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RESUMO Para que seja elaborada uma demonstração contábil é preciso de normas de tratamento e exposição das informações contábeis. Assim, à uma estrutura conceitual, que estabelece bases que auxiliam na elaboração e na apresentação das demonstrações contábeis destinadas aos usuários internos e externos. A estrutura conceitual informa as definições de ativo, passivo, patrimônio líquido, receita e despesa, conceitos sobre apresentação e divulgação e estabelece também os atributos apreciativos das informações financeiras indispensáveis. Os Princípios Brasileiros seguem os conceitos Norte Americanos, com algumas variáveis em decorrência da situação socioeconômica do país, os Princípios Contábeis são base de conduta empresarial, onde fundamentam os conceitos, teoria e a pratica desta ciência. O trabalho tem como objetivo mostrar sobre a origem, os princípios fundamentais e toda a importância das normas que foram elaboradas, afim de permitir uma padronização, de acordo com as Normas Brasileiras de Contabilidade e as Normas Internacionais de Contabilidade. O trabalho desenvolvido servirá para outros estudantes do ramo de Ciências Contábeis, esclarecendo algumas dúvidas, despertado interesse de novas pesquisas e principalmente ajudando na formação e complemento do conhecimento sobre o assunto 1 INTRODUÇÃO O presente trabalho contém um breve estudo referente ao Comitê de Pronunciamento Contábeis – CPC, onde são citados os elementos das demonstrações contábeis, Ativo, Passivo, Patrimônio Líquido, Receitas e Despesas, abordando também os princípios contábeis de acordo com o conselho federal de contabilidade – CFC. Levando em consideração o tema do trabalho, o estudo foi dividido em capítulos. No primeiro capítulo foi apresentado uma abordagem geral sobre o tema e o problema deste estudo, bem como os objetivos. A contabilidade moderniza-se e torna-se cada vez mais importante na vida das empresas de todos os portes, e a contabilidade internacional surge para construir um ponto comum entre os relatórios financeiros elaborados por contextos de outros países e definir métodos de adaptação aos padrões internacionais a partir da contabilidade local. O objetivo desse trabalho é colher o máximo de informações possíveis para acrescentar na nossa futura profissão e entender as mudanças que houve na estrutura conceitual das demonstrações contábeis. Assim, o tema escolhido é de grande valia, pois ele fornece informações atualizadas sobre a aproximação e a apropriação de conhecimentos das rotinas atribuídas ao contador por meio do estudo da estrutura conceitual das demonstrações contábeis. 2 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE SEGUNDO O CFC O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) foi criado no Brasil pelo Decreto- lei 9.295/46, resultado de uma discussão de melhoria da profissão de contador junto à sociedade, com a vontade de orientar, normatizar e fiscalizar o exercício da profissão contábil, por intermédio dos Conselhos Regionais de Contabilidade e tem, dentre outras finalidades, nos termos da legislação em vigor, principalmente a de orientar, normatizar e fiscalizar o exercício da profissão contábil, por intermédio dos Conselhos Regionais de Contabilidade , além de regular acerca dos princípios contábeis, do cadastro de qualificação técnica e dos programas de educação continuada, bem como editar Normas Brasileiras de Contabilidade de natureza técnica e profissional. Aos conselhos profissionais cabe: regular a profissão; orientar os profissionais no exercício do seu ofício; zelar pela ética e excelência nos serviços prestados; conceder o registro ao profissional e fiscalizá-lo em suas atividades. É essencial sua organização a fim de proteger e zelar pelos interesses da sociedade e, além disso, assegurar o exercício profissional de pessoas qualificadas e habilitadas para prestar serviços de qualidade. É importante ressaltar que esse compromisso com a sociedade se torna ainda mais valoroso tendo em vista o momento vivenciado no País. Os casos de corrupção e ações criminosas, envolvendo tanto o Governo quanto empresas. Em 2010 foi sancionada pela Lei 12.249 /10, que instituiu a obrigatoriedade do Exame de Suficiência na área contábil. Atribui-se desde 1983 a função de organização de uma doutrina oficial contábil brasileira, cujo conjunto denomina de Normas Brasileiras de Contabilidade, aprovadas periodicamente por resoluções. Conforme se pode observar, os profissionais da área de contabilidade estão sujeitos compulsoriamente cumprir o CFC no exercício profissional e no desempenho das atividades de contabilista, estando sujeitos a penalidades, que variam de multas pecuniárias a suspenção do exercício da profissão. Existindo o descumprimento tense uma infração do Art. 27 do decreto lei n 9.295 de 27 de maio de 1946 e, quando aplicável, ao código de ética profissional do contabilista. Os Princípios Fundamentais de Contabilidade são regras de nível mundial, devidamente adaptados no Brasil, a serem seguidas pelos profissionais da área contábil, permitindo aos usuários fixar padrões de comparação e de credibilidade em função de reconhecimento dos critérios adotados para elaboração das demonstrações financeiras. A contabilidade não foge à regra, toda ciência, de modo geral, tem certos princípios definidos para orientarem e ajudarem os profissionais que atuam sobre elas a solucionarem determinados problemas e dificuldades. Em 1981, o Conselho Federal de Contabilidade designou alguns de seus consultores para fixar os Princípios Fundamentais da Contabilidade. Estes Princípios elaborados, foram fixados pela Resolução 530/81 do Conselho Federal de Contabilidade. São eles: Princípio da Entidade; Princípio da Qualificação dos bens Patrimoniais; Princípio da Expressão Monetária; Princípio da Competência; Princípio da Oportunidade; Princípio da Formalização dos Registros Contábeis; Princípio da Terminologia Contábil; Princípio da Equidade; Princípio da Continuidade; Princípio da Periodicidade; Princípio da Prudência; Princípio d a Uniformidade; Princípio da Informação; Princípio de Atos e Fatos Aleatórios; Princípio da Correção Monetária e Princípio da Integração. Em, 29 de dezembro de 1993, o Conselho Federal de Contabilidade através da Resolução 750/93, devido à grande evolução ocorrida nos últimos anos na área de Ciências Contábeis, atualiza seus Princípios Fundamentais, reduzindo-os à sete como segue: Princípio da Entidade; Princípio da Continuidade; Princípio da Oportunidade; Princípio do Registro pelo Valor Original; Princípio da Atualização Monetária; Princípio da Competência e Princípio da Prudência. Em 2010 foi feita a última revisão, surgindo a Resolução nº 1.282/10, alterando a Resolução nº 750/93, onde os Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC), citados na Resolução CFC n.