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Desafios contemporaneos capitulo 4

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DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS 
CAPÍTULO 4 – QUAIS OS DESAFIOS DA 
SOCIEDADE MODERNA? 
Maicon Costa Borba Macedo 
 
 
 
 
INICIAR 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
O século XXI trouxe imensos desafios para as sociedades. A maioria, entretanto, é 
consequência de acontecimentos históricos vivenciados ao longo do século XX e que 
continuam a influenciar os dias atuais. A Guerra Fria é um bom exemplo. Com o fim da 
Segunda Guerra Mundial, iniciou-se um período de tensão, que dividiu o cenário 
internacional em dois blocos: um liderado pelos Estados Unidos, e outro pela União 
Soviética. Esse conflito reestruturou a geopolítica mundial, tendo como vencedor os 
Estados Unidos e seu modelo econômico. Além da vitória americana, ao longo da 
segunda metade do século XX, tem início uma nova forma de integração mundial, 
chamada de globalização, que vem reconfigurando o capitalismo internacional. Outra 
característica marcante do fim do século passado e início do XXI são as novas ondas 
migratórias, que desafiam, sobretudo, os países de destino dos migrantes. 
Completando o panorama, verificamos o risco do terrorismo em diversos países. 
A verdade é que o cenário atual é marcado por grandes incertezas. Por isso se faz 
necessário identificar as principais características deste momento, buscando 
compreendê-lo dentro de um contexto histórico, construído desde a Segunda Guerra 
Mundial e intensificado durante e após a Guerra Fria. Nesse sentido, são pertinentes 
as seguintes indagações: quais as consequências do fim do mundo socialista para a 
economia mundial? Como a globalização está interferindo na sociedade, 
principalmente sobre o Estado e a política? E qual o perfil das migrações e do 
terrorismo nesse início de século? Com isso, poderíamos refletir, ainda, quais seriam 
os desafios para a construção de sociedades mais justas. Deveriam as sociedades e 
suas organizações adotar medidas de responsabilidade social? Ao estudar essas 
questões, aprendemos um pouco mais sobre os contornos que a sociedade moderna 
vem tomando e podemos nos preparar melhor para as transformações que ainda 
virão. 
Acompanhe a leitura e bons estudos! 
 
 
 
4.1 As tendências sociopolíticas do 
mundo global 
Para compreender as tendências atuais do mundo globalizado, é necessário fazer um 
recuo histórico até a Guerra Fria, pois foi neste período, nas décadas de 1950 a 1980, 
que se intensificou as disputas ideológicas permitindo o rearranjo do capitalismo 
verificado no presente. Mas o que foi a Guerra Fria? Quais suas principais 
características? E, finalmente, quais fatores contribuíram para o seu fim? 
4.1.1 Guerra Fria: capitalismo X comunismo 
Com o fim da Segunda Guerra, duas potências mundiais emergiram: os Estados 
Unidos da América (EUA) e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). De 
acordo com Miranda e Faria (2003), países como Alemanha, França, Inglaterra e 
Japão, que eram as potências tradicionais, ao fim da guerra encontravam-se com 
grandes dificuldades econômicas devido às perdas materiais e humanas durante os 
confrontos. Esse fato, dentre outros, abriu caminho para que os Estados Unidos e a 
União Soviética passassem a desempenhar o papel de líderes, disputando assim a 
hegemonia mundial. Aliados durante a Segunda Guerra, a incompatibilidade de seus 
interesses logo ficou evidente e os dois países travaram uma batalha ideológica, 
sempre na iminência de uma guerra. Devido ao fato de a guerra militar nunca ter 
ocorrido entre os dois países, recebeu o nome de Guerra Fria (BIAGI, 2001; MIRANDA; 
FARIA, 2003). 
 
Figura 1 - Ao longo da Guerra Fria, a tensão devido ao desencadeamento de uma guerra “quente”, ou seja, 
com conflito bélico, esteve sempre presente. 
Fonte: Scanrail1, Shutterstock, 2018. 
 
 
Durante a Guerra Fria, os Estados Unidos e a União Soviética estenderam suas 
influências a diversos países, muitas vezes de forma violenta. Além disso, os dois 
países patrocinaram uma série de episódios que viriam a intensificar as tensões 
mundiais, com a constante iminência de conflitos militares. Como pano de fundo 
dessa disputa de poder, estava a ideologia comunista ou socialista, por parte da União 
Soviética, e a ideologia capitalista, pelo lado dos Estados Unidos. O modelo 
comunista caracterizava-se pela economia fortemente controlada pelo Estado e 
fechada ao livre comércio global, ao passo que a ideologia capitalista apregoava o 
livre comércio, sem intervenção estatal (MIRANDA; FARIA, 2003). 
Um dos acontecimentos mais marcantes do período foi a construção de um muro 
dividindo a cidade de Berlim, capital da Alemanha, representando a separação do 
mundo em dois blocos, o comunista e o capitalista. O muro de Berlim passou a ser o 
símbolo da Guerra Fria (MIRANDA; FARIA, 2003). Com o passar do tempo, entretanto, a 
União Soviética foi perdendo forças. Com a economia estagnada e o desenvolvimento 
comprometido, era evidente que os comunistas estavam perdendo a corrida do 
desenvolvimento econômico e tecnológico. São apontadas como causas do fim da 
União Soviética, dentre vários fatores, a sua defasagem tecnológica, os custos para 
manter sua defesa, a falta de democracia e liberdade, e o isolamento dos países 
comunistas, além das grandes transformações tecnológicas e sociais que estavam 
ocorrendo no ocidente (RODRIGUES, 2006). 
Deslize sobre a imagem para Zoom 
 
Figura 2 - A queda do muro de Berlim, em 1989, representou o fim da Guerra Fria travada entre Estados 
Unidos e União Soviética desde o final da Segunda Guerra Mundial. 
Fonte: neftali, Shutterstock, 2018. 
 
