Buscar

FURAR FILA CONCURSO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 166 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 166 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 166 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Copyright	©	2016	por	Leonardo	Mendonça
Todos	os	direitos	reservados.	Nenhuma	parte	desta	publicação	pode	ser
reproduzida,	distribuída	ou	transmitida	por	qualquer	forma	ou	por	qualquer
meio,	incluindo	fotocópia,	gravação	ou	outros	métodos	eletrônicos	ou
mecânicos,	sem	a	prévia	autorização	por	escrito	do	autor,	exceto	no	caso	de
breves	citações	incluídas	em	revisões	críticas	e	alguns	outros	usos	não-
comerciais	permitidos	pela	lei	de	direitos	autorais.
Revisão	de	língua	portuguesa	e	tipográfica:	Kaline	Sampaio	de	Araújo
Capa,	projeto	gráfico	e	diagramação:	Mauricio	Oliveira	Jr.
Aos	meus	pais,	sempre.
Não	repreendas	o	escarnecedor,	para	que	não	te	odeie;	repreende	o
sábio,	e	ele	te	amará.	Dá	instrução	ao	sábio,	e	ele	se	fará	mais	sábio;	ensina	o
justo	e	ele	aumentará	em	entendimento.	O	temor	do	Senhor	é	o	princípio	da
sabedoria,	e	o	conhecimento	do	Santo	a	prudência.
Provérbios	9:8-10
O	concurso	público	é	como	uma	fila.	Ao	começar	a	estudar,	você	entra	na	fila.
Mantenha-se	estudando,	persevere,	e	um	dia	chegará	sua	vez	de	ser	aprovado.
Mas	e	se	for	possível	entrar	na	frente	dessa	fila?
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
O	PODER	DO	ESTRATEGISTA
ESTUDAR	PARA	PASSAR	OU	ATÉ	PASSAR?
INTRODUÇÃO	AO	MÉTODO
O	DIFERENCIAL
A	BREVIDADE	DOS	RESULTADOS
CONTROLE	DO	TEMPO
A	PREPARAÇÃO
OBSERVE	A	FILA
SAIBA	ESCOLHER	O	CARGO
O	CARGO	EM	SI
AS	FASES	DO	CONCURSO
AS	DISCIPLINAS	COBRADAS
O	LOCAL
O	TRABALHO	EM	SI
A	REMUNERAÇÃO
O	NÚMERO	DE	VAGAS
UM	EXEMPLO	COMPLEXO
REGRAS	BÁSICAS	DE	EFICIÊNCIA
LEITURA	DINÂMICA
ESTUDE	TUDO
OBJETIVOS	A	CURTO	PRAZO
MÉTODO	PIZZA	E	MÉTODO	CEBOLA	(OU	ROCAMBOLE)
NÃO	DECORE
SIGA	UMA	MESMA	LINHA	DE	CONCURSO
EVITE	QUEBRAR	SEU	ESTUDO
O	EXPEDIENTE	DE	ESTUDO
NÃO	SE	PERMITA	BLOQUEAR
O	ESTUDO	EFICIENTE
ENTENDA	A	ESTRATÉGIA
MATERIAIS
LIVROS	DE	DOUTRINA
CURSINHOS,	AULAS	PRESENCIAIS,	TELEPRESENCIAIS	OU	VIDEOAULAS
CÓPIA	MANUAL	E	ELABORAÇÃO	DE	RESUMOS
ESTUDO	EM	GRUPO
DECOREBA
RESUMOS	E	CURSOS	EM	PDF
LEGISLAÇÃO
JURISPRUDÊNCIA
RESOLUÇÃO	DE	QUESTÕES
QUESTÕES	COMENTADAS
ÁUDIOS	E	VÍDEOS	NO	DESCANSO	ATIVO
AS	TRÊS	ETAPAS
MONTE	O	SEU	COCKPIT	E	COMECE	A	ESTUDAR
A	PROVA
MINHA	BREVE	JORNADA	DE	CONCURSEIRO
O	SEGREDO	DO	SUCESSO
REDES	SOCIAIS	E	CONTATOS
APRESENTAÇÃO
“Como	 furar	 a	 fila	 em	 concursos	 públicos”	 pode	 parecer	 um	 título
bastante	 pretencioso.	 Não	 só	 pretencioso,	mas	 talvez	 um	 pouco	 pedante	 e	 até
ofensivo.	“Furar	uma	fila”	é	uma	conduta	condenável	e	antiética,	algo	distante
das	intenções	deste	livro.	Talvez	o	título	mais	apropriado	fosse	“Como	passar	no
seu	 próximo	 concurso”,	 pois	 trataremos,	 em	 verdade,	 de	 estratégias	 objetivas
focadas	 na	 aprovação	 direcionada	 a	 um	 concurso	 próximo,	 em	 curto	 prazo.	 É
fato	que	isso	implicará	na	sua	aprovação	na	frente	de	pessoas	que	começaram	a
estudar	 antes	de	você,	que	entraram	na	 fila	dos	 concursos	na	 sua	 frente	 (daí	o
“furar	a	fila”),	mas	fazer	essa	referência	no	título	pode	indicar	uma	inversão	de
propósito,	valorizando	demais	o	prejuízo	dos	concorrentes	que	ficaram	para	trás,
quando	 na	 verdade	 o	 objetivo	 está	 unicamente	 em	 providenciar	 o	 seu	 sucesso
pessoal.	Apesar	disso,	optei	por	ele	pelas	razões	que	descrevo	a	seguir.
***
Eu	estava	beirando	a	depressão.	Pensava	que	nunca	seria	nada	na	vida.
Pensava	que	 jamais	conseguiria	passar	num	bom	concurso	público.	Que	estava
além	de	minha	capacidade.	Era	um	advogado	infeliz	que	detestava	o	que	fazia.
Tentava	estudar,	já	havia	tentado	vários	concursos,	sem	chegar	nem	perto	de	um
resultado	 positivo.	 Com	 a	 carteira	 da	 OAB	 na	 mão,	 me	 obriguei	 a	 continuar
advogando,	 embora	 detestasse	 aquilo.	 Continuei	 tentando	 concursos.	 Estudava
mal,	sem	foco,	sem	rumo,	sem	planejamento,	sem	vontade.	O	resultado	era	zero.
Não	conseguia	avançar.	A	frustração	começou	a	me	consumir	por	inteiro.	Nem
estudava	 nem	 trabalhava	 satisfatoriamente.	 Após	 um	 momento	 de	 total
desespero,	tive	uma	epifania.	Resolvi	largar	tudo	e	me	dedicar	exclusivamente	a
estudar,	embora	duvidasse	das	minhas	aptidões.	Mas	não	me	restava	mais	nada,
era	a	única	e	última	opção	além	da	depressão.
Eu	 não	 sou	 nenhum	 gênio,	 mas	 sempre	 fui	 um	 estrategista.	 Sempre
elaborei	minhas	próprias	estratégias	de	estudo	para	passar	por	média	na	escola	e
na	 faculdade	 sem	 muito	 esforço.	 Mas	 nunca	 pensei	 que	 poderia	 usá-las	 para
passar	em	concursos	públicos.	Pensei	que	as	melhores	estratégias	já	haviam	sido
descobertas	pelas	maiores	autoridades	no	assunto,	e	o	que	eu	tinha	que	fazer	era
seguir	a	multidão.	Entrar	na	fila.	Mas	estava	errado.
Quem	passa	 em	 concursos	 públicos?	Como	 eles	 estudam?	O	 “caminho
das	 pedras”	 dado	 pelas	 grandes	 autoridades	 em	 concursos	 públicos	 é	 longo
demais.	 Perceba	 que	 esses	 especialistas	 são	 sempre	 pessoas	 superinteligentes,
gênios,	 intelectuais,	 nerds,	 estudantes	 compulsivos,	 ou	 qualquer	 coisa	 do	 tipo.
São	 excepcionais.	 Somente	 excepcionais	 conseguem	 trilhar	 esse	 mesmo
caminho	 de	maneira	 eficiente.	 Eu	 não	 sou	 igual	 a	 eles,	 então	 não	 posso	 fazer
igual	a	eles,	ou	nunca	atingirei	o	meu	objetivo.
Dediquei	 os	 primeiros	 dias	 a	 elaborar	 a	 melhor	 estratégia	 de	 estudos.
Estudei	 e	 pesquisei	 sobre	 as	 provas,	 editais,	 conteúdo,	 professores,	 métodos,
tentei	elaborar	um	método	otimizado,	com	máximo	aproveitamento,	para	superar
as	minhas	 limitações.	Como	vencer	pessoas	mais	 experientes,	mais	 estudiosas,
mais	inteligentes	e	mais	bem	preparadas	do	que	eu?	Eu	precisava	pensar	em	algo
a	mais.	Se	eu	era	incapaz,	me	tornaria	capaz	por	minha	própria	força.	Pelo	meu
próprio	braço.
Comecei	meu	planejamento	olhando	para	os	lados.	Precisava	achar	uma
maneira	 de	 ser	 melhor	 que	 meus	 concorrentes.	 Percebi	 que	 todos	 faziam	 a
mesma	coisa,	seguiam	uma	mesma	linha,	estudavam	da	mesma	forma,	e	que	não
era	uma	forma	eficiente.	Projetei,	então,	uma	maneira	de	fazer	melhor.	De	passar
à	 frente.	 Pensei	 e	 ponderei	 sobre	material,	 cursinho,	 videoaula,	 livro,	 apostila,
legislação,	 jurisprudência,	 como,	 quando,	 onde,	 por	 onde,	 por	 quanto	 tempo
deveria	 estudar.	 Desenvolvi	 estratégias	 para	 identificar	 os	 melhores	 certames,
prever	as	questões,	estudar	e	absorver	o	máximo	de	conteúdo	útil	para	a	prova
no	 menor	 tempo	 possível.	 Não	 queria	 mais	 passar	 anos	 e	 anos	 de	 estudo,
frustração	e	reprovação.
O	que	se	seguiu	foi	fantástico.	Eu	não	esperava	que	fosse	dar	tão	certo.
Mas	deu.
Com	apenas	duas	semanas	desse	estudo	otimizado,	o	cara	que	pensava
que	jamais	conseguiria	passar	num	concurso	público	razoável	conseguiu	ficar	na
19ª	 colocação	 no	 concurso	 do	 TRF	 5ª	 Região,	 seção	 RN,	 para	 o	 cargo	 de
Analista	Judiciário	Execução	de	Mandados	(Oficial	de	Justiça	Federal).	Julguei
tratar-se	 de	 pura	 sorte,	 afinal,	 é	 impossível	 conceber	 um	 resultado	 desses	 tão
rápido.	 Era	 um	 concurso	 excelente,	 mas	 não	 havia	 vagas,	 apenas	 cadastro
reserva.	Significava	dizer	que	não	havia	outra	saída	senão	continuar	estudando	e
torcer	para	um	dia	ser	chamado.
Pouco	 tempo	depois,	dentro	de	mais	dois	meses,	me	saí	 relativamente
bem	 nos	 concursos	 para	 Delegado	 do	 RJ	 e	 de	 AL.	 Acenderam-se	 minhas
esperanças	 e	 saltei	 de	 alegria.	 O	 concurso	 para	 delegado	 era	 fenomenal	 e
incrivelmente	difícil,	e	eu	já	estava	quase	na	disputa.	Não	passei	para	a	segunda
fase,	 mas	 lembre-se:	 dois	 meses	 antes	 eu	 estava	 desesperado	 e	 beirando	 a
depressão	pois	“sabia”	que	jamais	seria	capaz	de	passar	em	um	bom	concurso.	E
agora	estava	quase	disputando	uma	vaga	para	Delegado	de	Polícia	Civil.	Vibrei
como	nunca,	pois	era	a	constatação	de	que	estava	no	caminho	certo.	Me	enchi	de
ânimo	 e	 esperanças.	 Passei	 a	 acreditar	 que	minha	 aprovação	 seria	 apenas	 uma
questão	de	tempo.
Foi	então	que,	ao	final	de	três	meses,	fui	aprovado	na	primeira	fase	do
concurso	 para	Delegado	 de	 Polícia	Civil	 do	Maranhão.	Não	 preciso	 dizer	 que
fiquei	 extasiado.	Consegui	 pontuação	 para	 ocupar	 a	 vigésima	 sexta	 colocação,
empatado	 com	 outros	 colegas.	 Cheguei	 ao	 ápice	 daminha	 animação	 e	 saúde
mental.	Transformei-me	numa	pessoa	otimista	e	de	elevada	autoestima.
Formou-se	 um	 grupo	 dos	 aprovados	 no	 Facebook	 e	 eu	 logo	 percebi
minha	diferença	de	ânimo	para	os	demais.	Ninguém	mais	 transbordava	alegria
como	 eu.	Na	 verdade,	 exalavam	 desânimo	 e	 pessimismo.	 É	 compreensível.	 A
estrada	 pela	 qual	 alguns	 vinham	 caminhando	 estava	 sendo	 demasiadamente
longa,	exaustiva	e	infrutífera.	Não	era	a	primeira	vez	que	passavam	na	primeira
fase	de	um	concurso.	Para	mim,	tudo	aquilo	era	novidade.
Nesse	 período,	 meus	 pais	 me	 incentivaram	 a	 me	 inscrever	 para	 o
concurso	para	 Juiz	 de	Direito	Substituto	do	Tribunal	 de	 Justiça	 do	RN,	minha
terra	natal.	Ora,	me	saí	bem,	graças	a	Deus,	nos	concursos	para	Delegado,	mas
Juiz	é	outra	história.	Cairiam	disciplinas	que	eu	nunca	havia	estudado	na	vida.
Estava	feliz	com	o	andamento	do	concurso	para	Delegado	do	MA,	e	não	estava
disposto	 a	 encarar	 um	 concurso	 para	 magistratura.	 Me	 inscrevi,	 mas	 não	 dei
atenção	nem	estudei.	Segui	minha	vida	com	foco	no	Maranhão.
