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Competência no Processo Civil

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CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ 
DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 
1 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br 
AULA 04 - COMPETÊNCIA 
Olá, tudo bem? Vamos para a aula 02 que trata sobre competência,
tema sempre recorrente em qualquer concurso que inclua no edital a
disciplina de processo civil. As bancas adoram abordar a matéria,
sempre com trocadilhos, pegadinhas, “cascas de banana”. 
JURISDIÇÃO é exercida 
Art. 1o A jurisdição civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos
juízes, em todo o território nacional. 
Jurisdição é REPARTIDA entre ÓRGÃOS 
A Lei traça (prefixa) a COMPETÊNCIA dos órgãos jurisdicionais (fixa
as atribuições nos LIMITES dentro dos quais eles podem exercer sua
PARCELA DE JURISDIÇÃO); LIMITA o poder jurisdicional. A lei
define a COMPETÊNCIA de cada órgão jurisdicional (Juízes e
Tribunais). Pelo Princípio da Aderência ao Território: o exercício
da jurisdição deve estar previamente vinculado a uma 
delimitação territorial. 
CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ 
DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 
2 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br 
A competência do juízo é a quantidade de jurisdição cujo
exercício se atribui a um específico órgão judiciário ou a
órgãos da mesma espécie, pertencentes à mesma Justiça,
localizados no mesmo grau (instância) de jurisdição e ocupando
a mesma base territorial. 
O juízo é cada um dos órgãos jurisdicionais instituídos pela lei
(Estado) para o exercício da jurisdição. 
A competência de juízo é a determinação do órgão
concretamente competente para conduzir o processo a partir
do início (competência inicial, originária) como também para
apreciar os recursos que no processo vierem a ser interpostos
(competência recursal). 
Jurisdição é exercida em todo o território 
nacionaç 
COMPETÊNCIA é o LIMITE da jurisdição (LIMITA a jurisdição). É
PARCELA da jurisdição. É o poder de exercer a jurisdição nos
LIMITES impostos pela lei. São as atribuições do exercício da
função jurisdicional dentro do LIMITE estipulado pela lei. 
Porém o Juiz “A” possui competência para exercer a
jurisdição na comarca de Belo Horizonte, na 1ª Vara de
Família. 
CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ 
DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 
3 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br 
Tanto os órgãos de primeiro grau de jurisdição integram o conceito
de juízo (varas), como os de jurisdição superior (tribunais). 
A competência de juízo é atribuída concretamente para a causa ligada
a determinada vara (dentre as várias situadas na mesma comarca),
assim como para o foro federal de primeira instância, como para
determinar a qual tribunal pertencerá à própria causa em seu início
(competência originária) ou em relação a eventuais recursos
(competência recursal). 
Assim dispõe o CPC: 
A lei fixa critérios que distribuem entre os diversos órgãos do
Estado a órbita do poder jurisdicional de seus agentes. Fazendo
isto a lei confere competência ao órgão estatal incumbido de
exercer a jurisdição, nos exatos limites do que foi traçado. 
O artigo dispõe que “ressalvada às partes a faculdade de instituírem
juízo arbitral”. Isso significa que as partes ao realizarem um contrato,
por exemplo, estabelecem cláusula dispondo que, posteriormente,
caso haja por qualquer motivo, conflito entre eles, este conflito será
levado ao conhecimento de um árbitro para resolvê-lo (e não ao
conhecimento do Juiz). Ou seja: as partes, previamente a ocorrência
de um suposto conflito, subtraem-no a sua apreciação pelo Poder
Judiciário. 
E você pode estar se perguntando: “Professora, e como fica o 
Princípio da Indelegabilidade da Jurisdição”? Fica do jeitinho que está!
não tem nada a ver uma coisa com outra. Pelo Princípio da
Indelegabilidade da Jurisdição, o Juiz não pode delegar ao exercício
da sua função jurisdicional porque é própria dele. Acontece que aqui
ELE, JUIZ NÃO está delegando. A própria lei ressalva que a atividade
jurisdicional pode ser exercida por um árbitro, assim como a CF
também atribui aos outros Poderes, excepcionalmente, o exercício da
função jurisdicional. São exceções, portanto! 
A função jurisdicional é atribuída abstratamente aos órgãos
jurisdicionais e vai se concretizando até que seja determinada a
competência concreta do Juiz competente para determinado 
Art. 86. As causas cíveis serão processadas e decididas, ou
simplesmente decididas, pelos órgãos jurisdicionais, nos limites de
sua competência, ressalvada às partes a faculdade de instituírem
juízo arbitral. 
CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ 
DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 
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processo. Assim, fixado o Juiz competente, excluem-se os demais,
para que só aquele exerça, em concreto, a sua parcela de jurisdição. 
A distribuição da competência é feita pela Constituição Federal, lei
federal (CPC), Constituições Estaduais, leis de organização judiciária. 
O CPC traça o seguinte quadro da competência: 
A primeira limitação da jurisdição ocorre em torno da linha divisória
de um Estado estrangeiro em face de outros: competência geral,
externa ou internacional. A competência internacional divide-se em: 
a) exclusiva e b) concorrente. Observe o que dispõe o CPC: 
Na internacional verifica-se, diante de um caso concreto, se a causa
será julgada perante a justiça brasileira ou pela justiça estrangeira. 
COMPETÊNCIA 
INTERNA 
INTERNACIONAL 
EXCLUSIVA 
CONCORRENTE 
RELATIVA 
ABSOLUTA 
FUNCIONAL (HIERÁRQUICA) 
MATÉRIA 
TERRITORIAL (FORO) 
VALOR 
RECURSAL 
ORIGINÁRIA 
COMPETÊNCIA INTERNACIONAL 
CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ 
DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 
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Internacional 
Exclusiva 
Concorrente 
Art. 88. É competente a
autoridade judiciária
brasileira quando: 
I - o réu, qualquer que seja a
sua nacionalidade, estiver 
domiciliado no Brasil; 
II - no Brasil tiver de ser
cumprida a obrigação.
Exemplo: contrato realizado no
estrangeiro com cláusula de
cumprimento da obrigação aqui 
no Brasil; 
III - a ação se originar de fato
ocorrido ou de ato praticado
no Brasil. Diz respeito à
responsabilidade civil:
estrangeiro vem passar uns dias
no Brasil e causa dano, prejuízo
= dever de indenizar. 
Parágrafo único. Para o fim do
disposto no no I, reputa-se
domiciliada no Brasil a pessoa
jurídica estrangeira que aqui
tiver agência, filial ou 
sucursal. 
Art. 89. Compete à
autoridade judiciária
brasileira, com exclusão
de qualquer outra: 
I - conhecer de ações
relativas a imóveis 
situados no Brasil. 
II - proceder a inventário
e partilha de bens,
situados no Brasil, ainda
que o autor da herança
seja estrangeiro e tenha
residido fora do território
nacional. Não distingue se
são bens móveis ou
imóveis. 
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DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 
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Exclusiva: 
Imóvel Inventário e partilha de bens 
Litispendência significa litis (lide) e pendência (pendente, que está
em curso), duas lides idênticas pendentes, ou seja: ocorrência 
simultânea de duas ou mais demandas. Há litispendência quando uma 
ação repete outra em curso. Pois bem! A justiça brasileira é
indiferente que se tenha ajuizado ação em país estrangeiro, que seja
idêntica a outra que aqui tramite. A ação que foi proposta em tribunal
estrangeiro, mesmo que seja proposta no Brasil não será considerado
litispendência. 
Art. 90. A ação intentada perante tribunal estrangeiro não induz
litispendência, nem obsta a que a autoridade judiciária
brasileira conheça da mesma causa e das que lhe são conexas. 
Internacional 
Exclusiva 
Concorrente 
Pode ser instaurada a
ação no Brasil e a mesma
ação em país estrangeiro. 
Compete
exclusivamente a
autoridade judiciária
(Juiz) brasileira
(excluída qualquer
outra autoridadejudiciária) processar e
julgar as referidas causas. 
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Uma vez determinada que a competência para processar e julgar
determinada causa é interna (do Brasil e não de outro Estado
estrangeiro), há a necessidade de delimita-la no âmbito interno. 
Vamos primeiro ver em que consiste a competência absoluta e a
relativa. Os limites da jurisdição nem sempre são intransponíveis.
Pode ser que, em determinadas situações, um Juiz incompetente (de
acordo com as regras estabelecidas) para processar e julgar
determinada causa, possa ter sua competência ampliada,
prorrogada, tornando-se competente para conhecê-la.
Normalmente não tem competência para aquela causa, mas por um
fato superveniente, adquire competência que não tinha. 
COMPETÊNCIA INTERNA 
INTERNA 
RELATIVA 
ABSOLUTA 
FUNCIONAL (HIERÁRQUICA) 
MATÉRIA 
TERRITORIAL (FORO) 
VALOR 
RECURSAL 
ORIGINÁRIA 
PESSOA 
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INTERNA 
RELATIVA ABSOLUTA 
NÃO é modificável, ampliada,
prorrogada. O Juiz deve
decretar de ofício ou a
requerimento das partes.
