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Prof. Carlos Castro Clínica Kìnesis – Fisioterapia, Educação e Saúde Workshop para Estudantes de Fisioterapia 1 1.Anamnese.Ivan Barros.2004.bom.pdf 1.Anamnese.Ivan Barros.2004.bom.pdf 1.Anamnese.Ivan Barros.2004.bom.pdf Programa 1. O processo da fisioterapia: da admissão à alta 2. Acolhimento do paciente: o que é cuidar em saúde? 3. CID e CIF 4. Anamnese: a entrevista inicial (queixa principal, história atual e pregressa, hábitos, histórico familiar e psicossocial) Como tratar os resultados da avaliação subjetiva? 5. Caracteres propedêuticos básicos dos sinais e sintomas e os exames complementares 6. Avaliação objetiva em fisioterapia: um processo contínuo 7. Em busca de um diagnóstico cinesiológico funcional 8. Exame físico e planejamento da fisioterapia em função da avaliação inicial: Principais queixas, problemas e objetivos de tratamento: dor, necessidade de reparação de tecidos e disfunções motoras 9. Plano de tratamento: objetivos, modalidades terapêuticas, planejamento da cinesioterapia e da terapia manual 10. Avaliação do movimento: cinesiopatologia e patocinesiologia 11. O prontuário do paciente: documentação das intervenções 12. Critérios de alta 13. Discussão de caso clínico 2 O Processo da Fisioterapia Guide to Physical Therapy Practice. Phys Ther. 1997;77:1163-1650 1. Admissão / Consulta 2. Diagnóstico 3. Prognóstico 5. Intervenção 4. Prescrição 6. Alta 3 2.Guidelines to Physical Therapist Practice (APTA).pdf 2.Guidelines to Physical Therapist Practice (APTA).pdf 4 5 6 Exemplo: Ingresso do Usuário na USE - UFSCar • É feito de maneira específica para procedimentos em Fisioterapia: • O usuário comparece à Unidade com encaminhamento médico da Rede Municipal de Saúde (RAS). • Sua inscrição é realizada pela equipe da Recepção em uma das áreas de Fisioterapia, por meio do diagnóstico médico (CID). • As especialidades da Fisioterapia atendidas na USE são: • Respiratória, Cardiovascular, Ortopedia, Reumatologia, Pediatria, Neurologia, Uro-Ginecologia, Geriatria e “Fisioterapia Geral” (Ortopedia 2 - Quadros Crônicos). 7 PROPOSTA DE MELHORIAS NO PROCESSO DE ACOLHIMENTO UNIDADE SAÚDE ESCOLA/UFSCAR Equipe: Allan Gustavo Brigola Ana Caroline M Rueda Juliana Bertin Teixeira Prof. Dr. Celeste Jose Zanon 8 Acolhimento (equipe treinada) Se insere em alguma Linha/Ação da USE? Triagem da Linha/ Ação que se insere Encaminhamento Interno Inscrição no Banco de Dados Contra-referência para Rede Usuário Novo Vem da RMS NÃO SIM NÃO SIM Registro de Dados Pessoais (recepção) Fluxograma Proposto (Atual) 9 A equipe de acolhimento deve conhecer as Linhas de Cuidado (USE 2013-2015) 1. Cardiorrespiratória e Doenças Metabólicas 2. Criança e Adolescente 3. Neurologia 4. Geriatria / Gerontologia 5. Uroginecologia 6. Práticas Integrativas e Complementares 7. Saúde Mental 8. Musculoesquelético (Fisio Geral) 10 1. Admissão / Consulta 11 Ingresso do Usuário na USE • A USE atende exclusivamente pacientes do SUS e recebe repasse de recursos de acordo com os procedimentos realizados. • A produtividade da USE é computada pelas guias SADT* (no caso dos atendimentos em fisioterapia) • Por isso é imprescindível solicitar ao usuário que traga a SADT. *SADT: GUIA DE SERVIÇO AUXILIAR DE DIAGNÓSTICO E TERAPIA 12 13 http://sigtap.datasus.gov.br/tabela-unificada/app/sec/procedimento/exibir/0302050027/11/2017 14 http://sigtap.datasus.gov.br/tabela-unificada/app/sec/procedimento/exibir/0302050027/11/2017 Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde CID-10 • Padroniza e cataloga as doenças e problemas relacionados à saúde, tendo como referência a Nomenclatura Internacional de Doenças, estabelecida pela OMS. • Sua implementação para disseminação eletrônica foi efetuada pelo DATASUS, possibilitando a implantação em todo o território nacional, nos registros de Morbidade Hospitalar e Ambulatorial, compatibilizando estes registros entre todos os sistemas que lidam com morbidade. Benefícios • Permite que programas e sistemas possam referenciar, de forma padronizada, as classificações; • Auxilia a busca de informação diagnóstica para finalidades gerais. 15 CID-10: Origens e Evolução • Primeira publicação: Classificação de Causas de Morte, 1893. • Revisões Periódicas (proposta a cada 10 anos) • Grande mudança - em 1948, OMS • (International Statistical Classification of Diseases , Injuries and Causes of Death ) CID-6. • Atualmente em vigor a 10a revisão: • http://www.cid10.com.br/ • CID-11: revisão proposta em 2015, prevista para 2018. 16 http://www.cid10.com.br/ CID-10: Evolução Versão Ano No Códigos CID 1893 161 CID-1 1900 179 CID-2 1909 189 CID-3 1920 200 CID-4 1929 200 CID-5 1938 200 CID-6 1948 952 CID-7 1955 952 CID-8 1965 1040 CID-9 1975 6701 CID-10 CID - 11 1990 2017 12420 17 18 https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5702:oms-divulga- nova-classificacao-internacional-de-doencas-cid-11&Itemid=875 https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5702:oms-divulga-nova-classificacao-internacional-de-doencas-cid-11&Itemid=875 19 https://icd.who.int/ https://icd.who.int/ Anexo: [cid10.hlp] instala CID. PS: na rede há uma versão para Android 20 4.cid10hlp.exe 21 Começando a traduzir a CID • SINTOMA: sensação subjetiva anormal sentida pelo paciente e não visualizada pelo terapeuta (dor, má digestão, tontura). • SINAL: dado objetivo que pode ser notado pelo terapeuta mediante a inspeção, palpação, percussão, ausculta ou evidenciado por meios subsidiários (cianose, edema, hipotrofia, diminuição de força, limitação de ADM). • SINTOMA – SINAL: sensações subjetivas para o paciente e constatadas objetivamente pelo examinador (dispnéia, tosse, febre) • SÍNDROME*: conjunto de sinais e sintomas que ocorrem associadamente e que podem ser determinados por várias causas ou conformar um quadro clínico único (fibromialgia). 