Aconteceu	que	o	concurso	para	Delegado	do	MA	foi	travado,	correndo
o	 risco	 de	 ser	 cancelado,	 e	 eu	 me	 desesperei	 novamente.	 Buscando	 outras
alternativas,	vi	que	faltavam	dois	meses	para	a	aplicação	das	provas	objetivas	do
concurso	 de	 Juiz	 do	TJRN.	Não	 tinha	 chances	 de	 passar,	mas	 seria	 um	 ótimo
primeiro	 passo	 para,	 depois,	 me	 dedicar	 a	 um	 concurso	 seguinte.	 Retomei	 os
estudos	 e	 segui	minha	 estratégia	da	maneira	que	deu.	Um	pouco	atropelado,	 é
claro,	 era	 preciso	 estudar	 muita	 matéria	 em	 pouquíssimo	 tempo.	 Disciplinas
inteiras	 que	 nunca	 tinha	 estudado	 na	 vida.	A	missão	 era	 enfiar	 tudo	 na	minha
cabeça	em	apenas	dois	meses.
Na	véspera	da	prova,	um	amigo	concurseiro	profissional,	cuja	disciplina
nos	 estudos	 eu	 sempre	 admirei,	 hoje	 aprovado	 para	 Promotor	 de	 Justiça	 do
Amapá	e	de	Pernambuco,	falou	que	minha	meta	deveria	ser	atingir	os	60	pontos.
Conseguir	mais	que	60	seria	uma	pontuação	excelente,	com	chances	de	ir	para	a
segunda	 fase.	 Firmei	 esta	meta	 na	 cabeça.	 Seria	 possível	 acertar	 60%	de	 uma
prova	para	magistratura	nas	minhas	condições?
Realizada	 a	 prova,	 conferi	 o	 gabarito	 extraoficial	 lançado	 no
correioweb[1]	 no	 dia	 seguinte,	 sem	 grandes	 expectativas.	 Para	minha	 surpresa,
havia	 feito	 64	 pontos!	 Pontuação	 equivalente	 à	 de	 alguns	 amigos	 que	 já
estudavam	 havia	 muitos	 anos.	 Não	 preciso	 falar	 o	 quanto	 saltei	 com	 esse
resultado.	Talvez	não	fosse	suficiente	para	ir	para	a	segunda	fase,	mas	só	o	fato
de	 estar	 na	 disputa	 pela	 vaga	 já	 era	 um	 resultado	 muito	 acima	 do	 esperado.
Imagina?	Estar	ali	na	briga	em	tão	pouco	tempo!	Eu	que	pensei	que	jamais	teria
capacidade	sequer	de	pensar	em	disputar	um	concurso	desses!
Foi	um	momento	de	extrema	emoção.	Concorde	comigo,	havia	pouco
tempo	eu	estava	em	desespero	por	achar	que	era	um	fracassado.	E,	de	repente,
recebo	o	impacto	da	notícia	de	que	eu	não	sou	um	fracassado.	Pelo	contrário,	eu
sou	capaz!	Eu	 sou	bom	nisso,	minhas	estratégias	deram	certo!	Deram	MUITO
certo!	Meu	sucesso	é	uma	questão	de	tempo!	EU	NÃO	SABIA	DISSO!
Nesse	momento,	meu	 entusiasmo	 e	minha	 autoestima	 se	 elevaram	 ao
ponto	 de	 serem	 confundidos	 com	 soberba.	Cometi	 o	 erro	 de	 festejar	 demais	 o
sucesso	das	minhas	estratégias.	Eufórico,	publiquei	imprudentemente	numa	rede
social	 que	 estava	 “furando	 a	 fila”	 dos	 concursos	 públicos,	 o	 que	 infelizmente
terminou	ofendendo	algumas	pessoas.
Entre	os	ofendidos	estava	um	“amigo”	com	muito	mais	tempo	de	estudo
que	 eu,	 e	 que	 obteve	 um	 resultado	 equivalente	 ao	 meu.	 Em	 retaliação,	 criou
memes	 de	 zombaria	 a	 meu	 respeito,	 publicando-os	 em	 grupos	 de	 Whatsapp
voltados	para	concursos,	com	sua	própria	interpretação	distorcida	e	aviltante	dos
fatos.
Surgiu	assim	o	personagem	“Furador	de	Filas”.	Apesar	de	ser	alguém
com	condutas	e	características	próprias,	ele	possuía	mesmo	nome	e	rosto	que	eu,
o	que	me	causou	alguns	inconvenientes	e	mal-entendidos.	Me	entristeceu	o	fato
de	alguém	que	eu	considerava	amigo	 fazer	 isso,	mas	não	o	 suficiente	para	me
desanimar.	Deus	sabe	o	que	faz,	o	Furador	de	Filas	ganhou	publicidade	gratuita,
abrindo	as	portas	para	a	divulgação	destas	estratégias.
Essa	é	a	razão	do	título.
O	universo	dos	concurseiros	é	um	ambiente	tenso,	as	pessoas	estão	no
limite	da	paciência,	do	cansaço,	da	sanidade.	Qualquer	distúrbio	pode	perturbar	a
harmonia,	pode	desestabilizar	os	ânimos.	De	fato,	é	muito	penosa	a	vida	de	um
concurseiro.	Não	é	fácil	dedicar	anos	da	sua	vida	aos	estudos,	sem	remuneração,
focado,	 abrindo	 mão	 de	 tantas	 coisas,	 e	 sofrer	 derrota	 atrás	 de	 derrota.	 É
compreensível	 que,	 nessas	 condições,	 alguém	que	batalhe	 tanto	para	 colher	 os
mínimos	 resultados	 em	 concursos	 revolte-se	 ao	 observar	 outra	 pessoa	 passar
inexplicavelmente	à	sua	 frente	na	 fila,	e	o	veja	anunciar	a	plenos	pulmões	que
sim,	está	furando	a	fila.	Realmente	pode	dar	a	entender	que	está	fazendo	pouco
de	quem	ficou	para	trás.	Essas	pessoas,	que	eu	tanto	admirava,	interpretaram	mal
o	meu	entusiasmo	e	se	ofenderam	com	as	minhas	palavras.	No	entanto,	não	foi
minha	intenção	inferiorizar	ninguém.	A	intenção	era	simplesmente	proclamar	o
sucesso	dessas	estratégias	e	compartilhar	a	minha	felicidade	com	meus	amigos
de	verdade,	aqueles	que	torciam	por	mim,	e	que,	de	fato,	se	alegraram	comigo.
Não	cheguei	a	fazer	a	segunda	fase.	Rasurei	a	folha	de	respostas	e	fui
eliminado.	Sequer	sei	se	estaria	entre	os	aprovados	após	as	15	questões	anuladas,
pois	teria	que	ter	aproveitado	quase	a	totalidade	delas	para	prosseguir.	Mas	o	que
é	 certo	 é	 que,	 independentemente	 desse	 contratempo,	 o	 meu	 rendimento	 foi
elevadíssimo.	Muito	maior	do	que	seria	de	se	esperar	de	alguém	com	tão	pouco
tempo	 de	 estudo.	Muito	 acima	 do	 que	 eu	mesmo	 podia	 esperar.	Ainda	 que	 já
contasse	 com	 a	 não	 aprovação,	 e	 mesmo	 ela	 se	 dando	 por	 razões	 externas,	 o
desempenho	foi	incrivelmente	animador.
Pouco	 depois,	 fui	 nomeado	 Delegado	 de	 Polícia	 Civil	 do	 Estado	 do
Maranhão,	onde	exerci	o	cargo	com	muito	orgulho.	Contudo,	alguns	fatores	me
fizeram	repensar	se	era	aquilo	mesmo	que	queria	para	minha	vida.	Decidi	voltar
a	estudar.	Dessa	vez	com	uma	mentalidade	diferente.	Dessa	vez	eu	sabia	que	se
eu	me	dedicasse	e	seguisse	o	meu	método	estratégico,	eu	passaria	no	concurso
que	 eu	 quisesse,	 sendo	 tudo	 uma	 mera	 questão	 de	 tempo.	 A	 dificuldade	 foi
descobrir	qual	concurso	eu	queria.
Comecei	a	estudar	desfocado,	sem	saber	ao	certo	para	que	cargo	estava
estudando.	 Um	 erro	 que	 você	 não	 deve	 cometer.	 Passava	 boa	 parte	 do	 tempo
lendo	editais,	buscando	um	cargo	em	que	pudesse	me	concentrar.	Passei	a	vista
algumas	 vezes	 pelo	 cargo	 inédito	 de	 Julgador	 Administrativo	 Tributário	 de
Pernambuco.	Não	me	atraiu.	Detestava	e	pouco	sabia	sobre	Direito	Tributário,	e
grande	parte	do	conteúdo	da	prova	tratava-se	de	legislação	estadual.	É	o	tipo	de
estudo	que	não	serve	para	mais	nada,	apenas	para	aquele	concurso.	Não	sendo
aprovado,	todo	o	tempo	investido	transformar-se-ia	em	tempo	perdido.	Todavia,
no	 último	 dia	 da	 prorrogação	 das	 inscrições,	 restando	 apenas	 duas	 horas	 para
esvaziamento	 do	 prazo,	 ocupei	 meu	 pensamento	 nesse	 cargo	 e	 me	 dispus	 a
analisar	o	edital	com	mais	calma.	Não	me	deterei	aqui	nessa	explanação,	pois	no
decorrer	da	obra	analisaremos	todos	os	fatores	que	me	levaram	a	optar	por	ele,	e
que	irão	lhe	ajudar	a	escolher	aquele	ao	qual	se	dedicará,	mas	em	síntese	percebi
que	 era	 um	 cargo	 para	 o	 qual	 ninguém	 vinha	 estudando,	 e	 o	 aprovado	 seria
aquele	que	conseguisse	aprender	todo	aquele	conteúdo	mais	rapidamente.	Seria
exatamente	onde	eu	teria	vantagem.	Eu	tinha	a	estratégia	formada.
O	PODER	DO	ESTRATEGISTA
Estava	 no	 meu	 primeiro	 ano	 do	 curso	 de	 Direito.	 O	 professor	 de
Sociologia	Jurídica	dividiu	a	turma	em	alguns	grupos	de	seis	ou	sete	pessoas,	e
atribuiua	 cada	 grupo	 um	 livro	 diferente,	 com	 o	 dever	 de	 estudá-lo	 para	 a
posterior	 aplicação	 de	 uma	 prova	 oral.	 Ao	 meu	 grupo	 foi	 designado	 “O
suicídio”,	de	Émile	Durkheim.	
O	meu	 grupo	 não	 era	 composto	 dos	 alunos	mais	 aplicados	 da	 turma.
Nenhum	de	nós	teve	disposição	para	ler	o	livro	inteiro.	Eu	juro	que	tentei,	mas
fui	 vencido	 após	 o	 primeiro	 terço	 da	 obra.	 Não	 era,	 em	 absoluto,	 o	meu	 tipo
predileto	de	 leitura.	Duvido	que	qualquer	membro	do	meu	grupo	 tenha	 ido	 tão
longe.	Sei	de	alguns	que	sequer	chegaram	a	tocar	no	livro.
Foram	designadas	três	ou	quatro	datas	para	as	provas	orais,	avaliando-
se	um	certo	número	de	grupos	em	cada	data.	Aqueles	que	desejassem	poderiam
presenciar	as	provas	dos	demais	grupos.	Como	eram	livros	diferentes,	não	havia
o	que	esconder.	A	sorte	reservou	ao	nosso	grupo	a	terceira	data.
Nós	presenciamos	as	provas	orais	da	primeira	data.	Foi	um	verdadeiro
massacre.	O	professor	humilhava,	individualmente,	cada	membro	do	grupo	que
respondesse	 uma	 pergunta	 incorretamente,	 não	 respondesse,	 gaguejasse	 ou	 de
qualquer	forma	aparentasse	insegurança.	E	ele	pisava	desumanamente	naqueles
que	 pareciam	 não	 ter	 lido	 o	 livro.	 As	 lágrimas	 que	 começavam	 a	 escorrer	 no
rosto	das	meninas	não	eram	suficientes	para	 fazê-lo	parar.	Nos	entreolhamos	e
engolimos	seco.	Estávamos	muito	menos	preparados	que	qualquer	um	daqueles
grupos.	Seríamos	aniquilados.
Sozinho,	 acompanhei	 a	 segunda	 data	 de	 aplicações	 das	 provas.	 Os
grupos	 pareciam	 mais	 preparados.	 Após	 a	 carnificina	 do	 primeiro	 dia,
empenharam-se	 para	 serem	 avaliados	 com	 alguma	 dignidade.	 Não	 adiantou
muito.	Mesmo	quem	havia	lido	o	livro,	se	não	demonstrasse	segurança,	ou	não
soubesse	responder	à	pergunta,	ou	gaguejasse,	era	barbaramente	trucidado.
Mas	eu	percebi	um	padrão.
Reuni	meu	 grupo	 e	 repassei	 a	 estratégia.	 Percebi	 que	 o	 professor,	 ao
fazer	uma	pergunta,	ouvia	tudo	que	o	grupo	tinha	a	dizer	em	resposta.	Se	fossem
respostas	curtas,	ele	os	metralhava	com	muitas	outras	perguntas,	forçando	cada
membro	do	grupo	a	 falar	o	máximo	possível,	um	por	um.	Nem	 todos	estavam
preparados	 para	 tantas	 perguntas	 e	 tanta	 pressão.	 Após	 a	 segunda	 ou	 terceira,
começavam	 a	 ficar	 nervosos,	 gaguejar,	 errar,	 chorar.	Mas	 se	 fossem	 respostas
seguras,	longas,	abrangendo	o	máximo	de	pontos	possíveis	do	livro,	ainda	que	se
fugisse	 da	 pergunta,	 ele	 presumia	 que	 aquele	 membro	 estava	 bem	 preparado,
havia	 lido	 e	 analisado	 o	 livro,	 e	 dava-se	 por	 satisfeito.	 A	 estratégia	 era	 a
seguinte:	 não	 podíamos	 deixar	 o	 professor	 fazer	 perguntas.	 Nós	 é	 que	 o
metralharíamos	com	respostas.
Em	 casa,	 na	 internet,	 procurei	 um	 resumo	 do	 livro,	 com	 seus
comentários	e	apontamentos.	Cabia	 tudo	numa	folha	de	papel	A4.	 Imprimi	um
para	cada	membro	do	grupo.	A	missão	era	estudar	aquele	papel	inteiro,	e	vir	com
ele	 na	 ponta	 da	 língua	 para	 a	 avaliação.	 Na	 hora	 que	 a	 prova	 começasse,
despejaríamos	 no	 professor	 tudo	 que	 estava	 escrito	 no	 papel,	 para	 que	 não
sobrasse	 qualquer	 assunto	 sobre	 o	 qual	 pudesse	 perguntar.	 Todos	 tinham	 que
falar.	 Se	 ele	 percebesse	 qualquer	 membro	 calado,	 seria	 o	 fim.	 Estávamos
dispostos	a	qualquer	coisa	para	fugir	da	vergonha	de	sermos	humilhados	naquela
prova	(exceto	ler	o	livro	inteiro).