Acarreta a nulidade da sentença
de mérito. A incompetência
absoluta é vício insanável,
incorrigível. 
Art. 113. A incompetência
absoluta deve ser declarada de
ofício e pode ser alegada, em
qualquer tempo e grau de
jurisdição, independentemente de
exceção. § 1o Não sendo, porém,
deduzida no prazo da
contestação, ou na primeira
oportunidade em que lhe couber
falar nos autos, a parte
responderá integralmente pelas
custas. § 2o Declarada a
incompetência absoluta, somente
os atos decisórios serão nulos,
remetendo-se os autos ao juiz
competente. 
Art. 111. A competência em
razão da matéria e da
hierarquia é inderrogável por
convenção das partes; mas
estas podem modificar a
competência em razão do
valor e do território, elegendo
foro onde serão propostas as
ações oriundas de direitos e 
obrigações. 
É modificável, ampliada,
prorrogada. Esta prorroga-se,
tornando competente o Juiz até
então incompetente se não for
alegada no prazo. A vontade das
partes ou a eleição de foro
(Território) pode modificar as
regras da competência. Art. 102. A
competência, em razão do valor e
do território (Relativa), poderá
modificar-se pela conexão ou
continência, observado o disposto
nos artigos seguintes. 
Art. 111. A competência em
razão da matéria e da
hierarquia é inderrogável por
convenção das partes; mas
estas podem modificar a
competência em razão do valor
e do território, elegendo foro
onde serão propostas as ações
oriundas de direitos e obrigações. 
Trata-se do FORO DE ELEIÇÃO:
as partes num determinado
contrato podem eleger o foro para
dirimir futuros litígios, se houver.
§ 1o O acordo, porém, só produz
efeito, quando constar de contrato
escrito e aludir expressamente a 
determinado negócio jurídico. 
§ 2o O foro contratual (de
eleição) obriga os herdeiros e 
sucessores das partes. 
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A Constituição Federal determina expressamente a competência de
cada uma das Justiças e dos Tribunais Superiores da União. A lei
federal (CPC) determina as regras sobre o foro (território) onde será
proposta a ação, em qual comarca ou seção judiciária, podendo haver
o foro de eleição, ou seja, as partes podem eleger o foro onde será
proposta a ação. 
As Constituições Estaduais distribuem a competência originária dos
tribunais locais, determinando qual o órgão competente para julgar, 
INTERNA 
ABSOLUTA 
MATÉRIA E PESSOA 
O CPC deixou a cargo das normas de organização judiciária a fixação 
da competência em razão da matéria (ratione materiae): 
Art. 91. Regem a competência em razão do valor e da matéria
as normas de organização judiciária, ressalvados os casos 
expressos neste Código. 
Porém, faz duas restrições: o processo de insolvência e as ações
concernentes ao estado e à capacidade da pessoa SÓ podem ser 
processadas e julgadas por Juiz de Direito: 
Art. 92. Compete, porém, exclusivamente ao juiz de direito 
processar e julgar: 
I - o processo de insolvência; 
II - as ações concernentes ao estado e à capacidade da pessoa. 
O CPC também não faz menção à competência em razão da
pessoa (ratione personae, por exemplo, pessoa jurídica de direito 
público), também espécie de competência absoluta. 
A CF dispõe sobre a competência (em razão da matéria e da pessoa) 
do STF, STJ, Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais, Tribunais
e Juízes do Trabalho, Tribunais e Juízes Eleitorais, Tribunais e Juízes
Militares, Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e
Territórios. 
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DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 
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se é inferior (1ª instância) ou superior (2ª instância), respeitando-se
sempre o duplo grau de jurisdição. 
As leis de organização judiciária determina a competência interna,
qual o juiz competente para julgar o processo. 
Na internacional verifica-se, diante de um caso concreto, se a causa
será julgada perante a justiça brasileira ou se foge a sua
territorialidade. 
INTERNA 
ABSOLUTA 
FUNCIONAL (HIERARQUIA) 
O CPC assim dispõe sobre a competência funcional (hierárquica): 
Art. 93. Regem a competência dos tribunais as normas da
Constituição da República e de organização judiciária. A
competência funcional dos juízes de primeiro grau é 
disciplinada neste Código. 
A competência funcional ou hierárquica é estabelecida em
razão da FUNÇÃO de CADA ÓRGÃO determinando quem é
competente para tomar conhecimento da ação no ato de sua
propositura. Diz respeito à competência originária e em grau de 
recurso. 
No plano horizontal (mesmo grau) a competência pode ocorrer
pelo Princípio da Identidade física do Juiz: “Juiz competente para a 
decisão é o Juiz que houver concluído a audiência de instrução, salvo
PLACA (promovido, licenciado, aposentado, convocado ou afastado)”. 
No plano vertical (grau hierárquico) a competência funcional dos
Tribunais (competência hierárquica) diz respeito à competência 
originária e recursal e é estabelecida pela CF.
Vale lembrar que os Juízes de 1º grau possuem competência
originária e, de regra, de suas decisões, cabe recurso para o
Tribunal. Estes possuem competência originária (a ação se inicia, 
nasce lá) e competência recursal. 
2º GRAU 1º GRAU 
CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ 
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Observe: 
Art. 111. A competência em razão da matéria e da hierarquia
(absoluta) é inderrogável por convenção das partes; mas
estas podem modificar a competência em razão do valor e do
território (relativas), elegendo foro onde serão propostas as 
ações oriundas de direitos e obrigações. 
§ 1o O acordo, porém, só produz efeito, quando constar de contrato 
escrito e aludir expressamente a determinado negócio jurídico. 
§ 2o O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das 
partes. 
INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA: Art. 112. Argui-se, por meio de 
exceção, a incompetência relativa. 
Parágrafo único. A nulidade da cláusula de eleição de foro, em
contrato de adesão, pode ser declarada de ofício pelo juiz, que 
declinará de competência para o juízo de domicílio do réu. 
INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA: Art. 113. A incompetência
absoluta deve ser declarada de ofício e pode ser alegada, em
qualquer tempo e grau de jurisdição, independentemente de 
exceção. 
§ 1o Não sendo, porém, deduzida no prazo da contestação, ou
na primeira oportunidade em que lhe couber falar nos autos,
a parte responderá integralmente pelas custas. 
Se a parte a quem se beneficia da declaração daincompetência
absoluta não a alegar no prazo da defesa (contestação) ou na
primeira vez que falar nos autos, pagará integralmente as custas 
processuais. 
§ 2o Declarada a incompetência absoluta, somente os atos
decisórios serão nulos, remetendo-se os autos ao juiz 
competente. 
CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ 
DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 
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INTERNA 
RELATIVA 
TERRITORIAL (FORO) 
RELATIVA 
TERRITORIAL (FORO) 
VALOR 
TV é RELATIVA Territorial Valor é competência RELATIVA 
GERAL ESPECIAL 
Ações Pessoais 
e
Ações de Direito
Real sobre bens
MÓVEIS 
Ações Reais (imóveis) 
Domicílio do Réu (regra) Situação da coisa
(Bem Imóvel) 
Apurado o FORO competente 
Apura-se o JUÍZO (VARA) competente 
COMPETÊNCIA RELATIVA 
CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ 
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O foro indica a base territorial sobre a qual determinado órgão
judiciário exerce a sua competência. Em primeira instância da
Justiça Estadual, o foro é a comarca (cidade). Todos os Estados
são divididos em comarcas onde os Juízes de primeiro grau exercem
sua jurisdição. Na Justiça Federal não há divisão em comarcas. 
Juízos são unidades judiciárias, integrada pelo Juiz e seus
auxiliares. Na Justiça Comum Estadual, o Juízo significa Vara. Note
que no mesmo foro (comarca) pode haver vários Juízos (Varas).
Quando se quer apurar em que comarca determinada causa deve ser
proposta, estar se querendo saber qual o foro competente. Quando
dentro da comarca procura-se a Vara, busca-se determinar o Juízo
competente. 
A competência territorial é utilizada pelo CPC para indicar o foro,
levando-se em consideração a localização territorial (domicílio das
partes ou situação do imóvel). 
TERRITORIAL (FORO) 
GERAL ou COMUM 
Art. 94. A ação fundada em
direito pessoal e a ação
fundada em direito real sobre
bens móveis serão propostas,
em regra, no foro do
domicílio do réu. 
Domicílio do Réu
(regra geral) 
§ 2o Sendo incerto ou
desconhecido o domicílio do
réu, ele será demandado onde
for encontrado ou no foro do 
domicílio do autor. 
onde for encontrado ou
no foro do domicílio do
autor 
§ 1o Tendo mais de um
domicílio, o réu será
demandado no foro de qualquer
deles. 
Foro de qualquer deles 
CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ 
DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 
14 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br 
§ 3o Quando o réu não tiver
domicílio nem residência no
Brasil, a ação será proposta no
foro do domicílio do autor. 
Se este também residir fora
do Brasil, a ação será proposta
em qualquer foro. 
