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AO JUÍZO DA ___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE IJUÍ/RS LUCASSINO MATEUS JOLAR, brasileiro, solteiro, motorista, residente e domiciliado na Rua 1º de Maio, nº 514, cidade de Catuípe/RS (Trabalha junto à empresa Ritter em Catuípe/RS), por sua advogada Talita Scheunemann, legalmente constituída nos autos, vem tempestivamente perante Vossa Excelência apresentar CONTESTAÇÃO Á AÇÃO DE ALIMENTOS GRAVÍDICOS C/C AÇÃO DE PATERNIDADE Processo no 83500-45-2016-8.06.0112/0, em tramite pelo expediente ** Vara, movida por DANIELE MOURA MEGON, já qualificada nos autos do processo em epígrafe. I – DOS FATOS Em síntese, alega a Requerente que manteve relacionamento amoroso com o requerido no período de 2016 a 2018, tendo o término do relacionamento sido feito no descobrimento de uma segunda gravidez, desta vez da ex-namorada do requerido. Alega, a requerente, que não possui condições de arcar com todos os gastos da gestação, assim sendo, ingressou com ação de alimentos gravídicos c/c investigação de paternidade, pleiteando o seu reconhecimento e a fixação de alimentos mensal no valor de ou 01 (hum) salário mínimo. É o que cabe relatar. II –DO MÉRITO II.a) Quanto a paternidade. Não nega o requerido ter tido um relacionamento com a requerente, porém, cabe ressaltar que durante esse período houve alguns desentendimentos durante o relacionamento, o que ocasionou o término da relação. No caso de basear-se a ação nas relações sexuais, por si só, não decorre nenhuma presunção de paternidade, como podemos observar. As relações sexuais são apenas um pressuposto necessário da procriação tornando a paternidade apenas possível. Destarte, mostra-se totalmente incerta a paternidade, fazendo-se mister prova cabal do fato articulado, na espécie do exame de DNA, instrumento hábil para confirmação da origem biológica. II.b) Quanto aos alimentos. A inicial pede que seja fixado alimentos provisórios de 01 (hum) salário mínimo. Evidente se mostra a impossibilidade de o Requerido arcar com o valor de 01 salário mínimo sem colocar em risco a sua sobrevivência, além de auferir a renda de pouco mais que dois salários mínimos por mês. O requerido, na medida das suas possibilidades, deseja auxiliar, caso comprovado a paternidade, o percentual de 30% (trinta por cento) do salário mínimo vigente, observando-se o trinômio necessidade, possibilidade e proporcionalidade. Entretanto, o réu não aceita de maneira alguma a paternidade, porém, se não for este o entendimento do Nobre Magistrado, caso seja acolhido o pedido principal, na questão relacionada aos alimentos, estes serão devidos apenas após proferida a sentença. Essa situação provém do fato de não haver prova concreta pré-constituída da filiação, consoante entendimento ajuizado diante do Colendo Superior Tribunal de Justiça: DIREITO CIVIL – DIREITO DE FAMÍLIA – INVESTIGAÇÃO DA PATERNIDADE CUMULADA COM ALIMENTOS – TERMO INICIAL DESTES – Os alimentos só são devidos, quando postulados em cumulação com investigação da paternidade, a partir da sentença de primeiro grau. Recurso não conhecido por maioria. (STJ – 4ª T.; Rec. Esp. nº 141.793-SP; Rel. Min. Cesar Asfor Rocha; j. 29.04.1998, maioria de votos; ementa) (in Bol. AASP nº 2105 – Ementário – 03 a 09.05.99, pág. 197-e). ALIMENTOS – Pensão alimentícia – Inexistência de prova pré-constituída da paternidade – Não incidência do art. 13 da Lei 5.478/68 – Hipótese em que a verba será devida a partir da sentença, mesmo que sujeita a apelação – Aplicação do art. 520, II, do CPC – Voto vencido. Ementa Oficial: A Lei 5.478/68 (art. 13), pela sua própria teleologia, não incide nas ações em que se postulam alimentos, inexistindo prova pré-constituída da paternidade. Destarte, em não se aplicando a referida Lei, o dies a quo da incidência dos pretendidos alimentos não pode ser a data da citação, mas sim a da sentença, mesmo que sujeita a apelação (CPC, art. 520, II). (4ª T. do STJ – REsp 84.077-SP – m.v. – j. 20.02.1997 – rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira – DJU 17.03.1997, in RT 744/186). Provará o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, especialmente o depoimento pessoal da representante legal do requerente, sob pena de confissão, oitiva de testemunhas oportunamente arroladas, juntada de documentos, perícias (DNA), etc. Protesta por outras provas. III – DA JUSTIÇA GRATUITA O Requerido não pode arcar com as custas do processo, por ser pobre na forma da lei, conforme declaração anexa. Requer assim, desde já, os benefícios da Justiça Gratuita, nos termos da Lei n º. 1.060/50 e do Art. 98 do NCPC. IV - PEDIDOS Diante o exposto, sendo totalmente incerta a paternidade, requer a V. Exa.: a) O deferimento da justiça gratuita, conforme art. 98 e 99 do CPC; b) A oportunidade de, servindo-se de todos os instrumentos probatórios em direito admitidos, em especial exame de DNA, produzir prova quanto ao fato apontado; c) Tendo em vista o pleito ser resolvido através de prova pericial, o Requerido não possui interesse em audiência de conciliação; d) Provando-se que o Requerido não é o pai da Requerente seja julgado totalmente improcedente o pedido feito na inicial, sendo condenada a Requerente ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios; e) Alternativamente, sendo comprovada a paternidade, seja julgado parcialmente procedente o pedido, decotando-se o valor pleiteado de alimentos, para garantir a sobrevivência do Requerido, atribuindo-se o valor de 30% do salário mínimo vigente. Nestes termos, Pede-se e espera deferimento. Ijuí, 22 de outubro de 2019. Talita Scheunemann OAB/RS nº xxx
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