22 SÍNDROME DE FIBROMIALGIA - SFM QUADRO CLÍNICO: • Queixa de dor difusa e simétirca nos 4 quadrantes do corpo, a partir da lombar referida nos ossos, articulações, músculo e tendões. • Sem queixa de dor espontânea, não se pode diagnosticar SFM • Distúrbios do sono – 80% dos casos - sono não reparador - apneia - pernas inquietas - insônia inicial - intrusão de ondas alfa de vigília no traçado de ondas delta durante o sono profundo – padrão alfa-delta • Fadiga (80% dos casos) • Alterações do humor (depressão / ansiedade / irritabilidade) 23 • Dor musculoesquelética localizada ou regional (18 pontos) • Rigidez matinal muscular e articular • Parestesias (sem padrão neuropático característico) • Sensação subjetiva de inchaço de extremidades • Fenômeno de Raynaud (acrocianose) • Boca e olhos secos (síndrome de Sjögren) • Tonturas e Palpitações • Precordialgia atípica • Alterações cognitivas • (dificuldade de concentração, atenção e memória) SÍNDROME DE FIBROMIALGIA - SFM 24 f-RNM comparando a atividade cerebral de uma pessoa normal com um paciente fibromiálgico. Ambos foram submetidos a um estímulo de pressão mecânica de 4Kg, capaz de provocar dor ENTENDENDO A DOR PERSISTENTE Prof. Carlos Castro – São Carlos Educação de Pacientes em Neurociências da Dor Exercício – Caso Clínico 1 • Consulte o Diagnóstico Médico do CID-10 - G12.1 • Responda: • É possível programar a fisioterapia somente a partir da CID? • Qual a principal serventia da CID para a avaliação em fisioterapia? Onde buscar o CID-10 http://www.cid10.com.br/ Para Android https://play.google.com/store/apps/details?id=br.com.doctordroid.CID10&hl=pt_BR Para iOS https://itunes.apple.com/br/app/cid-10-pro/id403600629?mt=8 27 http://www.cid10.com.br/ https://play.google.com/store/apps/details?id=br.com.doctordroid.CID10&hl=pt_BR https://itunes.apple.com/br/app/cid-10-pro/id403600629?mt=8 Veja Caso Clínico 1 - Anexo 28 2. Diagnóstico29 CIF: a mais completa tradução da CID 30 Classificação Internacional da Funcionalidade (CIF) GUIA DO PRINCIPIANTE Para uma linguagem comum de funcionalidade, incapacidade e saúde CIF. Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde Publicado pela Organização Mundial de Saúde em 2002 sob o título: “Beginner’s Guide – Towards a Common Language for Functioning, Disability and Health – ICF” © Organização Mundial de Saúde 2002 31 Da CID à CIF • 1893 : Classificação de causas de morte • 1946 : CID / Classificação de doenças • 1980 : ICIDH-CIDID / Classificação de incapacidades como consequências de doenças • 2001 : CIF / Classificação de Funcionalidade 32 ICIDH 1980. Classificação de incapacidades como consequências de doenças Deficiências Impairments Doença ou Distúrbio Incapacidades Disabilities Desvantagens Handicaps Deficiência (exteriorização do estado patológico): perda de substância ou alteração do órgão/sistema – a manifestação clínica é acessível ao exame físico. Incapacidade (expressão funcional das deficiências): resultado da deficiência – a expressão funcional das dificuldades que o paciente tem para se movimentar, executar gestos ou utilizar normalmente as suas funções. Pode ser mensurado. Invalidez (Desvantagem) Repercussões psicossociais e socioeconômicas da relação entre o paciente e o seu modo de vida. CID 33 34 35 36 37 38 39 40 41 C IF C IF 42 CIF: CORE SETS M. Avellaneta, M. Selbb, G. Stuckib, A. Cieza EDITORIAL Utility of using the ICF Core Sets in clinical practice Rehabilitación (Madr). 2015;49(4):197-201 43 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS DEPARTAMENTO DE MEDICINA Curso de Especialização em Gestão do Cuidado em Saúde Avaliação da dor crônica baseada nos core sets da Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF): Estudo preliminar sobre as condições de implantação na Unidade Saúde-Escola - Universidade Federal de São Carlos. Carlos Eduardo dos Santos Castro Orientador: Prof. Fábio Urbini Carnevalli. Coordenador do Curso: Prof. Dr. Giovanni Gurgel Aciole Março de 2013 44 Os Instrumentos Comuns Entrevista Inicial da USE (EI-USE); “Mapa da Dor” (Map-Dor); Inventário de Atitudes frente à Dor Crônica-versão breve (IAD-breve)*; Avaliação Goniométrica e Testes de Força Muscular (Gon-Força); Teste da caminhada de 6 minutos (TC6). Fibromialgia Questionário do Impacto da Fibromialgia Revisado (FIQ-R) Artrite Reumatoide Questionário do Impacto dos Sintomas Revisado (SIQ-R) Osteoartrite Avaliação da Incapacidade do Braço-Ombro- Mão (QuickDASH) e Western Ontario and McMaster Universities (WOMAC) Lombalgia Questionário de Incapacidade Roland-Morris (QIRM) Dos 30 itens do core set CIF das SDC musculoesqueléticas, só dois deles ficaram faltando: os itens (D660) Ajudar os outros e (E450) Atitudes individuais de profissionais de saúde.45 Core Sets - Dor Musculoesquelética Exemplos: Estrutura e Função b152 Funções emocionais: funções mentais específicas relacionadas com o sentimento e o componente afetivo dos processos mentais. Inclui: (afeto, tristeza, felicidade, amor, medo, raiva, ódio, tensão, ansiedade, alegria, pesar; labilidade emocional, apatia afetiva). s770 Estruturas musculoesqueléticas relacionadas com o movimento: (ossos, articulações, músculos, ligamentos extra articulares, fascias, aponeuroses, retinaculos, outras especificadas.) d640 Realizar tarefas domésticas: por exemplo, varrer, passar o chão com o pano (ou a esfregão), lavar mesas, paredes e outras superfícies; recolher e remover o lixo doméstico; arrumar quartos, armários e gavetas; recolher, lavar, secar, dobrar e passar roupa a ferro. e410 Atitudes individuais de membros da família próxima: opiniões e crenças de membros familiares próximos sobre a pessoa ou sobre outras questões que influenciam o comportamento e as ações individuais. Exemplos: Atividade e Participação; Fatores Ambientais 46 47 As aparências para a mente são de 4 tipos: - As coisas ou são o que parecem ser; ou não são, nem parecem ser; ou são e não parecem ser; ou não são, mas parecem ser. Posicionar-se corretamente frente a todos esses casos é a tarefa do homem sábio. (Epictetus, Século II d.C.) In Fletcher et al, Epidemiologia Clínica, Artes Médicas, 3. Ed. Porto Alegre: 1996 48 A Entrevista Inicial - O Encontro - O que é cuidar em saúde? 