§ 4o Havendo dois ou mais
réus, com diferentes
domicílios, serão demandados
no foro de qualquer deles, à
escolha do autor. 
foro do domicílio do
autor 
foro de qualquer deles, 
à escolha do autor 
qualquer foro 
ESPECIAL 
(Imóvel, Autor de herança, Ausente, Incapaz, União, Mulher, Alimentado, Devedor, pessoa 
Jurídica, Administrador e Reparação de dano) 
IMÓVEL: Art. 95. Nas ações
fundadas em direito real
sobre imóveis é competente o
foro da situação da coisa. 
Foro da situação da coisa 
IMÓVEL: Art. 95. Pode o autor,
entretanto, optar pelo foro do
domicílio ou de eleição, não
recaindo o litígio sobre direito
de propriedade, vizinhança,
servidão, posse, divisão e
demarcação de terras e
nunciação de obra nova. 
SE o litígio NÃO VERSAR
sobre direito de
propriedade, vizinhança,
servidão, posse, divisão e
demarcação de terras e
nunciação de obra nova. 
Autor pode optar pelo 
foro do domicílio do réu
ou foro de eleição
(escolhido no contrato) 
Autor pode optar pelo 
foro do domicílio do réu 
ou foro de eleição 
CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ 
DELEGADO DE POLÍCIA FEDERAL 
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V 
Parágrafo único. É, porém, 
competente o foro: 
II - do lugar em que ocorreu o
óbito se o autor da herança
não tinha domicílio certo e
possuía bens em lugares
diferentes. 
Parágrafo único. É, porém, 
competente o foro: 
I - da situação dos bens, se o
autor da herança não 
possuía domicílio certo; 
Situação dos bens 
AUTOR DE HERANÇA: Art. 96.
O foro do domicílio do autor da
herança, no Brasil, é o
competente para o inventário,
a partilha, a arrecadação, o
cumprimento de disposições
de última vontade e todas as
ações em que o espólio for
réu, ainda que o óbito tenha
ocorrido no estrangeiro. 
Foro do domicílio do
autor da herança, no
Brasil 
AUSENTE: Art. 97. As ações
em que o ausente for réu
correm no foro de seu último
domicílio, que é também o
competente para a
arrecadação, o inventário, a
partilha e o cumprimento de 
disposições testamentárias. 
Lugar em que ocorreu o
óbito 
Foro de seu último
domicílio, que é também
o competente para a
arrecadação, o inventário,
a partilha e o
cumprimento de 
disposições 
testamentárias. 
INCAPAZ: Art. 98. A ação em
que o incapaz for réu se
processará no foro do domicílio 
de seu representante. 
Foro do domicílio de seu
representante. 
CURSO DE PROCESSO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/ 
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UNIÃO: Art. 99. O foro da
Capital do Estado ou do
Território é competente: 
I - para as causas em que a
União for autora, ré ou
interveniente; 
II - para as causas em que o
Território for autor, réu ou 
interveniente. 
Parágrafo único. Correndo o
processo perante outro juiz,
serão os autos remetidos ao
juiz competente da Capital do
Estado ou Território, tanto que
neles intervenha uma das
entidades mencionadas neste 
artigo.
Excetuam-se: 
I - o processo de insolvência;
II - os casos previstos em
lei. 
Foro da Capital do
Estado ou do Território 
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Competência territorial- 
Art. 100. É competente o foro:
MULHER: I - da residência da
mulher, para a ação de
separação dos cônjuges e a
conversão desta em divórcio, e
para a anulação de casamento; 
ALIMENTANDO: II - do domicílio
ou da residência do alimentando,
para a ação em que se pedem 
alimentos; 
DEVEDOR: III - do domicílio do
devedor, para a ação de
anulação de títulos 
extraviados ou destruídos;
IV - do lugar: 
PESSOA JURÍDICA: a) onde
está a sede, para a ação em que 
for ré a pessoa jurídica; 
FILIAL: b) onde se acha a
agência ou sucursal, quanto às 
obrigações que ela contraiu; 
c) onde exerce a sua atividade
principal, para a ação em que for
ré a sociedade, que carece (não
possue) de personalidade 
jurídica; 
d) onde a obrigação deve ser
satisfeita, para a ação em que se 
lhe exigir o cumprimento; 
V - do lugar do ato ou fato: 
REPARAÇÃO DE DANO: a) para 
a ação de reparação do dano; 
ADMINISTRADOR RÉU: b) para
a ação em que for réu o
administrador ou gestor de 
negócios alheios. 
REPARAÇÃO DE DANO (Delito
ou Acidente de veículo):
Parágrafo único. Nas ações de
reparação do dano sofrido em
razão de delito ou acidente de
veículos, será competente o foro
do domicílio do autor ou do local
do fato. 
Foro do domicílio ou
residência do 
alimentando 
Foro da residência da
mulher 
Foro do domicílio do
devedor 
Foro do lugar da sede 
Foro do lugar da
agência ou sucursal
(filial) 
Foro do lugar da
atividade principal 
Foro do lugar onde a
obrigação deve ser
satisfeita 
Foro do lugar do ato ou
fato 
Foro do lugar do ato ou
fato 
Foro do domicílio do
autor ou do local do fato 
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Foro Geral e Especial 
 Observe que ambos fixam regras em torno do DOMICÍLIO, 
mesmo o foro especial. 
 Observe que no foro especial a regra para os imóveis é o foro
da situação da coisa, podendoser feita a escolha pelo domicílio 
(naquelas situações). 
 Até para autor de herança a regra é o domicílio
(excetuando as duas situações: lugar da situação da coisa ou lugar
do óbito). 
DICAS, BIZUS E MACETES 
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Art. 87. Determina-se a competência no momento em que a
ação é proposta. São irrelevantes as modificações do estado de
fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando
suprimirem o órgão judiciário ou alterarem a competência em
razão da matéria ou da hierarquia. 
PERPETUAÇÃO DA JURISDIÇÃO 
Perpetuatio Iurisdictionis 
REGRA: Firmada a competência de um Juiz, ela perdura até o final da
demanda (ação). É isso! O Juiz competente para conhecer e decidir
de uma ação continua competente até que se esgote a sua função
jurisdicional, até profira a decisão da causa ou execute a sentença. 
REGRA: Uma vez proposta à ação não importa (para o efeito da
competência) modificações do estado de fato das pessoas
ocorridas posteriormente (ex: mudança de domicílio, valor do bem
litigioso) ou modificações no estado de direito (venda do bem 
objeto do litígio). 
FIRMADA A COMPETÊNCIA, ATÉ QUANDO O JUIZ PERMANECE 
COMPETÊNTE? 
EXCEÇÕES: Em duas hipóteses a competência se transfere: 
a) Supressão do órgão judiciário (o órgão judiciário perante o
qual foi proposta a ação, foi suprimido, necessariamente deve outro 
passar a ser competente para a causa). 
b) Alteração da competência em razão da matéria ou da
hierarquia (tratam de competências absolutas. Se determinado
órgão passou a ser competente para apreciar determinada matéria –
ex: STJ passou a ser competente para homologar as sentenças
estrangeiras, e não mais o STF – a causa deve necessariamente ser
transferida para ele). 
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Exemplo de prorrogação da competência: 
MODIFICAÇÃO DA COMPETÊNCIA 
(PRORROGAÇÃO DA COMPETÊNCIA) 
(AMPLIAÇÃO DA COMPETÊNCIA) 
COMPETÊNCIA
RELATIVA 
É o fenômeno processual pelo qual um Juiz incompetente se
transforma em Juiz competente. Amplia-se, dilata-se, prorroga-
se a competência; ele passa a conhecer e decidir causas em relação à
qual, segundo os critérios de competência, ele seria incompetente. 
Art. 114. Prorrogar-se-á a competência se dela o juiz não
declinar na forma do parágrafo único do art. 112 desta Lei ou o réu
não opuser exceção declinatória nos casos e prazos legais. 
Ou seja: se o Juiz não declinar (parágrafo único, art. 112) ou o réu não
arguir a incompetência relativa do Juiz, esta se amplia e ele passa a ser
competente para esta causa. 
Competência Absoluta: NÃO é modificável, ampliada, prorrogada. O
Juiz deve decretar de ofício ou a requerimento das partes. Acarreta a
nulidade da sentença de mérito. A incompetência absoluta é vício
insanável, incorrigível. Pode ser alegada a qualquer tempo e em
qualquer grau de jurisdição, inclusive por ação rescisória. O Juiz deve
declarar a incompetência absoluta. Art. 108. A ação acessória será 
proposta perante o juiz competente para a ação principal. 
Competência Relativa: É modificável, ampliada, prorrogada. Esta se
prorroga, tornando competente o Juiz até então incompetente se não
for alegada no prazo. A vontade das partes ou a eleição de foro
(Território) pode modificar as regras da competência. O juiz pode
declara-se relativamente incompetente (parágrafo único, art. 122) e o
réu pode alegar, arguir. 
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Outro exemplo de prorrogação da competência: 
a) Prorrogação legal – dá-se nos casos em que entre duas ações
haja relação de conexidade ou continência. Em ambos os casos, a
semelhança apresentada ao Estado-juiz aconselha que se forme uma
convicção única, evitando assim, decisões contraditórias em dois
processos distintos e atendendo o princípio da economia processual.