º 750/93, passam a denominar- se Princípios de Contabilidade (PC), e a mudança do contexto socioeconômico do Brasil, levou à necessidade de alguns ajustes, como a Atualização monetária no contexto da estabilidade financeira, ainda existente nos princípios porém, dentro dos princípios do Registro pelo valor Original. 2.1.1 Princípio da Entidade Segundo o Conselho Federal de Contabilidade, Resolução n°750/93, art4°: “O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aquelesdos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. (...) ” Entidade tem seu significado como, individualidade. Seria o princípio que se trata da autonomia do patrimônio da empresa. Seus ativos e passivos, receitas e despesas, devem ser distintos e independentes, mantendo os respectivos patrimônios segregados. Esse princípio tem uma dupla função, proteger o patrimônio da empresa e o do empresário. Sabemos que, quando muitas coisas são feitas ao mesmo tempo, ou quando há inúmeros dados disponíveis e que precisam ser analisados, caso não façamos uma distinção entre patrimônios, a chance de erros é muito grande. Naturalmente, essa questão não envolve apenas aspectos contábeis, mas também aspectos éticos e organizacionais. Os casos mais comuns de usufruírem do dinheiro da empresa com gastos pessoais, tem sido em empresas de pequeno porte, aquelas de ambiente familiar, porém não podemos deixar de fazer uma ressalva para as de grande porte, este é um princípio muito importante a ser seguido e alcançar uma trajetória de sucesso. Afinal, se o dinheiro da empresa está sendo usado para gastos pessoais, naturalmente está havendo um desvio de dinheiro. . 2.1.2 Princípio da Continuidade (Resolução n° 750/93, artigo 5º) O Conselho Federal da Contabilidade descreve o princípio da contabilidade da seguinte forma: Afirma que o patrimônio da Entidade, na sua composição qualitativa e quantitativa, depende de condições em que provavelmente se desenvolverão as operações da entidade. Os conceitos de custos são vários: custo original, custo de reposição, custo de oportunidade, custo original ajustado pelas variações do índice geral de preços etc. Se a contabilidade não interessa, normalmente, o valor da realização, não implica isto que é o único tipo de custo relevante, para efeito de avaliação contábil, seja o histórico. “Com o objetivo de obter uma imagem verdadeira e apropriada da situação financeira e de resultados das operações da empresa, indicam-se seguidamente os princípios contabilísticos fundamentais da continuidade, considera-se que a empresa opera continuadamente, com duração limitada. ” (SÁ, Antônio Lopes de. Princípios Fundamentais da Contabilidade. 2. ed, SP: Atlas 1995, p. 44.) 2.1.3 Princípio da Oportunidade O Conselho Federal da Contabilidade assim descreve o princípio da oportunidade: O ponto primordial deste princípio é o reconhecimento das transações que afetam o patrimônio no momento em que ocorreram na sua totalidade. As variações patrimoniais devem ser identificadas e classificadas de modo a traduzir com fidelidade a posição patrimonial econômica e financeira da entidade numa determinada data. “O princípio da oportunidade exige a apreensão, o registro e o relato de todas as variações sofridas pelo patrimônio de uma entidade no momento que elas ocorrem. ” CFC – Brasília. DF. 1999, p. 42. 2.1.4 Princípio do Registro pelo Valor Original Conforme o CFC Resolução 750/93, temos que: “Art. 7º O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. (..) “ Este Princípio estabelece que, quaisquer transações feitas em moeda estrangeira, deverá ter sua contabilização feita em moeda nacional, no momento de sua aquisição, isto é, os bens e serviços e todo o patrimônio da empresa devem ser registrados de acordo com o valor originalmente pagos por ele convertidos em moeda nacional, independentemente do que vale no mercado. Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores: Custo corrente: Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis; Valor realizável: Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da Entidade; Valor presente: Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade; Valor justo: É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. (CFC Resolução 1.282/10). O princípio da Atualização monetária foi revogado pela Resolução 1.282/10, tornando-se parte do Princípio Registro pelo Valor Original. São princípios de forte ligação. “Art. 7° § 2º São resultantes da adoção da atualização monetária: I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em termos do poder aquisitivo; II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do Patrimônio Líquido; e III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período.” 