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PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CONSTITUCIONAL TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO NOME A LIBERDADE DE EXPRESSÃO À LUZ DA DEMOCRACIA BRASILEIRA CIDADE-UF DATA SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO.........................................................................................................4 2. A LIBERDADE DE EXPRESSÃO EM NOSSO SISTEMA LEGAL...........................5 3. OS ABUSOS NA LIBERDADE DE EXPRESSÃO....................................................9 4. ALGUMAS SOLUÇÕES.........................................................................................17 5. CONCLUSÃO.........................................................................................................20 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................21 RESUMO: O presente trabalho propõe-se a uma análise da liberdade de expressão no âmbito da soberania popular oriunda da democracia no Brasil, ao enfocar algumas demandas conexas ao assunto, suas consequências, dilemas que do tema surgem e seus excessos. A priori verifica-se a definição de liberdade de expressão e os tipos que dela se originam, bem como sua função na estrutura democrática da nação brasileira. Buscar-se-á discutir acerca do direito de se expressar, sua detenção e seus descomedimentos ao ser considerada a informação divulgada sob o ângulo de seu caráter ideológico. Finaliza-se direcionando opções de solução plausíveis à crise que advém da mídia, exemplificando um maior controle da Administração Pública - não obstante a admissão da censura - em prol de valores acima da liberdade de se expressar irrestritamente, em nome da democracia no Brasil. 1. INTRODUÇÃO: Muito se discorre sobre um dos pilares da democracia na atualidade, a saber, a livre manifestação do pensamento. Tem-se aqui um assunto de bastante relevância nos dias atuais ao analisarmos se a liberdade de expressão é realmente vivenciada de maneira democrática ou até mesmo se ela chega a ser vivida dessa maneira. A democracia real tem como característica a exigência de uma sociedade formada por cidadãos que gozem de todas as suas liberdades e também que tais cidadãos dominem o conhecimento de seus direitos, seu sistema legal. Liberdade é construída através de leis que a garantam, e esclarecimento, através do fluxo permanente de ideias, pensamentos, opiniões e elementos que, processados gerem a capacidade de análise crítica da realidade proposta, afinal é por meio do diálogo constante que se fundamenta a democracia. O que se pode observar em nossa realidade entretanto é a total falta de esclarecimento, seja por ausência ou deturpação da informação, seja por exclusão do debate e da crítica, seja por monopólio do poder de informar, seja por tantos outros motivos que não se pretende aqui exaurir, mas de evidenciar a incompatibilidade do exercício da liberdade de expressão democrática em nosso Sistema. Todo direito nasce amparado por uma carga de lutas históricas e sociais, antes de sua incorporação ao sistema de leis, não sendo diferente com o bem jurídico em tese. Dessa forma também toda conquista implica em negociações e ponderações. Assim, a luta pelo estabelecimento e conservação da democracia pressupõe a relativização constante dos direitos conquistadas entre si. Mas até quando cabe relativizar a liberdade de expressão? Falar em liberdade de expressão ilimitada é o mesmo que se admitir o eventual desrespeito a outros direitos, tais como: a privacidade, o compromisso com a fidedignidade da informação, o comprometimento e responsabilização pelo o que se diz, etc. A tarefa a ser analisada por este trabalho é uma apreciação concisa das implicações da liberdade de expressão numa democracia. Os sentidos de comunicação democrática, e suas deturpações, seus limites e possibilidades, de tal forma que serão analisados alguns direitos referentes à garantia e regulamentação do exercício da mídia e da comunicação social, sob o enfoque democrático. 