 
A queda do muro de Berlim, que reunificou a Alemanha em 1989, simbolizou o fim da 
Guerra Fria. A União Soviética desapareceu logo depois, em 1991. O fim da Guerra Fria 
e a dissolução da União Soviética representaram a ascensão do sistema capitalista 
mundial, que a partir de então prevalece sem que nenhum modelo econômico 
alternativo o ameace. 
4.1.2 Mundo globalizado 
O fim da Guerra Fria prenunciou um novo modelo de organização social. Contribuíram 
significativamente para isso os avanços tecnológicos que começaram a ser 
desenvolvidos a partir da segunda metade do século XX. As novas tecnologias de 
informação e comunicação, as TICs, aproximaram o mundo, intensificando o 
chamado processo de globalização (CASTELLS, 1999). Com o fim da União Soviética e 
a ascensão da ideologia capitalista, o fluxo de capitais entre os países passou a ser 
cada vez mais intenso (OLIVEIRA; COSTA, 2016). 
Deslize sobre a imagem para Zoom 
O fenômeno da globalização atinge, desde então, todos os países, mas em graus 
diferentes, variando de acordo com sua abertura comercial. Uma das principais 
características do modelo de globalização é o seu caráter liberal, ou seja, a 
liberalização econômica extrema. Consequentemente, instituições financeiras 
internacionais passaram a exercer influência crescente na polít ica econômica dos 
países, sobretudo, nos subdesenvolvidos. Exemplos destas instituições são o Fundo 
Monetário Internacional (FMI), a Organização Mundial do Comércio (OMC) e o Banco 
Mundial (BIRD). As orientações das instituições aos países podem ser resumidas nos 
seguintes pontos principais: redução da interferência do Estado na economia; 
privatização de empresas Estatais; e livre comércio, sem barreiras alfandegárias e sem 
proteção às empresas nacionais (OLIVEIRA; COSTA, 2016). 
 
 
 
VOCÊ QUER LER? 
 
 
O livro A Globalização e seus malefícios (STIGLITZ, 2002) do economista estadunidense e vencedor do 
Prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz é um relato provocativo e contundente do cenário da política 
econômicamundial. O autor demonstra como a expectativa das nações mais pobres por maior participação 
na riqueza global não é satisfeita pela globalização, mas que observa o efeito contrário: países ricos 
tornam-se cada vez mais ricos, enquanto países pobres toram-se cada vez mais pobres. 
 
 
 
Joseph Stiglitz (2002) argumenta que a globalização possui muitos aspectos positivos, 
uma vez que reduziu o isolamento de alguns países, propiciando seu desenvolvimento 
econômico e também colaborou em campanhas globais, como as de combate a AIDS. 
Entretanto, o autor também salienta que para muitos países a globalização foi um 
desastre, porque as políticas de cunho neoliberal geraram desemprego e pobreza. 
Uma das causas foi que os países ricos não seguiram as orientações que eles próprios 
recomendavam aos países pobres, ou seja, enquanto orientavam maior abertura 
econômica aos países periféricos, eles protegiam setores da sua própria economia. 
Dessa forma, os países subdesenvolvidos tiveram suas economias enfraquecidas 
(STIGLITZ, 2002). A globalização tem implicações nas mais diversas esferas da vida 
social como, por exemplo, na questão da imigração e as consequências que esse 
fenômeno traz, tema do nosso próximo tópico de estudo. 
 
 
 
VOCÊ QUER LER? 
 
 
Sempre ouvimos falar do Estado, e geralmente esta fala vem acompanhada de muitas polêmicas, 
sobretudo no que se refere a soberania e poder. Além desse aspecto podemos refletir sobre os desafios do 
mundo moderno, as estratégias que precisam ser abordadas para a fluência da sociedade nesse mundo 
cada vez mais informatizado. “O Estado em tempos de globalização: controvérsias sobre autonomia e 
soberania” esse é o tema desta leitura, clique no link 
<http://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinppII/pagina_PGPP/Trabalhos2/Rosemere_Santos_maia.pdf> e 
vamos começar. 
 
 
4.2 Terrorismo e deslocamentos 
populacionais 
Impulsionada pela revolução nas tecnologias da comunicação nas últimas décadas, 
especialmente a partir da década de 1980, a globalização impacta a economia, a 
política, a cultura, a organização social e a questão ambiental. Suas consequências se 
fazem sentir também nos movimentos da população em torno do globo: com as 
possibilidades em termos de comunicação e transporte oferecidas pelo mundo 
globalizado, ao mesmo tempo em que se observa o aprofundamento das 
desigualdades sociais e a eclosão de guerras, uma grande massa populacional 
vislumbra na imigração uma nova oportunidade de vida. Tais projetos de vida, não 
raro, esbarram no protecionismo e nas barreiras impostas pelos países desenvolvidos 
para a imigração, barreiras estas que, cada vez mais, encontram no medo do 
terrorismo o argumento para promoção de políticas racistas e xenófobas. Mas antes 
de entrar na questão da relação imigração e terrorismo, é preciso abordar as 
características da globalização, o que vamos fazer a seguir. 
 