2.1.5 Princípio da Competência O Conselho Federal de Contabilidade, Resolução 750/93 Art.9°, assim apresenta o Princípio da Competência: “ As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento. § 1º O Princípio da COMPETÊNCIA determina quando as alterações no ativo ou no passivo resultam em aumento ou diminuição no patrimônio líquido, estabelecendo diretrizes para classificação das mutações patrimoniais, resultantes da observância do Princípio da OPORTUNIDADE. § 2º O reconhecimento simultâneo das receitas e despesas, quando correlatas, é consequência natural do respeito ao período em que ocorrer sua geração. § 3º As receitas consideram-se realizadas: I – Nas transações com terceiros, quando estes efetuarem o pagamento ou assumirem compromisso firme de efetivá-lo, quer pela investidura na propriedade de bens anteriormente pertencentes à ENTIDADE, quer pela fruição de serviços por esta prestados; II – Quando da extinção, parcial ou total, de um passivo, qualquer que seja o motivo, sem o desaparecimento concomitante de um ativo de valor igual ou maior; III – Pela geração natural de novos ativos independentemente da intervenção de terceiros; IV – No recebimento efetivo de doações e subvenções. § 4º Consideram-se incorridas as despesas: I – Quando deixar de existir o correspondente valor ativo, por transferência de sua propriedade para terceiro; II – Pela diminuição ou extinção do valor econômico de um ativo; III – Pelo surgimento de um passivo, sem o correspondente ativo. ”É muito comum ouvimos falar em “regime de competência” e “regime de caixa”, onde um é o oposto do outro. Porém podemos dizer que “regime de competência” e “princípio da competência” trata-se de um mesmo significado. A competência tem o dever de reconhecer despesas no ato que são incorridas ou as receitas no ato que são geradas, independentemente se serão pagas ou recebidas. Sem falar que, para fins de observância do princípio contábil e de cumprimento da legislação comercial e fiscal, as pessoas jurídicas devem seguir em sua escrituração, o regime de competência. 2.1.6 Princípio de Prudência O Conselho Federal de Contabilidade descreveu assim o Princípio de Prudência: O princípio da prudência determina a adoção do menor valor para os componentes do Ativo e do maior para os componentes do Passivo, sempre que se apresentem duas alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações do patrimônio. A aplicação do Princípio da Prudência não deve levar a excessos, a situações classificáveis como manipulações do resultado, com a consequente criação de reservas ocultas. Pelo contrário, deve constituir garantia de inexistência de valores artificiais de interesse de determinadas pessoas, especialmente administradores e controladores, aspecto muito importante nas Entidades integrantes do mercado de capitais. “O princípio da prudência determina a adoção do menor valor para os componentes de ativo do maior do passivo, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido”. (FRANCO, Hilário. Evolução dos princípios contábeis no Brasil 4. ed, SP: Atlas 1988, p. 50.) 3 ATRIBUTOS FUNDAMENTAIS DE CONTABILIDADE SEGUNDO A ESTRUTURA CONCEITUAL PARA A ELABORAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS. As características qualitativas são atributos que tornam as informações financeiras úteis aos usuários, que tendem a ser investidores, credores por empréstimos e outros credores, existentes e potenciais, com a finalidade de que tomem decisões sobre a entidade que reporta com base nas informações contidas em seu relatório financeiro. Relatórios financeiros fornecem informações sobre os recursos econômicos da entidade que refere, reivindicações contra a entidade que reporta e os efeitos de transações e outros eventos e condições que alteram esses recursos e reivindicações. Alguns relatórios financeiros incluem também material explicativo sobre os planos e expectativas da administração para a entidade que reporta. As características qualitativas de informações financeiras úteis se aplicam a informações financeiras fornecidas nas demonstrações contábeis, bem como a informações financeiras fornecidas de outras formas. 3.1 Características qualitativas fundamentais Relevância e representação fidedigna são as características qualitativas fundamentais. 3.1.2 Relevância Segundo a resolução 2019/NBC- Informações financeiras relevantes são capazes de atenderem às necessidades dos usuários na tomada de decisões. Informações podem ser capazes de fazer diferença em uma decisão presente, futura, ou em eventos passados, ainda que alguns usuários optem por não tirar vantagem delas ou já tenham conhecimento delas a partir de outras fontes. As informações financeiras são capazes de fazer diferença em decisões se tiverem valor preditivo ou valor confirmatório, ou ambos, que acabam sendo inter- relacionados, tentando prever e acabar por confirmar, por exemplo, informações sobre receitas para o ano corrente, que podem ser utilizadas como base para prever receitas em anos futuros. Os resultados acabam por ajudar na melhoria e correção de processos usados anteriormente Informações financeiras têm valor confirmatório se confirmam ou alteram avaliações realizadas anteriormente. 3.1.3 Materialidade Segundo a resolução 2019/NBC - A relevância das informações é mutável a partir de sua natureza e sua materialidade, em alguns casos somente a natureza das informações determinam a sua relevância, porém há casos que necessitam da natureza e da materialidade. A materialidade é um aspecto de relevância específico da entidade com base na natureza ou magnitude, ou ambas, dos itens aos quais as informações se referem no contexto do relatório financeiro da entidade individual, e é determinada dependendo do tamanho do item ou do erro, com base nas omissões ou distorções. Consequentemente, não se pode especificar um limite quantitativo uniforme para materialidade ou predeterminar o que pode ser material em uma situação específica. 3.1.4 Representação fidedigna Segundo a resolução 2019/NBC - Relatórios financeiros são fenômenos econômicos traduzidos em palavras e números. Para serem úteis, informações financeiras não devem apenas representar fenômenos relevantes, mas também representar de forma fidedigna, ou digna de confiança, a essência dos fenômenos que pretendem constituir. Em muitas ocasiões, a essência de fenômeno econômico e sua forma legal são idênticas. Se não forem as mesmas, fornecer informações apenas sobre a forma legal não representaria fidedignamente o fenômeno econômico. A representação perfeitamente fidedigna, possui três características. Ela é completa, neutra e isenta de erros. Claramente, a perfeição nunca ou raramente é atingida. O objetivo é maximizar essas qualidades tanto quanto possível. A representação completa engloba todas as informações necessárias para que o usuário entenda os fenômenos que estão sendo representados, além de todas as explicações e descrições necessárias. Para alguns itens, uma representação completa pode envolver uma análise ainda mais profunda, indicando fatos significativos e fatores/circunstâncias que podem afetar sua qualidade A representação neutra não é tendenciosa e nem polarizada na apresentação ou na seleção de informações financeiras. A representação neutra não possui inclinações, não é parcial, não é enfatizada ou deixa de ser enfatizada, nem é manipulada para aumentar a probabilidade de que as informações financeiras serão recebidas de forma boa ou ruim pelos usuários. Informações neutras então significam informações sem nenhum propósito ou sem nenhuma influência sobre o comportamento? Ao contrário, informações financeiras relevantes são, por essência, capazes de fazer diferença nas decisões dos usuários. 