra que aqui tramite. A ação que foi proposta em tribunal estrangeiro, mesmo que seja proposta no Brasil não será considerado litispendência. Art. 90. A ação intentada perante tribunal estrangeiro não induz litispendência, nem obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas. Internacional Exclusiva Concorrente Pode ser instaurada a ação no Brasil e a mesma ação em país estrangeiro. Compete exclusivamente a autoridade judiciária (Juiz) brasileira (excluída qualquer outra autoridadejudiciária) processar e julgar as referidas causas. CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 7 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Uma vez determinada que a competência para processar e julgar determinada causa é interna (do Brasil e não de outro Estado estrangeiro), há a necessidade de delimita-la no âmbito interno. Vamos primeiro ver em que consiste a competência absoluta e a relativa. Os limites da jurisdição nem sempre são intransponíveis. Pode ser que, em determinadas situações, um Juiz incompetente (de acordo com as regras estabelecidas) para processar e julgar determinada causa, possa ter sua competência ampliada, prorrogada, tornando-se competente para conhecê-la. Normalmente não tem competência para aquela causa, mas por um fato superveniente, adquire competência que não tinha. COMPETÊNCIA INTERNA INTERNA RELATIVA ABSOLUTA FUNCIONAL (HIERÁRQUICA) MATÉRIA TERRITORIAL (FORO) VALOR RECURSAL ORIGINÁRIA PESSOA CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 8 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br INTERNA RELATIVA ABSOLUTA NÃO é modificável, ampliada, prorrogada. O Juiz deve decretar de ofício ou a requerimento das partes. Acarreta a nulidade da sentença de mérito. A incompetência absoluta é vício insanável, incorrigível. Art. 113. A incompetência absoluta deve ser declarada de ofício e pode ser alegada, em qualquer tempo e grau de jurisdição, independentemente de exceção. § 1o Não sendo, porém, deduzida no prazo da contestação, ou na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos autos, a parte responderá integralmente pelas custas. § 2o Declarada a incompetência absoluta, somente os atos decisórios serão nulos, remetendo-se os autos ao juiz competente. Art. 111. A competência em razão da matéria e da hierarquia é inderrogável por convenção das partes; mas estas podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde serão propostas as ações oriundas de direitos e obrigações. É modificável, ampliada, prorrogada. Esta prorroga-se, tornando competente o Juiz até então incompetente se não for alegada no prazo. A vontade das partes ou a eleição de foro (Território) pode modificar as regras da competência. Art. 102. A competência, em razão do valor e do território (Relativa), poderá modificar-se pela conexão ou continência, observado o disposto nos artigos seguintes. Art. 111. A competência em razão da matéria e da hierarquia é inderrogável por convenção das partes; mas estas podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde serão propostas as ações oriundas de direitos e obrigações. Trata-se do FORO DE ELEIÇÃO: as partes num determinado contrato podem eleger o foro para dirimir futuros litígios, se houver. § 1o O acordo, porém, só produz efeito, quando constar de contrato escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico. § 2o O foro contratual (de eleição) obriga os herdeiros e sucessores das partes. CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 9 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br A Constituição Federal determina expressamente a competência de cada uma das Justiças e dos Tribunais Superiores da União. A lei federal (CPC) determina as regras sobre o foro (território) onde será proposta a ação, em qual comarca ou seção judiciária, podendo haver o foro de eleição, ou seja, as partes podem eleger o foro onde será proposta a ação. As Constituições Estaduais distribuem a competência originária dos tribunais locais, determinando qual o órgão competente para julgar, INTERNA ABSOLUTA MATÉRIA E PESSOA O CPC deixou a cargo das normas de organização judiciária a fixação da competência em razão da matéria (ratione materiae): Art. 91. Regem a competência em razão do valor e da matéria as normas de organização judiciária, ressalvados os casos expressos neste Código. Porém, faz duas restrições: o processo de insolvência e as ações concernentes ao estado e à capacidade da pessoa SÓ podem ser processadas e julgadas por Juiz de Direito: Art. 92. Compete, porém, exclusivamente ao juiz de direito processar e julgar: I - o processo de insolvência; II - as ações concernentes ao estado e à capacidade da pessoa. O CPC também não faz menção à competência em razão da pessoa (ratione personae, por exemplo, pessoa jurídica de direito público), também espécie de competência absoluta. A CF dispõe sobre a competência (em razão da matéria e da pessoa) do STF, STJ, Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais, Tribunais e Juízes do Trabalho, Tribunais e Juízes Eleitorais, Tribunais e Juízes Militares, Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 10 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br se é inferior (1ª instância) ou superior (2ª instância), respeitando-se sempre o duplo grau de jurisdição. As leis de organização judiciária determina a competência interna, qual o juiz competente para julgar o processo. Na internacional verifica-se, diante de um caso concreto, se a causa será julgada perante a justiça brasileira ou se foge a sua territorialidade. INTERNA ABSOLUTA FUNCIONAL (HIERARQUIA) O CPC assim dispõe sobre a competência funcional (hierárquica): Art. 93. Regem a competência dos tribunais as normas da Constituição da República e de organização judiciária. A competência funcional dos juízes de primeiro grau é disciplinada neste Código. A competência funcional ou hierárquica é estabelecida em razão da FUNÇÃO de CADA ÓRGÃO determinando quem é competente para tomar conhecimento da ação no ato de sua propositura. Diz respeito à competência originária e em grau de recurso. No plano horizontal (mesmo grau) a competência pode ocorrer pelo Princípio da Identidade física do Juiz: “Juiz competente para a decisão é o Juiz que houver concluído a audiência de instrução, salvo PLACA (promovido, licenciado, aposentado, convocado ou afastado)”. No plano vertical (grau hierárquico) a competência funcional dos Tribunais (competência hierárquica) diz respeito à competência originária e recursal e é estabelecida pela CF. Vale lembrar que os Juízes de 1º grau possuem competência originária e, de regra, de suas decisões, cabe recurso para o Tribunal. Estes possuem competência originária (a ação se inicia, nasce lá) e competência recursal. 2º GRAU 1º GRAU CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 11 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Observe: Art. 111. A competência em razão da matéria e da hierarquia (absoluta) é inderrogável por convenção das partes; mas estas podem modificar a competência em razão do valor e do território (relativas), elegendo foro onde serão propostas as ações oriundas de direitos e obrigações. § 1o O acordo, porém, só produz efeito, quando constar de contrato escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico. § 2o O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes. INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA: Art. 112. Argui-se, por meio de exceção, a incompetência relativa. Parágrafo único. A nulidade da cláusula de eleição de foro, em contrato de adesão, pode ser declarada de ofício pelo juiz, que declinará de competência para o juízo de domicílio do réu. INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA: Art. 113. A incompetência absoluta deve ser declarada de ofício e pode ser alegada, em qualquer tempo e grau de jurisdição, independentemente de exceção. § 1o Não sendo, porém, deduzida no prazo da contestação, ou na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos autos, a parte responderá integralmente pelas custas. Se a parte a quem se beneficia da declaração daincompetência absoluta não a alegar