Se uma das causa conexas ou ligadas por nexo de continência for de
competência territorial de um órgão e a outra for da competência de
outro, prorroga-se a competência de ambos. 
b) Prorrogação voluntária: dá-se em virtude de acordo
expressamente formulado pelos titulares da relação jurídica 
Art. 112. Argui-se, por meio de exceção, a incompetência 
relativa. 
Parágrafo único. A nulidade da cláusula de eleição de foro, em
contrato de adesão, pode ser declarada de ofício pelo juiz, que 
declinará de competência para o juízo de domicílio do réu. 
No contrato (negócio jurídico) as partes podem eleger o foro para
o caso de, surgindo futuro conflito, este ser processado e julgado
neste foro. A lei dá essa liberdade às partes de elegerem o foro para
dirimir os conflitos decorrentes do contrato. Porém este foro só será
utilidade para este contrato. 
Art. 102. A competência, em razão do valor e do território,
poderá modificar-se pela conexão ou continência, observado o 
disposto nos artigos seguintes. 
Conexão (atração de causas): é o vínculo entre duas ou mais
ações por terem um ou dois elementos idênticos. Que elementos
são esses? Art. 103. Reputam-se conexas duas ou mais ações, 
quando lhes for comum o objeto ou a causa de pedir. 
Continência: Art. 104. Dá-se a continência entre duas ou mais
ações sempre que há identidade quanto às partes e à causa
de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o
das outras. 
Art. 105. Havendo conexão ou continência, o juiz, de ofício ou a
requerimento de qualquer das partes, pode ordenar a reunião
de ações propostas em separado, a fim de que sejam decididas
simultaneamente. Este tema será profundamente estudado, em 
detalhes na aula 05. 
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controvertida, antes da instauração do processo. Quando a ação é
proposta em foro incompetente e o réu não alega a incompetência no
prazo de 15 dias através da exceção de incompetência, acarreta a
prorrogação tácita. 
A competência em razão da matéria e hierarquia (funcional) são
competências absolutas, portanto inderrogáveis. As competências
modificáveis são as em razão do valor e do território, bem como a do
foro de eleição. 
COMPETÊNCIA 
IMODIFICÁVEL 
COMPETÊNCIA 
MODIFICÁVEL 
Art. 102. A competência, em razão do valor e do território, poderá 
modificar-se pela conexão ou continência (...). 
Art. 111. A competência em razão da matéria e da hierarquia
(funcional) é inderrogável por convenção (acordo) das partes; mas
estas (partes) podem modificar a competência em razão do valor e
do território, elegendo foro (foro de eleição, no contrato) onde serão 
propostas as ações oriundas de direitos e obrigações. 
§ 1o O acordo, porém, só produz efeito, quando constar de contrato escrito 
e aludir expressamente a determinado negócio jurídico. 
§ 2o O foro contratual obriga os herdeiros e sucessores das partes. 
MATÉRIA 
HIERARQUIA 
(Funcional) 
TERRITÓRIO 
VALOR 
ELEIÇÃO 
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Outro exemplo em que a prevenção fixa a competência: 
Art. 106. Correndo em separado ações conexas perante juízes que
têm a mesma competência territorial, considera-se prevento 
aquele que despachou em primeiro lugar. 
O despacho do Juiz o torna competente no caso de ações conexas
estar “correndo” perante Juízes com a mesma competência. 
PREVENÇÃO 
É o fenômeno processual pelo qual, existindo vários Juízes
igualmente competentes, firma-se a competência daquele que
em primeiro lugar tomar conhecimento da causa. O Juiz que
conhecer da causa em primeiro lugar, terá sua jurisdição preventa.
Observe: ele era cumulativamente, igualmentecompetente com outros
Juízes para conhecer determinada causa. Ao tomar conhecimento
desta em primeiro lugar passou a ser o único competente. Note
que a prevenção firma a competência de um Juiz já competente.
Cuidado! A prevenção não é critério de determinação da competência. O
Juiz ao conhecer da causa já era competente. 
Art. 107. Se o imóvel se achar situado em mais de um Estado ou
comarca, determinar-se-á o foro pela prevenção, estendendo-se
a competência sobre a totalidade do imóvel. 
Exemplo: a metade do imóvel situa-se no Piauí e a outra metade no
Ceará. 
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Para se chegar ao órgão competente devemos percorrer o seguinte
caminho: 
1) É competente a Justiça brasileira? (competência
internacional). Vamos buscar a resposta da atenta leitura dos arts.
88 e 89 do CPC 
2) Qual é a Justiça competente? (competência "de jurisdição).
Para esta resposta vamos à CF que, em seus arts. 109 (competência
da Justiça Federal); art. 114 (competência da Justiça do Trabalho);
art. 121 (Justiça Eleitoral); art. 124 (Justiça Militar) e art. 125, §§
3º e 4º (Justiça Militar Estadual). 
3) Qual o órgão, superior ou inferior, é o competente?
(competência originária). A competência originária, em regra, é do
juízo de primeira instância. A exceção deve estar prevista nas
Constituições Federal e Estaduais que tratam das competências dos
tribunais. 
4) Qual a Comarca, ou Seção Judiciária, competente?
(competência de foro). Por Foro, entende-se a circunscrição
territorial judiciária onde a causa deve ser proposta (Comarca ou
Seção Judiciária). É a que mais pormenorizada vem discriminada
nas leis processuais, principalmente nos Código de Processo Civil e
Processo Penal. 
5) Qual a Vara competente? (competência do juízo). Esta
competência resulta da distribuição dos processos entre os órgãos
judiciários do mesmo Foro. Juízo é sinônimo de órgão judiciário e,
em primeiro grau de jurisdição, corresponde às varas. Em um só
Foro pode haver mais de um juízo ou Vara. 
Art. 109. O juiz da causa principal é também competente para a
reconvenção, a ação declaratória incidente, as ações de
garantia e outras que respeitam ao terceiro interveniente. 
Art. 110. Se o conhecimento da lide depender necessariamente
da verificação da existência de fato delituoso, pode o juiz
mandar sobrestar (suspender) no andamento do processo até 
que se pronuncie a justiça criminal. 
Parágrafo único. Se a ação penal não for exercida dentro de 30
(trinta) dias, contados da intimação do despacho de sobrestamento,
cessará o efeito deste, decidindo o juiz cível a questão 
prejudicial. 
“Prejudicial” significa questão que deve ser decidida antes da questão 
principal. Numa questão cível sobre casamento, o Juiz cível pode
suspender a questão até que seja julgado o suposto delito da questão
penal (exemplo, saber se cometeu crime de bigamia). 
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Primeira regra: Faz todo o sentido o artigo apresentado: se a parte
alegou a incompetência, como poderia, agora, alegar conflito de
competência? 
Segunda regra: o conflito de competência não obsta, porém, a que a
parte, que o não suscitou, ofereça exceção declinatória do foro (o
réu impugna o juízo no qual a ação foi contra ele proposta, e indica o
foro competente). 
CONFLITO DE COMPETÊNCIA 
Art. 115. Há conflito de competência:
I - quando dois
ou mais juízes
se declaram 
competentes. 
II - quando dois
ou mais juízes
se consideram 
incompetentes. 
III - quando
entre dois ou
mais juízes 
surge
controvérsia 
acerca da
reunião ou
separação de
processos. 
QUEM PODE ALEGAR (ARGUIR)
O CONFLITO DE COMPETÊNCIA? 
Art. 116. O conflito pode ser suscitado por qualquer das partes, 
pelo Ministério Público ou pelo juiz. 
Parágrafo único. O Ministério Público será ouvido em todos os
conflitos de competência; mas terá qualidade de parte naqueles que
suscitar. 
QUEM NÃO PODE ALEGAR (ARGUIR)
O CONFLITO DE COMPETÊNCIA? 
Art. 117. Não pode suscitar conflito a parte (réu) que, no 
processo, ofereceu exceção de incompetência. 
Parágrafo único. O conflito de competência não obsta, porém, a que a
parte, que o não suscitou, ofereça exceção declinatória do foro. 
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5 dias 
PROCESSO DO CONFLITO DE COMPETÊNCIA (no Tribunal) 
PETIÇÃO – art. 118 
DISTRIBUIÇÃO 
Relator provoca a manifestação do Juiz (ou Juízes) suscitado(s): art.
119. 
Juiz presta informações - Art. 120 
Vista ao Ministério Público - Art. 121 
Relator apresenta o conflito em sessão de julgamento 
O Tribunal declarará qual o juiz competente, pronunciando-se 
também sobre a validade dos atos do juiz incompetente.
Parágrafo único. Os autos do processo, em que se manifestou o 
conflito, serão remetidos ao juiz declarado competente. 
O processo será remetido ao juiz declarado competente 
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Uma última informação: 
Justiça Estadual: A CF NÃO delimitou a competência da Justiça
Estadual, portanto, ela é RESIDUAL: A Justiça Comum Estadual é
competente para apreciar matérias que não sejam parte da
competência das outras justiças, como as especializadas e a
federal (que tem suas competências delimitadas pela CR). 
