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Produção de raios X Física das Radiações Professores Priscila Santana e Lucas Paixão Departamento de Anatomia e Imagem Fonte: Bushberg et al. The essential physics of medical imaging . 2nd ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2002. Sumário • Revisão • Tubos de raios X • Cátodo • Ânodo • Ângulo do ânodo e tamanho do ponto focal • Efeito anódico • Invólucro do tubo de raios X • Filtração •Colimadores •Voltage ripple •Temporizadores e phototimers •Fatores que afetam a emissão de raios X •Outras fontes de raios X Revisão •Os raios X são produzidos quando elétrons altamente energéticos interagem com a matéria, convertendo sua energia cinética em radiação eletromagnética. • O aparato que realiza tal tarefa consiste de uma fonte de elétrons, um caminho evacuado para a aceleração dos elétrons, um eletrodo alvo, e uma fonte externa de energia para acelerar os elétrons. Revisão Fonte de alta tensão Raios X Filamento de tungstênio aquecido (cátodo) Envelope evacuado elétrons Alvo de tungstênio ânodo de cobre Bushberg et al. The essential physics of medical imaging. 2nd ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2002. Espectro de bremsstrahlung Bushberg et al. The essential physics of medical imaging. 2nd ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2002. Espectro de bremsstrahlung Bushberg et al. The essential physics of medical imaging. 2nd ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2002. Espectro característico • Cada elétron nos átomos do alvo possui uma energia de ligação que depende do nível em que o elétron reside. Bushberg et al. The essential physics of medical imaging. 2nd ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2002. Espectro característico Bushberg et al. The essential physics of medical imaging. 2nd ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2002. Espectro característico Bushberg et al. The essential physics of medical imaging. 2nd ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2002. Tubos de raios X • Os tubos de raios X fornecem o ambiente para a produção de feixes de raios X via mecanismos de bremsstrahlung e radiação característica. Tubos de raios X • Os principais componentes são: – Cátodo; – Ânodo; – Rotor/estator; – Envelope de vidro (ou metal); – Encapsulamento do tubo. Tubos de raios X •Os principais componentes são: Bushberg et al. The essential physics of medical imaging. 2nd ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2002. Tubos de raios X • Para imagens diagnósticas, os elétrons do filamento do cátodo são acelerados em direção ao ânodo por uma tensão de pico entre 20 e 150 kVp. • A corrente do tubo é a taxa de fluxo de elétrons entre cátodo e ânodo, medida em miliamperes (mA). 1 mA = 6,24 x 1015 e-/s Tubos de raios X • Fluoroscopia contínua: 1 a 5 mA. • Radiografia de projeção: 100 a 1000 mA com curtos tempos de exposição (< 100 ms). • O kVp, mA e tempo de exposição são os três principais parâmetros selecionáveis no painel do gerador de raios X que determinam as características do feixe de radiação (qualidade e intensidade). Cátodo • A fonte de elétrons em um tubo de raios X é o cátodo. • É um filamento helicoidal de tungstênio rodeado por um “copo de focalização” (focusing cup) ou capa de focalização. • Esta estrutura é eletronicamente conectada ao circuito do filamento. Cátodo Bushberg et al. The essential physics of medical imaging. 2nd ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2002. Cátodo • O circuito do filamento fornece uma tensão elétrica de até 10 V ao filamento, produzindo uma corrente da ordem de 7 A no filamento. • A resistência elétrica aquece o filamento (efeito Joule) e libera elétrons através de um processo chamado emissão termiônica. • Os elétrons liberados do filamento fluem pelo vácuo do tubo quando uma tensão elétrica positiva é aplicada ao ânodo com respeito ao cátodo. Cátodo • Ajustes na corrente do filamento (e, por consequência, na sua temperatura) controlam a corrente no tubo. • Um traço de tório no filamento de tungstênio aumenta a eficiência da emissão de elétrons e aumenta a sua vida útil. Cátodo Bushberg et al. The essential physics of medical imaging. 