Na	 data	 marcada,	 estávamos	 confiantes.	 O	 professor	 aparentava
desapontamento	 e	 exaustão	 por	 ter	 presenciado	 tantos	 grupos	 se	 apresentarem
insistentemente	 sem	 um	 mínimo	 de	 preparo.	 Sentou-se	 à	 nossa	 frente	 sem
expectativas,	como	se	estivesse	diante	de	mais	um	grupo	de	ignorantes.	Feita	a
primeira	pergunta,	direcionada	a	um	dos	membros,	começamos	a	expor	 tudo	o
que	sabíamos.	Enquanto	o	primeiro	ainda	falava,	um	segundo	membro	conectou
informações	 sobre	 outro	 ponto	 relevante	 do	 livro.	 Um	 terceiro	 ajudou
acrescentando	mais	informações.	Um	quarto	achou	interessante	incrementar	com
outro	aspecto	importante	da	obra.	O	professor	somente	ouvia.	Não	podíamos	dar
espaço	 para	 que	 ele	 fizesse	 perguntas,	 pois	 poderíamos	 não	 saber	 a	 resposta.
Quando	acontecia,	tínhamos	que	dar	um	jeito	de	desenrolar	e	retomar	o	controle,
fazendo	o	assunto	retornar	ao	conteúdo	do	nosso	papel.	Aos	poucos,	seu	aspecto
decepcionado	 foi	 dando	 lugar	 a	 um	ar	 de	 satisfação,	 orgulho,	 dever	 cumprido.
Nosso	grupo	destrinchou	eloquentemente	 a	obra	do	 sociólogo	 francês	 em	suas
questões	mais	 relevantes.	Mas	 tudo	 o	 que	 fizemos	 foi	 repetir	 o	 que	 havíamos
estudado	naquele	pequeno	pedaço	de	papel.	Sem	precisar	ler	o	livro	inteiro.
Ao	 final,	 fomos	 parabenizados.	 Confidenciou-nos	 o	 professor	 que
poucos	grupos,	 em	 todas	as	 turmas	que	 lecionava,	vieram	para	a	avaliação	 tão
bem	preparados	 como	nós.	Somente	 dois	 grupos	 da	 nossa	 turma	 alcançaram	a
nota	10.	O	nosso	e	o	das	meninas	CDF	que	sentavam	na	frente	(toda	sala	tem	um
grupo	de	meninas	CDF	que	sentam	na	frente,	já	perceberam?).
Bem	preparados?	Lembro	de	um	colega	que	nem	se	deu	ao	trabalho	de
estudar	 o	 papel	 inteiro.	 Ele	 decorou	 uma	 única	 frase,	 e	 a	 enfiou	 no	 meio	 da
apresentação,	onde	achou	que	se	encaixaria	bem.	Após,	tudo	o	que	fez	foi	repetir
uma	ou	outra	coisa	que	algum	colega	havia	dito	(com	bastante	segurança,	como
quem	sabe	do	que	está	falando).	Sim,	estávamos	muito	bem	preparados.	Mas	não
inchados	de	uma	multidão	de	informações	pouco	relevantes	para	a	prova,	como
todo	 mundo	 fez.	 Estávamos	 estrategicamente	 e	 objetivamente	 bem
preparados	para	aquelas	condições	de	avaliação.
Em	 concursos	 públicos	 é	 possível	 fazer	 a	 mesma	 coisa.	 É	 possível
satisfazer	o	examinador	sem	precisar	“ler	o	livro	inteiro”.	Há	um	padrão.	E
há	como	se	beneficiar	disso.	É	a	estratégia	que	 lhe	diz	como	aproveitá-lo	com
máxima	 eficiência,	 e	 alcançar	 os	 resultados	 que	 mesmo	 aqueles	 que	 estão	 se
matando	para	“ler	o	 livro	 inteiro”	não	estão	conseguindo	alcançar.	Mostrar-lhe
como	fazer	isso	é	o	objetivo	deste	livro.
ESTUDAR	PARA	PASSAR	OU	ATÉ
PASSAR?
Há	um	mantra	comum	aos	concurseiros	atuais	que	diz	que	concurso	não
se	 faz	 para	 passar,	 mas	 até	 passar.	 Embora	 seja	 corroborado	 pelas	 maiores
autoridades	 em	 concursos	 públicos	 do	 país,	 venho	 pedir	 vênia	 para	 levantar
algumas	notas	a	respeito.
Tal	preceito	se	presta	a	impedir	que	aquele	que	sonha	em	ingressar	no
serviço	 público	 fraqueje	 diante	 das	 primeiras	 derrotas,	 desestimulando-se	 a
ponto	 de	 desistir.	 O	 objetivo	 está	 em	 encorajar	 o	 estudante	 a	 manter	 acesa	 a
chama	de	sua	esperança	apesar	de	seus	repetidos	resultados	negativos.
Mas	 essa	 interpretação	 pode	 tornar-se	 prejudicial	 a	 alguns	 candidatos.
Há	 quem	 tenha	 totais	 condições	 de,	 indefinidamente,	 manter-se	 estudando	 às
custas	 dos	 pais	 ou	 qualquer	 outro	meio,	 e	 tenha	 todo	o	 tempo	do	mundo	para
manter	seus	estudos	regulares,	sem	pressa,	sem	pressão,	sem	desespero,	até	que
um	dia,	finalmente,	passe	no	concurso	de	seu	querer.	Mas	essa	é	a	condição	de
poucos,	e	pode	permitir	que	seus	adeptos	se	acomodem,	estudando	regularmente
de	maneira	pouco	proveitosa,	esperando	passivamente	chegar	sua	vez	de	passar.
Tão	 acomodado	 está,	 e	 tão	 pouco	 aproveitamento	 tem	 em	 seus	 estudos,	 que
poderá	demorar	demais	para	atingir	qualquer	resultado.
À	 maioria	 dos	 sonhadores	 não	 foi	 concedida	 a	 dádiva	 de	 dispor	 de
tempo	suficiente	para	permitir	manter-se	estudando	indefinidamente	até	passar.
A	esses	a	vida	permitiu	um	número	limitado	de	tentativas,	uma	magra	faixa	de
tempo,	um	parco	período	de	sua	existência	que	pudesse	dedicar	à	busca	dos	seus
sonhos.	A	eles	não	foi	dado	o	luxo	de	poder	manter-se	estudando	até	passar.	Se
não	 for	 possível	 estudar	 objetivamente	para	 passar,	 naquele	 pouco	 tempo	 que
têm,	pouca	esperança	lhes	resta.
Percebam,	 estudar	até	 passar	 implica	 numa	 rotina	 de	 estudos	 extensa,
completa,	repetitiva,	em	ciclos,	serena,	devagar	e	sempre.	O	indivíduo	começa	a
estudare	 vai	 inchando-se	 de	 informações,	 adquirindo	 vagarosamente	 uma
volumosa,	 densa	 e	 profunda	 bagagem	 de	 conhecimentos.	 Se	 assim	 perseverar,
chegará	um	momento	em	que	terá	reunido	tanto	conhecimento	que,	diante	de	um
concurso,	 qualquer	 coisa	 que	 se	 pergunte	 na	 prova,	 saberá	 a	 resposta.	Mas	 as
questões	 que	 se	 levantam	 são:	 quanto	 tempo	 levará	 para	 que	 isso	 aconteça?	E
você	tem	condições	e	está	disposto	a	esperar	tanto	tempo?
Para	superdotados,	gênios,	nerds,	 intelectuais,	estudantes	compulsivos,
isso	não	será	problema.	Em	pouquíssimo	tempo	nessa	empreitada,	terão	reunido
uma	 vastidão	 de	 conhecimentos	 tão	 extraordinária	 que	 logo	 estarão	 galgando
suas	aprovações.	Esse	é	o	perfil	dos	mestres	em	concursos.	Para	essas	pessoas	é
fácil	ensinar	seus	discípulos	a	estudar	até	passar.	Suas	respectivas	genialidades
permitiram	que	as	jornadas	de	estudo	infrutífero	e	não	remunerado	durassem	um
tempo	 totalmente	 suportável	 até	 começar	 a	 apresentar	 resultados	 positivos,
findando	 em	 reiteradas	 aprovações,	 não	 ordinárias,	 mas	 nas	 primeiras
colocações.	Essa	também	é	a	condição	de	poucos.
E	quanto	às	pessoas	normais	como	eu,	sem	nenhuma	genialidade	nata?
O	 caminho,	 segundo	 eles,	 seria	 o	mesmo.	 Com	 a	 diferença	 de	 que	 eu	 levaria
MUITO	mais	tempo.
É	muito	fácil	para	um	cara	de	QI[2]	180,	que	em	pouco	tempo	conseguiu
a	façanha	de	tornar-se	uma	verdadeira	biblioteca	humana,	e	passou	em	primeiro
lugar	em	oitocentos	concursos,	vir	me	dizer	que	basta	eu	perseverar	estudando
igual	 a	 ele,	 que	 um	 dia	 eu	 passarei	 num	 concurso,	 assim	 como	 ele.	 Um	 dia
quando?	Em	mil	anos?	Em	cem?	Em	dez?	Não,	eu	não	aceito	essa	condição.
Para	mim	e	para	outras	pessoas	normais,	a	orientação	de	simplesmente
estudar	até	passar	não	é	 suficiente.	Não	é	aceitável	 em	 relação	ao	 tempo.	Não
tenho	o	superpoder	de	me	transformar	numa	biblioteca	humana,	não	tenho	todo
o	tempo	do	mundo	para	tentar	e	nem	tenho	tanta	paciência.
O	que	eu	tenho	é	estratégia.
É	possível	sim,	estudar	para	passar.	Mas	ao	contrário	da	forma	anterior,
seu	fundamento	não	está	no	simples	acúmulo	exorbitante	de	conhecimento,	mas
no	 planejamento	 estratégico.	 Ao	 invés	 de	 simplesmente	 sentar	 à	 mesa	 de
estudos	e	começar	a	rechear	indiscriminadamente	seu	cérebro	do	mais	completo,
detalhado	 e	 extraordinariamente	 imenso	 conteúdo	 das	 disciplinas,	 sentaremos
antes	para	identificar	objetivamente	os	pontos	a	serem	levados	em	consideração
para	 alcançar	 uma	 aprovação	 num	 tempo	 razoável.	 Observação	 do
comportamento	 da	 concorrência,	 técnicas	 para	 identificar	 editais	 e	 cargos
favoráveis	 e	 formas	 de	 estudo	 objetivo,	 direto,	 focado	 em	 aprender	 somente
aquilo	que	será	efetivamente	perguntado	na	prova.
É	 louvável	quem	estuda	de	maneira	densa,	profunda	e	volumosa,	pois
será	uma	verdadeira	 autoridade	nos	 assuntos	 estudados,	 se	 tornará	uma	pessoa
mais	culta,	 inteligente,	sábia,	poderá	lecionar,	doutrinar,	escrever	livros	e	teses.
Mas	 se	 o	 objetivo	 é	 apenas	 passar	 num	 concurso,	 esse	 estudo	 completo	 é
desnecessário.	É	perda	de	tempo.	Quem	assim	o	faz,	definitivamente,	não	estuda
para	passar.	Estuda	para	aprender.	Passar	é	apenas	uma	consequência	de	tanto
aprendizado.
De	maneira	contrária,	quando	se	estuda	para	passar,	 o	 objetivo	não	 é
aprender,	o	objetivo	é	tão	somente	passar.	Passar	é	a	meta,	não	a	consequência.
O	aprendizado	torna-se	apenas	um	meio	para	atingir	aquela	meta.	É	evidente	que
o	 aprendizado	 é	 algo	 muito	 mais	 excelente	 que	 uma	 mera	 aprovação	 em
concurso,	 mas	 o	 tempo	 é	 inestimável	 enquanto	 nos	 fatigamos	 estudando	 sem
remuneração	em	busca	dessa	aprovação.	Por	essa	razão,	nos	daremos	a	liberdade
de	postergar	o	aprendizado	mais	significativo	para	outro	momento,	já	no	cargo,
tranquilos	quanto	ao	nosso	futuro.
Mas	 é	 claro	 que	 mesmo	 seguindo	 estrategicamente	 uma	 forma	 de
estudar	objetivamente	para	passar	não	se	pode	fraquejar	ou	desistir	no	primeiro
fracasso.	Tenha	foco	no	alvo.
Enfim,	creio	que	seja	possível	atualizar	a	estrutura	do	mandamento	para
maximizar	sua	eficiência	da	seguinte	forma:	“estudar	para	passar,	até	passar.	”
INTRODUÇÃO	AO	MÉTODO
Como	o	próprio	nome	diz,	o	concurso	público	é	uma	competição.	E	ao
contrário	do	que	dizem	por	aí,	você	não	está	competindo	consigo	mesmo.	Você
está	competindo	com	outras	pessoas.	Você	está	concorrendo	a	uma	vaga	contra
centenas	ou	milhares	de	outros	candidatos.
Somente	no	exame	da	OAB	você	compete	consigo	mesmo.	Não	importa
a	 nota	 que	 as	 outras	 pessoas	 alcancem,	 desde	 que	 você	 atinja	 aquela	 meta
mínima.	 Independentemente	 de	 seus	 concorrentes	 a	 atingirem	 ou	 não,	 você
estará	aprovado.
Nos	concursos	públicos	não	é	assim.	Não	é	suficiente	atingir	uma	nota
mínima.	É	 necessário	 que	 sua	 nota	 supere	 a	 dos	 seus	 concorrentes.	Então	 não
basta	que	você	dê	o	melhor	de	si.	Você	precisa	garantir	que	o	seu	melhor	seja
melhor	que	o	melhor	dos	outros.
Significa	 dizer	 que	 estudar	 não	 é	 o	 bastante.	 É	 preciso	 olhar	 para	 os
lados.	 É	 preciso	 ser	 estratégico.	 É	 preciso	 analisar	 o	 comportamento	 do	 seu
concorrente	 e	 determinar	 uma	 forma	 de	 vencê-lo.	De	 fazer	melhor	 que	 ele.	 E
fazer	melhor	 não	 significa	 apenas	 fazer	 com	mais	 intensidade.	 Significa	 fazer
com	 inteligência,	 com	 planejamento,	 com	 eficiência.	 Não	 se	 contente	 em	 ser
mais	um	na	fila	de	candidatos	que	estudam	à	espera	de	chegar	sua	vez	de	entrar.