 
VOCÊ SABIA? 
Segundo a Agência da ONU para refugiados no Brasil Até o final de 2017, o Brasil reconheceu 
10.145 refugiados de diversas nacionalidades. O ano de 2017 foi o maior em número de pedidos 
de refúgio, desconsiderando a chegada dos venezuelanos e dos haitianos. Foram 13.639 pedidos 
no ano passado, 6.287 em 2016, 13.383 em 2015 e 11.405 em 2014. No total, 33.866 pessoas 
solicitaram o reconhecimento da condição de refugiado no Brasil em 2017. Os venezuelanos 
representam mais da metade dos pedidos realizados, com 17.865 solicitações. Na sequência estão 
os cubanos (2.373), os haitianos (2.362) e os angolanos (2.036). Os estados com mais pedidos de 
refúgio são Roraima (15.955), São Paulo (9.591) e Amazonas (2.864), segundo dados da Polícia 
Federal. (ACNUR, 2018). 
 
Refugiados geralmente saem do seu país por que sentem medo de perseguição por 
serem de determinada raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opinião política, 
mas na maioria dos casos é a guerra a principal causadora da fuga. Dados de 2018 nos 
mostram que mais de 70 milhões se deslocaram pelo mundo. Vejamos no segundo 
gráfico, onde mostra os principais países de onde saem refugiados. 
 
A maioria dos refugiados em 2018 são Sírios, segundo dados publicados no site da 
agência da ONU para refugiados, no Brasil 75% dos refugiados são venezuelanos. 
Assim como existem países que oprimem os direitos humanos, existem aqueles que 
acolhem os refugiados. 
 
 
 
4.2.1. As características políticas da globalização 
Desde a queda do Muro de Berlim e o avanço da liberalização econômica e da livre 
iniciativa de mercado, as consequências da globalização na economia se fazem sentir 
em todos os países do globo, o que reflete na organização política. O filósofo e 
sociólogo Jürgen Habermas (2002) tem chamado atenção para duas consequências 
políticas: por um lado, a desestruturação do Estado de bem-estar social (Welfare 
State), pois a globalização acarretaria uma diminuição da autonomia política dos 
países, e, por outro lado, o estabelecimento e a consolidação de blocos de países com 
enorme poder político e econômico ao mesmo tempo em que as desigualdades entre 
as nações se aprofundam (DANNER, 2014). O processo de acumulação econômica do 
capitalismo globalizado é avesso ao controle político das nações e, neste sentido, as 
funções regulatórias de promoção de parâmetros equitativos e de justiça social, 
derivados de diretivas políticas, seriam dificultadas (DANNER, 2014). Assim, uma das 
principais características da dimensão política da globalização é a crise do Estado 
Nacional e a perda da soberania diante de grandes conglomerados econômicos 
globais. O Estado, portanto, tem perdido a autonomia para gerir a economia por suas 
próprias determinações políticas. 
 
Figura 3 - O mercado econômico e a especulação financeira governam a economia mundial e impactam 
todos os países do globo. 
Fonte: JMiks, Shutterstock, 2018. 
 
 
Se por um lado a expansão global de grandes empresas para países periféricos reflete 
em investimentos, circulação da economia e geração de empregos, é inevitável 
observar que – em sua saga expansionista – as grandes empresas buscam a 
maximização de seus lucros por meio de um rol de concessões que garantam mão de 
obra e matéria-prima mais baratas, menor carga tributária e menor regulação estatal 
sobre a força de trabalho. Bauman (2012) observa que a fragmentação das demandas 
sociais, a limitação da ação política tradicional e a desilusão com as alternativas ao 
capitalismo, após a queda do muro de Berlim, contribuem para a fragilização do 
poder político nos dias de hoje. O esvaziamento do Estado como espaço de ação 
coletiva de construção de um projeto de sociedade abre espaço para o crescimento 
do poder da economia globalizada e para a ideologia de mercado, que é por si mesma 
individualista e sem preocupações éticas. Sendo assim, quais as consequências dessa 
ideologia para a sociedade? 
4.2.2. As consequências sociais da globalização 
Para Bauman (2012), as grandes corporações são, em termos econômicos, os maiores 
beneficiários da globalização. O que caracteriza as grandes corporações nesse 
período de mercado global é a sua não localidade, ou seja, estão presentes no mundo 
inteiro, mas os donos das empresas, os investidores, são estrangeiros. Sendo 
estrangeiros, eles visam, via de regra, o lucro de seus empreendimentos e não 
partilham do conhecimento da realidade e das condições de vida dos trabalhadores 
de suas empresas localizadas em outros países. Além disso, enquanto a empresa é 
eslize s e a ima m para Zo 
Deslize sobre a imagem para Zoom 
global, isto é, pode se movimentar pelo globo de acordo com seus interesses e 
oportunidades, os trabalhadores sãolocais, estão presos ao seu espaço geográfico – 
cidade, país – e sofrem as consequências das decisões tomadas pelas grandes 
corporações (BAUMAN, 2012). 
Ao se sujeitar às regras do mercado global, os Estados-Nação – especialmente os 
países periféricos – ficam à mercê dos interesses da especulação financeira e da 
barganha de vantagens promovidas pelas empresas em troca de alguns poucos 
empregos e investimentos no país. Além disso, ficam obrigados a seguir regras que 
mantenham a estabilidade financeira e econômica mesmo que seja em detrimento de 
investimentos sociais. Bauman (2012) denuncia que a propalada igualdade social 
advinda do desenvolvimento econômico e do livre comércio tem se mostrado uma 
falácia. O que se verifica na realidade é um aumento do acumulo da riqueza entre os 
mais ricos e uma queda vertiginosa das condições de vida dos mais pobres. Ao 
contrário das maravilhas sonhadas pelos crentes no poder da ciência e da tecnologia 
em tornar o mundo menos injusto, a distribuição real das riquezas na era da 
globalização tem se mostrado extremamente desigual (BAUMAN, 2012). 
 