49 Consulta / Anamnese Num Modelo Biopsicossocial 50 51 52 53 54 A Entrevista Inicial 1. Da USE 2. Da Fisioterapia O “ENCONTRO” 55 Questão prévia: O que é “cuidar” em saúde? “Cuidado à Saúde” é aquilo que se estabelece numa relação assimétrica entre duas pessoas (o Encontro), onde, uma delas (o paciente), em situação de doença (patologia, agravo, enfermidade, falta, necessidade, sofrimento, dependência, vulnerabilidade, risco), transforma seu sofrer em uma demanda (desejo, necessidade, direito) que somente pode ser satisfeita por alguém externo a ela, socialmente determinado e legitimado (o terapeuta) (Cruz 2009, Spink 2007). 56 O Cuidado em Saúde é de natureza intersubjetiva e relacional, mediado por uma queixa, marcado por práticas técnicas e científicas e inserido num contexto sociopolítico. 57 A intersubjetividade mediada pela queixa Paciente Representação Imagem Alteridade Terapeuta Queixa Veridicção Informação Argumentação Atestado Verificação 58 6.Castro.1999.Queixa_Dor.doc O que é cuidar em saúde? • POSSIBILIDADE DE UM CUIDAR DIFERENTE: deslocar o objeto “doença” para o objeto “saúde” dos indivíduos e populações e inserir, neste cuidar, a humanização da atenção e do cuidado à saúde como política, para contribuir com a felicidade humana, que atenda aquilo que as pessoas querem e acham que deve ser a saúde e atenção à saúde. • O CUIDADO EM SAÚDE PODE VIR A SER a humanização do ato assistencial, diferente daquele tipo de cuidar que, por razões diversas, não visa essa ampliação para além da terapêutica e da aplicação das tecnociências da saúde. • O TERAPEUTA É aquele que, além de empregar seus conhecimentos técnicos, se dispõe a si mesmo como instrumento de ajuda ao outro, participa ativamente de relações intersubjetivas com aqueles que estão sob seus cuidados e é ator das transformações sociopolíticas necessárias a este processo. 59 60 Nada é mais importante que o ENCONTRO: É no encontro entre o terapeuta e o paciente que acontece o cuidado. É na micropolítica do Encontro que se materializa a Macropolítica da Humanização e do Acolhimento do SUS. 61 7.Acolhimento com Classificação de Risco..pdf Acolhimento é uma ação técnico-assistencial que supõe uma mudança na relação entre o usuário e o profissional, colocando o primeiro como participante ativo no processo de produção de saúde. Acolhimento tem a ver com o vínculo entre o usuário e o serviço de saúde, com a resolubilidade do atendimento e com a adequação do serviço às necessidades dos usuários. Acolhimento implica numa relação cidadã e humanizada de escuta qualificada. Escuta Qualificada implica em análise e encaminhamento dos problemas apresentados. 62 A Entrevista Inicial da USE Objetivos: 1. Conhecer o usuário que ingressa na Unidade, através do levantamento de necessidades e dificuldades de cunho psicossocial para, a partir disso, ingressar nos programas e ações desenvolvidas pela USE. 2. Gerar dados que permitam levantar o perfil psicossocial do usuário da Unidade e dados para pesquisa. • A Entrevista Inicial: • é realizada por profissionais ou alunos capacitados para esta finalidade. • Deve ser consultada por todos os envolvidos com o usuário porque oferece um detalhamento de seu histórico de saúde e socioeconômico, fundamentais para a atenção integral à saúde. 63 A Entrevista Inicial da Fisioterapia Primeiro contato com o paciente. • Ter em mãos: Inscrição na USE, a FAA, a Ficha de Acolhimento, o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, a Guia SDAT ou o pedido de fisioterapiafeito pelo médico. Objetivos: • Definir se é o caso de fazer fisioterapia, se é caso para a área de Fisioterapia Geral e com qual prioridade. • Coletar informações necessárias para esclarecer as causas do problema e avaliar o grau de incapacidade cinético funcional; • Permitir programar o tratamento; por isso, deve ser bem detalhada e completa. 64 Espera Chamada Cumprimento Pergunta inicial Tom de voz Licença / Consentimento Necessidades individuais Interrupções Atenção Nome pessoal Apresentação RESPEITO ENTREVISTA INICIAL 65 Postura Vestes 66 SUCESSO DE UMA AVALIAÇÃO INICIAL • Depende: 1. Da qualidade do Encontro entre o terapeuta e o paciente; 2. De que o terapeuta não se envolva somente com o problema atual, mas com o paciente como um todo (físico e psicossocial) passado e presente. • Aplicar um modelo abrangente de avaliação, com três funções básicas: • Estabelecer uma boa relação terapeuta-paciente • Coletar os dados necessários • Responder aos anseios do paciente 67 Dados do Paciente • Nome: • Número do Prontuário USE: • Idade e Data de Nascimento: • Gênero: (Nadir, Darcy, Evanir) • Estado civil: • Profissão: se aposentado, qual profissão exerceu • Endereço: • Telefones de contato: • e-mail: 68 Dados do Paciente • Encaminhado por: • Médico de referência: tel., se possível • UBS ou USF: referência e contrarreferência • Diagnóstico médico: SADT • CID: ver na SADT • Ou HIPÓTESE DIAGNÓSTICA • Dias e Horários de Atendimento: • Paciente na Ft-Geral da USE desde: 69 ANAMNESE CLÍNICA Visa conhecer o paciente e seus problemas. Objetivo:: reconstituição dos fatos que direta ou indiretamente estão relacionados com uma situação anormal presente na vida do indivíduo. Consta de: Queixa Principal (QP) História da Moléstia Atual (HMA) História Pregressa (HP) Histórico familiar e psicossocial Do grego “anamnesis”, recordação ou memorização (dos sinais e sintomas). 70 Princípios Básicos para Obtenção da Anamnese Motivação para ouvir o paciente . Ter consciência da importância da anamnese . Ter interesse genuíno pelo paciente • Evitar interrupções e distrações • Dispor de tempo para ouvir o paciente • Não desvalorizar precocemente nenhuma informação Não demonstrar sentimentos desfavoráveis (impaciência - irritação - desprezo) 71 A N A M N E S E : Condução e Elaboração Condução: • Livre e espontânea: • anamnese passiva • Dirigida: • anamnese ativa Elaboração: • Uma boa anamnese exige análise crítica do entrevistador para estabelecer o significado das expressões usadas pelo paciente, buscando coerência entre os dados obtidos e considerando as interpretações dadas pelo paciente. 