Buscar

História do Direito Grego - Resumo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Alessandra Rosa, Ketlin Brondolt 
 
O Direito Grego Antigo 
 
INTRODUÇÃO 
 
O seguinte trabalho apresenta, com base no livro Fundamentos da História 
do Direito (capítulo 4, Raquel de Souza) um breve resumo sobre a história do 
Direito Grego Antigo, desde a pólis até a formação dos primeiros tribunais. É 
deixado claro, desde o início, que a pólis usada como referência é Atenas, tanto 
pela sua importância histórica quanto pelo volume de informações que se tem 
conhecimento sobre a mesma, porém, é de suma importância frisar que o direito 
grego não é espelho do direito ateniense e vice-versa. 
 
GRÉCIA, O INÍCIO DE TUDO. 
 
Primeiramente, antes da chegada de Cristo, costuma-se dividir a história da 
Grécia nos seguintes períodos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Essa linha do tempo é imensamente relevante para o estudo do 
desenvolvimento do Direito na Grécia, pois há aspectos que somente com o 
Período Duração 
Arcaico Século VIII a.C -VI a.C 
Clássico Século V a.C – IV a.C 
Helenístico Século III a.C – II a.C 
Romano Século I a.C até 117 d.C 
tempo cronológico é possível entender o contexto. Além disso, uma das formas de 
conhecer o direito grego é estudando Atenas, que nesse momento, é a pólis mais 
importante da Grécia por ter o melhor desenvolvimento da democracia e também 
por atingir a forma mais perfeita do Direito (comparado ao que possuímos 
atualmente), porém, há uma questão importante para o pontapé inicial da 
discussão: o que é uma Pólis? 
Pólis eram cidades-estados, ou seja, possuíam autonomia para 
desenvolverem-se da melhor maneira possível, dentro do que era oferecido a 
elas. Em grande maioria, tinham os próprios poderes políticos, econômicos e 
religiosos, e dessa maneira, não é recomendado fazer uma cidade de referência 
a toda uma gama de diferentes tipos de economia, governo, leis e 
desenvolvimento social, pois, como já dito, tinham autonomia e sendo assim, 
todas eram diferentes umas das outras. 
Começando pela política, os poderes das cidades tinham um fator em 
comum que uniam todas em contramão a suas distintas características: a 
aristocracia. A aristocracia nada mais é do que a nobreza (nesse caso, as famílias 
mais ricas) ter o poder político nas mãos. Nada de democracia, nada de mérito, 
nada de candidatos. Sendo a aristocracia conceituada nisso, o poder político 
nunca saía do mesmo círculo social, ou seja, a população ficava dependendo das 
decisões dos mais poderosos. Nesse âmbito, Esparta adotava uma medida mais 
branda e chegando perto do que conhecemos como democracia. A seguir, está 
um esquema que esclarece como a política essa executada em Esparta: 
 
SISTEMA DE GOVERNO EM ESPARTA 
 
Assembleia 
Formada pelos cidadãos, que, em um 
encontro ao mês, faziam decisões 
políticas, como por exemplo, 
aprovações de leis. 
 
Gerúsia 
Formada por 28 gerontes (acima de 60 
anos) e dois reis, para elaborarem as 
leis da cidade, que seriam aprovadas 
ou não pela Assembléia. 
 Formada por cinco cidadãos que 
tinham plenos poderes militares, 
Éforos judiciais e políticos. Atuavam como 
chefes de governo. 
 
Reis 
Dois reis que tinham poderes e funções 
militares e religiosos, além de vários 
privilégios. 
 