2nd ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2002. Cátodo • O copo de focalização, também chamado de bloco do catodo, rodeia o filamento e determina a espessura do feixe de elétrons. • A tensão elétrica aplicada ao bloco do cátodo é tipicamente a mesma aplicada ao filamento. • Isto dá forma às linhas de potencial elétrico para focalizar o feixe de elétrons e produzir uma pequena área de interação (ponto focal) no ânodo. Cátodo Bushberg et al. The essential physics of medical imaging. 2nd ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2002. Cátodo Cátodo • Embora a largura do copo focalizador determina a largura do ponto focal, o comprimento do filamento determina o comprimento do ponto focal. • Tubos de raios X para imagem diagnóstica possuem tipicamente dois filamentos de comprimentos diferentes. • A seleção de um ou outro determina a área da distribuição dos elétrons no alvo (ponto focal pequeno ou grande). Ânodo • O ânodo é um eletrodo alvo de metal que é mantido a uma diferença de potencial positiva relativa ao cátodo. • Elétrons que atingem o ânodo depositam a maior parte da sua energia como calor, com uma pequena fração emitida como raios X. • Para evitar danos por aquecimento ao tubo de raios X, a taxa de produção de raios X deve ser limitada. Ânodo • O tungstênio (W, Z = 74) é o material de ânodo mais amplamente utilizado por causa do seu alto ponto de fusão e alto número atômico. • Um ânodo de tungstênio consegue lidar com uma deposição de calor substancial sem rachaduras ou com sulcos na sua superfície. • Uma liga de 10% rênio e 90% tungstênio fornece uma resistência adicional à danos na superfície. Ânodo Ânodo • O alto número atômico do tungstênio fornece uma melhor eficiência de produção de bremsstrahlung comparada com elementos de baixo Z. • Molibdênio (Mo, Z = 42) e Ródio (Rh, Z = 45) são usados como material do ânodo em tubos de raios X de mamógrafos. • Estes materiais fornecem raios X característicos úteis para imagens das mamas. Ânodo •Os tubos de raios X possuem configurações com ânodo rotativo ou estacionário. •O tipo mais simples é o estacionário. É constituído por uma inserção de tungstênio incorporado em um bloco de cobre. Bushberg et al. The essential physics of medical imaging. 2nd ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2002. Ânodo •O cobre tem um papel duplo: ele suporta o tungstênio alvo, e remove o calor de forma eficiente a partir do alvo de tungstênio. •Porém, a pequena área do alvo limita a taxa de dissipação de calor e, consequentemente, limita a máxima corrente do tubo e, portanto, o fluxo de raios X. •Muitas unidades de raios X odontológicos, máquinas de raios X portáteis e sistemas de fluoroscopia portáteis usam tubos de raios X com ânodo fixo. Ânodo •Apesar de maior complexidade no design e engenharia, anodos rotativos são usados para a maioria das aplicações de diagnóstico de raios X, principalmente devido à sua maior carga de calor, e, consequente, maior capacidade de geração de raios X. •Elétrons transmitem a sua energia em um alvo girando continuamente, espalhando energia térmica sobre uma grande área e massa do disco ânodo (alvo). Ânodo Bushberg et al. The essential physics of medical imaging. 