3.1.5 Aplicação das características qualitativas fundamentais A aplicação das características qualitativas deve ser acompanhada por um balanceamento entre as características qualitativas, por objetivo atingir um equilíbrio apropriado entre as características, assim satisfazendo aos objetivos das demonstrações contábeis. O processo mais eficiente e eficaz para aplicar as características qualitativas fundamentais é, normalmente, o seguinte, identificar o fenômeno econômico, informações sobre o que é capaz de ser útil para os usuários das informações financeiras da entidade que reporta. Logo em seguida, identificar o tipo de informação sobre esse fenômeno que é mais relevante. Em terceiro lugar, determinar se essas informações estão disponíveis e se podem fornecer representação fidedigna do fenômeno econômico. 3.2 Características qualitativas de Melhorias Para que os relatórios contábeis possam ser considerados úteis, as Empresas precisam possuir algumas qualidades e características que ofereçam um amparo para o entendimento, visto isto, comparabilidade, capacidade de verificação, tempestividade e compreensibilidade são as características qualitativas de melhoria que amparam o entendimento de forma clara e fidedigna. 3.2.1 Comparabilidade As informações contábeis devem ser comparadas entre os períodos, distinguindo entre o similar e o diferente. Segundo a resolução 2019/NBC - Comparabilidade é a característica qualitativa que permiteaos usuários identificar e compreender similaridades e diferenças entre itens. Diferentemente das outras características qualitativas, a comparabilidade não se refere a um único item. A comparação exige, no mínimo, dois itens. Para que se tenha uma comparação eficaz, são necessários que as demonstrações contábeis apresentem as informações de períodos anteriores, como por exemplo Posição patrimonial e financeira na entidade. 3.2.2 Capacidade de Verificação Segundo a resolução 2019/NBC - A capacidade de verificação ajuda a garantir aos usuários que as informações representem de forma fidedigna os fenômenos econômicos que pretendem representar. A verificação pode ser denominada direta ou indireta: Verificação direta observa-se o valor ou outra representação em uma forma mais objetiva poupando certas análises, por exemplo, contando-se dinheiro. Verificação indireta é utilizada para analisar o valor contábil do estoque, checando as informações (quantidades e custos) e recalculando o estoque final, utilizando a mesma premissa de fluxo de custo (por exemplo, utilizando o PEPS), sendo mais criterioso e abrangente na análise. 3.2.3 Tempestividade Segundo a resolução 2019/NBC - Tempestividade significa disponibilizar informações aos tomadores de decisões a tempo para que sejam capazes de influenciar suas decisões. Tempestividade consiste em identificar qual a melhor forma para satisfazer as necessidades do processo de decisão econômica dos usuários. As informações precisam ser confiáveis e dentro do tempo de execução da decisão. Contudo em alguns casos a Tempestividade pode consistir por mais tempo, pois alguns relatórios servem para análise e verificação futura. 3.2.4 Compreensibilidade Segundo a resolução 2019/NBC - Classificar, caracterizar e apresentar informações de modo claro e conciso as torna compreensíveis. Compreensibilidade consiste na clareza das informações, para isto é essencial o conhecimento razoável dos negócios, da atividade econômica da empresa e de contabilidade, para auxiliar nos relatórios e no entendimento das demonstrações contábeis, fazendo com que as informações técnicas não sejam excluídas. As características qualitativas de melhorias precisam fornecer informações relevantes e fidedignas. O processo para aplicação não exige uma ordem prescrita, elas podem ser aplicadas conforme a necessidade e intensidade pela qual o relatório consiste. 4 ESTRUTURA CONCEITUAL Nos ultimos anos tem sido amplo e de essencial importancia o mercado brasileiro de capitais que vem crescendo, exigindo transparência em toda a sua dimensão e comparabilidade de informações e estabelecendo a necessidade de aproximação das normas contábeis do país às internacionais. Essa adequação é de grande importancia, entre outras razões, distintas e capazes de causar eventuais erros de interpretação e maior custo para a entidade na elaboração de suas demonstrações. Resultantes das recentes mudanças ocorridas no cenário contábil mundial, como o fortalecimento dos padrões internacionais de contabilidade ocorreram dois acontecimentos importantes para a contabilidade nacional: A publicação da Deliberação CVM nº488, buscando a convergência das práticas contábeis brasileiras com as práticas contábeis internacionais, visando ao aumento da transparência e da segurança das informações contábeis divulgadas ao público investidor, e possibilitando, a um custo mais baixo, o acesso das empresas brasileiras às fontes de financiamento externas e a criação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) que passa a emitir os pronunciamentos brasileiros de contabilidade. Pode-se considerar que o processo de convergência brasileira em direção aos padrões internacionais de contabilidade se iniciou com a publicação da deliberação 488 da CVM, determinando como obrigatória essa harmonização para as empresas de capital aberto no Brasil. Segundo a Deliberação nº488 da