2. LIBERDADE DE EXPRESSÃO E O SISTEMA NORMATIVO: Antes de se discorrer acerca da liberdade de expressão, importante se faz a recapitulação de alguns conceitos relacionados ao assunto. Segundo LIMA (2008): “Liberdade de expressão refere-se à liberdade individual e ao direito humano fundamental da palavra, da expressão. Já a liberdade de imprensa, refere- se à liberdade da “sociedade” e/ou de empresas comerciais – a imprensa ou a mídia – de publicarem o conteúdo que consideram “informação jornalística” e entretenimento.” Sendo o objeto deste trabalho a liberdade de expressão, vale lembrar tratar-se de garantia fundamental, prevista na Declaração Universal dos Direitos dos Homens da ONU, de 1948, em seu artigo 19: “Todo homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de , sem interferências, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.” Prevista também em nosso sistema de leis, encontra-se nos artigos 5º, incisos IV e IX, e 220 da Constituição Federal, assegurando a livre manifestação do pensamento, opiniões e ideias. Vejamos o texto constitucional: “Art. 5º, IV – é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.” Através da leitura do dispositivo supracitado, se pode dizer que a Constituição, ao assegurar o direito à liberdade de expressão, não o fez de forma absoluta. Indica que o direito é livre, mas deve ser manifestado de maneira responsável, daí a vedação do anonimato. Logo adiante, no inciso X, essa mesma liberdade de expressão é relativizada face a outros direitos, tais como: a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem pessoal, que, se ofendidos no exercício da liberdade de expressão, poderão acarretar responsabilização ao seu autor. Verifica-se: “Art. 5º, X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.” Esse dispositivo demonstra claramente que o direito não é absoluto. Já o inciso IX garante o exercício das diferentes formas de expressão. Note-se que ao se referir à “expressão (...) de comunicação”, dá-se a impressão que o constituinte foi pleonástico, visto que comunicação insere-se em expressão. No entanto, como o constituinte não gera palavras inúteis, entende tratar-se de expressão residual, ou seja, toda aquela que não esteja compreendida em atividade intelectual (apesar de que, a expressão humana é, por si só, um exercício intelectual) artística ou científica. Eis o dispositivo comentado: “Art. 5º, IX – é livre a expressão de atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença.” Interessante que o referido inciso, ao garantir a liberdade de expressão, prevê que ela exista independentemente de censura ou licença, e ao assim fazer, já está admitindo a possibilidade de existência de restrição (possibilidades essas que serão novamente tratadas artigo 220, ao tratar da Comunicação Social). Evidente que apesar do tabu histórico que ronda a palavra censura em nosso país, o texto constitucional a prevê, ainda que de forma mascarada, no termo “restrição” tal recurso contra o abuso no exercício da liberdade de expressão. O ordenamento jurídico é o instrumento para a previsão de direitos que também são travados nos casos de abuso do mesmo direito anteriormente garantido. Abusar de um direito consiste em desrespeitar direito ou interesse alheio, no exercício de um interesse inicialmente legítimo. Por isso, o artigo 220 ao tratar da Comunicação Social,ao mesmo tempo que garante a realização da liberdade de expressão, restringe-a em seus parágrafos, de forma a não torna-la abusiva. Observa-se na Carta Constitucional: “Art. 220 – A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição. § 1º - Nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social, observado o disposto no art. 5º, IV,V,X,XIII e XIV.” Esse foi inclusive um dos fundamentos para a revogação da lei de imprensa, Lei nº 5.250/67, por constituir-se um embaraço à plena liberdade de informação. Continua, pois: “§ 2º - É vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.” O que já dá a entender, a contrario sensu, que será permitida toda a censura que não seja de natureza política, ideológica e artística. E ainda que não se fale em censura, fica patente nos parágrafos seguintes a preocupação com o controle e eventual abuso. Assim, os próximos parágrafos irão impor restrições ao exercício dessa liberdade: § 3º - Compete à lei federal: I – regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Poder Público informar sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem,locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada. II – estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de programas ou programações de rádio e televisão que contrariem o disposto no art. 221, bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivas à saúde e ao meio ambiente. § 4º - A propaganda comercial de tabaco, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, medicamentos e terapias estará sujeita a restrições legais, nos termos do inciso II do parágrafo anterior, e conterá, sempre que necessário, advertência sobre os malefícios decorrentes de seu uso. Art. 221 – A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios: (...) IV – respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.” Observa-se a opção do constituinte pelo bem-estar coletivo, saúde e valores éticos e da família. Daí o seu caráter relativo – caráter, aliás, comum a todas as garantias fundamentais, visto que, cotejadas e afrontadas a direitos alheios, podem ser relativizadas conforme a proporcionalidade de interesses, e da prevalência do bem-estar coletivo. Assim, deverá ser protegida sempre que cumprir sua função social, mas será submetida a controle quando incorrer em abuso. Não se pode esquecer que a liberdade de expressão não é um direito absoluto, podendo ser neutralizado face a outro direito tutelado, em nome da preservação do estado de direito. E não é apenas a nossa Constituição que impõe a relatividade dos direitos no geral, como também a Declaração Universal dos Direitos do Homem, de 1948, que, em seus artigos 8.2, 9.2, 10 e 11.2 condiciona o exercício da liberdade de expressão a deveres e responsabilidades, referentes à privacidade, e às liberdades de religião, consciência, pensamento, reunião e associação. CAVALCANTI FILHO (2005, em 26/10/2011) observa: “A pretensão de que meios de comunicação devam ser a única atividade livre desses controles democráticos, ignora a presença crescentemente dominante do setor na vida social; e é ingênua, quando não compreende que um modelo institucional que permita direta ou indiretamente o monopólio da informação não será capaz de produzir nenhum controle eficiente sobre esse monopólio. (...) A sociedade contemporânea, de alguma maneira, relaciona informação e democracia. É um erro. Democracia é, frequentemente, não informar. Padres não revelam o conteúdo da confissões. Médicos e advogados estão submetidos a reserva legal. Nenhum país informa efetivos de forças armadas, planos militares, documentos sobre fronteiras, correspondências de outros países. A polícia não informa a hora em que vai fazer uma operação, em um bairro qualquer. É assim em toda parte.” Na realidade, esse tabu da proibição à limitação à informação surgiu com a Constituição norte-americana (Bill of Rights), havendo sido posteriormente recepcionada em nosso país, após o trauma da ditadura militar. Todavia, hoje em dia, diante dos abusos e de suas nefastas consequências, perpetrados em nome da liberdade de expressão incondicional, vêm-se discutindo a possibilidade de uma limitação mais contundente. LIMA (2008 em 27/10/2011) é destacável na defesa da necessidade de um controle mais eficaz: “A liberdade de comunicação deverá ser protegida sempre que cumprir sua função social, mas será submetida a controle quando incorrer em abuso.” Referida liberdade é uma garantia instituída pela sociedade e para a sociedade, não se podendo admitir, portanto, que seja utilizada contra esta. 3. OS ABUSOS NA LIBERDADE DE EXPRESSÃO: Dada sua garantia em nosso estado democrático, cumpre observar o constante abuso da liberdade de expressão por parte das grandes indústrias midiáticas, que se arvoram de exclusivas detentoras da “verdade”, além de uma apropriação inadequada do próprio sentido “liberdade de expressão”, ao infringir outros direitos, tais como: o direito à vida privada e aos oriundos da personalidade. BUCCI (2009, p. 53) bem analisa que o exercício do jornalismo consiste na permanente tensão entre o respeito ao direito de privacidade do personagem-tema da reportagem e o direito à informação; interesse público versus privacidade. Aponta também que o desenvolvimento dos direitos da personalidade se deve, em parte, a essa constante tensão com a mídia. Diga-se, o desenvolvimento da própria democracia depende de constantes tensões e solução dessas tensões. Como bem ressaltou LIMA (2008 em 09/08/2008) na explicação que inaugura este capítulo, as grandes corporações de mídia exercem, na realidade, liberdade de imprensa, concernente à manifestação das pessoas jurídicas empenhadas na função de comunicar. Liberdade de expressão exerce o indivíduo. Liberdade de imprensa decorre da liberdade de expressão, sendo o meio pelo qual esta se veicula. As empresas jornalísticas, por possuírem recursos para divulgarem em larga escala o produto da liberdade de expressão, acabam por exercer a liberdade de imprensa – muitas vezes de forma abusiva. E esse abuso na função de comunicar, não ocorre apenas no boicote de informação (não informar), nem somente na deturpação dos fatos (desinformar), mas também no desrespeito a outros direitos. CAVALCANTI FILHO (2005, em 26/10/2011) é preciso em sua análise: “É certo que meios de comunicação representam a melhor garantia de ampla expressão do pensamento e de fiscalização