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AO JUÍZO DE DIREITO DA VARA DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA ... Processo Número: ... Autora: Rafaela; Representante: Melina; Réu: Emerson. Emerson, Nacionalidade..., Estado Civil..., Profissão..., CPF..., RG..., endereço eletrônico..., domiciliado e residente à ..., vem, mui respeitosamente, através de seu advogado constituído, mediante vossa excelência, apresentar: CONTESTAÇÃO em face da ação de alimentos, movida por Rafaela, representada por sua genitora Melina, Nacionalidade..., Estado Civil..., Profissão..., CPF..., RG..., Endereço Eletrônico..., Residente e domiciliado à..., dizendo e requerendo o que segue. I – BREVE SÍNTESE DOS FATOS ALEGADOS PELO AUTOR: Relata a peça inicial da existência de uma relação corriqueira, entre a representante e o réu, resultando no nascimento de Rafaela, menor impúbere. Ainda, ataca o genitor, afirmando que o mesmo não deu a devida atenção a sua filha, alegando ser esse o motivo da ausência do mesmo na certidão de nascimento. Por fim, restou provado, através do exame de DNA, ser Emerson o verdadeiro pai, apesar de negar a contribuição. II. DAS PRELIMINARES DE MÉRITO: • Da ausência de legitimidade: Conforme o apresentado no artigo 337 do Novo CPC, em seu inciso XI, deve o réu, antes de discutir o mérito, tratar sobre a ausência de legitimidade ou do interesse processual. Portanto, a presente ação de alimentos somente seria válida se comprovada a paternidade de Emerson quanto a Rafaela, contudo, havendo questionamentos quanto a validade do primeiro exame, não poderia estar a autora propondo a presente ação. III – DA VERDADEIRA REALIDADE DOS FATOS: A priori, convém salientar que a relação tida entre Melina e Emerson foi extremamente breve, tendo sido o réu apenas mais um dos casos os quais a representante viveu. Deste modo, fica explícito que, tendo em vista a quantidade de relações passadas pela representante da parte autora é impossível presumir por mera liberalidade que o Sr. Emerson é pai desta criança. Contudo, em um ato de boa-fé, reitero que o meu cliente foi até uma clínica de escolha da Sra. Melina, resultando em um teste de DNA questionável. Portanto, tendo em vista todo o contexto alegado, a paternidade do Sr. Emerson é ainda questionável, valendo ressaltar que meu cliente está desempregado, sendo pai solo de 3 filhos pequenos, advindos de seu último casamento. Assim, o réu possui uma renda mensal extremamente limitada, não se prestando em condições de promover os alimentos de mais uma criança. IV. DO DIREITO: a. Da invalidação da prova e necessário refazimento: É necessário se atentar aqui a forma que a prova fora produzida. Com isso, apesar de ter o requerido, de forma voluntária, realizado o teste de DNA, o mesmo ocorreu em uma clínica a escolha da requerente, de forma que poderia haver influências internas para promover a manipulação das provas. Portanto, visando obter o devido processo legal, resta necessário realizar novo teste de paternidade, exaurindo qualquer dúvida ainda presente. b. Da baixa renda do réu: De início, saliento que o artigo 1694, em seu § 1º, do código civil, assegura que a fixação dos alimentos possua como base a necessidade da parte reclamante e dos recursos do reclamado. Nesse passo, em caso de comprovada a paternidade do Sr. Emerson, deve, os alimentos, serem fixados no mínimo sustentável, de forma que não afete a existência do requerido, cabendo aqui ressaltar juntamente o artigo 1695 do código civil. Ainda, quanto a “fumaça do bom direito” alegada na inicial, o artigo 1694, diz explicitamente em seu caput que: “Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação”. Acontece que, em caso de ficar provado a falha no teste de DNA, não existirá a relação de parentesco, portanto, não existirá a obrigação de pagar os alimentos. Contudo, ressalto aqui a trágica situação econômica vivida por meu cliente, tendo o Sr. Emerson que sustentar sozinho uma casa com 3 filhos pequenos, sem ao menos possuir um emprego fixo. O termo autônomo, no presente caso, caracteriza um homem trabalhador, que busca por todos os meios possíveis levar para mesa de sua casa o pão, estando longe de uma vida luxuosa. Tido isso, o artigo 1698 entende que não havendo, o parente principal devedor, condições de suportar totalmente os encargos financeiros, cabe chamar os parentes de grau imediato. Logo, compreendido o parágrafo anterior, é cabível, em caso do exame de DNA provar-se verídico, chamar os avós da criança para suprirem essa necessidade, tendo em vista a realidade vivida pelo requerido. 0035592-13.2017.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO - 1ª Ementa Des(a). SÉRGIO NOGUEIRA DE AZEREDO - Julgamento: 07/12/2017 - DÉCIMA PRIMEIRA CÂMARA CÍVEL Agravo de Instrumento. Ação de Alimentos ajuizada em face dos avós paternos. Decisão que fixou verba alimentar provisória. Irresignação. Pensionamento arbitrado em cognição sumária com vistas a atender as necessidades básicas dos Alimentandos durante o curso da demanda, devendo prevalecer o interesse dos menores nessa incipiente fase processual. Precedentes desta Egrégia Corte Estadual. Alimentos avoengos. Caráter complementar e subsidiário. Responsabilidade configurada na falta do parente mais próximo. Quantia provisória, arbitrada em demanda de Oferta de Alimentos, que se revela insuficiente às necessidades dos infantes, sobretudo após a considerável redução proporcionada pelo desemprego do pai/devedor. Possibilidade de acionamento dos ascendentes em 2º grau. Jurisprudência consolidada do Insigne Superior Tribunal de Justiça. Importância estipulada que merece redução, de modo a equivaler à diferença entre o que pagava o genitor dos Alimentandos antes de sua dispensa e os 03 (três) salários mínimos efetivamente realizados atualmente, diante da ausência de vínculo empregatício. Litisconsórcio necessário entre avós paternos e maternos. Ampliação do polo passivo da demanda. Interpretação conferida ao art. 1.698 do CC/02. Arestos da Ínclita Corte Cidadã. Pretensão recursal que merece parcial acolhida. Conhecimento e provimento em parte do recurso, com fulcro no art. 932, VIII, do CPC c/c art. 31, VIII, 'b', do RITJERJ. Faz-se uso da jurisprudência acima, com o objetivo de observar o cabimento dos alimentos em face dos avós. V – DOS PEDIDOS: 1. Requer que seja acolhida a preliminar de ilegitimidade passiva, objetivando a extinção do presente feito sem resolução do mérito, conforme o artigo 337 do NCPC. 2. Seja negado o pedido de alimentos provisórios, tendo em vista a contestabilidade do mais recente teste de paternidade realizado. 3. Requer que seja solicitado novo teste de paternidade, devendo este ocorrer em laboratório especializado e 4. Requer que seja a demanda julgada totalmente improcedente, declarando por tanto a inexistência da obrigação de pagar pelos alimentos. 5. Requer também a Condenação da parte autora, devendo esta arcar com as custas e honorários da defesa do reclamado. Insta salientar o desejo de contestar por todos os meios de prova, destaque para a instrução das testemunhas e o teste de DNA. LOCAL E DATA ADVOGADO OAB
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