 
Figura 4 - No mundo globalizado, a desigualdade social, especialmente em países periféricos, tem se 
aprofundado cada vez mais. 
Fonte: Fred Cardoso, Shutterstock, 2018. 
 
 
Se a lógica da globalização amplia os processos de pobreza e desigualdade social, 
especialmente nos países periféricos, é necessário pensar em formas de subordinar a 
economia global a valores éticos e humanos. Em 1999, a Organização das Nações 
Unidas (ONU) publica o relatório “Globalização com uma face humana”, que 
denunciava a sobreposição de interesses financeiros e materiais aos interesses da 
nação e de seu povo. O relatório é um desdobramento de publicações e reuniões 
anteriores, como o primeiro Relatório do Desenvolvimento Humano, publicado em 
1990, no qual a ONU defendia que “o objetivo do desenvolvimento é a criação de um 
ambiente que permita às pessoas desfrutarem de uma vida longa, saudável e criativa” 
(PNUD, 1999, apud RAMOS, 2002, p. 106). 
Portanto, para uma versão mais humana do processo de globalização é necessário o 
estabelecimento de parâmetros éticos para o livre mercado e sua atuação local. 
Ramos (2002) sugere tratar a globalização em termos de política internacional de 
modo que haja uma ética nas comunicações, na economia, na política e na cultura, 
ética esta presidida pelas noções de justiça e solidariedade, valores universalmente 
presentes. A partir desse panorama sobre os impactos da globalização na economia e 
política, vamos agora para a questão dos deslocamentos populacionais e as novas 
configurações que o processo traz para as sociedades. 
4.2.3. A migração na era da globalização e os impactos do terrorismo 
internacional 
As migrações internacionais no século XXI são profundamente marcadas pela 
globalização. A diminuição de distâncias e o amplo acesso à informação colocam no 
horizonte do aspirante à migração não apenas o espaço geográfico mais próximo – 
outra cidade, outro estado – mas o mundo inteiro. Por outro lado, as possibilidades 
migratórias se apresentam de formas distintas em função do perfil do migrante. 
Enquanto o capital financeiro flui livremente à revelia das fronteiras entre os países, a 
mobilidade dos trabalhadores é fortemente controlada por barreiras impostas pelos 
países desenvolvidos. 
 
 
 
VOCÊ QUER LER? 
 
 
O livro Americanah (ADICHIE, 2014) da escritora nigeriana Chimamanda Ngozie Adichie conta a história de 
dois nigerianos que precisam fugir do Regime Militar de seu país e descobrem-se exilados nos Estados 
Unidos e na Inglaterra. As trajetórias dos protagonistas são marcadas, a partir de então, por questões 
culturais e raciais, pois são vistos sempre como “o outro”, o não branco, o não europeu, o não americano. 
 
 
 
O aumento do fluxo de informações acerca das oportunidades em países mais 
desenvolvidos seduz uma grande massa de trabalhadores de países periféricos, que 
partem em busca de melhores condições de vida. Mas se o acesso a informações e a 
facilidade de deslocamento, representada atualmente pelos meios de transportes 
globais e baratos, estimula o desejo de migração, as oportunidades para os migrantes 
ainda são muito restritas. Países desenvolvidos tendem a fechar suas fronteiras 
devido ao temor de receber enormes massas de migrantes sem estrutura e reais 
oportunidades para fixá-los. Porém, estudiosos do tema têm apontado uma série de 
possíveis vantagens da migração, considerando os ganhos dos lugares de destino: 
barateamento dos custos e da qualidade de vida da população, uma vez que 
migrantes realizam trabalhos que os nativos não têm interesse em fazer, e por custos 
mais baixos; a revitalização de sociedades envelhecidas, a partir da migração de 
pessoas jovens; o acesso a recursos humanos qualificados, cujos custos de 
qualificação foram assumidos por outros países; o aumento da produtividade; e o 
aumento de consumidores e contribuintes (MARTINE, 2005). 
A apreciação das vantagens da imigração esbarra, porém, em movimentos sociais 
cada vez mais numerosos no mundo e caracterizados por seu viés antimigrantes, 
racistas e xenófobos. Após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, tais 
movimentos ganharam força e a identificação do outro – especialmente se o “outro” 
for de uma etnia, religião, idioma ou aparência diferente dos nativos locais – com o 
“inimigo” ou com o “terrorismo” vem aumentando a rejeição aos migrantes por parte 
das populações de países desenvolvidos (MARTINE, 2005). 
 
 
 
CASO 
A tendência da grande maioria dos países desenvolvidos atualmente é de 
fechar suas fronteiras para a imigração, tanto em decorrência da crise 
econômica que o mundo vem enfrentando, quanto pela pressão de grupos de 
extrema direita que alegam o receio de ações terroristas em seu território. Na 
contramão dessa tendência, países como o Canadá têm facilitado e incentivado 
o fluxo de imigrantes ao seu território, acolhendo, inclusive, refugiados de 
guerras como as que acontecem no Oriente Médio. Quais as razões que levam o 
Canadá a adotar essa postura diante do atual fluxo migratório global? Além das 
causas humanitárias em relação a refugiados de guerra e a postura enfática 
contra os crescentes movimentos xenófobos e racistas que eclodem no mundo, 
o governo canadense tem apostado nos fatores positivos da imigração: com 
uma população envelhecida, necessita de pessoas jovens para movimentar a 
economia e suprir o setor de serviços. Mas como colocar em prática essa 
postura? O sucesso do empreendimento repousa no planejamento e na criação 
de políticas que visem auxiliar e acompanhar a adaptação e inserção dos 
migrantes na sociedade canadense. 
 