CVM, destaca-se a importância e a necessidade de que as práticas contábeis brasileiras sejam convergentes com as práticas contábeis internacionais, seja em função do aumento da transparência e da segurança nas informações contábeis, seja por possibilitar, a um custo mais baixo, o acesso das empresas nacionais às fontes de financiamento externas. Destaca-se também, a criação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) como uma das ações mais efetivas no sentido do Brasil adequar-se às normas internacionais de contabilidade. Em 2007 foi apresentado um trabalho para o CPC e para a CVM sobre a Estrutura conceitual para a elaboração das demonstrações contábeis, cujo o título era “Pronunciamento conceitual básico” que fazia correlação com as normas internacionais, a minuta do trabalho em questão esteve em audiência pública e várias sugestões sobre a forma e conteúdo foram recebidas e analisadas, algumas que tratavam sobre a forma foram acatadas. Com o objetivo de promover e manter plena convergência com as normas internacionais o que dizia a respeito do conteúdo foi feito utilizando o documento que trata da estrutura conceitual de contabilidade adotado pelo IASB apenas traduzido e feito pequenas alterações. Em 2008 foi aprovado e divulgado pelos membros do CPC o “Pronunciamento Conceitual Básico- Estrutura conceitual para elaboração das demonstrações contábeis” que foi revogado e revisado, o que está em vigor atualmente é o pronunciamento técnico que possui o seguinte título: "Estrutura Conceitual para relatório financeiro - Correlação às Normas Internacionais de Contabilidade.", que foi aprovado em 01/11/2019 e divulgado em 10/12/2019 pelo CPC. De acordo com o relatório de audiência pública a minuta deste pronunciamento que tratava da revisão da estrutura conceitual para relatório financeiro esteve em audiência juntamente com o CFC e a CVM pelo período de 60 dias, de 29/08/2019 a 28/10/2019, as sugestões que trataram da forma, de natureza redacional ou com características de melhoria do entendimento, a grande maioria foram acatadas. Foi publicado no Diário Oficial da União (DOU), a Norma Brasileira de Contabilidade Técnica Geral (NBC TG) Estrutura Conceitual (EC), no qual seus conceitos foram atualizados. Com vigência a partir de 1° de janeiro de 2020. (CFC, 2019). Esta informa as definições de ativo, passivo, patrimônio líquido, receita e despesa. A avalição para que ativos e passivos sejam apresentados nas demonstrações contábeis e o momento correto de baixá-los, apresenta as bases de mensuração e forma correta de usá-las, conceitos sobre apresentação e divulgação. Estabelece também os atributos apreciativos das informações financeiras indispensáveis, trazendo também uma definição das entidades que o relata juntamente com seus limites. A estrutura conceitual atual adotada pelo CPC, assim como a anterior, tem correlação com as Normas Internacionais de Contabilidade, esse aspecto é muito importante devido à grande interação econômica e empresarial que o Brasil possui com diversos países do mundo, através da obra de Carvalho & Lemes (2010, p.02) é possível concluir que a busca pela padronização na contabilidade mundial tem o objetivo de atender a maximização da utilidade da informação contábil para os mais diversos usuários. “A adoção de normas internacionais de contabilidade pelas empresas mundiais está associada a benefícios econômicos concretos na forma de atração de maior volume de investimentos, uma vez que o processo de globalização trouxe para primeiro plano a demanda por informações contábeis confiáveis e comparáveis para suportar a variedade de transações e operações deste mercado. ” (Antunes,2007, p. 03) 4.1 Posição patrimonial e financeira Os ativos, passivos e patrimônio líquido estão envolvidos com a mensuração da posição patrimonial. Já os elementos relacionados diretamente com a mensuração do resultado são as receitasde despesas. Havendo necessidade são realizados ajustes para manutenção de capital, devendo ser incluídos no patrimônio líquido. Através das demonstrações é possível ter Informações sobre o desempenho passado da empresa e sobre como a administração cumpriu suas responsabilidades de gestão, tais dados são úteis para prever os retornos futuros da entidade sobre seus recursos econômicos. De acordo com o CPC (2019, p.6) “Informações sobre a natureza e os valores dos recursos econômicos e reivindicações da entidade que reporta podem auxiliar os usuários a identificar os pontos fortes e fracos financeiros da entidade que reporta. Essas informações podem auxiliar os usuários a avaliar a liquidez e solvência da entidade que reporta, suas necessidades de financiamento adicional e a sua probabilidade de êxito na obtenção desse financiamento. Essas informações também podem auxiliar os usuários a avaliar a gestão de recursos da administração sobre os recursos econômicos da entidade. Informações sobre prioridades e exigências de pagamento de reivindicações existentes auxiliam os usuários a prever como futuros fluxos de caixa serão distribuídos entre aqueles que tiverem reivindicações contra a entidade que reporta” As informações financeiras devem ser úteis, portanto devem ser relevantes e com o objetivo de melhorar a qualidade e a confiabilidade das informações elas devem comparáveis, verificáveis, tempestivas e compreensíveis. Desse modo facilitando a avaliação sobre o valor, a perspectiva dos futuros fluxos de caixa da entidade, a avaliação da gestão da administração da empresa entre outras, por parte dos usuários. As demonstrações contábeis são elaboradas para um período de tempo específico e conforme a estrutura conceitual fornecem informações sobre ativos, passivos e patrimônio líquido que existiam no final do período de relatório, ou durante o período de relatório e também as receitas e despesas para o período. Para ajudar os usuários a identificarem e avaliarem mudanças e tendências, as demonstrações contábeis também fornecem informações comparativas geralmente do relatório do período anterior. De acordo com CPC (2019, p. 55) “Para facilitar a comunicação efetiva de informações nas demonstrações contábeis, ao desenvolver requisitos