Mas esse método de governar as pólis não teve eficácia com a chegada da 
moeda e do alfabeto, assuntos tratados daqui por diante. 
Citando a economia, de modo geral, durante a época arcaica as 
colonizações foram um dos fenômenos mais importantes para colocar os gregos 
em outros territórios e frente a frente com outros povos, estimulando o comércio e 
a indústria. Durante essa época, além das novidades do comércio, também surgiu 
entre alguns itens, dois fatores de quebra de paradigmas para a história mundial: 
o aparecimento da moeda como símbolo de riqueza e o ressurgimento do 
alfabeto. 
O surgimento da moeda (no reino da Lídia, em 7 a.C), é a responsável por 
tornar o comércio das cidades-estados e das colônias algo rentável e, podemos 
dizer de maneira mais informal, invejável por também ser um símbolo de 
acumulação de riquezas e poder (seguindo assim até hoje), dessa maneira, não é 
a toa que as pólis mais importantes detinham as maiores “economias” daquele 
tempo. Em síntese, o escambo teve uma lenta queda no gráfico (até chegar a 
Idade Média), chegando ao seu “quase” fim, na sociedade contemporânea, tudo 
graças às pequenas peças de metal com valor simbolizado. 
O ressurgimento do alfabeto é a grande razão pela qual conhecemos as leis 
gregas e podemos estudá-las nesse momento. Antes do início do período arcaico, 
os gregos utilizavam a escrita linear b (sinais gravados em cerâmicas, cada 
símbolo em referência a um objeto, animal, pessoa, ação, etc) como um alfabeto 
dentre várias escritas lineares existentes no chamado período micênico. 
In(felizmente), após o fim desse período a escrita linear foi perdida e deixou toda a 
nação grega sem um alfabeto oficial e, também, sem leis escritas. Desse modo, 
com a necessidade de garantir a ordem social e a justiça em meio às regras, leis e 
normas orais de cada pólis, os gregos buscaram alternativa de alfabeto e escrita 
oficial (durante o séc. VII a.C, período arcaico, e desta vez, um alfabeto que 
pudesse deixar o mais claro possível, através da escrita, as regras e leis daquele 
território) e de tal modo, surge o alfabeto mais utilizado no mundo atualmente, o 
alfabeto grego-latino. 
 
A LEI GREGA ESCRITA 
 
Antes de tudo, Esparta era a única exceção em relação ao uso de leis 
escritas. Os espartanos resolveram aumentar o grau de controle sobre o sistema 
de educação militar (eles eram altamente treinados para técnicas militares, em 
casos de guerras entre os povos). 
Existem diversas teorias que explicam o motivo das leis escritas terem 
surgido tão urgentemente e a mais predominante seria que, os gregos (em 
meados de séc. VII a.C, durante o surgimento do novo alfabeto) exigiram leis 
dentro dessa nova tecnologia, para garantir a justiça por parte dos governantes. 
Segundo Cristopher Carey, em seu livro Julgamentos da Atenas Clássica, isso foi 
uma forma de tirar o conteúdo das leis daquele grupo restrito e colocá-las em 
público, para o conhecimento geral. 
Em contrapartida, não há evidências de que as leis estivessem apenas em 
poder de determinado grupo social, isso é evidenciado na queixa de Hesíodo, que 
falava sobre a forma de como os governantes aplicavam as leis e não como eles 
tinham poder absoluto sobre elas. Seguindo esse raciocínio, quando os 
legisladores surgiram, agora com a lei escrita como ferramenta, eles mudaram o 
processo das leis, chegando a categorizar algumas e adicionar certas 
penalidades, mas não as modificaram por completo, isso abre caminho para a fala 
de Michael Gagarin, que argumentava que as leis escritas não colocaram em 
dúvida ou restrição o poder dos governantes, e ao contrário do que se pensa, o 
poder político absoluto continuou consolidado (as primeiras leis tinham essências 
aristocráticas). 
Mas apesar de todas as faces do objetivo de ter uma lei escrita e pública, os 
historiadores admitem que tudo isso deu poder para a cidade sobre o povo, pois 
os letrados eram pessoas que possuíam condições de se tornarem especialistas 
letrados e, logo após o surgimento dos legisladores (que criaram e codificaram leis 
para o público), a escrita mudou de lado e se tornou um poder do povo. 
O DIREITO GREGO 
 
O novo olhar de como desenvolver a sociedade através da economia e 
comunicação, trouxe aos gregos a revolução política que mudaria a história do 
mundo: depois da moeda, do novo alfabeto e das leis escritas, vieram os 
legisladores, os responsáveis por criarem os primeiros códigos de leis. Porém, é 
preciso um pouco mais de informação antes de partir para os principais nomes do 
início do Direito Grego. 
Os gregos não elaboraram tratados sobre o Direito, limitando-se apenas em 
legislar e administrar a justiça dentro das cidades, que antes erafeita pelos 
membros das famílias de vítimas (buscavam e matavam o culpado). Junto com a 
legislação, veio também a classificação das leis, categorizadas em crime 
(incluindo tort – dano a outro, seja pessoa ou propriedade), família, pública e 
processual. As leis dentro dessas categorias são as seguintes: 
 
CATEGORIAS QUAIS LEIS ESTÃO INCLUÍDAS 
 
 
Crimes (incluindo tort) 
Drácon: Homicídio (voluntário, 
involuntário e legítima defesa); 
Zaleuco: penalidade para ofensas; 
Carondas: penalidade para assaltos; 
Sólon: penalidades específicas para 
roubo, difamação, calúnia e multa por 
estupro. 
 