 
 
 
A eclosão de guerras em vários locais do globo, especialmente no Oriente Médio, tem 
deslocado um grande volume de pessoas que precisam fugir por questões de 
sobrevivência. A resistência dos países desenvolvidos em recebê-las encontra 
argumento nas precauções contra o terrorismo. Martine (2005) ressalta, porém, que a 
relação entre migração e terrorismo é complexa, mas o que desencadeia ações 
Deslize sobre a imagem para Zoom 
terroristas não é a imigração, mas a crescente desigualdade entre os países. Uma 
maior abertura poderia, inclusive, reduzir o terrorismo, na medida em que reduz a 
desinformação e desconfiança entre os povos. 
 
 
Figura 5 - Dados da ONU apontam que, atualmente, 65,3 milhões de pessoas estão na condição de 
refugiadas de seus países. 
Fonte: Sadik Gulec, Shutterstock, 2018. 
 
 
As grandes ondas migratórias que assistimos atualmente são reflexo da condição de 
mundo globalizado:por um lado, a facilidade tecnológica em acessar informações e 
deslocar-se pelo globo; de outro, o protecionismo de países desenvolvidos e as 
barreiras à livre circulação dos trabalhadores, fenômeno que se retroalimenta do 
medo xenofóbico ao imigrante, identificado como inimigo da pátria e potencial 
terrorista. A livre circulação do capital e o liberalismo econômico acarretam 
consequências drásticas à autonomia dos Estados-Nação: em nome da economia 
global, impõe-se a economias periféricas uma série de obrigações que as obrigam a 
deixar em segundo plano as políticas de desenvolvimento social e distribuição de 
renda. Como consequência, observamos um aprofundamento das desigualdades 
sociais e aumento da pobreza, enquanto poucos conglomerados econômicos 
acentuam sua acumulação econômica. Vamos continuar nosso estudo sobre os 
desafios da sociedade moderna com o tema da responsabilidade social. 
4.3. Responsabilidade Social 
Atualmente, tanto a atuação das empresas quanto a dos indivíduos tem se pautado 
cada vez mais por um viés sustentável, ético, e que considere a responsabilidade 
social junto à sociedade e ao meio ambiente. Quando pensamos em desenvolvimento 
sustentável, nos remetemos a um equilíbrio entre os objetivos de desenvolvimento 
econômico, desenvolvimento social e conservação ambiental. A responsabilidade 
social corporativa vem atraindo olhares da sociedade e de estudiosos sobre o tema, 
especialmente em uma época de acentuamento das desigualdades sociais e do 
aprofundamento da degradação do meio ambiente. Mas quais são os fundamentos da 
responsabilidade social? E como ela se aplica na atuação das empresas e 
corporações? 
 
 
 
VOCÊ QUER VER? 
 
 
O que é responsabilidade social? Este é o título des pequeno vídeo que trará a você de forma 
simples e objetiva o conceito de responsabilidade social na vida de uma empresa. Mas, será que 
responsabilidade social é adotado apenas em empresas? Isso vamos descobrir junto com a Rose 
Meusburger do canal elaborando projetos sociais e culturais. Clique no link para acessar 
<https://youtu.be/PT0dT33D7XQ>. 
 
 
 
4.3.1. Os fundamentos da responsabilidade social 
O conceito de responsabilidade social tornou-se central a partir da emergência da 
discussão sobre a necessidade de um desenvolvimento sustentável, que leve em 
consideração a preservação do meio ambiente e a utilização consciente de recursos 
naturais. Mas a ideia de não é recente. Iniciativas empresariais que visam à atuação 
das corporações na sociedade de modo mais amplo, extrapolando seu objetivo 
imediato, que é a obtenção de lucro, existem desde o final do século XIX e início do 
século XX. Porém, nesse período, as ações das empresas orientavam-se por um viés 
mais filantrópico e assistencialista na sua atuação junto à sociedade. Atualmente, a 
utilização do termo “filantropia”, quando se trata de ações de responsabilidade 
social, é visto de forma pejorativa, pois remete a ações que não buscam a 
transformação da sociedade. 
 
Figura 6 - Diante dos desafios sociais e ambientais de nossa época, o conceito de responsabilidade social 
está cada vez mais presente na atuação empresarial. 
Fonte: wk1003mike, Shutterstock, 2018. 
 
 
A noção de responsabilidade social só ganhou forma a partir das décadas de 1960 e 
1970, coincidindo com grandes transformações sociais, políticas e culturais do 
mundo, especialmente a crescente crítica às guerras e ao uso de armas químicas e 
nocivas à sociedade e ao meio ambiente. Já a partir da década de 1980 e a crise no 
Estado de bem-estar social nos países centrais do capitalismo, como Estados Unidos e 
da Europa, a participação das empresas e das corporações na manutenção dos níveis 
de emprego foi sendo cada vez mais valorizada (ALENCASTRO, 2012). 
No Brasil, a consolidação do termo “responsabilidade social” se deu a partir dos anos 
1990, principalmente em função do crescimento de movimentos sociais que 
pressionavam setores da sociedade – como governo e iniciativa privada – pela 
diminuição da pobreza e da fome, bem como da desigualdade social. A criação do 
Instituto Ethos, em 1998, e a atuação do sociólogo Herbert de Souza na campanha 
contra a fome, foram grandes molas propulsoras da discussão sobre responsabilidade 
social nas empresas (ALENCASTRO, 2012). 
 
