OS CAMINHOS PARALELOS DO DESENVOLVIMENTO DO DESENHO E DA ESCRITA

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UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA
PSICOLOGIA: PSICOLOGIA CONSTRUTIVISTA
Maryana Rodrigues Rocha RA:N401834
OS CAMINHOS PARARELOS DO DESENVOLVIMENTO DO DESENHO E DA ESCRITA
SÃO PAULO
2020
Maryana Rodrigues Rocha RA:N401834
OS CAMINHOS PARARELOS DO DESENVOLVIMENTO DO DESENHO E DA ESCRITA
TRABALHO APRESENTADO NO CURSO DE 
PSICOLOGIA DA UNIP - UNIVERSIDADE PAULISTA
ORIENTADOR(A):Mônica Silva
SÃO PAULO
2020
Os caminhos paralelos do desenvolvimento do desenho e da escrita
Com o intuito de melhorar alfabetização infantil, fora implantado um novo ano no sistema de escolaridade, o que futuramente não veio a ser utilizado da maneira correta não gerando resultados positivos.
No entendimento de que existe uma grande importância no processo de aprendizagem da criança, houve falta de coerência de que existe uma grande e importante diferença entre a linguagem escrita e a linguagem de desenhos.
Fora entendido que era necessário a aceleração no processo de desenvolvimento da escrita da criança, quando na verdade devia ser respeitado o seu tempo de desenvolvimento, como por exemplo, uma criança de cinco anos que se percebe alguns tipos de treinos ortográficos em seus rabiscos.
Percebe-se também a importância de algumas atividades simbólicas para o processo de apropriação da linguagem escrita da criança, tais como gestos, desenhos e brinquedos. Para Vygotsky, toda criança em algum momento da sua vida vai expor seus pensamentos, ideias, vontades e fantasias e, para isso, se expressará da forma escrita, da sua maneira.
A representação pode ser vista de duas maneiras, segundo Piaget, a representação conceitual, que é confundida com o pensamento, a inteligência que se apoia num sistema de conceitos, e a representação simbólica, que se reduz a imagens mentais.
Piaget distinguiu cinco condutas representativas, e as chamou de função simbólica. Segundo o mesmo, elas aparecem mais ou menos ao mesmo tempo. Seriam elas a imitação diferida, o jogo simbólico, a imagem gráfica, as imagens mentais e a capacidade de verbalizar os acontecimentos.
Piaget descreve três níveis de desenvolvimento da abstração, sendo eles índice ou sinal, símbolos e signos; o símbolo é a forma primária de representação, pode-se dizer que os desenhos estão muito próximo dos símbolos; Signos nada mais são que os números, as notas musicais, as letras do alfabeto (os signos se tornaram um meio de comunicação por possuírem um único significado conhecido socialmente) e o índice é a capacidade de ver um objeto mesmo que ele não esteja em sua totalidade.
O desenho e a escrita são de extrema importância no aprendizado e desenvolvimento da criança.
Desenho como sistema de representação
Houveram muitos autores que trataram a questão do grafismo infantil e cada um tinha uma maneira de enxergar o desenho da criança, para alguns cada desenho feito tinha um significado específico, para outros a criança desejava pelo prazer do traçado no papel, e de uma forma geral cada criança passaria por uma fase de efetuar os desenhos de tal forma.
Fases do desenho segundo Piaget
Garatuja: Faz parte da fase sensório motora, e a parte pré-operacional, vai até uns 4 anos de idade, é fase em que a criança sente o maior prazer em desenhar porém a figura humana é inexistente a ela, e a garatuja é dividida em: garatuja desordenada onde o importante são os movimentos desordenados e amplos, parece mais um exercício motor; garatuja ordenada é onde começa a surgir o interesse pelas formas e um possível surgimento da figura humana.
Esta é a fase onde a criança da um significado ao desenho pois é o que ele representa a ela, ex: pode desenhar um quadrado cheio de rabiscos em volta e dizer que é um jardim cheio de flores, porque de fato é o que representa para ela.
Pré-esquematismo: Faz parte da segunda metade da fase pré-operatória (até sete anos) quando a criança descobre a correlação entre o desenho, a realidade e seus pensamentos, os objetos do desenho ficam dispersos e sem ligação alguma entre um e outro.
Esquematismo: Entre sete e dez anos (operação concreta) nesta fase a criança já tem o conhecimento da figura humana mas não das proporções corretas, por isso muitas vezes vem a fazer braços e pernas maiores que o tronco, mas já tem desenvolvido a ligação entre cores, e as formas.
Realismo: Esta fase surge no final do operacional concreto, onde já se sabe diferenciar os sexos e deixa explicito a diferença entre eles na cor da roupa da representação humana feita nos seus desenhos, os desenhos são bem mais formais e menos fantasiosos.