Art. 118. O conflito (de competência) será suscitado ao 
presidente do tribunal: 
I - pelo juiz, por ofício; 
II - pela parte e pelo Ministério Público, por petição. 
Parágrafo único. O ofício e a petição serão instruídos com os 
documentos necessários à prova do conflito. 
Art. 119. Após a distribuição, o relator mandará ouvir os juízes
em conflito, ou apenas o suscitado, se um deles for suscitante;
dentro do prazo assinado pelo relator, caberá ao juiz ou juízes 
prestar as informações. 
Art. 120. Poderá o relator, de ofício, ou a requerimento de
qualquer das partes, determinar, quando o conflito for positivo, seja
sobrestado (suspender) o processo, mas, neste caso, bem como no
de conflito negativo, designará um dos juízes para resolver, em
caráter provisório, as medidas urgentes. 
Parágrafo único. Havendo jurisprudência dominante do tribunal sobre
a questão suscitada, o relator poderá decidir de plano o conflito de
competência, cabendo agravo, no prazo de cinco dias, contado da
intimação da decisão às partes, para o órgão recursal competente.
Art. 121. Decorrido o prazo, com informações ou sem elas, será
ouvido, em 5 (cinco) dias, o Ministério Público; em seguida o relator 
apresentará o conflito em sessão de julgamento. 
Art. 122. Ao decidir o conflito, o tribunal declarará qual o juiz
competente, pronunciando-se também sobre a validade dos 
atos do juiz incompetente. 
Parágrafo único. Os autos do processo, em que se manifestou o 
conflito, serão remetidos ao juiz declarado competente. 
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COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL 
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais: 
I - processar e julgar, originariamente: 
a) os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça
Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de
responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União,
ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; 
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou
dos juízes federais da região; 
c) os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato do
próprio Tribunal ou de juiz federal; 
d) os "habeas-corpus", quando a autoridade coatora for juiz federal; 
e) os conflitos de competência entrejuízes federais vinculados ao
Tribunal; 
II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes
federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência federal
da área de sua jurisdição. 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa
pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés,
assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de
trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; 
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e
Município ou pessoa domiciliada ou residente no País; 
III - as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado
estrangeiro ou organismo internacional; 
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em
detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas
entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as
contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da
Justiça Eleitoral; 
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V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional,
quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse
ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; 
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º
deste artigo; 
VI - os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos
determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem
econômico-financeira; 
VII - os "habeas-corpus", em matéria criminal de sua competência ou
quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não
estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição; 
VIII - os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato de
autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais
federais; 
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada
a competência da Justiça Militar; 
X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a
execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença
estrangeira, após a homologação, as causas referentes à
nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; 
XI - a disputa sobre direitos indígenas. 
§ 1º - As causas em que a União for autora serão aforadas na seção
judiciária onde tiver domicílio a outra parte. 
§ 2º - As causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na
seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde houver
ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja
situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal. 
§ 3º - Serão processadas e julgadas na justiça estadual, no foro do
domicílio dos segurados ou beneficiários, as causas em que forem
parte instituição de previdência social e segurado, sempre que a
comarca não seja sede de vara do juízo federal, e, se verificada essa
condição, a lei poderá permitir que outras causas sejam também
processadas e julgadas pela justiça estadual. 
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§ 4º - Na hipótese do parágrafo anterior, o recurso cabível será
sempre para o Tribunal Regional Federal na área de jurisdição do juiz
de primeiro grau. 
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o
Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o
cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de
direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar,
perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito
ou processo, incidente de deslocamento de competência para a
Justiça Federal. 
Art. 110. Cada Estado, bem como o Distrito Federal, constituirá uma
seção judiciária que terá por sede a respectiva Capital, e varas
localizadas segundo o estabelecido em lei. 
Parágrafo único. Nos Territórios Federais, a jurisdição e as atribuições
cometidas aos juízes federais caberão aos juízes da justiça local, na
forma da lei. 
COMPETÊNCIA DE JUSTIÇA FEDERAL 
Art. 109 – Competência dos Juízes Federais: 
Primeira observação: O Juiz Estadual em algumas situações será
investido de jurisdição federal (§3° do Art. 109 CF). Para tanto, é 
necessário preencher dois pressupostos: 
1 Na localidade não haja sede da Justiça Federal. 
2 Autorização legal expressa: 
a. Autorização constitucional para causas que envolvam
segurados e INSS - causas previdenciárias e assistenciais; 
b. Leis federais elencam hipóteses, como por exemplo: Art.
108: Tribunal Regional Federal: execução fiscal, usucapião
especial rural, cumprimento de cartas precatórias federais, 
justificações). 
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COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA PESSOA 
Art. 109, incisos I, II, VIII 
O art. 109 da Carta Magna enumera as diversas matérias de 
competência da Justiça Federal, tanto na área civil quanto na penal. 
O caput do artigo utiliza a expressão "compete processar e julgar",
delimitando as causas que o Juiz Federal está habilitado a processar
(que significa instruir, propiciar o amplo exercício do contraditório e
da produção de provas) e julgar (que representa a prolatação de uma
sentença, com a possibilidade de formação do seu convencimento 
sobre a matéria analisada, caso ela seja de mérito). 
Inciso I: As causas em que a União, entidade autárquica ou empresa
pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés,
assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de 
trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; 
- entidade autárquicas: conselhos de fiscalização profissional, agencia 
reguladoras, banco central, as fundações (FUNAI) 
- se for sociedade economia mista – justiça estadual (BB) 
- o MPF não é união, autarquia ou empresa pública. A presença do
MPF em juízo, não faz que causa seja da justiça federal, pois pode 
eles praticar atos na justiça estadual. 
- a intervenção de ente federal no feito no juízo estadual: 
O termo "entidade autárquica" é gênero e possui um amplo alcance,
incluindo em seu conceito as fundações públicas federais (chamadas
por alguns doutrinadores de fundações autárquicas), as universidades
públicas federais (UFC, UFPR, etc), as agências reguladoras (ANEEL,
ANP, etc) e os conselhos reguladores de profissão (CREA, CREMEC, 
OAB, etc). 
A parte final do art. 109, I, CF traz EXCEÇÕES, dentre elas as causas
sujeitas a Justiça Eleitoral e do Trabalho, e as envolvendo acidentes
do trabalho e falência (a esse respeito conferir Súmula 270 STJ), que 
tramitarão na Justiça Estadual. 
O artigo ressalta somente de empresa pública federal (CORREIOS,
CEF, etc), assim as sociedades de economia mista (PETROBRÁS,
BANCO DO BRASIL, etc) não possuem foro privilegiado; as causas 
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envolvendo estas entidades serão processadas e julgadas na Justiça 
Estadual, que detém competência residual. 
Na esfera cível, ressalvadas algumas exceções estabelecidas pela
própria Carta Magna, o critério definidor da competência da Justiça
Federal é ratione personae - em razão da pessoa -, isto é, leva-se em
consideração a natureza dos entes envolvidos na relação processual, 
sendo, então, uma competência objetiva em razão da pessoa. 
A competência da Justiça Federal, na seara cível, não ocorre somente
em relação à pessoa, podendo se verificar também em relação à 
matéria (art.109, III, V-A, X e XI) e funcional (art. 109, X). 
O art. 109, X, traz em seu bojo tanto competência funcional como em 
razão da matéria. 
A competência da Justiça Federal é constitucional é TAXATIVA e
possui natureza absoluta, ressalvados os casos de competência 
territorial,que são relativas e admitem prorrogação. 
A competência para processar e julgar do Juiz Federal pressupõe um
juízo prévio positivo emanado quando do exercício da sua
competência para conhecer a causa. Num primeiro plano o
magistrado conhece a lide e, somente se ele reconhecer a sua 
competência, é que ele passará a processá-la e julgá-la. 
Este é o Princípio da Competência sobre a Competência, através da
qual todo juiz tem competência para examinar a sua própria
competência, a fim de se declarar competente ou incompetente para 
processar e julgar a demanda. 
Primeiro o juiz federal conhecerá o processo que lhe foi distribuído,
analisando os fatos, os fundamentos jurídicos e o pedido constantes
na inicial, a fim de que ele reconheça a existência de algumas das
situações elencadas ao longo do art. 109 da C.F., que seja capaz de 
firmar a sua competência para processar e julgar a causa. 
Em relação ao art. 109, I, somente após o conhecimento da ação e a
verificação da existência de algum interesse jurídico da União,
entidade autárquica ou empresa pública federal é que o magistrado
será competente para processar e julgar a lide, instruir a demanda,
propiciando o amplo exercício do contraditório e da produção de
provas, visando a formação do seu convencimento para prolatar uma 
sentença de mérito. 
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O Juiz Federal, ao ter o primeiro contato com a ação ajuizada,
conhecerá os fatos, os fundamentos jurídicos e o pedido narrados na
inicial e verificará se estes se adequam a algum dos dispositivos
previstos no art. 109 da C.F, a fim de declarar-se competente para 
processar e julgar a causa. 