das ações públicas. Mas, à margem dessa matriz emancipadora, em que a informação funciona como instrumento de liberdade, temos também as implicações de suas disfunções – quando restam à disposição dos grandes interesses. De alguma maneira se poderia mesmo dizer que, assim como não há democracia sem meios de comunicação livres, igualmente não há democracia com meios de informação livres. No tanto em que cumpre definir limites democráticos ao poder brutal dos grandes conglomerados de comunicação.” Isso sem considerar que nem há grande diversidade de liberdade de imprensa, visto que as empresas de comunicação são as que sofrem o maior número de fusões e aquisições, acirrando ainda mais a concentração da mídia no Brasil. Poucas empresas exercem oligopolicamente a liberdade que deveria ser amplamente exercida por vários meios. Esse fato compromete o exercício da democracia, eis que esta pressupõe não apenas a liberdade de expressão, mas a necessidade de pluralismo de fontes para o esclarecimento isento do povo para que saiba deliberar e analisar criticamentea realidade e opções propostas. CASTANHO DE CARVALHO (2011, p. 105) lembra que a liberdade de imprensa pode e deve ser exigida não apenas do Estado, mas da própria mídia, acrescentando que “a liberdade de informação não é um direito do dono do jornal, mas direito da sociedade em face não só do Estado, mas dos próprios órgãos de imprensa, quando deturparem informações ou não prestarem informação verdadeira.” O surgimento da Hutchins Comission em 1942, nos Estados Unidos, indica o começo da percepção do potencial prejuízo que a imprensa pode causar no desenvolvimento da democracia, dando origem às primeiras hipóteses de responsabilização social da mídia, cujo objetivo último era a preservação da liberdade de expressão como um todo, pois a partir do momento em que se criam mecanismos de responsabilização, criam-se também o conceito de liberdade responsável, cujos desvios geram obrigações. No Brasil, foi realizado um estudo por uma ONG inglesa – a Article 19 - cujo objetivo é a defesa da liberdade de expressão. O relatório acusou uma série de abusos cometidos por nossa mídia, sendo a concentração a pior ameaça à diversidade, e consequentemente, à liberdade de expressão. Mas outras ameaças também foram detectadas, a saber: . Ausência de regulação legal adequada; . Ameaças à diversidade da mídia, devidas à concentração dos meios de comunicação; . Radiodifusão comunitária limitada por procedimentos lentos e burocráticos; . Uso abusivo de indenizações por dano moral, inclusive com obstrução de decisões liminares que podem caracterizar censura prévia; . Alta violência exercida contra jornalistas; . Direito de acesso à informação garantida pela Constituição, mas desamparado pela ausência de regulação. Com o fito de definir uma ética para uma imprensa livre e responsável, identificou 5 quesitos: exatidão, objetividade, isenção, diversidade de opiniões e interesse público. Veremos adiante que nem sempre a nossa imprensa realiza esses princípios. Outra fonte de liberdade de expressão, a Declaração Inter- Americana de Princípios sobre Liberdade de Expressão, também aponta a concentração como uma das maiores causas de obstáculo ao exercício da liberdade de expressão. Seu Princípio 12 assim enuncia: “Os monopólios ou oligopólios na propriedade e no controle dos meios de comunicação devem estar sujeitos a leis sobre concorrência desleal, pois conspiram contra a democracia ao restringir a pluralidade e a diversidade que asseguram o pleno exercício do direito à informação pelos cidadãos. As concessões de rádio e televisão devem observar critérios democráticos que garantam a igualdade de oportunidades de acesso para todos os indivíduos” Lúcida é a análise de LIMA (2008, em 25/03/2008), quanto à realidade da imprensa no nosso país: “Não há dúvida de que nossa imprensa tardia se desenvolveu nos marcos de um liberalismo antidemocrático (Emília Viotti) que gera um sistema de mídia predominantemente privado, concentrado (nunca tivemos qualquer restrição à propriedade cruzada) e fortemente marcado pela presença de políticos profissionais e representantes de diferentes religiões como concessionários do serviço público de radiodifusão. Ademais, a sociedade brasileira, como já mencionado, enfrenta uma interdição do debate público de questões relativas à democratização da mídia. Essa censura disfarçada é praticada exatamente por parte daqueles atores e interesses que, como no tempo de Thomas Paine, "[fazem] uma permanente cobrança (continual cry) da liberdade de imprensa, como se pelo fato de serem