2nd ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2002. Ânodo •Rolamentos montados no rotor suportam o disco do ânodo no interior do tubo de raios X evacuado. •A combinação de rotor e estator é um motor de indução. Ânodo • Velocidades de rotação variam de 3000 a 3600 rpm (baixa velocidade) ou de 9000 a 10000 rpm (alta velocidade). • Os equipamentos são construídos de forma que o tubo não será energizado até que o ânodo atinja a velocidade necessária; esta é a causa no atraso (1a 2 s) quando o botão de exposição dos raios X é pressionado. Ânodo • Os rolamentos do rotor são sensíveis ao calor e são frequentemente a causa de falha dos tubos de raios X. • Os rolamentos estão no ambiente de alto vácuo e exigem lubrificantes insensíveis ao calor e não voláteis. • Uma haste de molibdênio liga o ânodo ao conjunto rotor/rolamento. O molibdênio é um pobre condutor de calor e reduz a transferência de calor do ânodo para os rolamentos. Ânodo • O ânodo é termicamente isolado e deve ser resfriado por emissão de calor radiativa. • A energia térmica é emitida do anodo aquecido como radiação infravermelha, que transfere calor do tubo de raios X para o óleo refrigerante circundante. Ângulo do ânodo • O ângulo do ânodo é definido como o ângulo entre a superfície do alvo e o raio central do feixe de raios X. • Ângulos de ânodo em tubos de raios X diagnósticos (excluindo alguns tubos de mamografia), variam de 7 a 20 graus, com 12 a 15 graus sendo os mais comuns. Ângulo do ânodo Bushberg et al. The essential physics of medical imaging. 2nd ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2002. Ângulo do ânodo • O tamanho do ponto focal é definido de duas maneiras. •O tamanho da área real do ponto focal é a área no ânodo que é atingida pelos elétrons. •Ela é primariamente determinada pelo comprimento do filamento do cátodo e pela largura do copo de focalização. Ângulo do ânodo • O tamanho do ponto focal efetivo é o comprimento e a largura do ponto focal como projetado na região central do feixe de raios X. Bushberg et al. The essential physics of medical imaging. 2nd ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2002. Ângulo do ânodo • A largura do ponto focal efetivo é igual à largura do ponto focal real e, portanto, não é afetada pelo ângulo do ânodo. • No entanto, o ângulo do ânodo faz com que o comprimento do ponto focal efetivo seja menor que o comprimento do ponto focal real. Ângulo do ânodo Bushberg et al. The essential physics of medical imaging. 2nd ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2002. Ângulo do ânodo • Um menor ângulo do ânodo fornece um menor ponto focal efetivo para uma mesma área de foco real (menor ponto focal fornece melhor resolução espacial – qualidade da imagem). • No entanto, um ângulo pequeno limita o tamanho do campo de raios X útil devido ao corte do feixe. Ângulo do ânodo Bushberg et al. The essential physics of medical imaging. 2nd ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2002. Tamanho do ponto focal • O tamanho do ponto focal nominal (largura e comprimento) é especificado no raio central do feixe. Bushberg et al. The essential physics of medical imaging. 2nd ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2002. Tamanho do ponto focal • Uma das ferramentas para se medir o tamanho de ponto focal é o padrão de barras. Bushberg et al. The essential physics of medical imaging. 2nd ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2002. Efeito anódico • O efeito anódico (efeito Heel) se refere à redução da intensidade na direção do lado do ânodo do feixe de raios X. Bushberg et al. The essential physics of medical imaging. 2nd ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2002. Tamanho do ponto focal • Os raios X são produzidos isotropicamente na estrutura do ânodo. • Os fótons direcionados para o lado do ânodo transitam por uma espessura de ânodo maior e então sofrem uma atenuação maior que os fótons direcionados para o lado aposto. Tamanho do ponto focal • Para um dado tamanho de campo, o efeito anódico é menos proeminente para uma distância foco-imagem (DFI) maior, pois o receptor de imagem subtende um ângulo menor. • O tubo de raios X é melhor posicionado com o cátodo sobre partes mais espessas do paciente e o ânodo sobre partes mais finas, para equilibrar a transmissão dos fótons de raios X que incidem no receptor de imagem. Invólucro do tubo de raios X • O invólucro (encapsulamento) do tubo de raios X – Suporta; – Isola; – Protege do ambiente. • O tubo de raios X é banhado por um óleo especial que fornece a condução de calor e isolamento