Quanto ao art. 109, I, da CF, o juiz federal analisará se existe o
interesse jurídico da União, entidade autárquica ou empresa pública
federal, com o escopo de firmar ou não, por meio de um juízo
positivo ou negativo, a sua competência para processar e julgar a 
lide. 
Súmulas do STJ: 
150. Compete à Justiça Federal decidir sobre a existência de
interesse jurídico, que justifique a presença, no processo, da União, 
suas autarquias ou empresas públicas. 
224. Excluído do feito o ente federal, cuja presença levara o Juiz
Estadual a declinar da competência, deve o Juiz Federal restituir os 
autos e não suscitar conflito. 
254. A decisão do Juízo Federal que exclui da relação processual ente 
federal não pode ser reexaminada no Juízo Estadual. 
-Quatro exceções que as causas não são da justiça estadual: 
a) causas de falência(insolvência civil e recuperação empresarial): é
causa que sempre tramita na justiça estadual, mesmo que haja 
interesse federal em jogo. 
b) causas eleitorais. 
c) causas trabalhistas: causas trabalhistas, por exemplo, com a caixa.
Mas se a causa for estatutária ai a justiça responsável é a comum,
será federal se servidor federal se servidor estadual a justiça 
estadual. 
d) causas relativas a acidente do trabalho: não pode ser processadas 
na justiça federal. 
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-Acidentária: 
*trabalhista: 
Indenizatória: contra o empregador: na justiça do trabalho
Previdenciária: contra o INSS: na justiça estadual: com recurso para 
o TJ 
*outras natureza: 
Indenizatória: causador do acidente: na justiça comum. 
Previdenciária: contra o INSS: na justiça federal. 
Interesse jurídico: graus, alcance e significado: o interesse
jurídico é a verdadeira medida da participação do sujeito 
parcial do processo. 
Há dois graus de interesse jurídico: 
1. Direto ou imediato 
2. Indireto ou mediato: intensidade é diretamente proporcional à 
participação do terceiro interveniente no processo. 
Quanto maior a atuação direta da ação de direito material sobre as
relações jurídicas do sujeito, tanto maior deverá ser sua possibilidade 
para efetivamente participar da relação processual. 
Inciso II: As causas entre Estado estrangeiro ou organismo 
internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País; 
-por opção da CF mesmo sem envolver ente da união, deslocou a 
competência para justiça federal. 
- os recursos nestas causas vão para o STJ. 
-princípio da imunidade de jurisdição não se aplica a atos privados de 
ente estrangeiro. 
- cobrança de alugueis de imóveis locados por entes estrangeiros. 
Inciso III: os mandados de segurança e os habeas data contra ato
de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos 
Tribunais federais; 
Autoridade federal: pode ser autoridade privada que exerça função
pública. Ex: autoridade de ensino superior privado. Sumula 15,
60(que mandado segurança de autoridade privada federal é da 
justiça federal) do TFR. 
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COMPETENCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA 
Art. 109, Incisos III, V-A, X, XI 
Inciso III: As causas fundadas em tratado ou contrato da União com 
Estado estrangeiro ou organismo internacional; 
Inciso V-A: As causas relativas a direitos humanos a que se refere o 
§ 5o deste artigo; 
Art. 5, § 5º: Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o
Procurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar o
cumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais de
direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar,
perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito
ou processo, incidente de deslocamento de competência para a 
Justiça Federal. 
- aplicável ao inquérito civil ou penal 
- somente se desloca pra justiça federal se demonstrada a ineficiência 
e inaptidão da justiça estadual. 
X – os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a
execução de carta rogatória, após o exequatur, e de sentença
estrangeira após a homologação, as causas referentes à 
nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; 
XI – a disputa sobre direitos indígenas: 
-direitos dos índios como uma coletividade, são julgados pela Justiça 
Federal. 
-genocídio de índios. 
-uma tribo indígena pode ser parte, como tipo de sujeito de direito 
que não se confunde com PJ e PF. 
-índio individualmente: Justiça Estadual (comum) 
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COMPETÊNCIA FUNCIONAL 
Inciso X 
-cumprir carta rogatória; executar sentença estrangeira: não importa 
as pessoas. 
COMPETÊNCIA DO TRF 
Art. 108 – Tribunal Regional Federal: a competência sempre será 
funcional não importando a matéria ou a pessoa. 
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais: 
I – processar e julgar, originariamente: 
b) as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou 
dos juízes federais da região; 
c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio 
Tribunal ou de juiz federal; 
- sempre o ato alvo devera ser de ato do tribunal ou de juiz federal e
juiz estadual investido de jurisdição federal 
-correição parcial de juiz estadual investido jurisdição federal será do
TJ. 
- qualquer tribunal é competência para julgar rescisória de suas 
decisões e MS e HD de atos do seu tribunal. 
e) os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao 
Tribunal; 
II – julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes
federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência federal 
da área de sua jurisdição. 
Súmulas: 
-Súmula 216 TFR (em que pese ser extinto o Tribunal Federal de
Recurso, a súmula continua sendo aplicada: Mandado de segurança
deve ser proposta direto na justiça federal não cabe as exceções 
acima. 
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37 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br- Súmula 689 STF: pode demanda na justiça federal tanto na vara do
domicilio como na capital do estado membro do seu domicilio.
Preenchidos os dois pressupostos o juiz estadual julga a causa com 
recurso para o TRF. 
- Pergunta-se: posso demandar ação civil pública federal perante
juízo estadual se no local do dano não houver sede federal? R: não
por ausência de lei que autorize. Ação civil pública federal é na justiça 
federal. Mas ação civil pública comum pode ser na justiça comum. 
- Súmula 183 STJ: cancelada. 
QUESTÕES 
Questão 01. (TJ/RR/2006) No que se refere à competência interna
dos órgãos jurisdicionais, assinale a opção correta. 
a) A justiça estadual é competente para conhecer e julgar todas as
causas que não sejam da competência da justiça federal, militar, do
trabalho e eleitoral. 
b) A competência territorial ou de foro é aquela que indica qual a
comarca onde deverá a demanda ser proposta, ou seja, no domicílio
do réu. Por se tratar de competência absoluta, é impossível qualquer
modificação, seja por vontade das partes ou por motivo legal. 
c) Existindo continência entre duas ações que tramitam perante
juízos diversos, configurada pela identidade do objeto ou da causa de
pedir, impõe-se a reunião dos processos, mesmo quando um desses
processos já se encontra sentenciado. 
d) Compete à justiça federal conhecer e julgar todas as causas
que a União, os estados, o Distrito Federal e as sociedades de
economia mista forem interessadas na condição de autores ou réus. 
Comentários: 
Alternativa “a”: correta: A CF NÃO delimitou a competência da Justiça
Estadual, portanto, ela é RESIDUAL: A Justiça Comum Estadual é
competente para apreciar matérias que não sejam parte da
competência das outras justiças, como as especializadas e a
federal (que tem suas competências delimitadas pela CR). 
Alternativa “b”: errada: a competência territorial NÃO é absoluta,
mas relativa. 
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Alternativa “c”: errada: continência: Art. 104. Dá-se a continência
entre duas ou mais ações sempre que há identidade quanto às partes
e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo,
abrange o das outras. 
Art. 105. Havendo conexão ou continência, o juiz, de ofício ou a
requerimento de qualquer das partes, pode ordenar a reunião de
ações propostas em separado, a fim de que sejam decididas
simultaneamente. O processo não pode encontrar-se julgado. Este
tema será profundamente estudado, em detalhes na aula 05. 
Alternativa “d”: errada. Do assunto, trata o Direito Constitucional. O 
art. 109 da CF traça as regras sobre a competência da Justiça
Federal. O erro da alternativa está em que há exceção. O vocábulo
TODAS torna a alternativa errada. Art. 109. Aos juízes federais
compete processar e julgar: I - as causas em que a União, entidade
autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na
condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de
falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça
Eleitoral e à Justiça do Trabalho. 
Gabarito: a 
Questão 02. (PONTUA/2011/TRE-SC/Analista Judiciário/Área
Judiciária) Em relação à jurisdição, é INCORRETO afirmar que: 
a) As causas cíveis serão processadas e julgadas pelos órgãos
jurisdicionais, nos limites da sua competência, ressalvada às partes a
liberdade de instituírem juízo arbitral. 
b) A perpetuatio jurisdicionis consiste na regra que compõe o sistema
de estabilidade do processo, segundo a qual a competência fixada na
propositura da ação e com o despacho inicial não mais se modifica. 
c) A exceção da perpetuatio jurisdicionis pode ocorrer quando houver
modificação do estado de fato, como a mudança de domicílio do réu,
ou em razão da ampliação do teto da competência do órgão em razão
do valor da causa. 
d) A exceção da perpetuatio jurisdicionis pode ocorrer em razão de
supressão do órgão judiciário, pela alteração superveniente da
competência em razão da matéria ou da hierarquia. 