impressores eles devessem ter mais privilégios do que outras pessoas". Mantendo-se hegemônicos eles têm conseguido impedir o debate indispensável ao verdadeiro exercício da liberdade de expressão e ao aprimoramento da democracia.” Considerada sob esse aspecto, conclui-se que a expressão está sob censura. Mas uma censura ao revés, mais escamoteada e portanto hipócrita. É a censura do pensamento único: pode-se falar de tudo, todavia, só haverá visibilidade aquilo que for ditado pela grande imprensa. E no mundo da informação instantânea e globalizada, da pulverização das relações, só se passa a formar opinião ou pelo menos provocar a discussão, aquilo que chega às mídias de grande poder de penetração. Moretzsohn (2002, p.117) ratifica essa análise, apontando o fato de que, em nosso país, a referência à liberdade de expressão e jornalismo independente, é limitada à relação com o Estado, não se cogitando na relação com o poder econômico, de tão intrínseca e “natural” se presume o comprometimento da mídia com o poderio econômico. A absoluta presunção de que o jornal seria o mensageiro imparcial da verdade, acabaria por “dar voz” a uma parcela ínfima da sociedade, e legitimando um discurso hipócrita. Verifica-se: “Uma vez disponibilizando as informações (ou “relatando os fatos”), o público estará apto a tirar as suas próprias conclusões (isto é, a “pensar por si”). É uma afirmação sistematicamente reiterada, que desconhece não apenas o processo de construção da notícia, resultante de mediações discursivas inerentes ao trabalho jornalístico, como a força do preconceito arraigada no senso comum. O resultado costuma ser a sustentação de uma postura cínica.” BOURDIEU (1997, p. 39) lembra também que a televisão é contrária à expressão do pensamento, não exatamente pelo monopólio do discurso, mas pelo próprio processo em si de construção da notícia e da linguagem televisiva, que demanda o mínimo de tempo para transmitir o máximo de informação possível. Isso inviabilizaria a televisão como meio para reflexão e esclarecimento do público, por si só. O filósofo complementa que velocidade não casa com pensamento, uma vez que este demanda seu tempo de reflexão, ou, nas palavras do autor, “na urgência não se pode pensar”. E reiterando: “É francamente aristocrático. É o ponto de vista do privilegiado que tem tempo, e que não se interroga muito sobre seu privilégio”. (BOURDIEU, 1997, p. 39). Para o estudioso, o próprio jornalista (fazedor da notícia televisiva) não exerceria a liberdade de expressão ele mesmo – muito menos capacitaria sua audiência a fazê-lo. Há quem lembre que a internet é a ágora da modernidade (e o Google, o oráculo moderno), logo, um plano de desenvolvimento da democracia na atualidade. Todavia, para se chegar aos grandes fóruns de discussão (ou pelo menos aos de grande influência na formação de opinião, não me refiro aos nichos isolados), é preciso ter passado pelo filtro das grandes empresas midiáticas, seja através dos jornalões, das rádios, dos programas de televisão, dos jornais nacionais ou mesmo dos sites mais acessados da internet. Isso sem contar que num país em que o processo democrático se deu de forma comprometedora, como bem apontou FAORO (2001, p. 445), delineando-se num domínio patrimonialista, fundamentado no tradicionalismo de uma classe de latifundiários, manipuladora da opinião pública e da educação, através da projeção de seus valores, em detrimento de outros, marginalizados (2001, p. 446), é de se esperar que a expressão seja exclusivista e limitada. Natural que num contexto assim, a classe dominante queira impor seus valores, detendo os meios necessários para tanto. Esses valores passam a tomar a aura de “verdades incontestáveis”. A informação que não se enquadra no projeto de valores dessa classe é simplesmente omitida. Quase ingenuamente, se não fosse o diabólico processo de confecção do factual. Sim, pois o que não passa na TV, ou em qualquer mídia que seja, é como simplesmente não existisse. E aí você passa a ter um grupo restrito, absolutamente não representativo, ditando não apenas a informação (the gate keeper) da massa, como seus valores, suas necessidades de consumo, e o mais alarmante de tudo: sua realidade. Se aquilo que não aparece é como se não existisse, logo, nãoé real. E aí se impõe novamente a pergunta: seria isso a democracia? Onde está o processo de tomada de decisão consciente? Como tomar decisão sem fundamentos factuais, se a realidade é sabotada? E se apenas poucos têm acesso à realidade, e a interpretam com sabotagem, ou a induzem a seu bel prazer, manipulando uma maioria sem