Família 
Leis sobre casamento, sucessão, herança, 
adoção, legitimidade de filhos, escravos, 
cidadania, comportamento de mulheres. 
em público, etc. 
 
Público 
Regulamento de deveres e atividades 
religiosas, econômicas, de finanças 
vendas, aluguéis, dívidas, etc. 
Processual Trata-se dos meios e métodos pelo qual 
o processo deve agir. 
 
Outro aspecto do Direito Grego é a distinção entre lei substantiva e lei 
processual. A primeira é basicamente sobre o fim que a administração da justiça 
busca (o objetivo, sendo mais claro), enquanto a segunda trata das formas e dos 
instrumentos pelo qual o fim (o objetivo) deve ser atingido. A importância da parte 
processual do Direito para os gregos era consideravelmente prioritária, e pode-se 
confirmar isso em A Constituição de Atenas, escrita por Aristóteles: 
 
Ao que parece estas três constituem as medidas mais populares do regime de Sólon: 
primeiro, e a mais importante, a proibição de se dar empréstimos incidindo sobre as pessoas; em 
seguida, a possibilidade, a quem de dispusesse, de reclamar reparação pelos injustiçados; e 
terceiro, o Direito de apelo aos tribunais, disposição esta referida como a que mais fortaleceu a 
multidão, pois quando o povo se assenhoreia dos votos, assenhoreia-se do governo. 
 
Essas são as medidas adotadas por Sólon, um dos nomes mais importantes 
para o legislativo grego, nessa declaração de Aristóteles as duas últimas medidas 
eram leis processuais, enquanto a primeira era uma lei pública (incluía lei 
econômica e social). 
Apresentadas as maneiras de como as leis eram classificadas e também 
como a parte processual era muito importante para o Direito Grego (mais 
especificamente, ateniense), é dado o instante em que se deve apresentar os 
nomes mais importantes para a legislação grega: 
• Zaleuco de Locros (VII a.C): o primeiro legislador que se tem 
conhecimento, a ele é creditado o primeiro código de leis e também a 
fixação de penas determinadas para cada tipo de crime (este último sendo 
dito por Éforo e Diodoro), todas as suas leis foram escritas no sul da Itália. 
• Drácon (séc.VII a.C): legislador ateniense, que ofereceu à Atenas o 
primeiro código de leis do local, e também, com a reforma de Sólon, 
conseguiu manter as leis relativas ao homicídio conhecidas até hoje 
(diferenciando elas em homicídio voluntário, involuntário e legítima defesa), 
graças a uma inscrição em pedra. 
• Sólon (séc. VI a.C): legislador ateniense, que além de ter reformado e 
ajudado a manter as leis de Drácon conhecidas, procedeu uma reforma 
institucional, social e econômica na pólis grega, sendo elas: 
1. Reorganização da agricultura, incentivando a cultura da oliveira e 
da vinha; 
2. Incentivo a exportação de azeites; 
3. Medidas que obrigavam os pais a ensinarem um ofício aos filhos, 
caso contrário, eles não eram obrigados a cuidarem dos pais 
quando esses estivessem mais velhos; 
4. Eliminação de hipotecas por dívidas, além de libertação dos 
escravos pelas mesmas; 
5. Divisão da sociedade em classes societárias; 
6. Atração de estrangeiros, com a oferta de concessão de cidadania; 
7. Formação do Conselho (Boulê). 
• Menção honrosa para Carondas, de Catânia e Licurgo, de Esparta. 
 