72 Qual é o seu problema? * O que o trouxe aqui? Usar as PALAVRAS DO PACIENTE (sic) Queixa Principal (QP) ou Queixa e Duração (QD): motivo da procura pelo atendimento. Há quanto tempo sente o problema? Explicitar o motivo (lombalgia) e eventualmente o tempo (há um mês) da queixa, o qual deve constar também do HMA. Deve ser breve, expressa em uma linha ou frase ex: dor nas costas há um mês Nem sempre é simples ou fácil se obter: só a prática vai nos dar segurança para identificá-la. *Não aceitar diagnósticos como queixa principal Queixa Principal e Duração da Queixa 73 (sic) Rev Assoc Med Bras 2012 58(1):8-9. • Tem-se ensinado que significa “segundo informações colhidas” ou “segundo informações do cliente”. Nestes sentidos, tudo é (sic) numa QP. • Na HMA é usado somente para deixar claro que a frase não é do redator (do terapeuta). Normalmente indica uma opinião do paciente, transcrita no modo exato como a frase foi pronunciada, inclusive com erros gramaticais e/ou de conteúdo absurdo. • Colocar “Aspas” na frase substitui bem o (sic). • Na verdade, o "SIC" está associado à contração de um termo do latim, o "sicut", que significa "assim como é, exatamente desta forma. 74 História da Moléstia Atual (HMA) Detalhar o problema: • Há quanto tempo aconteceu o quê? • O que já foi feito e com quais resultados? • Relatar numa linha do tempo. • Estado atual do problema: • Melhor? Pior? Igual? Caracteres propedêuticos dos sinais e sintomas [capazes de levar ao diagnóstico cinético-funcional] USAR SEMPRE TERMOS TÉCNICOS 75 Caracteres propedêuticos básicos dos sinais e sintomas • Início • Localização • Qualidade ou caráter • Intensidade • Evolução • Fatores desencadeantes • Fatores de melhora • Fatores de piora • Fatores concomitantes Pense em dor... Anexo: Avaliação Biomecânica Funcional da Dor Crônica Musculoesquelética 76 9.Avaliação Biomecânica Funcional da Dor Crônica Musculoesquelética.pdf 9.Avaliação Biomecânica Funcional da Dor Crônica Musculoesquelética.pdf Paciente Representação Imagem Alteridade Terapeuta Queixa Veridicção Informação Argumentação Atestado Verificação Castro, Carlos E S. A formulação linguística da dor. Revista DOR 2001; 3:14-22. 77 Veridicção e Verificação Primeiro, ACREDITAR Depois, INVESTIGAR 78 Exemplos de como não escrever a HMA • MINIMALISTAS: “em julho de 2009, sofreu um acidente de moto e caiu de um pontilhão. Fraturou o cotovelo e a perna. Primeiramente fez amputação do pé e depois precisou amputar o terço médio da perna E.” - “Quando o paciente tinha um ano e seis meses a mãe percebeu que ele andava um pouco e caia, porém o médico pediatra afirmou ser normal”. • MALDITA PRESSÃO: “No ano passado, o paciente estava se sentindo mal e foi ao médico. Pressão a 280x190 (sic). Como resultado, apresentou necrose das pernas (primeiro na direita, depois na esquerda) e a solução foi a amputação”. • CORAÇÃO BANDIDO: “Em 11/2008, sentia dores no coração”... • RNM PODEROSA: “tinha muita dor nos braços, fez ressonância magnética com a qual foi diagnosticada fibromialgia (SIC). 79 Exemplos de como não escrever a HMA • GRANDES GAPS: “Há 1 ano caiu da escada durante uma festa (em Minas Gerais, aonde residia), e torceu o tornozelo direito. Na hora inchou e tomou medicamentos por conta. Após um ano voltou a sentir dores e vai constantemente ao hospital devido a dores e toma analgésicos”. • “POBREMAS”: “Em março de 2008 realizou artroplastia que após um mês foi constatada infecção na região do joelho que não se “resolucionou” [Ai!] • PROBLEMA DE TRINCO: “Em 11/2009 sentiu dor na região do sacro, tomou injeções e remédios, mas a dor não passou. Realizou RX que constatou ‘trinco’ no sacro”. • VÍRGULA...: “A paciente relata dores na articulação coxofemoral, mas com menor frequência refere melhora na força muscular e utiliza bengala. 80 Exemplos de como não escrever a HMA A MELHOR! • Paciente de 70 anos, com artrose no joelho esquerdo... • “Segundo critério para classificação da Osteoartrite do Joelho (clínico e radiográfico), a paciente apresenta cerca de 91% de sensibilidade e 86% de especificidade.” 81 História Pregressa (HP) Interrogatório sobre os diversos aparelhos Subdividido em: • Gerais (Interrogatório complementar): astenia, indisposição, mal-estar, febre, edema, alteração do humor, sudorese, ganho ou perda de peso. • Por aparelhos sistêmicos Pergunta: Você tem outras queixas ou problemas de saúde? Atenção para HAS e diabetes – Verificar Sinais Vitais (PA) • Deve-se questionar também sobre outros problemas que já teve e que podem gerar sintomas semelhantes aos atuais. [Passado fisiológico e/ou patológico do órgão acometido] 82 ATENÇÃO PARA HAS E DIABETES 83 Medicação em Uso Medicação Dose Frequência Indicação Efeitos Colaterais Tempo de Uso Muitos remédios podem gerar efeitos colaterais motores 84 Anexo: Recomendações para o tratamento farmacológico da dor 10.tto farmaco dor.pdf 10.tto farmaco dor.pdf 10.tto farmaco dor.pdf Hábitos, Histórico Familiar e Psicossocial • Antecedentes Familiares: doenças na família, até segunda geração • Hábitos: incluir nível usual de atividades físicas, sedentarismo. • Condições psicossociais: incluir suporte familiarou de cuidadores e situação ocupacional/escolar. 85 Princípios Básicos da Obtenção da Anamnese • Saber interrogar para extrair dados relevantes • Possuir conhecimentos teóricos sobre as moléstias Etiologia - Patogenia - Fisiopatologia • Observar o comportamento do paciente Captar mensagens não verbais • Não opinar sobre assuntos estranhos à moléstia Religião - Política - Negócios - Profissão Sentimentos - Moral – Comportamento • Não fazer juízo de valores 86 Não fazer juízo de valores • AIDS: “praga gay” • POLIO: “mãe que é mãe, vacina” • Doentes Crônicos: não melhoram pois não tem força de vontade. • Culpar falta de cuidados pessoais: Higiene X Verminose ; Sedentarismo X Cardiopatias; Tabagismo X CA de Pulmão • Descuido com a saúde: ⇛ HAS, Diabetes, Hemofilia. 