 
 
VOCÊ O CONHECE? 
Deslize sobre a imagem para Zoom 
 
Herbert de Souza, o Betinho, foi sociólogo mineiro que se notabilizou pela criação da Campanha contra a 
Fome, a Miséria e Pela Vida e notabilizou a discussão sobre a miséria e a desigualdade no país. Sua atuação 
em prol da dignidade humana lhe rendeu uma indicação ao prêmio Nobel da Paz em 1993. Hemofílico e 
soropositivo, Betinho faleceu em 1997, vítima de Hepatite B. 
 
 
 
É do Instituto Ethos, que tem como objetivo orientar e incentivar empresas acerca de 
sua responsabilidade socioambiental, umas das definições mais corrente para o 
conceito de responsabilidade social: 
 
Responsabilidade social empresarial é a forma de gestão que se define pela relação ética 
e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo 
estabelecimento de metas empresariais que impulsionem o desenvolvimento 
sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações 
futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais 
(INSTITUTO ETHOS, apud ALENCASTRO, 2012, p. 134). 
 
 
O sociólogo John Elkington formulou o conceito de triple bottom line, ou tripé da 
sustentabilidade, isto é, para o autor, uma empresa é sustentável quando respeita 
três princípios básicos: ser financeiramente viável, ser socialmente justo e ser 
ambientalmente responsável (ALENCASTRO, 2012). Mas como podemos pensar a 
atuação da empresa dentro do paradigma da responsabilidade social e do tripé da 
sustentabilidade? 
4.3.2. A responsabilidade social na atuação empresarial 
Dentro das empresas, o conceito de responsabilidade social refere-se, segundo 
Alencastro (2012), ao oferecimento de produtos socialmente corretos, ao 
estabelecimento de um relacionamento ético com clientes, fornecedores e 
funcionários, bem como a preocupação com o passivo ambiental gerado pela 
atividade da empresa. A prática da responsabilidade social deve alcançar tanto o 
público interno, tais como os funcionários e seus familiares, quanto o público externo, 
a comunidade na qual se insere o meio ambiente. Na prática, a responsabilidade 
social refere-se a liderar e apoiar, dentro dos limites de recursos da corporação, ações 
de interesse social. 
 
 
 
VOCÊ QUER VER? 
O documentário Uma Empresa Decente, a Decent Factory em inglês, (BALMÈS, 2004) apresenta o dilema de 
uma grande empresa de telecomunicações entre guiar-se pelo lucro ou obedecer a princípios morais. A 
reflexão do filme centra-se na questão sobre o que significa ser uma empresa correta em uma época que se 
valoriza a responsabilidade social. 
 
 
 
No Brasil, o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA) realizou, em 2006, a 
pesquisa “Ação Social das Empresas”, que demonstrou as principais áreas e ações de 
responsabilidade social no país, bem como os públicos-alvo. Ações relativas à 
segurança alimentar, assistência social, saúde, educação e lazer e recreação formam 
os principais focos da responsabilidade social (IPEA, 2006). 
Empresas podem se guiar também por normas e indicadores de responsabilidade 
social, que estão na pauta da discussão pelo estabelecimento de referências e 
parâmetros para este tema. A ONG internacional Social Accountability International(SAI) propôs nove itens de verificação no que se refere ao público endógeno da 
empresa (ALENCASTRO, 2012): 
 
1) não emprego de trabalho infantil; 
2) não emprego de trabalho forçado; 
3) garantia de saúde e segurança no local de trabalho; 
4) garantia de liberdade de associação e negociação coletiva aos funcionários; 
5) não discriminação de qualquer natureza; 
6) proibição de práticas disciplinares; 
7) respeito à lei quanto à jornada de trabalho; 
8) remuneração digna; e 
9) garantia de que todos os requisitos da norma sejam aplicados corretamente. 
 
 
 
VOCÊ SABIA? 
A Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgou dados que mostram que mais 
de 40 milhões de pessoas em todo o mundo foram vítimas de trabalho escravo em 2016. 
Estimativas apontam que as mulheres são as mais afetadas pelas modalidades 
modernas de escravidão, representando quase 29 milhões de meninas e mulheres, 
inclusive vítimas de trabalho forçado na indústria do sexo (CAZARRÉ, 2017). Leia mais 
em: <http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2017-09/com-40- 
milhoes-de-escravos-no-mundo-oit-pede-mais-empenho-dos 
(http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2017-09/com-40-milhoes- 
de-escravos-no-mundo-oit-pede-mais-empenho-dos)>. 
Aliar a responsabilidade social aos objetivos de produtividade e competitividade das 
corporações não é uma tarefa simples. Para obter maiores chances de êxito, é 
necessário que o compromisso com a responsabilidade socioambiental esteja 
presente já no planejamento estratégico das empresas, de modo a ser fator 
constitutivo de sua atuação desde a concepção do negócio. 
Antes de ser um entrave para os objetivos financeiros - que são legítimos em qualquer 
empresa privada - a responsabilidade social pode ser uma aliada e deve ser encarada 
como um investimento em médio e longo prazo. Os ganhos para a imagem da 
empresa, a identificação com setores progressistas da sociedade, cada vez mais 
preocupados com o impacto socioambiental das corporações, bem como o 
reconhecimento social e estatal, que pode reverter-se em futuros incentivos fiscais, 
são algumas das vantagens para enquadrar-se no paradigma cada vez mais presente 
no mundo corporativo: de atuação responsável e ética junto à sociedade e o meio 
ambiente. Em nosso próximo item, vamos abordar quais são os desafios para se 
chegar a uma sociedade justa e igualitária. 
 
