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Análise do Filme Jornada da Alma

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ANÁLISE DO FILME: Roberto Faenza, Jornada da Alma. DVD Paris Filmes, 2003. 
I. INTRODUCAO
A Psicologia Analítica foi fundada por Carl Gustav Jung, um psiquiatra e psicoterapeuta suíço. Em que sua obra apresenta como conceito central da psicologia a individuação, que tem como objetivo a integração dos opostos, incluindo o consciente com o inconsciente. A meta final de qualquer personalidade é chegar a um estado de auto realização e de conhecimento do próprio Self, sua potencialidade. (KAST, 2013) 
Jung foi influenciado durante seu desenvolvimento como profissional e ser humano por Sigmund Freud, se interessando pela histeria através de estudos publicados por Freud e Breuer na década de 1890 e lera A Interpretação dos Sonhos de Freud quando o mesmo foi publicado em 1900. Jung criou conceitos que iam além de seu tempo e talvez até mesmo da modernidade atual, incluindo o arquétipo, o inconsciente coletivo, o complexo e a sincronicidade. 
	A psicodinâmica é sempre lembrada por seus famosos nomes, Sigmund Freud e Carl Gustav Jung, porém é um nome de uma mulher que se fará crucial para o entendimento da criação e do desenvolvimento de teorias desses dois homens, seu nome é Sabina Spielrein, uma mulher que enxergava o amor em tudo, que escolheu viver por amor e não morrer pelo mesmo. 
	Sabina Spielrein foi uma das primeiras mulheres psicanalistas do mundo. Russa, de uma família Judia, foi assassinada em 1942 por soldados Nazistas. Entre 1904 e 1905 esteve internada no hospital de Burghölzli em Zurique, diagnosticada com histeria. Foi paciente e amante de Jung, objeto de desejo e de criação de conceitos. Fundadora da Creche Branca, em que seu lema era oferecer as crianças a maior liberdade possível, encorajando a criatividade nelas. Sabina foi o símbolo da coragem. O presente estudo tem como finalidade sob a análise do filme Jornada Da Alma conhecer e relacionar suas contribuições, e ao mesmo tempo propor que possamos enxergar assim como ela enxergava, o amor, em todos os seus atos, e em todos os ângulos da vida.
II. DESENVOLVIMENTO
O filme Jornada da Alma conta a história ocorrida em meados de agosto de 1904, em que Sabina iniciava seu tratamento com Jung em meio a uma grave crise. Jung tratou do caso de uma forma mais humanista, utilizando pela primeira vez as técnicas da psicanalise de seu professor, Sigmund Freud, contrariando métodos ainda conservados na época, utilizando-se de uma delicadeza e levando em consideração a existência humana como algo único. O filme tem como início a chegada de Sabina ao hospital, trazida por seus pais, evidenciando a forma bruta de seu pai em relação a ela. Jung utiliza em Sabina seu método de associação livre, ela pela primeira vez é escutada de uma forma que alguém pusesse atenção ao que ela dizia. E desta forma ao longo de conversas e encontros esta vai se descobrindo e entrando em contato com ela mesma, tudo ocorrendo de uma forma acolhedora e afetiva. 
	Mesmo com o processo em andamento Sabina tenta suicídio, decorrente de uma separação temporária com Jung, em que este teria viajado por alguns dias. Jung por sua vez entrega para Sabina um objeto, em que este seria portador de sua alma, era ela a escolhida a ser a guardiã de sua alma. Sabina apresentou melhoras e em abril de 1905 se inscreveu na Universidade de medicina de Zurich. Porém existe algo a mais nesta história que esconde a melhoria de Sabina, a relação entre ambos, que além da relação médico e paciente ocultava um romance apaixonado, Sabina e Jung se tornaram amantes. Relação esta que foi rompida com um enorme sofrimento aos dois. Sabina retornou a União Soviética, e criou a Creche Branca, em que por meio da relação e da liberdade pode compartilhar com seus alunos uma maneira diferente de educação e forma de desenvolvimento. Em 1941 foi fuzilada pelas forças nazistas que ocupavam a Rússia de Stalin.
III. DISCUSSAO 
É fato que a cura de Sabina foi realizada com êxito, porém é interessante que analisemos a forma com que a análise de Jung em Sabina foi efetuada e de que maneira se deu a transferência. Em termos psicanalíticos, segundo Freud os conteúdos provindos da transferência apenas podem ser analisados se o analista não se afetar por estes, de uma maneira mais simples, em que o analista não corresponda ao amor que o paciente lhe demanda, já que sempre existira essa idealização do analista. A época em que Sabina viveu, era uma época que valorizava muito a persona, a privacidade, ela por sua vez repleta de pulsões desperta sua sombra, ela estava extremamente fragilizada e buscava também um apoio paterno. 