87 Faça um roteiro da anamnese para não se esquecer de perguntar sobre coisas importantes, mas nem sempre será necessário fazer todas as perguntas. Converse com o paciente. Ouça atentamente. Depois, organize e redija a anamnese. ANAMNESE: “Lembretes” 88 Exames Complementares • Considere os dados dos exames complementares para formular o diagnóstico cinético funcional; • Transcrever os resultados dos exames no prontuário e relatório do paciente, incluindo a data de realização do exame. • Devolver os exames ao paciente [não manter exames com você] • Caso o paciente não os possua - e o fisioterapeuta ache conveniente – solicitar os exames. ➢ SÓ OLHE OS EXAMES COMPLEMENTARES DEPOIS DE EXAMINAR O PACIENTE 89 Estes pacientes não apresentaram dor, fraqueza, nem alterações sensoriais! Este paciente apresenta fraqueza e alterações sensoriais, mas não dor Este paciente apresenta fraqueza e alterações sensoriais, mas não dor Este paciente apresenta fraqueza e alterações sensoriais, mas não dor Sobre os beijos do tempo... Anatomia do Tempo Marcílio Godoy o reumatismo é a memória dos músculos a artrite é a memória dos ossos a mancha é a memória da cor a catarata é a memória dos olhos a ruga é a memória da pele a banguela é a memória do sorriso a paralisia é a memória do movimento a esclerose é a memória dos nervos a demência é a memória do cérebro a careca é a memória da testa a surdez é a memória do ouvido e o amor é toda a memória do que eu terei sido. 96 Este livro-texto foi projetado para fornecer ao fisioterapeuta e ao estudante de fisioterapia um guia amigável sobre as modalidades de imagem mais comuns e a interpretação básica dessas imagens. “PERCA TEMPO AVALIANDO PARA NÃO PERDER TEMPO AO TRATAR”. Pero no mucho tiempo! 97 NÃO DEIXE QUE O PACIENTE SAIA DA AVALIAÇÃO INICIAL SEM ALGUM TIPO DE ALIVIO OU DE ORIENTAÇÃO PARA SEU PROBLEMA98 3. Prognóstico 4. Prescrição AVALIAÇÃO EM FISIOTERAPIA Um processo contínuo 99 AVALIAÇÃO EM FISIOTERAPIA Um processo contínuo Três Definições de Avaliação: 1. Avaliação = Exame (Avaliação Inicial) de um paciente (definir diagnóstico funcional do problema) 2. Avaliação das mudanças que ocorrem como resultado da utilização de uma Técnica (sinal comparável) 3. Avaliação Retrospectiva (Analítica), feita antes e após cada sessão de tratamento (fazer prognóstico). 100 “Desenvolver a habilidade de avaliar o estágio de um problema quando este se torna um desafio analítico é a coisa mais importante do método.” (Maitland) AVALIAÇÃO ANALÍTICA Retrospectiva EXAME Avaliação Inicial Avaliação da TÉCNICA 101 Gordon Cummings 20/12/1939 – 20/08/2003 • Não pergunte se a disfunção está ocorrendo “in order to” (por que, a fim de), mas sim • “in response to” (em resposta a) alguma alteração que o corpo ou o tecido tenha sofrido. 102 Em busca de um Diagnóstico Cinesiológico Funcional - Diagnóstico em Fisioterapia - • Termo designa as disfunções que serão objeto da abordagem fisioterapêutica. • O fisioterapeuta identifica as disfunções, baseado nas informações obtidas a partir da coleta da história, da verificação dos sinais e sintomas, da realização de testes e dos resultados dos exames que o próprio fisioterapeuta realiza ou solicita. Eric Viel. O diagnóstico cinesioterapêutico. Ed. Manole, 2001. (Fundamentos) Sahrmann S, et al. Diagnosis and treatment of movement system impairment syndromes. Braz J Phys Ther. 2017 http://dx.doi.org/10.1016/j.bjpt.2017.08.001 103 http://dx.doi.org/10.1016/j.bjpt.2017.08.001 Exame Físico Objetivo •Inspeção (olhar) •Palpação (tocar) •Percussão (tocar) •Ausculta (ouvir) • Uso de aparelhos e instrumentos simples • Tecnologia Leve “Ensinar o olho a ver, o dedo a sentir e a orelha a escutar”104 Resultado da Avaliação Objetiva • O resultado da Avaliação Inicial se traduz em: • Limitações funcionais, • Restrições na participação • Incapacidades. • Usar a lógica da CIF para classificar os resultados ajuda a visualizar os problemas e a programar melhor os tratamentos (objetivos e condutas). 105 Resultados da Avaliação Inicial O paciente deve ser informado sobre: • O diagnóstico; • O prognóstico; • Como será o tratamento e quais os objetivos se esperam alcançar.* * Principalmente em termos de Atividades e Participação 106 Caso Clínico 2 - Pantera 107 Planejamento da Fisioterapia em função da Avaliação Inicial Há necessidade de intervenção? Sim: Desenvolver um plano de intervenção que inclua resultados objetivos e mensuráveis, negociados com o paciente, familiares ou outros prestadores de cuidados. Não: Referir a outros profissionais, nos casos onde a fisioterapia não seja a terapêutica mais indicada. 108 Planejamento da Fisioterapia • OBJETIVOS O paciente tem dor? Há necessidade de reparar tecidos? É preciso produzir movimentos mais eficientes? • INTERVENÇÃO Controlar a dor Auxiliar o processo de reparação tecidual Melhorar a performance do movimento Correlacionar o problema apresentado pelo pte com os recursos fisioterápicos mais indicados para o caso. Determinar o papel da fisioterapia numa dada disfunção, patologia ou situação terapêutica 109 NÃO FAÇA ISSO ... AVALIAÇÃO: FORÇA = GRAU 5 INTERVENÇÃO = FORTALECIMENTO! 110 111 112 McRae M, Hancock MJ (2017) Adults attending private physiotherapy practices seek diagnosis, pain relief, improved function, education and prevention: a survey. Journal of Physiotherapy 63: 250–256 - Quais aspectos do atendimento de fisioterapia são importantes para os pacientes da atenção primária? Participantes: 500 adultos em cuidados primários, recrutados de 10 práticas privadas de Sydney AUS responderam sobre a importância de 5 aspectos do atendimento de fisioterapia: diagnóstico; informação e educação; tratamento para alívio da dor; tratamento para melhorar a função e prevenção. Resultados: os 5 aspectos foram considerados "bastante” ou "extremamente importantes" pela maioria dos participantes (diagnóstico 65%, informação e educação 68%, alívio da dor 89%, prevenção de problemas 90% e melhorar a função 93%). - Mulheres e aqueles com dor na coluna vertebral mais comumente consideraram o alívio da dor como altamente importantes. - Os participantes com níveis educacionais mais baixos avaliaram que o diagnóstico, informação e educação eram as coisas mais importantes. Conclusão: a maioria dos pacientes não quer só tratamento para dor. Leve em conta o motivo dos pacientes para procurar um fisioterapeuta Principais Queixas Principais Dói X Não consigo mexer Y Minha Z esta torta ALGUMAS DICAS 113 Principais Problemas e Objetivos PROBLEMA OBJETIVO TERAPÊUTICO 1. Dor 1. Analgesia Agudas / Crônicas Nociceptivas / Neuropáticas 2. Lesão de Tecidos (Inflamação) 2. Reparar Tecidos - Pele - Conjuntivo - Tecidos Moles - Vasos - Ossos 3. Disfunções Motoras 3. Facilitar a Realização de Movimentos Eficientes - Controle (Sistema