Olhe	para	quem	está	à	sua	frente	e	pense	num	meio	de	superá-los.	De	passar	na
frente	deles.	Não	se	satisfaça	com	seu	lugar	na	fila.
Quero	 esclarecer	 que	 nosso	 objetivo	 é	 lhe	 orientar	 nos	 caminhos	 a
serem	 tomados	 para	 alcançar	 a	 aprovação	 em	 concurso	 público	 com	 a	 maior
brevidade,	sem	perda	de	tempo.	Estamos	querendo	unicamente	gerar	resultados
em	 concursos	 públicos	 antes	 do	 que	 seria	 de	 se	 esperar.	 Encurtar	 o	 caminho.
Significa	 dizer	 que	 as	 estratégias	 e	 técnicas	 aqui	 presentes	 não	 se	 prestam	 a
quem	tem	intenção	de	condensar	conhecimentos	com	outros	objetivos.	Você	não
estará	 apto	 a	 escrever	 doutrinas,	 teses	 científicas,	 nem	 será	 nenhuma	 grande
autoridade	 em	 qualquer	 disciplina.	 Você	 estará	 apto	 tão	 somente	 a	 responder
corretamente	uma	quantidade	de	questões	suficientes	para	te	colocar	na	lista	de
aprovados	 de	 um	 concurso	 público,	 ao	 lado	 de	 pessoas	 com	 potencial	 muito
maior,	conhecimentos	muito	mais	profundos,	muito	mais	experiência	e	tempo	de
estudo.
Como	 você	 observará,	 os	 nossos	 fundamentos	 estão	 firmados	 na
previsão	de	concorrência,	economia	de	tempo	e	objetividade.	Assim,	da	mesma
forma	 se	 estruturará	 este	 livro.	Presume-se	que	 aquele	que	 está	 lendo	não	 tem
tempo	 a	 perder,	 então	 não	 desperdiçaremos	 seu	 tempo	 numa	 leitura
demasiadamente	 extensa	 e	 procrastinatória.	 Mas	 como	 você	 também	 verá
adiante,	 a	 fase	 preparatória,	 que	 se	 estrutura	 antes	 de	 iniciar	 os	 estudos
propriamente	ditos,	é	de	vital	importância,	e	o	investimento	de	tempo	nessa	fase
não	é	desperdício.	Invista	tempo	nesse	livro	e	absorva	suas	técnicas.	Leia	mais
de	uma	vez,	e	o	tenha	sempre	ao	seu	lado	para	futuras	consultas.	O	tempo	aqui
investido	 terá	 retorno.	 Você	 perceberá	 que	 todos	 os	 seus	 concorrentes	 estão
perdendo	tempo	estudando	de	maneira	pouco	eficaz,	retardando	inutilmente	sua
aprovação.	 Abstenha-se	 das	 práticas	 pouco	 proveitosas	 a	 que	 todos	 estão
acostumados,	 siga	 essas	 dicas,	 e	 eu	 asseguro	 que	 obterá	 sua	 aprovação	muito
antes	do	que	se	esperaria.
Neste	 trabalho,	 abordaremos	 em	 primeiro	 lugar	 a	 preparação.	 As
melhores	 estratégias	 para	 escolha	 do	 cargo,	 considerando	 a	 previsão	 e
eliminação	 de	 concorrência.	 Como	 prever	 o	 pensamento	 e	 a	 escolha	 dos	 seus
concorrentes,	para	saber	o	que	farão	e	onde	estarão,	e	então	escolher	o	melhor
cargo	 possível	 que	 atraia	 o	 menor	 número	 de	 interessados,	 eliminando
concorrência,	 encolhendo	 a	 fila	 à	 suafrente,	 facilitando	 sua	 entrada.	 Após,
trataremos	das	regras	básicas	do	estudo	otimizado.
Em	seguida,	nos	deteremos	ao	ponto	central	deste	 livro,	as	estratégias
de	 estudo	 propriamente	 dito.	 De	 que	 maneira	 elaborar	 uma	 metodologia	 de
estudos	otimizado,	com	máximo	aproveitamento,	eliminando	perdas	de	tempo	e
abreviando	 resultados.	 Será	 explicado	 em	 que	 se	 baseia	 esse	 método	 e
analisaremos	as	possibilidades	de	 fontes	de	estudo	e	material,	que	 resultará	de
fato	 na	 sua	 aprovação	 na	 frente	 dos	 seus	 concorrentes,	 furando	 a	 fila	 do	 seu
concurso,	qualquer	que	seja	ele.
Ao	 final,	 veremos	 a	 aplicação	 prática	 dessas	 estratégias,	 narrando	 a
breve	 jornada	 deste	 autor	 como	 concurseiro,	 como	 se	 deu	 a	 evolução	 do
raciocínio	para	a	elaboração	das	melhores	técnicas	de	estudo	possível	conforme
surgiam	as	necessidades	e	dificuldades.
O	DIFERENCIAL
É	 fato	 que	 tem	 se	 tornado	 cada	 vez	 mais	 difícil	 ser	 aprovado	 num
concurso	público.	A	concorrência	aumenta	todos	os	dias	e	o	nível	dos	candidatos
tem	 se	 aprimorado.	 Se	 você	 não	 é	 nenhum	 gênio,	 intelectual,	 nem	 tem	 uma
memória	 eidética	 para	 facilmente	 decorar	 tudo	 o	 que	 lê,	 ou	 é	 do	 tipo	 que
simplesmente	não	gosta	de	estudar,	as	perspectivas	não	são	boas.	É	previsível	o
fracasso	 de	 quem	 entra	 para	 o	 universo	 dos	 concursos	 públicos	 sem	 um
diferencial,	 sem	algo	que	o	 faça	destacar,	que	o	posicione	acima	da	média	dos
concorrentes.	A	 fila	parecerá	 tão	 imensa	e	andará	 tão	devagar	que	o	candidato
ordinário	 invariavelmente	 desistirá	 antes	mesmo	 de	 percorrer	 qualquer	 parcela
significativa	do	caminho.
É	 preciso	 estar	 acima	 da	 média	 para	 alcançar	 algum	 resultado
satisfatório	 em	 relação	 ao	 tempo.	Mas	 se	 você	não	nasceu	 com	esse	destaque,
essa	genialidade	nata	de	alguns	para	naturalmente	estar	no	topo,	você	precisa	dar
um	 jeito	 de	 se	 posicionar	 acima	da	média	 por	 sua	 própria	 conta.	Você	 precisa
fabricar	o	seu	próprio	diferencial	para	que	consiga	algum	resultado	num	tempo
razoável.
Embora	 pareça	 uma	missão	 impossível,	 tenho	 aqui	 o	 objetivo	 de	 não
apenas	 provar	 que	 é	 possível,	 mas	 de	 apontar	 o	 caminho	 para	 desbancar	 os
candidatos	 mais	 experientes,	 inteligentes	 e	 capacitados.	 	 Não	 se	 engane.	 A
inteligência	pode	ser	vencida	pela	esperteza.	O	conhecimento	pode	ser	vencido
pela	perspicácia.	A	batalha	dos	concursos	públicos	é	essencialmente	estratégica,
mas	 poucos	 se	 utilizam	 dessa	 arma.	O	 bom	 estrategista	 superará	 o	mais	 forte
concorrente,	ainda	que	não	detenha	metade	do	seu	conhecimento.
A	BREVIDADE	DOS	RESULTADOS
Minha	 meta	 quando	 decidi	 me	 dedicar	 a	 estudar	 era	 passar	 num
concurso	o	mais	rápido	possível,	pois	nunca	gostei	muito	de	estudar	e	não	estava
disposto	a	passar	anos	da	minha	vida	nessa	rotina	 infeliz.	Portanto,	as	 técnicas
deste	 livro	são	direcionadas	para	quem	não	 tem	todo	o	 tempo	do	mundo	à	sua
disposição.	São	para	quem	não	pode	dedicar-se	indefinidamente	a	uma	atividade
não	 remunerada,	 estudando	 até	 passar.	 São	 para	 quem	 precisa	 de	 máximo
aproveitamento	de	seus	estudos	em	relação	ao	tempo.	São	para	quem	tem	medo
da	demora.	São	para	quem	quer	 tão	somente	passar	no	concurso,	não	são	para
quem	quer	acumular	uma	variedade	de	conhecimentos.
É	 evidente	 que	 você	 concentrará	 bastante	 conhecimento,	 mas	 não	 irá
aglomerar	conhecimentos	vastos,	densos,	volumosos	e	profundos	das	disciplinas.
Você	 apenas	 irá	 adquirir	 o	 conhecimento	 suficiente	 para	 ser	 aprovado	 no	 seu
concurso	 específico.	 E	 provavelmente	 não	 passará	 em	 primeiro	 lugar.	 Mas
passará.	E	passará	na	frente	de	gente	que	sabe	muito	mais	do	que	você.	Passará
na	frente	de	quem	tem	doutrinas	inteiras	gravadas	na	mente.	Passará	na	frente	de
quem	estuda	há	muito	mais	tempo	que	você.
Essa	velocidade	de	apresentação	dos	seus	resultados	dependerá	de	três
de	 fatores.	 (1)	Do	cargo	a	 ser	escolhido,	 conforme	quantidade	e	qualidade	dos
concorrentes,	que	sofrerá	influência	da	fama	e	desejabilidade	do	cargo	em	si,	das
fases	do	concurso,	do	local	de	trabalho	e	do	trabalho	em	si,	da	remuneração	e	do
número	 de	 vagas	 apresentadas	 no	 edital;	 (2)	 de	 quanto	 tempo	 por	 dia	 ou	 por
semana	você	será	capaz	de	dedicar	aos	estudos	(famosas	horas	bunda-cadeira);
e	(3)	principalmente,	dependerá	da	quantidade	de	conteúdo	útil	para	a	prova	que
você	 conseguirá	 apreender	 por	 unidade	 de	 tempo.	 Vou	 definir	 conteúdo	 útil
como	aquele	conhecimento	que	 tem	maior	probabilidade	de	cair	na	 sua	prova.
Quanto	menos	tempo	você	perder	estudando	o	que	não	vai	cair,	com	atividades
inúteis	ou	pouco	proveitosas,	e	investir	seu	tempo	em	ações	eficazes,	estudando
aquilo	 que	 realmente	 vai	 cair,	 arrecadando	 o	 máximo	 de	 conteúdo	 útil	 sem
perdas	de	tempo,	mais	rápido	seus	resultados	aparecerão.
Trabalharemos	 focados	 nos	 fatores	 1	 e	 3,	 a	 respeito	 dos	 quais
abordaremos	as	mais	variadas	táticas	de	aproveitamento	de	tempo,	onde	reside	a
chave	para	lhe	assegurar	o	ingresso	no	serviço	público	com	a	maior	brevidade.
Quanto	 ao	 fator	 de	 número	 2,	 trata-se	 tão	 somente	 de	 sua	 própria	 logística	 e
agenda,	 na	 qual	 não	me	 intrometerei,	 senão	 para	 lhe	 estimular	 a	 dedicar-se,	 e
para	 comunicar	 como	eu	mesmo	estruturei	 a	minha	 rotina	diária	 e	 semanal	 de
estudos.
CONTROLE	DO	TEMPO
O	 tempo	 será	 um	dos	 principais	 personagens	 deste	 livro,	 presente	 em
cada	ponto,	em	cada	capítulo.	A	chave	do	seu	sucesso	em	furar	a	fila	estará	na
sua	 capacidade	 de	 controlar	 o	 tempo.	 Se	 você	 não	 tem	 o	 hábito	 de	 coordenar
seus	atos	em	função	do	 tempo,	é	fundamental	que	aprenda.	Saiba	que	o	 tempo
não	para,	então	use-o	a	seu	favor.
Boa	parte	dos	 seus	 concorrentes	 tem	o	 tempo	como	um	 inimigo,	uma
dificuldade,	um	obstáculo.	Quem	luta	contra	o	tempo,	certamente	será	vencido.
O	tempo	é	 invencível,	 impossível	de	ser	subjugado.	Ora,	se	não	pode	 ir	contra
ele,	 tenha-o	 como	 aliado	 e	 ele	 trabalhará	 a	 seu	 favor.	 Ele	 mesmo	 tratará	 de
eliminar	seus	adversários.	Talvez	minhas	palavras	não	estejam	fazendo	sentido
neste	momento,	mas	no	decorrer	da	sua	 leitura	você	assimilará	o	que	eu	quero
dizer.
A	meta	 é	 passar	 num	 concurso	 no	menor	 tempo	 possível,	 então	 toda
estratégia	 que	 será	 aqui	 apresentada	 é	 baseada	 no	 melhor	 aproveitamento	 do
tempo	disponível.	Falo	de	economia	de	tempo	e	otimização	de	resultados	com	a
eliminação	de	todo	tipo	identificável	de	desperdício.
A	PREPARAÇÃO
Você	 notará	 que	 passarei	 o	 livro	 inteiro	 condenando	 certas	 práticas
comuns	 entre	 os	 estudantes	 concurseiros,	 afirmando	 categoricamente	 que	 são
pura	perda	de	 tempo.	Você	se	 surpreenderá	com	a	quantidade	de	condutas	que
declararei	 inúteis,	 e	 poderá	 discordar	 de	 boa	 parte	 delas,	 pelo	 menos
inicialmente.	Mas	é	minha	função	apontar-lhe	a	inutilidade	de	cada	ato,	explicar
a	razão	de	tratar-se	de	um	desvio	na	rota,	e	indicar-lhe	o	caminho	mais	curto.
Todavia,	venho	agora	afirmar,	excepcionalmente,	que	você	deve	investir
tempo	num	certo	conjunto	de	atos	com	os	quais	os	seus	concorrentes	não	gostam
de	 perder	 muito	 tempo.	 Trata-se	 dos	 atos	 preparatórios.	 O	 planejamento.	 A
elaboração	da	sua	estratégia.