Comentários: 
Competência é a relação de adequação entre determinado órgão
judiciário e determinada causa; a medida da jurisdição, a quantidade
de poder jurisdicional atribuída, em exercício, a determinado órgão
judiciário. Jurisdição é poder, abstratamente considerado, para
julgar litígios; competência é jurisdição concretamente considerada,
vale dizer, poder para dirimir litígios especificamente individualizados. 
http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/pontua-2011-tre-sc-analista-judiciario-area-judiciaria-prova-branca
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Alternativa “a” correta: art. 86 do CPC: 
Art. 86. As causas cíveis serão processadas e decididas, ou
simplesmente decididas, pelos órgãos jurisdicionais, nos
limites de sua competência, ressalvada às partes a faculdade
de instituírem juízo arbitral. 
Processar uma causa significa conduzir, comandar um processo rumo
ao provimento jurisdicional final. A causa cível, diz a lei, pode ser
decidida por um órgão que não tenha processado, como sói acontecer
quando a causa ocorreu perante juízo incompetente e outro vem a
proferir julgamento. O juízo arbitral é sucedâneo da jurisdição. Trata-
se de negócio jurídico disciplinado por lei que tem por objeto a
outorga a um particular de poder para julgar litígios que versem
sobre direitos disponíveis. 
A alternativa “b” está correta: art. 87 do CPC: 
Art. 87. Determina-se a competência no momento em que a ação é
proposta. 
O dispositivo insitui o chamado princípio da perpetuatio
jurisdictiones, que é a regra fundamental de processo segundo a
qual a propostiura da ação fixa num determinado órgão judiciário a
competência para o processamento e o julgamento de uma causa.
Fixada a competência, quaisquer modificações fáticas (alteração da
residência ou do domicílio) ou jurídicas (alteração do estado civil ou
de regras de competência em razão do território ou do valor) tornam-
se irrelevantes. 
Apenas as modificações expressamente previstas no texto têm
o condão de interferir na competência de um órgão: a
supressão do órgão judiciário (o desaparecimento da Vara de Registro
Públicos, num Estado). a alteração da competência em razão da
matéria, o que inclui também pessoa (arts. 91 e 92 do CPC pela
ampliação da competência das varas de família) ou da hierarquia, isto
é, a competência dita funcional no plano vertical (art. 93, alteração
da competência dos tribunais estaduais). 
Observe-se que, em relação à competência territorial ou pelo valor, o
fenômeno da perpetuatio só ocorre no momento da não oposição de
exceção (art. 114). 
A alternativa “d” está correta: art. 87 do CPC: 
Art. 87. Determina-se a competência no momento em que a ação é
proposta. São irrelevantes as modificações do estado de fato ou de
direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem o órgão
judiciário ou alterarem a competência em razão da matéria ou da
hierarquia. 
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Gabarito: c 
Questão 03. (FCC/2009/TRE-PI/Analista Judiciário/Área Judiciária)
Sobre a competência interna, considere: 
I. Nas ações fundadas em direito real sobre imóveis, é
competente o foro da situação da coisa, mas o autor pode optar pelo
foro do domicílio ou de eleição, se o litígio recair sobre direito de
vizinhança, servidão e nunciação de obra nova. 
II. A nulidade da cláusula de eleição de foro, em contrato de
adesão, pode ser declarada de ofício pelo juiz, que declinará de
competência para o juízo de domicílio do réu. 
III. O foro do domicílio do autor da herança, no Brasil, é o
competente para todas as ações em que o espólio forréu, ainda que
o óbito tenha ocorrido no estrangeiro. 
IV. A competência em razão do território e da hierarquia é
inderrogável por convenção das partes; mas estas podem modificar a
competência em razão da matéria e do valor, elegendo foro onde
serão propostas as ações oriundas de direitos e obrigações. 
De acordo com o Código de Processo Civil, está correto o que se
afirma APENAS em 
a) I, II e III. 
b) I, III e IV. 
c) I e IV. 
d) II e III. 
e) II, III e IV. 
Comentários: 
I - ERRADA - art. 95, CPC 
II - CORRETA - art. 112, parágrafo único, CPC
III - CORRETA - art. 96, CPC 
IV - ERRADA - art. 111, CPC 
Observe: 
I. Nas ações fundadas em direito real sobre imóveis, é competente o
foro da situação da coisa, mas o autor pode optar pelo foro do
domicílio ou de eleição, se o litígio recair sobre direito de vizinhança,
servidão e nunciação de obra nova. ERRADA - CPC - Art. 95. Nas
ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro da
situação da coisa. Pode o autor, entretanto, optar pelo foro do
domicílio ou de eleição, não recaindo o litígio sobre direito de
propriedade, vizinhança, servidão, posse, divisão e demarcação de
terras e nunciação de obra nova. 
II. A nulidade da cláusula de eleição de foro, em contrato de adesão,
pode ser declarada de ofício pelo juiz, que declinará de competência 
http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/fcc-2009-tre-pi-analista-judiciario-area-judiciaria
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para o juízo de domicílio do réu. CORRETA - CPC - Art. 112. Argúi-se,
por meio de exceção, a incompetência relativa.
Parágrafo único. A nulidade da cláusula de eleição de foro, em
contrato de adesão, pode ser declarada de ofício pelo juiz, que
declinará de competência para o juízo de domicílio do réu. 
III. O foro do domicílio do autor da herança, no Brasil, é o
competente para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que
o óbito tenha ocorrido no estrangeiro. CORRETA - CPC - Art. 96. O
foro do domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para
o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições
de última vontade e todas as ações em que o espólio for réu, ainda
que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro. 
IV. A competência em razão do território e da hierarquia é
inderrogável por convenção das partes; mas estas podem modificar a
competência em razão da matéria e do valor, elegendo foro onde
serão propostas as ações oriundas de direitos e obrigações. ERRADO 
- CPC - Art. 111. A competência em razão da matéria e da hierarquia
é inderrogável por convenção das partes; mas estas podem modificar
a competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde
serão propostas as ações oriundas de direitos e obrigações.
Gabarito: d 
Questão 04. Poderá modificar-se pela conexão ou continência a
competência em razão 
a) da matéria e da hierarquia. 
b) do valor, apenas. 
c) do valor e do território. 
d) da hierarquia, apenas. 
e) da matéria, apenas. 
Comentários: Art. 102. A competência, em razão do valor e do
território, poderá modificar-se pela conexão ou continência,
observado o disposto nos artigos seguintes. 
Gabarito: c 
Questão 05. (CESPE/2007/TRT-9R/Técnico Judiciário/Área
Administrativa) Foro é a delimitação territorial para o exercício do
poder jurisdicional, sendo que, nos limites do mesmo foro, podem
exercer jurisdição um ou mais órgãos jurisdicionais. 
Ressalto que, em que ser a questão ser da banca Cespe, vamos
resolvê-la porque importante para fixar os conceitos. 
FORO: unidade territorial onde o juiz (ou juízes) exerce suas funções.
Foro é a delimitação territorial para o exercício do poder jurisdicional, 
http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2007-trt-9r-tecnico-judiciario-area-administrativa
http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/cespe-2007-trt-9r-tecnico-judiciario-area-administrativa
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sendo que, nos limites do mesmo foro, podem exercer jurisdição um
ou mais órgãos jurisdicionais. 
JUÍZO: vara, cartório, a unidade administrativa 
Foro (local, espaço físico): Competência Territorial -- eleição de foro
competente, local para propositura da ação (arts. 94 e seguintes
CPC). 
Jurisdição (capacidade do Estado de "dizer o direito"): a jurisdição
civil, contenciosa e voluntária é exercida pelos juízes (e tribunais,
turmas recursais, etc), em todo o território nacional. A tutela
jurisdicional só será prestada pelo (Estado)juiz a requerimento
(provocação) da parte ou interessado, nos casos e formas definidas
em lei. (arts. 1º e 2º CPC). 
Gabarito: correto. 
Questão 06. (FCC/2011/PGE-MT): A respeito da competência, é
correto afirmar que 
a) o foro do domicílio do credor é competente para a ação de
anulação de títulos extraviados ou destruídos. 
b) a competência é determinada no momento em que ocorre a 
citação válida do réu. 
c) a ação fundada em direito real sobre bens móveis serão
propostas, em regra, no foro da situação da coisa. 
d) a ação em que o incapaz for réu se processará no foro do
domicílio do autor. 
e) compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de
qualquer outra, conhecer das ações relativas a imóveis situados no
Brasil. 
Comentários: 
Alternativa “a” errada: Art. 100. É competente o foro: III - do
domicílio do devedor, para a ação de anulação de títulos
extraviados ou destruídos. 
Alternativa “b” errada: Art. 87. Determina-se a competência no
momento em que a ação é proposta. São irrelevantes as
modificações do estado de fato ou de direito ocorridas
posteriormente, salvo quando suprimirem o órgão judiciário ou
alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia. 
Alternativa “c” errada: Art. 94. A ação fundada em direito pessoal e a
ação fundada em direito real sobre bens móveis serão
propostas, em regra, no foro do domicílio do réu. 