esclarecimento, não seria mais o caso de uma oligarquia? Mas e se dissessem que essa maioria não é forçada a nada, deixando- se conduzir como crianças, que tipo de regime de governo seria esse? WEBER (2000, p.220) insiste no caso de democracia, lembrando que democratização não significa, necessariamente, um aumento da participação ativa dos dominados na dominação dentro da formação social. E como o sociólogo não costumava deixar de propor soluções, uma delas seria justamente o aumento da influência da opinião pública. Contudo, à época de Weber, a sociedade não havia tomado a configuração que tomou posteriormente. Pergunta-se: a que opinião pública ele se referia? Provavelmente não estava se referindo a opinião pública de manobra, maleável e tendenciosa. É fato que a opinião pública influencia a condução de políticas, que em tese reforçariam o processo democrático. Discutível é a qualidade dessa opinião Pública, o que não deixa de ser irônico, pois a opinião pública existe quase como uma instituição simbólica para dar o ar de legitimidade às opções políticas. Entretanto sabemos que na prática não passa de verdadeira opinião privada, minoritária e excludente, longe de opinião do povo, da sociedade civil, dos cidadãos como um todo. Questão interessante se verifica quanto aos abusos praticados Em desfavor da honra, imagem, reputação e outros direitos reconhecidos como privados, através do exercício ilimitado da liberdade de expressão. Nosso sistema normativo, ao garantir a liberdade de expressão, impôs, por outro lado, limites como o respeito aos direitos da personalidade, tratados com a mesma importância que a liberdade de expressão. No meio jornalístico, uma ofensa trazida pela mídia gera maiores consequências do que a ofensa pessoal, praticada individualmente. Nesses casos, a repressão à atitude lesiva a direito pessoal deve ser sobrepesada e contrabalançada ao direito à informação coletiva. É a chamada técnica de “ponderação de interesses” do Direito Constitucional, quando garantias de igual magnitude são confrontadas. O jornal O Estado de São Paulo passou por uma experiência relatada em CASTANHO DE CARVALHO (2011, p. 132), na qual ilustra bem essa confrontação de interesses: o político Fernando Sarney, filho de José Sarney, ingressou com uma medida cautelar judicialmente, na qual requeria a proibição da publicação de dados sigilosos colhidos em interceptação telefônica, pendente de investigação policia e confirmação judicial. O Estado de São Paulo, por sua vez, requereu junto ao Supremo Tribunal Federal, através da Reclamação nº 9428, a suspensão da medida. Em resumo: o direito pessoal nesse caso pesou mais do que o direito da coletividade, e a liminar foi mantida para preservar o direito à honra do acautelado. Esse caso, em que pese o direito à honra do sujeito, nos leva a pensar em censura prévia, exercida pelo Judiciário. GRINOVER (2002, p.2) faz interessante comentário a esse tipo de situação: “Não há liberdade de imprensa pela metade ou sob as tenazes da censura prévia, inclusive a procedente do Poder Judiciário, sob pena de se resvalar para o espaço inconstitucional da prestidigitação jurídica. (...) Com o que a Lei Fundamental do Brasil veicula o mais democrático e civilizado regime da livre e plena circulação das ideias e opiniões, assim como das notícias e informações, mas sem deixar de prescrever o direito de resposta e todo um regime de responsabilidades civis, penais e administrativas. Direito de resposta e responsabilidades que, mesmo atuando a posteriori, infletem sobre as causas para inibir abusos no desfrute da plenitude de liberdade de imprensa. (...) O possível conteúdo socialmente útil da obra compensa eventuais excessos de estilo e da própria verve do autor. O exercício concreto da liberdade de imprensa assegura ao jornalista o direito de expender críticas a qualquer pessoa, ainda que em tom áspero ou contundente, especialmente contra as autoridades e os agentes do Estado. A crítica jornalística, pela sua relação de inerência com o interesse público, não é aprioristicamente suscetível de censura, mesmo que legislativa ou judicialmente intentada. O próprio das atividades de imprensa é operar como formadora de opinião pública, espaço natural do pensamento crítico e “real alternativa à versão oficial dos fatos”.” Esse tipo de medida cautelar, aventada pelo Judiciário seria inicialmente contrária aos princípios de um estado democrático, uma vez que limita o direito de informação coletivo, ainda que em prejuízo de direito privado. O sistema legal prevê uma série de medidas indenizatórias e reparatórias para