No	 início,	 meu	 ímpeto	 me	 fazia	 querer	 começar	 logo	 a	 estudar	 sem
perder	 tempo,	 sem	 planejar,	 sem	 pensar.	 Cometi	 esse	 erro	 todas	 as	 vezes	 que
tentei	 começar	 a	 estudar,	 antes	 de	 elaborar	 essas	 estratégias	 que	 aqui	 venho
compartilhar.	Obviamente,	quebrei	a	cara	em	todas	essas	vezes,	e	concluí	que	eu
jamais	 seria	 capaz	 de	 passar	 num	 bom	 concurso.	 É	 um	 erro	 que	 quase	 todos
cometem	–	inclusive,	provavelmente,	você	mesmo,	caro	leitor.
O	planejamento	 é	 fundamental	 para	 coordenar	 seus	 atos,	 impedindo-o
de	 estudar	 de	 maneira	 dispersa,	 sem	 foco,	 sem	 aproveitamento.	 Jogar
aleatoriamente	 o	 conteúdo	 das	 disciplinas	 para	 dentro	 da	 sua	 cabeça	 sem
planejamento	prévio	é	o	maior	 erro	quevocê	pode	cometer	no	 início	dos	 seus
estudos.	 Já	 estará	 começando	 errado	 e	 desperdiçando	 todo	 o	 tempo	 que	 pensa
estar	ganhando.	Se	já	começou	dessa	forma,	pare,	leia	este	livro	e	recomece	tudo
do	zero.	Estudar	sem	planejar	é	pura	perda	de	tempo.
O	planejamento	é	a	principal	etapa	da	sua	trajetória.		O	marco	inicial	da
jornada.	 É	 quando	 se	 inicia	 a	 contagem	 regressiva	 da	 sua	 aprovação.	 Invista
tempo	 na	 preparação.	 Seus	 concorrentes	 gastam	 muito	 tempo	 com	 condutas
pouco	úteis	ou	até	completamente	inúteis,	e	muitas	vezes	tratam	como	perda	de
tempo	 esse	 estágio	 crucial	 do	 caminho.	É	 aí	 que	 você	 terá	 vantagem.	É	 assim
que	furará	a	fila.
É	possível	que	você	esteja	nesse	momento	ansioso,	curioso	e	impaciente
para	 aprender	 logo	 como	 seria	 esse	 planejamento.	 Respire	 e	 vença	 sua
impaciência.	 A	 elaboração	 da	 estratégia	 exige	 tempo,	 calma,	 paciência	 e
concentração.
Para	planejar,	é	preciso	primeiro	observar.
OBSERVE	A	FILA
Perceba	 que	 no	 universo	 dos	 concursos	 públicos	 estão	 todos
caminhando	 numa	 mesma	 direção,	 seguindo	 um	 mesmo	 fluxo,	 uma	 mesma
corrente.	Por	essa	razão	faz-se	a	comparação	a	uma	fila.	Isso	ocorre	em	razão	do
conhecido	efeito	manada,	ou	comportamento	de	manada,	que	descreve	situações
em	que	indivíduos	em	grupo	reagem	todos	da	mesma	forma,	embora	não	exista
direção	planejada.	Um	novo	indivíduo,	ainda	que	nada	conheça	a	respeito	do	que
o	grupo	esteja	fazendo,	tende	a	fazer	o	mesmo	sem	questionar,	presumindo	que
aquele	seja	o	comportamento	mais	acertado.	O	termo	se	refere	originalmente	ao
comportamento	animal,	mas	também	se	aplica	ao	comportamento	humano.
Antes	de	começar	a	estudar,	ainda	de	fora	da	fila,	antes	de	entrar	nela,
observe-a.	Destaque-se	da	manada	e	analise	racionalmente	seu	comportamento.
Assim	 se	 formará	 o	 seu	 diferencial.	 Com	 observação	 e	 planejamento.	 Com
estratégia,	esperteza,	planejamento	racional.	De	fora	da	fila	você	observará	que
ela	 não	 segue	 um	 caminho	 reto	 e	 prático.	 É	 repleta	 de	 imperfeições	 e	 voltas
desnecessárias.	Ela	segue,	inexplicavelmente,	um	caminho	bem	mais	longo	que
o	 necessário.	 Observe-a	 e	 pense	 em	 maneiras	 de	 furá-la.	 Observe	 falhas,
buracos,	 curvas,	 caminhos	 desnecessários.	 Analise,	 de	 fora,	 com	 visão	 ampla,
qual	o	caminho	que	todos	estão	tomando,	e,	então,	pegue	um	atalho.
Essas	 falhas	 são	 identificáveis	 nos	 mais	 variados	 aspectos,	 que
analisaremos	no	decorrer	deste	trabalho.	Se	você	pretende	entrar	na	frente	dessa
fila,	destacando-se,	é	preciso	observar	cada	ponto,	cada	momento	em	que	a	fila
faz	 uma	 volta,	 toma	 um	 rumo	 despropositadamente	mais	 comprido	 ou	 faz	 um
"arrodeio",	 como	 dizemos	 no	 Nordeste.	 Identifique	 esses	 pontos	 um	 por	 um,
desenvolva	um	modo	de	pegar	um	atalho,	um	caminho	mais	curto,	um	caminho
em	linha	reta.	Assim,	siga	de	atalho	em	atalho,	até	atingir	sua	aprovação	muito
antes	de	quem	estuda	há	muito	mais	tempo	que	você.	Na	frente	de	quem	entrou
na	fila	muito	antes	de	você.	Na	frente	de	quem	pegou	o	caminho	mais	longo	da
manada.
Será	 de	 enorme	 valor	 que	 você	 aprenda	 a	 fazer	 esse	 levantamento
estratégico	por	 sua	própria	 conta,	 a	 identificar	 sozinho	os	 pontos	 em	que	 todo
mundo	 toma	 o	 caminho	mais	 longo	 e	 a	 descobrir	 um	 caminho	mais	 curto.	 É
óbvio	 que	 facilitarei	 o	 seu	 trabalho,	 mostrando	 os	 atalhos	 que	 eu	 descobri	 e
tomei,	 e	 ajudando	a	desenvolver	o	 raciocínio	necessário	para	potencializar	 sua
própria	 habilidade.	 Assim,	 de	 posse	 das	 informações	 que	 eu	 vou	 lhe	 passar,
enriquecido	com	suas	próprias	conclusões,	você	será	capaz	de	obter	 resultados
ainda	mais	acelerados.
SAIBA	ESCOLHER	O	CARGO
O	primeiro	aspecto	que	você	deve	analisar,	antes	de	tudo,	é	o	cargo	que
almeja.	Cada	concurso	tem	uma	fila	diferente,	e	é	preciso	observar	cada	uma	e
ver	quais	são	as	mais	curtas,	as	mais	longas,	as	mais	fáceis	ou	difíceis	de	furar.
Tudo	isso	levando	em	consideração	quais	seriam	os	seus	objetivos,	quais	as	suas
perspectivas	de	futuro,	trabalho,	remuneração.
É	um	dos	aspectos	mais	relevantes	e	determinantes	da	brevidade	do	seu
sucesso,	 embora	a	maioria	das	pessoas	 simplesmente	desconsidere,	 escolhendo
um	 cargo	 sem	 antes	 ponderar	 absolutamente	 nada	 a	 respeito.	 Há	 quem	 nem
sequer	 escolha	 um	 cargo,	 despontando	 a	 estudar	 aleatoriamente	 para	 qualquer
coisa	 que	 aparecer.	 Essas	 pessoas	 estão	 entrando	 no	 final	 das	 maiores	 filas
existentes.
Não	é	o	seu	caso,	você	não	tem	tempo	a	perder.
A	técnica	fundamental	para	furar	a	fila	considerando	a	escolha	do	cargo
pretendido	 baseia-se	 na	 previsão,	 redução	 e	 eliminação	 da	 concorrência.	 Por
concorrência	eu	não	me	refiro	à	relação	número	de	candidatos	por	vaga.	Refiro-
me	 tão	 somente	 à	 quantidade	 absoluta	 de	 interessados	 que	 o	 concurso
potencialmente	 atrairá,	 sem	 associar	 ao	 número	 de	 vagas,	 que	 deve	 ser
analisado	 de	 maneira	 independente	 pelas	 razões	 que	 levantarei	 no	 tempo
oportuno.
Para	prever,	reduzir	e	eliminar	a	concorrência,	é	essencial	a	observação
das	 filas,	 do	 comportamento	 da	manada.	 Veja	 o	 que	 todos	 estão	 fazendo,	 por
onde	 todos	 estão	 indo,	 e	 pegue	 um	 caminho	 mais	 curto.	 Onde	 a	 maioria	 das
pessoas	estiver,	a	concorrência	será	maior.
Aprenda	 como	 todos	 estão	 pensando,	 e	 faça	 diferente.	 Nunca	 pense
apenas	 por	 si.	 Pense	 também	 pelos	 outros.	 Não	 pense	 somente	 em	 como	 fica
melhor	 ou	 pior	 individualmente	 para	 você,	 pois	 se	 todos	 também	 chegarem	 à
mesma	conclusão,	você	estará	na	maior	fila	possível,	estará	no	meio	da	manada.
Saiba	 como	 seus	 concorrentes	 pensam.	 Preveja	 o	 que	 querem,	 preveja	 onde
estarão,	 faça	o	que	 eles	não	 fazem,	vá	onde	 eles	não	vão.	Pegue	a	 fila	menor.
Não	precisa	ser	um	grande	gênio	para	saber	que	quanto	maior	for	o	número	de
interessados,	maior	será	a	 fila,	e	maior	será	o	 tempo	necessário	para	passar	no
concurso,	ainda	que	se	pegue	os	atalhos	apontados	neste	livro.
Diversos	 serão	 os	 fatores	 considerados	 para	 prever	 a
concorrência/tamanho	da	fila.	O	cargo	em	si,	a	remuneração,	o	número	de	vagas,
as	 fases	 do	 concurso,	 o	 local	 de	 trabalho,	 o	 ambiente	 de	 trabalho,	 o	 risco	 do
trabalho	etc.	Não	vou	apontar	quais	cargos	você	deve	escolher,	nem	determinar
os	 melhores	 ou	 piores.	 Também	 não	 estou	 dizendo	 que	 deve	 procurar	 um
concurso	em	que	todos	os	elementos	a	seguir	sejam	favoráveis.	O	que	faremos
será	tão	somente	o	levantamento	dos	aspectos	você	deve	levar	em	consideração
na	 sua	 escolha,	 para	 que	 você	mesmo	 julgue	 quais	 dificuldades	 valerá	 a	 pena
enfrentar	e	quais	facilidades	merecem	ser	aproveitadas,	tendo	como	base	as	suas
próprias	perspectivas	de	futuro,	trabalho,	remuneração	etc.
Para	escolher	o	cargo	para	o	qual	pretende	concorrer	e	para	o	qual	 irá
dedicar	seus	estudos,	pondere	a	respeito	dos	aspectos	seguintes.
O	CARGO	EM	SI
Este	 ponto	 pretende	 chamar	 sua	 atenção	 basicamente	 para	 o	 nome	 do
cargo.	Quanto	mais	famoso,	quanto	mais	conhecido,	mais	será	almejado,	e	maior
será	a	concorrência.	É	o	peso	da	fama.
Perceba	 que	 a	maioria	 daqueles	 que	 se	 põem	a	 sonhar	 com	um	cargo
público	da	área	jurídica,	antes	mesmo	de	iniciar	a	jornada,	dizem	em	uníssono:
"quero	ser	Juiz".
Existem	cargos	tão	excelentes	quanto	a	magistratura,	com	remuneração
equivalente,	 garantias	 e	 prerrogativas	 tão	 aprazíveis	 quanto,	 mas	 somente	 a
magistratura	te	dará	o	nome	de	"Juiz".	Para	alguns,	isso	chega	a	ser	mais	atrativo
que	a	própria	remuneração.	Trata-se	do	nome,	da	fama,	da	autoridade,	do	poder,
do	ego	de	cada	um.
Trago	outros	exemplos	de	cargos	famosos,	que	todo	mundo	quer.	São	o
sonho	de	muita	gente,	consequentemente,	serão	os	mais	difíceis	de	passar,	pois
terão	as	maiores	filas	pelo	enorme	número	de	interessados.	Quantos	não	sonham
em	ser	Promotor,	Procurador,	Delegado,	Auditor,	Policial	Federal?
Se	você	puder	livrar-se	da	tendência	de	sonhar	tão	somente	com	o	nome
do	cargo,	abrira	sua	mente	e	observar	o	horizonte	de	possibilidades,	estará	livre
para	 pesquisar	 a	 respeito	 dos	mais	 variados	 concursos,	 tão	 bons	 quanto	 o	 que
você	sonhava,	ou	até	melhores,	mas	com	uma	concorrência	muito	menor,	uma
fila	muito	menor.	Assim,	certamente	você	chegará	à	aprovação	muito	antes	do
que	quem	permanece	batendo	o	pé	e	insistindo	no	cargo	mais	famoso	sem	nem
sequer	avaliar	se	vale	a	pena	prorrogar	sua	vitória	somente	em	razão	do	nome.
O	último	concurso	que	passei	é	um	grande	exemplo	disso.	Não	só	disso,
mas	de	todos	os	próximos	fatores	que	tratarei	mais	adiante,	um	por	um.	Tratava-
se	 do	 cargo	 de	 Julgador	Administrativo	 Tributário	 no	 Estado	 de	 Pernambuco.
Possivelmente	você	nunca	 tenha	ouvido	falar	nele.	Trocando	em	miúdos,	é	um
juiz	 de	 um	 tribunal	 administrativo,	 que	 julga	 processos	 administrativos
tributários.	 Ora,	 por	 ser	 um	 concurso	 desconhecido,	 poucos	 se	 aventuraram
sequer	a	examinar	o	edital,	apesar	de	a	remuneração	ser	fantástica	e	contar	com
diversos	outros	atrativos.	O	concurso	atraiu	um	número	relativamente	baixo	de
interessados,	reduzindo	o	tamanho	da	fila	a	ser	furada,	encurtando	o	caminho	da
aprovação.
Existem	ainda	outras	espécies	de	cargos	que	atraem	uma	enormidade	de
interessados,	 dificultando	 e	 atrasando	 sua	 aprovação,	 embora,	 em	 geral,	 não
sejam	 exatamente	 o	 sonho	 de	 tanta	 gente.	 Cargos	 de	 analistas	 e	 técnicos	 de
tribunais	 e	 Ministério	 Público	 (MP),	 por	 exemplo,	 são	 muito	 famosos,	 e,
consequentemente,	 concorridos,	 por	 outras	 razões.	São	utilizados	 como	escada
ou	 experiência	 para	 quem	 almeja	 ser	 Juiz,	 Promotor	 e	 outros	 cargos	 jurídicos
mais	 desejados.	 Isso	 eleva	 demais	 tanto	 a	 quantidade	 quanto	 a	 qualidade	 dos
seus	 concorrentes.	 Você	 enfrentará	 pessoas	 que	 estudam	 para	 Magistratura.