Nervoso) - Execução (Sistema Muscular) - Dinâmica Articular (Sistema Ósteoarticular) - Nutrição (Sistemas Respiratório e Cardiocirculatório) 114 LIVROS SOBRE DORE FISIOTERAPIA 115 LIVROS SOBRE REPARAÇÃO DE TECIDOS 116 LIVROS SOBRE DISFUNÇÕES MOTORAS 117 Exemplo de AVALIAÇÃO DA DOR Objetivos • Compreender o fenômeno doloroso • Implementar a terapêutica adequada • Avaliar a eficácia da terapêutica 118 Avaliação da Dor Escalas e Questionários de Dor • Considere os componentes sensoriais, afetivos e avaliativos da dor. [MPQ] • Avaliar: Onde dói?; Quanto dói? Como dói? • Se possível, gerar índices quantitativos de dor • Mapa da Dor [Anexo] 119 13.Mapa da Dor.USE.docx Devido a ativação dos nociceptores: • Inflamação • Irritante mecânico • Lesão Exemplos: • OA • Entorses • AR NOCICEPTIVO Devido a um distúrbio no processamento central da dor ↑Excitabilidade ↓Inibição Exemplos: • Fibromialgia • DTM • Lombalgia não específica NOCIPLÁSTICO Devido a lesão ou doença do sistema somatossensorial Exemplos: • Neuropatia diabética • Síndrome do túnel do carpos • Síndrome de dor regional complexa NEUROPÁTICO AVALIAR QUAL É O PRINCIPAL MECANISMO DE DOR “Chimenti RL, Frey-Law LA, Sluka KA. A mechanism-based approach to physical therapist management of pain. Phys Ther. April - 2018; 98: 302–314.” ABORDAGEM BASEADA EM MECANISMOS PARA O MANEJO DA DOR EM FISIOTERAPIA Prof. Carlos Castro Merchandising Nossos comerciais Avaliação da Dor • Localização • Intensidade • Qualidades • Frequência e Duração • Fatores agravantes e atenuantes • Curso temporal (aguda x crônica) • Natureza –nociceptiva, neuropática, nociplástica? • Onde dói? • Quanto dói? • Como dói? 122 Ferramentas de Avaliação da Dor • Escalas Visual Analógica (VAS) • Escalas de Avaliação Numérica • Escalas de Categorias Verbais • Escalas de Faces • Mapa da Dor • Questionários de dor mais abrangentes (p. ex., MPQ) • Medidas Funcionais (p. ex., deficiência relacionada com a dor, atividades específicas, estado de saúde) • Medidas do Estado Psicológico (p. ex., escalas de depressão, ansiedade, de crenças) • Medidas para Populações Especiais (crianças, deficientes cognitivos, etc.) 123 Métodos Unidimensionais de Avaliação AVALIAM A INTENSIDADE DA DOR • Escalas Visuais Analógicas (VAS) • Escalas Numéricas (0-10) • Escalas de Categorias de Palavras (sem dor, leve, moderada, intensa, insuportável) • Escalas de Faces 124 125 Escalas de Faces 126 Escalas de Faces para Crianças CLARO, 1993 PLAJA, 2003 127 128 Mapa da Dor – Pain Chart • Localizar precisamente a dor • Correlacionar com dermátomos e inervação periférica. 129 Mapa da Dor – Pain Chart 130 Método Multidimensionais de Avaliação Questionário McGill de Dor • Pergunta principal: - Como dói? • Considera três componentes da dor: –sensorial, afetivo e de avaliação subjetiva. • Usa originalmente 78 descritores [adjetivos] de dor • Gera índices de dor [tratamento quantitativo] • Também pergunta: –Onde dói? (mapa da dor) –Quanto dói? (Escala Número-Palavra de 5 pontos) –Padrão Temporal da Dor 131 Para conhecer melhor uma das versões brasileiras para o Questionário McGill de Dor, o Br-MPQ Veja o material anexo Castro CES. A Formulação Linguística da Dor: Versão Brasileira do Questionário McGill de Dor. São Carlos, 257 p., Dissertação de Mestrado em Fisioterapia - Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de São Carlos, 1999. Outra versões: Pimenta CAM, Teixeira MJ. McGill Pain Questionnaire: Proposal of adaptation to Portuguese. Rev Esc Enferm USP 1996; 30:473-483. Varoli FK e Pedrazzi V. Adapted version of the McGill Pain Questionnaire to Brazilian Portuguese. Braz Dent J 2006; 17(4): 328-335 132 133 Entrevista, Exames Físicos e Complementares De preferência, entreviste e examine o paciente E só então olhe para os exames complementares 134 Avaliação da Dor - Exame Físico • Geral • Sistemas neurológico e musculoesquelético • Alterações de sensibilidade • Disfunções simpáticas e vasculares periféricas • Identificação de pontos dolorosos (sensíveis e gatilhos) • Etiologia e natureza da dor 135 Um parênteses: Alertas Amarelos Azuis - Pretos Sinais de Wadell 136 137 Alertas Vermelhos na história clínica Idade < 18 anos Espondilolise, Discite Espondilolistese,Tumor Idade > 50 anos Neoplasias, Fraturas, Aneurisma aórtico Trauma, uso crónico de esteróides Fratura História de neoplasia Neoplasia (metástases) Febre, Suores, Perda de peso Neoplasia, Infecção Uso de drogas e.v., Imunossupressão Infecção Resistência ao tratamento conservador (> 4 semanas); aumento da intensidade da dor Neoplasia, Infecção Dor noturna Neoplasia, Infecção, EA Incontinência, anestesia em sela do períneo, déficit neurológico bilateral ou unilateral Síndrome da Cauda Equina Síncopes/ Hipotensão Aneurisma aórtico 138 Alertas Amarelos na história clínica Mais de 3 Sinais de Waddell * (ver próximo slide) • Depressão • Alcoolismo • Insatisfação no trabalho • Famílias hiperprotetoras ou falta de apoio familiar Fatores de risco psicológico: • Crença de que a dor é ela própria lesiva (catastrofização) • Comportamentos de evitação por medo mesmo frente a atividades de baixos níveis de exigência (cinesiofobia) • Crenças de que tratamentos que não implicam na participação ativa do próprio paciente sejam mais eficazes que os tratamentos ativos, participativos. Orthopedic surgeon, academic and author Born: September 21 1942; Died: April 20, 2017 139 Sinais de Waddell (Waddell G, McCulloch HA, Kummel E, Venner RM. Spine 1980; 5: 117-25) Sinais físicos que indicam a presença de um componente não- orgânico ou psicológico nas dores lombares crônicas. Um ou 2 sinais de Waddell podem ser encontrados sem que haja componente não-orgânico forte. Três ou mais sinais tem correlação (+) com escores elevados para depressão, histeria (conversão) e hipocondria no Inventário Múltiplo de Personalidade de Minnesota (MMPI). Embora os sinais de Waddell possam detectar um componente não-orgânico como causa da dor, eles não excluem causa orgânica. Uma contagem elevada de Waddell (>3) é indicativa de amplificação dos sintomas ou do comportamento de doença, o que não significa fingir-se doente. 140 Sinais de Waddell (1980) 1. Reações Exageradas durante o exame. 