de apresentação e divulgação nos pronunciamentos, é necessário um equilíbrio entre: (a) dar às entidades a flexibilidade para fornecer informações relevantes que representem fidedignamente os ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas e despesas da entidade; (b) exigir informações que sejam comparáveis, tanto de período a período para a entidade que reporta como em um único período de relatório para diferentes entidades” A estrutura conceitual abrange demonstrações contábeis de empresas comerciais, industriais, prestadoras de serviços etc. seja ela do setor privado ou público. Alguns itens complementares que a organização possa precisar na tomada de decisão como os relatórios financeiros, relatórios da administração, relatórios e análises gerenciais, não fazem parte das demonstrações contábeis e não são publicados sendo utilizados somente internamente. O governo ou os órgãos ligados a ele quando necessário podem determinar exigências para tais demonstrações desde que essas exigências não afetem a estrutura conceitual utilizada e nem as informações que serão importantes para outros usuários. 4.2 Mensuração e reconhecimento dos elementos das demonstrações contábeis: Para serem reconhecidos e apresentados no balanço patrimonial e demonstração do resultado, os elementos das demonstrações contábeis devem passar por um processo chamado Mensuração, para que seu montante monetário seja definido. 4.2.1 Bases de Mensuração (a) Custo histórico. Os ativos são registrados pelos montantes pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos montantes dos recursos recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias (como, por exemplo, imposto de renda), pelos montantes em caixa ou equivalentes de caixa se espera serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações. (b) Custo corrente. Os ativos são mantidos pelos montantes em caixa ou equivalentes de caixa que teriam de ser pagos se esses mesmos ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data do balanço. Os passivos são reconhecidos pelos montantes em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam necessários para liquidar a obrigação na data do balanço. (c) Valor realizável (valor de realização ou de liquidação). Os ativos são mantidos pelos montantes em caixa ou equivalentes de caixa que poderiam ser obtidos pela sua venda em forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos seus montantes de liquidação, isto é, pelos montantes em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que se espera serão pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações. (d) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado, dos fluxos futuros de entradas líquidas de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado, dos fluxos futuros de saídas líquidas de caixa que se espera serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações. (NBC, 2019, p. 32) 4.2.2 Bases de Reconhecimento Reconhecimento de ativos: somente deverá ser realizado quando houver confiabilidade em benefício futuro originando do mesmo, caso contrário deverá ser reconhecido como despesa na demonstração do resultado. Reconhecimento de passivos: este deve ser reconhecido no balanço patrimonial quando para algum benefício seja necessário a saída de recursos (em caso de pedidos de compra ou mercadorias ainda não recebidas, não são reconhecidos como passivo). Reconhecimento de receitas: desde que mensurado com confiabilidade, ocorre quando há aumento no ativo ou diminuição no passivo. E uma das exigências da estrutura conceitual é que a receita já tenha sido ganha, evitando assim incertezas quanto ao seu reconhecimento. Reconhecimento de despesas: ocorre em sequência a diminuição de um ativo ou aumento de um passivo. 4.3 Demonstrações Contábeis: Em uma organização as informações financeiras são divulgadas através das seguintes demonstrações contábeis: 4.3.1 Balanço Patrimonial O balanço patrimonial é uma demonstração contábil obrigatória que tem o objetivo de evidenciar a situação patrimonial das empresas em um determinado período, com base nos fatos contábeis registrados na escrituração contábil. Através de uma breve análise do balanço de uma entidade é possível verificar quais são os bens, os direitos, as obrigações, as reservas de lucros, capital social etc. e qual é o valor de cada um dos itens. Ele é constituído pelos subgrupos, cujas contas são ordenadas por ordem de liquidez: Ativo: O Ativo de uma empresa representa tudo aquilo que a empresa possui e controla, sejam estes bens, créditos ou direitos, tangíveis ou intangíveis, capazes de gerar benefícios econômicos futuros resultados de eventos ocorridos no passado. Ativo Circulante: O Ativo Circulante corresponde ao grupo de bens e direitos que serão transformados em moeda em um prazo inferior a 360 dias após a data do Balanço ou ao longo do ciclo operacional da empresa. No ativo as contas estão dispostas por ordem decrescente de liquidez, ou seja, que poderão ser transformados em moeda mais rapidamente ou de constante movimentação. Ativo Não Circulante: O Ativo Não Circulante possui as mesmas características que a as contas do ativo circulante, porém são bens e direitos que podem ser transformados em moeda em um prazo superior a 360 dias, ou seja, após o fim do exercício social seguinte. Por isso, apresentam menor liquidez.No ativo não circulante também temos os ativos permanentes que são separados em três contas no balanço patrimonial, sendo eles imobilizado, investimento e intangível. Passivo: O passivo representa as obrigações com terceiros resultantes de eventos ocorridos que exigirão ativos para a sua liquidação. Assim como o ativo também são divididos em circulante e não circulante. Passivo Circulante: O passivo circulante registra as obrigações que a entidade terá que pagar dentro de 360 dias, normalmente as contas do passivo são organizadas em ordem decrescentes de acordo com prazo da exigibilidade. Passivo Não Circulante: Passivo Não Circulante é o conjunto de obrigações contraídas com terceiros cujo os vencimentos são superiores a 360 dias, ou seja, após o fim do exercício social seguinte. Inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo não-circulante, quando se vencerem após o exercício seguinte. Já as contas do Patrimônio Líquido são contas originadas de recursos próprios, ou seja, dinheiro aplicado pelos próprios proprietários para abertura da empresa, por reserva de lucro e também prejuízos ou lucro acumulados. 