AS INSTITUIÇÕES GREGAS 
Sobretudo, para entender como funcionavam os tribunais e as leis na prática 
é importante ter uma noção do papel das instituições gregas no meio processual. 
Com as leis escritas e a moeda, o povo acabou ganhando poder aos poucos até 
chegar no momento em que a aristocracia não era mais bem vista como uma 
forma de governo, desse modo, em 594 a.C, surge a democracia. 
É muito importante lembrar que está sendo considerada a democracia e as 
instituições em Atenas e mesmo que levasse, naquela época, o status de 
“governo do povo” os únicos que realmente podiam participar disso eram os filhos 
homens de pai e mãe atenienses livres, esses eram considerados cidadãos, 
então podiam participar das decisões políticas. Mulheres, estrangeiros e escravos 
não tinham direito de manifestar opinião. 
Primeiros esclarecimentos dados, agora é a hora de categorizar e explicar 
cada instituição grega: 
ASSEMBLEIA 
 
 
 
 
• Delibera; 
• Decide; 
• Elege e Julga 
 
A Assembleia era o órgão de maior 
autoridade, com atribuições legislativas, 
executivas e judiciárias. Dentre os 40 mil 
cidadãos (entre 300 mil habitantes), 
apenas 6 mil participavam ativamente das 
decisões políticas feitas em praça pública. 
Porém, a atividade na Assembleia também 
encontrava dificuldades, já que nem todos 
podiam preparar textos e decretos para 
discussão e votação, além da incerteza de 
que os projetos aprovados realmente 
seriam executados da maneira 
apresentada. 
 
CONSELHO 
 
 
• Examina; 
• Prepara as leis; 
• Delibera. 
 
O Conselho era composto por 500 cidadãos (50 para 
cada tribo), acima dos 30 anos e escolhidos através de 
candidaturas prévias, o Conselho era renovado a cada 
ano. As atividades dentro do Conselho eram dentro de 
um ano todo e também eram pagas (atenienses de 
pouca renda não costumavam participar). Como a 
Assembleia era tomada por atividades de dedicação 
total, o Conselho surge como um parlamento e 
desafoga as pendências deixadas pela supracitada. 
Suas principais funções eram preparar os projetos aprovados, controlar os 
tesoureiros, realizar a prestação de contas dos magistrados, receber embaixadores, 
investigar acusações, examinar futuros conselheiros e futuros magistrados. 
O Conselho tinha um “comitê diretor” chamado de prítanes. Os 500 conselheiros 
eram divididos em 10 grupos de 50 pessoas e cada grupo exercia a pritania durante um 
décimo do ano. O presidente de cada grupo era chamado de epistatês e o sorteio era 
diário e cada pessoa exercia uma única vez. Durante o exercício, atuava como 
presidente do Conselho e da Assembleia, além de se tornar o guardião das chaves dos 
templos. 
 
 
 
ESTRATEGOS 
 
 
 
 
 
Eleitos em dez pessoas pela Assembleia, 
os estrategos foram instituídos em 501 a.C, 
podendo ser reeleitos inúmeras vezes, mas 
devendo prestar contas ao final da 
atividade. Para tornar-se um estratego, o 
cidadão deveria atender a alguns 
• Administram a guerra; 
• Distribuem os impostos; 
• Dirigem a polícia 
requisitos: ser casado legitimamente e 
possui alguma propriedade de renda, pois 
a atividade como não era remunerada. 
Algumas das funções de estratego eram: 
comando do exército, distribuição do 
imposto de guerra, dirigir a polícia de 
Atenas e defesa nacional, além de poder 
convocar assembléias, assistir a sessões 
secretas do Conselho, ser embaixador 
oficial no exterior e negociador de tratados. 
 
MAGISTRADOS 
 
 
 
 
 
 
• Instruem os processos; 
• Ocupam-se dos cultos; 
• Exercem as funções principais 
 
Os magistrados eram sorteados entre 
os candidatos eleitos, e não podiam ser 
reeleitos durante a renovação anual. 
Existiam vários tipos de magistraturas, 
com dez pessoas em cada categoria, o 
magistrado mais importante era dos 
arcontes. Dentro dos arcontes, havia o 
basileu (arconte rei) e tinha apenas 
funções religiosas e presidia os 
tribunais do Areópago, o arconte 
polemarco era responsável pelas 
cerimônias fúnebres após os combates, 
seis arcontes eram presidentes de 
tribunais, e a partir do quartoséculo 
passaram a revisar e coordenar 
anualmente as leis, o último arconte era 
o secretário. 
Os magistrados secundários exerciam 
execução de sentenças de morte, 
inspeção de mercados e sistemas de 
água e atividades relacionadas com a 
administração municipal. 
 