o caso de ofensa a direito pessoal no exercício abusivo da liberdade de expressão. Tratam-se de verdadeiras medidas de legítima defesa, e muitas vezes não afastam a incidência de medidas penais. Há ainda o direito de resposta e a retratação, que visam, ambas, a preservação da verdade (ou ao menos a paridade de armas e de oportunidades), e consequentemente, a liberdade de expressão. Interessante lembrar que a retratação na atividade jornalística, por si só possui natureza punitiva, uma vez que macula a credibilidade da empresa de comunicação. Cabe também destacar, nesse estudo, a anulação da antiga Lei de Imprensa (Lei nº 5.250/67) pelo Supremo Tribunal Federal, por entendê-la em desconformidade com os princípios democráticos da Constituição. Inicialmente, há que se lembrar tê-la sido concebida em épocas de repressão à liberdade de expressão... Os ministros fundamentaram suas decisões, no que pertin e à liberdade de expressão, em algumas das ideias traçadas nessa monografia. O ministro relator, Carlos Ayres Britto assim pronunciou em seu voto, na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 130: “... imprensa apenas meio livre é um tão arremedo de imprensa como a própria meia verdade das coisas o é para a explicação cabal das ideias, cuja livre circulação no mundo é tão necessária quanto o desembaraçado fluir do sangue pelas nossas veias e o desobstruído percurso do ar pelos nossos pulmões.” Enquanto a ministra Carmem Lúcia enfatizou: “A ementa mesmo da Lei 5.250/67 parece contrariar o que se continha no texto constitucional ao fixar que ‘regula a liberdade de manifestação do pensamento e de informação’. A regulação não tem espaço onde não há liberdade. Se a manifestação do pensamento e de informação é regulada, deixa de ser livre (...) A liberdade de imprensa é a manifestação da liberdade, considerada em sua amplitude humana. Sem a liberdade de manifestação do pensamento para informar, se informar e ser informado, garantia de cada um, compromete-se a dignidade da pessoa humana.” O ministro Menezes Direito também contribuiu: “A democracia, para subsistir, depende de informação e não apenas do voto, este, muitas vezes, pode servir de mera chancela, objeto de manipulação. (...) o preço do silêncio para a saúde institucional dos povos é muito mais alto do que o preço da circulação de ideias”. O ministro Celso de Mello discorreu: “... que, mais do que simples prerrogativa de caráter individual ou de natureza corporativa, a liberdade de informação jornalística desempenha uma relevantíssima função político social, eis que, em seu processo de evolução histórica, afirmou-se como instrumento realizador do direito da própria coletividade à obtenção da informação.” Essas foram algumas das ideias que fundamentaram a decisão. A retirada da Lei de Imprensa de nosso jurídico não se deu todavia de forma unânime, havendo votoscontrários à sua anulação, baseados na ideologia de FISS (2005), e na proteção dos direitos individuais. Mas prevaleceu, todavia, o entendimento da prioridade da liberdade de expressão, e quaisquer sanções ou regulamentações passam a ser tratadas na legislação ordinária, tanto penal quanto civil. Quais são os interesses se disfarçam na legitimidade de se passarem por “públicos”? 4. ALGUMAS SOLUÇÕES: Como ficaria a questão da defesa da liberdade de expressão livre e imparcial, concordante com o espírito democrático de inclusão e participação social? Alguns autores propõem a possibilidade de censura como asseguradora da democracia. A proposta pode parecer extremamente paradoxal e contraditória à primeira vista, mas não deve ser ignorada. Owen Fiss, em trabalho sobre o papel do Estado na garantia das liberdades de expressão e de imprensa, revela as duas concepções antagônicas existentes, uma delas limitando a atuação do Estado por entender a liberdade de expressão como um direito individual que não deve ser inibido. A outra concepção enxerga a liberdade de expressão como um instrumento para a promoção da cidadania, no qual o Estado teria o papel ativo e atuante de promotor na isonomia de oportunidades de discurso para os diversos matizes da sociedade, fortalecendo, assim, o processo democrático. Em suas palavras (2005, p. 101-102): “Uma imprensa controlada por entidades privadas é livre de controles econômicos pelo Estado, mas ela é constrangida pela estrutura econômica na qual está inserida. Como outros empreendedores, donos de jornais ou estações de rádio e televisão procuram maximizar receitas e minimizar custos. Em suma, eles desejam obter lucros, e suas decisões sobre o que informar e como informar são