4.3.2 Demonstração De Resultados Do Exercício: Esta demonstração é responsável por evidenciar o lucro ou prejuízo líquido de um determinado período de uma entidade, obedecendo o princípio da competência, apresenta as receitas, menos as despesas obtendo um resultado que será evidenciado no balanço patrimonial no grupo do patrimônio líquido. Receita: A receita é o direito da empresa de receber um determinado montante, no imediato ou num momento futuro. Resulta, por exemplo, de operações de venda de bens e de prestação de serviços. Ou seja, é um dinheiro que contribuirá como parcela positiva na hora de fazer as contas do lucro gerado. Então, a diferença fundamental está no fato de que gera aumento do ativo patrimonial da empresa. Caso contrário, não será receita. As receitas originam-se, regra geral, da atividade comercial da entidade, mas também podem ter origem numa atividade secundária: a atividade financeira. Num conceito mais sofisticado, a receita é assim considerada: [...] expressão monetária dos produtos ou serviços agregados transferidos por uma empresa a seus clientes num período. Ou ainda ‘’receitas são entradas ou outros aumentos de ativos de uma entidade, ou liquidação de seus passivos (ou ambos), decorrentes da entrega ou produção de bens, prestações de serviços, ou outras atividades correspondentes a operações normais ou principais da entidade’’. (AAA, 1957, citado por ludícibus, 2010, p. 149) As receitas não necessariamente se limitam as empresas, existem também as receitas do Governo, chamadas de receita pública. Receita pública é uma expressão usada para designar o montante em dinheiro recolhido pelo Tesouro Nacional, ou seja, é o dinheiro que o estado arrecada com a finalidade de custear as despesas públicas e também os investimentos que serão destinados para suprir as necessidades da sociedade e está dividida em dois grupos: receitas orçamentárias e extra orçamentárias. Despesa: O conceito de despesas está bastante associado à contabilidade. Para ela, despesa é o gasto necessário para a obtenção de receita e que não se identifica com o processo de transformação ou produção dos bens e produtos. São consideradas despesas as saídas de dinheiro da tesouraria que são gastos com a estrutura administrativa e comercial da empresa, por exemplo: aluguel, salários, telefone, energia, impostos, internet, entre outros. O gasto é o lançamento contábil, que aumenta as perdas ou diminui o benefício, supondo um desembolso financeiro, podendo ser um movimento de caixa ou bancário. Elas ainda são classificadas em fixas e variáveis, sendo as fixas aquelas cujo valor a ser pago não depende do volume, ou do valor das vendas, enquanto que as variáveis são aquelas que o valor a ser pago está diretamente relacionado ao valor vendido. A definição de despesa abrange tanto as perdas quanto as despesas propriamente ditas que surgem nas atividades usuais da empresa. Perdas incluem, por exemplo, as que resultam de incêndio e inundações, e também como as que decorrem da venda de ativos não circulantes. 4.3.3 Diferença de Receitas e Despesas com Entradas e Saídas de Dinheiro As receitas e despesas, quando ocorrem, não estão diretamente ligadas aos recebimentos ou pagamentos. Como no caso de um empréstimo feito, em que há entrada de dinheiro no caixa, mas não houve uma receita. A diferença é melhor notada quando a transação feita só se liquida após um prazo (compra ou venda a prazo), por exemplo por uma compra de mercadorias para pagamento posterior. Conforme legislação brasileira (Lei nº 6.404, de15 de dezembro de 1976, Lei das Sociedades por Ações) “Deverá ser discriminado na Demonstração do Resultado do Exercício: A receita bruta das vendas e serviços, as devoluções das vendas, os abatimentos e os impostos; a receita líquida das vendas e serviços; o custo das mercadorias e produtos vendidos e o lucro bruto; as despesas de vendas, e financeiras, deduzidas das receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais; o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais; o resultado do exercício antes do imposto de renda e a provisão para tal imposto; o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital social”. 4.3.4 Demonstração Das Mutações Do Patrimônio Liquido: A DMPL é um relatório contábil que demonstra as mudanças no patrimônio líquido de uma empresa em determinado período. A demonstração registra a movimentação dos recursos da empresa que estão no patrimônio líquido mostrando de onde eles vêm e para onde eles vão durante o exercício, tendo desse modo uma ligação com o Balanço Patrimonial e com a DRE.A Comissão de Valores Mobiliários determina na instrução n. 59/1986.que a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido seja publicadas pelas empresas de tipo capital aberto. A DMPL serve para acompanhar a evolução do patrimônio da organização; monitorar a influência deste patrimônio (valor) no mercado; e determinar estratégias para o crescimento da empresa no mercado etc. A DMPL é feita em uma tabela, onde cada conta do patrimônio líquido é posta em uma linha que corresponde a uma coluna, na última linha e na última coluna se encontra o resultado total das operações. 