A questão é que Jung estava completamente conduzido pelos encantos de Sabina, como ele poderia escutá-la estando ele tão implicado nessa situação e resultando desta intensa relação o fim de suas crises, a possibilidade de ingressar no mundo acadêmico e de até mesmo estreitar laços com Freud e participar das reuniões proporcionadas por ele, fazendo parte da Sociedade Psicanalítica de Viena, sendo recebida por Freud para discutir sua tese, em que esta defendia que os conflitos fundamentais da psique não são o enfrentamento entre as pulsões do eu e as sexuais, mas sim, entre a vida e a morte, que a tendência destrutiva humana luta com a sexualidade. A sexualidade seria então, ambivalente (ORELLANA, V.R; RUIZ, A.S, 2003).
No começo do filme “A Jornada da Alma”, nota-se que Jung faz uso do método de análise freudiana. Ele analisava a paciente Sabina Spielrien, que com o passar do tempo se tornou a primeira psicanalista mulher da história. Durante as suas sessões de psicoterapia, Jung foi percebendo que a causa da sua histeria estava associada com a relação que ela tinha estabelecido com o seu pai no decorrer da sua infância. Pode-se perceber também, a implicação da segunda tópica freudiana que é a existência do Id, Ego e Superego, tendo em vista que a paciente reprime (mecanismo de defesa) aquilo que o inconsciente quer trazer à tona: seus instintos sexuais. 
Jung parece não concordar 100% com esta premissa da visão de Freud sobre as fases do desenvolvimento sexual humano e começa a propor outras formas de compreender a natureza psíquica. Por sua vez, Freud desconsidera as idéias do âmbito metafísico de Jung. Dessa forma, Freud e Jung rompem relações por divergências de idéias, principalmente o que diz respeito à centralidade da sexualidade na vida do indivíduo. Freud continuou com a Psicanálise e Jung desenvolveu seu próprio método de trabalho, a Psicologia Analítica. 
A transferência é o deslocamento do sentido atribuído a pessoas do passado para pessoas do nosso presente. Essa transferência é executada pelo nosso inconsciente. Segundo Freud, a transferência é fundamental para que ocorra o vínculo terapêutico. Para a teoria freudiana, a transferência é um fenômeno que ocorre na relação entre paciente e terapeuta, ou seja, a repetição dos modelos infantis, tais como: figuras parentais ou seus substitutos serão transportados para o analista. Transferencialmente o analista irá receber do paciente seus sentimentos, emoções, desejos que estão ligados com as impressões dos primeiros vínculos afetivos para serem vivenciados no momento presente. Portanto, cabe ao terapeuta saber manusear a transferência. A transferência também ocorre em todas as relações humanas. Enunciou-se a relação transferencial entre Jung e Sabina, pois esta o idealizava e transferiu muitos de seus desejos e idealizações para ele. Outro ponto importante a ser observado no filme, é o começo da construção da postura ética na relação entre médico e paciente com o intuito de preservar o ¨setting¨ terapêutico.
A problemática envolvendo a questão conceitual e prática dos fenômenos de transferência e contratransferência na psicologia analítica proporciona muitas discussões e desencontros. Há, dentre os autores, variados pontos de vista, muitas vezes discordantes. Desse modo, partiu-se das relações conceituais entre transferência e contratransferência enquanto formas de projeção, para se entender então que são ocorrências inevitáveis,enquanto movimentos inconscientes. Obviamente, a influência do pensamento freudiano é ainda muito forte o que causa confusões dentre alguns autores, que acabam caracterizando as projeções entre analista e analisando como mecanismos de defesa, relacionados aos recalques infantis e eróticos. A ampliação junguiana inicia com a abordagem simbólica, a partir de imagens profundamente arraigadas na psique, totalmente ligadas aos fenômenos que acontecem durante a análise. Com elas, é possível perceber como a transferência e as contratransferências assumem um papel central na análise junguiana, tendo como função principal transcender os opostos do psiquismo. Dentro de uma visão prospectiva, típica da psicologia analítica, as projeções entre terapeuta e paciente têm – além de causas – objetivos pelos quais acontecem. Facilitando a conjunção dos opostos, transferência e contratransferência movimentam a alma humana e, assim, são mediadores do processo de individuação.