 
4.4. Os desafios para a construção de 
uma sociedade justa 
Diante do cenário globalizado e regido pela lógica mercantil que caracteriza nosso 
tempo, as sociedades e nações, especialmente das economias periféricas, enfrentam 
grandes desafios para alcançar níveis de desenvolvimento social e econômico 
satisfatório em termos de igualdade, equidade e justiça social para sua população. 
Mas o que significa justiça social? Qual a sua relação com os desafios que marcam 
nossa época? Como dar materialidade à justiça social? 
 
 
VOCÊ SABIA? 
Existem várias iniciativas no Brasil que visam promover a redução a 
desigualdade social e a inclusão dos oprimidos na sociedade, o quadro abaixo 
traz três reportagens que nos mostram que ações priorizando essa causa 
precisam ser abraçadas com maior seriedade. 
 
 
4.4.1. O conceito de justiça social 
Com o advento da globalização e o agravamento das desigualdades sociais em grande 
parte dos países do mundo, a discussão acerca do que é uma sociedade justa e de 
como alcançá-la tornou-se uma questão de grande relevância. Nesse contexto, o 
conceito de justiça social é central e refere-se, de forma sucinta, ao problema de como 
uma sociedade deve, eticamente, distribuir os bens por ela produzida (SANTA 
HELENA, 2008). 
A construção de uma sociedade que se pretende justa não pode prescindir de dois 
princípios fundamentais: a igualdade e a equidade. A necessidade da construção de 
políticas públicas que leve em conta tais princípios é especialmente forte nas 
sociedades expostas ao sabor do livre mercado. Como vimos ao longo deste capítulo, 
o liberalismo econômico vem aprofundando as diferenças sociais, especialmente nos 
países periféricos, o que deve ser contrabalançado com políticas sociais que tenham 
como foco a redistribuição dos bens. 
 
Figura 7 - Em contextos de grande desigualdade, cabe ao Estado a aplicação de políticas e programas que 
zelem pela igualdade e equidade social. 
Fonte: maxim ibragimov, Shutterstock, 2018. 
 
 
Dessa forma, é na justiça distributiva que se ancora atualmente a discussão sobre 
justiça social. O conceito moderno de justiça distributiva, de acordo com Fleischacker 
(2006), tem no Estado o agente garantidor de que os bens sejam distribuídos na 
sociedade de modo a suprir necessidades e direitos básicos para a condição da 
cidadania. Já o filósofo John Rawls, em sua obra “Uma teoria da Justiça”, expõe as 
bases da teoria de justiça como equidade. Para o autor (2002), alcançar a equidade, 
condição da justiça social, são necessários três pontos fundamentais: 
 
 
• a garantia de liberdades fundamentais: refere-se ao direito de cada pessoa a um 
conjunto de liberdades básicas, que seja compatível com o conjunto de 
liberdades de toda a população, tais como a liberdade política, de associação, 
de palavra, de consciência e de direito à propriedade. 
• a igualdade de oportunidades; 
• a garantia de que as pessoas menos favorecidas na sociedade recebam 
benefícios que os alcem a condição de cidadania. 
 
 
A ênfase do conceito de justiça social no acesso aos direitos básicos da cidadania a 
toda população, o que demanda esforços distributivos por parte do Estado, é 
especialmente importante em países periféricos do capitalismo, nos quais a 
globalização impacta mais fortemente em suas características negativas. Políticas de 
compensação e distribuição de renda para pessoas em desvantagem social são 
Deslize sobre a imagem para Zoom 
fundamentais para que se alcance uma condição mínima de justiça social. E o que 
vem a ser justiça social? Aliás, justiça e direito tem o mesmo significado? Estes serão 
alguns dos assuntos tratados no tópico a seguir. 
4.4.2. As interfaces da Justiça 
Embora as noções de Direito e Justiça pareçam sinônimos, é possível observar, ao 
longo da história, períodos de maior ou menor afastamento entre os dois conceitos. 
Na consciência coletiva, porém, essas noções se entrelaçam a ponto de ser 
considerada uma coisa só. Mas na prática, é possível afirmar que nem tudo o que 
direito é justo, do mesmo modo que nem tudo o que é justo, é direito (CAVALIERI 
FILHO, 2002). 
Enquanto a noção de justiça se refere a valores que são inerentes ao ser humano, 
como a liberdade e a igualdade, dignidade, equidade etc., que se relacionam com 
valores morais da sociedade, a noção de direito refere-se a um instrumento criado 
para a realização da justiça. Conforme Cavalieri Filho (2002), como a justiça é um 
sistema de valores em constante transformação, nem sempre o Direito é capaz de 
satisfazer as necessidades da Justiça. Isso pode se dar por diversos motivos: 
dificuldade do direito em acompanhar as mudanças sociais, dificuldades na própria 
concepção das regras do direito, falta de disposição política para implementá-lo, 
dentre outros. 
 
 
 
VOCÊ QUER VER? 
 