4.3.5 Demonstração Do Fluxo De Caixa: Em janeiro de 2008 por força da Lei 11.638/2007 a DFC passou a ser de apresentação obrigatória para todas as sociedades de capital aberto ou com patrimônio líquido superior a R$ 2.000.000,00. Sendo essa demonstração de fluxo de caixa apresentada no mínimo anualmente. É um relatório muito importante que apresenta as variações que ocorreram nas disponibilidades da empresa, possibilitando aos usuários uma base para avaliar a capacidade da entidade gerar caixa e equivalentes e suas necessidades de liquidez. Seguindo as tendências internacionais, o fluxo de caixa pode ser incorporado às demonstrações contábeis tradicionalmente publicadas pelas empresas A DFC indica quais foram as saídas e entradas de dinheiro no caixa durante o período e qual foi o resultado desse fluxo. Esta demonstração geralmente é composta por três atividades: Atividades Operacionais: São os gastos e despesas relacionados com a atividade operacional da empresa (pagamento de impostos, fornecedores, recebimento de clientes etc.) geralmente esses valores estão relacionados com o ativo e passivo circulante do balanço patrimonial. Atividades de Investimentos: Atividades relacionadas aos investimentos feitos pela entidade, através da compra de um imóvel, ações etc., ou o recebimento de algo relacionado a essas atividades. Essas atividades são classificadas como de longo prazo, ou seja, no ativo não circulante do patrimônio líquido.Atividades de Financiamentos: Estão incluídos nesse tópico as atividades de financiamento e os empréstimos, ficam no passivo circulante e não circulante. O resultado da DFC se dá pela soma dos resultados líquidos de todos os itens e existem dois métodos para se fazer a DFC: Método direto e indireto. 4.3.6 Demonstração Dos Resultados Abrangentes: Este conceito passou a ser discutido no Brasil em setembro de 2009, quando o CPC (Comitê de Pronunciamento Contábil) aprovou o Pronunciamento Técnico nº 26, que regulamenta algumas demonstrações e entre elas a Demonstração do Resultado Abrangente, tornando esta demonstração obrigatória. Segundo o pronunciamento do CPC a apresentação do resultado abrangente deve ser feita separada da DRE, mas existe a possibilidade da apresentação da DRA aparecer como parte da DMPL, pois no Brasil a mesma é obrigatória para as companhias abertas. A regulamentação emitida pelo CPC, autoriza tal publicação quando diz: "A demonstração do resultado abrangente pode ser apresentada em quadro demonstrativo próprio ou dentro das mutações do patrimônio líquido". A DRA é utilizada para a evidenciação das receitas, despesas e outras mutações que afetam o patrimônio líquido da empresa, esta demonstração faz parte das Normas Internacionais de Contabilidade e é destinada aos usuários externos destes dados, para que conheçam melhor sobre a situação patrimonial da empresa. O objetivo da demonstração de resultados abrangentes é abordar os pontos que não são reconhecidos na DRE. Isso porque a DRA é a soma do resultado líquido que aparece na DRE com os outros resultados abrangentes. Porém, os eventos abordados na DRA não derivam de transações com os sócios. Ou seja, o aumento ou devolução de capital, bem como a distribuição de lucro, ficam de fora desta declaração. A demonstração precisa conter resultados líquidos do período; Especificação dos itens dos resultados abrangentes, de acordo com a sua natureza; Equivalência patrimonial de outros resultados abrangentes e Resultado abrangente total (ajuste de avaliação patrimonial, variações da reserva de reavaliação, ganhos e perdas atuariais em planos de pensão e ganhos e perdas derivados da conversão de demonstrações de operações no exterior). 4.3.7 Notas explicativas A publicação de Notas Explicativas às Demonstrações Financeiras está prevista no § 4º do artigo 176 da Lei das S/A 6.404/1976): "as demonstrações serão complementadas por Notas Explicativas e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessárias para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício". As Notas Explicativas poderão estar relacionadas a qualquer Demonstração Financeira e visam esclarecer as informações adicionais sobre determinada conta que está na demonstração. De acordo com Santos et al. (2011, pg. 03) “Essas demonstrações contábeis [...]. Objetivam fornecer informações sobre a situação financeira e patrimonial, o resultado e o fluxo financeiro de uma entidade, que são úteis a uma ampla variedade de usuários na tomada de decisões. Assim, as demonstrações contábeis auxiliam os usuários a estimar os resultados futuros e os fluxos financeiros futuros da entidade”. CONSIDERAÇÕES FINAIS Conclui-se que as características qualitativas fundamentais são imprescindíveis nas tomadas de decisões dos usuários, agem como alicerce e base das características de melhoria, portanto devem ser fidedignas e relevantes contribuindo para análise de eventos passados e projeções futuras. As características de melhorias são essenciais para análise dos relatórios, pois são aplicados métodos que trarão clareza, compreensão, comparação de um período para o outro com informações e dados vigentes no período de elaboração do relatório financeiro. O conselho federal de contabilidade, alterou a Resolução 750/93 simplificando os princípios com base na necessidade socioeconômica. O presente trabalho, teve como objetivo analisar a estrutura conceitual das demonstrações contábeis. A legislação das demonstrações contábeis, inclui-se leis, decretos, resoluções e informações normativas, que são extremamente necessárias. A legislação da profissão contábil, incorpora o resultado de um trabalho dedicado e competente, constituindo uma valiosa contribuição de pesquisa para melhor compreensão dos instrumentos normativos que regulam a profissão. O conselho federal da contabilidade é uma política especial corporativa dotada de personalidade jurídica de direito público. REFERÊNCIAS BLATT, Adriano. Análise de Balanços: estruturação e avaliação das demonstrações financeiras e contábeis. 1 ed. Pearson, 2001. BRASIL. Lei das Sociedades Anônimas 6.404 de 15/12/1976. CONSELHO Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul. Princípios Fundamentais de Contabilidade e Normas Brasileiras de Contabilidade.16. ed., Porto Alegre: Conselho Regional de Contabilidade. 1999. LEMES, S.; CARVALHO, L.N. Contabilidade Internacional para graduação. Editora Atlas, 2010. LUZ, Érico Eleutério. Teoria da contabilidade. 1 ed. InterSaberes, 2015. MARTINS, Eliseu – Contabilidade de Custos.10 ed. Atlas, 2010. NIYAMA, Jorge Katsumi; SILVA, Cesar Augusto. – Teoria da contabilidade. 1 ed. Atlas, 2009. Resolução 2019/NBCTGEC RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de Custos Fácil. 7 ed. Saraiva, 2009. SANTOS, J.L. Manual de Práticas Contábeis. Atlas, 2011.
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