2. Testes Simulados: Positivos quando (1) a dor lombar é relatada com carga axial (pressão no topo da cabeça) ou (2) à rotação do tronco com a pelve e ombros no mesmo plano. 3. Teste com Distração: testar SLR (Lasségue) quando o paciente estiver distraido (e.g. estender o joelho na posição sentada para similar um teste do reflexo de Babinski) 4. Sensibilidade superficial intensa, não-anatômica ou variável: quando um “rolinho” nas costas aumentar muito a dor, marque a área sensível e teste novamente mais tarde. (PS: isso é SC). 5. Distúrbios sensoriais ou motores não-anatômicos: positivo quando (1) a perda sensorial não segue um padrão de dermátomo ou quando a perna “adormece” ou fica sem força, ou (2) quando se percebe uma tentativa clara de burlar o teste de força. 141 Texto do Gordon Waddell: "Os modelos são simplesmente tentativas de cristalizar ideias no papel. Eles ajudam a esclarecer o nosso pensamento e comunicar com os outros. Mas os modelos também limitam nosso pensamento. Por exemplo, se você acha que a dor nas costas é um sinal de doença, sua melhor resposta é investigação médica e tratamento. Se você acha que a dor nas costas é uma sensação corporal comum em vez de uma doença, você vai lidar com ela de forma muito diferente. Se você acha que a dor nas costas é um problema relacionado ao trabalho, sua resposta pode ser intervenções ocupacionais. E se você acha que muitas das restrições sofridas por pessoas com deficiências são impostas pelo modo como a sociedade é organizada, sua resposta pode ser mudança política e social. Então, modelos importam.“ (Waddell - The Back Pain Revolution) 142 WADDELL, 2004 143 144 145 "CONCLUSIONS: When LBP patients saw a PT first, there waslower utilization of high- cost medical services as well as lower opioid use … 146 CASO 3 - ESTRELITA 147 INFLAMAÇÃO E REPARAÇÃO DE TECIDOS148 Fases do Processo de Reparação: 1. Fase Inflamatória: Do momento da lesão – 3 (2-5) dias 2. Fase Proliferativa: De 3 a 21 dias 3. Fase de Maturação: De 21 dias a 18-24 meses Considerar o Curso da Reparação Tecidual 149 Considerar Especificidade da Reparação dos Tecidos • Tecidos Moles • Epitelial (Pele) • Conjuntivo • Tendões, ligamentos, cartilagem • Musculoesquelético • Nervoso • Cérebro, medula e nervos • Tecido Ósseo 150 151 Rev Bras Ortop. 2011;46(4):354-58 152 Avaliação do Movimento Movimento eficiente é aquele que: • Cumpre um objetivo específico • Com economia de movimento • Na velocidade adequada • Com mínimo gasto energético 153 154 MOVIMENTO EFICIENTE EXIGE: • Força • Potência • Resistência • Flexibilidade • Estabilidade • Coordenação • Integridade • Amplitude • Estabilidade Dos Músculos Das Articulações 155 Aprendizagem e Controle Motor 156 157 Aprendizagem e Controle Motor 158 UM EXEMPLO DE CASO CLÍNICO ACOMPANHADO COM SEAS Fundamentos e Objetivos da SEAS • Base da SEAS: é uma técnica de autocorreção ativa, específica, realizada sem ajuda externa e incorporada aos exercícios funcionais. Os testes de avaliação orientam a escolha dos exercícios mais apropriados para um determinado paciente. • Objetivo principal dos exercícios SEAS: melhorar a estabilidade da coluna via autocorreção ativa. SEAS treina a função neuromotora para estimular reflexamente a manutenção de uma postura autocorrigida durante as atividades da vida diária. O programa de exercícios SEAS pode ser adaptado a todas as situações de tratamento conservador de escoliose. 1. Exclusivamente SEAS: em curvas de pequeno a médio graus, aplicado durante a fase de crescimento, para reduzir o risco da necessidade do uso de um colete; 2. Complementar ao uso de uma órtese: em curvas de graus médio-alto, durante o crescimento, com o objetivo de aumentar a correção, preparar o desmame, e evitar ou reduzir efeitos colaterais; 3. Em adultos: seja para curvas ainda em progressão ou já fundidas, para ajudar a estabilizar a curva e reduzir incapacidades. Vantagens da SEAS • Necessita só de pequena supervisão do fisioterapeuta (acompanhamento e avaliações mais espaçados e menor frequência de tratamento); • Usa um reduzido número de exercícios domiciliares e numa dose menor do que em outros programas de exercícios específicos para escoliose; • Reduz as demandas (exigências) feitas aos pacientes e os custos para as famílias; • Permite tratar pacientes que vem de longe; • O programa não tem direitos autorais* e fisioterapeutas especialistas estão sendo treinados em todo o mundo. IRG Gênero feminino 11 anos Tanner III – IV (?) Menarca precoce aos 5a. Escoliose Idiopática Juvenil – 3 a 10 anos Torácica – T2 a T11 Moderada – 25 a 34º RX Coluna Total 15/05/2015 9a.04m.22d Escoliose dorsal Convexidade à direita 30 graus Vértebras limítrofes T4 -L2 Vertebra apical T9 Adams = 20º em T9-10 PS: Raimondi e Risser Não realizados Risco de progressão da escoliose o História familiar positiva o Flacidez da pele e frouxidão articular (defeito do tecido conjuntivo) o Perda grave da cifose torácica fisiológica (impede brace eficiente) ➢ Ângulo de Cobb alto no momento do diagnóstico (superior a 10°), mesmo que o perfil lateral das curvas seja leve (10°- 20°). • Época do estirão de crescimento: ➢ Risco de progressão no início da puberdade é de até 90% na escoliose de 30°. ➢ Na idade de crescimento máximo em altura (13 anos em meninas), o risco de progressão é de 60%, respectivamente. RX 25/04/2017 – 11a 4m 2d – 34 GRAUS OBS: cursa com sintomas depressivos, quadro de automutilação e ideação suicida 1ª sessão de autocorreção Sessão de autocorreção com estagiário na USE 3ª sessão de autocorreção Objetivos Específicos 1. Parar a progressão da curva na puberdade (ou reduzi-la, se possível) • Manter a curva abaixo de 30º 2. Prevenir ou tratar a disfunção respiratória (?) 