Pessoas	 de	 enorme	 bagagem	 de	 estudo,	 inteligentes	 e	 muito	 bem	 preparadas.
Além	 disso,	 as	 próprias	 disciplinas	 desses	 concursos	 são	 atrativas.	 São	 as
mesmas	que	se	estuda	na	faculdade	de	Direito	e	são	ainda	as	disciplinas	padrão
para	a	imensa	maioria	dos	concursos	jurídicos,	com	as	quais	você	e	todos	os	seus
concorrentes	 estão	 familizarizados.	 Isso,	 como	 veremos	 adiante,	 também	 é
bastante	atrativo	de	concorrência.
Inove.	 Abra	 sua	 mente.	 Busque	 novas	 possibilidades.	 Não	 fique
bitolado	 ao	 cargo	 mais	 famoso,	 que	 todo	 mundo	 quer	 ou	 que	 todo	 mundo
conhece.	Os	concursos	desconhecidos	atrairão	uma	quantidade	muito	menor	de
interessados,	 embora	 sejam	 tão	 aprazíveis	 quanto,	 ou	 até	 mais	 que	 os	 cargos
conhecidos,	aumentando	suas	chances	de	aprovação.
Invista	tempo	lendo	editais,	procure	oportunidades.	Vasculhe	ao	menos
semanalmente	 sites	 de	 notícias	 de	 concursos	 próximos	 e	 os	 que	 apresentam
todos	os	concursos	com	inscrições	atualmente	abertas.	Não	se	limite	a	pesquisar
pelos	cargos	famosos,	ou	a	mina	de	ouro	escapará	por	entre	os	seus	dedos.	Não
coloque	 na	 pesquisa	 de	 palavras	 do	 seu	 navegador	 “juiz”,	 “promotor”,
“delegado”,	“auditor”,	“procurador”,	“polícia”	etc.	Veja	um	por	um.	O	seu	cargo
está	escondido	no	meio	de	tantos	editais,	e	poucos	são	os	que	se	aventuram	em
desbravar	 essas	 oportunidades.	 As	 pessoas	 são	 acomodadas,	 preferem	 a
praticidade	 de	 permanecer	 em	 seu	 lugar	 na	 fila,	 seguindo	 o	 fluxo,	 seguindo	 a
manada,	aguardando	sua	vez,	indo	atrás	do	que	todos	estão	fazendo	e	querendo,
onde	a	concorrência	é	maior.	Elas	fazem	os	concursos	que	todos	estão	fazendo.
Faça	o	que	ninguém	faz.	Cargos	fantásticos,	desconhecidos,	pouco	concorridos
estão	à	espera	de	quem	não	se	contenta	com	seu	lugar	da	fila.
É	 apenas	 nosso	 primeiro	 atalho	 para	 furar	 a	 fila.	 Contudo,	 é	 possível
que	nenhum	outro	cargo	lhe	interesse	senão	aquele	com	o	qual	você	sonha.	Não
se	preocupe,	teremos	a	seguir	muitos	outros	elementos	a	serem	verificados	para
que	você	alcance	seu	sonho	o	quanto	antes,	sem	que	seja	necessário	abrir	mão
dele.	Vamos	em	frente.
AS	FASES	DO	CONCURSO
Não	 é	 somente	 o	 nome	 do	 cargo	 que	 pode	 influenciar	 a	 variação	 de
concorrência.	Neste	ponto,	dois	fatores	merecem	ser	considerados.	(1)	A	maior
quantidade	 de	 fases	 do	 concurso	 pode	 desestimular	 seus	 concorrentes,	 que
podem	optar	por	prestar	um	outro	concurso	menos	trabalhoso,	por	comodidade.
(2)	 Da	mesma	 forma,	 a	 natureza	 dessas	 fases	 também	 é	 fator	 desestimulante.
Quanto	 mais	 dificultoso	 o	 trajeto,	 mais	 concorrentes	 ficarão	 pelo	 caminho.
Portanto,	analisar	os	tipos	de	provas	a	serem	exploradas	em	cada	fase	pode	gerar
um	resultado	ainda	melhor.
Quanto	 ao	 primeiro	 item,	 vejamos	 o	 que	 quero	 dizer.	 Entre	 dois
concursos	 equivalentes	 previstos	 para	 a	 mesma	 data,	 um	 deles	 possui	 cinco
fases,	 e	o	outro	 três.	A	maioria	dos	 interessados	preferirá	dedicar-se	 ao	menos
trabalhoso.	 Significa	 dizer	 que	 será	mais	 vantajoso	 para	 você	 voltar-se	 para	 o
mais	custoso.
É	 mera	 aplicação	 da	 observação	 externa.	 Veja	 o	 que	 todos	 estão
fazendo,	observe	para	onde	todos	estão	indo,	e	pegue	um	atalho.
Não	é	a	mais	eficaz	das	técnicas,	não	eliminará	porção	considerável	da
concorrência,	 e	 nem	 sempre	 poderá	 ser	 aplicada,	 mas	 cada	 atalho	 que	 puder
pegar	 terá	 seu	 valor.	O	 que	 acontece	 é	 que	 o	 concurseiro	 é	 normalmente	 uma
criatura	tão	cansada,	fadigada	e	tão	cheia	de	frustrações	que	nem	sempre	estará
disposta	 a	 encarar	 um	 caminho	mais	 trabalhoso	 quando	 há	 outra	 possibilidade
menos	dispendiosa.	Não	é	comodismo,	é	cansaço	mental.	A	sua	mente	cansada
sempre	se	inclinará	para	o	caminho	mais	cômodo.
Por	outro	lado,	substancial	será	o	efeito	ao	se	analisar	o	segundo	item,
os	 tipos	 de	 fases.	 Nem	 todos	 estão	 preparados,	 por	 exemplo,	 para	 provas	 de
aptidão	física,	ou	provas	orais,	de	digitação,	de	direção	etc.
Sem	 a	 intenção	 de	 rotular	 ninguém,	 mas	 objetivando	 tão	 somente	 a
otimização	 dos	 seus	 resultados	 pela	 observação	 pragmática,	 perceba	 que	 uma
parcela	considerável	dos	concorrentes	mais	estudiosos	e	bem	preparados	para	as
provas	de	conhecimento	não	têm	o	hábito	de	exercitar-se	fisicamente.	Optar	por
um	 concurso	 que	 tenha	 como	 fase	 uma	prova	 de	 aptidão	 física	 eliminará	 uma
grande	parcela	dos	seus	mais	fortes	concorrentes.	Posso	afirmar,	grosseiramente,
com	base	numa	estatística	com	pouco	fundamento	científico,	obtida	numa	rápida
pesquisa	 na	 internet,	 que	 a	 porcentagem	 de	 eliminação	 em	 provas	 de	 aptidão
física	 gira	 em	 torno	 de	 40%.	 É	 muita	 coisa!	 É	 um	 fator	 a	 ser	 seriamente
considerado	 por	 quem	 pretende	 passar	 na	 frente	 dos	 mais	 competentes
candidatos.	É	um	grande	atalho	na	fila.	Basta	tão	somente	que	o	candidato	esteja
fisicamente	bem	preparado	e	que	o	cargo	disputado	lhe	seja	aprazível.
Independentemente	 do	 seu	 concurso	 envolver	 ou	 não	 exames	 físicos,
será	 sempre	 aconselhável	 exercitar-se	 para	 manter	 uma	 vida	 saudável,	 cujos
benefícios	se	refletirão,	inclusive,	em	seu	desempenho	nos	estudos	com	a	melhor
oxigenação	do	cérebro	e	a	própria	resistência	física	em	manter	uma	rotina	diária
e	pesada	de	estudos.
Enfim,	também	será	possível	eliminar	uma	certa	fração	de	concorrentes
ao	disputar	um	concurso	que	tenha	uma	prova	oral	entre	as	fases.	É	bem	verdade
que	 a	 taxa	média	de	 candidatos	que	 se	poderá	ultrapassar	 nessa	 fase	 será	bem
menor	 que	 num	 TAF[3],	 mas	 tenha	 em	 mente	 que	 existe	 um	 número	 de
concorrentes	 que	 se	 tornam	 ineficientes	 diante	 de	 uma	 prova	 oral,	 seja	 por
timidez,	nervosismo,	inexperiência	etc.
O	mesmo	ocorrerá	com	outros	tipos	de	provas	práticas,	como	digitação,
direção	etc.
É	óbvio	que	a	utilidade	desta	dica	somente	será	válida	para	quem	estiver
apto	 à	 prova	 da	 fase	 em	 questão.	 Se	 você	 estiver	 entre	 os	 candidatos
prejudicados	nessas	fases,	treine	sua	deficiência	ou	pule	para	o	próximo	quesito.
AS	DISCIPLINAS	COBRADAS
As	regras	prescritas	acima	também	se	aplicam	neste	ponto.	Quanto	mais
excruciante	o	caminho,	mais	seusconcorrentes	se	desestimularão.	E	um	fator	de
grande	 relevância	 na	 repelência	 de	 concorrentes	 são	 as	 disciplinas	 cujos
conhecimentos	serão	exigidos	no	decorrer	das	fases	do	certame.
Todos	 têm	algum	preconceito	contra	algumas	disciplinas,	o	que	os	 faz
procurar	certos	 tipos	de	concurso	ou	 rejeitá-los.	O	atalho	deste	 tópico	consiste
tão	somente	em	abrir	sua	mente	para	as	disciplinas	dotadas	de	maior	capacidade
de	afugentar	ou	eliminar	concorrentes.
Um	exemplo	simples.	Um	número	significativo	de	pessoas	que	optaram
por	 cursar	 uma	 faculdade	 de	Direito	 o	 fizeram,	 dentre	 outros	motivos,	 porque
odeiam	 matemática.	 Logo,	 um	 concurso	 da	 área	 jurídica	 que	 exija
conhecimentos	 de	 matemática	 e	 raciocínio	 lógico	 repelirá	 boa	 fatia	 de
concorrentes	que	nem	sequer	se	inscreverá.	Outra	parcela	será	eliminada	ou	terá
seu	desempenho	 reduzido	por	não	atingir	pontos	 suficientes	nessas	disciplinas.
Até	porque	muitas	vezes	nem	chegam	a	estudar	a	matéria	antes	de	fazer	a	prova
(um	erro	grave	do	qual	falaremos	noutro	momento).
Novamente,	 deixo	 claro	 que	 não	 tenho	 o	 interesse	 de	 impor	 qualquer
rótulo.	 Baseia-se	 tão	 somente	 na	 observação	 estatística.	 Eu	 mesmo,	 graças	 a
Deus,	 não	 me	 encaixo	 nessa	 qualificação,	 pois	 sempre	 tive	 um	 bom
relacionamento	com	a	matemática.	Até	cursei	um	ano	de	Engenharia,	 antes	de
me	 dedicar	 ao	Direito.	Mas	 concorde	 comigo	 que	 isso	 não	 é	 comum	 entre	 os
colegas	estudantes	de	Direito.
Abra	a	sua	mente	e	dê	atenção	especial	nos	seus	estudos	às	disciplinas
que	ninguém	gosta.	É	mais	um	diferencial.	Se	possível,	procure	concursos	cujos
principais	 conhecimentos	 exigidos	 são	 justamente	 essas	 disciplinas	malquistas.
Em	princípio	pode	parecer	algo	demasiadamente	torturante,	mas	acredite,	é	puro
preconceito.	 É	 normal	 do	 ser	 humano	 rejeitar	 aquilo	 que	 não	 entende.	 Vença
isso.	Quando	você	superar	essa	barreira	e	se	dispuser	a	estudar	o	que	pensa	que
não	gosta,	aquilo	passará,	a	cada	dia,	a	lhe	parecer	mais	interessante,	conforme
você	 for	 aprendendo	 seus	 fundamentos.	 Pode	 até	 chegar	 ao	 ponto	 de	 amar
aquilo.	Eu	detestava	Direito	Tributário,	barreira	essa	que	foi	vencida	quando	me
dispus	a	aprender.
Lembre-se	 do	 que	 falei	 anteriormente	 sobre	 os	 cargos	 de	 analista	 de
tribunais	 e	MP.	 São	 100%	de	 disciplinas	 comuns	 e	 atrativas,	 que	 todo	mundo
estuda	todos	os	dias,	inclusive	na	própria	faculdade.	O	candidato	tem	a	ilusão	de
que,	se	estuda	aquilo	todo	dia,	está	mais	bem	preparado,	e	terá	mais	chances.	O
problema	 é	 que	 todos	 pensam	 da	 mesma	 forma,	 a	 quantidade	 e	 qualidade	 de
interessados	se	eleva	ao	infinito,	dificultando	em	muito	a	sua	aprovação.
O	 concurso	 para	 o	 último	 cargo	 que	 passei	 apresentava	 um	 edital	 de
efeito	 bastante	 repulsivo	 de	 concorrência	 nesse	 ponto.	 Além	 de	 cair	 bastante
Direito	 Tributário,	 caía	 ainda	 a	 legislação	 tributária	 estadual	 pernambucana	 e
processo	 administrativo	 tributário	 pernambucano.	 Pouquíssimas	 pessoas	 se
dispuseram	a	 enfrentar	 essas	 disciplinas,	 principalmente	porque	quase	nenhum
outro	concurso	aproveitaria	esse	estudo,	senão	para	auditor	fiscal	de	PE	ou	algo
semelhante.	Até	Contabilidade	foi	cobrado.	Para	muitos,	seriam	preciosos	meses
de	estudo	atirados	ao	lixo,	em	caso	de	não	aprovação.	Somente	se	inscreveu	para
esse	 concurso	 quem	 estava	 disposto	 a	 arriscar	 esse	 tudo	ou	nada.	 Poucos	 têm
essa	coragem.	O	concurseiro	tende	a	ser	um	bicho	medroso	e	supersticioso.
Onde	 todos	 viam	 uma	 desvantagem,	 eu	 enxerguei	 uma	 grande
vantagem.	Se	 todos	estavam	 rejeitando	esse	concurso	em	 razão	das	disciplinas
cobradas,	menor	seria	o	número	de	concorrentes.	Menos	concorrentes	significa,
obviamente,	uma	fila	menor.	