Freud (apud BIRMAN, 2006, p.178) coloca que a transferência positiva erótica (o que acontece na relação entre Jung e Sabina) traz desafios e dificuldades para a análise, visto que pode ser encarado com uma resistência, pois a paciente ficará focada apenas no seu amor e não terá insights sobre si. Caso o analista tenha relações sexuais com a paciente, se deixa de trabalhar o que está por trás deste desejo sexual pelo analista, da mesma forma se o analista ignora este desejo, a paciente pode se sentir humilhada e buscar se vingar.
Ao encontrar Sabina, Jung diz não poder mais continuar a relação, pois tem uma vida com a sua esposa. E com isso, resiste novamente de aceitar sua implicação na relação com Sabina. Doravante isso, Sabina diz não querer ser tratada da mesma forma que a esposa dele, mas sim ser punida. Aqui temos um enlace entre a resistência de Jung, a relação transferencial dos dois e o fenômeno da compulsão à repetição de Sabina (Jung deve nessa relação se colocar na posição de seu pai, já que ela sentia prazer quando ele a batia).
A compulsão à repetição é também uma forma de resistência, já que o paciente transfere para o campo da ação o que ele não consegue lembrar. A tendência masoquista de Sabina pode ser uma compulsão à repetição que está presente ao longo de sua história desde a relação com seu pai quando era criança até na relação sexual com Jung. A compulsão enquanto uma resistência do Isso, enunciada na segunda tópica, é um fenômeno que advêm de um trauma que não pôde ser simbolizado. Em Sabina podemos perceber essa referência teórica no caso da relação que ela tinha com o pai. Por ser muito pequena na época, uma simbolização de forma correta não pôde ser feita havendo apenas um aumento traumático de tensão.
		Durante o desenvolvimento de suas ideias Sabina sempre carregou consigo a maneira ensinada por Jung de como enxergar o ser humano, de como tocar uma alma, tendo como característica durante toda a sua vida e estando explicito em sua escola, a conhecida creche branca, este aspecto humanista, a importância da relação, do vínculo com o paciente ou com seus alunos. 
		Em uma carta de Jung para Freud, Jung diz: Logica e razão nunca tiveram efeito sobre a paixão, certo? Sim, eu sou culpado. Culpado de ter sido vítima do meu desejo. Mas o senhor mesmo disse que o amor está extremamente próximo da psicose. Que amor é loucura. Amor é loucura. A cura, foi através do amor Eros. É interessante por via desta frase pensar o quanto Sabina era a imagem e concepção de mulher que Jung tinha, o quanto ela na verdade era algo que estava nele, uma projeção, despertando os mais fervorosos sentimentos. Era algo que não se podia controlar, era o descontrole encarnado em uma imagem, em um ser, em um vínculo. Foi em virtude de sua paixão e relacionamento com Sabina que Jung pôde formular seu conceito de Anima e Animus. Em que estes são a imagem da alma de um indivíduo, respectivamente masculina ou feminina. Simbolizando assim a característica contra-sexual de cada ser, partindo do princípio da complementariedade, da movimentação da psique. 
Anima e Animus, na Psicologia Analítica de Jung, são aspectos inconscientes de um indivíduo, opostos à persona, ou aspecto consciente da Personalidade. É importante destacar que autores(as) influenciados pelo pensamento de Jung já discutem os pólos energéticos "Anima e Animus" sob uma perspectiva universal, levando-se em conta que o desenvolvimento da personalidade interior está regida pelo Inconsciente Coletivo. Neste sentido, podemos citar Roberto Gambini, Ginette Paris e James Hillman enquanto pós-junguianos ampliando o conceito. Podemos pensá-las numa dimensão cósmica, ou seja, pólos que abrangem variados fenômenos da cultura manifestados sob a forma destas imagens arquetípicas.
O que nos fascina? Como lidar com o fascínio? Em geral, a fascinação está ligada às relações amorosas. Em suas memórias, Jung escreve que sempre guardou uma desconfiança quanto ao amor. Ligava esse sentimento às ausências repetidas de sua mãe em sua infância. Independente da causa, sua vida amorosa foi sempre conturbada. Manteve-se casado a vida inteira com Emma Rauschenbach que, por sua vez, não se separou por acreditar que Jung desmoronaria se assim o fizesse. Sempre que surgia o assunto, Jung adoecia. Com o tempo, Emma se adaptou ao marido, mantendo uma relação insólita, mas que parece ter sido satisfatória para os dois. 
	Ele vivia cercado de mulheres, conhecidas como Jungfrauen ("as mulheres de Jung") ou "as Valquírias" ou "as onze mil virgens", que assistiam às suas aulas na universidade. Muitas dessas mulheres não eram, obviamente, só admiradoras. Com essa intensa vida amorosa, Jung começou a perceber a existência em si de uma voz feminina, que interferia em seus pensamentos. Era uma voz interior, a lhe dizer que o que ele fazia era arte. A partir da elaboração dessa vivência, definiu o que chamou de arquétipo da sizígia (conjunção) anima-animus: O inconsciente do homem encontra expressão como uma personalidade interior feminina: a Anima; no inconsciente da mulher, esse aspecto é expresso como uma personalidade interna masculina: o Animus, ambos aparecem em sonhos, ou na imaginação.