3. Prevenir ou tratar síndromes de dor espinal • (somente dor à palpação paravertebral principalmente nas concavidades) 4. Melhorar a estética através da correção postural • (SEAS) • Consenso SOSORT (Tabela 5): Força de Evidência VI - Força de Recomendação C. • Tabela 5: organizada com objetivos primários e secundários mínimos e máximos que podem ser alcançados para cada situação clínica. • Evitar a cirurgia de fusão é o objetivo absoluto para todos os pacientes em todas as situações clínicas. FTRB – Colete rígido full time SSB – Specífic Soft Brace ESCOLIOSE IDIOPÁTICA DO ADOLESCENTE: FUNDAMENTOS TEÓRICOS DO MÉTODO SEAS E O CONSENSO DE 2011–2018 DA SOSORT. Merchandising Nossos comerciais 5. Intervenção 172 Plano de Tratamento Objetivos Phase I Phase II Tissue Healing Phase III: Maturation Control Active Inflam. Limit scope of Orig. Injury Encourage Repair/ Replacement Damaged Tissue Encourage Tissue Remodeling and Alignment with Func. Stresses. 173 Plano de Tratamento Modalidades Phase I Phase II Tissue Healing Phase III: Maturation Immobilization Cold Modalities Pulsed Ultrasound Compression Elevation E-Stim Contrast Baths Compression Devices E-Stim Pulsed/ Continuous US Traction Massage Biofeedback Heat Modalities Heat Modalities Continuous US E-Stim Massage 174 Plano de Tratamento - Modalidades 175 176 Carlos Castro - UFSCar – São Carlos (SP) MERCHANDISING - NOSSOS COMERCIAIS Plano de Tratamento - Modalidades 177 Phase I Phase II Tissue Healing Phase III: Maturation Cryokinetics Isometics Controlled ROM (CPM) Proprioception CV conditioning Manual Therapy Passive ROM Active ROM Progressive Resistance Ex Functional Ex Cv Exercise Overload Resistance Ex Proprioception Ex Activity Specific Functional Ex Cv Exercise Plano de Tratamento Cinesio e Terapia Manual 178 Plano de Tratamento - Cinesio e Terapia Manual 179 6. Critérios de Alta 180 Critérios de Alta Uma Boa Documentação das Avaliações e da Evolução do caso ajuda estabelecer critérios de alta Em esportes, por exemplo: - DOR = sem dor ou dor esporádica; - ADM = igual ou < 10° - FM = igual ou < 5% - TROFISMO = igual ou < 1 cm - PROPRIOCEPÇÃO = igual ao membro contralateral ou mínimo deficit (depende da metodologia); - AVALIAÇÃO FUNCIONAL = resultados bons aos testes. 181 MEUS INSUCESSOS TERAPÊUTICOS Prof. Carlos Castro Clínica Kìnesis – Fisioterapia, Educação e Saúde Professor aposentado do Departamento de Fisioterapia da UFSCar 182 Workshop em EDUCAÇÃO EM NEUROCIÊNCIAS DA DOR 2.Casos Clínicos/X.Meus Insucessos/Insucessos.pptx O PRONTUÁRIO A Documentação das Intervenções 183 184 185 Campanha 10 Mandamentos do Prontuário do Paciente Publicado em 30 de abril de 2009, por MarceloDMnzs Esta campanha foi feita por e-mail. São 10 regras para preenchimento e manuseio de prontuários que devem ter uma imagem associada. Optamos por fazer as imagens usando o mascote e sempre fazendo o contrário do que o texto pede. http://marcelodmnzs.com/2009/04/30/campanha-10-mandamentos-do-prontuario-do-paciente/ 186 http://marcelodmnzs.com/2009/04/30/campanha-10-mandamentos-do-prontuario-do-paciente/ O Prontuário do Paciente • O prontuário é um documento e deve ser tratado como tal. • O estagiário é responsável pelo prontuário de seu paciente. • O usuário tem direito a ver seu prontuário quando quiser. • Registrar todos os atendimentos e contatos com o usuário, inclusive telefônicos, com caneta azul ou preta, sem rasuras, contendo, ao final do registro, data, nome legível e R.A. • Paciente em alta, (por cura ou desistência), solicitar à responsável pelo setor que seja dado baixa no prontuário. • OS PRONTUÁRIOS NÃO PODEM SAIR DA UNIDADE. 187CASO 4 – A PROFESSORA 188 Título da apresentação: Sobre um caso clínico de Síndrome de Dor Regional Complexa Nome do palestrante: Carlos Eduardo dos Santos Castro Declaro não haver potenciais conflitos de interesses relativos a esta apresentação. Declaro ainda que as fotos e vídeos dessa apresentação foram expressamente autorizados pela paciente. 2.Casos Clínicos/Caso 4 Professora/Apresenta.Professora/silvia.pptx 190 191 SÉRGIO, Manuel. Para uma epistemologia da motricidade humana: prolegómenos a uma nova ciência do homem. 2. ed. Lisboa: Compendium, 1994b192 Os sistemas efetores primários são o musculoesquelético e o nervoso, com suporte dos sistemas respiratório, cardiovascular e endócrino, e também do tegumentar. Os sistemas efetores produzem o movimento; tanto os sistemas efetores quanto os de apoio são afetados pelo movimento. Sistema de Movimento Humano Um sistema fisiológico que compreende órgãos e sistemas relacionados à produção do movimento. 193 O Sistema do Movimento Humano: implicações para a Fisioterapia Identidade Compreender profundamente a função fisiológica e o potencial do corpo humano. Monitorar, avaliar o movimento do indivíduo através do seu ciclo de vida para promover um desenvolvimento ótimo , diagnosticar disfunção, desenvolver intervenções para prevenir, corrigir, restaurar, melhorar restrições à atividade e participação. O sistema do movimento humano formará a base para a prática, a educação e a pesquisa na Fisioterapia. Movimento é o centro da Fisioterapia. A Fisioterapia, assim, está associada a um sistema fisiológico do corpo humano: o Sistema do Movimento Humano. 194 Diagnóstico das disfunções: desordens do movimento Patocinesiologia Estudo e investigação do movimento humano em relação a qualquer condição anormal que afete o movimento e disfunções posturais. (Hislop, 1975) Patocinesiologia: patologia causando déficits motores funcionais (impairment) ou disfunção, incapacidade Cinesiopatologia Movimentos imprecisos ou falta de movimento (imobilidade) relacionados com a atividade e com a função motora, também podem causar disfunção do movimento, da postura e da independência funcional (Sahrmann, 2014) Cinesiopatologia: déficits motores funcionais causando patologia. 195 196 "Physical therapy is not a subspecialty of the medical profession and physical therapists are not medical doctors; we are a separate profession that provides a unique service that physicians are unable and untrained to provide.“ Letter to the AMA from the APTA, Dec 2009 “A Fisioterapia não é uma subespecialidade da profissão médica e os fisioterapeutas não são médicos; somos uma profissão independente que oferece um serviço único que os médicos não são capazes e nem foram treinados para oferecer". 197 198 199 O que passou não volta mais e o futuro é o nosso horizonte possível Foto: Hideo Mukai Takamori – Grupo Nikonzeiros Tupiniquins - Facebook 200 DESEJO A TODOS UM EXCELENTE INÍCIO DE PROFISSÃO
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