Nunca	se	esqueça	desta	dica:	saiba	o	que	seu	concorrente	pensa.	Saiba
o	que	ele	quer	e	o	que	ele	 faz,	e	 tome	proveito	da	 informação.	Veja	para	onde
todos	estão	indo,	e	pegue	o	caminho	contrário.	Pegue	o	atalho.	Fure	a	fila.
O	LOCAL
O	 local	 ou	 unidade	 geográfica	 onde	 se	 prestará	 o	 concurso	 ou	 se
exercerá	 o	 cargo	 é	 um	 assunto	 bastante	 complexo	 de	 se	 examinar.	 Para
determinados	 concursos,	 será	 irrelevante.	 Para	 outros,	 poderá	 ter	 significativa
diferença	 na	 quantidade	 e,	 por	 que	 não	 dizer,	 qualidade	 dos	 interessados.	 São
diversos	aspectos	a	se	verificar.
Uma	 coisa	 é	 certa.	 Já	 abordamos	 antes	 que	 quanto	 mais	 penoso	 o
percurso,	 mais	 concorrentes	 ficarão	 pelo	 caminho.	 O	 oposto	 é	 igualmente
verdadeiro.	Quanto	mais	acessível	a	rota,	maior	será	o	aglomerado	de	candidatos
a	serem	vencidos.
Podemos,	partindo	dessa	lógica,	inferir,	por	exemplo,	que	nos	concursos
federais	 em	 que	 há	 aplicação	 de	 provas	 em	 todas	 as	 capitais,	 o	 número	 de
interessados	 será	 imenso,	 enquanto	 que	 em	 concursos	 de	 aplicação	 num	único
local,	o	número	de	interessados	será	menor,	pelo	simples	desinteresse	de	pessoas
de	outros	lugares	em	se	deslocar.
Quanto	 a	 concursos	 estaduais	 e	 municipais,	 outro	 fator	 redutor	 de
concorrência	 é	 quando	 a	 própria	 inscrição	 deve,	 por	 exigência	 do	 edital,	 ser
realizada	presencialmente,	em	especial	quando	for	vedada	até	mesmo	a	inscrição
via	procurador.	Na	atualidade,	eu	diria	que	90%	das	inscrições	em	concurso	são
realizadas	 pela	 internet.	 É	 certo	 que	 nesses	 10%	 de	 concursos	 que	 requerem
inscrição	 presencial	 haverá	 uma	 parcela	 de	 potenciais	 concorrentes	 que	 se
desinteressará,	por	comodidade	ou	impossibilidade	de	deslocamento.	Não	é	um
fator	 de	 redução	 de	 concorrência	 de	 grande	 significância,	 mas,	 como	 já	 dito,
cada	 atalho	 que	 puder	 pegar	 terá	 sua	 relevância.	 Jamais	 deixe	 de	 se	 inscrever
num	 concurso	 em	 razão	 dessa	 exigência,	 pois	 boa	 parte	 de	 seus	 concorrentes
deixará,	abrindo	caminho	para	você	e	diminuindo	o	tamanho	da	fila	à	sua	frente.
Ainda	a	respeito	de	concursos	regionais	e	locais,	não	há	como	negar	que
há	 ainda	 preferências	 em	 relação	 a	 determinadas	 regiões	 brasileiras,	 mais	 ou
menos	desenvolvidas.	É	uma	regra	antiga	que	todos	conhecem	e,	apesar	de	haver
perdido	forças	nos	últimos	anos,	em	razão	da	tendência	de	se	nivelar	os	índices
de	concorrência	no	Brasil,	permanece	válida	e	digna	de	ser	considerada	na	sua
escolha.	 Concursos	 nas	 regiões	 mais	 isoladas	 do	 país,	 geográfica	 e
economicamente,	 costumavam	 atrair	 um	 menor	 número	 de	 interessados.
Contudo,	é	um	ponto	em	que	se	deve	ter	muito	cuidado.	Há	quem	confie	demais
nessa	regra.	Quero	aqui	enfatizar	que	esse	desequilíbrio	perdeu	a	força	que	tinha,
de	 maneira	 que	 hoje,	 a	 depender	 do	 cargo,	 a	 lógica	 pode	 se	 inverter	 e	 um
concurso	numa	região	desfavorecida	pode	atrair	muito	mais	interessados	que	um
nas	regiões	mais	afortunadas	para	a	mesma	ocupação	se	os	demais	fatores	forem
favoráveis.
O	TRABALHO	EM	SI
O	ambiente	e	o	risco	do	trabalho	são	elementos	de	grande	influência	no
interesse	por	determinado	cargo.	Os	candidatos	mais	fortes	nem	sempre	toleram
ambientes	 menos	 agradáveis.	 Preferem	 bonitas	 e	 cheirosas	 salas	 com	 ar
condicionado.	Alguns	cargos	exigem	que	o	profissional	apresente	certos	níveis
de	"sangue	no	olho",	o	que	é	incompatível	com	a	aceitabilidade	de	boa	parte	das
pessoas.
Nessa	área,	os	concursos	para	polícia	são	boas	opções.	Observe	que	são
boas	 opções	 em	 relação	 a	 este	 fator,	 mas	 outros	 fatores	 podem	 não	 ser	 tão
favoráveis.	 Por	 exemplo,	 já	 falamos	 a	 respeito	 do	 nome	 e	 da	 fama	 do	 cargo.
Muita	 gente	 quer	 ser	 policial,	 muita	 gente	 já	 sonha	 especificamente	 em	 ser
Delegado,	em	ser	Policial	Federal	etc.	Quero	dizer	que	é	preciso	que	você	faça
uma	análise	global	da	situação.	O	cargo	de	Agente	Penitenciário,	por	exemplo,	é
semelhante	ao	do	policial	em	alguns	aspectos,	mas	não	tem	a	mesma	fama.	Não
atrai	 tantos	 concorrentes,	 e	 as	 atribuições	 são	 comparáveis,	 em	 especial	 nos
locais	 em	 que	 é	 a	 Polícia,	 Civil	 ou	 Militar,	 que	 exerce	 as	 atribuições
penitenciárias,em	 desvio	 de	 função,	 como	 foi	 meu	 caso	 no	 interior	 do
Maranhão.	Deixei	de	ser	Agente	Penitenciário	para	ser	Delegado,	mas	continuei
"cuidando	de	preso"	da	mesma	maneira.
Antes	 de	 eu	 começar	 a	 estudar	 para	 concursos,	 e	 antes	mesmo	de	me
formar,	eu	concorri	e	passei	no	concurso	para	Agente	Penitenciário	Estadual	do
RN,	 cargo	 que	 exerci	 com	 muita	 honra	 e	 orgulho,	 e	 do	 qual	 trago	 boas
experiências	e	amizades.	Mas	o	que	quero	dizer	é	que	o	fato	de	estar	concluindo
o	curso	de	graduação	em	Direito	e	 iniciando	uma	pós-graduação	na	área	penal
me	 tornou	 apto	 a	 galgar	 a	 aprovação	 sem	a	necessidade	de	dedicar	 um	estudo
específico,	 vez	 que	 se	 trata	 de	 um	 concurso	 de	 nível	 médio	 que	 exige	 do
candidato	 conhecimento	 de	 Direito,	 além	 de	 um	 bom	 condicionamento	 físico
para	o	TAF,	e	o	sangue	no	olho	para	encarar	o	trabalho	"caveira"	que	poucos	se
animam	a	enfrentar.	Um	bom	concurso	do	qual	a	maior	concorrência	 irá	 fugir,
dando-lhe	 espaço	 entrar.	 Nessa	 linha	 há	 ainda	 os	 concursos	 para	 guardas
municipais	e	ainda	o	fantástico	cargo	de	agente	penitenciário	federal,	que	nada
fica	a	dever	para	os	cargos	mais	famosos	de	polícia.
Obviamente	 que	 essa	 dica	 só	 servirá	 para	 quem	 esse	 tipo	 de	 cargo
parecer	aprazível.	Se	não	for	seu	caso,	não	tema.	Como	já	assegurei,	existe	uma
infinidade	de	técnicas	que	iremos	abordar	que	poderão	compensar	as	que	não	se
encaixarem	ao	seu	perfil.
A	REMUNERAÇÃO
A	 remuneração	 apresentada	 no	 edital,	 em	 tese,	 é	 um	 bom	 parâmetro
para	se	prever	a	concorrência	de	um	certame.	Não	há	mistério,	quanto	maior	o
valor,	maior	a	concorrência.	Simples	assim.	Todos	sabem	disso,	mas	nem	todos
sabem	tirar	proveito	da	informação.	Mais	uma	vez,	esse	será	seu	diferencial.
Um	número	considerável	de	candidatos	atentará	tão	somente	ao	valor	da
remuneração	informado	no	edital.	Um	concurso	cujo	edital	informar	a	hipotética
remuneração	 de	 dez	 mil	 reais	 seguramente	 atrairá	 muito	 maior	 quantidade	 e
qualidade	 de	 concorrentes	 que	 outro	 cujo	 edital	 informe	 cinco	 mil	 reais	 de
remuneração.	Mas	nem	sempre	essa	informação	é	totalmente	confiável.	Se	você
verificar	o	portal	da	 transparência,	poderá	acontecer	de	observar	que	embora	o
salário	básico	seja	de	apenas	cinco	mil	reais,	estarão	presentes	certos	adicionais
e	verbas	indenizatórias	que	foram	omitidos	no	edital.	É	possível	que,	verificada	a
transparência	 referente	 a	 ambos	 os	 cargos,	 os	 dois	 apresentem	 remunerações
finais	 totais	 equivalentes,	 sendo	 que	 um	 deles,	 o	 que	 apresentou	 o	 edital	 com
maior	remuneração,	terá	um	índice	de	interessados	muito	maior,	aumentando-lhe
a	 concorrência,	 e	 dificultando	 a	 sua	 aprovação.	 O	 furador	 de	 filas	 escolherá
aquele	com	menor	remuneração	noticiada	no	edital,	mas	cuja	remuneração	real
seja	 equivalente,	 ou	 até	maior	que	 as	demais	possibilidades.	Pegará	um	atalho
para	a	aprovação	e	alcançará	maiores	resultados	num	menor	tempo.
Dou	 um	 exemplo.	 Falei	 no	 capítulo	 inaugural	 que	 não	 me	 interessei
inicialmente	 pelo	 cargo	 de	 Julgador	 Tributário.	 Uma	 das	 razões	 foi	 porque
considerei	 a	 remuneração	 informada	 no	 edital	 inferior	 à	 que	 eu	 almejava.
Agradeço	 a	Deus	 que,	 no	 dia	 de	 encerramento	 das	 inscrições,	 faltando	 apenas
duas	 horas	 para	 o	 término	 do	 prazo,	 chequei	 o	 portal	 da	 transparência
pernambucano.	A	remuneração	final	chegava	a	um	nível	bem	maior,	alcançando
minhas	 expectativas	 remuneratórias.	 Quantos	 concorrentes	 a	 mais	 o	 concurso
teria	 se	 todos	 os	 que	 conheceram	 o	 edital	 soubessem	 da	 remuneração	 real?
Observe	ainda	que	não	só	a	quantidade	de	candidatos	aumentaria,	mas	também	a
qualidade	 geral.	 Os	 mais	 bem	 preparados	 concorrentes	 nem	 sempre	 estão
dispostos	 a	 prestar	 um	 concurso	 cuja	 remuneração	 não	 lhes	 agrade.	 Os	 mais
aptos	 procuram	 os	 concursos	 mais	 bem	 pagos.	 Se	 o	 edital	 não	 apontou	 uma
remuneração	agradável,	você	eliminou	um	número	significativo	dos	mais	fortes
concorrentes,	não	de	concorrentes	medianos.
Nem	 sempre	 é	 uma	 técnica	 aplicável,	 pois	 nem	 sempre	 os	 editais	 são
omissos	quanto	à	real	remuneração	final	do	cargo.	Contudo,	quando	aplicável,	é
uma	ferramenta	de	extrema	eficácia	para	sua	estratégia	de	redução	e	eliminação
de	concorrência.	O	bom	senso	manda,	portanto,	estar	sempre	checando	os	portais
da	transparência	quanto	aos	cargos	que	visualizar	possibilidade	de	candidatar-se,
quando,	em	princípio,	se	insatisfaça	com	a	remuneração	anunciada.
O	NÚMERO	DE	VAGAS
Trataremos	 agora	 do	 maior	 mito	 que	 circunda	 o	 universo	 dos
concurseiros.	 É	 bem	 provável	 que	 você	mesmo	 acredite	 no	mito,	 assim	 como
99%	dos	seus	concorrentes.	É	possível	que	você	duvide	das	minhas	palavras,	e
sinta	 dificuldades	 de	 aplicar	 o	 meu	 conselho,	 pois	 é	 arriscado	 e	 contraria	 a
lógica.	 Mas	 se	 você	 me	 der	 esse	 voto	 de	 confiança	 e	 seguir	 a	 minha	 dica,
asseguro	que	tomará	mais	um	atalho	rumo	à	dianteira	da	fila.
A	 lógica	 diz	 que,	 quanto	 maior	 o	 número	 de	 vagas,	 menor	 será	 a
concorrência.	Isso	porque,	em	tese,	o	número	de	candidatos	se	dissolveria	diante
da	grande	oferta	de	vagas.	Mas	a	realidade	é	um	pouco	diferente.
O	 perfil	 padrão	 do	 concurseiro	 atual	 caracteriza-se	 por	 ser	 um
verdadeiro	caça-vagas.	Onde	quer	que	surja	um	concurso	com	grande	oferta	de
vagas,	 lá	 estará	 ele.	Mesmo	 os	mais	 experientes	 e	 bem	 preparados	 costumam
seguir	essa	lógica.	Entre	dois	concursos	para	o	mesmo	cargo,	é	comum	optar	por
aquele	 com	maior	 previsão	 de	 vagas,	 julgando	 que	 é	 ali	 onde	 se	 terá	maiores
chances	de	passar.	Doce	engano.