no prazo da defesa (contestação) ou na primeira vez que falar nos autos, pagará integralmente as custas processuais. § 2o Declarada a incompetência absoluta, somente os atos decisórios serão nulos, remetendo-se os autos ao juiz competente. CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 12 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br INTERNA RELATIVA TERRITORIAL (FORO) RELATIVA TERRITORIAL (FORO) VALOR TV é RELATIVA Territorial Valor é competência RELATIVA GERAL ESPECIAL Ações Pessoais e Ações de Direito Real sobre bens MÓVEIS Ações Reais (imóveis) Domicílio do Réu (regra) Situação da coisa (Bem Imóvel) Apurado o FORO competente Apura-se o JUÍZO (VARA) competente COMPETÊNCIA RELATIVA CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 13 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br O foro indica a base territorial sobre a qual determinado órgão judiciário exerce a sua competência. Em primeira instância da Justiça Estadual, o foro é a comarca (cidade). Todos os Estados são divididos em comarcas onde os Juízes de primeiro grau exercem sua jurisdição. Na Justiça Federal não há divisão em comarcas. Juízos são unidades judiciárias, integrada pelo Juiz e seus auxiliares. Na Justiça Comum Estadual, o Juízo significa Vara. Note que no mesmo foro (comarca) pode haver vários Juízos (Varas). Quando se quer apurar em que comarca determinada causa deve ser proposta, estar se querendo saber qual o foro competente. Quando dentro da comarca procura-se a Vara, busca-se determinar o Juízo competente. A competência territorial é utilizada pelo CPC para indicar o foro, levando-se em consideração a localização territorial (domicílio das partes ou situação do imóvel). TERRITORIAL (FORO) GERAL ou COMUM Art. 94. A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada em direito real sobre bens móveis serão propostas, em regra, no foro do domicílio do réu. Domicílio do Réu (regra geral) § 2o Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele será demandado onde for encontrado ou no foro do domicílio do autor. onde for encontrado ou no foro do domicílio do autor § 1o Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles. Foro de qualquer deles CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 14 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br § 3o Quando o réu não tiver domicílio nem residência no Brasil, a ação será proposta no foro do domicílio do autor. Se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer foro. § 4o Havendo dois ou mais réus, com diferentes domicílios, serão demandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor. foro do domicílio do autor foro de qualquer deles, à escolha do autor qualquer foro ESPECIAL (Imóvel, Autor de herança, Ausente, Incapaz, União, Mulher, Alimentado, Devedor, pessoa Jurídica, Administrador e Reparação de dano) IMÓVEL: Art. 95. Nas ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro da situação da coisa. Foro da situação da coisa IMÓVEL: Art. 95. Pode o autor, entretanto, optar pelo foro do domicílio ou de eleição, não recaindo o litígio sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, posse, divisão e demarcação de terras e nunciação de obra nova. SE o litígio NÃO VERSAR sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, posse, divisão e demarcação de terras e nunciação de obra nova. Autor pode optar pelo foro do domicílio do réu ou foro de eleição (escolhido no contrato) Autor pode optar pelo foro do domicílio do réu ou foro de eleição CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 15 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br V Parágrafo único. É, porém, competente o foro: II - do lugar em que ocorreu o óbito se o autor da herança não tinha domicílio certo e possuía bens em lugares diferentes. Parágrafo único. É, porém, competente o foro: I - da situação dos bens, se o autor da herança não possuía domicílio certo; Situação dos bens AUTOR DE HERANÇA: Art. 96. O foro do domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade e todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro. Foro do domicílio do autor da herança, no Brasil AUSENTE: Art. 97. As ações em que o ausente for réu correm no foro de seu último domicílio, que é também o competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o cumprimento de disposições testamentárias. Lugar em que ocorreu o óbito Foro de seu último domicílio, que é também o competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o cumprimento de disposições testamentárias. INCAPAZ: Art. 98. A ação em que o incapaz for réu se processará no foro do domicílio de seu representante. Foro do domicílio de seu representante. CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 16 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br UNIÃO: Art. 99. O foro da Capital do Estado ou do Território é competente: I - para as causas em que a União for autora, ré ou interveniente; II - para as causas em que o Território for autor, réu ou interveniente. Parágrafo único. Correndo o processo perante outro juiz, serão os autos remetidos ao juiz competente da Capital do Estado ou Território, tanto que neles intervenha uma das entidades mencionadas neste artigo. Excetuam-se: I - o processo de insolvência; II - os casos previstos em lei. Foro da Capital do Estado ou do Território CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 17 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Competência territorial- Art. 100. É competente o foro: MULHER: I - da residência da mulher, para a ação de separação dos cônjuges e a conversão desta em divórcio, e para a anulação de casamento; ALIMENTANDO: II - do domicílio ou da residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos; DEVEDOR: III - do domicílio do devedor, para a ação de anulação de títulos extraviados ou destruídos; IV - do lugar: PESSOA JURÍDICA: a) onde está a sede, para a ação em que for ré a pessoa jurídica; FILIAL: b) onde se acha a agência ou sucursal, quanto às obrigações que ela contraiu; c) onde exerce a sua atividade principal, para a ação em que for ré a sociedade, que carece (não possue) de personalidade jurídica; d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento; V - do lugar do ato ou fato: REPARAÇÃO DE DANO: a) para a ação de reparação do dano; ADMINISTRADOR RÉU: b) para a ação em que for réu o administrador ou gestor de negócios alheios. REPARAÇÃO DE DANO (Delito ou Acidente de veículo): Parágrafo único. Nas ações de reparação do dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, será competente o foro do domicílio do autor ou do local do fato. Foro do domicílio ou residência do alimentando Foro da residência da mulher Foro do domicílio do devedor Foro do lugar da sede Foro do lugar da agência ou sucursal (filial) Foro do lugar da atividade principal Foro do lugar onde a obrigação deve ser satisfeita Foro do lugar do ato ou fato Foro do lugar do ato ou fato Foro do domicílio do autor ou do local do fato CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 18 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Foro Geral e Especial Observe que ambos fixam regras em torno do DOMICÍLIO, mesmo o foro especial. Observe que no foro especial a regra para os imóveis é o foro da situação da coisa, podendoser feita a escolha pelo domicílio (naquelas situações). Até para autor de herança a regra é o domicílio (excetuando as duas situações: lugar da situação da coisa ou lugar do óbito). DICAS, BIZUS E MACETES CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 19 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Art. 87. Determina-se a competência no momento em que a ação é proposta. São irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem o órgão judiciário ou alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia. PERPETUAÇÃO DA JURISDIÇÃO Perpetuatio Iurisdictionis REGRA: Firmada a competência de um Juiz, ela perdura até o final da demanda (ação). É isso! O Juiz competente para conhecer e decidir de uma ação continua competente até que se esgote a sua função jurisdicional, até profira a decisão da causa ou execute a sentença. REGRA: Uma vez proposta à ação não importa (para o efeito da competência) modificações do estado de fato das pessoas ocorridas posteriormente (ex: mudança de domicílio, valor do bem litigioso) ou modificações no estado de direito (venda do bem objeto do litígio). FIRMADA A COMPETÊNCIA, ATÉ QUANDO O JUIZ PERMANECE COMPETÊNTE? EXCEÇÕES: Em duas hipóteses a competência se transfere: a) Supressão do órgão judiciário (o órgão judiciário perante o qual foi proposta a ação, foi suprimido, necessariamente deve outro passar a ser competente para a causa). b) Alteração da competência em razão da matéria ou da hierarquia (tratam de competências absolutas. Se determinado órgão passou a ser competente para apreciar determinada matéria – ex: STJ passou a ser competente para homologar as sentenças estrangeiras, e não mais o STF – a causa deve necessariamente ser transferida para ele). CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 20 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Exemplo de prorrogação da competência: MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA (PRORROGAÇÃO DA COMPETÊNCIA) (AMPLIAÇÃO DA COMPETÊNCIA) COMPETÊNCIA RELATIVA É o fenômeno processual pelo qual um Juiz incompetente se transforma em Juiz competente. Amplia-se, dilata-se, prorroga- se a competência; ele passa a conhecer e decidir causas em relação à qual, segundo os critérios de competência, ele seria incompetente. Art. 114. Prorrogar-se-á a competência se dela o juiz não declinar na forma do parágrafo único do art. 112 desta Lei ou o réu não opuser exceção declinatória nos casos e prazos legais. Ou seja: se o Juiz não declinar (parágrafo único, art. 112) ou o réu não arguir a incompetência relativa do Juiz, esta se amplia e ele passa a ser competente para esta causa. Competência Absoluta: NÃO é modificável, ampliada, prorrogada. O Juiz deve decretar de ofício ou a requerimento das partes. Acarreta a nulidade da sentença de mérito. A incompetência absoluta é vício insanável, incorrigível. Pode ser alegada a qualquer tempo e em qualquer grau de jurisdição, inclusive por ação rescisória. O Juiz deve declarar a incompetência absoluta. Art. 108. A ação acessória será proposta perante o juiz competente para a ação principal. Competência Relativa: É modificável, ampliada, prorrogada. Esta se prorroga, tornando competente o Juiz até então incompetente se não for alegada no prazo. A vontade das partes ou a eleição de foro (Território) pode modificar as regras da competência. O juiz pode declara-se relativamente incompetente (parágrafo único, art. 122) e o réu pode alegar, arguir. CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 21 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Outro exemplo de prorrogação da competência: a) Prorrogação legal – dá-se nos casos em que entre duas ações haja relação de conexidade ou continência. Em ambos os casos, a semelhança apresentada ao Estado-juiz aconselha que se forme uma convicção única, evitando assim, decisões contraditórias em dois processos distintos e atendendo o princípio da economia processual. Se uma das causa conexas ou ligadas por nexo de continência for de competência territorial de um órgão e a outra for da competência de outro, prorroga-se a competência de ambos. b) Prorrogação voluntária: dá-se em virtude de acordo expressamente formulado pelos titulares da relação jurídica Art. 112. Argui-se, por meio de exceção, a incompetência relativa. Parágrafo único. A nulidade da cláusula de eleição de foro, em contrato de adesão, pode ser declarada de ofício pelo juiz, que declinará de competência para o juízo de domicílio do réu. No contrato (negócio jurídico) as partes podem eleger o foro para o caso de, surgindo futuro conflito, este ser processado e julgado neste foro. A lei dá essa liberdade às partes de elegerem o foro para dirimir os conflitos decorrentes do contrato. Porém este foro só será utilidade para este contrato. Art. 102. A competência, em razão do valor e do território, poderá modificar-se pela conexão ou continência, observado o disposto nos artigos seguintes. Conexão (atração de causas): é o vínculo entre duas ou mais ações por terem um ou dois elementos idênticos. Que elementos são esses? Art. 103. Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando lhes for comum o objeto ou a causa de pedir. Continência: Art. 104. Dá-se a continência entre duas ou mais ações sempre que há identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras. Art. 105. Havendo conexão ou continência, o juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, pode ordenar a reunião de ações propostas em separado, a fim de que sejam decididas simultaneamente. Este tema será profundamente estudado, em detalhes na aula 05. CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 22 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br controvertida, antes da instauração do processo. Quando a ação é proposta em foro incompetente e o réu não alega a incompetência no prazo de 15 dias através da exceção de incompetência, acarreta a prorrogação tácita. A competência em razão da matéria e hierarquia (funcional) são competências absolutas, portanto inderrogáveis. As competências modificáveis são as em razão do valor e do território, bem como a do foro de eleição. COMPETÊNCIA IMODIFICÁVEL COMPETÊNCIA MODIFICÁVEL Art. 102. A competência, em razão do valor e do território, poderá modificar-se pela conexão ou continência (...). Art. 111. A competência em razão da matéria e da hierarquia (funcional) é inderrogável por convenção (acordo) das partes; mas estas (partes) podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro (foro de eleição, no contrato) onde serão propostas as ações oriundas de direitos e obrigações. § 1o O acordo, porém, só produz efeito, quando constar de contrato escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico. § 2o O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes. MATÉRIA HIERARQUIA (Funcional) TERRITÓRIO VALOR ELEIÇÃO CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 23 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Outro exemplo em que a prevenção fixa a competência: Art. 106. Correndo em separado ações conexas perante juízes que têm a mesma competência territorial, considera-se prevento aquele que despachou em primeiro lugar. O despacho do Juiz o torna competente no caso de ações conexas estar “correndo” perante Juízes com a mesma competência. PREVENÇÃO É o fenômeno processual pelo qual, existindo vários Juízes igualmente competentes, firma-se a competência daquele que em primeiro lugar tomar conhecimento da causa. O Juiz que conhecer da causa em primeiro lugar, terá sua jurisdição preventa. Observe: ele era cumulativamente, igualmentecompetente com outros Juízes para conhecer determinada causa. Ao tomar conhecimento desta em primeiro lugar passou a ser o único competente. Note que a prevenção firma a competência de um Juiz já competente. Cuidado! A prevenção não é critério de determinação da competência. O Juiz ao conhecer da causa já era competente. Art. 107. Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado ou comarca, determinar-se-á o foro pela prevenção, estendendo-se a competência sobre a totalidade do imóvel. Exemplo: a metade do imóvel situa-se no Piauí e a outra metade no Ceará. CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 24 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Para se chegar ao órgão competente devemos percorrer o seguinte caminho: 1) É competente a Justiça brasileira? (competência internacional). Vamos buscar a resposta da atenta leitura dos arts. 88 e 89 do CPC 2) Qual é a Justiça competente? (competência "de jurisdição). Para esta resposta vamos à CF que, em seus arts. 109 (competência da Justiça Federal); art. 114 (competência da Justiça do Trabalho); art. 121 (Justiça Eleitoral); art. 124 (Justiça Militar) e art. 125, §§ 3º e 4º (Justiça Militar Estadual). 3) Qual o órgão, superior ou inferior, é o competente? (competência originária). A competência originária, em regra, é do juízo de primeira instância. A exceção deve estar prevista nas Constituições Federal e Estaduais que tratam das competências dos tribunais. 