Pseudo Naturalismo: Operações abstratas 10 anos em diante, nesta fase de quase pré-adolescência é onde o sujeito para de desenhar de forma espontânea ou muitas vezes até mesmo para de desenhar e começa a colocar no papel seus sentimentos, inicia a investigação de sua personalidade, nos desenhos tem muito da fase de “realismo” pois já te ciência de formas, cores, diferenciação de gênero e as vezes até especifica os diferentes sexos de forma bem “exagerada”.
Fases do desenvolvimento segundo Vygotsky
Já para Vigotsky inicialmente a criança tem o domínio do motor fazendo gestos no papel sem alguma “relevância” até que se tornem imagens representativas, e este ato é um indício de que é através do desenho que se inicia a escrita.
Outro ponto muito importante é a narração da criança quanto ao desenho que se esta sendo feito por ela, de primeiro você só consegue identificar o desenho dela através do que ela narra, com o tempo ela informa o que irá desenhar antes de fazer o desenho, planejando sua ação, e ele divide essa fase do desenvolvimento em etapas: a etapa simbólica onde a criança começa a fazer os desenhos sem tanta fidelidade ao objeto real ao qual ela esta direcionando a sua representação; e a etapa simbólico formalista onde a criança procura chegar o mais próximo possível da realidade do que quer representar, diferente da fase de etapa formalista veraz onde tenta ser cem por cento fiel a figura que quer representar, e há também a fase de etapa formalista plástica onde se torna mais voltado a criatividade onde o sujeito desenha objetos de seu interesse, o ato de desenhar só é continuado por aqueles que sentem prazer em criar.
Fases do desenho segundo Luquet
Luquet dividiu as fases de desenvolvimento do grafismo infantil em quatro etapas, sendo ela realismo fortuito onde a criança faz um desenho voluntário, algo conhecido por ela, e involuntário, só pelo prazer do traçado; realismo falhado onde pode ser omitido ou aumentado algum fator da realidade (fazer um sorriso enorme em um rosto pequeno, como por exemplo) realismo intelectual os desenhos são feitos através de coisas já vistas antes pela criança, costuma dar transparência aos seus desenhos (desenhar o interior de uma casa e os elementos dentro dela) e o realismo visual onde a criança desenha o mais próximo da realidade possível e por isso menos criativo.
Apenas de Luquet ter dividido essas etapas do desenvolvimento, ele entende que não é obrigatório que a criança cumpra cada um deles nas respectivas idades pela qual estão passando, ou seja, pode se prorroga mesmo após a próxima ter começado, mas na transição de uma fase para outro ela vai deixando alguns elementos para trás e construindo novos conhecimentos em cima do que já foi aprendido.
Escrita como um Sistema de Representação
A escrita é complexa pois não requer apenas o conhecimento do alfabeto, há também a questão de compreensão da linguagem falada, apesar de não se resumir apenas na linguagem verbal, afinal a linguagem escrita tem funções muito bem definidas.
As crianças desenvolvem a capacidade de ler e escrever através de objetos com escrita, livros, letreiros, e é um processo que ocorre aos poucos e não de forma engessada e mecânica como ainda ocorre em muitas escolas.
O aprendizado da leitura e da pratica escrita deve ser prazeroso pois é a partir disso que a criança constrói o seu conhecimento, e além da pratica do desenho é uma forma de se expressar também.
Relações entre Desenho e Escrita
Apósas analises feitas acima podemos ver que Piaget e Vigotsky tem dois pontos de vistas diferentes mas com um mesmo objetivo, explicar que o desenho e a escrita são formas de se expressar, e que através desses dois fatores é possível saber em que fase de desenvolvimento a criança se encontra, e a sua forma de se ver no mundo.
Baseando-se em Ferreiro e Luquet acreditam que há uma semelhança na origem da escrita e do desenho, de forma involuntária, e a escrita se inicia como um desenho, até que ela aprenda a diferenciar e separar um do outro.
Após aprender a diferenciar a escrita do desenho, entra no realismo intelectual no que se diz respeito ao desenho e na escrita ela vai desenvolvendo a fonética, a forma com que pronuncia as silabas, e na fase final ela se encontra no realismo visual, e na escrita ela começa a compreender a importância de escrever não apenas como se é falado mas dentro do sistema de escrita correto.
Durante o desenvolvimento deste trabalho fica nítido a importância do desenho e da escrita para a criança, não apenas por aprendizado e sim por ser uma forma que ela encontra de expressar-se, a forma com que ela coloca no papel a visão que ela tem do mundo, que é única, e é de extrema importância que as escolas estimulem constantemente a importância de desenhar, não apenas de ler e escrever, a criatividade também deve ser estimulada visando sempre o melhor para a criança, e a forma mais saudável de desenvolver todas as fases pela qual ela vai passar durante a infância/adolescência.