Outra mulher, além de Emma teve uma relação significativa com Jung: Sabina Spielrein, filha de ricos judeus russos, que, aos 18 anos, em 1904, tornou-se paciente de Jung. Foi uma análise longa. Jung se envolveu afetivamente com Sabina e após o final conturbado da análise, ela se aproximou também de Freud. Mais tarde tornou-se psicanalista e foi para a Rússia. O papel que ela desempenhou, tanto em relação á amizade entre ambos quanto em relação ás idéias teóricas que então estavam sendo gestadas foi relevante. 
Jung detalhou o arquétipo anima/animus como "a fonte das projeções". A sombra se compõe de tudo aquilo que ainda não foi trazido à consciência, e do que é reprimido. Vimos também que seus conteúdos tendem a se projetar nos outros. O arquétipo da anima e do animus engloba o da sombra, pois representa justamente essa tendência a projetar o desconhecido. Se projetarmos algo que nos pertence ficamos presos, profundamente comprometidos com a pessoa ou com a idéia que recebe nossa projeção. Essa ligação, por meio da projeção de algo próprio, ainda desconhecido, é o que define o arquétipo da sizígia. Por serem desconhecidos, e carregarem muito do mistério daquilo que ultrapassa o poder de compreensão da consciência, esses conteúdos muitas vezes possuem uma força peculiar. Jung usa o conceito de "numinoso", desenvolvido pelo teólogo Rudolf Otto (1869-1937),34 para caracterizá-los. O numinoso refere-se à obscura profundidade emocional, fascinante e aterrorizadora, que é acessível ao sentimento, mas não à conceituação lógica. 
Na maioria das vezes, Jung define o animus associado ao logos e a anima associada a Eros, como se o homem tivesse sempre uma consciência-logos e a mulher uma consciência-Eros. Com as mudanças culturais pelas quais passamos em relação a esse tema, fica claro que o importante é a reflexão sobre as projeções, que podem assumiruma imagem contra-sexual, mas não necessariamente. O próprio Jung afirma essa realidade: "Na projeção, a anima sempre assume uma forma feminina, com determinadas características. Esta constatação empírica não significa, no entanto, que o arquétipo em si seja constituído da mesma forma. A sizígia masculino-feminino é apenas um dos possíveis pares de opostos, mas na prática é um dos mais importantes e freqüentes. Ela tem muitas relações com outros pares (de opostos) que não apresentam diferenças sexuais, podendo, pois, ser colocados numa categoria sexual apenas de um modo forçado." (Jung, 2003)
Portanto, todas as descrições de problemas ou possessões de animus e anima que lemos em Jung devem considerar o momento cultural em que foram escritas. O arquétipo da sizígia anima-animus nos liga ao outro, ao desconhecido. Mas como nos apresentamos a esse outro? Somos incapazes de nos revelar por inteiro; mantemos algumas características que nos ajudam a compor nosso papel social. Somos médicos, psicólogos, advogados. Vestimo-nos dentro de um estilo. Temos objetos que nos identificam em um grupo. Esse recorte de nós mesmos que mostramos à sociedade é uma necessidade arquetípica, e compõe o arquétipo da persona, nome que surge a partir da máscara usada pelos gregos em seu teatro. Se não a tivermos, ficamos desadaptados socialmente. Mas, se ela se tornar rígida, ocorre uma "identificação com a persona": são aquelas pessoas que se definem pelo cargo ou profissão que ocupam, expressando uma interioridade vazia.
Sabina dedicou-se à psicanálise de crianças na escola Branca (ou creche Branca), e notavelmente demonstrou que ao percorrer o caminho da loucura em sua Jornada da Alma pode promover sua cura e a de outras pessoas.
IV. REFERENCIA BIBLIOGRAFICA
BIRMAN, J. Arquivos do mal-estar e da resistência. 1. ed. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 2006.
JUNG. Obras Completas.vol. IX/1. Petrópolis: Vozes, 2003, p. 142.
KAST, V. A dinâmica dos símbolos. Fundamentos da Psicoterapia Junguiana. Petrópolis: Vozes, 2013.
http://www.psicologiaecinema.com/p/resenhas.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sabina_Spielrein
http://scielo.isciii.es/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0211-57352003000100007

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