4) Qual a Comarca, ou Seção Judiciária, competente? (competência de foro). Por Foro, entende-se a circunscrição territorial judiciária onde a causa deve ser proposta (Comarca ou Seção Judiciária). É a que mais pormenorizada vem discriminada nas leis processuais, principalmente nos Código de Processo Civil e Processo Penal. 5) Qual a Vara competente? (competência do juízo). Esta competência resulta da distribuição dos processos entre os órgãos judiciários do mesmo Foro. Juízo é sinônimo de órgão judiciário e, em primeiro grau de jurisdição, corresponde às varas. Em um só Foro pode haver mais de um juízo ou Vara. Art. 109. O juiz da causa principal é também competente para a reconvenção, a ação declaratória incidente, as ações de garantia e outras que respeitam ao terceiro interveniente. Art. 110. Se o conhecimento da lide depender necessariamente da verificação da existência de fato delituoso, pode o juiz mandar sobrestar (suspender) no andamento do processo até que se pronuncie a justiça criminal. Parágrafo único. Se a ação penal não for exercida dentro de 30 (trinta) dias, contados da intimação do despacho de sobrestamento, cessará o efeito deste, decidindo o juiz cível a questão prejudicial. “Prejudicial” significa questão que deve ser decidida antes da questão principal. Numa questão cível sobre casamento, o Juiz cível pode suspender a questão até que seja julgado o suposto delito da questão penal (exemplo, saber se cometeu crime de bigamia). CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 25 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Primeira regra: Faz todo o sentido o artigo apresentado: se a parte alegou a incompetência, como poderia, agora, alegar conflito de competência? Segunda regra: o conflito de competência não obsta, porém, a que a parte, que o não suscitou, ofereça exceção declinatória do foro (o réu impugna o juízo no qual a ação foi contra ele proposta, e indica o foro competente). CONFLITO DE COMPETÊNCIA Art. 115. Há conflito de competência: I - quando dois ou mais juízes se declaram competentes. II - quando dois ou mais juízes se consideram incompetentes. III - quando entre dois ou mais juízes surge controvérsia acerca da reunião ou separação de processos. QUEM PODE ALEGAR (ARGUIR) O CONFLITO DE COMPETÊNCIA? Art. 116. O conflito pode ser suscitado por qualquer das partes, pelo Ministério Público ou pelo juiz. Parágrafo único. O Ministério Público será ouvido em todos os conflitos de competência; mas terá qualidade de parte naqueles que suscitar. QUEM NÃO PODE ALEGAR (ARGUIR) O CONFLITO DE COMPETÊNCIA? Art. 117. Não pode suscitar conflito a parte (réu) que, no processo, ofereceu exceção de incompetência. Parágrafo único. O conflito de competência não obsta, porém, a que a parte, que o não suscitou, ofereça exceção declinatória do foro. CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 26 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br 5 dias PROCESSO DO CONFLITO DE COMPETÊNCIA (no Tribunal) PETIÇÃO – art. 118 DISTRIBUIÇÃO Relator provoca a manifestação do Juiz (ou Juízes) suscitado(s): art. 119. Juiz presta informações - Art. 120 Vista ao Ministério Público - Art. 121 Relator apresenta o conflito em sessão de julgamento O Tribunal declarará qual o juiz competente, pronunciando-se também sobre a validade dos atos do juiz incompetente. Parágrafo único. Os autos do processo, em que se manifestou o conflito, serão remetidos ao juiz declarado competente. O processo será remetido ao juiz declarado competente CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 27 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Uma última informação: Justiça Estadual: A CF NÃO delimitou a competência da Justiça Estadual, portanto, ela é RESIDUAL: A Justiça Comum Estadual é competente para apreciar matérias que não sejam parte da competência das outras justiças, como as especializadas e a federal (que tem suas competências delimitadas pela CR). Art. 118. O conflito (de competência) será suscitado ao presidente do tribunal: I - pelo juiz, por ofício; II - pela parte e pelo Ministério Público, por petição. Parágrafo único. O ofício e a petição serão instruídos com os documentos necessários à prova do conflito. Art. 119. Após a distribuição, o relator mandará ouvir os juízes em conflito, ou apenas o suscitado, se um deles for suscitante; dentro do prazo assinado pelo relator, caberá ao juiz ou juízes prestar as informações. Art. 120. Poderá o relator, de ofício, ou a requerimento de qualquer das partes, determinar, quando o conflito for positivo, seja sobrestado (suspender) o processo, mas, neste caso, bem como no de conflito negativo, designará um dos juízes para resolver, em caráter provisório, as medidas urgentes. Parágrafo único. Havendo jurisprudência dominante do tribunal sobre a questão suscitada, o relator poderá decidir de plano o conflito de competência, cabendo agravo, no prazo de cinco dias, contado da intimação da decisão às partes, para o órgão recursal competente. Art. 121. Decorrido o prazo, com informações ou sem elas, será ouvido, em 5 (cinco) dias, o Ministério Público; em seguida o relator apresentará o conflito em sessão de julgamento. Art. 122. Ao decidir o conflito, o tribunal declarará qual o juiz competente, pronunciando-se também sobre a validade dos atos do juiz incompetente. Parágrafo único. Os autos do processo, em que se manifestou o conflito, serão remetidos ao juiz declarado competente. CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 28 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais: I - processar e julgar, originariamente: a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da região; c) os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal; d) os "habeas-corpus", quando a autoridade coatora for juiz federal; e) os conflitos de competência entrejuízes federais vinculados ao Tribunal; II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição. Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País; III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional; IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 29 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira; VII - os "habeas-corpus", em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição; VIII - os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais; IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar; X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; XI - a disputa sobre direitos indígenas. § 1º - As causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte. § 2º - As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal. § 3º - Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também processadas e julgadas pela justiça estadual. CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 30 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br § 4º - Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será sempre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz de primeiro grau. § 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma seção judiciária que terá por sede a respectiva Capital, e varas localizadas segundo o estabelecido em lei. Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições cometidas aos juízes federais caberão aos juízes da justiça local, na forma da lei. COMPETÊNCIA DE JUSTIÇA FEDERAL Art. 109 – Competência dos Juízes Federais: Primeira observação: O Juiz Estadual em algumas situações será investido de jurisdição federal (§3° do Art. 109 CF). Para tanto, é necessário preencher dois pressupostos: 1 Na localidade não haja sede da Justiça Federal. 