elétrico. Invólucro do tubo de raios X • Uma blindagem de chumbo dentro do invólucro atenua os raios X que são emitidos em todas as direções (que não seja a do feixe). • A radiação de fuga consiste de raios X que penetram a blindagem de chumbo e possuem alta energia. O invólucro deve conter chumbo suficiente para atender a limitação de radiação de fuga. Invólucro do tubo de raios X Filtração • A filtração é a remoção de fótons de raios X quando o feixe atravessa uma camada de material. • A atenuação do feixe de raios X ocorre tanto pela filtração inerente do tubo quanto por filtração adicional. Filtração • A filtração inerente inclui a espessura do vidro (1 a 2 mm) ou metal na saída do tubo. • O vidro (SiO2) e o alumínio possuem propriedades de atenuação similares (Z = 14 e Z = 13, respectivamente) e atenuam efetivamente todos os fótons de raios X no espectro abaixo de ~ 15 keV. Filtração • Tubos de raios X dedicados a mamografia exigem o berílio (Z = 4) para melhorar a transmissão de raios X de baixa energia. • A filtração inerente pode incluir a atenuação pelo óleo do invólucro e do espelho de luz do feixe do conjunto do colimador. Filtração • A filtração adicional se refere a folhas de material intencionalmente posicionadas no caminho do feixe para modificar sua energia efetiva. • O alumínio é o material mais comumente utilizado como filtro. Outros materiais podem ser utilizados (cobre, plástico, etc). Em mamografia, filtros de Mo e Rh ajudam a “moldar” o espectro de raios X. Filtração Filtração Filtração • Em radiologia diagnóstica geral, os filtros atenuadores adicionais atenuam os raios X de baixa energia do espectro que não têm chance de penetrar o paciente e atingir o receptor de imagem. • Como estes fótons são barrados pelos filtros, a dose de radiação no paciente é reduzida. Colimadores • Os colimadores ajustam o tamanho e a forma do campo de raios X que emerge do tubo. • O conjunto de colimadores é tipicamente montado ao invólucro do equipamento. • Lâminas colimadoras de chumbo paralelas e opostas definem o campo de raios X. Colimadores Bushberg et al. The essential physics of medical imaging. 2nd ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2002. Voltage Ripple • Diferença entre a tensão de pico e a tensão mínima. Temporizadores e phototimers • Temporizadores digitais são circuitos com alta reprodutibilidade e acurácia de microsegundos. • O temporizador ativa e termina o circuito do tubo de raios X. • Os sistemas de raios X possuem também um temporizador de contagem regressiva que termina a exposição em caso de falha. Temporizadores e phototimers • Phototimers (fotocélulas) são utilizados no lugar de configurações de tempo de exposição manuais. • Eles medem a quantidade de radiação que atinge o receptor de imagem e terminam a produção de raios X quando a quantidade apropriada é alcançada. •AEC: controle automático de exposição Painel de Controle • No console do operador, ele seleciona: – o kVp; – o mA (proporcional ao número de fótons no feixe de raios X para um dado kVp); – o tempo de exposição; – e o tamanho do ponto focal. Painel de controle • O kVp determina a qualidade do feixe de raios X, ou seja, o poder de penetração dos raios X na matéria. •Está ligado ao contraste da imagem gerada. •Enegrecimento. Painel de controle • A corrente do tubo de raios X (mA) determina o fluxo de raios X emitidos pelo tubo em um dado kVp. • O produto da corrente do tubo e o tempo de exposição (s) é expresso em mAs. •Alguns equipamentos permitem a escolha do mA e do tempo. Outros, do mAs. Painel de controle • A seleção de tamanho do ponto focal (pequeno ou grande, grosso ou fino) é normalmente determinada pela escolha do mA: – baixo mA: foco pequeno– alto mA: foco grande (aquecimento do tubo). Outras fontes de raios X • Raios X de Megavoltagem (MeV) • Aceleradores lineares (linacs) Outras fontes de raios X • Síncrontron http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADncrotron
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