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Alternativa “d” errada: Art. 98. A ação em que o incapaz for réu se
processará no foro do domicílio de seu representante. 
Alternativa “e” correta: competência exclusiva: Art. 89. Compete à
autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer
outra: I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no
Brasil. 
Gabarito: e 
Questão 07. (FCC/2011/TRT/20ª REGIÃO (SE)/Analista
Judiciário/Área Judiciária: José, residente e domiciliado fora do Brasil,
pretende ajuizar no Brasil ação fundada em direito real sobre bem
móvel em face de João, também residente e domiciliado fora do
Brasil. A ação 
a) poderá ser proposta em qualquer foro. 
b) só poderá ser ajuizada no foro do último domicílio de João no
Brasil. 
c) só poderá ser ajuizada no foro do último domicílio de José no
Brasil. 
d) só poderá ser ajuizada no foro do local onde estiver o bem
móvel. 
e) só poderá ser proposta no foro da última residência de João no
Brasil. 
Comentários: Art. 94. A ação fundada em direito pessoal e a ação
fundada em direito real sobre bens móveis serão propostas, em
regra, no foro do domicílio do réu. § 3o Quando o réu não tiver
domicílio nem residência no Brasil, a ação será proposta no foro do
domicílio do autor. Se este também residir fora do Brasil, a ação
será proposta em qualquer foro. 
Gabarito: a 
Questão 08. (FCC/2011/TRE-PE/Analista Judiciário/Área
Administrativa) Mirto é casado e pai de João Vitor, maior e capaz.
Viajou sozinho para Paris. Em território Francês, Mirto teve um
ataque cardíaco e faleceu. Neste caso, em regra, será competente
para todas as ações em que o espólio de Mirto for Réu 
a) o local onde ocorreu o óbito na França. 
b) o foro do domicílio de Mirto no Brasil. 
c)o foro da embaixada do Brasil na França. 
d) o foro do domicílio de seu filho no Brasil. 
e) qualquer foro do território Nacional em razão do óbito ter
ocorrido na França. 
http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/fcc-2011-trt-20a-regiao-se-analista-judiciario-area-judiciaria
http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/fcc-2011-trt-20a-regiao-se-analista-judiciario-area-judiciaria
http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/fcc-2011-tre-pe-analista-judiciario-area-administrativa
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Comentários: Art. 96. O foro do domicílio do autor da herança,
no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a
arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade
e todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito
tenha ocorrido no estrangeiro. 
Parágrafo único. É, porém, competente o foro: 
I - da situação dos bens, se o autor da herança não possuía domicílio
certo; 
II - do lugar em que ocorreu o óbito se o autor da herança não tinha
domicílio certo e possuía bens em lugares diferentes. 
Gabarito: b 
Questão 09. (FCC/2011/TRE-PE/Analista Judiciário/Área Judiciária) No
processo “A”, o réu possui domicílio na Argentina e o autor no
Uruguai; no processo “B”, o domicílio do réu é desconhecido. Nestes 
casos, considerando que ambas as ações são fundadas em direito real
sobre bem móvel, 
a) o processo “A” deverá ser proposto, necessariamente, no último 
domicílio do réu no Brasil e o processo “B” onde o réu for encontrado.
b) em ambos os processos a ação será proposta em qualquer foro.
c) em ambos os processos a ação será proposta obrigatoriamente
onde o réu for encontrado. 
d) o processo “A” deverá ser proposto, necessariamente, no último 
domicílio do réu no Brasil e o processo “B” no domicílio do autor. 
e) o processo “A” será proposto em qualquer foro e o processo “B” 
onde o réu for encontrado ou no domicílio do autor. 
Comentários: 
Processo A Processo B 
Réu possui domicílio na Argentina Domicílio do réu é desconhecido
Autor domiciliado no Uruguai 
Ação fundada em direito real 
sobre bem móvel 
Ação fundada em direito real
sobre bem móvel 
Art. 94. A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada em
direito real sobre bens móveis serão propostas, em regra, no
foro do domicílio do réu. 
§ 1o Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de
qualquer deles. 
§ 2o Sendo incerto ou desconhecido o domicílio do réu, ele será
demandado onde for encontrado ou no foro do domicílio do
autor. 
§ 3o Quando o réu não tiver domicílio nem residência no Brasil, a
ação será proposta no foro do domicílio do autor. Se este também
residir fora do Brasil, a ação será proposta em qualquer foro. 
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§ 4o Havendo dois ou mais réus, com diferentes domicílios, serão
demandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor.
Gabarito: a 
Questão 10. (CESPE/2011/TRE-ES/Analista Judiciário/Área
Administrativa) Considera-se relativa a incompetência do juízo em
razão do território. 
Comentários: A competência, em razão do Território e do Valor é
relativa. lembre: A TV é relativa! 
Art. 102. A competência, em razão do valor e do território, poderá
modificar-se pela conexão ou continência, observado o disposto nos
artigos seguintes. 
Art. 111. A competência em razão da matéria e da hierarquia é
inderrogável por convenção das partes; mas estas podem modificar a
competência em razão do valor e do território, elegendo foro onde
serão propostas as ações oriundas de direitos e obrigações. 
Incompetência: 
Quando da proposição de uma ação é necessária a determinação da
competência para que não ocorra o problema de incompetência,
que pode ser relativa ou absoluta. 
a) Incompetência Absoluta - A competência absoluta é fixada
quando a norma que estabelece como critério a natureza da
pessoa ou a matéria do litígio. Ao fixá-la, movido pelo interesse
público, o legislador automaticamente fixa todos os outros órgãos
jurisdicionais como absolutamente incompetentes para o
julgamento daquele litígio. Faz com que o juiz se declare
incompetente de ofício. Caso o juiz não declare sua incompetência,
nem ela seja alegada pela parte, ele permanece nessa situação,
podendo gerar até mesmo uma sentença nula, uma vez que,
quando absoluta a competência, não é passível de prorrogação. A
incompetência absoluta não pode ser afastada pelas partes. 
b) Incompetência Relativa - A competência relativa, e, por
conseguinte a incompetência relativa, é fixada quando o critério
utilizado é qualquer outro que não a natureza da pessoa ou a
matéria do litígio. Quando esse critério é o territorial ela sempre
será relativa. O juiz não pode reconhecer de ofício sua
incompetência, sendo necessária a alegação pela parte. Caso isso
não ocorra dentro de um prazo estipulado, o juiz tem sua
competência alargada, prorrogada, tornando-se competente. A
exceção diz respeito ao Processo Penal, quando o juiz deve declarar
sua situação de ofício. A incompetência relativa pode ser afastada
pelas partes, criando-se o Foro de Eleição. 
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Gabarito: correta 
Questão 11. (PONTUA/2011/TRE-SC/Analista Judiciário/Área
Judiciária) Em relação à jurisdição, é INCORRETO afirmar que: 
a) As causas cíveis serão processadas e julgadas pelos órgãos
jurisdicionais, nos limites da sua competência, ressalvada às partes a
liberdade de instituírem juízo arbitral. 
b) A perpetuatio jurisdicionis consiste na regra que compõe o
sistema de estabilidade do processo, segundo a qual a competência
fixada na propositura da ação e com o despacho inicial não mais se
modifica. 
c) A exceção da perpetuatio jurisdicionis pode ocorrer quando
houver modificação do estado de fato, como a mudança de domicílio
do réu, ou em razão da ampliação do teto da competência do órgão
em razão do valor da causa. 
d) A exceção da perpetuatio jurisdicionis pode ocorrer em razão de
supressão do órgão judiciário, pela alteração superveniente da
competência em razão da matéria ou da hierarquia. 
Comentários: é a relação de adequação entre determinado órgão
judiciário e determinada causa; a medida da jurisdição, a quantidade
de poder jurisdicional atribuída, em exercício, a determinado órgão
judiciário. Jurisdição é poder, abstratamente considerado, para
julgar litígios; competência é jurisdição concretamente considerada,
vale dizer, poder para dirimir litígios especificamente individualizados.
Alternativa “a” está correta, nos termos do artigo 86 do CPC: 
Art. 86. As causas cíveis serão processadas e decididas, ou
simplesmente decididas, pelos órgãos jurisdicionais, nos limites de
sua competência, ressalvada às partes a faculdade de instituírem
juízo arbitral. 
Processar uma causa significa conduzir, comandar um processo rumo
ao provimento jurisdicional final. A causa cível, pode ser decidida por
um órgão que não tenha processado, como pode acontecer quando a
causa ocorreu perante juízo incompetente e outro vem a proferir
julgamento. O juízo arbitral é sucedâneo da jurisdição. Trata-se de
negócio jurídico disciplinado por lei que tem por objeto a outorga a
um particular de poder para julgar litígios que versem sobre direitos
disponíveis. 
Alternativa “b” está correta: nos termos do artigo 87 do CPC: 
Art. 87. Determina-se a competência no momento em que a ação é
proposta. 
http://www.questoesdeconcursos.com.br/provas/pontua-2011-tre-sc-analista-judiciario-area-judiciaria-prova-branca
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