2 Autorização legal expressa: a. Autorização constitucional para causas que envolvam segurados e INSS - causas previdenciárias e assistenciais; b. Leis federais elencam hipóteses, como por exemplo: Art. 108: Tribunal Regional Federal: execução fiscal, usucapião especial rural, cumprimento de cartas precatórias federais, justificações). CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 31 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA PESSOA Art. 109, incisos I, II, VIII O art. 109 da Carta Magna enumera as diversas matérias de competência da Justiça Federal, tanto na área civil quanto na penal. O caput do artigo utiliza a expressão "compete processar e julgar", delimitando as causas que o Juiz Federal está habilitado a processar (que significa instruir, propiciar o amplo exercício do contraditório e da produção de provas) e julgar (que representa a prolatação de uma sentença, com a possibilidade de formação do seu convencimento sobre a matéria analisada, caso ela seja de mérito). Inciso I: As causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; - entidade autárquicas: conselhos de fiscalização profissional, agencia reguladoras, banco central, as fundações (FUNAI) - se for sociedade economia mista – justiça estadual (BB) - o MPF não é união, autarquia ou empresa pública. A presença do MPF em juízo, não faz que causa seja da justiça federal, pois pode eles praticar atos na justiça estadual. - a intervenção de ente federal no feito no juízo estadual: O termo "entidade autárquica" é gênero e possui um amplo alcance, incluindo em seu conceito as fundações públicas federais (chamadas por alguns doutrinadores de fundações autárquicas), as universidades públicas federais (UFC, UFPR, etc), as agências reguladoras (ANEEL, ANP, etc) e os conselhos reguladores de profissão (CREA, CREMEC, OAB, etc). A parte final do art. 109, I, CF traz EXCEÇÕES, dentre elas as causas sujeitas a Justiça Eleitoral e do Trabalho, e as envolvendo acidentes do trabalho e falência (a esse respeito conferir Súmula 270 STJ), que tramitarão na Justiça Estadual. O artigo ressalta somente de empresa pública federal (CORREIOS, CEF, etc), assim as sociedades de economia mista (PETROBRÁS, BANCO DO BRASIL, etc) não possuem foro privilegiado; as causas CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 32 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br envolvendo estas entidades serão processadas e julgadas na Justiça Estadual, que detém competência residual. Na esfera cível, ressalvadas algumas exceções estabelecidas pela própria Carta Magna, o critério definidor da competência da Justiça Federal é ratione personae - em razão da pessoa -, isto é, leva-se em consideração a natureza dos entes envolvidos na relação processual, sendo, então, uma competência objetiva em razão da pessoa. A competência da Justiça Federal, na seara cível, não ocorre somente em relação à pessoa, podendo se verificar também em relação à matéria (art.109, III, V-A, X e XI) e funcional (art. 109, X). O art. 109, X, traz em seu bojo tanto competência funcional como em razão da matéria. A competência da Justiça Federal é constitucional é TAXATIVA e possui natureza absoluta, ressalvados os casos de competência territorial,que são relativas e admitem prorrogação. A competência para processar e julgar do Juiz Federal pressupõe um juízo prévio positivo emanado quando do exercício da sua competência para conhecer a causa. Num primeiro plano o magistrado conhece a lide e, somente se ele reconhecer a sua competência, é que ele passará a processá-la e julgá-la. Este é o Princípio da Competência sobre a Competência, através da qual todo juiz tem competência para examinar a sua própria competência, a fim de se declarar competente ou incompetente para processar e julgar a demanda. Primeiro o juiz federal conhecerá o processo que lhe foi distribuído, analisando os fatos, os fundamentos jurídicos e o pedido constantes na inicial, a fim de que ele reconheça a existência de algumas das situações elencadas ao longo do art. 109 da C.F., que seja capaz de firmar a sua competência para processar e julgar a causa. Em relação ao art. 109, I, somente após o conhecimento da ação e a verificação da existência de algum interesse jurídico da União, entidade autárquica ou empresa pública federal é que o magistrado será competente para processar e julgar a lide, instruir a demanda, propiciando o amplo exercício do contraditório e da produção de provas, visando a formação do seu convencimento para prolatar uma sentença de mérito. CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 33 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br O Juiz Federal, ao ter o primeiro contato com a ação ajuizada, conhecerá os fatos, os fundamentos jurídicos e o pedido narrados na inicial e verificará se estes se adequam a algum dos dispositivos previstos no art. 109 da C.F, a fim de declarar-se competente para processar e julgar a causa. Quanto ao art. 109, I, da CF, o juiz federal analisará se existe o interesse jurídico da União, entidade autárquica ou empresa pública federal, com o escopo de firmar ou não, por meio de um juízo positivo ou negativo, a sua competência para processar e julgar a lide. Súmulas do STJ: 150. Compete à Justiça Federal decidir sobre a existência de interesse jurídico, que justifique a presença, no processo, da União, suas autarquias ou empresas públicas. 224. Excluído do feito o ente federal, cuja presença levara o Juiz Estadual a declinar da competência, deve o Juiz Federal restituir os autos e não suscitar conflito. 254. A decisão do Juízo Federal que exclui da relação processual ente federal não pode ser reexaminada no Juízo Estadual. -Quatro exceções que as causas não são da justiça estadual: a) causas de falência(insolvência civil e recuperação empresarial): é causa que sempre tramita na justiça estadual, mesmo que haja interesse federal em jogo. b) causas eleitorais. c) causas trabalhistas: causas trabalhistas, por exemplo, com a caixa. Mas se a causa for estatutária ai a justiça responsável é a comum, será federal se servidor federal se servidor estadual a justiça estadual. d) causas relativas a acidente do trabalho: não pode ser processadas na justiça federal. CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 34 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br -Acidentária: *trabalhista: Indenizatória: contra o empregador: na justiça do trabalho Previdenciária: contra o INSS: na justiça estadual: com recurso para o TJ *outras natureza: Indenizatória: causador do acidente: na justiça comum. Previdenciária: contra o INSS: na justiça federal. Interesse jurídico: graus, alcance e significado: o interesse jurídico é a verdadeira medida da participação do sujeito parcial do processo. Há dois graus de interesse jurídico: 1. Direto ou imediato 2. Indireto ou mediato: intensidade é diretamente proporcional à participação do terceiro interveniente no processo. Quanto maior a atuação direta da ação de direito material sobre as relações jurídicas do sujeito, tanto maior deverá ser sua possibilidade para efetivamente participar da relação processual. Inciso II: As causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País; -por opção da CF mesmo sem envolver ente da união, deslocou a competência para justiça federal. - os recursos nestas causas vão para o STJ. -princípio da imunidade de jurisdição não se aplica a atos privados de ente estrangeiro. - cobrança de alugueis de imóveis locados por entes estrangeiros. Inciso III: os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos Tribunais federais; Autoridade federal: pode ser autoridade privada que exerça função pública. Ex: autoridade de ensino superior privado. Sumula 15, 60(que mandado segurança de autoridade privada federal é da justiça federal) do TFR. CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 35 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br COMPETENCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA Art. 109, Incisos III, V-A, X, XI Inciso III: As causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional; Inciso V-A: As causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5o deste artigo; Art. 5, § 5º: Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. - aplicável ao inquérito civil ou penal - somente se desloca pra justiça federal se demonstrada a ineficiência e inaptidão da justiça estadual. X – os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o exequatur, e de sentença estrangeira após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; XI – a disputa sobre direitos indígenas: -direitos dos índios como uma coletividade, são julgados pela Justiça Federal. -genocídio de índios. -uma tribo indígena pode ser parte, como tipo de sujeito de direito que não se confunde com PJ e PF. -índio individualmente: Justiça Estadual (comum) CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 36 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br COMPETÊNCIA FUNCIONAL Inciso X -cumprir carta rogatória; executar sentença estrangeira: não importa as pessoas. COMPETÊNCIA DO TRF Art. 108 – Tribunal Regional Federal: a competência sempre será funcional não importando a matéria ou a pessoa. Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais: I – processar e julgar, originariamente: b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da região; c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal; - sempre o ato alvo devera ser de ato do tribunal ou de juiz federal e juiz estadual investido de jurisdição federal -correição parcial de juiz estadual investido jurisdição federal será do TJ. - qualquer tribunal é competência para julgar rescisória de suas decisões e MS e HD de atos do seu tribunal. e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal; II – julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição. Súmulas: -Súmula 216 TFR (em que pese ser extinto o Tribunal Federal de Recurso, a súmula continua sendo aplicada: Mandado de segurança deve ser proposta direto na justiça federal não cabe as exceções acima. CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 37 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br- Súmula 689 STF: pode demanda na justiça federal tanto na vara do domicilio como na capital do estado membro do seu domicilio. Preenchidos os dois pressupostos o juiz estadual julga a causa com recurso para o TRF. - Pergunta-se: posso demandar ação civil pública federal perante juízo estadual se no local do dano não houver sede federal? R: não por ausência de lei que autorize. Ação civil pública federal é na justiça federal. Mas ação civil pública comum pode ser na justiça comum. - Súmula 183 STJ: cancelada. QUESTÕES Questão 01. (TJ/RR/2006) No que se refere à competência interna dos órgãos jurisdicionais, assinale a opção correta. a) A justiça estadual é competente para conhecer e julgar todas as causas que não sejam da competência da justiça federal, militar, do trabalho e eleitoral. b) A competência territorial ou de foro é aquela que indica qual a comarca onde deverá a demanda ser proposta, ou seja, no domicílio do réu. Por se tratar de competência absoluta, é impossível qualquer modificação, seja por vontade das partes ou por motivo legal. c) Existindo continência entre duas ações que tramitam perante juízos diversos, configurada pela identidade do objeto ou da causa de pedir, impõe-se a reunião dos processos, mesmo quando um desses processos já se encontra sentenciado. d) Compete à justiça federal conhecer e julgar todas as causas que a União, os estados, o Distrito Federal e as sociedades de economia mista forem interessadas na condição de autores ou réus. Comentários: Alternativa “a”: correta: A CF NÃO delimitou a competência da Justiça Estadual, portanto, ela é RESIDUAL: A Justiça Comum Estadual é competente para apreciar matérias que não sejam parte da competência das outras justiças, como as especializadas e a federal (que tem suas competências delimitadas pela CR). Alternativa “b”: errada: a competência territorial NÃO é absoluta, mas relativa. CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 38 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Alternativa “c”: errada: continência: Art. 104. Dá-se a continência entre duas ou mais ações sempre que há identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras. Art. 105. Havendo conexão ou continência, o juiz, de ofício ou a requerimento de qualquer das partes, pode ordenar a reunião de ações propostas em separado, a fim de que sejam decididas simultaneamente. O processo não pode encontrar-se julgado. Este tema será profundamente estudado, em detalhes na aula 05. Alternativa “d”: errada. Do assunto, trata o Direito Constitucional. O art. 109 da CF traça as regras sobre a competência da Justiça Federal. O erro da alternativa está em que há exceção. O vocábulo TODAS torna a alternativa errada. Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho. Gabarito: a Questão 02. (PONTUA/2011/TRE-SC/Analista Judiciário/Área Judiciária) Em relação à jurisdição, é INCORRETO afirmar que: a) As causas cíveis serão processadas e julgadas pelos órgãos jurisdicionais, nos limites da sua competência, ressalvada às partes a liberdade de instituírem juízo arbitral. b) A perpetuatio jurisdicionis consiste na regra que compõe o sistema de estabilidade do processo, segundo a qual a competência fixada na propositura da ação e com o despacho inicial não mais se modifica. c) A exceção da perpetuatio jurisdicionis pode ocorrer quando houver modificação do estado de fato, como a mudança de domicílio do réu, ou em razão da ampliação do teto da competência do órgão em razão do valor da causa. d) A exceção da perpetuatio jurisdicionis pode ocorrer em razão de supressão do órgão judiciário, pela alteração superveniente da competência em razão da matéria ou da hierarquia. Comentários: Competência é a relação de adequação entre determinado órgão judiciário e determinada causa; a medida da jurisdição, a quantidade de poder jurisdicional atribuída, em exercício, a determinado órgão judiciário. Jurisdição é poder, abstratamente considerado, para julgar litígios; competência é jurisdição concretamente considerada, vale dizer, poder para dirimir litígios especificamente individualizados. http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/pontua-2011-tre-sc-analista-judiciario-area-judiciaria-prova-branca http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/pontua-2011-tre-sc-analista-judiciario-area-judiciaria-prova-branca CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 39 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Alternativa “a” correta: art. 86 do CPC: Art. 86. As causas cíveis serão processadas e decididas, ou simplesmente decididas, pelos órgãos jurisdicionais, nos limites de sua competência, ressalvada às partes a faculdade de instituírem juízo arbitral. Processar uma causa significa conduzir, comandar um processo rumo ao provimento jurisdicional final. A causa cível, diz a lei, pode ser decidida por um órgão que não tenha processado, como sói acontecer quando a causa ocorreu perante juízo incompetente e outro vem a proferir julgamento. O juízo arbitral é sucedâneo da jurisdição. Trata- se de negócio jurídico disciplinado por lei que tem por objeto a outorga a um particular de poder para julgar litígios que versem sobre direitos disponíveis. A alternativa “b” está correta: art. 87 do CPC: Art. 87. Determina-se a competência no momento em que a ação é proposta. O dispositivo insitui o chamado princípio da perpetuatio jurisdictiones, que é a regra fundamental de processo segundo a qual a propostiura da ação fixa num determinado órgão judiciário a competência para o processamento e o julgamento de uma causa. Fixada a competência, quaisquer modificações fáticas (alteração da residência ou do domicílio) ou jurídicas (alteração do estado civil ou de regras de competência em razão do território ou do valor) tornam- se irrelevantes. Apenas as modificações expressamente previstas no texto têm o condão de interferir na competência de um órgão: a supressão do órgão judiciário (o desaparecimento da Vara de Registro Públicos, num Estado). a alteração da competência em razão da matéria, o que inclui também pessoa (arts. 91 e 92 do CPC pela ampliação da competência das varas de família) ou da hierarquia, isto é, a competência dita funcional no plano vertical (art. 93, alteração da competência dos tribunais estaduais). Observe-se que, em relação à competência territorial ou pelo valor, o fenômeno da perpetuatio só ocorre no momento da não oposição de exceção (art. 114). A alternativa “d” está correta: art. 87 do CPC: Art. 87. Determina-se a competência no momento em que