 
O documentário Justiça (RAMOS, 2004) retrata a rotina do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, expondo a 
necessidade de mudanças drásticas no sistema judicial do país. A justiça é retratada em toda sua 
burocracia, desigualdade e injustiça, na qual setores marginalizados da sociedade são duplamente 
culpabilizados: por seus supostos delitos e pelo lugar que ocupam na escala social.O direito, assim, torna-se um direito injusto. Para o autor, a finalidade do direito é a 
realização da justiça. Já a finalidade da justiça, é a transformação social, ou seja, a 
condução de uma sociedade à justiça social. Se o direito deve ser um instrumento 
para alcançar a justiça, o alcance da verdade é finalidade do direto para obter uma 
decisão justa (LUNARDI; DIMOULIS, 2007). 
A discussão sobre a realização da justiça por meio da aplicação do direito evoca 
também outra faceta: a distinção entre justiça universal e justiça particular. Esta 
questão vem de Aristóteles e está intrinsecamente ligada ao debate sobre justiça 
como equidade (RAWLS, 2002). A justiça universal relaciona-se à legalidade, ou seja, 
remete ao todo da sociedade. A lei e a justiça aplicam-se a todos e a todas as 
situações, de forma abstrata, genérica e universal. 
Porém, existem casos particulares e específicos cuja justiça universal pode não 
alcançar critérios de justiça, mas ao contrário, provocar injustiça. Nestes casos, entra 
em cena a justiça particular. Essa segunda forma de justiça relaciona-se à igualdade 
(ARISTÓTELES, 1979). Isso quer dizer que, casos em que a justiça universal não 
satisfaça os critérios de equidade de um indivíduo ou um grupo em particular, 
devendo então a justiça guiar-se, não pela lei genérica, aplicável a todos, mas por 
critérios particulares que atendam a uma decisão justa e equitativa. A seguir, vamos 
tratar dos desafios enfrentados pela justiça social. 
4.4.3. Os desafios da Justiça Social 
O desenvolvimento econômico sem preocupação com o bem-estar coletivo favorece a 
concentração de renda nas mãos de poucas pessoas e, por consequência, a 
desigualdade social. O resultado disso são países que, mesmo com índices 
econômicos em ascensão, não conseguem traduzir esse crescimento em melhoria na 
condição de vida da população. O fato é que o mercado não é capaz de gerar justiça 
social e acesso à cidadania. É necessário que ações partam do Estado, tanto em 
termos de regulação da economia, quanto em termos de programas e ações que 
visem garantir a toda população diretos básicos e condições de vida dignas. 
No Brasil, a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 3º, contempla aspectos 
referentes à diminuição da desigualdade social e promoção de uma sociedade justa: 
 
Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: i) construir uma 
sociedade livre, justa e solidária; ii) garantir o desenvolvimento nacional; iii) erradicar a 
pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; e iv) promover 
o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras 
formas de discriminação (BRASIL, 2002, p. 13). 
 
 
A aplicação dos desígnios da Constituição na prática, porém, é tarefa árdua e 
complexa. Ao longo de sua história, o Brasil sempre se estruturou como uma 
sociedade desigual, cujos interesses de uma parcela pequena da população 
prevaleciam sobre os interesses – e direitos – da grande maioria. Desde os primeiros 
anos do século XXI, observamos alguns avanços no sentido de universalizar o acesso a 
direitos básicos da população: programas de distribuição de renda, aumento do 
acesso de pessoas de baixa renda à educação superior, programas de segurança 
alimentar, regulamentação de profissões historicamente marginalizadas, como o caso 
do emprego doméstico, dentre outros. 
 
VOCÊ SABIA? 
O Programa Bolsa Família, criado em 2003 pelo Governo Federal, tornou-se um 
programa de referencia mundial em distribuição de renda. Estudos sobre o impacto do 
programa mostram que, com um baixo custo aos cofres públicos, o Bolsa Família 
contribui para o aquecimento da economia; superação da extrema pobreza; melhorias 
na saúde e na educação da população de baixa renda; redução do trabalho infantil; e 
empoderamento das mulheres (CAMPELO; NERI, 2013). 
 
 
Os esforços, porém, são frágeis diante do abismo social vivenciado no país: segundo 
ranking de desigualdade social da ONU, o Brasil é o décimo país mais desigual do 
mundo (PNUD, 2016). John Rawls (2002), a partir de sua teoria da justiça como 
equidade, busca estabelecer princípios e instituições necessários para que se alcance 
a justiça social. Em primeiro lugar, aponta que o sistema educacional deva ser 
subsidiado pelo governo, de modo a garantir liberdade de consciência e igual acesso à 
educação para todos os cidadãos. Em segundo lugar, o governo deve garantir uma 
renda mínima a todas as famílias, de modo que os direitos básicos sejam garantidos. 
Rawls (2002) defende também que as instituições governamentais devam comportar 
programas de apoio para, por um lado, garantir a eficiência da economia do mercado, 
mantendo o sistema de preços em patamar competitivo e garantindo níveis de 
emprego; e por outro, garantir a equidade social por meio de impostos sobre herança 
e consumo e por políticas de transferência de renda para os setores mais fragilizados 
da população. 
Como vimos, os desafios da justiça social em tempos de globalização e livre circulação 
do capital econômico são imensos. Para que os países logrem sucesso, é necessário 
atentar para o fortalecimento de políticas do Estado frente às demandas e exigências 
do mercado. Além disso, ações de inclusão social e diminuição da desigualdade - em 
curto, médio e longo prazo - devem ser pensadas envolvendo todos os setores – 
sociedade civil, mercado e Governo. 
 
 
 
Síntese 
Chegamos ao final do capítulo e pudemos refletir sobre as principais tendências 
sociopolíticas do mundo pós-socialista, ou seja, do mundo globalizado. Estudamos os 
problemas contemporâneos relacionados às migrações, à responsabilidade social e à 
noção de justiça social. 
Neste capítulo, você teve a oportunidade de: 
• estudar a Guerra Fria e suas consequências para as sociedades 
contemporâneas, bem como identificar as características e tendências da 
globalização; 
• conhecer os dilemas ensejados pelos deslocamentos populacionais, seus 
motivos e consequências, e desafios frente à globalização e à reestruturação 
econômica das últimas décadas; 
• compreender a responsabilidade social como questão importante da sociedade 
contemporânea, sobretudo, quando se trata da atuação das empresas; 
• entender o conceito de justiça social e pensar sobre os desafios para a 
construção de uma sociedade com mais igualdade social. 
 
 
 
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