A	verdade,	acredite	ou	não,	é	que	a	lógica	se	inverte	nesse	ponto.	É	fato
que,	mantendo	fixo	o	número	de	candidatos,	 realmente	a	concorrência	diminui
conforme	 se	 aumentam	 as	 vagas.	 Se	 temos	 1000	 candidatos	 para	 10	 vagas,	 a
concorrência	 será	 de	 100	 candidatos	 por	 vaga	 (100	 c/v).	 Aumentando-se	 o
número	de	vagas	para	100,	mantendo	o	número	de	candidatos,	passaremos	a	uma
concorrência	 de	 10	 c/v.	 De	 fato,	 a	 concorrência	 diminuiu	 bastante.	 Mas	 na
prática	isso	jamais	acontecerá.	O	número	de	candidatos	não	permanece	fixo.	Se
temos	 10	 vagas,	 é	 possível	 que	 o	 número	 de	 interessados	 inscritos	 seja	 1000.
Mas	aumentando-se	o	número	de	vagas	para	100,	JAMAIS	teremos	apenas	1000
inscritos,	 pois,	 como	 eu	 disse,	 o	 perfil	 padrão	 do	 concurseiro	 atual	 é	 de	 um
caçador	de	vagas.	Os	concurseiros	do	Brasil	inteiro	sentirão	o	cheiro	dessas	cem
vagas,	e	teremos,	seguramente,	muito	mais	que	dez	mil	inscritos.
E	não	se	engane,	ainda	que	não	apareçam	esses	dez	mil	candidatos	do
exemplo	 acima,	 ainda	 que	 a	 relação	 de	 candidatos	 por	 vaga	 pareça	 mais
favorável,	a	quantidade	absoluta	de	candidatos	com	reais	chances	de	concorrer
às	 vagas	 terá	 aumentado	 exponencialmente,	 pois	 somente	 os	 mais	 bem
preparados	se	disporão	a	sair	de	suas	cidades	para	concorrer	ao	cargo	num	local
estranho,	reduzindo	drasticamente	as	suas	chances	de	triunfar.
Quero	 dizer	 que	 o	 número	 de	 candidatos	 não	 crescerá	 somente	 em
quantidade,	 mas	 muito	 mais	 em	 qualidade.	 O	 nível	 médio	 de	 preparo	 dos
candidatos	subirá.	O	candidato	despreparado	somente	se	aventura	em	concursos
próximos	de	sua	residência.	Os	candidatos	que	cruzarão	o	Brasil	em	busca	das
cem	 vagas	 do	 exemplo	 acima	 não	 são	 aventureiros	 inexperientes.	 São
concurseiros	 profissionais.	 Experientes.	 Preparados.	 Ainda	 que	 a	 relação
candidato	 por	 vaga	 fique	 abaixo	 dos	 100	 c/v,	 não	 se	 iluda.	 O	 concurso	 ficou
muito	 mais	 difícil,	 pois	 o	 número	 absoluto	 de	 candidatos	 com	 potencial	 de
aprovação	aumentou	para	muito	além	das	cem	vagas.
Um	 alto	 número	 de	 vagas	 disponibilizadas	 no	 edital	 é	 uma	 ilusão.	 É
uma	 armadilha.	 Nossa	 estratégia	 de	 eliminação	 de	 concorrência	 funda-se	 na
preferência	 pelos	 concursos	 com	 menor	 oferta	 de	 vagas.	 Esteja	 certo	 que	 a
esmagadora	maioriados	seus	concorrentes	priorizará	aqueles	que	oferecerem	o
maior	 número	 de	 vagas	 possível,	 tornando-os	 muito	 mais	 concorridos.	 Seu
caminho	será	mais	curto	se	você	seguir	pelo	caminho	que	seus	concorrentes
não	tomarem.
Outra	razão	para	eu	afirmar	e	enfatizar	a	grande	eficácia	dessa	estratégia
reside	no	fato	de	que	o	próprio	número	de	vagas	apresentado	no	edital	também
pode	ser	enganoso.	Você	não	pode	confiar	nele,	embora	 todo	mundo	confie.	A
maior	probabilidade	é	que	o	número	real	de	vagas	seja	maior.	Que	mais	pessoas
sejam	chamadas.	Funciona	da	mesma	forma	que	o	item	anterior,	com	a	diferença
que	não	 temos	um	"portal	da	 transparência"	para	saber	com	segurança	quantos
realmente	serão	chamados,	conforme	fazemos	para	saber	a	real	remuneração.	Se
o	 edital	 apresenta	 muitas	 vagas,	 é	 provável	 que	 o	 número	 de	 candidatos
convocados	seja	somente	aquele.	Mas	se	apresenta	poucas,	ou	nenhuma,	é	quase
certo	que	o	número	de	convocados	será	maior.	Muitos	órgãos	se	utilizam	desse
artifício	 para	 se	 blindarem	 juridicamente.	 Por	 exemplo,	 o	 órgão	 tem	 a
necessidade	 e	 a	 intenção	 de	 nomear	 20	 servidores.	 Por	 razões	 político-
financeiras,	teme	não	ter	condições	de	nomear	os	20.	Assim,	dispõe	de	apenas	05
vagas	no	edital,	para	que	os	outros	15	não	se	firmem	na	esperança	de	recorrer	ao
judiciário	 para	 forçar	 sua	 nomeação	 à	 revelia	 das	 possibilidades	 do	 órgão.	No
entanto,	se	tudo	der	certo,	todos	os	20	serão	chamados,	independentemente	de	o
edital	anunciar	apenas	05.
Esta	é	a	razão	por	que	eu	disse	que	quando	falo	em	concorrência	não	me
refiro	 à	 relação	 número	 de	 candidatos	 por	 vaga.	 Refiro-me	 tão	 somente	 à
quantidade	absoluta	de	interessados	que	o	concurso	potencialmente	atrairá,	sem
associar	 ao	número	de	vagas,	que	deve	 ser	 analisado	de	maneira	 independente
em	 razão	 de	 o	 número	 apresentado	 no	 edital	 não	 ser	 digno	 de	 confiança.	Não
podemos	considerar	a	concorrência	como	a	relação	candidato/vaga	para	os	fins
desse	livro	porque	não	há,	de	fato,	como	saber	quantas	vagas	realmente	existem,
a	menos	que	você	tenha	algum	"peixe"	dentro	do	órgão	público	solicitante	que
possa	 lhe	 passar	 essa	 informação	 de	maneira	 informal	 e	 fidedigna	 (até	 porque
boatos	do	tipo	surgem	aos	montes).
O	fato	é	que	o	número	de	vagas	apresentado	no	edital	não	é	confiável.
Ele	 servirá	 apenas	 (e	 com	 incrível	 eficiência)	 para	 prever	 a	 quantidade	 de
inscritos	 em	 cada	 certame,	 porque	 o	 concurseiro	 comum	 é,	 como	 já	 disse,	 e
repito,	 um	caça-vagas.	 Esteja	 certo	 que	 quanto	maior	 for	 o	 número	 de	 vagas,
muito	 maior	 será	 o	 número	 de	 candidatos	 com	 chances	 de	 aprovação.	 Muito
maior	será	a	fila	à	sua	frente,	e	muito	mais	distante	estará	o	seu	sucesso.
E	o	nosso	diferencial	é	que	nós	sabemos	que,	de	maneira	 inversa,	um
pequeno	número	de	vagas	é	um	verdadeiro	 repelente	de	candidatos.	Poucos	se
prestam	a	concorrer	a	um	cargo	com	um	número	ínfimo,	ou	inexistente	de	vagas.
E	 sabemos	 também	 que,	 quanto	 menor	 o	 número	 de	 vagas,	 maior	 é	 a
probabilidade	de	que	o	real	número	de	convocados	seja	superior	ao	informado.
Se	o	edital	apresenta	uma	quantidade	elevada	de	vagas,	é	possível	que	o	número
real	seja	somente	aquele	mesmo.	Mas	se	apresenta	uma	baixa	quantidade,	é	mais
provável	que	o	número	de	convocados	seja	maior.	Não	é	uma	regra	exata,	nem
sempre	será	obedecida.	Trata-se	de	especulação,	observação	e	um	pouco	de	fé.
Mas	 que	 quanto	 maior	 for	 o	 número	 de	 vagas	 muito	 maior	 será	 o
número	de	candidatos	e	mais	concorrido	será	o	concurso,	é	fato.
Se	 não	 te	 convenci,	 te	 darei	 alguns	 exemplos	 da	 minha	 própria
experiência.
Em	2009,	sem	qualquer	ritmo	de	estudos,	enquanto	ainda	estava	por	me
formar,	me	candidatei,	por	mera	experiência,	ao	cargo	de	Advogado	do	Conselho
Regional	de	Contabilidade	do	RN.	Observe	que	é	um	bom	cargo,	nível	superior,
exigência	 de	 habilitação	 ao	 exercício	 da	 advocacia	 (carteira	 da	 OAB).	Mas	 o
edital	 era	 muito	 pouco	 atrativo.	 Apenas	 uma	 vaga,	 para	 trabalhar	 40	 horas
semanais	por	uma	remuneração	ínfima	de	um	mil	reais	(é	uma	verdadeira	ofensa
pagar	esse	valor	a	um	advogado).
Bem,	 tão	pouco	atrativo	foi	que	apenas	21	pessoas	se	 inscreveram,	19
compareceram	 à	 realização	 da	 prova,	 e	 somente	 17	 foram	 considerados
habilitados	no	resultado	final.	Concorrer	com	tão	poucas	pessoas	te	deixa	já	com
um	 pé	 dentro	 do	 órgão.	 Era	 apenas	 uma	 vaga,	 mas	 até	 o	 momento	 em	 que
escrevo	 estas	 páginas,	 13	 candidatos	 já	 foram	 chamados,	 a	 carga	 horária
diminuiu	 para	 20	 horas	 semanais	 e	 a	 remuneração	 já	 supera	 os	 três	mil	 reais.
Observe:	a	remuneração	triplicou	em	relação	ao	edital,	a	carga	horária	reduziu-se
à	metade,	e	80%	dos	habilitados	foram	chamados!
Mais	 um	exemplo.	No	 ano	de	2012	 fiz	 o	 concurso	do	TRF	5ª	 região,
seção	RN	para	Analista	Judiciário	Execução	de	Mandados	(Oficial	de	Justiça	e
Avaliador	Federal),	logo	quando	comecei	a	estudar	de	maneira	eficiente	usando
essas	estratégias.	Não	havia	vagas	no	edital,	apenas	cadastro	 reserva.	Quem	se
candidata	 a	 um	 concurso	 sem	 nenhuma	 vaga?	 Onde	 todos	 veem	 uma
desvantagem,	nós	vemos	uma	vantagem.	Todos	 rejeitam	esse	 tipo	de	concurso
por	medo	de	que	ninguém	seja	chamado.	Nós	procuramos	esse	tipo	de	concurso
pois	 sabemos	 que	 a	 concorrência	 será	 mínima,	 e	 é	 muito	 improvável	 que
ninguém	seja	chamado.	Para	comprovar	o	fato,	até	a	presente	data,	13	aprovados
já	foram	chamados.
Posso	 não	 ter	 te	 convencido,	 afinal,	 é	 um	 pensamento	 que	 desafia	 a
lógica	 de	 muitos.	 Mas	 é	 exatamente	 nisso	 que	 o	 furador	 de	 filas	 se	 destaca.
Prevendo	o	que	ninguém	prevê.	Pegando	um	atalho	onde	todos	pensam	que	há
caminho	 mais	 longo.	 Confie	 em	 mim,	 e	 você	 chegará	 ao	 seu	 objetivo	 muito
antes	 do	 que	 imaginava.	 Se	 não,	 siga	 a	 rota	 dos	 caçadores	 de	 vaga,	 abrindo
caminho	aos	verdadeiros	furadores	de	fila.
UM	EXEMPLO	COMPLEXO
Agora	vamos	partir	para	um	exemplo	mais	complexo,	que	envolve	mais
de	 um	 dos	 itens	 abordados	 neste	 capítulo.	 Em	 2009	 realizou-se	 por	 meio	 da
Funrio	um	concurso	da	Polícia	Rodoviária	Federal	para	o	preenchimento	de	um
total	 de	 750	 vagas.	 Ocorre	 que	 essas	 vagas	 seriam	 divididas	 por	 estado,	 de
acordo	com	as	necessidades	de	pessoal	em	cada	ente,	e	o	candidato	deveria,	no
ato	da	inscrição,	informar	para	qual	estado	da	Federação	pretendia	concorrer.	O
próprio	edital	disponibilizava	o	seguinte	quantitativo	de	vagas,	que,	para	facilitar
nossa	 compreensão,	 colocarei	 aqui	 em	 ordem	 decrescente	 por	 unidade
federativa:
Os	 demais	 estados	 não	 contavam	 com	 qualquer	 número	 de	 vagas.
Observe	 que	 a	 quantidade	 de	 vagas	 disponibilizadas	 para	 o	 Paraná	 era	 muito
superior	às	demais.
Nessa	 época	 eu	 estava	 cursando	 o	 último	 ano	 de	Direito,	 e	 ainda	 não
havia	 começado	 a	 estudar	 para	 concursos.	Mesmo	 assim,	 resolvi	 inscrever-me
por	 experiência.	 Como	 eu	 não	 vinha	 de	 uma	 rotina	 de	 estudos,	 e	 sempre	 fui
estrategista,	embora	ainda	não	tivesse	os	conhecimentos	que	hoje	venho	passar
por	meio	deste	 livro,	 sabia	que	precisava	de	algum	diferencial	para	compensar
minha	 inexperiência.	 Resolvi	 analisar	 esse	 quadro	 de	 vagas	 para	 prever	 qual
seria	 o	 estado	 com	 a	 melhor	 relação	 candidatos/vaga	 possível,	 onde	 eu	 teria
maiores	chances	de	aprovação.
Debruçado	sobre	o	quadro	acima,	cheguei	às	seguintes	conclusões:
A)					Embora	o	estado	do	Paraná	ofereça	a	maior	quantidade	de	vagas,
certamente	 o	 Brasil	 inteiro	 resolveria	 concorrer	 a	 uma	 das
incontáveis	 190	 vagas	 paranaenses.	 Confirmei	 esse	 pensamento
entrevistando	 todos	 os	 colegas	 que	 se	 submeteriam	 ao	 mesmo
concurso,	 vez	que	 a	maioria	 estava	optando	pelo	Paraná,	 apesar	 de
não	 conhecerem,	 nunca	 terem	 tido	 qualquer	 relação	 com	 o	 estado
sulista	 e	 residirem	 no	 extremo	 oposto	 do	 país.	 Presumi	 que	 a
concorrência	seria	enorme.	O	Paraná	estava	descartado	da	minha	lista

Outros materiais