Em síntese, após saber a função de cada órgão do governo ateniense, fica 
mais claro entender como a justiça e os tribunais funcionavam, pois isso dependia 
de quase todas as instituições da pólis. 
 
A JUSTIÇA, OS TRIBUNAIS E A RETÓRICA 
A administração da justiça em Atenas era rotina para a maioria das instituições. 
Os julgamentos eram feitos em tribunais para o júri popular. Não havia advogados, 
nem juízes e nem promotores. Por este motivo, para o melhor entendimento de 
como funcionavam os tribunais e como a retórica era utilizada, em sequência 
estará exposto um esquema/resumo sobre todo esse processo de justiça e direito. 
• Justiça Criminal: O Tribunal de Areópago, o tribunal mais antigo 
de Atenas, a partir do quarto século, passou a responsável por 
encaminhar os casos de crimes (homicídios involuntários e de 
legítima defesa e envenenamentos) para o Tribunal de Éfetas, que 
residia mais quatro tribunais especiais: Prítaneu, Paládio, Delfínio e 
Freátis. 
• Justiça Civil: A Heliaia era o tribunal popular de Atenas, que julgava 
tanto causas públicas quanto privadas - as causas públicas eram 
iniciadas por qualquer cidadão que se considerasse prejudicado pelo 
Estado, as causas privadas geravam um debate jurídico entre 
litigantes, e somente uma das partes envolvidas podiam dar início ao 
processo - através dos heliastas (membros da Heliaia) que eram 
sorteados anualmente para 6 mil vagas entre os cidadãos. 
 Os heliastas, quando passavam a compor o júri, eram chamados de 
dekastas. O julgamento era aberto com o discurso de cada litigante 
– um litigante nada mais era do que uma das partes do processo, ou 
às vezes, um representante – apresentando o caso ao jurado, sendo 
suportado por testemunhas e interrupções para apresentação de 
evidências, seu objetivo era convencer o maior número possível de 
jurados através do discurso forense. Na medida em que, os litigantes 
necessitavam de discursos mais complexos e aceitáveis, o trabalho 
do logógrafo surgiu como um esboço para a futura profissão de 
advogado, uma vez que, para conseguir persuadir o júri por meio do 
discurso, o logógrafo precisava ter conhecimentos consideráveis em 
leis e processos, além de ter a força para expressar a verdade e a 
conveniência através dos argumentos que deveriam ser 
apresentados apenas uma vez no tribunal. Se fosse o suficiente para 
ganhar o julgamento, logo após as apresentações os jurados faziam 
a votação e a escolha da maioria vencia. 
Em resumo, o julgamento (dentro de fora dos tribunais) funcionava 
da seguinte maneira: 
Uma das partes vai ao tribunal para começar um caso > Logo após, 
procura por um logógrafo para escrever o discurso por ela e também 
chama por amigos e familiares para serem testemunhas > Os 
jurados são escolhidos > O julgamento acontece > Quem teve a 
melhor persuasão e retórica (escrito por si ou por logógrafo), tem 
mais chances de ganhar o julgamento > Os jurados votam e a 
maioria vence. 
 
CONCLUSÕES FINAIS 
Diante disso, é evidente a importância do Direito Grego/Ateniense para a 
história do Direito no mundo todo. Essa civilização mudou o próprio destino, 
revolucionando a maneira de pensar, agir e cooperar através de ferramentas que 
os fizeram uma nação lendária por sua contribuição ao mundo. É árduo pensar 
nas questões sociais, econômicas e políticas sem levar o pensamento ao berço da 
civilização, onde essas mesmas questões já eram discutidas. 
De maneira análoga, importante lembrar dos logógrafos que foram os 
primeiros a trabalharem com a persuasão e convencimento, algo indispensável em 
qualquer advogado. Com a ausência da retórica e persuasão, os julgamentos 
seriam meras vitrines de casos polêmicos para o júri, e se fossem cultivados 
assim, fazer justiça ao longo dos séculos faria a menor lógica. 
 
 
 
Escrito por Ketlin Brondolt 
Pesquisado por Alessandra Rosa

Continue navegando