a ação é proposta. São irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem o órgão judiciário ou alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia. CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 40 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Gabarito: c Questão 03. (FCC/2009/TRE-PI/Analista Judiciário/Área Judiciária) Sobre a competência interna, considere: I. Nas ações fundadas em direito real sobre imóveis, é competente o foro da situação da coisa, mas o autor pode optar pelo foro do domicílio ou de eleição, se o litígio recair sobre direito de vizinhança, servidão e nunciação de obra nova. II. A nulidade da cláusula de eleição de foro, em contrato de adesão, pode ser declarada de ofício pelo juiz, que declinará de competência para o juízo de domicílio do réu. III. O foro do domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para todas as ações em que o espólio forréu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro. IV. A competência em razão do território e da hierarquia é inderrogável por convenção das partes; mas estas podem modificar a competência em razão da matéria e do valor, elegendo foro onde serão propostas as ações oriundas de direitos e obrigações. De acordo com o Código de Processo Civil, está correto o que se afirma APENAS em a) I, II e III. b) I, III e IV. c) I e IV. d) II e III. e) II, III e IV. Comentários: I - ERRADA - art. 95, CPC II - CORRETA - art. 112, parágrafo único, CPC III - CORRETA - art. 96, CPC IV - ERRADA - art. 111, CPC Observe: I. Nas ações fundadas em direito real sobre imóveis, é competente o foro da situação da coisa, mas o autor pode optar pelo foro do domicílio ou de eleição, se o litígio recair sobre direito de vizinhança, servidão e nunciação de obra nova. ERRADA - CPC - Art. 95. Nas ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro da situação da coisa. Pode o autor, entretanto, optar pelo foro do domicílio ou de eleição, não recaindo o litígio sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, posse, divisão e demarcação de terras e nunciação de obra nova. II. A nulidade da cláusula de eleição de foro, em contrato de adesão, pode ser declarada de ofício pelo juiz, que declinará de competência http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/fcc-2009-tre-pi-analista-judiciario-area-judiciaria CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 41 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br para o juízo de domicílio do réu. CORRETA - CPC - Art. 112. Argúi-se, por meio de exceção, a incompetência relativa. Parágrafo único. A nulidade da cláusula de eleição de foro, em contrato de adesão, pode ser declarada de ofício pelo juiz, que declinará de competência para o juízo de domicílio do réu. III. O foro do domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro. CORRETA - CPC - Art. 96. O foro do domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade e todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro. IV. A competência em razão do território e da hierarquia é inderrogável por convenção das partes; mas estas podem modificar a competência em razão da matéria e do valor, elegendo foro onde serão propostas as ações oriundas de direitos e obrigações. ERRADO - CPC - Art. 111. A competência em razão da matéria e da hierarquia é inderrogável por convenção das partes; mas estas podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde serão propostas as ações oriundas de direitos e obrigações. Gabarito: d Questão 04. Poderá modificar-se pela conexão ou continência a competência em razão a) da matéria e da hierarquia. b) do valor, apenas. c) do valor e do território. d) da hierarquia, apenas. e) da matéria, apenas. Comentários: Art. 102. A competência, em razão do valor e do território, poderá modificar-se pela conexão ou continência, observado o disposto nos artigos seguintes. Gabarito: c Questão 05. (CESPE/2007/TRT-9R/Técnico Judiciário/Área Administrativa) Foro é a delimitação territorial para o exercício do poder jurisdicional, sendo que, nos limites do mesmo foro, podem exercer jurisdição um ou mais órgãos jurisdicionais. Ressalto que, em que ser a questão ser da banca Cespe, vamos resolvê-la porque importante para fixar os conceitos. FORO: unidade territorial onde o juiz (ou juízes) exerce suas funções. Foro é a delimitação territorial para o exercício do poder jurisdicional, http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2007-trt-9r-tecnico-judiciario-area-administrativa http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2007-trt-9r-tecnico-judiciario-area-administrativa CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 42 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br sendo que, nos limites do mesmo foro, podem exercer jurisdição um ou mais órgãos jurisdicionais. JUÍZO: vara, cartório, a unidade administrativa Foro (local, espaço físico): Competência Territorial -- eleição de foro competente, local para propositura da ação (arts. 94 e seguintes CPC). Jurisdição (capacidade do Estado de "dizer o direito"): a jurisdição civil, contenciosa e voluntária é exercida pelos juízes (e tribunais, turmas recursais, etc), em todo o território nacional. A tutela jurisdicional só será prestada pelo (Estado)juiz a requerimento (provocação) da parte ou interessado, nos casos e formas definidas em lei. (arts. 1º e 2º CPC). Gabarito: correto. Questão 06. (FCC/2011/PGE-MT): A respeito da competência, é correto afirmar que a) o foro do domicílio do credor é competente para a ação de anulação de títulos extraviados ou destruídos. b) a competência é determinada no momento em que ocorre a citação válida do réu. c) a ação fundada em direito real sobre bens móveis serão propostas, em regra, no foro da situação da coisa. d) a ação em que o incapaz for réu se processará no foro do domicílio do autor. e) compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra, conhecer das ações relativas a imóveis situados no Brasil. Comentários: Alternativa “a” errada: Art. 100. É competente o foro: III - do domicílio do devedor, para a ação de anulação de títulos extraviados ou destruídos. Alternativa “b” errada: Art. 87. Determina-se a competência no momento em que a ação é proposta. São irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem o órgão judiciário ou alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia. Alternativa “c” errada: Art. 94. A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada em direito real sobre bens móveis serão propostas, em regra, no foro do domicílio do réu. http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/fcc-2011-pge-mt-procurador CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 43 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Alternativa “d” errada: Art. 98. A ação em que o incapaz for réu se processará no foro do domicílio de seu representante. Alternativa “e” correta: competência exclusiva: Art. 89. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil. Gabarito: e Questão 07. (FCC/2011/TRT/20ª REGIÃO (SE)/Analista Judiciário/Área Judiciária: José, residente e domiciliado fora do Brasil, pretende ajuizar no Brasil ação fundada em direito real sobre bem móvel em face de João, também residente e domiciliado fora do Brasil. A ação a) poderá ser proposta em qualquer foro. b) só poderá ser ajuizada no foro do último domicílio de João no Brasil. c) só poderá ser ajuizada no foro do último domicílio de José no Brasil. d) só poderá ser ajuizada no foro do local onde estiver o bem móvel. e) só poderá ser proposta no foro da última residência de João no Brasil. Comentários: Art. 94. A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada em direito real sobre bens móveis serão propostas, em regra, no foro do domicílio do réu. § 3o Quando o réu não tiver domicílio nem residência no Brasil, a ação será proposta no foro do domicílio do autor. Se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer foro. Gabarito: a Questão 08. (FCC/2011/TRE-PE/Analista Judiciário/Área Administrativa) Mirto é casado e pai de João Vitor, maior e capaz. Viajou sozinho para Paris. Em território Francês, Mirto teve um ataque cardíaco e faleceu. Neste caso, em regra, será competente para todas as ações em que o espólio de Mirto for Réu a) o local onde ocorreu o óbito na França. b) o foro do domicílio de Mirto no Brasil. c)o foro da embaixada do Brasil na França. d) o foro do domicílio de seu filho no Brasil. e) qualquer foro do território Nacional em razão do óbito ter ocorrido na França. http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/fcc-2011-trt-20a-regiao-se-analista-judiciario-area-judiciaria http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/fcc-2011-trt-20a-regiao-se-analista-judiciario-area-judiciaria http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/fcc-2011-tre-pe-analista-judiciario-area-administrativa http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/fcc-2011-tre-pe-analista-judiciario-area-administrativa CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 44 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Comentários: Art. 96. O foro do domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade e todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro. Parágrafo único. É, porém, competente o foro: I - da situação dos bens, se o autor da herança não possuía domicílio certo; II - do lugar em que ocorreu o óbito se o autor da herança não tinha domicílio certo e possuía bens em lugares diferentes. Gabarito: b Questão 09. (FCC/2011/TRE-PE/Analista Judiciário/Área Judiciária) No processo “A”, o réu possui domicílio na Argentina e o autor no Uruguai; no processo “B”, o domicílio do réu é desconhecido. Nestes casos, considerando que ambas as ações são fundadas em direito real sobre bem móvel, a) o processo “A” deverá ser proposto, necessariamente, no último domicílio do réu no Brasil e o processo “B” onde o réu for encontrado. b) em ambos os processos a ação será proposta em qualquer foro. c) em ambos os processos a ação será proposta obrigatoriamente onde o réu for encontrado. d) o processo “A” deverá ser proposto, necessariamente, no último domicílio do réu no Brasil e o processo “B” no domicílio do autor. e) o processo “A” será proposto em qualquer foro e o processo “B” onde o réu for encontrado ou no domicílio do autor. Comentários: Processo A Processo B Réu possui domicílio na Argentina Domicílio do réu é desconhecido Autor domiciliado no Uruguai Ação fundada em direito real sobre bem móvel Ação fundada em direito real sobre bem móvel Art. 94. A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada em direito real sobre bens móveis serão propostas, em regra, no foro do domicílio do réu. § 1o Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles. § 2o Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele será demandado onde for encontrado ou no foro do domicílio do autor. § 3o Quando o réu não tiver domicílio nem residência no Brasil, a ação será proposta no foro do domicílio do autor. Se este também residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer foro. http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/fcc-2011-tre-pe-analista-judiciario-area-judiciaria CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 45 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br § 4o Havendo dois ou mais réus, com diferentes domicílios, serão demandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor. Gabarito: a Questão 10. (CESPE/2011/TRE-ES/Analista Judiciário/Área Administrativa) Considera-se relativa a incompetência do juízo em razão do território. Comentários: A competência, em razão do Território e do Valor é relativa. lembre: A TV é relativa! Art. 102. A competência, em razão do valor e do território, poderá modificar-se pela conexão ou continência, observado o disposto nos artigos seguintes. Art. 111. A competência em razão da matéria e da hierarquia é inderrogável por convenção das partes; mas estas podem modificar a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde serão propostas as ações oriundas de direitos e obrigações. Incompetência: Quando da proposição de uma ação é necessária a determinação da competência para que não ocorra o problema de incompetência, que pode ser relativa ou absoluta. a) Incompetência Absoluta - A competência absoluta é fixada quando a norma que estabelece como critério a natureza da pessoa ou a matéria do litígio. Ao fixá-la, movido pelo interesse público, o legislador automaticamente fixa todos os outros órgãos jurisdicionais como absolutamente incompetentes para o julgamento daquele litígio. Faz com que o juiz se declare incompetente de ofício. Caso o juiz não declare sua incompetência, nem ela seja alegada pela parte, ele permanece nessa situação, podendo gerar até mesmo uma sentença nula, uma vez que, quando absoluta a competência, não é passível de prorrogação. A incompetência absoluta não pode ser afastada pelas partes. b) Incompetência Relativa - A competência relativa, e, por conseguinte a incompetência relativa, é fixada quando o critério utilizado é qualquer outro que não a natureza da pessoa ou a matéria do litígio. Quando esse critério é o territorial ela sempre será relativa. O juiz não pode reconhecer de ofício sua incompetência, sendo necessária a alegação pela parte. Caso isso não ocorra dentro de um prazo estipulado, o juiz tem sua competência alargada, prorrogada, tornando-se competente. A exceção diz respeito ao Processo Penal, quando o juiz deve declarar sua situação de ofício. A incompetência relativa pode ser afastada pelas partes, criando-se o Foro de Eleição. CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 46 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br Gabarito: correta Questão 11. (PONTUA/2011/TRE-SC/Analista Judiciário/Área Judiciária) Em relação à jurisdição, é INCORRETO afirmar que: a) As causas cíveis serão processadas e julgadas pelos órgãos jurisdicionais, nos limites da sua competência, ressalvada às partes a liberdade de instituírem juízo arbitral. b) A perpetuatio jurisdicionis consiste na regra que compõe o sistema de estabilidade do processo, segundo a qual a competência fixada na propositura da ação e com o despacho inicial não mais se modifica. c) A exceção da perpetuatio jurisdicionis pode ocorrer quando houver modificação do estado de fato, como a mudança de domicílio do réu, ou em razão da ampliação do teto da competência do órgão em razão do valor da causa. d) A exceção da perpetuatio jurisdicionis pode ocorrer em razão de supressão do órgão judiciário, pela alteração superveniente da competência em razão da matéria ou da hierarquia. Comentários: é a relação de adequação entre determinado órgão judiciário e determinada causa; a medida da jurisdição, a quantidade de poder jurisdicional atribuída, em exercício, a determinado órgão judiciário. Jurisdição é poder, abstratamente considerado, para julgar litígios; competência é jurisdição concretamente considerada, vale dizer, poder para dirimir litígios especificamente individualizados. Alternativa “a” está correta, nos termos do artigo 86 do CPC: Art. 86. As causas cíveis serão processadas e decididas, ou simplesmente decididas, pelos órgãos jurisdicionais, nos limites de sua competência, ressalvada às partes a faculdade de instituírem juízo arbitral. Processar uma causa significa conduzir, comandar um processo rumo ao provimento jurisdicional final. A causa cível, pode ser decidida por um órgão que não tenha processado, como pode acontecer quando a causa ocorreu perante juízo incompetente e outro vem a proferir julgamento. O juízo arbitral é sucedâneo da jurisdição. Trata-se de negócio jurídico disciplinado por lei que tem por objeto a outorga a um particular de poder para julgar litígios que versem sobre direitos disponíveis. Alternativa “b” está correta: nos termos do artigo 87 do CPC: Art. 87. Determina-se a competência no momento em que a ação é proposta. http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/pontua-2011-tre-sc-analista-judiciario-area-judiciaria-prova-branca http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/pontua-2011-tre-sc-analista-judiciario-area-judiciaria-prova-branca
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