largamente determinadas por esse desejo.” A atuação estatal no campo da expressão tornou-se um grande tabu em nossa sociedade, todavia, há que se considerar que o Estado pode tornar-se sim um grande promotor da liberdade de expressão, ao invés de seu carrasco, como ficou rotulado. Lembremos que uma atitude positiva do Estado pode ser determinante na democratização do discurso e da liberdade de expressão, podendo ampliar a diversidade e o pluralismo do debate público. FISS defende que a intervenção estatal de determinadas manifestações e a proibição de outras seria uma forma de equilibrar o acesso de todos ao debate público, fortalecendo da democracia. Pondera, contudo, que essa intervenção somente se justificaria quando puder ser concebida a favor e não contra a liberdade de expressão. Não se pode esquecer que por conta de fatores econômicos, as manifestações de diversas camadas sociais e culturais menos favorecidas são abafadas por discursos de uma minoria privilegiada, condenando a maioria ao ostracismo e à invisibilidade. Nesses casos, caberia ao Estado intervir em circunstâncias nas quais poderes de fora do Estado estariam inibindo o debate público, podendo até silenciar a voz de alguns para ouvir a voz de outros, justificando-se sua ação positiva para promover um fim público legítimo, qual seja, que a voz dos poderosos não soterre a voz dos menos prósperos. Através de sua experiência com ações afirmativas, FISS (2005, p. 49) afirma ainda que não basta o fortalecimento dos grupos desfavorecidos, mas somente uma atitude positiva de intervenção seria eficaz, assinalando que “quando o Estado age como um mediador, seu propósito não é determinar o resultado, nem tampouco preservar a ordem pública, mas, ao contrário, assegurar a robustez do debate público”. Lembra também que o fim último da democracia não é simplesmente a escolha pública, mas uma escolha pública feita com informação integral e sob condições adequadas de reflexão. Na visão de FISS (2005), os critérios de para a distribuição dos incentivos estatais não devem ser vistos como meras opções discricionárias dos governantes, mas como decisões vinculadas à promoção da democracia, uma vez que, por conta de financiamentos públicos, a voz de alguns é amplificada, enquanto que a de outros, calada. Sem contar que a ação estatal pode ser fundamental para impedir que entidades privadas distorçam o debate democrático, ou mais comumente, o manipulem. 5. CONCLUSÃO: Dentre tantas questões que se colocam como obstáculos ao exercício da liberdade de expressão democrática, fica notório observar que essa proposta está longe de se tornar realidade. Isso sem considerar que esse trabalho nem esgotou as questões. Nesse liame, comprometida a liberdade de expressão, comprometida a própria experiência democrática, sendo a liberdade de expressão um dos fundamentos da democracia. A manipulação da opinião pública torna a democracia ainda mais utópica do que já é ao passo que o desrespeito aos direitos da personalidade, bem como aos valores sociais são constantes, a ponto de o material veiculado em conformidade com esses valores ser a exceção, e não a regra. Contabiliza-se também que liberdade de expressão, dentro de uma estrutura democrática, pressupõe, conforme indicado no relatório Hutchins, exatidão, objetividade, isenção, diversidade de opiniões e interesse público. Esses requisitos ficam seriamente comprometidos ante a estrutura oligopolista de nossa televisão e de nossa sociedade, e à falta de regulação eficaz à nossa mídia. A censura, palavra que virou ofensa - e vem sendo expurgada dos vocábulos como tabu - poderia ser repensada com um novo objetivo de, ao invés de limitar a capacidade de expressão por conta de um regime totalitário, garantir a liberdade de expressão daqueles que não tem voz, em detrimento daqueles que a utilizam abusivamente. Utilizar-se abusivamente da liberdade de expressão pode ser mais prejudicial do que a própria censura em si. Estima-se que o presente trabalho tenha alcançado os objetivos dee instigar e trazer à luz questões sobre a liberdade de expressão, e seu exercício democrático, apresentando ao debate aquilo que é prejudicado pela falta de esclarecimento, vez que diante das perspectivas apontadas é praticamente impossível atingir à formação de cidadãos esclarecidos para a completa vivência da democracia. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: . ANDRADE, Fabio Martins de. Mídia e Poder Judiciário. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007. P.223 – 249. . BOBBIO, Norberto. 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